Wallace

Sim, vi Closer novamente. Faz 13 anos que assistir este - incrível - filme pela primeira vez e de lá pra cá, já o vi incontáveis vezes. Quando tive contato com este filme, lembro-me como hoje que sai do cinema me perguntando: que porra de história é essa? E voltei na semana seguinte. Talvez tenho visto e sentindo, mesmo sem entender bem, muito precoce o que seria as histórias de amor 'adulto'. Closer é talvez o filme que melhor conta como são e se configuram a maioria dos relacionamentos da vida adulta. Sempre recorria/recorro a Closer para tirar uma lição, e mesmo já tenho assistido inúmeras vezes, ainda vejo algo novo, outra lição, uma outro formato. Talvez você esteja pensando ser algo louco, até já me perguntei isso. Já levei para sessão de terapia, rir e chorei com o psicanalista. Lá na sessão e recentemente ouvi que Closer mostra "configurações possíveis de amar. Algo que queremos, mas não estamos preparados, pois não sabemos lidar com as escolhas, ainda mais agora em tempos de aplicativos." Tempos líquidos, votáreis ... Enfim, Closer nos mostra quatro pessoas querendo amar, tentando amar, amando sem saber amar. São quatro adultos no mundo confuso das relações, tendo de lidar com os sonhos, carências, ciúmes, mentiras, traições, afetos, encontros, desencontros. Uma ebulição que nos move quando 'um estranho' passar a ser aquilo que mais se deseja ter. O estranho é o outro, o estranho é você, o estranho sou eu. E como dizer tudo ao estranho? "Eu não quero mentir ... e não posso te dizer tudo." Jane se passa por Alice para ser a heroína do amor, ela é Alice para deixar de ser desconhecida e ser a musa, o eufemismo do seu desejo de amar. Mas como dizer a verdade sem perder? Como ser beleza na dor? Como se desfazer das cicatrizes do passado? Essas são algumas das perguntas deixadas pelo filme.
Closer, se passa num aquário, numa vernissage, num cruzamento, num jardim de memórias, esses espaços são lugares de afeto, de sentimentos, de beleza. A beleza do primeiro encontro, a beleza de uma fotografia, a sensibilidade que só um obra de arte pode produzir, a beleza e fluidez do nadar dos peixes, a beleza de caminhar de mãos dadas.Isso é Closer, é perto demais!