O filme não pode empolgar nem massacrar quem assiste, apenas mostrar, para quem acredita em Paraíso, que o Inferno está exatamente aqui na terra. Eu me senti humilhado pelas cenas de seres humanos tratados como os últimos resíduos de dejetos não recicláveis.
O tema central do filme é a exploração da pureza de uma criança no incompreendido e hostil mundo dos adultos. Mas o quê menos gostei, excluindo-se as magníficas interpretações de Asa Butterfield e Béla Fesztbaum, foi a atuação de todo o resto do elenco que parece desligado do enredo. Além do mais uma estória essencialmente alemã, numa produção anglo-americana, filmada na Hungria e absurdamente falada em inglês e não no autêntico alemão do regime quando o clima do filme teria sido bem outro.
Estória extremamente comovente. Eu fiquei me perguntando se o quê o filme relata acontece na Inglaterra, um país do "1º mundo", é inimaginável o quê pode acontecer no "3º". Nós brasileiros sabemos muito bem, a maioria através das notícias e outros tantos por experiências próprias, o quê é a fila do SUS, o INSS, a Assistência Social, etc... O quê mais choca no filme é que a origem do problema mostrado não é escassez de recurso, como os nossos que desaparecem com o seu mau emprego e, principalmente , com a corrupção, lá sim uma "burrocracia" cega, prepotente, discriminatória, ou seja, qualificativos incompreensíveis para o chamado mundo civilizado.
Se o filme tem alguma relevância não é importante, ele apenas é um filme agradável, principalmente, no período de Antoine na infância e seu tesão pela cabeleireira.
O drama, os desencontros, os encontros e reencontros, da vida familiar na ótica da fantástica feminista Cristina Comencini, o olhar da mulher com destalhes que, em geral, escapam da percepção masculina. Virna Lisi maravilhosa na maturidade plena. Muito bom filme.
Acredito que o tema guerra com sua pirotecnia, massacres e muita tecnologia empregada em efeitos visuais já não surpreendem mais. Neste filme Nolan retira o manto de fumaça densa que encobre o soldado, o ser humano, com o seu pavor, que vê a morte a sua frente, onde e quando o seu instinto encontra apenas na fuga, como um animal acoado pelo predador, a última alternativa de preservação da sua vida. Filme comovente.
O filme é de um realismo impressionante, ele não precisa ser baseado em "uma" estória real, ele é a realidade de muitas famílias que sofrem com a violência doméstica. É muito oportuno mostrar como os desentendimentos de um casal podem se desenvolver para uma tragédia. Uma coisa é olhar o drama do lado de fora e outra, a terrível realidade de vivenciá-lo. A direção de Xavier Legrand é soberba, a escolha do elenco foi perfeita, aliás, as interpretações do trio principal Denis Menochet (que assusta fisicamente), Léa Drucker e o fantástico Thomas Gioria convencem com suas atuações. Eu precisei tomar um acalmante para continuar vendo o filme até o fim. Não se trata de um simples thriller mas de uma trágica realidade, absurdamente, bastante comum.
O filme é uma das maiores obras-primas que o cinema já produziu. Visconti, o insubstituível, esbanja bom gosto visual, com suas locações e figurinos maravilhosos. Mas o principal desta obra fantástica, foi mostrar que história da unificação da Itália não foi um ato harmônico, muito pelo contrário, foram muitas discordâncias causadas pelas diversidades regionais, cada uma com sua peculiar sócio-cultura, inclui-se aí, os desentendimentos causados pelos dialetos do italiano falado de forma tão diferente de uma região à outra. Me animei ler o romance original de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896–1957) "Il Gattopardo" genialmente adaptado para este filme por D'Amico. A direção, o elenco, figurino, fotografia perfeitos. Será que hoje é possível produzir-se filmes desta qualidade ?? Acredito que não, impedidos pelos recursos dos tempos de tecnologia digital !!!
Filme sensível, humano. Ele faz uma leitura da ditadura militar, da revolução de 64, não na ótica de quem foi torturado ou sofreu diretamente a opressão do regime mas, de maneira muito inteligente, mostra as suas consequências na vida da família dos perseguidos. Filme ótimo.
Quando a culpa pesa na consciência qualquer indício que possa denunciá-la transforma-se em pânico. No judaísmo, para quem não sabe, os homens quando rezam carregam consigo o seu "Talet" espécie de chale de seda que os isolam e protegem dos eventos externos e também o seu "Tefelin" que é composto por duas caixinhas de couro, contendo no interior de cada uma um pergaminho com as palavras sagradas. Estas caixinhas possuem tiras também de couro para a fixação, de uma caixinha à testa e outra ao braço. Tanto o talet como o tefelin são de uso pessoal, exclusivo de um só indivíduo.
No filme os judeus voltam às suas origens para enterrarem os pertences pessoais daquilo que restou de seus mortos, numa referência aos seus talets e tefelins que são enterrados junto com os corpos de quem usou-os em vida
Chego a conclusão que os Estados administrados por ditaduras religiosas, favorece o trânsito livre da corrupção entre os mandatários da administração pública. O moralismo exacerbado pelo fundamentalismo religioso tem caráter apenas como instrumento controlador da população, pune os mais fracos, submete a mulher aos seus dogmas falaciosos, favorece aqueles que orbitam o poder, etc.etc...Nas sombras da hierarquia decidem-se apenas aquilo que atende aos interesses pessoais. Apesar do roteiro denunciar escandalosamente a corrupção no País dos Aiatolás, eu gostei muito pouco do filme, achei-o mal dirigido e interpretado.
Para os valores da época Preminger não ultrapassa certos limites morais, o quê não se pode dizer o mesmo das suas abordagens políticas, em muitos momentos ele deixa a igreja de "saia curta", principalmente, quando ele faz colocações sobre os interesses do Vaticano. Pio XII, que era o então Papa do período mostrado no filme, claramente alinhou-se ao "Dulce", o quê quer dizer, indiretamente a Hitler, fechando os olhos às perseguições e aos campos de extermínios. Costa-Gravas, em "Amém" de 2002, não poupa a cúpula da Igreja pela desastrosa posição diante da guerra, vale a pena ser visto.
Um carteiro puro, um poeta comunista no exílio, a paisagem e Beatrice, amalgamados num belíssimo filme. A emoção de entender o mundo das letras faz o carteiro enveredar e descobrir o universo das metáforas: "gravar o som da natureza", "seu sorriso é como um farfalhar de borboletas", "a rede dos pescadores é pobre" ... exemplificam o sentido figurativo das expressões da alma. Michael Radford garimpou seus protagonistas e dirigiu-os magistralmente neste lindíssimo filme.
Losey & Bogarde, juntos, dão uma verdadeira aula sobre a deterioração/decadência moral e social na vida de um indivíduo. O filme trata de um personagem de classe média cuja extrema vaidade é explorada por um espertalhão que "atende" todas as suas necessidades pessoais , é exatamente aí que reside a armadilha. O filme é um dos bons clássicos, dos tempos quando a moralidade regulava e fazia severas críticas sobre o modo de vida das pessoas. Esse tempo passou, já não existe mais. Vivemos tempos de amoralidade plena, com sua decadência implícita.
A corrupção é uma praga que contamina só o ser humano, principalmente onde a educação é carente, a injustiça social é perene e o governo é o principal foco de disseminação desta doença. O filme é ótimo por mostrar a fundo como o suborno submete o Estado, principalmente o autocrático, ao dinheiro. Ele mostra também de maneira bastante realista a situação degradante da cidade do Cairo, uma mega cidade, a exemplo de São Paulo, totalmente deixada ao "Deus dará".
A narrativa do filme, falada na língua nativa com fortes influências espanhola e inglesa, passa um realismo chocante pela maneira como mostra a vida do povo filipino, a sua miserabilidade, a extrema violência num confuso ambiente urbano, não mostrada mas constantemente citada, a escandalosa distância social entre os raros ricos e o resto do povo, a Igreja mancomunada ao poder e a homossexualidade brutalmente reprimida. As quase 4 horas de rolagem eu dividi em 4 etapas para não perder nem um momento da vida de Horácia. Há menção de o roteiro basear-se num romance de Tolstoi que em momento algum, para mim, fez qualquer sentido, talvez uma projeção à alguma alusão "moral" do autor russo. O quê também me chamou a atenção no filme foi forma como os filipinos "andam". Horácia é um exemplo típico, as pernas são jogadas para o lado mantendo o tronco rijo meio inclinado. Não posso dizer que gostei de ver tanta miséria e injustiça mas, a sua direção e intérpretes merecem serem aplaudidos por suas coragens num país onde seu Presidente Rodrigo Duterte é um violento totalitário beligerante.
O filme me deprimiu desde o seu inicio. A figura de Randy é a imagem da total decadência humana, especialidade de Aronofsky, que soma-se à de Cassidy também destruída pela necessidade de subsistir num mundo sórdido. As interpretações são fantástica a ponto de eu detestar o filme e me negar a revê-lo, tal o mal que ele me causou. O filme não merece ser visto.
Um clássico, para mim, é sempre "hors concours". Não é apenas avaliar uma estória, a do filme ótima, mas também um cenário de época, Copenhagen e Estocolmo até hoje cidades sem grandes alterações na questão urbana, um ator fantástico como William Holden e, principalmente, a direção impecável George Seaton que me prende por 2 1/2 Hs. sem que eu sentisse o tempo passar. Filme fantástico.
Éric Rohmer, pseudônimo meio alemão de Jean-Marie Maurice Schérer, na minha opinião, o mais francês de todos os cineastas franceses. Seus filmes são verdadeiros livros falados, com diálogos de uma simplicidade eloquente que conduz-nos à vida corriqueira, do dia a dia, das relações entre pessoas comuns e que passam desapercebidas aos olhares desatentos. Claude Lelouch em "Un homme et une femme" se aproximou bastante desta realidade, que Rohmer tanto insistiu em mostrar em seus filmes através de seus personagens. O entendimento ou o desentendimento entre as pessoas, para ele, tem caráter universal.
Paraíso
3.8 20 Assista AgoraO filme não pode empolgar nem massacrar quem assiste, apenas mostrar, para quem acredita em Paraíso, que o Inferno está exatamente aqui na terra.
Eu me senti humilhado pelas cenas de seres humanos tratados como os últimos resíduos de dejetos não recicláveis.
O Menino do Pijama Listrado
4.2 3,7K Assista AgoraO tema central do filme é a exploração da pureza de uma criança no incompreendido e hostil mundo dos adultos. Mas o quê menos gostei, excluindo-se as magníficas interpretações de Asa Butterfield e Béla Fesztbaum, foi a atuação de todo o resto do elenco que parece desligado do enredo. Além do mais uma estória essencialmente alemã, numa produção anglo-americana, filmada na Hungria e absurdamente falada em inglês e não no autêntico alemão do regime quando o clima do filme teria sido bem outro.
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista AgoraEstória extremamente comovente. Eu fiquei me perguntando se o quê o filme relata acontece na Inglaterra, um país do "1º mundo", é inimaginável o quê pode acontecer no "3º". Nós brasileiros sabemos muito bem, a maioria através das notícias e outros tantos por experiências próprias, o quê é a fila do SUS, o INSS, a Assistência Social, etc... O quê mais choca no filme é que a origem do problema mostrado não é escassez de recurso, como os nossos que desaparecem com o seu mau emprego e, principalmente , com a corrupção, lá sim uma "burrocracia" cega, prepotente, discriminatória, ou seja, qualificativos incompreensíveis para o chamado mundo civilizado.
O Marido da Cabeleireira
3.8 29Se o filme tem alguma relevância não é importante, ele apenas é um filme agradável, principalmente, no período de Antoine na infância e seu tesão pela cabeleireira.
O Mais Belo Dia das Nossas Vidas
4.0 8O drama, os desencontros, os encontros e reencontros, da vida familiar na ótica da fantástica feminista Cristina Comencini, o olhar da mulher com destalhes que, em geral, escapam da percepção masculina. Virna Lisi maravilhosa na maturidade plena. Muito bom filme.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraAcredito que o tema guerra com sua pirotecnia, massacres e muita tecnologia empregada em efeitos visuais já não surpreendem mais. Neste filme Nolan retira o manto de fumaça densa que encobre o soldado, o ser humano, com o seu pavor, que vê a morte a sua frente, onde e quando o seu instinto encontra apenas na fuga, como um animal acoado pelo predador, a última alternativa de preservação da sua vida. Filme comovente.
O Clube de Leitura de Jane Austen
3.7 331 Assista AgoraEstranho que durante as reuniões não serviram o "chá".
Custódia
4.2 157O filme é de um realismo impressionante, ele não precisa ser baseado em "uma" estória real, ele é a realidade de muitas famílias que sofrem com a violência doméstica. É muito oportuno mostrar como os desentendimentos de um casal podem se desenvolver para uma tragédia. Uma coisa é olhar o drama do lado de fora e outra, a terrível realidade de vivenciá-lo.
A direção de Xavier Legrand é soberba, a escolha do elenco foi perfeita, aliás, as interpretações do trio principal Denis Menochet (que assusta fisicamente), Léa Drucker e o fantástico Thomas Gioria convencem com suas atuações. Eu precisei tomar um acalmante para continuar vendo o filme até o fim. Não se trata de um simples thriller mas de uma trágica realidade, absurdamente, bastante comum.
O Joelho de Claire
3.9 77 Assista AgoraA sensualidade paira no ar a todo instante. Rohmer casa como ninguém os diálogos, sinceros e insinceros, à realidade do enredo.
O Leopardo
4.2 105 Assista AgoraO filme é uma das maiores obras-primas que o cinema já produziu. Visconti, o insubstituível, esbanja bom gosto visual, com suas locações e figurinos maravilhosos. Mas o principal desta obra fantástica, foi mostrar que história da unificação da Itália não foi um ato harmônico, muito pelo contrário, foram muitas discordâncias causadas pelas diversidades regionais, cada uma com sua peculiar sócio-cultura, inclui-se aí, os desentendimentos causados pelos dialetos do italiano falado de forma tão diferente de uma região à outra.
Me animei ler o romance original de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896–1957) "Il Gattopardo" genialmente adaptado para este filme por D'Amico.
A direção, o elenco, figurino, fotografia perfeitos. Será que hoje é possível produzir-se filmes desta qualidade ?? Acredito que não, impedidos pelos recursos dos tempos de tecnologia digital !!!
O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
3.7 454Filme sensível, humano. Ele faz uma leitura da ditadura militar, da revolução de 64, não na ótica de quem foi torturado ou sofreu diretamente a opressão do regime mas, de maneira muito inteligente, mostra as suas consequências na vida da família dos perseguidos.
Filme ótimo.
1945
3.6 28 Assista AgoraQuando a culpa pesa na consciência qualquer indício que possa denunciá-la transforma-se em pânico.
No judaísmo, para quem não sabe, os homens quando rezam carregam consigo o seu "Talet" espécie de chale de seda que os isolam e protegem dos eventos externos e também o seu "Tefelin" que é composto por duas caixinhas de couro, contendo no interior de cada uma um pergaminho com as palavras sagradas. Estas caixinhas possuem tiras também de couro para a fixação, de uma caixinha à testa e outra ao braço. Tanto o talet como o tefelin são de uso pessoal, exclusivo de um só indivíduo.
No filme os judeus voltam às suas origens para enterrarem os pertences pessoais daquilo que restou de seus mortos, numa referência aos seus talets e tefelins que são enterrados junto com os corpos de quem usou-os em vida
Um Homem Íntegro
3.7 7Chego a conclusão que os Estados administrados por ditaduras religiosas, favorece o trânsito livre da corrupção entre os mandatários da administração pública. O moralismo exacerbado pelo fundamentalismo religioso tem caráter apenas como instrumento controlador da população, pune os mais fracos, submete a mulher aos seus dogmas falaciosos, favorece aqueles que orbitam o poder, etc.etc...Nas sombras da hierarquia decidem-se apenas aquilo que atende aos interesses pessoais.
Apesar do roteiro denunciar escandalosamente a corrupção no País dos Aiatolás, eu gostei muito pouco do filme, achei-o mal dirigido e interpretado.
O Cardeal
3.8 18Para os valores da época Preminger não ultrapassa certos limites morais, o quê não se pode dizer o mesmo das suas abordagens políticas, em muitos momentos ele deixa a igreja de "saia curta", principalmente, quando ele faz colocações sobre os interesses do Vaticano. Pio XII, que era o então Papa do período mostrado no filme, claramente alinhou-se ao "Dulce", o quê quer dizer, indiretamente a Hitler, fechando os olhos às perseguições e aos campos de extermínios. Costa-Gravas, em "Amém" de 2002, não poupa a cúpula da Igreja pela desastrosa posição diante da guerra, vale a pena ser visto.
O Carteiro e o Poeta
4.2 300Um carteiro puro, um poeta comunista no exílio, a paisagem e Beatrice, amalgamados num belíssimo filme. A emoção de entender o mundo das letras faz o carteiro enveredar e descobrir o universo das metáforas: "gravar o som da natureza", "seu sorriso é como um farfalhar de borboletas", "a rede dos pescadores é pobre" ... exemplificam o sentido figurativo das expressões da alma.
Michael Radford garimpou seus protagonistas e dirigiu-os magistralmente neste lindíssimo filme.
O Criado
4.1 54Losey & Bogarde, juntos, dão uma verdadeira aula sobre a deterioração/decadência moral e social na vida de um indivíduo. O filme trata de um personagem de classe média cuja extrema vaidade é explorada por um espertalhão que "atende" todas as suas necessidades pessoais , é exatamente aí que reside a armadilha.
O filme é um dos bons clássicos, dos tempos quando a moralidade regulava e fazia severas críticas sobre o modo de vida das pessoas. Esse tempo passou, já não existe mais. Vivemos tempos de amoralidade plena, com sua decadência implícita.
O Incidente no Nile Hilton
3.5 11A corrupção é uma praga que contamina só o ser humano, principalmente onde a educação é carente, a injustiça social é perene e o governo é o principal foco de disseminação desta doença. O filme é ótimo por mostrar a fundo como o suborno submete o Estado, principalmente o autocrático, ao dinheiro. Ele mostra também de maneira bastante realista a situação degradante da cidade do Cairo, uma mega cidade, a exemplo de São Paulo, totalmente deixada ao "Deus dará".
Neckan
2.4 6O elenco e a direção do filme têm um desempenho tão primário e amador que mesmo com um ótimo roteiro em mãos o resultado seria igualmente péssimo.
O Estado das Coisas
4.1 35 Assista AgoraWenders sempre impecável em suas fotografias. Quer fazer um filme?? Antes assista este.
A Mulher Que Se Foi
4.1 16A narrativa do filme, falada na língua nativa com fortes influências espanhola e inglesa, passa um realismo chocante pela maneira como mostra a vida do povo filipino, a sua miserabilidade, a extrema violência num confuso ambiente urbano, não mostrada mas constantemente citada, a escandalosa distância social entre os raros ricos e o resto do povo, a Igreja mancomunada ao poder e a homossexualidade brutalmente reprimida.
As quase 4 horas de rolagem eu dividi em 4 etapas para não perder nem um momento da vida de Horácia. Há menção de o roteiro basear-se num romance de Tolstoi que em momento algum, para mim, fez qualquer sentido, talvez uma projeção à alguma alusão "moral" do autor russo.
O quê também me chamou a atenção no filme foi forma como os filipinos "andam". Horácia é um exemplo típico, as pernas são jogadas para o lado mantendo o tronco rijo meio inclinado.
Não posso dizer que gostei de ver tanta miséria e injustiça mas, a sua direção e intérpretes merecem serem aplaudidos por suas coragens num país onde seu Presidente Rodrigo Duterte é um violento totalitário beligerante.
O Mágico
4.1 320Tecnicamente perfeito e fidelíssimo aos climas de "Mon Oncle" de Jacques Tati.
O Lutador
4.0 912O filme me deprimiu desde o seu inicio. A figura de Randy é a imagem da total decadência humana, especialidade de Aronofsky, que soma-se à de Cassidy também destruída pela necessidade de subsistir num mundo sórdido. As interpretações são fantástica a ponto de eu detestar o filme e me negar a revê-lo, tal o mal que ele me causou. O filme não merece ser visto.
O Falso Traidor
3.9 6Um clássico, para mim, é sempre "hors concours". Não é apenas avaliar uma estória, a do filme ótima, mas também um cenário de época, Copenhagen e Estocolmo até hoje cidades sem grandes alterações na questão urbana, um ator fantástico como William Holden e, principalmente, a direção impecável George Seaton que me prende por 2 1/2 Hs. sem que eu sentisse o tempo passar. Filme fantástico.
O Amigo da Minha Amiga
4.0 31Éric Rohmer, pseudônimo meio alemão de Jean-Marie Maurice Schérer, na minha opinião, o mais francês de todos os cineastas franceses. Seus filmes são verdadeiros livros falados, com diálogos de uma simplicidade eloquente que conduz-nos à vida corriqueira, do dia a dia, das relações entre pessoas comuns e que passam desapercebidas aos olhares desatentos. Claude Lelouch em "Un homme et une femme" se aproximou bastante desta realidade, que Rohmer tanto insistiu em mostrar em seus filmes através de seus personagens. O entendimento ou o desentendimento entre as pessoas, para ele, tem caráter universal.