Nivaldo Pontel Junior

É admirável como a capacidade criativa humana consegue ir tão distante... Por John Carter eu esperava uma história nada original , com seu mundinho (Marte) que apenas recria o que já foi criado. Entretando, Andrew Stanton usa o que já foi criado apenas como referência e cria um planeta novo riquíssimo, não alheio às constantes que o cercam. E esse é o ponto alto do filme, mesmo que não consiga fugir de breves clichês e do roteiro comum.

Agora entendo por que Dama de Ferro é tão fraco...vindo dessa diretora não era de se esperar muito.
Abba, infelizmente, possui canções extremamente cinematográficas (e muito boas por esse e outros fatores) mas que foram mal aproveitadas ao serem colocadas de forma abrupta e mal estruturada dentro de um narrativa que parece existir apenas para encaixar as musicas no roteiro.
É na tentativa abusada de criar um ritmo eloquente e presente do ínicio ao fim que Phyllida Lloyd erra, principalmente. O musical se torna cansativo, introduzindo, claramente, canções que existem apenas por existir, ou que apenas repetem o que já foi exposto - como quando a personagem de Meryl Streep se mostra tristonha, e suas amigas a animam...passam-se menos de dois minutos de diálogo, e a mulher se mostra triste novamente...lá vem outra musica para anima-la. E não só pela falta de pontualidade, e muitas vezes de coerência ou excesso de canções desncessárias, mas também pela apresentação de cada música, que são todas fraquíssimas, com uma montagem que nem sabe o que faz (além de ser super óbvia, o que ajuda na já acentuada previsibilidade do roteiro). E o roteiro, por sinal, poderia ser resumido à um curta de 20 minutos se não fossem pelas canções que não dizem nada ao falar muito (não por falta de mérito dos compositores, é claro).
Esses são os principais problemas de Mamma Mia, sem contar a direção infantil e formuláica de Lloyd, que constrói uma estrutura tão frágil e que se resolve com tanta facilidade, e, ainda, que perde tanto tempo tentando dar função e espaço para as emoções através de canções que esquece de desenvolver os personagens, por mais que o roteirista se eforçe pra que aconteça o contrário.
Se há algo que presta em Mamma Mia é Meryl Streep e as boas canções de Abba que foram muito bem reinterpretadas pelo elenco do filme. Uma pena que tenham sido muito mal aproveitadas em uma obra que nem ao menos se preocupa em evidenciar que as canções são puramente editadas e manipuladas.

Minhas principais dúvidas: por que o colega deles os atacou? Se em Prometheus nós vemos que o Engenheiro sai da cadeira, quem vemos em Alien? Os Engenheiros criaram os seres humanos/vida na Terra ou o planeta Terra inteiro? Se a criação do universo é um ciclo sem fim, como Elizabeth Shaw comenta no filme (quem criou o ovo para entar surgir a galinha?), por que perder tempo explicando apenas uma parte dele?