Arrastado e entediante, conseguiu ser pior que o Origens kkkkkkkkkkkkk.
Focando excessivamente em lutas insignificantes, acabou virando um filme com uma história genérica sendo apenas uma desculpa para mais brigas, sendo que dessa vez tem uma vilã com um pouco mais de personalidade e que infelizmente tem uma participação muito pequena.
É um dos melhores da franquia, sem dúvida alguma! Inteligente, divertido e empolgante, “X-Men – Primeira Classe” é um recomeço arrebatador para a franquia, com essa mutação se mostrando uma bela evolução para a série. Recomendado.
Mutação é a chave para a evolução. O problema é que nem todas as mutações são exatamente benignas. Quando a franquia “X-Men” migrou para os cinemas, o cineasta Bryan Singer entregou aos fãs e ao público em geral não só duas boas adaptações dos quadrinhos criados por Stan Lee e Jack Kirby, mas dois ótimos filmes. O terceiro capítulo foi capitaneado por Brett Ratner e não foi um longa ruim, mas focou demais em entregar coisas que apenas os fãs desejavam ver. Daí veio “X-Men Origens – Wolverine” e o clima sério que permeava as películas anteriores ficou em segundo plano e o resultado foi aquém do esperado.
Chega agora às telas este “X-Men – Primeira Classe”, com Singer assumindo a posição de produtor e com o talentoso Matthew Vaughn (“Kick-Ass – Quebrando Tudo”) na cadeira de diretor e co-roteirista. Respeitando (ao menos parcialmente) o que foi mostrado na trilogia original e basicamente jogando no limbo a fita-solo do Wolverine, esta nova produção recoloca, de modo surpreendente, os mutantes na linha.
Misturando ficção e fatos históricos, a trama nos conta como, em meio à crise dos mísseis em Cuba em 1962, Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lensherr (Michael Fassbender) vieram a se tornar os rivais Professor X e Magneto. Enquanto o jovem Lensherr não conheceu nada em sua infância além de horrores nas mãos dos nazistas, crescendo com nada além de vingança contra seus algozes em sua mente, Xavier foi criado em um ambiente abastado, podendo explorar seus dons e, a despeito de compreender o preconceito, abraça uma doutrina pacifista.
As jornadas dos dois acabam se cruzando de maneira explosiva enquanto caçam, por motivos distintos, um aristocrata chamado Sebastian Shaw (Kevin Bacon), que deseja começar a Terceira Guerra Mundial com a ajuda de seu Clube do Inferno. Contando com um auxílio instável vindo da CIA, Charles e Erik começam a reunir outros mutantes ao redor do mundo com o objetivo de deter Shaw. No entanto, o modo de pensar dos dois amigos poderá colocá-los em uma rota de colisão.
James McAvoy faz um trabalho excepcional em afastar Xavier da aura de santo que o personagem tinha quando vivido por Patrick Stewart, mostrando-o como um jovem excepcionalmente inteligente e compassivo, mas também muito humano, gostando de se divertir e paquerar, em uma nova e interessante visão do Professor X.
No entanto, o filme é realmente de Michael Fassbender, que transforma o seu Erik na figura mais fascinante da franquia, respeitando o trabalho de Ian McKellen, mas acrescentando um rancor e uma ira que comovem a plateia, nos compadecendo com o sofrimento que este experimenta e tornando compreensível o ódio no coração do futuro Magneto. Impossível não notar o paralelo entre as ações de Erik no começo do filme com as dos Bastardos Inglórios de Quentin Tarantino, principalmente em uma cena em um bar na Argentina.
Mesmo com o destaque dado aos dois principais jogadores da saga, os demais personagens não estão em cena como mero enfeite, cada um exercendo seu papel dentro da narrativa. A indicada ao Oscar Jennifer Lawrence hipnotiza o público com sua Raven, com seu desejo de aceitação sendo algo palpável para o público e sua vontade de se relacionar com alguém que a compreenda sendo fundamental para a mensagem do filme.
O arco de Raven bate de frente com o do jovem Hank McCoy, vivido com intensidade por Nicholas Hoult. Hank nos é apresentado como um jovem brilhante, mas que não se vê como um indivíduo realizado justamente por conta de sua mutação, que lhe passa uma imagem animalesca. O fruto do desejo de normalidade do rapaz não deixa de ser tragicamente irônico.
Outro destaque no elenco é a bela Rose Byrne, como uma intrépida e visionária agente da CIA que age como contato de Charles e Erik com a agência. O ótimo Oliver Platt também participa do longa como um dos aliados de Charles, sendo uma pena que apareça tão pouco.
Do outro lado da cerca, os destaques são obviamente o Sebastian Shaw de Kevin Bacon e sua Rainha Branca, Emma Frost (January Jones). Bacon vive Shaw como um perfeito vilão de James Bond, megalomaníaco, audaz e com uma presença forte. O ator nos dá uma interpretação energética como Shaw, nos mostrando exatamente o sadismo do vilão.
Não foi por acidente que citei o tom meio James Bond mais acima. Filmando o longa nos estúdios da Pinewood, onde os filmes do 007 são gravados, a influência dos filmes da era Connery de Bond é perceptível na nova aventura dos mutantes, principalmente em seu design de produção. A cinematografia de John Mathieson, com exceção da cena inicial, prima por cores mais quentes, combinando com o ambiente proposto pela clima do longa.
No entanto, apesar de não ser um filme desprovido de senso de humor, em nenhum momento a fita tende para o kitsch, sempre levando a si e aos seus personagens a sério, com seu diretor sabendo criar um clima de tensão constante e mostrar na tela o drama daquelas pessoas especiais, sem esquecer de entregar cenas de ação fantásticas, com destaque para a invasão de Erik a uma casamata Soviética e o ataque do Clube do Inferno a uma instalação do governo americano.
Agora, alguns problemas em relação a linha do tempo...
Para quem é fã e acompanha os quadrinhos, os filmes tendem a fazer uma bagunça fenomenal na cronologia e história dos personagens. Tá, eu sei que não dá (nem deve!) 100% das histórias nos quadrinhos, mas que, pelo menos, mantenham uma certa cronologia.
Todos estes filmes: X-Men (1, 2 e 3), X-Men Origins: Wolverine e X-Men: First Class, possuem uma relação entre si, mas os filmes não se importam nem um pouco com a linha temporal.
Vejam só: em Wolverine, o Stryker tinha entre 30 e 40 anos, a Emma Frost era adolecente e era irmã da Kayla Silverfox (que não existe nos quadrinhos). A própria história "Origins", de Wolverine, é completamente diferente (nesse caso eu não acho que houve adaptação, houve uma nova versão, isso sim).
Depois desse Wolverine, vem First Class (que se passa numa época ANTES do filme do Wolverine) onde Emma Frost já é adulta e faz parte do Clube do Inferno. Stryker é um coroa do alto escalão militar dos EUA (e não um cientista). Simplesmente desconsideraram o filme do Wolverine por completo nesse sentido. Aí fica difícil de entender.
Isso sem contar que nenhum dos dois filmes, mostra a história que está nos quadrinhos (nem mesmo First Class). Aí, para quem leu os quadrinhos, é uma confusão maior ainda.
Mas de qualquer forma, ignorando essa bagunça temporal, o filme é muito, muito bom mesmo. Muito bem feito, divertido e flui bem. Todos os atores estão de parabéns e conseguiram entender muito bem a essência dos personagens.
Apesar de ter um roteiro sem vergonha repleto de furos, falhas e conveniências, serve como um bom passatempo.
Sendo o primeiro filme solo do Wolverine, vale a pena ver mais sobre a origem do personagem, além de Hugh Jackman, que é perfeito no papel, e também mostra a primeira aparição em filmes de dois dos mais populares personagens da franquia, Gambit, interpretado por Taylor Kitsch, e Deadpool, feito por Ryan Reynolds.
Em 2000 e 2003, Bryan Singer nos apresentou aos excepcionais X-Men – O Filme e X-Men 2, responsáveis pelo início e fortalecimento não apenas da franquia dos mutantes, mas de todo o ressurgimento do subgênero “filmes de super-heróis”. Entretanto, o diretor não havia assinado contrato algum para permanecer na franquia por determinado tempo e decidiu abandoná-la para realizar Superman: O Retorno. Como substituto, a Fox chamou Brett Ratner, e claro que temores de fãs foram criados. Mas pelo que já foi constatado, certos fãs são quase impossíveis de se agradar e, no fim das contas, este X-Men: O Confronto Final foi o primeiro exemplar da franquia X a dividir opiniões. E para a minha total surpresa, acabei sendo um dos que o aprovaram.
Escrito por Simon Kinberg e Zak Penn a partir da clássica Saga da Fênix Negra (de Chris Claremont e John Byrne) e do excelente arco Superdotados, de Os Surpreendentes X-Men (de Joss Whedon – sim, o diretor de Os Vingadores – e John Cassaday), o roteiro traz como trama principal o surgimento de uma ”cura” para o gene mutante através dos poderes de um menino mantido sob vigilância numa sala fechada localizada em Alcatraz, e tal descoberta acaba tendo uma repercussão extremamente polarizada: enquanto muitos a anseiam, tantos outros se mantêm fortemente opostos à ideia e se sentem ofendidos com ela; e claro que Magneto está deste segundo lado. Paralelamente, Jean Grey ressurge possuída e descontrolada pelo poder da Fênix Negra, com uma personalidade imprevisivelmente perigosa e exibindo seus poderes com maior força e de maneira mais destrutiva.
Ratner se sai bem ao criar as sequências de ação. Sem que jamais sejam jogadas de maneira gratuita e deslocada, as cenas de adrenalina são extremamente bem filmadas, empolgantes e capazes de fazer o espectador torcer por determinado time, além de apresentarem soluções inesperadas e eficazes – com destaque para o chute dado por Wolverine nos genitais de um mutante. Fora isso, os cenários são usados de forma eficiente em tais momentos e os poderes dos mutantes mostram-se funcionais, sendo explorados de maneira farta e interessante nos confrontos. Além de possuírem a carga dramática ideal e o posicionamento adequado no desenvolvimento da narrativa, as cenas de luta têm o tempo de duração correto e jamais transbordam ou deixam a desejar, sendo as melhores ambientadas na casa de Jean Grey, no meio de uma floresta e, claro, em Alcatraz no clímax.
Quanto ao elenco e aos personagens, não há quase nada de novo a se dizer: ainda que Hugh Jackman continue entregando um Wolverine 100% carismático, não deixa de ser um tanto estranho que seu mutante tenha sofrido uma radical amansada em relação ao que foi visto nos filmes anteriores e – principalmente – nos quadrinhos, chorando e deixando suas emoções transparecerem mais facilmente. Enquanto isso, Shawn Ashmore continua ótimo como Bobby Drake e seu personagem, ainda que seja submetido a um ocasional triângulo amoroso vazio e incoerente, continua adorável, ao mesmo tempo em que Ellen Page aproveite seu pouco tempo de tela na pele de Kitty Pryde. Paralelamente, Patrick Stewart e Ian McKellen continuam impecáveis como Charles Xavier e Magneto respectivamente e a rivalidade respeitosa entre os dois continua ilustrada com primor, com ambos ganhando o tratamento necessitado e o tempo de tela conveniente.
Por outro lado, existem personagens subaproveitados aqui: da mesma forma como os primeiros vinte minutos da projeção comprovam que Ciclope foi tratado como um total inútil durante toda a trilogia, Tempestade continua a ”crescer” com cenas onde a heroína desempenha um papel mais significativo, mas não chega a figurar a lista de melhores mutantes vistos nesta produção. E se Daniel Cudmore é confinado a um Colossus sem profundidade e apresentado de forma indiferente perante ao restante dos X-Men (não possuindo um único momento minimamente memorável), Anna Paquin novamente prova-se como uma escolha perfeita para interpretar Vampira e, mesmo com um tempo de tela bem menor (infelizmente), sua abordagem ainda apresenta opções tomadas com motivações críveis. Quanto à Mística… bem, é uma pena o que aconteceu com ela aqui, ao mesmo tempo em que Vinnie Jones jamais consegue transformar seu Fanático em algo além de um mero atrativo moderadamente divertida.
Ainda que Noturno faça falta, Fera apresenta-se extremamente interessante e, assim como o mutante azul de X-Men 2, também é ilustrado com uma estética que contrapõe sua racionalidade. Se Kurt Wagner possuía uma aparência demoníaca sendo profundamente católico, Hank McCoy surge como um diplomata intelectual visualmente ilustrado como um animal agressivo e irracional, além de ainda contar com uma interpretação absolutamente fantástica de Kelsey Grammer, sua voz e olhar. Fora isso, a polidez do personagem torna-se sua grande riqueza e é explorada fartamente – e mesmo mantendo um posicionamento contra a ”cura” mutante, mostra-se incapaz de se sentir maravilhado ao ter uma leve impressão de como seria voltar ao ”normal”. Como se não bastasse, o posicionamento diplomático de Fera é bem contracenado com a agilidade agressiva de suas batalhas, saindo-se surpreendentemente bem ao combater a Irmandade de Mutantes sem deixar seu lado político sair perdendo – tanto que ele até brinca com isso num divertido diálogo com Wolverine durante o clímax.
Entretanto, X-Men 3 têm claros problemas que, somados, tornam-o inferior às duas partes anteriores. É lamentável constatar o fracasso monumental, por exemplo, das figurinistas Judianna Makovsky e Lisa Tomczeszyn ao conceber os visuais dos novos e mais destacados membros da Irmandade, tornando-os esteticamente embaraçosos e impedindo que qualquer seriedade possa ser exibida pelos personagens. E ainda que seja tecnicamente superior aos antecessores, o uso constante de cabos continua sendo irritantemente notável e poucas vezes temos a impressão de que os mutantes, de fato, voam ou planam, tirando parte da imersão do espectador. Também não deixa de ser levemente incômodo que o roteiro, ainda que com seus grandiosos e apreciáveis acertos, traga alguns diálogos excessivamente expositivos e óbvios, fazendo com que a produção torne-se excessivamente cartunesca em certos momentos mesmo para um filme baseado em HQs de super-heróis. Para completar, a trilha sonora de John Powell revela-se inexpressiva e pouco original, chegando até mesmo a imitar descaradamente alguns trechos das composições de John Williams realizou para Superman.
De modo geral, X-Men: O Confronto Final é realmente o mais falho da série, mas ainda é digno de admiração e o número de qualidades supera monstruosamente o de defeitos. Contando com um ritmo competente e uma montagem que privilegia a agilidade da narrativa, este terceiro capítulo da saga dos mutantes é uma experiência agradável e divertida, não devendo aos antecessores em absolutamente nada como entretenimento. É uma pena que a maior parte do público e da crítica tenha rejeitado esta película, pois, graças às qualidades mencionadas ao longo do texto, trata-se de um filme de super-herói tristemente subestimado.
Depois que o excelente X-Men: O Filme revelou-se um enorme sucesso (tanto em questões comerciais quanto no que diz respeito à aceitação do público e da crítica) e abriu portas para que o subgênero “filmes de super-heróis” ressurgisse com força total, ficou evidente que a trama iniciada lá em 2000 seria continuada. Com isso, o diretor Bryan Singer e todo o elenco do filme original retornaram para a sequência. E felizmente, os resultados desta empreitada não poderiam ter sido melhores: em vez de se limitar a repetir o que já havia sido feito anteriormente, X-Men 2 segue apostando de maneira eficaz em metáforas para a intolerância contra minorias e ainda entrega sequências de ação superiores àquelas vistas três anos antes, se consolidando como o melhor exemplar da franquia dos mutantes.
Novamente contando com David Hayter e desta vez também com Michael Dougherty e Dan Harris a partir do argumento de Singer e de Zak Penn, o roteiro se inspira na ótima HQ Deus Ama, o Homem Mata, de Chris Claremont e Brent Anderson, e inicia-se logo após os eventos do filme anterior. Ao mesmo tempo em que Logan decide voltar à mansão de Charles Xavier após ter saído em busca de suas origens, Magneto acaba não resistindo aos métodos persuasivos do General William Stryker e revela a localização da Escola para Jovens Superdotados. Decidido a usar a tecnologia do Cérebro para localizar todos os mutantes do mundo e aniquilá-los, o militar cria uma situação que obriga os X-Men a se aliarem a Magneto e Mística para impedir a execução de tal plano, ao mesmo tempo em que se descobre que Stryker possui uma forte ligação com o nebuloso passado de Wolverine.
Assim como ocorria no primeiro filme, X-Men 2 possui como grande qualidade a seriedade e maturidade com que trata não só o material original como sua própria condição como obra cinematográfica, independente das décadas de quadrinhos que vieram antes. Tanto o diretor quanto os roteiristas tratam o projeto com a mesma dedicação que tantos artistas exibiram em diversas HQs dos mutantes, fazendo – novamente – com que o longa traga comentários e forme opiniões a respeito de temas como racismo, homofobia, intolerância ideológica, xenofobia e etc. Sem dúvida alguma, uma das melhores sequências do filme é aquela em que Bobby Drake dramaticamente revela à família que é um mutante, apresentada claramente como uma alusão às chamas ”saídas de armário” de adolescentes homossexuais. Essa densidade ética é o que torna a cinessérie X-Men tão fantástica e realista ainda que traga personagens que controlam mentes, manipulam metais e conseguem se teletransportador – afinal, pensemos bem: quantas outras franquias protagonizadas por super-heróis no Cinema se dispuseram a realizar este tipo de discurso.
De todo modo, a densidade temática de X-Men 2 jamais dilui os méritos das esperadas sequências de ação, que desta vez são melhores e mais frequentes graças à expansão do orçamento. Entregando confrontos infinitamente superiores aos vistos no filme passado, Bryan Singer mostra-se hábil ao explorar ao máximo os poderes dos personagens e usá-los em prol da ação de modo funcional. Das cenas de luta, destacam-se três que se mantêm inesquecíveis e capazes de empolgar permanentemente: a inicial, ambientada na Casa Branca; uma em que Wolverine finalmente demonstra sua agressividade ao confrontar militares; e o violento combate entre o baixinho e Lady Letal (ótima, por sinal).
Enquanto isso, todo o elenco continua soberbo: Patrick Stewart e Ian McKellen continuam perfeitos como Charles Xavier e Magneto respectivamente, ilustrando devidamente a natureza dos personagens, compartilhando uma relação intrigante e convincente na qual a discordância radical nunca faz com que o respeito entre os dois deixe de ser preservado. Paralelamente, Hugh Jackman mostra-se novamente uma escolha acertadíssima para interpretar Wolverine, exercendo um carisma singular e que funciona como contraponto à agressividade do anti-herói – de modo similar, o roteiro sai-se bem ao investir no passado misterioso do X-Man, tornando-o, consequentemente, ainda mais interessante. Por sua vez, Halle Berry ressurge bem mais à vontade como Tempestade, ao passo que Anna Paquin entrega uma Vampira mais acostumada com suas condições e com um peso dramático bem menor. E, se a decisão de apresentar ganchos para uma adaptação da magistral Saga da Fênix Negra ao mostrar Jean Grey sofrendo drásticas consequências após a batalha na Estátua da Liberdade é certeira, não deixa de ser uma pena que Ciclope continue sendo um total inútil dentro do supergrupo e que sua liderança dos quadrinhos seja praticamente nula.
No entanto, por mais que Pyro apresente uma ambiguidade que torna convincente o seu flerte com a ideologia de Magneto, não há dúvidas de que o grande destaque desta continuação é mesmo Noturno, o mutante capaz de se teletransportar: interpretado de maneira fascinante por Alan Cumming, Kurt Wagner (identidade civil do personagem) é um sujeito extremamente religioso que faz questão de rezar em todos os momentos de dificuldade pessoal e de se punir sempre que comete algum pecado – o que ajuda a conquistar a simpatia do espectador, aliando-se à sua gentileza e ao seu tom ocasionalmente cômico. Para completar, desta vez temos um antagonista que pode ser chamado de vilão sem reservas, ainda que tenha seus propósitos. Sem cair em estereótipos, o General William Striker possui motivações bem mais pessoais e profundas para seus atos e não se concentra em planos megalomaníacos como dominar o mundo, contando ainda com uma excelente performance de Brian Cox (dono de um dos melhores ”sorrisos maus” que já vi).
Dotado de ritmo e agilidade, X-Men 2 é capaz também de encontrar coerentes e surpreendentes para algumas situações armadas pelo roteiro – como a fuga de Magneto da prisão. E isso sem contar a incrível facilidade com a qual o longa acomoda diálogos afiados e excepcionais sequências, duas características que tornam a película agradável tanto para os mais velhos quanto para os mais novos e ajudam a consolidá-la como um dos melhores filmes de super-heróis já concebidos.
Um filme histórico. Uma obra-prima que transcende seu gênero, é muito mais que um filme de super-herói, e certamente muito mais que um filme comercial qualquer que tanto vemos. X-Men foi a grande largada, de repente, tudo era possível, horizontes infinitos para um tipo de cinema que até então parecia impossível.
Foi um marco nos filmes de super-heróis adaptados das HQ, e seu sucesso abriu espaço para o surgimento de outras franquias de super-heróis. Ótimas cenas de ação, e um ótimo elenco, escolhidos a dedo para os papéis, Hugh Jackman nasceu para ser o Wolverine, da mesma forma que Robert Downey Jr. nasceu para ser o Tony Stark, é impossível imaginar outro no lugar.
Um filme maravilhoso esteticamente e em sua premissa, aborda questões filosóficas de forma delicada enquanto nos entretém com um espetáculo visual e uma narrativa envolvente e dinâmica, além de seu trabalho incrível no desenvolvimento de personagens cativantes.
Inteiramente em stop-motion e brilhantemente dirigido por Wes Anderson, O Fantástico Sr. Raposo, tem um roteiro de estrutura simples, porém marcante. O longa é inspirado no conto do britânico Roald Dahl — mesmo autor de Charlie e a Fábrica de Chocolate.
Repleta de cores e detalhes meticulosamente produzidos, cada cena faz com que o telespectador mergulhe na história e tenha uma experiência única sobre a singularidade da vida. Um destes momentos é o efeito de vento na pelagem dos animais e todas as diversas expressões tão bem definidas.
O filme conta a história de ninguém menos que os peculiares Sr. e Sra. Raposo. Os dois vivem a vida roubando aves de fazendas, até que a chegada de um filho põe fim às aventuras do casal. Em um salto temporal, a família decide se mudar para uma casa maior que fica localizada em frente às fazendas de três grandes produtores rurais: Boggis, Bunce e Bean. Por instinto próprio de animal que é, o Raposo decide bolar um gran finale e roubar as galinhas, os gansos e as cidras de maçã dos três fazendeiros. Toda a trama da animação se desenrola nos conflitos e nas consequências dos atos do Sr. Raposo.
Apesar de ser baseado em um livro para crianças, reduzir a obra a apenas um “desenho animado” é extremamente injusto para o resultado que ela alcança. A produção, inclusive, rendeu ao diretor duas indicações ao Oscar de 2009, nas categorias “Melhor Trilha Sonora Original” e “Melhor Animação”.
O longa torna-se ainda mais cativante com a participação dos demais personagens envolvidos na trama. O absurdo de algumas situações geram momentos de quebra de expectativa, que impregnam a narrativa com um humor sagaz, e deixam o telespectador sempre com um sorriso no rosto.
Composto por uma paleta amarela de tons pastéis, muita simetria, cenários cheios de detalhes e uma excelente trilha sonora, Wes Anderson triunfa mais uma vez. A história segue um ritmo frenético, desde as falas rápidas das personagens, até as transições de um cenário para outro. O filme conta ainda com ótimos efeitos visuais que trazem perfeição aos temas da luta contra a própria natureza, a tentação, adrenalina e responsabilidade presentes na vida do Raposo.
Uma das coisas mais intrigantes no longa é que, ao mesmo tempo que possui um aspecto por vezes infantil e cômico, também apresenta uma marcante mensagem ao expor o quão fundamental é o autoconhecimento em relação à própria natureza de cada um. Por mais que tentem se desapegar da primitividade, os animais, principalmente o Sr. Raposo, se veem em constante dualidade entre sua metade antropomórfica e sua metade animal.
O enredo mostra, durante todo o filme, o medo de amadurecer da raposa, enquanto um ser selvagem e de certa forma “fantástico” — por sua singularidade comportamental — para um ser civilizado dentro dos padrões sociais.
A busca da afirmação de identidade presente no filme vai além do Raposo somente. Como é o caso do seu filho, Ash, que tem problemas em se relacionar com outros e, principalmente, com o pai. A chegada do primo, Kristofferson, perfeito em tudo que faz, desperta o ciúme e a inveja de Ash, que quer ser o favorito. No entanto, é interessante notar que os personagens acabam percebendo a similaridade entre si e notam que são mais próximos do que eles gostariam de assumir.
Mas, é claro, o Sr. Raposo é o mais complexo de todos e a representação de algumas personagens são voltadas inteiramente à compreensão de quem ele é. A personalidade da Sra. Raposo espelha responsabilidade e disciplinariedade, nos moldes do que a sociedade exige. Diferentemente de Kyle, o melhor amigo, que acaba se tornando o “escape” para a natureza selvagem e instiga os velhos hábitos do animal.
Por inúmeras vezes, ao longo do filme, o “fantástico” Sr. Raposo se mostrou com fobia de lobos. Porém, ao fim da trama, ele fica frente a frente com a criatura que mais teme. Em vez de fugir, como imaginamos que ele faria, o Raposo para e tenta dialogar com o lobo à distância — em inglês, em francês e até mesmo em latim — mas o animal não o compreende, justamente pela selvageria do seu ser. É em um gesto marcante— o levantar de um punho fechado — onde a relação entre o lobo e o a raposa se concretiza.
A cena simples e profundamente simbólica mostra aquilo que o filme inteiro deixa imposto: o reconhecimento de sua porção de liberdade. Em um lado temos o lobo, sem roupas, solto na natureza (representado na tela pela coloração branca ao seu redor, sujeitando-o ao inverno); do outro temos a raposa, trajada, com seu filho, sobrinho e amigo andando em uma lambreta (em um ambiente amarelo quente, como o verão) mostrando a diferença e a impossibilidade de ambas personalidades coexistirem.
Resumindo em uma única palavra, O Fantástico Sr. Raposo é exatamente o que o nome supõe: fantástico. Um deleite visual, tanto na fotografia quanto na narrativa, que merece ser visto, revisto e aplaudido.
Até tem uma trama interessante que tinha potencial, mas após um bom começo desanda com um clímax fraco e decepcionante. Possui momentos legais e suspense, mas faltou algo mais impactante no fim.
Em 2014, ‘Amizade Desfeita’ chegou aos cinemas e, apesar dos inúmeros deslizes e convencionalismos narrativos, trouxe uma nova perspectiva para o found footage ao abrir espaço para o subgênero screenlife – em que a narrativa se passa em telas de aparelhos tecnológicos. Além da nova configuração, a investida sobrenatural provou ser contundente com a premissa e a mensagem, ainda mais com atuações dignas de nota. Logo, era só questão de tempo até que uma continuação ganhasse forma, chegando às telonas como ‘Amizade Desfeita 2: Dark Web’ em 2018. Porém, ficou claro que mante o ritmo de espíritos vingativos não daria certo, fazendo-se necessária uma reformulação que, eventualmente, não deu muito certo.
Stephen Susco assumiu o cargo de direção e roteiro, substituindo o novato Leo Gabriadze, e optou por uma abordagem mais realista, por assim dizer. A escolha é compreensível, mas o tira da zona de conforto, visto que foi responsável pelo roteiro de ‘O Grito’ e o reboot de ‘O Massacre da Serra Elétrica’, fazendo seu nome ainda que não abusando de todo o potencial. Talvez encarar os perigos da internet e das múltiplas mídias sociais em um respaldo tangível fosse uma boa ideia na prática; entretanto, nas telas, as coisas ficaram perdidas e não tiveram o mesmo resultado que o original, utilizando de momentos forçados e ocasionais demais para criarem qualquer tipo de relação com o público. Nem mesmo a estética parece correta, como se houvesse lacunas e finais pouco elaborados, subestimando até mesmo a nossa capacidade de compreensão.
A história não parte de uma ideia de vingança do além-mundo; aqui, um jovem estudante de T.I./hacker amador chamado Matias (Colin Woodell) encontra um laptop e o leva para casa sem saber os terríveis segredos que o objeto esconde. Mais uma vez, ele se conecta através do Skype com outros cinco amigos e sua namorada surda-muda Amaya (Stephanie Nogueras), com a qual tenta reconciliar as coisas após desentendimentos que não ficam claros em momento algum. Durante o monótono primeiro ato, Matias acaba logando nas contas previamente utilizadas e descobre segredos terríveis que envolvem monitoramento ilegal de inúmeras pessoas do mundo. Logo depois, percebe que o antigo dono do aparelho é uma figura muito sombria que responde pelo apelido de Charon IV, fazendo alusão a Caronte, barqueiro do mundo dos mortos da mitologia grega. Ele, por sua vez, faz parte de um grupo de compartilhamento de sombrios vídeos que vão desde cárcere e sequestro até tortura de jovens garotas.
O panorama é interessante, mas Susco parece não saber o que fazer com o material. Até meados da segunda parte, Matias conta a seus amigos o que descobriu e todos ficam atônitos com o que é chamado de dark web, uma espécie de deep web compartilhada por milhares de usuários criminosos e que são responsáveis pelo desaparecimento e pela morte de várias pessoas. E é claro que, mergulhando mais fundo nesse assombroso meio, ele acaba ameaçando a vida de cada um de seus colegas online. O problema é que isso acontece tarde demais e se desenrola numa rapidez incômoda que vale por cenas pontuais e por um final interessante, por falta de outro adjetivo que faça jus ao que realmente representa.
Em determinado momento, os outros Charons tomam conta da conversa e dizem que querem brincar. A princípio, o diretor pensa em retornar para o jogo de verdade e desafio mortal do primeiro filme, mas logo mostra que não sabe exatamente o que deseja: afinal, não há escolhas a serem feitas, exceto por uma sequência pífia em que uma das personagens, Serena (Rebecca Rittenhouse), deve decidir entre sua noiva e sua mãe. Eventualmente, as duas morrem, uma empurrada por um dos membros da seita nos trilhos do metrô, e outra com os aparelhos do hospital desligados com apenas um clique. Entretanto, a ação existe; a reação se perde em meio a um melodrama existencial desnecessário que nos faz desejar que todo o nosso sofrimento acabe com a chegada dos créditos. Não há motivo para nada daquilo acontecer, e a realidade buscada pela obra se perde em tentativas de entregar mais do que consegue.
Apesar da presunção desmedida, uma construção em especial tira nosso fôlego: como forma de mostrar que eles não estão para brincadeiras, arquitetam uma falsa declaração de terrorismo utilizando uma montagem vocal de AJ (Connor Del Rio), dando a entender que ele explodiria um shopping. Segundos depois da revelação, um grupo especializado de policiais invade a casa e, ouvindo os tiros manipulados pelo próprio clã da dark web, tira a vida dele sem pensar duas vezes. Esse é uma das poucas cenas que merecem ser aplaudidas, tanto pela construção quanto pela montagem em plano sequência, deixando claro as parcas intenções de Susco em criar a atmosfera e se preocupar com a trama.
Eventualmente essa minúcia é varrida para debaixo do tapete, como se nunca tivesse existido. No geral, o longa se mostra mais preocupado com os jump scares – que, em sua totalidade, quase nunca funcionam – e uma resolução sem nexo e desprovida de qualquer funcionalidade emocional. O romance entre Amaya e Matias sofre de falta de química e praticidade para a continuidade narrativa, diferente do enlace tragiromântico do predecessor, que realmente foi desenvolvida desde o começo. Portanto, é quase lógico que o fim do terceiro ato cause nada além de uma inegável insatisfação.
‘Amizade Desfeita 2’ não pode ser chamado de desserviço cinematográfico, mas definitivamente poderia ter aproveitado a nova era do found footage e criado algo novo e envolvente ao invés de se deixar levar pela presunção e pela falta de foco. Era melhor que as coisas tivessem permanecido com Laura Barns. Ao menos tudo teria sido levado para a cova junto com ela.
Bem fraquinho, esperava mais. O filme foi todo gravado a partir de uma tela de computador, deixando um pouco cansativo e chato de se ver, seu roteiro é bem fraco, atuações medianas e o desfecho não tem impacto nenhum.
Amizade Desfeita tem uma premissa interessante, mas simplesmente não a usa bem. A ideia de usar o cyberbullying pra criar um filme de terror onde a vítima retorna é, em minha opinião, boa se usada de maneira correta. Ela pode ser usada de maneira clichê, de maneira fraca ou ruim (como nesse filme) ou de uma forma ótima.
E o filme não passa tensão alguma, e sendo até previsível.
E tem algumas coisas que não fazem sentido algum...
A onipresença do espírito era realmente estranha. Eu não entendi como funcionava aquilo. Outra coisa que me incomodou foi a maneira de matar os outros. Realmente era forçada e esquisita.
Além disso, o espírito não matou a protagonista só por ser sua "amiguinha", sendo que esta foi aquela que começou tudo que fez a espírito matar os outros. Achei isso ridículo.
A produção é bem simples de baixo orçamento, mas muito competente e funcional. O roteiro aborda um tema intrigante, pois hoje em dia todos nós estamos constantemente conectados a internet através de notebooks, celulares e demais aparelhos o tempo todo, mas enquanto nós olhamos para nossas telas, quem está olhando de volta?
Ratter é um filme muito bom que funciona muito mais como um terror psicológico, então não espere nada muito violento. O grande destaque da trama é a crescente sensação de insegurança, a história me prendeu do início a fim, fez me importar com a protagonista.
Uma sacada bem legal desse roteiro é que te faz você ficar querendo saber quem é o tal stalker, será o ex da Emma, o Michael ou nenhum deles?
Já o ritmo não é dos melhores, mesmo sendo um filme curto, como o plot é bem simples da impressão que demora muito até acontecer alguma coisa séria.
Outro ponto forte é a atuação de Ashley Benson como Emma, ela carrega o filme e mandou muito bem.
Enfim, no geral temos esse thriller psicológico interessante, obra simples com uma premissa intrigante e atual. Certamente não é pra todos, muitos vão achar ele parado, outros podem odiar o final e etc, cada um sabe o seu gosto. Vale a conferida.
É ruim? Sem dúvida, as atuações são vergonhosas, história clichê que não empolga e o máximo que dá pra gostar é do protagonista que é um puta cara bonito, isso não dá pra negar. Mas se desligar totalmente o cérebro, não ter absolutamente nada pra fazer, e gostar do gênero de corrida, estaria mentindo se falasse que não dá pra assistir, pois dá sim.
Típico filme genérico da The Asylum que é tão ruim, mas tão ruim que chega a ficar bom HAHAHAH.
Em A Era do Gelo, co-dirigido pelo diretor brasileiro Carlos Saldanha, fomos apresentados a um dos personagens mais cativantes das animações modernas, Scrat, um esquilo pré-histórico o qual tinha apenas um objetivo: conseguir salvar sua noz. Suas aparições duravam não mais que 5 minutos e já valiam o filme inteiro. O enredo de O Que Será de Nozes se assemelha muito ao que ocorre com Scrat, porém não com o mesmo carisma, brilho e cuidado.
Uma comunidade de esquilos se vê de mão atadas após perceber que não haverá comida suficiente para sobreviver ao inverno. Em um esforço para resolver essa situação, Max acaba por destruir toda a reserva de suprimentos. Sem outras alternativas, o líder Raccon o expulsa do grupo. Em sua busca para se adaptar ao novo mundo fora do parque, ele se depara com uma loja que pode salvar o inverno de todos, pois está repleta de nozes. Junto com seus amigos, Max bola um plano para transportar os alimentos para a reserva, porém seus planos são constantemente frustrados pelos donos do estabelecimento.
A despeito da série de tentativas de tornar os personagens carismáticos – seja pelas piadas, seja pelas suas histórias – a produção falha miseravelmente no principal quesito a que se propõe: o entretenimento. Enquanto, Scrat em menos de dez minutos cativava e divertia a públicos de todas as idades, o elenco de O que Será de Nozes não consegue nem agradar aos mais infantis em uma longa inteiro. É simplesmente chato e não desperta o interesse de acompanhar a saga dos protagonistas.
Para piorar ainda mais a situação – se já não bastasse a péssima construção narrativa -, a animação investe em uma trilha sonora bem duvidosa. Aqui me refiro especificamente ao uso (sem nenhum sentido, diga-se de passagem) da música Gangman Style do Psy, que poderia ter funcionado a anos atrás, quando ainda existia graça.
Entretanto, um aspecto que, sem dúvida, chama atenção é a construção dos cenários que, a despeito de serem simples e minimalistas na maioria da projeção, conseguem passar muito bem todo o clima do parque e do outono. Junto com isso, há o emprego do 3D que ajuda a ressaltar a beleza dessas locações, mas que, infelizmente, não acrescenta muito ao desenvolvimento da narrativa.
Cumprindo a péssima impressão que a tradução brasileira já passa, O Que Será de Nozes não consegue sustentar a história a que se propõe; os personagens não são carismáticos; os conflitos pouco importam e, para finalizar com chave de outro, todo o roteiro (que mesmo retratado em 85 minutos) é inchado com cenas de ação e dança desnecessárias.
Que espetáculo de produção! Que fidelidade ao desenho, que elenco, fotografia, direção, coreografia, enfim, é uma das melhores adaptações que já vi! É lindo, descontraído, divertido, que final digno de um original "conto de fadas", ator formidável, cumpre bem o personagem Aladdin, parabéns Disney, realmente aqui mandou muito bem.
Única coisa que deixa a desejar é o ator que interpreta o Jafar, definitivamente não combinou com o papel. Nem digo no sentido de atuação, mas a sua pessoa não combina com o personagem sério, amedrontador e com aquela autoridade que tem nas animações. Dois atores muito melhores que seriam perfeitos para encarnar o Jafar seria Ben Kingsley ou Oded Fehr, ai sim o elenco seria 100% perfeito.
A parte do Oráculo é completamente cagada e decepcionante. Primeiro de tudo, de onde veio esse negócio????????? De onde veio esse Oráculo??? Alguém aleatoriamente deu de presente pra Jasmine?? Um dos objetos mais poderosos do universo? Simplesmente NÃO EXISTE EXPLICAÇÃO ALGUMA da origem disso, o que é um absurdo de patético.
E também sei lá como o Cassim sabia que estaria ali. É bizarro que ignoram completamente a explicação disso.
O Gênio ate pergunta pra Jasmine: "Amiga, quem te deu esse presentinho?", mas simplesmente não investigam nada pra saber. E sobre o limite de 1 pergunta, é uma coisa simples e fácil de resolver, pq eles não usam outras pessoas pra perguntar? Ali no palácio, ou mesmo algum cidadão comum. Pega meia duzia de caras ali na cidade e fala: "Vc vai ficar de frente pra esse cetro e ler o que esta escrito nesse papel, e em troca vai ganhar X moedas de ouro", e pronto, podem perguntar e saber tudo o que quiser!
Não basta tudo isso, o roteiro ainda consegue piorar ainda mais a situação; em determinado momento, Aladdin vai resgatar o pai dele que até então ele achava estar preso com os 40 ladrões, que era uma vítima, e o que ele faz? Isso mesmo, vai ELE, O TAPETE, O IAGO E O ABU PARA IR EM UMA MISSÃO PERIGOSA QUE NÃO SABE O QUE VAI ENCONTRAR PELA FRENTE. MERMÃO???????? VOCÊ É LOUCO O QUE???? O cara tem simplesmente um dos seres mais poderosos de todo o universo, até arrisco dizer que seja o SER MAIS PODEROSO DO UNIVERSO, um ser onipotente que pode fazer o que quiser, quando quiser e da forma que quer, que é o Gênio, e deixa ele fazendo obra em casa.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk?
PELO AMOR DE DEUS??? O GÊNIO FICOU NO PALÁCIO FAZENDO REFORMA???? Irmão, é só ele literalmente estalar os dedos e o palácio inteiro tá de pé, e o filme mete essa conversa fiada mesmo???????????
Poderia falar que o Gênio tava resfriado que eu acreditava, mas isso que fizeram não dá pra engolir de forma alguma.
Assistir "O Retorno de Jafar" logo após assistir "Aladdin" é uma experiência decepcionante.
O filme não mantém a qualidade visual do filme anterior, como sempre a Disney tem esse costume lamentável em suas continuações. Além disso, o foco da narrativa não é mais Aladdin, mas Iago (o papagaio de Jafar) e insistem em uma transformação em um personagem "bonzinho".
A realidade é que fizeram esse filme apenas para servir como episódio piloto para a série animada que veio logo depois.
Enfim, não é totalmente horrível, mas é uma animação que deixa a desejar. História chata e muito mais infantilizada, personagens descaracterizados, nem sequer o Gênio da lâmpada que é tão legal e divertido consegue salvar, mas o pior de tudo é o próprio Jafar, um vilão sensacional e amedrontador com muito potencial, mas desperdiçado por bobices.
Uma animação simpática, rápida, e memorável. Bem dirigida e pontual, com excelentes canções e personagens, além de um grande vilão, e um dos personagens mais divertidos da Disney, O Gênio!
Traz uma bela reflexão sobre como nunca devemos nos conter em sermos apenas aquilo que os outros acham de nós, o enredo nos mostra que podemos ser bem mais do que isso e de um jeito totalmente tocante e convincente.
Fruto de eras passadas, animação da Disney é uma obra essencialmente única.
Uma obra sempre é concebida dentro de um contexto espaço-temporal específico. Mesmo que não dependa de vieses culturais contemporâneos para ser compreendida, seus realizadores trabalham com místicas, interpretações e a partir de pontos de vista de seu tempo. Assim, “Aladdin” é um excelente fruto de seu tempo e local, mesmo que sua história se passe em terras e épocas longínquas, tornando mais difícil compreender – ou repetir – seus êxitos tanto tempo depois de seu lançamento.
O longa conta a história do rapaz-título, um jovem pobre que vive nas ruas de Agrabah com seu macaco e depende de pequenos furtos para sobreviver. Manipulado pelo feiticeiro Jafar, Aladdin acaba encontrando uma lâmpada mágica, a qual liberta um Gênio disposto a realizar (quase) todos os seus desejos.
As limitações impostas pelo Gênio a Aladdin estabelecem as próprias diretrizes temáticas do filme: o rapaz poderia pedir qualquer coisa, exceto matar alguém, fazer com que uma pessoa se apaixone ou trazer um morto de volta à vida. Estas regras norteiam o filme: a impossibilidade de matar pessoas ajuda a abalizar quaisquer dúvidas que Aladdin possa ter em relação a dar cabo de Jafar quando este lhe dá motivo (até porque esta ainda é uma película infantil).
A impossibilidade de fazer com que Jasmine se apaixone por ele guia o filme pelos descaminhos de Aladdin para conquistar o amor da princesa. Nesta busca, “Aladdin” encontra sua principal mensagem: sua identidade é mais importante e não pode ser afirmada por suas riquezas. Se para o ex-ladrão agora é fácil “ter”, o “ser” vai demandar que o herói se lance em sua jornada.
A terceira regra aponta para mais uma forte qualidade do filme. Ao propor um protagonista que rouba para não passar fome com seu macaquinho, a Disney deu um passo de crueza e pés-no-chão para seu filme fantasioso. Impedir que mortos ressuscitem reafirma isso: aqui, os riscos são reais.
Isto gera uma expectativa permanente no público sobre o que se dará a seguir – perspectiva a qual é ilustrada com a belíssima paleta de cores desérticas escolhidas para o filme. Entre areias pastéis e céus muito azuis, a intensidade das cores de “Aladdin” se torna um espetáculo à parte principalmente nos momentos que o Gênio entra em suas demonstrações de poder.
Todos estes elementos foram combinados em um pano de fundo cultural fantasioso, num período difícil de identificar. A aparência por vezes cartunesca da animação faz com que isto vire em favor do público em vez de afastá-lo: o absurdo é mais aceitável quando se admite desta forma. Largamente aceito na renascença das animações da década de 1990, este aspecto estético do longa é essencial para que ele funcione com seus públicos.
A ideia de um mundo árabe místico e desconhecido é desvelada ao longo de 90 minutos e o público ocidental, afastado deste contexto, dispõe-se a receber as novidades que a animação tem a dar, de forma que o filme se torna o equivalente a uma viagem de tapete voador de uma hora e meia. É por isso que, sendo uma obra fruto de um distanciamento regional e cronológico em seu lançamento em 1992, “Aladdin” ainda permanece como um dos grandes pináculos das animações, inimitável e singular por definição.
Bom filme com um humor na dose certa que funciona muito bem, sem ficar forçado ou pastelão. Martin Lawrence está excelente, sem dúvida alguma a década de 90 foi o auge de sua carreira.
Animação sensacional que proporciona excelentes reflexões sobre a vida e a morte.
A animação é linda, mescla cores sóbrias e frias com cores vivas e neons. O traçado, o som e a arte final são de extrema qualidade e mantém a narrativa típica dos filmes europeus.
Critica também a dificuldade de aproximação entre os membros de uma família, que dividem a mesma casa, mas não compartilham seus sentimentos. Um filme irônico e encantador.
Le Magasin des suicides é um filme de origem francesa, criado em 2012 por Patrice Leconte, que traz inicialmente um cenário mórbido em que uma crise econômica deixa inúmeros desempregados e tira a vontade das pessoas viverem. Isso resulta em uma epidemia de suicídios e músicas melancólicas, com os membros da família Tuvache sendo os únicos que se beneficiam com esse momento de escuridão por possuírem uma loja de artigos para os clientes colocarem fim às próprias vidas. Porém, quando Luccrece Tuvache dá a luz ao seu terceiro filho, uma criança extremamente feliz, tudo começa a mudar na vida dessa família de personagens apáticos. O menino cresce como um componente estranho em seu lar, mas não deixa que acabem com sua personalidade alegre e não compreende o porquê de tanta infelicidade, tentando sempre deixar as pessoas ao seu redor felizes e contagiando todos com seu jeito esperançoso.
A obra mostra uma maneira incisiva, mas descontraída, de tratar temas pesados como a solidão, a depressão, a agonia e a morte. Consegue ilustrar perfeitamente o dilema vivido por cada um dos suicidas, o medo da morte e o desejo de acabar com toda a angústia que os cerca. O cenário e os personagens se unem em cores frias, temas sombrios, uma representação constante da falta de vida, o que faz com que o espectador sinta parte da agonia ali representada e expõe a necessidade de reflexão que o enredo traz com maestria. O que está acontecendo com o mundo de hoje para que tenhamos nos perdido tão facilmente em nossos lamentos? Estamos focados demais em coisas superficiais e perdendo nossas vidas?
O objetivo de crítica social com humor que desafia o politicamente correto é cumprido, prendendo a atenção do público, de forma muito simples, assim como os gráficos de desenho. É um filme que vale a pena ser assistido pela conquista de um olhar empático do público sobre o sofrimento dos personagens, pelas cenas musicais que acompanham a tensão e passam mensagens claras, mas, principalmente, pelo conjunto envolvente de elementos que nos apresenta ao longo da trama.
Lançado dois anos após o filme original, O Dentista 2 é uma peça rara entre as continuações de filmes de terror B, principalmente se assistido logo após o original. Fica claro que o objetivo dos realizadores era, de fato, continuar a história, e não apenas faturar em cima do primeiro filme.
Corbin Bernsen está de volta como o sádico dentista Alan Feinstone, que consegue fugir do hospício onde fora internado ao fim do primeiro filme. Ele chega à pequena cidade interiorana de Paradise, onde pretende se estabelecer com o nome falso de Larry Caine e esquecer os crimes que cometeu no passado.
Mas as coisas começam a dar errado quando ele se mete em uma rixa com o dentista local, o Dr. Burns. Durante uma briga, Burns acaba caindo de uma escada e morrendo. Todos tomam a morte como um acidente, e Feinstone se torna o novo dentista da cidade.
Tudo parece bem a princípio. Feinstone/Caine é cuidadoso com os pacientes e consegue controlar seus impulsos assassinos. Ele também se envolve com a bela Jamie, e parece ter um bom futuro na sua nova vida em Paradise.
Mas essa perfeição é ameaçada pelo passado de Feinstone. Sua esposa Brooke, que teve a língua e todos os dentes arrancados no primeiro filme, está de volta, e quer sua vingança. E em segundo lugar, Feinstone volta às suas antigas práticas sádicas. Primeiro ele tortura um viajante, mais tarde, numa cena agonizante, ele tortura a pobre Bev Trotter, uma funcionária do banco local que começa a desconfiar de sua verdadeira identidade.
Assim como no filme original, pessoas com medo da broca de dentista irão se contorcer na poltrona. Há inúmeras cenas fortes, mas a tortura de Bev é a mais difícil de assistir, principalmente por se tratar de uma personagem bastante simpática.
Alguns detalhes infelizmente acabam ficando meio soltos, como a vingança de Brooke, que é muito bem planejada em todas as etapas, menos na execução final. Já o romance entre Feinstone e Jamie é bem explorado, e é curiosa a forma como torcemos para que dê tudo certo para os dois, mesmo sabendo que o dentista é um assassino cruel que deve pagar por seus crimes. Mérito da fantástica interpretação de Corbin Bersen, que parece ter nascido para o papel.
Como dito no início do texto, O Dentista 2 continua de forma coesa a trama do primeiro. Mas ao invés de abrir espaço para uma nova sequência, o filme prefere terminar com uma imagem marcante que não dá espaços para continuações. O melhor é saber o mínimo possível sobre essa cena. Mas saiba que até lá você já vai ter rangido tanto os dentes em agonia que talvez precise marcar uma consulta com seu dentista. Só é melhor procurar saber um pouco mais sobre o passado dele antes. Nunca se sabe…
Me surpreendi demais! Sem dúvida alguma é um grande filmaço que merece mais reconhecimento, o mais incrível é conseguir juntar a temática de dentista com o terror, e pelo menos aqui isso deu muito certo.
Acho que podemos concordar que uma das dores mais terríveis pelas quais uma pessoa comum passa na sua vida cotidiana é aquela causada pela broca do dentista atingindo o nervo. A dor é pura e difícil de descrever, e todo mundo que já foi ao consultório dental já provou dela. Mas, para não difamar os dentistas, há de se admitir que eles estão apenas fazendo o seu trabalho, e não querem nos machucar. Agora, já imaginou se quisessem?
O Dentista é um filme de 1996 que faz um brilhante uso do ambiente do consultório dentário para criar uma atmosfera de violência e humor negro. Corbin Bernsen, no papel de sua vida, é o Dr. Alan Feinstone, um bem sucedido ortodontista que descobre que sua esposa Brooke está transando com o limpador de piscina. Feinstone, que já não bate muito bem das bolas, se vinga arrancando todos os dentes da esposa e, não satisfeito, passa a torturar e matar seus pacientes e colegas de trabalho.
Um detalhe muito interessante é o fato de que as salas do consultório de Feinstone possuem ambientes temáticos, já que o dentista quer criar uma “experiência dental completa“. As vítimas que circulam por essas salas são das mais variadas. Entre os pacientes, está a adorável Sarah, uma adolescente louca para tirar o aparelho dental. Já a modelo April Reign quer ter uma dentição perfeita para ganhar um concurso de beleza. Seu agente é curiosamente interpretado por Mark Ruffalo, que nem sonhava que um dia iria interpretar Bruce Banner em Os Vingadores. Mas nenhum sofre mais que Marvin Goldblum, um fiscal da receita federal corrupto que paga pelos seus pecados na melhor cena do filme.
O gore aqui é uma coisa linda de se ver, e vai fazer muita gente se contorcer na poltrona. Mas o que carrega o filme é a interpretação de Corbin Bersen. Além de interpretar Feinstone nesse filme e na sequência, ele já havia encarnado um dentista assassino no telefilme Beyond Suspicion. A sua construção do personagem é tão rica que faz o espectador se sentir cúmplice do crime. Um truque difícil, que é atingido com muito talento e um orçamento modesto nessa pérola do bom cinema B de horror.
O roteirista do filme foi o próprio Stuart Gordon, que mais uma vez soube arquitetar uma bela trama. Não há pontos abertos que dariam margem a interpretações errôneas. Seguimos uma corrente de eventos linear que descrevem a decaída de um homem na loucura, simples mas funcional. Descobrimos que Alan já possuía uma grandiosa obsessão com limpeza (Não só a dental), e com certeza esse foi um dos pontos que potencializaram sua paranoia. Ele simplesmente desejava "limpar" o mundo de toda a sua deterioração impura e asquerosa. Sua maneira de realizar isso era através das cavidades orais de desafortunados pacientes. Eu nunca tinha assistido um filme que tratasse de um complexo de superioridade dental. Esse conceito em si já aparenta ser medíocre, mas "O Dentista" é a prova viva de que qualquer ideia pode ser desenvolvida e transformada em algo aprazível, desde de realizada por pessoas competentes e dispostas.
"O Dentista" é um filme subestimado que conseguiu singrar não somente pelo gore clássico, mas também pelo vultuoso consciente de um psicopata. Um gore psicológico, se você preferir. O que torna essa obra realmente diferente da maioria dos filmes slasher é não sermos apresentados ao ponto de vista da vítima e sim ao do antagonista, que neste caso é o personagem principal.
Corbin Bernsen simplesmente arrasou no papel do Dr. Feinstone. Uma atuação magnífica e sincera. Não precisa ser um gênio para deduzir que é muito, mas muito difícil mesmo, interpretar um psicopata. A maioria dos atores que aceitaram papéis desse gênero não conseguiram realizar nada além de lixo tóxico. Esse não é o caso com Bernsen. Sua atuação foi precisa e extremamente convincente. Um dos pontos altos do filme.
A inspiração para o filme se deu a partir da história de Glennon Engleman (1927-1999). Engleman foi um sociopata de St. Louis, Missouri, que adotava a profissão de dentista como fachada para esconder seu ofício de mercenário. Engleman admitiu em tribunal ter matado em troca de benefícios financeiros. Também alegou que seu dom era matar sem remorso, assim como gostava de planejar os assassinatos e se desfazer dos corpos. Muitos descrevem Engleman como um serial killer... Isso pode ser debatido, uma vez que um serial killer não visa dinheiro... Bom, quem sabe... Às vezes juntou a fome com a vontade de comer. Não se sabe o número exato de vítimas de Engleman.
A trilha-sonora é ótima. Além disso, foi bem empregada, encaixando-se sempre nos momentos certos. A trilha-sonora (Ou a ausência dela. Tudo depende da visão do diretor) é o elemento que mantém o suspense em um filme. Achei excelente o esmero em adotar músicas clássicas famosas, como "Tristão e Isolda" de Richard Wagner e "Vissi d'arte, vissi d'amore" de Giacomo Puccini, nas cenas mais tortuosas.
Yuzna mostrou sensibilidade ímpar na direção. Realmente absorvi a transformação do Dr. Alan Feinstone. A pesarosa decaída de um bem-sucedido profissional em um psicopata descontrolado. Foram utilizadas técnicas de filmagem simples como distorção da imagem para emoldurar esse transformação. No fundo, tudo foi bem feito.
"O Dentista" é um filme bem completo... Temos suspense, um bom roteiro, atuações convincentes, sangue, ótima trilha-sonora, uma cena de nudez (Para apimentar um pouco para audiências mais adultas) e mais sangue. Ou seja, a receita perfeita para um bom filme de terror. Se vocês tiverem a oportunidade de assistir, deem uma chance para "O Dentista", um bom filme de uma bela época do cinema, época essa que infelizmente está sendo esquecida.
É assistível, mas é certamente muito inferior em relação ao primeiro. O primeiro filme já assinalava que o assassino e suas armadilhas tinham um toque de irrealidade, o público aceita isso, quer dizer, as armadilhas eram impossíveis de serem feitas por um indivíduo isolado e o assassino em si era extremamente resistente, é como se fosse um mutante do x-men com super poderes, tem momentos que chegam a ser um absurdo com quem assiste. Mas nessa continuação aqui, pegaram tudo isso e multiplicaram por 10 criando um cenário extremamente bizarro, por exemplo,
assassino é tão esquisto e ao mesmo tempo poderoso que consegue ter uma "horda" de pessoas raptadas prontas para defender ele. Além disso, pegaram toda a lógica e racionalidade que existe no mundo e enfiaram no rabo, pois como que é possível APENAS UMA PESSOA fazer tantas engenharias e armadilhas extremamente complexas em uma boate que certamente é frequentada por muitas pessoas todos os dias, pior, nenhum funcionário ou segurança percebeu um maluco entrando nas tubulações para amarrar umas cordinhas pra todas as armadilhas???
Há tantas falhas no roteiro e exageros que fica difícil levar a sério O Colecionador de Corpos 2. O simples fato da polícia não ter sido chamada quando o hotel foi descoberto e um braço quebrado que é praticamente ignorado durante uma luta são exemplos de bobagens que somente os fãs da franquia poderão suportar. Se no primeiro filme, o colecionador era um assassino em série com uma metodologia fora do comum, na continuação ele se transforma numa caricatura, um vilão de desenho animado, capaz de estar em vários ambientes e até mesmo se curar facilmente dos mais variados ferimentos, voltando ao normal quando está em casa.
A polícia mais uma vez se mostra ineficiente. Como um assassino solitário seria capaz de comprar materiais, malas e armadilhas, e manter toda uma estrutura sofisticada sem chamar a atenção? Ninguém notou a presença de um veículo de extermínio de pragas nos locais, nem fez busca em lugares abandonados, de preferência próximos aos sequestros? E aquele incêndio artificial na sequência final, sem deixar o menor rastro de fumaça? E também por que a garota possui problemas de audição e o rosto do vilão não é mostrado, se esses detalhes não servem à trama?
Enfim, O Colecionador de Corpos 2 é uma experiência sangrenta, com cenas violentas e ousadas, mas não se pode considerá-la de ótima qualidade. No máximo, um passatempo, uma diversão passageira, um fast-food do gênero. Irá agradar aos fãs do primeiro filme, da série Jogos Mortais e todos aqueles que enxergam o cinema de horror como uma exposição do improvável. Para os demais, os que buscam um filme inteligente e uma trama inovadora e bem realizada, é melhor ficar longe e nem acrescentá-lo em sua coleção.
Enfim, é uma continuação bem fraquinha e sem sentido, acho que nem precisava existir, mas de qualquer forma o final proporcionou um desfecho minimamente bacana.
Não chega a ser um filmaço, mas dentro do que propõe, o longa cumpre muito bem o seu trabalho. Rende ótimas cenas de agonia, aflição, gore e suspense, nesse quesito é um prato cheio para quem gosta do gênero. Só não vou dar uma nota maior devido algumas situações que são extremamente difíceis de aceitar, forçadas e inconveniências ridículas de roteiro, burrice exacerbada dos personagens e aquele final que francamente, que coisa mais patética de absurda.
Outra coisa que deixa a desejar é o próprio assassino, mermão, o que é aquela máscara de couro que mais parece uma cabeça de tartaruga? E aqueles olhos que brilham igual a gato? Na boa, não convenceu, parece uma tartaruga ninja de suéter e botas.
Wolverine: Imortal
3.2 2,2K Assista AgoraArrastado e entediante, conseguiu ser pior que o Origens kkkkkkkkkkkkk.
Focando excessivamente em lutas insignificantes, acabou virando um filme com uma história genérica sendo apenas uma desculpa para mais brigas, sendo que dessa vez tem uma vilã com um pouco mais de personalidade e que infelizmente tem uma participação muito pequena.
X-Men: Primeira Classe
3.9 3,4K Assista AgoraÉ um dos melhores da franquia, sem dúvida alguma! Inteligente, divertido e empolgante, “X-Men – Primeira Classe” é um recomeço arrebatador para a franquia, com essa mutação se mostrando uma bela evolução para a série. Recomendado.
Mutação é a chave para a evolução. O problema é que nem todas as mutações são exatamente benignas. Quando a franquia “X-Men” migrou para os cinemas, o cineasta Bryan Singer entregou aos fãs e ao público em geral não só duas boas adaptações dos quadrinhos criados por Stan Lee e Jack Kirby, mas dois ótimos filmes. O terceiro capítulo foi capitaneado por Brett Ratner e não foi um longa ruim, mas focou demais em entregar coisas que apenas os fãs desejavam ver. Daí veio “X-Men Origens – Wolverine” e o clima sério que permeava as películas anteriores ficou em segundo plano e o resultado foi aquém do esperado.
Chega agora às telas este “X-Men – Primeira Classe”, com Singer assumindo a posição de produtor e com o talentoso Matthew Vaughn (“Kick-Ass – Quebrando Tudo”) na cadeira de diretor e co-roteirista. Respeitando (ao menos parcialmente) o que foi mostrado na trilogia original e basicamente jogando no limbo a fita-solo do Wolverine, esta nova produção recoloca, de modo surpreendente, os mutantes na linha.
Misturando ficção e fatos históricos, a trama nos conta como, em meio à crise dos mísseis em Cuba em 1962, Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lensherr (Michael Fassbender) vieram a se tornar os rivais Professor X e Magneto. Enquanto o jovem Lensherr não conheceu nada em sua infância além de horrores nas mãos dos nazistas, crescendo com nada além de vingança contra seus algozes em sua mente, Xavier foi criado em um ambiente abastado, podendo explorar seus dons e, a despeito de compreender o preconceito, abraça uma doutrina pacifista.
As jornadas dos dois acabam se cruzando de maneira explosiva enquanto caçam, por motivos distintos, um aristocrata chamado Sebastian Shaw (Kevin Bacon), que deseja começar a Terceira Guerra Mundial com a ajuda de seu Clube do Inferno. Contando com um auxílio instável vindo da CIA, Charles e Erik começam a reunir outros mutantes ao redor do mundo com o objetivo de deter Shaw. No entanto, o modo de pensar dos dois amigos poderá colocá-los em uma rota de colisão.
James McAvoy faz um trabalho excepcional em afastar Xavier da aura de santo que o personagem tinha quando vivido por Patrick Stewart, mostrando-o como um jovem excepcionalmente inteligente e compassivo, mas também muito humano, gostando de se divertir e paquerar, em uma nova e interessante visão do Professor X.
No entanto, o filme é realmente de Michael Fassbender, que transforma o seu Erik na figura mais fascinante da franquia, respeitando o trabalho de Ian McKellen, mas acrescentando um rancor e uma ira que comovem a plateia, nos compadecendo com o sofrimento que este experimenta e tornando compreensível o ódio no coração do futuro Magneto. Impossível não notar o paralelo entre as ações de Erik no começo do filme com as dos Bastardos Inglórios de Quentin Tarantino, principalmente em uma cena em um bar na Argentina.
Mesmo com o destaque dado aos dois principais jogadores da saga, os demais personagens não estão em cena como mero enfeite, cada um exercendo seu papel dentro da narrativa. A indicada ao Oscar Jennifer Lawrence hipnotiza o público com sua Raven, com seu desejo de aceitação sendo algo palpável para o público e sua vontade de se relacionar com alguém que a compreenda sendo fundamental para a mensagem do filme.
O arco de Raven bate de frente com o do jovem Hank McCoy, vivido com intensidade por Nicholas Hoult. Hank nos é apresentado como um jovem brilhante, mas que não se vê como um indivíduo realizado justamente por conta de sua mutação, que lhe passa uma imagem animalesca. O fruto do desejo de normalidade do rapaz não deixa de ser tragicamente irônico.
Outro destaque no elenco é a bela Rose Byrne, como uma intrépida e visionária agente da CIA que age como contato de Charles e Erik com a agência. O ótimo Oliver Platt também participa do longa como um dos aliados de Charles, sendo uma pena que apareça tão pouco.
Do outro lado da cerca, os destaques são obviamente o Sebastian Shaw de Kevin Bacon e sua Rainha Branca, Emma Frost (January Jones). Bacon vive Shaw como um perfeito vilão de James Bond, megalomaníaco, audaz e com uma presença forte. O ator nos dá uma interpretação energética como Shaw, nos mostrando exatamente o sadismo do vilão.
Não foi por acidente que citei o tom meio James Bond mais acima. Filmando o longa nos estúdios da Pinewood, onde os filmes do 007 são gravados, a influência dos filmes da era Connery de Bond é perceptível na nova aventura dos mutantes, principalmente em seu design de produção. A cinematografia de John Mathieson, com exceção da cena inicial, prima por cores mais quentes, combinando com o ambiente proposto pela clima do longa.
No entanto, apesar de não ser um filme desprovido de senso de humor, em nenhum momento a fita tende para o kitsch, sempre levando a si e aos seus personagens a sério, com seu diretor sabendo criar um clima de tensão constante e mostrar na tela o drama daquelas pessoas especiais, sem esquecer de entregar cenas de ação fantásticas, com destaque para a invasão de Erik a uma casamata Soviética e o ataque do Clube do Inferno a uma instalação do governo americano.
Agora, alguns problemas em relação a linha do tempo...
Para quem é fã e acompanha os quadrinhos, os filmes tendem a fazer uma bagunça fenomenal na cronologia e história dos personagens. Tá, eu sei que não dá (nem deve!) 100% das histórias nos quadrinhos, mas que, pelo menos, mantenham uma certa cronologia.
Todos estes filmes: X-Men (1, 2 e 3), X-Men Origins: Wolverine e X-Men: First Class, possuem uma relação entre si, mas os filmes não se importam nem um pouco com a linha temporal.
Vejam só: em Wolverine, o Stryker tinha entre 30 e 40 anos, a Emma Frost era adolecente e era irmã da Kayla Silverfox (que não existe nos quadrinhos). A própria história "Origins", de Wolverine, é completamente diferente (nesse caso eu não acho que houve adaptação, houve uma nova versão, isso sim).
Depois desse Wolverine, vem First Class (que se passa numa época ANTES do filme do Wolverine) onde Emma Frost já é adulta e faz parte do Clube do Inferno. Stryker é um coroa do alto escalão militar dos EUA (e não um cientista). Simplesmente desconsideraram o filme do Wolverine por completo nesse sentido. Aí fica difícil de entender.
Isso sem contar que nenhum dos dois filmes, mostra a história que está nos quadrinhos (nem mesmo First Class). Aí, para quem leu os quadrinhos, é uma confusão maior ainda.
Mas de qualquer forma, ignorando essa bagunça temporal, o filme é muito, muito bom mesmo. Muito bem feito, divertido e flui bem. Todos os atores estão de parabéns e conseguiram entender muito bem a essência dos personagens.
X-Men Origens: Wolverine
3.2 2,2K Assista AgoraApesar de ter um roteiro sem vergonha repleto de furos, falhas e conveniências, serve como um bom passatempo.
Sendo o primeiro filme solo do Wolverine, vale a pena ver mais sobre a origem do personagem, além de Hugh Jackman, que é perfeito no papel, e também mostra a primeira aparição em filmes de dois dos mais populares personagens da franquia, Gambit, interpretado por Taylor Kitsch, e Deadpool, feito por Ryan Reynolds.
X-Men: O Confronto Final
3.3 1,0K Assista AgoraEm 2000 e 2003, Bryan Singer nos apresentou aos excepcionais X-Men – O Filme e X-Men 2, responsáveis pelo início e fortalecimento não apenas da franquia dos mutantes, mas de todo o ressurgimento do subgênero “filmes de super-heróis”. Entretanto, o diretor não havia assinado contrato algum para permanecer na franquia por determinado tempo e decidiu abandoná-la para realizar Superman: O Retorno. Como substituto, a Fox chamou Brett Ratner, e claro que temores de fãs foram criados. Mas pelo que já foi constatado, certos fãs são quase impossíveis de se agradar e, no fim das contas, este X-Men: O Confronto Final foi o primeiro exemplar da franquia X a dividir opiniões. E para a minha total surpresa, acabei sendo um dos que o aprovaram.
Escrito por Simon Kinberg e Zak Penn a partir da clássica Saga da Fênix Negra (de Chris Claremont e John Byrne) e do excelente arco Superdotados, de Os Surpreendentes X-Men (de Joss Whedon – sim, o diretor de Os Vingadores – e John Cassaday), o roteiro traz como trama principal o surgimento de uma ”cura” para o gene mutante através dos poderes de um menino mantido sob vigilância numa sala fechada localizada em Alcatraz, e tal descoberta acaba tendo uma repercussão extremamente polarizada: enquanto muitos a anseiam, tantos outros se mantêm fortemente opostos à ideia e se sentem ofendidos com ela; e claro que Magneto está deste segundo lado. Paralelamente, Jean Grey ressurge possuída e descontrolada pelo poder da Fênix Negra, com uma personalidade imprevisivelmente perigosa e exibindo seus poderes com maior força e de maneira mais destrutiva.
Ratner se sai bem ao criar as sequências de ação. Sem que jamais sejam jogadas de maneira gratuita e deslocada, as cenas de adrenalina são extremamente bem filmadas, empolgantes e capazes de fazer o espectador torcer por determinado time, além de apresentarem soluções inesperadas e eficazes – com destaque para o chute dado por Wolverine nos genitais de um mutante. Fora isso, os cenários são usados de forma eficiente em tais momentos e os poderes dos mutantes mostram-se funcionais, sendo explorados de maneira farta e interessante nos confrontos. Além de possuírem a carga dramática ideal e o posicionamento adequado no desenvolvimento da narrativa, as cenas de luta têm o tempo de duração correto e jamais transbordam ou deixam a desejar, sendo as melhores ambientadas na casa de Jean Grey, no meio de uma floresta e, claro, em Alcatraz no clímax.
Quanto ao elenco e aos personagens, não há quase nada de novo a se dizer: ainda que Hugh Jackman continue entregando um Wolverine 100% carismático, não deixa de ser um tanto estranho que seu mutante tenha sofrido uma radical amansada em relação ao que foi visto nos filmes anteriores e – principalmente – nos quadrinhos, chorando e deixando suas emoções transparecerem mais facilmente. Enquanto isso, Shawn Ashmore continua ótimo como Bobby Drake e seu personagem, ainda que seja submetido a um ocasional triângulo amoroso vazio e incoerente, continua adorável, ao mesmo tempo em que Ellen Page aproveite seu pouco tempo de tela na pele de Kitty Pryde. Paralelamente, Patrick Stewart e Ian McKellen continuam impecáveis como Charles Xavier e Magneto respectivamente e a rivalidade respeitosa entre os dois continua ilustrada com primor, com ambos ganhando o tratamento necessitado e o tempo de tela conveniente.
Por outro lado, existem personagens subaproveitados aqui: da mesma forma como os primeiros vinte minutos da projeção comprovam que Ciclope foi tratado como um total inútil durante toda a trilogia, Tempestade continua a ”crescer” com cenas onde a heroína desempenha um papel mais significativo, mas não chega a figurar a lista de melhores mutantes vistos nesta produção. E se Daniel Cudmore é confinado a um Colossus sem profundidade e apresentado de forma indiferente perante ao restante dos X-Men (não possuindo um único momento minimamente memorável), Anna Paquin novamente prova-se como uma escolha perfeita para interpretar Vampira e, mesmo com um tempo de tela bem menor (infelizmente), sua abordagem ainda apresenta opções tomadas com motivações críveis. Quanto à Mística… bem, é uma pena o que aconteceu com ela aqui, ao mesmo tempo em que Vinnie Jones jamais consegue transformar seu Fanático em algo além de um mero atrativo moderadamente divertida.
Ainda que Noturno faça falta, Fera apresenta-se extremamente interessante e, assim como o mutante azul de X-Men 2, também é ilustrado com uma estética que contrapõe sua racionalidade. Se Kurt Wagner possuía uma aparência demoníaca sendo profundamente católico, Hank McCoy surge como um diplomata intelectual visualmente ilustrado como um animal agressivo e irracional, além de ainda contar com uma interpretação absolutamente fantástica de Kelsey Grammer, sua voz e olhar. Fora isso, a polidez do personagem torna-se sua grande riqueza e é explorada fartamente – e mesmo mantendo um posicionamento contra a ”cura” mutante, mostra-se incapaz de se sentir maravilhado ao ter uma leve impressão de como seria voltar ao ”normal”. Como se não bastasse, o posicionamento diplomático de Fera é bem contracenado com a agilidade agressiva de suas batalhas, saindo-se surpreendentemente bem ao combater a Irmandade de Mutantes sem deixar seu lado político sair perdendo – tanto que ele até brinca com isso num divertido diálogo com Wolverine durante o clímax.
Entretanto, X-Men 3 têm claros problemas que, somados, tornam-o inferior às duas partes anteriores. É lamentável constatar o fracasso monumental, por exemplo, das figurinistas Judianna Makovsky e Lisa Tomczeszyn ao conceber os visuais dos novos e mais destacados membros da Irmandade, tornando-os esteticamente embaraçosos e impedindo que qualquer seriedade possa ser exibida pelos personagens. E ainda que seja tecnicamente superior aos antecessores, o uso constante de cabos continua sendo irritantemente notável e poucas vezes temos a impressão de que os mutantes, de fato, voam ou planam, tirando parte da imersão do espectador. Também não deixa de ser levemente incômodo que o roteiro, ainda que com seus grandiosos e apreciáveis acertos, traga alguns diálogos excessivamente expositivos e óbvios, fazendo com que a produção torne-se excessivamente cartunesca em certos momentos mesmo para um filme baseado em HQs de super-heróis. Para completar, a trilha sonora de John Powell revela-se inexpressiva e pouco original, chegando até mesmo a imitar descaradamente alguns trechos das composições de John Williams realizou para Superman.
De modo geral, X-Men: O Confronto Final é realmente o mais falho da série, mas ainda é digno de admiração e o número de qualidades supera monstruosamente o de defeitos. Contando com um ritmo competente e uma montagem que privilegia a agilidade da narrativa, este terceiro capítulo da saga dos mutantes é uma experiência agradável e divertida, não devendo aos antecessores em absolutamente nada como entretenimento. É uma pena que a maior parte do público e da crítica tenha rejeitado esta película, pois, graças às qualidades mencionadas ao longo do texto, trata-se de um filme de super-herói tristemente subestimado.
X-Men 2
3.5 783 Assista AgoraDepois que o excelente X-Men: O Filme revelou-se um enorme sucesso (tanto em questões comerciais quanto no que diz respeito à aceitação do público e da crítica) e abriu portas para que o subgênero “filmes de super-heróis” ressurgisse com força total, ficou evidente que a trama iniciada lá em 2000 seria continuada. Com isso, o diretor Bryan Singer e todo o elenco do filme original retornaram para a sequência. E felizmente, os resultados desta empreitada não poderiam ter sido melhores: em vez de se limitar a repetir o que já havia sido feito anteriormente, X-Men 2 segue apostando de maneira eficaz em metáforas para a intolerância contra minorias e ainda entrega sequências de ação superiores àquelas vistas três anos antes, se consolidando como o melhor exemplar da franquia dos mutantes.
Novamente contando com David Hayter e desta vez também com Michael Dougherty e Dan Harris a partir do argumento de Singer e de Zak Penn, o roteiro se inspira na ótima HQ Deus Ama, o Homem Mata, de Chris Claremont e Brent Anderson, e inicia-se logo após os eventos do filme anterior. Ao mesmo tempo em que Logan decide voltar à mansão de Charles Xavier após ter saído em busca de suas origens, Magneto acaba não resistindo aos métodos persuasivos do General William Stryker e revela a localização da Escola para Jovens Superdotados. Decidido a usar a tecnologia do Cérebro para localizar todos os mutantes do mundo e aniquilá-los, o militar cria uma situação que obriga os X-Men a se aliarem a Magneto e Mística para impedir a execução de tal plano, ao mesmo tempo em que se descobre que Stryker possui uma forte ligação com o nebuloso passado de Wolverine.
Assim como ocorria no primeiro filme, X-Men 2 possui como grande qualidade a seriedade e maturidade com que trata não só o material original como sua própria condição como obra cinematográfica, independente das décadas de quadrinhos que vieram antes. Tanto o diretor quanto os roteiristas tratam o projeto com a mesma dedicação que tantos artistas exibiram em diversas HQs dos mutantes, fazendo – novamente – com que o longa traga comentários e forme opiniões a respeito de temas como racismo, homofobia, intolerância ideológica, xenofobia e etc. Sem dúvida alguma, uma das melhores sequências do filme é aquela em que Bobby Drake dramaticamente revela à família que é um mutante, apresentada claramente como uma alusão às chamas ”saídas de armário” de adolescentes homossexuais. Essa densidade ética é o que torna a cinessérie X-Men tão fantástica e realista ainda que traga personagens que controlam mentes, manipulam metais e conseguem se teletransportador – afinal, pensemos bem: quantas outras franquias protagonizadas por super-heróis no Cinema se dispuseram a realizar este tipo de discurso.
De todo modo, a densidade temática de X-Men 2 jamais dilui os méritos das esperadas sequências de ação, que desta vez são melhores e mais frequentes graças à expansão do orçamento. Entregando confrontos infinitamente superiores aos vistos no filme passado, Bryan Singer mostra-se hábil ao explorar ao máximo os poderes dos personagens e usá-los em prol da ação de modo funcional. Das cenas de luta, destacam-se três que se mantêm inesquecíveis e capazes de empolgar permanentemente: a inicial, ambientada na Casa Branca; uma em que Wolverine finalmente demonstra sua agressividade ao confrontar militares; e o violento combate entre o baixinho e Lady Letal (ótima, por sinal).
Enquanto isso, todo o elenco continua soberbo: Patrick Stewart e Ian McKellen continuam perfeitos como Charles Xavier e Magneto respectivamente, ilustrando devidamente a natureza dos personagens, compartilhando uma relação intrigante e convincente na qual a discordância radical nunca faz com que o respeito entre os dois deixe de ser preservado. Paralelamente, Hugh Jackman mostra-se novamente uma escolha acertadíssima para interpretar Wolverine, exercendo um carisma singular e que funciona como contraponto à agressividade do anti-herói – de modo similar, o roteiro sai-se bem ao investir no passado misterioso do X-Man, tornando-o, consequentemente, ainda mais interessante. Por sua vez, Halle Berry ressurge bem mais à vontade como Tempestade, ao passo que Anna Paquin entrega uma Vampira mais acostumada com suas condições e com um peso dramático bem menor. E, se a decisão de apresentar ganchos para uma adaptação da magistral Saga da Fênix Negra ao mostrar Jean Grey sofrendo drásticas consequências após a batalha na Estátua da Liberdade é certeira, não deixa de ser uma pena que Ciclope continue sendo um total inútil dentro do supergrupo e que sua liderança dos quadrinhos seja praticamente nula.
No entanto, por mais que Pyro apresente uma ambiguidade que torna convincente o seu flerte com a ideologia de Magneto, não há dúvidas de que o grande destaque desta continuação é mesmo Noturno, o mutante capaz de se teletransportar: interpretado de maneira fascinante por Alan Cumming, Kurt Wagner (identidade civil do personagem) é um sujeito extremamente religioso que faz questão de rezar em todos os momentos de dificuldade pessoal e de se punir sempre que comete algum pecado – o que ajuda a conquistar a simpatia do espectador, aliando-se à sua gentileza e ao seu tom ocasionalmente cômico. Para completar, desta vez temos um antagonista que pode ser chamado de vilão sem reservas, ainda que tenha seus propósitos. Sem cair em estereótipos, o General William Striker possui motivações bem mais pessoais e profundas para seus atos e não se concentra em planos megalomaníacos como dominar o mundo, contando ainda com uma excelente performance de Brian Cox (dono de um dos melhores ”sorrisos maus” que já vi).
Dotado de ritmo e agilidade, X-Men 2 é capaz também de encontrar coerentes e surpreendentes para algumas situações armadas pelo roteiro – como a fuga de Magneto da prisão. E isso sem contar a incrível facilidade com a qual o longa acomoda diálogos afiados e excepcionais sequências, duas características que tornam a película agradável tanto para os mais velhos quanto para os mais novos e ajudam a consolidá-la como um dos melhores filmes de super-heróis já concebidos.
X-Men: O Filme
3.5 904 Assista AgoraUm filme histórico. Uma obra-prima que transcende seu gênero, é muito mais que um filme de super-herói, e certamente muito mais que um filme comercial qualquer que tanto vemos. X-Men foi a grande largada, de repente, tudo era possível, horizontes infinitos para um tipo de cinema que até então parecia impossível.
Foi um marco nos filmes de super-heróis adaptados das HQ, e seu sucesso abriu espaço para o surgimento de outras franquias de super-heróis. Ótimas cenas de ação, e um ótimo elenco, escolhidos a dedo para os papéis, Hugh Jackman nasceu para ser o Wolverine, da mesma forma que Robert Downey Jr. nasceu para ser o Tony Stark, é impossível imaginar outro no lugar.
O Fantástico Sr. Raposo
4.2 933 Assista AgoraUm filme maravilhoso esteticamente e em sua premissa, aborda questões filosóficas de forma delicada enquanto nos entretém com um espetáculo visual e uma narrativa envolvente e dinâmica, além de seu trabalho incrível no desenvolvimento de personagens cativantes.
Inteiramente em stop-motion e brilhantemente dirigido por Wes Anderson, O Fantástico Sr. Raposo, tem um roteiro de estrutura simples, porém marcante. O longa é inspirado no conto do britânico Roald Dahl — mesmo autor de Charlie e a Fábrica de Chocolate.
Repleta de cores e detalhes meticulosamente produzidos, cada cena faz com que o telespectador mergulhe na história e tenha uma experiência única sobre a singularidade da vida. Um destes momentos é o efeito de vento na pelagem dos animais e todas as diversas expressões tão bem definidas.
O filme conta a história de ninguém menos que os peculiares Sr. e Sra. Raposo. Os dois vivem a vida roubando aves de fazendas, até que a chegada de um filho põe fim às aventuras do casal. Em um salto temporal, a família decide se mudar para uma casa maior que fica localizada em frente às fazendas de três grandes produtores rurais: Boggis, Bunce e Bean. Por instinto próprio de animal que é, o Raposo decide bolar um gran finale e roubar as galinhas, os gansos e as cidras de maçã dos três fazendeiros. Toda a trama da animação se desenrola nos conflitos e nas consequências dos atos do Sr. Raposo.
Apesar de ser baseado em um livro para crianças, reduzir a obra a apenas um “desenho animado” é extremamente injusto para o resultado que ela alcança. A produção, inclusive, rendeu ao diretor duas indicações ao Oscar de 2009, nas categorias “Melhor Trilha Sonora Original” e “Melhor Animação”.
O longa torna-se ainda mais cativante com a participação dos demais personagens envolvidos na trama. O absurdo de algumas situações geram momentos de quebra de expectativa, que impregnam a narrativa com um humor sagaz, e deixam o telespectador sempre com um sorriso no rosto.
Composto por uma paleta amarela de tons pastéis, muita simetria, cenários cheios de detalhes e uma excelente trilha sonora, Wes Anderson triunfa mais uma vez. A história segue um ritmo frenético, desde as falas rápidas das personagens, até as transições de um cenário para outro. O filme conta ainda com ótimos efeitos visuais que trazem perfeição aos temas da luta contra a própria natureza, a tentação, adrenalina e responsabilidade presentes na vida do Raposo.
Uma das coisas mais intrigantes no longa é que, ao mesmo tempo que possui um aspecto por vezes infantil e cômico, também apresenta uma marcante mensagem ao expor o quão fundamental é o autoconhecimento em relação à própria natureza de cada um. Por mais que tentem se desapegar da primitividade, os animais, principalmente o Sr. Raposo, se veem em constante dualidade entre sua metade antropomórfica e sua metade animal.
O enredo mostra, durante todo o filme, o medo de amadurecer da raposa, enquanto um ser selvagem e de certa forma “fantástico” — por sua singularidade comportamental — para um ser civilizado dentro dos padrões sociais.
A busca da afirmação de identidade presente no filme vai além do Raposo somente. Como é o caso do seu filho, Ash, que tem problemas em se relacionar com outros e, principalmente, com o pai. A chegada do primo, Kristofferson, perfeito em tudo que faz, desperta o ciúme e a inveja de Ash, que quer ser o favorito. No entanto, é interessante notar que os personagens acabam percebendo a similaridade entre si e notam que são mais próximos do que eles gostariam de assumir.
Mas, é claro, o Sr. Raposo é o mais complexo de todos e a representação de algumas personagens são voltadas inteiramente à compreensão de quem ele é. A personalidade da Sra. Raposo espelha responsabilidade e disciplinariedade, nos moldes do que a sociedade exige. Diferentemente de Kyle, o melhor amigo, que acaba se tornando o “escape” para a natureza selvagem e instiga os velhos hábitos do animal.
Por inúmeras vezes, ao longo do filme, o “fantástico” Sr. Raposo se mostrou com fobia de lobos. Porém, ao fim da trama, ele fica frente a frente com a criatura que mais teme. Em vez de fugir, como imaginamos que ele faria, o Raposo para e tenta dialogar com o lobo à distância — em inglês, em francês e até mesmo em latim — mas o animal não o compreende, justamente pela selvageria do seu ser. É em um gesto marcante— o levantar de um punho fechado — onde a relação entre o lobo e o a raposa se concretiza.
A cena simples e profundamente simbólica mostra aquilo que o filme inteiro deixa imposto: o reconhecimento de sua porção de liberdade. Em um lado temos o lobo, sem roupas, solto na natureza (representado na tela pela coloração branca ao seu redor, sujeitando-o ao inverno); do outro temos a raposa, trajada, com seu filho, sobrinho e amigo andando em uma lambreta (em um ambiente amarelo quente, como o verão) mostrando a diferença e a impossibilidade de ambas personalidades coexistirem.
Resumindo em uma única palavra, O Fantástico Sr. Raposo é exatamente o que o nome supõe: fantástico. Um deleite visual, tanto na fotografia quanto na narrativa, que merece ser visto, revisto e aplaudido.
Ruby Marinho: Monstro Adolescente
2.8 40 Assista AgoraAchei fraquíssimo. História chata, arrastada, tediosa, personagens sem carisma algum, enfim, não recomendo.
Amizade Desfeita 2: Dark Web
3.2 335Até tem uma trama interessante que tinha potencial, mas após um bom começo desanda com um clímax fraco e decepcionante. Possui momentos legais e suspense, mas faltou algo mais impactante no fim.
Em 2014, ‘Amizade Desfeita’ chegou aos cinemas e, apesar dos inúmeros deslizes e convencionalismos narrativos, trouxe uma nova perspectiva para o found footage ao abrir espaço para o subgênero screenlife – em que a narrativa se passa em telas de aparelhos tecnológicos. Além da nova configuração, a investida sobrenatural provou ser contundente com a premissa e a mensagem, ainda mais com atuações dignas de nota. Logo, era só questão de tempo até que uma continuação ganhasse forma, chegando às telonas como ‘Amizade Desfeita 2: Dark Web’ em 2018. Porém, ficou claro que mante o ritmo de espíritos vingativos não daria certo, fazendo-se necessária uma reformulação que, eventualmente, não deu muito certo.
Stephen Susco assumiu o cargo de direção e roteiro, substituindo o novato Leo Gabriadze, e optou por uma abordagem mais realista, por assim dizer. A escolha é compreensível, mas o tira da zona de conforto, visto que foi responsável pelo roteiro de ‘O Grito’ e o reboot de ‘O Massacre da Serra Elétrica’, fazendo seu nome ainda que não abusando de todo o potencial. Talvez encarar os perigos da internet e das múltiplas mídias sociais em um respaldo tangível fosse uma boa ideia na prática; entretanto, nas telas, as coisas ficaram perdidas e não tiveram o mesmo resultado que o original, utilizando de momentos forçados e ocasionais demais para criarem qualquer tipo de relação com o público. Nem mesmo a estética parece correta, como se houvesse lacunas e finais pouco elaborados, subestimando até mesmo a nossa capacidade de compreensão.
A história não parte de uma ideia de vingança do além-mundo; aqui, um jovem estudante de T.I./hacker amador chamado Matias (Colin Woodell) encontra um laptop e o leva para casa sem saber os terríveis segredos que o objeto esconde. Mais uma vez, ele se conecta através do Skype com outros cinco amigos e sua namorada surda-muda Amaya (Stephanie Nogueras), com a qual tenta reconciliar as coisas após desentendimentos que não ficam claros em momento algum. Durante o monótono primeiro ato, Matias acaba logando nas contas previamente utilizadas e descobre segredos terríveis que envolvem monitoramento ilegal de inúmeras pessoas do mundo. Logo depois, percebe que o antigo dono do aparelho é uma figura muito sombria que responde pelo apelido de Charon IV, fazendo alusão a Caronte, barqueiro do mundo dos mortos da mitologia grega. Ele, por sua vez, faz parte de um grupo de compartilhamento de sombrios vídeos que vão desde cárcere e sequestro até tortura de jovens garotas.
O panorama é interessante, mas Susco parece não saber o que fazer com o material. Até meados da segunda parte, Matias conta a seus amigos o que descobriu e todos ficam atônitos com o que é chamado de dark web, uma espécie de deep web compartilhada por milhares de usuários criminosos e que são responsáveis pelo desaparecimento e pela morte de várias pessoas. E é claro que, mergulhando mais fundo nesse assombroso meio, ele acaba ameaçando a vida de cada um de seus colegas online. O problema é que isso acontece tarde demais e se desenrola numa rapidez incômoda que vale por cenas pontuais e por um final interessante, por falta de outro adjetivo que faça jus ao que realmente representa.
Em determinado momento, os outros Charons tomam conta da conversa e dizem que querem brincar. A princípio, o diretor pensa em retornar para o jogo de verdade e desafio mortal do primeiro filme, mas logo mostra que não sabe exatamente o que deseja: afinal, não há escolhas a serem feitas, exceto por uma sequência pífia em que uma das personagens, Serena (Rebecca Rittenhouse), deve decidir entre sua noiva e sua mãe. Eventualmente, as duas morrem, uma empurrada por um dos membros da seita nos trilhos do metrô, e outra com os aparelhos do hospital desligados com apenas um clique. Entretanto, a ação existe; a reação se perde em meio a um melodrama existencial desnecessário que nos faz desejar que todo o nosso sofrimento acabe com a chegada dos créditos. Não há motivo para nada daquilo acontecer, e a realidade buscada pela obra se perde em tentativas de entregar mais do que consegue.
Apesar da presunção desmedida, uma construção em especial tira nosso fôlego: como forma de mostrar que eles não estão para brincadeiras, arquitetam uma falsa declaração de terrorismo utilizando uma montagem vocal de AJ (Connor Del Rio), dando a entender que ele explodiria um shopping. Segundos depois da revelação, um grupo especializado de policiais invade a casa e, ouvindo os tiros manipulados pelo próprio clã da dark web, tira a vida dele sem pensar duas vezes. Esse é uma das poucas cenas que merecem ser aplaudidas, tanto pela construção quanto pela montagem em plano sequência, deixando claro as parcas intenções de Susco em criar a atmosfera e se preocupar com a trama.
Eventualmente essa minúcia é varrida para debaixo do tapete, como se nunca tivesse existido. No geral, o longa se mostra mais preocupado com os jump scares – que, em sua totalidade, quase nunca funcionam – e uma resolução sem nexo e desprovida de qualquer funcionalidade emocional. O romance entre Amaya e Matias sofre de falta de química e praticidade para a continuidade narrativa, diferente do enlace tragiromântico do predecessor, que realmente foi desenvolvida desde o começo. Portanto, é quase lógico que o fim do terceiro ato cause nada além de uma inegável insatisfação.
‘Amizade Desfeita 2’ não pode ser chamado de desserviço cinematográfico, mas definitivamente poderia ter aproveitado a nova era do found footage e criado algo novo e envolvente ao invés de se deixar levar pela presunção e pela falta de foco. Era melhor que as coisas tivessem permanecido com Laura Barns. Ao menos tudo teria sido levado para a cova junto com ela.
Amizade Desfeita
2.8 1,1K Assista AgoraBem fraquinho, esperava mais. O filme foi todo gravado a partir de uma tela de computador, deixando um pouco cansativo e chato de se ver, seu roteiro é bem fraco, atuações medianas e o desfecho não tem impacto nenhum.
Amizade Desfeita tem uma premissa interessante, mas simplesmente não a usa bem. A ideia de usar o cyberbullying pra criar um filme de terror onde a vítima retorna é, em minha opinião, boa se usada de maneira correta. Ela pode ser usada de maneira clichê, de maneira fraca ou ruim (como nesse filme) ou de uma forma ótima.
E o filme não passa tensão alguma, e sendo até previsível.
E tem algumas coisas que não fazem sentido algum...
A onipresença do espírito era realmente estranha. Eu não entendi como funcionava aquilo. Outra coisa que me incomodou foi a maneira de matar os outros. Realmente era forçada e esquisita.
Além disso, o espírito não matou a protagonista só por ser sua "amiguinha", sendo que esta foi aquela que começou tudo que fez a espírito matar os outros. Achei isso ridículo.
Enfim, é um filme ruim e não recomendo.
Perseguição
2.3 206 Assista AgoraA produção é bem simples de baixo orçamento, mas muito competente e funcional. O roteiro aborda um tema intrigante, pois hoje em dia todos nós estamos constantemente conectados a internet através de notebooks, celulares e demais aparelhos o tempo todo, mas enquanto nós olhamos para nossas telas, quem está olhando de volta?
Ratter é um filme muito bom que funciona muito mais como um terror psicológico, então não espere nada muito violento. O grande destaque da trama é a crescente sensação de insegurança, a história me prendeu do início a fim, fez me importar com a protagonista.
Uma sacada bem legal desse roteiro é que te faz você ficar querendo saber quem é o tal stalker, será o ex da Emma, o Michael ou nenhum deles?
Já o ritmo não é dos melhores, mesmo sendo um filme curto, como o plot é bem simples da impressão que demora muito até acontecer alguma coisa séria.
Outro ponto forte é a atuação de Ashley Benson como Emma, ela carrega o filme e mandou muito bem.
Enfim, no geral temos esse thriller psicológico interessante, obra simples com uma premissa intrigante e atual. Certamente não é pra todos, muitos vão achar ele parado, outros podem odiar o final e etc, cada um sabe o seu gosto. Vale a conferida.
Street Racer: Velocidade Marginal
2.5 4É ruim? Sem dúvida, as atuações são vergonhosas, história clichê que não empolga e o máximo que dá pra gostar é do protagonista que é um puta cara bonito, isso não dá pra negar. Mas se desligar totalmente o cérebro, não ter absolutamente nada pra fazer, e gostar do gênero de corrida, estaria mentindo se falasse que não dá pra assistir, pois dá sim.
Típico filme genérico da The Asylum que é tão ruim, mas tão ruim que chega a ficar bom HAHAHAH.
O Que Será de Nozes?
2.9 91 Assista AgoraA qualidade da animação não é das melhores, além disso, a história e seu desenrolar é bem chata e tediosa. Única coisa que salva é a dublagem.
Em A Era do Gelo, co-dirigido pelo diretor brasileiro Carlos Saldanha, fomos apresentados a um dos personagens mais cativantes das animações modernas, Scrat, um esquilo pré-histórico o qual tinha apenas um objetivo: conseguir salvar sua noz. Suas aparições duravam não mais que 5 minutos e já valiam o filme inteiro. O enredo de O Que Será de Nozes se assemelha muito ao que ocorre com Scrat, porém não com o mesmo carisma, brilho e cuidado.
Uma comunidade de esquilos se vê de mão atadas após perceber que não haverá comida suficiente para sobreviver ao inverno. Em um esforço para resolver essa situação, Max acaba por destruir toda a reserva de suprimentos. Sem outras alternativas, o líder Raccon o expulsa do grupo. Em sua busca para se adaptar ao novo mundo fora do parque, ele se depara com uma loja que pode salvar o inverno de todos, pois está repleta de nozes. Junto com seus amigos, Max bola um plano para transportar os alimentos para a reserva, porém seus planos são constantemente frustrados pelos donos do estabelecimento.
A despeito da série de tentativas de tornar os personagens carismáticos – seja pelas piadas, seja pelas suas histórias – a produção falha miseravelmente no principal quesito a que se propõe: o entretenimento. Enquanto, Scrat em menos de dez minutos cativava e divertia a públicos de todas as idades, o elenco de O que Será de Nozes não consegue nem agradar aos mais infantis em uma longa inteiro. É simplesmente chato e não desperta o interesse de acompanhar a saga dos protagonistas.
Para piorar ainda mais a situação – se já não bastasse a péssima construção narrativa -, a animação investe em uma trilha sonora bem duvidosa. Aqui me refiro especificamente ao uso (sem nenhum sentido, diga-se de passagem) da música Gangman Style do Psy, que poderia ter funcionado a anos atrás, quando ainda existia graça.
Entretanto, um aspecto que, sem dúvida, chama atenção é a construção dos cenários que, a despeito de serem simples e minimalistas na maioria da projeção, conseguem passar muito bem todo o clima do parque e do outono. Junto com isso, há o emprego do 3D que ajuda a ressaltar a beleza dessas locações, mas que, infelizmente, não acrescenta muito ao desenvolvimento da narrativa.
Cumprindo a péssima impressão que a tradução brasileira já passa, O Que Será de Nozes não consegue sustentar a história a que se propõe; os personagens não são carismáticos; os conflitos pouco importam e, para finalizar com chave de outro, todo o roteiro (que mesmo retratado em 85 minutos) é inchado com cenas de ação e dança desnecessárias.
Aladdin
3.9 1,3K Assista AgoraQue espetáculo de produção! Que fidelidade ao desenho, que elenco, fotografia, direção, coreografia, enfim, é uma das melhores adaptações que já vi! É lindo, descontraído, divertido, que final digno de um original "conto de fadas", ator formidável, cumpre bem o personagem Aladdin, parabéns Disney, realmente aqui mandou muito bem.
Única coisa que deixa a desejar é o ator que interpreta o Jafar, definitivamente não combinou com o papel. Nem digo no sentido de atuação, mas a sua pessoa não combina com o personagem sério, amedrontador e com aquela autoridade que tem nas animações. Dois atores muito melhores que seriam perfeitos para encarnar o Jafar seria Ben Kingsley ou Oded Fehr, ai sim o elenco seria 100% perfeito.
Aladdin e os 40 Ladrões
3.3 68 Assista AgoraÉ uma animação divertida, melhor que o segundo filme, mas ainda assim é extremamente problemática e cheia de furos grotescos de roteiro.
A parte do Oráculo é completamente cagada e decepcionante. Primeiro de tudo, de onde veio esse negócio????????? De onde veio esse Oráculo??? Alguém aleatoriamente deu de presente pra Jasmine?? Um dos objetos mais poderosos do universo? Simplesmente NÃO EXISTE EXPLICAÇÃO ALGUMA da origem disso, o que é um absurdo de patético.
E também sei lá como o Cassim sabia que estaria ali. É bizarro que ignoram completamente a explicação disso.
O Gênio ate pergunta pra Jasmine: "Amiga, quem te deu esse presentinho?", mas simplesmente não investigam nada pra saber. E sobre o limite de 1 pergunta, é uma coisa simples e fácil de resolver, pq eles não usam outras pessoas pra perguntar? Ali no palácio, ou mesmo algum cidadão comum. Pega meia duzia de caras ali na cidade e fala: "Vc vai ficar de frente pra esse cetro e ler o que esta escrito nesse papel, e em troca vai ganhar X moedas de ouro", e pronto, podem perguntar e saber tudo o que quiser!
Não basta tudo isso, o roteiro ainda consegue piorar ainda mais a situação; em determinado momento, Aladdin vai resgatar o pai dele que até então ele achava estar preso com os 40 ladrões, que era uma vítima, e o que ele faz? Isso mesmo, vai ELE, O TAPETE, O IAGO E O ABU PARA IR EM UMA MISSÃO PERIGOSA QUE NÃO SABE O QUE VAI ENCONTRAR PELA FRENTE. MERMÃO???????? VOCÊ É LOUCO O QUE???? O cara tem simplesmente um dos seres mais poderosos de todo o universo, até arrisco dizer que seja o SER MAIS PODEROSO DO UNIVERSO, um ser onipotente que pode fazer o que quiser, quando quiser e da forma que quer, que é o Gênio, e deixa ele fazendo obra em casa.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk?
PELO AMOR DE DEUS??? O GÊNIO FICOU NO PALÁCIO FAZENDO REFORMA???? Irmão, é só ele literalmente estalar os dedos e o palácio inteiro tá de pé, e o filme mete essa conversa fiada mesmo???????????
Poderia falar que o Gênio tava resfriado que eu acreditava, mas isso que fizeram não dá pra engolir de forma alguma.
Aladdin: O Retorno de Jafar
3.2 99 Assista AgoraAssistir "O Retorno de Jafar" logo após assistir "Aladdin" é uma experiência decepcionante.
O filme não mantém a qualidade visual do filme anterior, como sempre a Disney tem esse costume lamentável em suas continuações. Além disso, o foco da narrativa não é mais Aladdin, mas Iago (o papagaio de Jafar) e insistem em uma transformação em um personagem "bonzinho".
A realidade é que fizeram esse filme apenas para servir como episódio piloto para a série animada que veio logo depois.
Enfim, não é totalmente horrível, mas é uma animação que deixa a desejar. História chata e muito mais infantilizada, personagens descaracterizados, nem sequer o Gênio da lâmpada que é tão legal e divertido consegue salvar, mas o pior de tudo é o próprio Jafar, um vilão sensacional e amedrontador com muito potencial, mas desperdiçado por bobices.
Aladdin
4.0 726 Assista AgoraUma animação simpática, rápida, e memorável. Bem dirigida e pontual, com excelentes canções e personagens, além de um grande vilão, e um dos personagens mais divertidos da Disney, O Gênio!
Traz uma bela reflexão sobre como nunca devemos nos conter em sermos apenas aquilo que os outros acham de nós, o enredo nos mostra que podemos ser bem mais do que isso e de um jeito totalmente tocante e convincente.
Fruto de eras passadas, animação da Disney é uma obra essencialmente única.
Uma obra sempre é concebida dentro de um contexto espaço-temporal específico. Mesmo que não dependa de vieses culturais contemporâneos para ser compreendida, seus realizadores trabalham com místicas, interpretações e a partir de pontos de vista de seu tempo. Assim, “Aladdin” é um excelente fruto de seu tempo e local, mesmo que sua história se passe em terras e épocas longínquas, tornando mais difícil compreender – ou repetir – seus êxitos tanto tempo depois de seu lançamento.
O longa conta a história do rapaz-título, um jovem pobre que vive nas ruas de Agrabah com seu macaco e depende de pequenos furtos para sobreviver. Manipulado pelo feiticeiro Jafar, Aladdin acaba encontrando uma lâmpada mágica, a qual liberta um Gênio disposto a realizar (quase) todos os seus desejos.
As limitações impostas pelo Gênio a Aladdin estabelecem as próprias diretrizes temáticas do filme: o rapaz poderia pedir qualquer coisa, exceto matar alguém, fazer com que uma pessoa se apaixone ou trazer um morto de volta à vida. Estas regras norteiam o filme: a impossibilidade de matar pessoas ajuda a abalizar quaisquer dúvidas que Aladdin possa ter em relação a dar cabo de Jafar quando este lhe dá motivo (até porque esta ainda é uma película infantil).
A impossibilidade de fazer com que Jasmine se apaixone por ele guia o filme pelos descaminhos de Aladdin para conquistar o amor da princesa. Nesta busca, “Aladdin” encontra sua principal mensagem: sua identidade é mais importante e não pode ser afirmada por suas riquezas. Se para o ex-ladrão agora é fácil “ter”, o “ser” vai demandar que o herói se lance em sua jornada.
A terceira regra aponta para mais uma forte qualidade do filme. Ao propor um protagonista que rouba para não passar fome com seu macaquinho, a Disney deu um passo de crueza e pés-no-chão para seu filme fantasioso. Impedir que mortos ressuscitem reafirma isso: aqui, os riscos são reais.
Isto gera uma expectativa permanente no público sobre o que se dará a seguir – perspectiva a qual é ilustrada com a belíssima paleta de cores desérticas escolhidas para o filme. Entre areias pastéis e céus muito azuis, a intensidade das cores de “Aladdin” se torna um espetáculo à parte principalmente nos momentos que o Gênio entra em suas demonstrações de poder.
Todos estes elementos foram combinados em um pano de fundo cultural fantasioso, num período difícil de identificar. A aparência por vezes cartunesca da animação faz com que isto vire em favor do público em vez de afastá-lo: o absurdo é mais aceitável quando se admite desta forma. Largamente aceito na renascença das animações da década de 1990, este aspecto estético do longa é essencial para que ele funcione com seus públicos.
A ideia de um mundo árabe místico e desconhecido é desvelada ao longo de 90 minutos e o público ocidental, afastado deste contexto, dispõe-se a receber as novidades que a animação tem a dar, de forma que o filme se torna o equivalente a uma viagem de tapete voador de uma hora e meia. É por isso que, sendo uma obra fruto de um distanciamento regional e cronológico em seu lançamento em 1992, “Aladdin” ainda permanece como um dos grandes pináculos das animações, inimitável e singular por definição.
Um Tira Muito Suspeito
3.0 176 Assista AgoraBom filme com um humor na dose certa que funciona muito bem, sem ficar forçado ou pastelão. Martin Lawrence está excelente, sem dúvida alguma a década de 90 foi o auge de sua carreira.
A Pequena Loja de Suicídios
3.7 774Animação sensacional que proporciona excelentes reflexões sobre a vida e a morte.
A animação é linda, mescla cores sóbrias e frias com cores vivas e neons. O traçado, o som e a arte final são de extrema qualidade e mantém a narrativa típica dos filmes europeus.
Critica também a dificuldade de aproximação entre os membros de uma família, que dividem a mesma casa, mas não compartilham seus sentimentos. Um filme irônico e encantador.
Le Magasin des suicides é um filme de origem francesa, criado em 2012 por Patrice Leconte, que traz inicialmente um cenário mórbido em que uma crise econômica deixa inúmeros desempregados e tira a vontade das pessoas viverem. Isso resulta em uma epidemia de suicídios e músicas melancólicas, com os membros da família Tuvache sendo os únicos que se beneficiam com esse momento de escuridão por possuírem uma loja de artigos para os clientes colocarem fim às próprias vidas. Porém, quando Luccrece Tuvache dá a luz ao seu terceiro filho, uma criança extremamente feliz, tudo começa a mudar na vida dessa família de personagens apáticos. O menino cresce como um componente estranho em seu lar, mas não deixa que acabem com sua personalidade alegre e não compreende o porquê de tanta infelicidade, tentando sempre deixar as pessoas ao seu redor felizes e contagiando todos com seu jeito esperançoso.
A obra mostra uma maneira incisiva, mas descontraída, de tratar temas pesados como a solidão, a depressão, a agonia e a morte. Consegue ilustrar perfeitamente o dilema vivido por cada um dos suicidas, o medo da morte e o desejo de acabar com toda a angústia que os cerca. O cenário e os personagens se unem em cores frias, temas sombrios, uma representação constante da falta de vida, o que faz com que o espectador sinta parte da agonia ali representada e expõe a necessidade de reflexão que o enredo traz com maestria. O que está acontecendo com o mundo de hoje para que tenhamos nos perdido tão facilmente em nossos lamentos? Estamos focados demais em coisas superficiais e perdendo nossas vidas?
O objetivo de crítica social com humor que desafia o politicamente correto é cumprido, prendendo a atenção do público, de forma muito simples, assim como os gráficos de desenho. É um filme que vale a pena ser assistido pela conquista de um olhar empático do público sobre o sofrimento dos personagens, pelas cenas musicais que acompanham a tensão e passam mensagens claras, mas, principalmente, pelo conjunto envolvente de elementos que nos apresenta ao longo da trama.
Alice no País das Maravilhas
4.0 767 Assista AgoraÉ mais uma animação clássica da Disney e tem seus méritos, mas não me cativou muito não. Acho o Live Action de 2010 infinitamente melhor e mais legal.
O Dentista 2
2.7 36Continuação bacana que finaliza a excelente saga do Dentista sanguinário que proporciona ótimas cenas de agonia e aflição.
Achei o seu antecessor melhor, mas com certeza vale muito a pena ver essa sequência.
Lançado dois anos após o filme original, O Dentista 2 é uma peça rara entre as continuações de filmes de terror B, principalmente se assistido logo após o original. Fica claro que o objetivo dos realizadores era, de fato, continuar a história, e não apenas faturar em cima do primeiro filme.
Corbin Bernsen está de volta como o sádico dentista Alan Feinstone, que consegue fugir do hospício onde fora internado ao fim do primeiro filme. Ele chega à pequena cidade interiorana de Paradise, onde pretende se estabelecer com o nome falso de Larry Caine e esquecer os crimes que cometeu no passado.
Mas as coisas começam a dar errado quando ele se mete em uma rixa com o dentista local, o Dr. Burns. Durante uma briga, Burns acaba caindo de uma escada e morrendo. Todos tomam a morte como um acidente, e Feinstone se torna o novo dentista da cidade.
Tudo parece bem a princípio. Feinstone/Caine é cuidadoso com os pacientes e consegue controlar seus impulsos assassinos. Ele também se envolve com a bela Jamie, e parece ter um bom futuro na sua nova vida em Paradise.
Mas essa perfeição é ameaçada pelo passado de Feinstone. Sua esposa Brooke, que teve a língua e todos os dentes arrancados no primeiro filme, está de volta, e quer sua vingança. E em segundo lugar, Feinstone volta às suas antigas práticas sádicas. Primeiro ele tortura um viajante, mais tarde, numa cena agonizante, ele tortura a pobre Bev Trotter, uma funcionária do banco local que começa a desconfiar de sua verdadeira identidade.
Assim como no filme original, pessoas com medo da broca de dentista irão se contorcer na poltrona. Há inúmeras cenas fortes, mas a tortura de Bev é a mais difícil de assistir, principalmente por se tratar de uma personagem bastante simpática.
Alguns detalhes infelizmente acabam ficando meio soltos, como a vingança de Brooke, que é muito bem planejada em todas as etapas, menos na execução final. Já o romance entre Feinstone e Jamie é bem explorado, e é curiosa a forma como torcemos para que dê tudo certo para os dois, mesmo sabendo que o dentista é um assassino cruel que deve pagar por seus crimes. Mérito da fantástica interpretação de Corbin Bersen, que parece ter nascido para o papel.
Como dito no início do texto, O Dentista 2 continua de forma coesa a trama do primeiro. Mas ao invés de abrir espaço para uma nova sequência, o filme prefere terminar com uma imagem marcante que não dá espaços para continuações. O melhor é saber o mínimo possível sobre essa cena. Mas saiba que até lá você já vai ter rangido tanto os dentes em agonia que talvez precise marcar uma consulta com seu dentista. Só é melhor procurar saber um pouco mais sobre o passado dele antes. Nunca se sabe…
O Dentista
2.8 97 Assista AgoraMe surpreendi demais! Sem dúvida alguma é um grande filmaço que merece mais reconhecimento, o mais incrível é conseguir juntar a temática de dentista com o terror, e pelo menos aqui isso deu muito certo.
Acho que podemos concordar que uma das dores mais terríveis pelas quais uma pessoa comum passa na sua vida cotidiana é aquela causada pela broca do dentista atingindo o nervo. A dor é pura e difícil de descrever, e todo mundo que já foi ao consultório dental já provou dela. Mas, para não difamar os dentistas, há de se admitir que eles estão apenas fazendo o seu trabalho, e não querem nos machucar. Agora, já imaginou se quisessem?
O Dentista é um filme de 1996 que faz um brilhante uso do ambiente do consultório dentário para criar uma atmosfera de violência e humor negro. Corbin Bernsen, no papel de sua vida, é o Dr. Alan Feinstone, um bem sucedido ortodontista que descobre que sua esposa Brooke está transando com o limpador de piscina. Feinstone, que já não bate muito bem das bolas, se vinga arrancando todos os dentes da esposa e, não satisfeito, passa a torturar e matar seus pacientes e colegas de trabalho.
Um detalhe muito interessante é o fato de que as salas do consultório de Feinstone possuem ambientes temáticos, já que o dentista quer criar uma “experiência dental completa“. As vítimas que circulam por essas salas são das mais variadas. Entre os pacientes, está a adorável Sarah, uma adolescente louca para tirar o aparelho dental. Já a modelo April Reign quer ter uma dentição perfeita para ganhar um concurso de beleza. Seu agente é curiosamente interpretado por Mark Ruffalo, que nem sonhava que um dia iria interpretar Bruce Banner em Os Vingadores. Mas nenhum sofre mais que Marvin Goldblum, um fiscal da receita federal corrupto que paga pelos seus pecados na melhor cena do filme.
O gore aqui é uma coisa linda de se ver, e vai fazer muita gente se contorcer na poltrona. Mas o que carrega o filme é a interpretação de Corbin Bersen. Além de interpretar Feinstone nesse filme e na sequência, ele já havia encarnado um dentista assassino no telefilme Beyond Suspicion. A sua construção do personagem é tão rica que faz o espectador se sentir cúmplice do crime. Um truque difícil, que é atingido com muito talento e um orçamento modesto nessa pérola do bom cinema B de horror.
O roteirista do filme foi o próprio Stuart Gordon, que mais uma vez soube arquitetar uma bela trama. Não há pontos abertos que dariam margem a interpretações errôneas. Seguimos uma corrente de eventos linear que descrevem a decaída de um homem na loucura, simples mas funcional. Descobrimos que Alan já possuía uma grandiosa obsessão com limpeza (Não só a dental), e com certeza esse foi um dos pontos que potencializaram sua paranoia. Ele simplesmente desejava "limpar" o mundo de toda a sua deterioração impura e asquerosa. Sua maneira de realizar isso era através das cavidades orais de desafortunados pacientes. Eu nunca tinha assistido um filme que tratasse de um complexo de superioridade dental. Esse conceito em si já aparenta ser medíocre, mas "O Dentista" é a prova viva de que qualquer ideia pode ser desenvolvida e transformada em algo aprazível, desde de realizada por pessoas competentes e dispostas.
"O Dentista" é um filme subestimado que conseguiu singrar não somente pelo gore clássico, mas também pelo vultuoso consciente de um psicopata. Um gore psicológico, se você preferir. O que torna essa obra realmente diferente da maioria dos filmes slasher é não sermos apresentados ao ponto de vista da vítima e sim ao do antagonista, que neste caso é o personagem principal.
Corbin Bernsen simplesmente arrasou no papel do Dr. Feinstone. Uma atuação magnífica e sincera. Não precisa ser um gênio para deduzir que é muito, mas muito difícil mesmo, interpretar um psicopata. A maioria dos atores que aceitaram papéis desse gênero não conseguiram realizar nada além de lixo tóxico. Esse não é o caso com Bernsen. Sua atuação foi precisa e extremamente convincente. Um dos pontos altos do filme.
A inspiração para o filme se deu a partir da história de Glennon Engleman (1927-1999). Engleman foi um sociopata de St. Louis, Missouri, que adotava a profissão de dentista como fachada para esconder seu ofício de mercenário. Engleman admitiu em tribunal ter matado em troca de benefícios financeiros. Também alegou que seu dom era matar sem remorso, assim como gostava de planejar os assassinatos e se desfazer dos corpos. Muitos descrevem Engleman como um serial killer... Isso pode ser debatido, uma vez que um serial killer não visa dinheiro... Bom, quem sabe... Às vezes juntou a fome com a vontade de comer. Não se sabe o número exato de vítimas de Engleman.
A trilha-sonora é ótima. Além disso, foi bem empregada, encaixando-se sempre nos momentos certos. A trilha-sonora (Ou a ausência dela. Tudo depende da visão do diretor) é o elemento que mantém o suspense em um filme. Achei excelente o esmero em adotar músicas clássicas famosas, como "Tristão e Isolda" de Richard Wagner e "Vissi d'arte, vissi d'amore" de Giacomo Puccini, nas cenas mais tortuosas.
Yuzna mostrou sensibilidade ímpar na direção. Realmente absorvi a transformação do Dr. Alan Feinstone. A pesarosa decaída de um bem-sucedido profissional em um psicopata descontrolado. Foram utilizadas técnicas de filmagem simples como distorção da imagem para emoldurar esse transformação. No fundo, tudo foi bem feito.
"O Dentista" é um filme bem completo... Temos suspense, um bom roteiro, atuações convincentes, sangue, ótima trilha-sonora, uma cena de nudez (Para apimentar um pouco para audiências mais adultas) e mais sangue. Ou seja, a receita perfeita para um bom filme de terror. Se vocês tiverem a oportunidade de assistir, deem uma chance para "O Dentista", um bom filme de uma bela época do cinema, época essa que infelizmente está sendo esquecida.
O Colecionador de Corpos 2
3.4 499É assistível, mas é certamente muito inferior em relação ao primeiro. O primeiro filme já assinalava que o assassino e suas armadilhas tinham um toque de irrealidade, o público aceita isso, quer dizer, as armadilhas eram impossíveis de serem feitas por um indivíduo isolado e o assassino em si era extremamente resistente, é como se fosse um mutante do x-men com super poderes, tem momentos que chegam a ser um absurdo com quem assiste. Mas nessa continuação aqui, pegaram tudo isso e multiplicaram por 10 criando um cenário extremamente bizarro, por exemplo,
assassino é tão esquisto e ao mesmo tempo poderoso que consegue ter uma "horda" de pessoas raptadas prontas para defender ele. Além disso, pegaram toda a lógica e racionalidade que existe no mundo e enfiaram no rabo, pois como que é possível APENAS UMA PESSOA fazer tantas engenharias e armadilhas extremamente complexas em uma boate que certamente é frequentada por muitas pessoas todos os dias, pior, nenhum funcionário ou segurança percebeu um maluco entrando nas tubulações para amarrar umas cordinhas pra todas as armadilhas???
Há tantas falhas no roteiro e exageros que fica difícil levar a sério O Colecionador de Corpos 2. O simples fato da polícia não ter sido chamada quando o hotel foi descoberto e um braço quebrado que é praticamente ignorado durante uma luta são exemplos de bobagens que somente os fãs da franquia poderão suportar. Se no primeiro filme, o colecionador era um assassino em série com uma metodologia fora do comum, na continuação ele se transforma numa caricatura, um vilão de desenho animado, capaz de estar em vários ambientes e até mesmo se curar facilmente dos mais variados ferimentos, voltando ao normal quando está em casa.
A polícia mais uma vez se mostra ineficiente. Como um assassino solitário seria capaz de comprar materiais, malas e armadilhas, e manter toda uma estrutura sofisticada sem chamar a atenção? Ninguém notou a presença de um veículo de extermínio de pragas nos locais, nem fez busca em lugares abandonados, de preferência próximos aos sequestros? E aquele incêndio artificial na sequência final, sem deixar o menor rastro de fumaça? E também por que a garota possui problemas de audição e o rosto do vilão não é mostrado, se esses detalhes não servem à trama?
Enfim, O Colecionador de Corpos 2 é uma experiência sangrenta, com cenas violentas e ousadas, mas não se pode considerá-la de ótima qualidade. No máximo, um passatempo, uma diversão passageira, um fast-food do gênero. Irá agradar aos fãs do primeiro filme, da série Jogos Mortais e todos aqueles que enxergam o cinema de horror como uma exposição do improvável. Para os demais, os que buscam um filme inteligente e uma trama inovadora e bem realizada, é melhor ficar longe e nem acrescentá-lo em sua coleção.
Enfim, é uma continuação bem fraquinha e sem sentido, acho que nem precisava existir, mas de qualquer forma o final proporcionou um desfecho minimamente bacana.
O Colecionador de Corpos
3.3 765 Assista AgoraNão chega a ser um filmaço, mas dentro do que propõe, o longa cumpre muito bem o seu trabalho. Rende ótimas cenas de agonia, aflição, gore e suspense, nesse quesito é um prato cheio para quem gosta do gênero. Só não vou dar uma nota maior devido algumas situações que são extremamente difíceis de aceitar, forçadas e inconveniências ridículas de roteiro, burrice exacerbada dos personagens e aquele final que francamente, que coisa mais patética de absurda.
Outra coisa que deixa a desejar é o próprio assassino, mermão, o que é aquela máscara de couro que mais parece uma cabeça de tartaruga? E aqueles olhos que brilham igual a gato? Na boa, não convenceu, parece uma tartaruga ninja de suéter e botas.