Essa expressão gera uma certa confusão. "Criou-se a idéia de que todo filme vagabundo de terror ou ficção científica é um filme B. O autêntico filme B ficou no passado, nas décadas de 30 e 40. A generalização por parte da crítica está incorreta", afirma o jornalista Carlos Primati, um pesquisador da história do cinema. Originalmente, os filmes B eram produzidos pela unidade secundária dos grandes estúdios, que, nas décadas de 30 e 40, dividiam suas operações. Na unidade A, eram feitos apenas os filmes de destaque, onde brilhavam os maiores astros. As fitas que saíam da unidade B dos grandes estúdios não tinham estrelas, embora nem sempre o orçamento fosse baixo. Essa dupla produção começou durante a crise econômica americana provocada pela queda da Bolsa de Nova York, em 1929. Como os cinemas perdiam espectadores, surgiu a idéia de atrair o público exibindo dois filmes pelo preço de um.
As sessões duplas apresentavam sempre um filme da unidade A dos estúdios e outro da B, em geral uma fita de faroeste, ficção científica ou de horror. A fórmula dois-em-um fez tanto sucesso que, em 1935, 85% dos cinemas americanos exibiam sessões duplas. Nessa época, os grandes estúdios eram proprietários de cadeias de cinemas, onde mostravam suas próprias fitas. Em 1948, uma lei os forçou a se desvincular das salas de exibição. Sem o controle dos grandes estúdios sobre os cinemas, as sessões duplas perderam força e a era de ouro dos filmes B acabou. A partir dos anos 50, surgiram estúdios empenhados em fazer cinema com baixo orçamento, criando fitas que tinham temas fantásticos e apelativos e que eram exibidos em cinemas modestos. Produções com essas características como o clássico de horror A Noite dos Mortos Vivos (1968) acabaram sendo rotuladas como filmes B, embora essa expressão tenha nascido para definir outro período específico da história do cinema americano. Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-sao-filmes-b