Pensando bem, na próxima vez que você se deparar com Che Guevara numa camiseta, na capa de um álbum de rock ou no biquíni de uma modelo, veja ali uma boa notícia. A imagem é uma prova de que você vive em um sistema mais livre que o defendido por Che. No bom, velho e tão criticado capitalismo democrático, as pessoas estão livres para fazer da vida o que acharem melhor, inclusive errar. Podem ver filmes ruins (não só aqueles aprovados pelo governo), deixar de pentear o cabelo ou trabalhar 16 horas por dia para comprar um carro novo. Podem até mesmo sair por aí vestindo a camiseta com a imagem de um dos assassinos mais patéticos do século 20.
Mas nem todos os efeitos da Revolução Industrial são positivos. Se é verdade que o capitalismo fez luxuosidades chegarem ao dia a dia dos pobres, tornou o trabalho infantil desnecessário e transformou a fome em problema de abundância ele também gerou consequências menos satisfatórias. Uma delas foi a proliferação dos intelectuais. Ao libertar as pessoas do trabalho do campo e dar força a indústrias de entretenimento, a Revolução Industrial multiplicou o número de indivíduos que poderiam se dar ao luxo de passar a vida em bibliotecas e escolas discutindo ideias – e reclamando (que grande ironia) dos terríveis efeitos do capitalismo.
Não pode chover o tempo todo. O céu não pode cair pra sempre. E embora a noite pareça longa, suas lágrimas não podem cair para sempre… Prédios queimam, pessoas morrem, mas o amor verdadeiro é para sempre. O Corvo
Bom, o tema do filme é bem maquiavélico mesmo, mas acho que o autor soube bem como deixar claro que o sucesso que ele obteve se deveu por sua genialidade que já existia antes dos comprimidos, visto que ele não foi o único a tomar, mas foi o único que conseguiu se dar bem. acho que dizer que o filme passa uma mensagem de apologia às drogas é uma avaliação bem ordinária, já que ficou bem salientado o auto controle que ele teve desde o começo, além do mais isso é ficção, uma pessoa bem resolvida vai tirar o que o filme realmente mostrou de bom : inteligência não é nada se não estiver aliada à motivação ! (;
Que Deus proteja os diretores de cinema de relacionamentos. Nunca foi tão fácil encontrar pessoas sozinhas e desesperadas por parceiros efêmeros e baratos. Reflexo típico de uma época em que os vínculos se tornaram caros demais para serem mantidos. O problema é que os usuários, seguindo a lógica da histeria como laço social, mentem sobre esse mesmo desespero que os torna consumidores exigentes de aplicativos, consumidores cada vez mais eficientes de bens para preencher o vazio do afeto contemporâneo...e esse filme é o retrato verdadeiro dos fracassos das relações.
É então que chegamos aos primeiros minutos de Giallo, onde a disforme narrativa caminha como um bêbado de pernas bambas, mostrando ações que derrubam todo e qualquer pré-conceito que havíamos construído sobre o filme: Argento filma os métodos de um assassino que simplesmente não mata, pelo menos não aos olhos da câmera. O maníaco é um homem surtado que seqüestra modelos para torturá-las em cativeiro, fotografá-las durante o sofrimento e em seguida utilizar as fotografias como fonte de inspiração para se masturbar enquanto chupa um bico de criança.Quem conhece minimamente a filmografia de Argento reconhece logo de cara a referência a um de seus temas favoritos: os traumas de infância, que retornam não apenas como um elemento a ser estudado durante o filme, mas como base de discurso. É sob a iminência deste trauma que se estrutura todo o filme, e suas conseqüências não são representadas apenas pelas motivações das personagens, mas sim por toda e qualquer ação presente na tela - e, de forma ainda mais intensa, pela estrutura narrativa de Giallo em sua totalidade, pensada de maneira esquizofrênica, errática, porém misteriosa apenas para o seu personagem. Sim, porque Giallo é um filme cuja trama se resolve para nós, espectadores, com meia-hora de duração, e dali em diante nos convida a ver e sentir as conseqüências deste trauma ao invés de desvendá-las, como normalmente o faria um filme de suspense. Argento abre mão do mistério entregando a resolução de toda a história em duas seqüências centrais, a apresentação da feição do assassino e o flashback brilhantemente fotografado com o qual explicita as razões de ser deste personagem, e guarda para o espectador cadeira cativa em uma posição de puro voyeurismo sádico para acompanhar o sofrimento deste homem transtornado, cujo referido trauma deu origem a uma vida dupla.
É então que, durante uma hora inteira, veremos este homem caçar a ele mesmo, fugir dele mesmo e demonstrar o estado de sua mente atormentada através de atos de tortura e violência sob o corpo de modeletes histéricas que simplesmente não conseguem entender o que acontece, pois numa história habitual deveriam estar mortas, e não com os membros atados trancadas em um porão perdendo aos poucos os dedos e outras partes do corpo. Argento nos diverte ("kiss kiss no more" é uma das frases do ano), nos sacia com cenas perversas e sangrentas e ao final de tudo realmente consegue apresentar um filme diferenciado subvertendo todas as regras possíveis de um jeito que qualquer um apostaria ser um passo largo rumo ao fracasso: fazer um suspense sem suspense algum. Por isso é que é perfeitamente compreensível encontrar tanta gente confusa ao final de Giallo, e é também o maior dos motivos que eu poderia citar aqui como prova de seu sucesso. É um filme que certamente será detestado por muitos, considerado sem graça, feio, bobo, chato e etc., e Argento tem consciência disto porque seu objetivo não é fazer um filme intelectualizado (não no sentido de inteligente), um suspense recheado de cenas de susto histriônicas ou de surpresinhas metidas a enganadoras. E, neste caso, por propôr uma experiência que se opõe ao que o gênero em que se instala prega atualmente, Giallo certamente será mais um filme incompreendido de Dario Argento.
É filme de gente grande que desperta Medos, medos e medos essenciais. Devemos nós nos dedicar apenas a bens materiais ou valemos pelo que somos? Seria essa questão o divisor de águas entre a ingenuidade romântica e a dureza da idade adulta? Somos capazes de escolher nossos valores, ou a vida e a sociedade nos esmagam nos fazendo engolir valores sem qualquer escolha? Somos livres? E se formos, pagamos pela liberdade o alto preço da solidão e da insegurança? E, afinal, diante daquele pó de onde viemos e para onde retornaremos (aquele mesmo pó do qual você sente o cheiro quando chove, e a terra fica molhada à sua volta), quem somos? Seremos mais do que este pó?
Em resumo, quase sempre os membros da nossa família não são nossos melhores amigos e não é gente em que podemos confiar nossos desesperos porque sempre esperam de nós soluções para as demandas do dia a dia.
Maridos, esposas, filhos, irmãos, pais, quase sempre não servem para ouvir nossos segredos, mas apenas servem para constatar nossas misérias secretas.
Não há relação evidente entre família e paixões alegres,as fotos do álbum de família lá de casa já foram consumidas pelas chamas do ódio e da indiferença.
O filme "2012", de Roland Emmerich, é um lixo da geração Obama.
Filmes-catástrofe são fracos, servem para tardes chuvosas de domingo, recheados com cama, chuva e preguiça, ao lado de alguém com quem você gosta de ficar na cama abraçado. Além, é claro, do fato de que o ano "fatídico" 2012 é uma maldição do povo maia, essa "grande civilização" que fazia sacrifícios humanos.
Além dos clichês mais banais de filmes-catástrofe (cientistas bonzinhos, autoridades malvadas, presidentes americanos solidários, famílias despedaçadas que se reúnem em meio ao caos, vinganças da deusa natureza contra o dinheiro -aquele mesmo que todo mundo quer no bolso), Isso sim é o fim do mundo.kkkk
Enfim, o que nos torna humanos são nossas desgraças. Por isso, uma sociedade que faz estilo de “utilitarista dos afetos”, movida por uma geometria do útil, como a nossa, em que quase todo mundo carrega o rosto idiota de quem vive buscando a felicidade, se desumaniza à medida que se faz estrategista eterno do sucesso existencial. Sim, eu acredito na infelicidade como matéria de vida. Não que a procuremos, nem precisa, ela nos acha, mas creio na infelicidade como medula, espinha dorsal de nossa dignidade. A infelicidade é a lei da gravidade que reúne os elementos que compõem nossa personalidade. O fracasso é que torna o homem confiável. Imagine se Hamlet só quisesses ser feliz?
Se olharmos em volta perceberemos que existem tantas outras pessoas, que mesmo sem o poder de "Deus", agem igual, ou pior. Pelo menos quando o assunto é o interesse pessoal.
*****Spoiler***** Pequena Miss Sunshine mostra como a sensibilidade também é irmã da coragem e somente ao seu lado revela sua maior beleza. Nesse filme,uma família de loosers (perdedores) tenta levar a pequena filha a tempo para um concurso de beleza para meninas pequenas,chamado Miss Sunshine. O pai,especialista numa fórmula de sucesso (autoajuda para recursos humanos),é um fracassado que não consegue vender sua fórmula a ninguém. Mas,ainda assim,insiste em ''educar'' sua família com seus nime steps (nove passos).
A mãe, uma garçonete que só consegue trazer para casa frangos fast-food baratos,permanece doce e atenta aos filhos.
Um avô,pai da mãe,que vive com eles,cheira cocaína e lê revistas pornô.
Um tio,irmão dela,também acaba indo com eles,depois de tentar se matar porque foi abandonado pelo amante jovem que o trocou por outro professor,agora mais famoso do que ele.Além de tudo é demitido.especialista em algum grande escritor,nosso tio gay e suicida é uma daquelas pessoas que dedicam a vida a algo que ninguém dá valor.
Um filho mais velho ''nietzschiano'' que não fala com ninguém e quer ser piloto de caça,mas não poderá porque é daltônico. E,finalmente,a candidata a Miss Sunshine,pequena,doce,carinhosa e sonhadora.
Todos viajam numa Kombi amarela quebrada cuja buzina toca o tempo todo.
Mas,ao final e ao longo do filme,a família de loosers se revela amorosa e atenta uns aos outros.E sobrevive de forma bela ao esmagamento que é a ordem do mundo. E nos mostra aquilo que a covardia e a ignorância nos rouba e que alguns remetem ao escritor tcheco Kafka, e outros mais ao escritor francês Bernanos: ´´Os homens são como nozes,só revelam o seu melhor quando são esmagados''. O valor da vida se arranca das pedras.
A melhor forma de manter a dignidade na era do Facebook (se você não resistir a ter um) é não contar para ninguém que você tem um Facebook. Quase tudo é bobagem nas redes sociais porque o ser humano é banal e vive uma vida quase sempre monótona e previsível.
E a monotonia é o traje cotidiano do vazio. E a rotina é o modo civilizado de enfrentar o caos, outra face do vazio.
A ideia de que aprendemos a falar porque quisemos "conhecer" o mundo é falsa. Segundo os evolucionistas, é mais provável que tenhamos aprendido a falar para falar mal dos outros e fofocar.
O "Face" é, neste sentido, um artefato paleontológico que prova que nada mudou.
Tem coisa mais monótona do que discutir sobre a existência ou não de Deus? Ninguém crê em Deus "por razões lógicas". Isso é papo furado. Ninguém "decide" ter fé.
Tentar provar que Deus existe porque ele seria "uma necessidade da razão" me parece um engodo.
O argumento basicamente é o seguinte: se Deus é bom, por que o mundo é mau? Alguns já chegaram a supor que Deus seria mesmo mau...
Duas questões são importantes apontar nesse debate, uma com relação aos crentes, outra aos ateus.
Primeiro os crentes. Uma falácia comum por parte dos crentes é supor que seria impossível você ser uma pessoa razoavelmente moral sem alguma forma de religião. A história prova que ateus e crentes dividem o mesmo lote de miséria moral. Pouco importa ser ou não crente.
Portanto, a tentativa de afirmar que, se você é ateu você necessariamente não é "bom", é pura falácia. Tampouco penso que uma religião faça falta para todas as pessoas. Muita gente vive sem crise sem acreditar em coisa nenhuma "do outro mundo". Isso não significa que ela seja sempre feliz (tampouco os religiosos o são), a (in)felicidade depende de inúmeros fatores.
Quanto aos ateus, acho risível a ideia de que o ateísmo seja uma "conquista" da razão ou de alguma forma de rigor moral ou "coragem cosmológica".
O ateísmo me parece, entre todas as hipóteses sobre o universo, a mais fácil, simples, rápida e quase fast food theory (teoria fast food).
E mais: é quase evidente que somos uma raça abandonada na face da Terra e a indiferença dos elementos naturais para conosco (sejam eles externos ou internos ao nosso corpo) salta aos olhos.
Acho Deus uma hipótese acerca da origem das coisas mais elegante do que a dos ateus. Mas, por outro lado, a ideia de que um dia o pó tomou consciência de si mesmo e constatou sua dolorosa solidão cósmica é bela como uma ópera.
A virtude é silenciosa e cresce sempre num terreno que lhe é hostil. Máxima ignorada por todos que, principalmente em épocas do novo puritanismo político que assola o mundo da cultura, cantam seu amor e sua misericórdia pelo mundo e pelos que sofrem. O amor ao mundo deve ser escondido como uma pérola.
Diários de Motocicleta
3.9 827Pensando bem, na próxima vez que você se deparar com Che Guevara numa camiseta, na capa de um álbum de rock ou no biquíni de uma modelo, veja ali uma boa notícia. A imagem é uma prova de que você vive em um sistema mais livre que o defendido por Che. No bom, velho e tão criticado capitalismo democrático, as pessoas estão livres para fazer da vida o que acharem melhor, inclusive errar. Podem ver filmes ruins (não só aqueles aprovados pelo governo), deixar de pentear o cabelo ou trabalhar 16 horas por dia para comprar um carro novo. Podem até mesmo sair por aí vestindo a camiseta com a imagem de um dos assassinos mais patéticos do século 20.
O Jovem Karl Marx
3.6 272 Assista AgoraMas nem todos os efeitos da Revolução Industrial são positivos. Se é verdade que o capitalismo fez luxuosidades chegarem ao dia a dia dos pobres, tornou o trabalho infantil desnecessário e transformou a fome em problema de abundância ele também gerou consequências menos satisfatórias. Uma delas foi a proliferação dos intelectuais. Ao libertar as pessoas do trabalho do campo e dar força a indústrias de entretenimento, a Revolução Industrial multiplicou o número de indivíduos que poderiam se dar ao luxo de passar a vida em bibliotecas e escolas discutindo ideias – e reclamando (que grande ironia) dos terríveis efeitos do capitalismo.
O Corvo
3.8 696Não pode chover o tempo todo. O céu não pode cair pra sempre.
E embora a noite pareça longa, suas lágrimas não podem cair para sempre…
Prédios queimam, pessoas morrem, mas o amor verdadeiro é para sempre.
O Corvo
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraO que dizer...
Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista AgoraCom esse filme eu aprendi que o passado nunca morre( a gente é que aprende a lidar com ele) e que nem todo final é feliz.
Sem Limites
3.8 1,9K Assista AgoraBom, o tema do filme é bem maquiavélico mesmo, mas acho que o autor soube bem como deixar claro que o sucesso que ele obteve se deveu por sua genialidade que já existia antes dos comprimidos, visto que ele não foi o único a tomar, mas foi o único que conseguiu se dar bem. acho que dizer que o filme passa uma mensagem de apologia às drogas é uma avaliação bem ordinária, já que ficou bem salientado o auto controle que ele teve desde o começo, além do mais isso é ficção, uma pessoa bem resolvida vai tirar o que o filme realmente mostrou de bom : inteligência não é nada se não estiver aliada à motivação ! (;
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraQue Deus proteja os diretores de cinema de relacionamentos. Nunca foi tão fácil encontrar pessoas sozinhas e desesperadas por parceiros efêmeros e baratos. Reflexo típico de uma época em que os vínculos se tornaram caros demais para serem mantidos. O problema é que os usuários, seguindo a lógica da histeria como laço social, mentem sobre esse mesmo desespero que os torna consumidores exigentes de aplicativos, consumidores cada vez mais eficientes de bens para preencher o vazio do afeto contemporâneo...e esse filme é o retrato verdadeiro dos fracassos das relações.
Caindo na Real
3.6 224 Assista AgoraNós que somos ''herdeiros'' dos anos 90...estamos envelhecendo...só restam dúvidas e perguntas sem respostas...
Giallo - Reféns do Medo
2.4 86 Assista AgoraÉ então que chegamos aos primeiros minutos de Giallo, onde a disforme narrativa caminha como um bêbado de pernas bambas, mostrando ações que derrubam todo e qualquer pré-conceito que havíamos construído sobre o filme: Argento filma os métodos de um assassino que simplesmente não mata, pelo menos não aos olhos da câmera. O maníaco é um homem surtado que seqüestra modelos para torturá-las em cativeiro, fotografá-las durante o sofrimento e em seguida utilizar as fotografias como fonte de inspiração para se masturbar enquanto chupa um bico de criança.Quem conhece minimamente a filmografia de Argento reconhece logo de cara a referência a um de seus temas favoritos: os traumas de infância, que retornam não apenas como um elemento a ser estudado durante o filme, mas como base de discurso. É sob a iminência deste trauma que se estrutura todo o filme, e suas conseqüências não são representadas apenas pelas motivações das personagens, mas sim por toda e qualquer ação presente na tela - e, de forma ainda mais intensa, pela estrutura narrativa de Giallo em sua totalidade, pensada de maneira esquizofrênica, errática, porém misteriosa apenas para o seu personagem.
Sim, porque Giallo é um filme cuja trama se resolve para nós, espectadores, com meia-hora de duração, e dali em diante nos convida a ver e sentir as conseqüências deste trauma ao invés de desvendá-las, como normalmente o faria um filme de suspense. Argento abre mão do mistério entregando a resolução de toda a história em duas seqüências centrais, a apresentação da feição do assassino e o flashback brilhantemente fotografado com o qual explicita as razões de ser deste personagem, e guarda para o espectador cadeira cativa em uma posição de puro voyeurismo sádico para acompanhar o sofrimento deste homem transtornado, cujo referido trauma deu origem a uma vida dupla.
É então que, durante uma hora inteira, veremos este homem caçar a ele mesmo, fugir dele mesmo e demonstrar o estado de sua mente atormentada através de atos de tortura e violência sob o corpo de modeletes histéricas que simplesmente não conseguem entender o que acontece, pois numa história habitual deveriam estar mortas, e não com os membros atados trancadas em um porão perdendo aos poucos os dedos e outras partes do corpo. Argento nos diverte ("kiss kiss no more" é uma das frases do ano), nos sacia com cenas perversas e sangrentas e ao final de tudo realmente consegue apresentar um filme diferenciado subvertendo todas as regras possíveis de um jeito que qualquer um apostaria ser um passo largo rumo ao fracasso: fazer um suspense sem suspense algum.
Por isso é que é perfeitamente compreensível encontrar tanta gente confusa ao final de Giallo, e é também o maior dos motivos que eu poderia citar aqui como prova de seu sucesso. É um filme que certamente será detestado por muitos, considerado sem graça, feio, bobo, chato e etc., e Argento tem consciência disto porque seu objetivo não é fazer um filme intelectualizado (não no sentido de inteligente), um suspense recheado de cenas de susto histriônicas ou de surpresinhas metidas a enganadoras. E, neste caso, por propôr uma experiência que se opõe ao que o gênero em que se instala prega atualmente, Giallo certamente será mais um filme incompreendido de Dario Argento.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraPobre idiota é aquele que não vê que o destino é sempre contra nós porque somos mortais.
A Estrada
3.6 1,3K Assista AgoraÉ filme de gente grande que desperta Medos, medos e medos essenciais. Devemos nós nos
dedicar apenas a bens materiais ou valemos pelo que somos? Seria essa questão o divisor de
águas entre a ingenuidade romântica e a dureza da idade adulta? Somos capazes de escolher
nossos valores, ou a vida e a sociedade nos esmagam nos fazendo engolir valores sem
qualquer escolha? Somos livres? E se formos, pagamos pela liberdade o alto preço da
solidão e da insegurança? E, afinal, diante daquele pó de onde viemos e para onde
retornaremos (aquele mesmo pó do qual você sente o cheiro quando chove, e a terra fica
molhada à sua volta), quem somos? Seremos mais do que este pó?
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraEm resumo, quase sempre os membros da nossa família não são nossos melhores amigos e não é gente em que podemos confiar nossos desesperos porque sempre esperam de nós soluções para as demandas do dia a dia.
Maridos, esposas, filhos, irmãos, pais, quase sempre não servem para ouvir nossos segredos, mas apenas servem para constatar nossas misérias secretas.
Não há relação evidente entre família e paixões alegres,as fotos do álbum de família lá de casa já foram consumidas pelas chamas do ódio e da indiferença.
Led Zeppelin: Celebration Day
4.7 40Achilles Last Stand ♥
Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraSempre temo que, sem Clint Eastwood, o cinema dos Estados Unidos afunde na "catatonia do bem" retardado.
2012
2.6 3,3K Assista AgoraO filme "2012", de Roland Emmerich, é um lixo da geração Obama.
Filmes-catástrofe são fracos, servem para tardes chuvosas de domingo, recheados com cama, chuva e preguiça, ao lado de alguém com quem você gosta de ficar na cama abraçado. Além, é claro, do fato de que o ano "fatídico" 2012 é uma maldição do povo maia, essa "grande civilização" que fazia sacrifícios humanos.
Além dos clichês mais banais de filmes-catástrofe (cientistas bonzinhos, autoridades malvadas, presidentes americanos solidários, famílias despedaçadas que se reúnem em meio ao caos, vinganças da deusa natureza contra o dinheiro -aquele mesmo que todo mundo quer no bolso), Isso sim é o fim do mundo.kkkk
Hamlet
4.0 71Enfim, o que nos torna
humanos são nossas desgraças. Por isso, uma sociedade que faz estilo de “utilitarista dos
afetos”, movida por uma geometria do útil, como a nossa, em que quase todo mundo carrega
o rosto idiota de quem vive buscando a felicidade, se desumaniza à medida que se faz
estrategista eterno do sucesso existencial. Sim, eu acredito na infelicidade como matéria de
vida. Não que a procuremos, nem precisa, ela nos acha, mas creio na infelicidade como
medula, espinha dorsal de nossa dignidade. A infelicidade é a lei da gravidade que reúne os
elementos que compõem nossa personalidade. O fracasso é que torna o homem confiável.
Imagine se Hamlet só quisesses ser feliz?
Todo Poderoso
3.5 1,5K Assista AgoraSe olharmos em volta perceberemos que existem tantas outras pessoas, que mesmo sem o poder de "Deus", agem igual, ou pior. Pelo menos quando o assunto é o interesse pessoal.
Pequena Miss Sunshine
4.1 2,8K Assista Agora*****Spoiler*****
Pequena Miss Sunshine mostra como a sensibilidade também é irmã da coragem e somente ao seu lado revela sua maior beleza.
Nesse filme,uma família de loosers (perdedores) tenta levar a pequena filha a tempo para um concurso de beleza para meninas pequenas,chamado Miss Sunshine.
O pai,especialista numa fórmula de sucesso (autoajuda para recursos humanos),é um fracassado que não consegue vender sua fórmula a ninguém.
Mas,ainda assim,insiste em ''educar'' sua família com seus nime steps (nove passos).
A mãe, uma garçonete que só consegue trazer para casa frangos fast-food baratos,permanece doce e atenta aos filhos.
Um avô,pai da mãe,que vive com eles,cheira cocaína e lê revistas pornô.
Um tio,irmão dela,também acaba indo com eles,depois de tentar se matar porque foi abandonado pelo amante jovem que o trocou por outro professor,agora mais famoso do que ele.Além de tudo é demitido.especialista em algum grande escritor,nosso tio gay e suicida é uma daquelas pessoas que dedicam a vida a algo que ninguém dá valor.
Um filho mais velho ''nietzschiano'' que não fala com ninguém e quer ser piloto de caça,mas não poderá porque é daltônico.
E,finalmente,a candidata a Miss Sunshine,pequena,doce,carinhosa e sonhadora.
Todos viajam numa Kombi amarela quebrada cuja buzina toca o tempo todo.
Mas,ao final e ao longo do filme,a família de loosers se revela amorosa e atenta uns aos outros.E sobrevive de forma bela ao esmagamento que é a ordem do mundo.
E nos mostra aquilo que a covardia e a ignorância nos rouba e que alguns remetem ao escritor tcheco Kafka, e outros mais ao escritor francês Bernanos:
´´Os homens são como nozes,só revelam o seu melhor quando são esmagados''.
O valor da vida se arranca das pedras.
Pink Floyd: The Story of Wish You Were Here
4.6 52Pink Floyd é eterno como a morte.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraA vida é uma prisão e não gosto de rotas de fuga falsas.
Lars von Trier
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraA melhor forma de manter a dignidade na era do Facebook (se você não resistir a ter um) é não contar para ninguém que você tem um Facebook. Quase tudo é bobagem nas redes sociais porque o ser humano é banal e vive uma vida quase sempre monótona e previsível.
E a monotonia é o traje cotidiano do vazio. E a rotina é o modo civilizado de enfrentar o caos, outra face do vazio.
A ideia de que aprendemos a falar porque quisemos "conhecer" o mundo é falsa. Segundo os evolucionistas, é mais provável que tenhamos aprendido a falar para falar mal dos outros e fofocar.
O "Face" é, neste sentido, um artefato paleontológico que prova que nada mudou.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraTem coisa mais monótona do que discutir sobre a existência ou não de Deus? Ninguém crê em Deus "por razões lógicas". Isso é papo furado. Ninguém "decide" ter fé.
Tentar provar que Deus existe porque ele seria "uma necessidade da razão" me parece um engodo.
O argumento basicamente é o seguinte: se Deus é bom, por que o mundo é mau? Alguns já chegaram a supor que Deus seria mesmo mau...
Duas questões são importantes apontar nesse debate, uma com relação aos crentes, outra aos ateus.
Primeiro os crentes. Uma falácia comum por parte dos crentes é supor que seria impossível você ser uma pessoa razoavelmente moral sem alguma forma de religião. A história prova que ateus e crentes dividem o mesmo lote de miséria moral. Pouco importa ser ou não crente.
Portanto, a tentativa de afirmar que, se você é ateu você necessariamente não é "bom", é pura falácia. Tampouco penso que uma religião faça falta para todas as pessoas. Muita gente vive sem crise sem acreditar em coisa nenhuma "do outro mundo". Isso não significa que ela seja sempre feliz (tampouco os religiosos o são), a (in)felicidade depende de inúmeros fatores.
Quanto aos ateus, acho risível a ideia de que o ateísmo seja uma "conquista" da razão ou de alguma forma de rigor moral ou "coragem cosmológica".
O ateísmo me parece, entre todas as hipóteses sobre o universo, a mais fácil, simples, rápida e quase fast food theory (teoria fast food).
E mais: é quase evidente que somos uma raça abandonada na face da Terra e a indiferença dos elementos naturais para conosco (sejam eles externos ou internos ao nosso corpo) salta aos olhos.
Acho Deus uma hipótese acerca da origem das coisas mais elegante do que a dos ateus. Mas, por outro lado, a ideia de que um dia o pó tomou consciência de si mesmo e constatou sua dolorosa solidão cósmica é bela como uma ópera.
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista AgoraA morte é uma promessa e sua vida é uma maldita mentira.
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraA virtude é silenciosa e cresce sempre num terreno que lhe é hostil. Máxima ignorada por todos que, principalmente em épocas do novo puritanismo político que assola o mundo da cultura, cantam seu amor e sua misericórdia pelo mundo e pelos que sofrem. O amor ao mundo deve ser escondido como uma pérola.