como se o processo de aceitação familiar fosse repentino, num passe de mágica digno do "Mundo de Pam", em um momento em que o próprio Ludovico não parecia mais estar contente com sua natureza, cada vez mais ciente que isso só causava dor à sua família.
Sou um (des)entusiasta confesso do cinema americano mas resolvi dar uma chance a "Ted" por causa da ótima apresentação do Seth MacFarlane no Oscar desse ano. Ok, o filme me surpreendeu no início, me arrancou boas gargalhadas, mas desandou completamente do meio pro final, não só no enredo mas a edição/montagem e as falas parecem terem vindo do mais clichê e pequeno que uma produção estadunidense poderia ser. Não acredito ter sido a intenção já que por ser um conto de fadas totalmente torto, se inicia muito bem.
Em algum momento do primeiro trimestre de 2012 ficou-se sabendo no Brasil que um filme live action de “Samurai X” (Rurouni Kenshin, no original) seria lançado no Japão já em agosto do mesmo ano. As manchetes causaram certo choque e pânico instantâneos, acompanhados, sobretudo, por aversão à ideia. Entretanto, as mesmas manchetes já traziam um trailer da produção para que os vários níveis de otaku pudessem conferir por si uma prévia do que poderiam esperar. Um novo choque: além de parecer ser totalmente fiel ao enredo original, os atores estavam totalmente encaixados em seus respectivos personagens, acompanhados de uma belíssima caracterização, obrigado! Logo, a aversão de todos deu lugar a um sentimento de “PRECISO assistir esse filme”. O filme estreou dia 25 de agosto de 2012 no Japão e já na primeira semana fez 1 milhão de espectadores. No resto do mundo não foi diferente, saindo-se muito bem em bilheteria, fato que deu ao diretor Keishi Ohtomo carta branca para duas sequências – a primeira já em produção. Alguém pode se perguntar se é preciso ter assistido ao anime ou lido o mangá para apreciar/entender o enredo. Não, afinal o filme apresenta bem seus personagens e oque está se passando – apesar do pano de fundo histórico. Porém, somente alguém que já tenha tido contato anterior com a obra pode entender o quanto o filme foi produzido meticulosamente e com esmero. Alguns (eu, por exemplo) simplesmente não conseguem deixar de se surpreender a cada aparição de personagem, tentando encontrar falhas para justificar a pirraça primeira de que o filme nunca deveria ter sido feito. Além de muito bem caracterizados (que figurino, que posturas), todos os atores encarnam muito bem àqueles que representam, tornando impossível reclamar, inclusive nesse sentido. Outro ponto a favor da produção são as coreografias de luta totalmente bem montadas e filmadas - salvos alguns exageros vaidosos – que trazem incríveis coreografias de luta mostradas quase na íntegra, sem “câmera bêbada”, quando os diretores mostram os embates de maneira não satisfatória, não íntegra, editando a cena em vários takes dando a oportunidade para erros de continuidade e, principalmente, dispersão e desinteresse por parte do público ao que acontece. Fato é que o filme de “Rurouni Kenshin” dá um grande ânimo aos descrentes às adaptações desse tipo (“Super Mario”, ”Dungeos and Dragons”, ”Speedy Racer”, ”Dragon Ball Z”) e é impossível deixar de imaginar futuras adaptações de outras estórias, japonesas ou não. Entretanto, o medo de como as mesmas poderiam ser conduzidas faz fãs preferirem que elas nunca existam. Deveria ser lei internacional: toda e qualquer adaptação para o cinema de produções animadas deveria ser roteirizada, produzida e dirigida por japoneses, sobretudo as animações nipônicas, assim, nenhum fã poderia temer que seu anime favorito estivesse sendo adaptado apenas por razões lucrativas.
Hoje pude identificar uma das minhas broncas para com Gus Van Sant: o cara sempre tem uma ideia mirabolante e/ou um mina (intelectual) de ouro nas mãos e corta o gozo justo na melhor parte, deixando na metade oque poderia ter sido muito mais impressionante. A forma como ele acompanha uns minutos da vida de vários estudantes durante o dia em que uma grande tragédia acontecerá é claustrofóbica e atraente. A desgraça tá lá, no ar, na iminência de acontecer e o diretor prepara muito bem esse campo, mas ao chegar mais pro fim, me senti lendo um livro do Sidney Sheldon onde (mesmo que de qualidade duvidosa) ele nos prende a cada página com seus mistérios e corre com o final, no melhor estilo final de novela. O contraditório é que há elementos e personagens que poderiam muito bem ser cortados mesmo o filme sendo tão curto, mas - caso o problema tenha sido verba - isso lhe renderia mais tempo pra trabalhar no que realmente importava. Entretanto não acredito que $$ seja o problema já que quem assiste o filme percebe a audaciosidade do projeto: longas tomadas em uma escola tão grande e com centenas de figurantes. De fato, falta algo em GVS.
Um filme muito bom. Pode parecer lento e é, mas, como a primeira cena já trás a corrente que se arrastará durante toda sua duração, espectadores mais ansiosos se prenderão a essa âncora. Uma característica interessante é que os atores todos soam amadores, como se nunca tivessem atuado na vida. Um neorrealismo alemão, talvez, mas um decisão acertada. Tamanha "realidade" reflete a frieza e desvontade de viver que nos ronda a superfície, características que parecem também se manifestar nos cenários sem graça onde o verde é fosco, o céu é chapado e nem mesmo a praia e o mar dão uma levantada no ânimo dos personagens que rondam uma cidade desprovida de atrativos. Uma depressão de 90 minutos que você se entrega para conferir o inevitável e esperado final!
Ignorando oque Seth Macfarlene quis dizer ao questionar "Quem é mesmo Jean Dujardin?", resolvi dar uma chance ao seu filme "pós-'O Artista'" e não me arrependo. Era pra ser um besteirol. E é! Porém, um besteirol francês, já que até nesse campo eles conseguem ser superiores. Sobra até espaço pra reflexões sobre vidas vazias e blábláblá... Na verdade, o objetivo aqui é zoar com a cara dos vários tipos de homens infiéis e como cada um consegue ser patético à sua maneira! Um filme feminista? Vai saber! Acontece que - mesmo que não a si próprio - é impossível não reconhecer pelo menos um personagem da sua vida em algum dos vários curtas que formam o longa. Entretanto, esses vários curtas e a transição entre eles pode parecer meio confusa e jogada, mas é um besteirol e ninguém quer refletir muito, muito embora o assunto seja sério... mas tratado com graça! Ah, pontos altíssimos da produção: as diversas caracterizações de Jean Dujardin e Gilles Lellouche em cada curta e, claro, suas respectivas atuações, principalmente do primeiro, que encarna personagens mais distintos entre si. Não merece outro Oscar por isso (não mereceu nem o primeiro), mas é bom ter em mente que muitos atores continuam fazendo bem seu trabalho independente dos flashes e altos cachês.
O visual da produção é lindo e o fato de a fotografia mudar diversas vezes o torna ainda mais interessante, mas o fato é que ela se constrói em uma base de incríveis diálogos, ideias e poesias aparentemente jogadas a esmo entre cenas ao passo em que os personagens se aproximam ainda mais do "Quarto", lugar na "Zona" onde todos os desejos se realizam. Posso afirmar que o crescimento é todo de quem assiste e muito me fez questionar como essa nação, responsável por tantas mentes brilhantes ao longo da história da humanidade está vivendo um momento atual tão retrógrado?
Baseando-me unica e exclusivamente pelo trailer, passo a ser mais simpático ao projeto ainda que eu preferisse que ele não existisse. Obviamente, o ritmo parece ter sido bem americanizado, mas feito com esmero. Parece ser uma junção de David Fincher com Quentin Tarantino. Espero que as primeiras impressões se confirmem.
É bem parado, mas acredito que até quem tem alergia a filmes parados se pegaria tocado por esta que é uma verdadeira obra-prima em todos os níveis. Enredo maravilhoso; atuações no ponto, explosivas quando preciso; fotografia melhor, impossível (com direito a uma verdadeira exposição de ainda mais lindas fotos em P&B); trilha sonora com encaixe perfeito; clímax arrebatador! O mundo estaria a salvo se existissem mais filmes assim e/ou os já existentes fossem mais presentes.
Filme obrigatório número 1 de qualquer lista de filmes obrigatórios para qualquer tipo de cinéfilo. Essa beleza só poderia ser italiano e o próprio justifica essa citação! "Alfredo, é belíssimo!"
Taí um filme que me surpreendeu. Confesso que dei uma chance ao mesmo atrás de um divertimento sexual que, na minha cabeça, o filme prometia e me dei mal! Mas isso é bom. Longe de querer imitar outros incontáveis filmes de triângulos ou trios (mesmo com algumas referências) a produção aposta mais na humanidade dos personagens. Tenho a impressão que os 3 do título já eram amigos de longa data ou foram obrigados a viverem juntos por um tempo porque o sincronismo e intimidade entre eles transborda. Eles são gente de verdade!
EUA (re)aprenda a fazer comédias românticas fofinhas apenas pra passar o tempo, sem muitas filosofias, mas com boas doces de emoção e excelente montagem! Aprenda com quem inventou o cinema!
Gente, que poster ridículo, ele é tão não-versão original. Eu sei que ataques aos remakes que aparentemente não têm motivo algum pra serem feitos podem soar meio fascistas, mas analisem a imagem: 1) um cara (é o Brolin?) no meio de um campo saindo de dentro de um baú; 2) uma mulher ao fundo, toda vestida de rosa e um guarda-chuva amarelo.
**Esses elementos remetem muito a produções asiáticas, muitas vezes excêntricas e sem sentido aparente, mas há ainda outras coisas**
3) o slogan do filme: "Não pergunte porque você foi aprisionado. Pergunte porque foi foi libertado". Deus, precisava ser tão brega? 4) que diacho de fonte estilizada e "bonitinha" pra um filme brutal como "Oldboy"?
Eu juro que fico constrangido a cada vez que assisto uma obra-prima argentina contemporânea. E não são poucas! Não é que nossos brasileiros não tenham seus momentos, mas você assiste com filme como "Elefante Branco" e vê tudo que gostaria de ver mais por aqui, aquilo que independe de nacionalidade: enredo bem pensado, personagens fortes, ousados takes longos, situações complicadas e pesadas, envolvimento, identidade própria e sinceridade consigo mesmo.
Imaginem o Collor sendo entrevistado sem regras por Luciana Gimenez; Rodrigo Faro entrevistando o Genuíno; Christina Rocha entrevistando a Dila e (praticamente) vingando a nação!?
No calor dos debates sobre o tema iniciado desde os anos 20, vale a pena a discussão e enriquecimento do discurso. Embora 12 anos mais novo que o brasileiro "Quebrando o Tabu", este se mostra com provido de uma argumentação (e ironia! e acidez! e trilha sonora! e edição!..) muito superior a defendida por FHC.
Acabei de assistir ao filme e as ideias ainda estão pipocantes, mas sim, posso entender perfeitamente o porque muita gente não gostou do filme, mesmo eu tendo amado. Ele é tão bem dirigido e montado que, além das atuações serem naturais (o melhor exemplo seria a reunião de condomínio), é um filme bem lento (e estranhamente rápido por lidarmos com as vidas de várias pessoas), como o cotidiano. Kleber Mendonça Filho foi bem esperto ao inserir um tom de que alguma coisa muito ruim está na iminência de acontecer, ajudado, claro, pela brilhante e quase ausente trilha sonora. Oque ouvimos são - apenas - os sons da natureza e da civilização, a sexta mais populosa do país. Sons que remetem ao inteligente título e a muitas outras coisa. Bom linkar a diferença entre interior e cidade metropolitana, bom estar atento aos sons e a tudo oque acontece ao nosso redor, bom e perturbador imaginar se formos fazer algo de errado, devemos estar atentos aos rastros. "O som ao redor" não é um filme agradável, mas não creio que agradar tenha sido a intenção do diretor que, como muitos outros, faz questão de tentar tirar o telespectador do lugar comum, das fórmulas, assim como Haneke faz, principalmente, em "Caché" onde as respostas não são nada importante. Um belo filme de cinema que resiste!
A primeira vez que sequer ouvi/li o nome desse filme foi em um nome de uma coluna que Pablo Villaça tem em seu site, mas sequer me perguntei oque diabos significava esse nome. Depois disso, assisti "A Mentira", no qual a personagem de Emma Stone cita os filmes do diretor e, inclusive, aparece um pedaço da cena final. Mas poxa, um filme adolescente dos anos 80 que sequer passava na sessão da tarde não deve ser lá essas coisas, certo!? Completamente errado. "Clube dos Cinco" é o tipo de filme que já te ganha na abertura por começar com uma excelente música, na terceira cena seus olhos já estão brilhando e lá pra décima você pode jurar que é seu filme favorito. Todos os 5 personagens principais (quase os únicos em cena) são incrivelmente interpretados e é impossível não se identificar com pelo menos um dos temas abordados, tais como: pressão, exclusão, aparência, populares x excluídos, drogas, violência doméstica, preconceito, bullying e humilhação, atração de opostos, virgindade, dúvidas e questionamentos sobre o mundo, amizade... Esse filme já se tornou pra mim algo como "As Vantagens de Ser Invisível" dos anos 80 e, definitivamente, me faz esquecer de "Curtindo a Vida Adoidado" como um representante da década.
Eu adorei. Assisti por acidente porque estava com um amigo e nem lembrava que era do Del Toro, senão eu mesmo teria escolhido o filme. Claro, pra um filme de terror moderno, ele tem alguns clichês e coisas desnecessárias, mas até que o enredo é bem interessante e as atuações das meninas e Jessica Chasstain são excelentes. Por falar na indicada ao Oscar, ela definitivamente me provou toda sua versatilidade sendo impossível de encontrar traços de outras personagens nesta atual.
Eu tenho sido muito malvado com Hollywood! Tenho falado muito sobre oque eles têm de ruim e pouquíssimo sobre oque eles ainda têm de bom. Esse filme é um exemplo de qualidade! Muito difícil um filme com um tema tão dramático como desligar os aparelhos que mantém sua esposa viva e descobrir que ela o traía ser tão bem levado sem cair no melodrama e pieguice. Todos os personagens, por menores que sejam, têm presença forte na produção e juro que por vezes nem parece atuação de tão natural e sincero. George Clooney merecia ter levado Oscar ano passado já que, como Seth Macfarlane fez questão de fazer uma piada pertinente sobre, quem é mesmo Jean Durjadin!?
Minha Vida em Cor-de-Rosa
4.3 394 Assista AgoraMuito bom, de narrativa bem construída e personagens reais esfregando-se nos nossos rostos, mas senti que acabou de repente,
como se o processo de aceitação familiar fosse repentino, num passe de mágica digno do "Mundo de Pam", em um momento em que o próprio Ludovico não parecia mais estar contente com sua natureza, cada vez mais ciente que isso só causava dor à sua família.
Ted
3.1 3,4K Assista AgoraSou um (des)entusiasta confesso do cinema americano mas resolvi dar uma chance a "Ted" por causa da ótima apresentação do Seth MacFarlane no Oscar desse ano. Ok, o filme me surpreendeu no início, me arrancou boas gargalhadas, mas desandou completamente do meio pro final, não só no enredo mas a edição/montagem e as falas parecem terem vindo do mais clichê e pequeno que uma produção estadunidense poderia ser. Não acredito ter sido a intenção já que por ser um conto de fadas totalmente torto, se inicia muito bem.
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
3.5 554 Assista AgoraCamila Pitanga, porque fazer novela e propagandas da Caixa?
Samurai X: O Filme
4.0 611 Assista AgoraEm algum momento do primeiro trimestre de 2012 ficou-se sabendo no Brasil que um filme live action de “Samurai X” (Rurouni Kenshin, no original) seria lançado no Japão já em agosto do mesmo ano. As manchetes causaram certo choque e pânico instantâneos, acompanhados, sobretudo, por aversão à ideia. Entretanto, as mesmas manchetes já traziam um trailer da produção para que os vários níveis de otaku pudessem conferir por si uma prévia do que poderiam esperar. Um novo choque: além de parecer ser totalmente fiel ao enredo original, os atores estavam totalmente encaixados em seus respectivos personagens, acompanhados de uma belíssima caracterização, obrigado! Logo, a aversão de todos deu lugar a um sentimento de “PRECISO assistir esse filme”.
O filme estreou dia 25 de agosto de 2012 no Japão e já na primeira semana fez 1 milhão de espectadores. No resto do mundo não foi diferente, saindo-se muito bem em bilheteria, fato que deu ao diretor Keishi Ohtomo carta branca para duas sequências – a primeira já em produção.
Alguém pode se perguntar se é preciso ter assistido ao anime ou lido o mangá para apreciar/entender o enredo. Não, afinal o filme apresenta bem seus personagens e oque está se passando – apesar do pano de fundo histórico. Porém, somente alguém que já tenha tido contato anterior com a obra pode entender o quanto o filme foi produzido meticulosamente e com esmero.
Alguns (eu, por exemplo) simplesmente não conseguem deixar de se surpreender a cada aparição de personagem, tentando encontrar falhas para justificar a pirraça primeira de que o filme nunca deveria ter sido feito. Além de muito bem caracterizados (que figurino, que posturas), todos os atores encarnam muito bem àqueles que representam, tornando impossível reclamar, inclusive nesse sentido.
Outro ponto a favor da produção são as coreografias de luta totalmente bem montadas e filmadas - salvos alguns exageros vaidosos – que trazem incríveis coreografias de luta mostradas quase na íntegra, sem “câmera bêbada”, quando os diretores mostram os embates de maneira não satisfatória, não íntegra, editando a cena em vários takes dando a oportunidade para erros de continuidade e, principalmente, dispersão e desinteresse por parte do público ao que acontece.
Fato é que o filme de “Rurouni Kenshin” dá um grande ânimo aos descrentes às adaptações desse tipo (“Super Mario”, ”Dungeos and Dragons”, ”Speedy Racer”, ”Dragon Ball Z”) e é impossível deixar de imaginar futuras adaptações de outras estórias, japonesas ou não. Entretanto, o medo de como as mesmas poderiam ser conduzidas faz fãs preferirem que elas nunca existam. Deveria ser lei internacional: toda e qualquer adaptação para o cinema de produções animadas deveria ser roteirizada, produzida e dirigida por japoneses, sobretudo as animações nipônicas, assim, nenhum fã poderia temer que seu anime favorito estivesse sendo adaptado apenas por razões lucrativas.
2 mais 2
3.1 121 Assista AgoraObrigado Argentina!
Elefante
3.6 1,2K Assista AgoraHoje pude identificar uma das minhas broncas para com Gus Van Sant: o cara sempre tem uma ideia mirabolante e/ou um mina (intelectual) de ouro nas mãos e corta o gozo justo na melhor parte, deixando na metade oque poderia ter sido muito mais impressionante.
A forma como ele acompanha uns minutos da vida de vários estudantes durante o dia em que uma grande tragédia acontecerá é claustrofóbica e atraente. A desgraça tá lá, no ar, na iminência de acontecer e o diretor prepara muito bem esse campo, mas ao chegar mais pro fim, me senti lendo um livro do Sidney Sheldon onde (mesmo que de qualidade duvidosa) ele nos prende a cada página com seus mistérios e corre com o final, no melhor estilo final de novela.
O contraditório é que há elementos e personagens que poderiam muito bem ser cortados mesmo o filme sendo tão curto, mas - caso o problema tenha sido verba - isso lhe renderia mais tempo pra trabalhar no que realmente importava. Entretanto não acredito que $$ seja o problema já que quem assiste o filme percebe a audaciosidade do projeto: longas tomadas em uma escola tão grande e com centenas de figurantes. De fato, falta algo em GVS.
Wolfsburg
3.6 5Um filme muito bom. Pode parecer lento e é, mas, como a primeira cena já trás a corrente que se arrastará durante toda sua duração, espectadores mais ansiosos se prenderão a essa âncora.
Uma característica interessante é que os atores todos soam amadores, como se nunca tivessem atuado na vida. Um neorrealismo alemão, talvez, mas um decisão acertada. Tamanha "realidade" reflete a frieza e desvontade de viver que nos ronda a superfície, características que parecem também se manifestar nos cenários sem graça onde o verde é fosco, o céu é chapado e nem mesmo a praia e o mar dão uma levantada no ânimo dos personagens que rondam uma cidade desprovida de atrativos.
Uma depressão de 90 minutos que você se entrega para conferir o inevitável e esperado final!
Os Infiéis
2.6 116Ignorando oque Seth Macfarlene quis dizer ao questionar "Quem é mesmo Jean Dujardin?", resolvi dar uma chance ao seu filme "pós-'O Artista'" e não me arrependo. Era pra ser um besteirol. E é! Porém, um besteirol francês, já que até nesse campo eles conseguem ser superiores. Sobra até espaço pra reflexões sobre vidas vazias e blábláblá...
Na verdade, o objetivo aqui é zoar com a cara dos vários tipos de homens infiéis e como cada um consegue ser patético à sua maneira! Um filme feminista? Vai saber! Acontece que - mesmo que não a si próprio - é impossível não reconhecer pelo menos um personagem da sua vida em algum dos vários curtas que formam o longa.
Entretanto, esses vários curtas e a transição entre eles pode parecer meio confusa e jogada, mas é um besteirol e ninguém quer refletir muito, muito embora o assunto seja sério... mas tratado com graça!
Ah, pontos altíssimos da produção: as diversas caracterizações de Jean Dujardin e Gilles Lellouche em cada curta e, claro, suas respectivas atuações, principalmente do primeiro, que encarna personagens mais distintos entre si. Não merece outro Oscar por isso (não mereceu nem o primeiro), mas é bom ter em mente que muitos atores continuam fazendo bem seu trabalho independente dos flashes e altos cachês.
Stalker
4.3 505 Assista AgoraO visual da produção é lindo e o fato de a fotografia mudar diversas vezes o torna ainda mais interessante, mas o fato é que ela se constrói em uma base de incríveis diálogos, ideias e poesias aparentemente jogadas a esmo entre cenas ao passo em que os personagens se aproximam ainda mais do "Quarto", lugar na "Zona" onde todos os desejos se realizam.
Posso afirmar que o crescimento é todo de quem assiste e muito me fez questionar como essa nação, responsável por tantas mentes brilhantes ao longo da história da humanidade está vivendo um momento atual tão retrógrado?
Oldboy: Dias de Vingança
2.8 828 Assista AgoraBaseando-me unica e exclusivamente pelo trailer, passo a ser mais simpático ao projeto ainda que eu preferisse que ele não existisse. Obviamente, o ritmo parece ter sido bem americanizado, mas feito com esmero. Parece ser uma junção de David Fincher com Quentin Tarantino. Espero que as primeiras impressões se confirmem.
O Retorno
4.0 91É bem parado, mas acredito que até quem tem alergia a filmes parados se pegaria tocado por esta que é uma verdadeira obra-prima em todos os níveis. Enredo maravilhoso; atuações no ponto, explosivas quando preciso; fotografia melhor, impossível (com direito a uma verdadeira exposição de ainda mais lindas fotos em P&B); trilha sonora com encaixe perfeito; clímax arrebatador! O mundo estaria a salvo se existissem mais filmes assim e/ou os já existentes fossem mais presentes.
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraFilme obrigatório número 1 de qualquer lista de filmes obrigatórios para qualquer tipo de cinéfilo. Essa beleza só poderia ser italiano e o próprio justifica essa citação!
"Alfredo, é belíssimo!"
Os 3
3.4 561Taí um filme que me surpreendeu. Confesso que dei uma chance ao mesmo atrás de um divertimento sexual que, na minha cabeça, o filme prometia e me dei mal! Mas isso é bom. Longe de querer imitar outros incontáveis filmes de triângulos ou trios (mesmo com algumas referências) a produção aposta mais na humanidade dos personagens. Tenho a impressão que os 3 do título já eram amigos de longa data ou foram obrigados a viverem juntos por um tempo porque o sincronismo e intimidade entre eles transborda. Eles são gente de verdade!
A Delicadeza do Amor
3.9 920 Assista AgoraEUA (re)aprenda a fazer comédias românticas fofinhas apenas pra passar o tempo, sem muitas filosofias, mas com boas doces de emoção e excelente montagem! Aprenda com quem inventou o cinema!
Como na Canção dos Beatles: Norwegian Wood
3.3 136Como pode esse filme estar hoje nos cinemas se eu já o assisti há um tempo em um desses canais da SKY!? Problemas de distribuição?
Depois de Maio
3.2 83 Assista AgoraTinha tudo pra ser um puta filme e ter um enredo conexo!
Oldboy: Dias de Vingança
2.8 828 Assista AgoraGente, que poster ridículo, ele é tão não-versão original. Eu sei que ataques aos remakes que aparentemente não têm motivo algum pra serem feitos podem soar meio fascistas, mas analisem a imagem:
1) um cara (é o Brolin?) no meio de um campo saindo de dentro de um baú;
2) uma mulher ao fundo, toda vestida de rosa e um guarda-chuva amarelo.
**Esses elementos remetem muito a produções asiáticas, muitas vezes excêntricas e sem sentido aparente, mas há ainda outras coisas**
3) o slogan do filme: "Não pergunte porque você foi aprisionado. Pergunte porque foi foi libertado". Deus, precisava ser tão brega?
4) que diacho de fonte estilizada e "bonitinha" pra um filme brutal como "Oldboy"?
Elefante Branco
3.5 196 Assista AgoraEu juro que fico constrangido a cada vez que assisto uma obra-prima argentina contemporânea. E não são poucas! Não é que nossos brasileiros não tenham seus momentos, mas você assiste com filme como "Elefante Branco" e vê tudo que gostaria de ver mais por aqui, aquilo que independe de nacionalidade: enredo bem pensado, personagens fortes, ousados takes longos, situações complicadas e pesadas, envolvimento, identidade própria e sinceridade consigo mesmo.
Frost/Nixon
3.9 246 Assista AgoraImaginem o Collor sendo entrevistado sem regras por Luciana Gimenez; Rodrigo Faro entrevistando o Genuíno; Christina Rocha entrevistando a Dila e (praticamente) vingando a nação!?
Maconha
4.1 87No calor dos debates sobre o tema iniciado desde os anos 20, vale a pena a discussão e enriquecimento do discurso. Embora 12 anos mais novo que o brasileiro "Quebrando o Tabu", este se mostra com provido de uma argumentação (e ironia! e acidez! e trilha sonora! e edição!..) muito superior a defendida por FHC.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraAcabei de assistir ao filme e as ideias ainda estão pipocantes, mas sim, posso entender perfeitamente o porque muita gente não gostou do filme, mesmo eu tendo amado. Ele é tão bem dirigido e montado que, além das atuações serem naturais (o melhor exemplo seria a reunião de condomínio), é um filme bem lento (e estranhamente rápido por lidarmos com as vidas de várias pessoas), como o cotidiano. Kleber Mendonça Filho foi bem esperto ao inserir um tom de que alguma coisa muito ruim está na iminência de acontecer, ajudado, claro, pela brilhante e quase ausente trilha sonora. Oque ouvimos são - apenas - os sons da natureza e da civilização, a sexta mais populosa do país. Sons que remetem ao inteligente título e a muitas outras coisa. Bom linkar a diferença entre interior e cidade metropolitana, bom estar atento aos sons e a tudo oque acontece ao nosso redor, bom e perturbador imaginar se formos fazer algo de errado, devemos estar atentos aos rastros. "O som ao redor" não é um filme agradável, mas não creio que agradar tenha sido a intenção do diretor que, como muitos outros, faz questão de tentar tirar o telespectador do lugar comum, das fórmulas, assim como Haneke faz, principalmente, em "Caché" onde as respostas não são nada importante. Um belo filme de cinema que resiste!
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraA primeira vez que sequer ouvi/li o nome desse filme foi em um nome de uma coluna que Pablo Villaça tem em seu site, mas sequer me perguntei oque diabos significava esse nome. Depois disso, assisti "A Mentira", no qual a personagem de Emma Stone cita os filmes do diretor e, inclusive, aparece um pedaço da cena final. Mas poxa, um filme adolescente dos anos 80 que sequer passava na sessão da tarde não deve ser lá essas coisas, certo!? Completamente errado. "Clube dos Cinco" é o tipo de filme que já te ganha na abertura por começar com uma excelente música, na terceira cena seus olhos já estão brilhando e lá pra décima você pode jurar que é seu filme favorito. Todos os 5 personagens principais (quase os únicos em cena) são incrivelmente interpretados e é impossível não se identificar com pelo menos um dos temas abordados, tais como: pressão, exclusão, aparência, populares x excluídos, drogas, violência doméstica, preconceito, bullying e humilhação, atração de opostos, virgindade, dúvidas e questionamentos sobre o mundo, amizade... Esse filme já se tornou pra mim algo como "As Vantagens de Ser Invisível" dos anos 80 e, definitivamente, me faz esquecer de "Curtindo a Vida Adoidado" como um representante da década.
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraEu adorei. Assisti por acidente porque estava com um amigo e nem lembrava que era do Del Toro, senão eu mesmo teria escolhido o filme. Claro, pra um filme de terror moderno, ele tem alguns clichês e coisas desnecessárias, mas até que o enredo é bem interessante e as atuações das meninas e Jessica Chasstain são excelentes. Por falar na indicada ao Oscar, ela definitivamente me provou toda sua versatilidade sendo impossível de encontrar traços de outras personagens nesta atual.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraEu tenho sido muito malvado com Hollywood! Tenho falado muito sobre oque eles têm de ruim e pouquíssimo sobre oque eles ainda têm de bom. Esse filme é um exemplo de qualidade! Muito difícil um filme com um tema tão dramático como desligar os aparelhos que mantém sua esposa viva e descobrir que ela o traía ser tão bem levado sem cair no melodrama e pieguice. Todos os personagens, por menores que sejam, têm presença forte na produção e juro que por vezes nem parece atuação de tão natural e sincero. George Clooney merecia ter levado Oscar ano passado já que, como Seth Macfarlane fez questão de fazer uma piada pertinente sobre, quem é mesmo Jean Durjadin!?