Fiquei muito surpresa com o filme, de uma maneira positiva. Esperava mais um filme de "herói" mode entretenimento. Mas me deparei com uma obra cinematográfica na qual se constrói um personagem possível na realidade, um "monstro" criado e não um "monstro" do armário, fantasiado com base em superstições, estereótipos e conceitos pueris de bem e mal. O coringa reconstrói não apenas como vemos o grande vilão de Gotham City, mas também a própria cidade, o modo como ela nutre sua própria violência e também a premissa da afinidade entre o justiceiro por vir (estou falando do Batman), de maneira complexa e sem o moralismo típico das narrativas onde existem um lado do bem e um lado do mal. Além disso, a atuação do protagonista é digna de memória. Eu não esperava nada menos cuidadoso da DC. Contudo, considero essa versão do Coringa um verdadeiro filme de arte, que traz questões contemporâneas e realistas para o que poderia ser apenas uma fantasia de rapazes.
Apesar de algumas boas cenas e atuações, me senti assistindo um documentário promocional do AA... Não há nada de singular nesse filme para uma cinebiografia, nem para o cinema em geral. Seu roteiro é basicamente composto de apelos emocionais. Desconfio que a vida e carreira do protagonista ofereciam elementos muito mais interessantes para serem trabalhados. Enfim, gosto é gosto...
Tinha tudo para ser um filme no mínimo bom, mas foi ridículo. Só para começar, qualquer um que entenda o mínimo sobre a droga explorada no filme entende que não se trata daquilo. Ele poderia ter explorado melhor as cores e sons com base em um estudo realmente sério sobre o assunto, tudo isso junto a dança teria sido lindo (sim, com terror, mas lindo!). Em vez disso, aposta em um "terror" barato, exagerado, que sequer conseguiu alcançar o nonsense. Um ótimo material mal aproveitado. As únicas coisas que me deixaram desconfortável com o filme é que ele é ruim, reforça estereótipos e distorce conhecimentos/práticas/dizeres e simbologias. Nada comparado ao desconforto de um bom triller.
Fiquei curiosa para ler o livro porque a história é boa. Mas, como filme é bem fraco. A atuação e a fotografia que poderiam ser muito melhor explorados ficaram medianas, e o resto não impressiona.
O resquício de civilidade invocado pelo filme em vários momentos parece ser o que ele mesmo emana em sua integralidade. O balé de gestos, movimentos e belas imagens de cores ingênuas parecem vislumbres de cenários de infância, ironicamente ornamentando um contexto entre guerras, conspirações e a selvageria engendrada pela ambição. A delicadeza, polidez e inocência dos dois inusitados personagens, mesmo diante das situações mais dramáticas e injustas, chegam a causar um certo constrangimento, quando percebemos o quanto estamos imersos na lógica do "açougue" que o mundo se tornou. Algo grita que deveria haver mais sangue, revolta e vingança. Mas só o que é uma aceitação plena da vida e da sua beleza, independentemente dos acontecimentos. Uma beleza incomoda, e a sua maneira, tocante.
Apesar de não fugir muito do comum dos filmes históricos e de aventura, em absolutamente nada, rs, o tratamento lúcido da temática e a exposição de como as diferentes religiões (não apenas a católica) contribuíram para obstruir o avanço da medicina e das "artes" é bem interessante. É o que a trama tem de melhor, e provavelmente o que prende de fato a atenção. Uma espécie de "documentário Discovery" estilizado.
Woody Allen sendo Woody Allen. Como a maioria dos filmes do diretor, os vieses são múltiplos. Ao mesmo tempo em que critica a obsessão por originalidade no cinema de arte, também crítica a gratuidade hollywoodiana. Sem abandonar sua característica principal, faz isso com leveza e um humor crítico que arranca rizadas de divertidas à sarcásticas, ao mesmo tempo em que abre um adendo sobre as complicadas relações amorosas e aquele toque de psicanálise que foge ao cliché.
O final do filme me deixou com um sorriso para toda a semana e para sempre que me lembrar: "Você está tão linda! Todo marido deveria ficar cego por um tempo."
É um filme bonito, sem dúvidas. O silêncio persistente entre os breves diálogos e a trilha sonora, muito bem elaborada, e a escolha do foco de filmagem no topo da cabeça das personagens, nos leva a interagir com o impossível - com o pensamento, a mente, o inconsciente das mesmas. Um silêncio a ser preenchido com a nossa própria interação com a trama. A articulação entre o clima rígido e seco do convento e da própria situação da busca por um luto das personagens principais, com a leveza da música e dos breves momentos de lazer cotidiano, trazem ao filme um aspecto brutalmente realista, incômodo até, de uma certa insignificância da vida, de uma ausência de sentido transpassada pelos sentidos que damos a ela, ou pelo simples esquecimento da necessidade de atribuir um sentido, mergulhando nos véus da leveza. Algo, que para ambas as personagens parece impossível, e talvez por isso, por mais opostas que pudessem parecer, se misturam em diferentes níveis, e permanecem em comum, uma de forma simbólica e outra de forma concreta, diante da impossibilidade de viver.
Perdi o fôlego junto ao personagem. A disposição dos planos entre uma perspectiva geral, o foco na bateria, no suor, sangue e feridas do personagem, além dos olhares e perspectivas do olhar, associada à música que acompanha e marca os momentos de tensão, proporcionam um envolvimento intenso com a trama. Os personagens são realistas, não precisam de exageros de carisma ou caricaturas para transmitirem a singularidade das personalidades, o que a meu ver é um diferencial, no qual se verifica, inclusive, a qualidade das atuações. O roteiro simples disponibiliza o espaço necessário para que as artes não narrativas tenham o devido destaque, principalmente a trilha sonora maravilhosa e muito bem colocada, como uma boa composição de jazz mesmo. Uma bela homenagem ao estilo, por sinal.
Decepcionante. O filme poderia ter sido muito bom, tinha história para isso, mas pareceu mais um marketing para o Paulo Coelho do qualquer outra coisa. As atuações foram frágeis, o roteiro se perdeu em colocar o personagem no lugar de vítima em vez de explorar o que ele tem de mais interessante. A fotografia oferece alguns momentos de belas imagens, o que salva um pouco. Apesar de não linear, a narrativa acabou sendo quadrada. Recursos mal utilizados. Uma pena.
As imagens mais bonitas que já vi no cinema, o filme parece uma sucessão de telas, um acervo insano de artes do clássico ao conceitual. Além disso, o que considero a maior qualidade do filme, a contradição presente a todo momento, perceptível particularmente no gradiente de cenas que apresentam a tranquilidade daquele cenário de Roma, intercalado com cenas que apresentam a total insanidade do mesmo lugar, com direito a elementos insólitos que salientam ainda mais o caótico, envolve o expectador na tensão da narrativa, uma sensação de estranhamento e angústia apática que acompanha o desenvolvimento do personagem. Achei maravilhoso, do início ao... bem, o final é muito estranho, parece um enxerto adicionado ao filme às pressas. Está completamente desconectado do restante da atmosfera do filme. Tudo bem a presença das freiras desde o início, mas a partir da cena das aves com a "santa" as coisas ficam bem deslocadas, e não alcançam nenhuma conexão ou rompimento bem sucedido para justificar este caminho. Não desmerece, no entanto, o restante do filme. E apenas por isso, não é 5 estrelas...
Preferi assistir Birdman após a euforia de críticas e do Oscar, sem ler nenhuma das pretensiosas análises do filme. O que me surpreende é que ele tenha ganhado o prêmio, pois é uma crítica acre à Hollywood. O filme tem muitas referências, de diretores e filmes diversos, tanto da cena vanguardista do cinema, quanto dos grandes vendedores de bilheteria da atualidade (indústria cinematográfica). O estilo me remeteu a alguns filmes bem improváveis para o contexto, como Alpahville do Godard, pelo caráter caótico e explicitamente crítico, a personagem Sam remete a algo das personagens femininas de Wood Allen, e por aí vai, tudo devidamente "remixado" com a vibe "hollywoodinesca". Não me surpreende que o filme seja polêmico. É um incomodo, uma pedra no sapato tanto de cinéfilos conservadores quanto de apreciadores do cinema de grande público. Muito menos me surpreende que muitos não tenham entendido o filme, devido ao estilo complexo e ao bombardeio de citações que filme traz. O que há de mais brilhante no humor é implícito e sarcástico. Interessante, que nos primeiros minutos de filme, Birdman me lembrou de um certo super-herói, que não citarei aqui para não dar spoiller, e, não por coincidência, creio eu, este mesmo super-herói aparece em destaque em uma cena "delirante" do filme. É um dos poucos filmes realmente originais que assisti dentre os últimos lançamentos, diria, corajoso até. Acredito que se não tivesse ganhado o Oscar, e tivesse permanecido nos cenários marginais cinematográficos, não seria tão negativamente criticado. Ainda fico com uma pulga atrás da orelha, tentando entender, porque Hollywood concedeu a sua premiação mais importante a um filme que lhe escarra na cara. Todavia, a cara de bunda do cara que entregou o Oscar para Iñárritu está muito bem explicada.
O grande mérito do filme é a crítica que ele faz, embora em alguns momentos chegue a ser arrogante e preconceituosa. De qualquer forma, dá pra rir e refletir um bocado. Com uma equipe melhor, inclusive no que se refere à direção e desenvolvimento do roteiro, poderia ter se tornado um bom filme.
Elena foi o filme nacional que mais me atraiu, antes mesmo que eu assistisse, pela forma surpreendente que se fez divulgar e seduzir. Quando chegou o momento de assistir, não me decepcionou. Intenso e poético, um trabalho muito corajoso da diretora Petra Costa, não apenas por fugir aos padrões novelescos ou comediantes da nossa produção de costume, mas também por ter mergulhado tão entregue a sua própria história, transformando suas vivências em arte e compartilhando isso de uma forma, que oferece ao expectador a sensação de intimidade e identificação. Outro ponto que não deve ser negligenciado, é como a obra da forma em que foi construída trata do feminino e do vir-a-ser mulher, geralmente tão equivocado ou limitado a determinados estereótipos nas produções nacionais veiculadas. Muito feliz para a cultura brasileira, que este filme não tenha ficado no anonimato.
Apaixonei-me pela história do Stephen Hawking e pela atuação do rapaz Redmayne. O filme poderia ser menos americano e mais inglês. No entanto, é um bom filme. Incrível como alguém pode ser tão genial, não apenas no âmbito do intelecto, mas também na vida.
Primeiro eu pensei "porque demorei tanto para ver esse filme?". Mas, pensando bem, é bom deixar uns bons clássicos para depois mesmo. Tarantino sempre com uma habilidade incrível de criar personagens fantásticos e encontrar atores que os façam bem.
Mr. Bennet foi, certamente, o personagem que mais me encantou no filme. No mais é um filme bonito, não necessariamente bom. Passa sua mensagem, ainda que de uma forma pueril.
Realista sem "desprezo pela vida", trilha sonora ótima e atuações supimpas. Só o finalzinho do filme que deixa a desejar, mas dá para entender a intenção. Faria mais sentido se o roteiro do filme explorasse mais o universo da personagem Gabrielle, para rolar uma conexão melhor com o desfecho.
Durante o filme fiquei me perguntando sobre como eles conseguiram transformar esta história em uma espécie de novela mexicana... mas talvez o meu grande erro tenha sido ler os livros antes.
Não curto musicais, mas este foi sem dúvida o que mais me conquistou. Em um determinado momento nem percebi que era um musical. Acho até que o filme é mais do que isso, usa e abusa de várias possibilidades artísticas, inclusive visuais. Sem se tornar enjoativo ou exagerado, exibindo riqueza de citações e recursos musicais e visuais, o filme expressa com beleza o flash de uma época, que ainda hoje repercute nos trajetos das novas gerações, tanto as glórias quanto as decadências. A psicodelia foi um elemento essencial para marcar a personalidade da produção. No entanto, apesar de lindo e cativante, senti falta de uma exploração mais intensa dos personagens e dos atores, o que poderia render uma produção ainda melhor.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraFiquei muito surpresa com o filme, de uma maneira positiva. Esperava mais um filme de "herói" mode entretenimento. Mas me deparei com uma obra cinematográfica na qual se constrói um personagem possível na realidade, um "monstro" criado e não um "monstro" do armário, fantasiado com base em superstições, estereótipos e conceitos pueris de bem e mal. O coringa reconstrói não apenas como vemos o grande vilão de Gotham City, mas também a própria cidade, o modo como ela nutre sua própria violência e também a premissa da afinidade entre o justiceiro por vir (estou falando do Batman), de maneira complexa e sem o moralismo típico das narrativas onde existem um lado do bem e um lado do mal. Além disso, a atuação do protagonista é digna de memória. Eu não esperava nada menos cuidadoso da DC. Contudo, considero essa versão do Coringa um verdadeiro filme de arte, que traz questões contemporâneas e realistas para o que poderia ser apenas uma fantasia de rapazes.
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraApesar de algumas boas cenas e atuações, me senti assistindo um documentário promocional do AA... Não há nada de singular nesse filme para uma cinebiografia, nem para o cinema em geral. Seu roteiro é basicamente composto de apelos emocionais. Desconfio que a vida e carreira do protagonista ofereciam elementos muito mais interessantes para serem trabalhados. Enfim, gosto é gosto...
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraTinha tudo para ser um filme no mínimo bom, mas foi ridículo. Só para começar, qualquer um que entenda o mínimo sobre a droga explorada no filme entende que não se trata daquilo. Ele poderia ter explorado melhor as cores e sons com base em um estudo realmente sério sobre o assunto, tudo isso junto a dança teria sido lindo (sim, com terror, mas lindo!). Em vez disso, aposta em um "terror" barato, exagerado, que sequer conseguiu alcançar o nonsense. Um ótimo material mal aproveitado. As únicas coisas que me deixaram desconfortável com o filme é que ele é ruim, reforça estereótipos e distorce conhecimentos/práticas/dizeres e simbologias. Nada comparado ao desconforto de um bom triller.
Cabaret Mineiro
3.1 35Ao filme só falta o público...
Livre
3.8 1,2K Assista AgoraFiquei curiosa para ler o livro porque a história é boa. Mas, como filme é bem fraco. A atuação e a fotografia que poderiam ser muito melhor explorados ficaram medianas, e o resto não impressiona.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KO resquício de civilidade invocado pelo filme em vários momentos parece ser o que ele mesmo emana em sua integralidade. O balé de gestos, movimentos e belas imagens de cores ingênuas parecem vislumbres de cenários de infância, ironicamente ornamentando um contexto entre guerras, conspirações e a selvageria engendrada pela ambição. A delicadeza, polidez e inocência dos dois inusitados personagens, mesmo diante das situações mais dramáticas e injustas, chegam a causar um certo constrangimento, quando percebemos o quanto estamos imersos na lógica do "açougue" que o mundo se tornou. Algo grita que deveria haver mais sangue, revolta e vingança. Mas só o que é uma aceitação plena da vida e da sua beleza, independentemente dos acontecimentos. Uma beleza incomoda, e a sua maneira, tocante.
Os Homens São de Marte… E É Pra Lá Que …
3.0 604 Assista AgoraAguentei 22 minutos. Não ri, não envolveu e deu náuseas... vou poupar meu tempo de vida, acho mais válido.
O Físico
3.8 310 Assista AgoraApesar de não fugir muito do comum dos filmes históricos e de aventura, em absolutamente nada, rs, o tratamento lúcido da temática e a exposição de como as diferentes religiões (não apenas a católica) contribuíram para obstruir o avanço da medicina e das "artes" é bem interessante. É o que a trama tem de melhor, e provavelmente o que prende de fato a atenção. Uma espécie de "documentário Discovery" estilizado.
Dirigindo no Escuro
3.6 209 Assista AgoraWoody Allen sendo Woody Allen. Como a maioria dos filmes do diretor, os vieses são múltiplos. Ao mesmo tempo em que critica a obsessão por originalidade no cinema de arte, também crítica a gratuidade hollywoodiana. Sem abandonar sua característica principal, faz isso com leveza e um humor crítico que arranca rizadas de divertidas à sarcásticas, ao mesmo tempo em que abre um adendo sobre as complicadas relações amorosas e aquele toque de psicanálise que foge ao cliché.
O final do filme me deixou com um sorriso para toda a semana e para sempre que me lembrar: "Você está tão linda! Todo marido deveria ficar cego por um tempo."
Ida
3.7 439É um filme bonito, sem dúvidas. O silêncio persistente entre os breves diálogos e a trilha sonora, muito bem elaborada, e a escolha do foco de filmagem no topo da cabeça das personagens, nos leva a interagir com o impossível - com o pensamento, a mente, o inconsciente das mesmas. Um silêncio a ser preenchido com a nossa própria interação com a trama. A articulação entre o clima rígido e seco do convento e da própria situação da busca por um luto das personagens principais, com a leveza da música e dos breves momentos de lazer cotidiano, trazem ao filme um aspecto brutalmente realista, incômodo até, de uma certa insignificância da vida, de uma ausência de sentido transpassada pelos sentidos que damos a ela, ou pelo simples esquecimento da necessidade de atribuir um sentido, mergulhando nos véus da leveza. Algo, que para ambas as personagens parece impossível, e talvez por isso, por mais opostas que pudessem parecer, se misturam em diferentes níveis, e permanecem em comum, uma de forma simbólica e outra de forma concreta, diante da impossibilidade de viver.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraPerdi o fôlego junto ao personagem. A disposição dos planos entre uma perspectiva geral, o foco na bateria, no suor, sangue e feridas do personagem, além dos olhares e perspectivas do olhar, associada à música que acompanha e marca os momentos de tensão, proporcionam um envolvimento intenso com a trama. Os personagens são realistas, não precisam de exageros de carisma ou caricaturas para transmitirem a singularidade das personalidades, o que a meu ver é um diferencial, no qual se verifica, inclusive, a qualidade das atuações. O roteiro simples disponibiliza o espaço necessário para que as artes não narrativas tenham o devido destaque, principalmente a trilha sonora maravilhosa e muito bem colocada, como uma boa composição de jazz mesmo. Uma bela homenagem ao estilo, por sinal.
Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo …
2.8 141Decepcionante. O filme poderia ter sido muito bom, tinha história para isso, mas pareceu mais um marketing para o Paulo Coelho do qualquer outra coisa. As atuações foram frágeis, o roteiro se perdeu em colocar o personagem no lugar de vítima em vez de explorar o que ele tem de mais interessante. A fotografia oferece alguns momentos de belas imagens, o que salva um pouco. Apesar de não linear, a narrativa acabou sendo quadrada. Recursos mal utilizados. Uma pena.
A Grande Beleza
3.9 463 Assista AgoraAs imagens mais bonitas que já vi no cinema, o filme parece uma sucessão de telas, um acervo insano de artes do clássico ao conceitual. Além disso, o que considero a maior qualidade do filme, a contradição presente a todo momento, perceptível particularmente no gradiente de cenas que apresentam a tranquilidade daquele cenário de Roma, intercalado com cenas que apresentam a total insanidade do mesmo lugar, com direito a elementos insólitos que salientam ainda mais o caótico, envolve o expectador na tensão da narrativa, uma sensação de estranhamento e angústia apática que acompanha o desenvolvimento do personagem. Achei maravilhoso, do início ao... bem, o final é muito estranho, parece um enxerto adicionado ao filme às pressas. Está completamente desconectado do restante da atmosfera do filme. Tudo bem a presença das freiras desde o início, mas a partir da cena das aves com a "santa" as coisas ficam bem deslocadas, e não alcançam nenhuma conexão ou rompimento bem sucedido para justificar este caminho. Não desmerece, no entanto, o restante do filme. E apenas por isso, não é 5 estrelas...
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraPreferi assistir Birdman após a euforia de críticas e do Oscar, sem ler nenhuma das pretensiosas análises do filme. O que me surpreende é que ele tenha ganhado o prêmio, pois é uma crítica acre à Hollywood. O filme tem muitas referências, de diretores e filmes diversos, tanto da cena vanguardista do cinema, quanto dos grandes vendedores de bilheteria da atualidade (indústria cinematográfica). O estilo me remeteu a alguns filmes bem improváveis para o contexto, como Alpahville do Godard, pelo caráter caótico e explicitamente crítico, a personagem Sam remete a algo das personagens femininas de Wood Allen, e por aí vai, tudo devidamente "remixado" com a vibe "hollywoodinesca". Não me surpreende que o filme seja polêmico. É um incomodo, uma pedra no sapato tanto de cinéfilos conservadores quanto de apreciadores do cinema de grande público. Muito menos me surpreende que muitos não tenham entendido o filme, devido ao estilo complexo e ao bombardeio de citações que filme traz. O que há de mais brilhante no humor é implícito e sarcástico. Interessante, que nos primeiros minutos de filme, Birdman me lembrou de um certo super-herói, que não citarei aqui para não dar spoiller, e, não por coincidência, creio eu, este mesmo super-herói aparece em destaque em uma cena "delirante" do filme. É um dos poucos filmes realmente originais que assisti dentre os últimos lançamentos, diria, corajoso até. Acredito que se não tivesse ganhado o Oscar, e tivesse permanecido nos cenários marginais cinematográficos, não seria tão negativamente criticado. Ainda fico com uma pulga atrás da orelha, tentando entender, porque Hollywood concedeu a sua premiação mais importante a um filme que lhe escarra na cara. Todavia, a cara de bunda do cara que entregou o Oscar para Iñárritu está muito bem explicada.
Idiocracia
3.1 587O grande mérito do filme é a crítica que ele faz, embora em alguns momentos chegue a ser arrogante e preconceituosa. De qualquer forma, dá pra rir e refletir um bocado. Com uma equipe melhor, inclusive no que se refere à direção e desenvolvimento do roteiro, poderia ter se tornado um bom filme.
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraElena foi o filme nacional que mais me atraiu, antes mesmo que eu assistisse, pela forma surpreendente que se fez divulgar e seduzir. Quando chegou o momento de assistir, não me decepcionou. Intenso e poético, um trabalho muito corajoso da diretora Petra Costa, não apenas por fugir aos padrões novelescos ou comediantes da nossa produção de costume, mas também por ter mergulhado tão entregue a sua própria história, transformando suas vivências em arte e compartilhando isso de uma forma, que oferece ao expectador a sensação de intimidade e identificação. Outro ponto que não deve ser negligenciado, é como a obra da forma em que foi construída trata do feminino e do vir-a-ser mulher, geralmente tão equivocado ou limitado a determinados estereótipos nas produções nacionais veiculadas. Muito feliz para a cultura brasileira, que este filme não tenha ficado no anonimato.
Tristão & Isolda
3.6 393Uma adaptação digna.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraApaixonei-me pela história do Stephen Hawking e pela atuação do rapaz Redmayne. O filme poderia ser menos americano e mais inglês. No entanto, é um bom filme. Incrível como alguém pode ser tão genial, não apenas no âmbito do intelecto, mas também na vida.
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraPrimeiro eu pensei "porque demorei tanto para ver esse filme?". Mas, pensando bem, é bom deixar uns bons clássicos para depois mesmo. Tarantino sempre com uma habilidade incrível de criar personagens fantásticos e encontrar atores que os façam bem.
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraMr. Bennet foi, certamente, o personagem que mais me encantou no filme. No mais é um filme bonito, não necessariamente bom. Passa sua mensagem, ainda que de uma forma pueril.
E Viveram Felizes Para Sempre
3.4 96Realista sem "desprezo pela vida", trilha sonora ótima e atuações supimpas. Só o finalzinho do filme que deixa a desejar, mas dá para entender a intenção. Faria mais sentido se o roteiro do filme explorasse mais o universo da personagem Gabrielle, para rolar uma conexão melhor com o desfecho.
As Brumas de Avalon
3.6 336Durante o filme fiquei me perguntando sobre como eles conseguiram transformar esta história em uma espécie de novela mexicana... mas talvez o meu grande erro tenha sido ler os livros antes.
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraNão curto musicais, mas este foi sem dúvida o que mais me conquistou. Em um determinado momento nem percebi que era um musical. Acho até que o filme é mais do que isso, usa e abusa de várias possibilidades artísticas, inclusive visuais. Sem se tornar enjoativo ou exagerado, exibindo riqueza de citações e recursos musicais e visuais, o filme expressa com beleza o flash de uma época, que ainda hoje repercute nos trajetos das novas gerações, tanto as glórias quanto as decadências. A psicodelia foi um elemento essencial para marcar a personalidade da produção. No entanto, apesar de lindo e cativante, senti falta de uma exploração mais intensa dos personagens e dos atores, o que poderia render uma produção ainda melhor.
Os Condenados
3.2 290Filme fast-food.