Nunca pensei que o making of do primeiro Star Wars fosse tão dramático. George Lucas quase infartou! Esse é o documentário definitivo pros fãs dessa saga, pois engloba os três ÚNICOS filmes de Star Wars com entrevistas com TODOS os principais do elenco e produção.
O filme faz referências visuais ao original, como mostrar a Lightcycle antiga e o "trem" com asas de borboleta, mas avança no design de forma mais contida, menos colorida. As motos ganharam uma repaginada, assim como a nave em forma de |"|, e um detalhe interessante é que dessa vez o brilho das roupas é REAL, e não computação gráfica (ou animação). O mundo das máquinas está sombrio, feio mesmo, mas evoluiu graficamente assim como o nossos computadores: agora tem gráficos fotorrealistas (como a casa do Flynn) e processamento de partículas (chuva, poeira, fogo, etc). Há piadinhas com frases do filme original, e além de Jeff Bridges (Flynn) o ator que fez Tron está de volta ao seu papel, graças a uma tecnologia que irá marcar o cinema daqui pra frente: o rejuvenescimento por computador. Há um review esotérico do filme aqui
Contato, do diretor Robert Zemeckis, é um filme de ficção científica de 1997, adaptado do romance homônimo do cientista norte-americano Carl Sagan, tendo como atriz principal Jodie Foster no papel da Drª Eleanor Ann "Ellie" Arroway. O filme conta a história de uma cientista e sua incessante busca por contato com alguma civilização extraterreste. Eleanor Arroway é uma radioastrônoma que consegue, depois de muita dedicação pessoal e anos de luta, descobrir um sinal extraterrestre transmitido a partir da estrela Vega. A partir daí temos o desenrolar de como a humanidade vai lidar com essa notícia, o conflito entre ciência e religião, ética, razão e fé.
Mas o filme é, antes de tudo, uma reflexão sobre a existência.
Fazendo uso preciso e apaixonado do conhecimento científico, Carl Sagan constrói um enredo que gera expectativa a cada passo e nos aproxima de problemas que não cansam de desafiar a imaginação dos homens. As perguntas sobre a existência de Deus, por exemplo, ganham aqui uma tonalidade nova, à luz do estranhamento produzido pelo contato com um mundo muito diferente do nosso. Enquanto nos captura com sua ficção científica, Sagan também nos convida a contemplar os mistérios do Universo, a experimentar o deslumbramento que alimenta os místicos, os cientistas e os poetas.
É uma comédia de primeira, do tipo Sessão da Tarde, mas do tempo em que Sessão da Tarde era bom. Com muito humor ácido, esse filme conta a história de Phil (Murray), um cara arrogante que fica preso em um dia em particular, que ele tem de reviver infinitamente, e onde as coisas ocorrem sempre igual (a menos que ele interfira nos acontecimentos). Assisti a primeira vez e nem me liguei. Da segunda, vi com o pessoal do CEPEC (Centro de pesquisa da evolução da Consciência) e foi fantástico perceber como o diretor conduziu (conscientemente ou não) os fatos para que cada dia daquele represente uma encarnação. Essa é a "chave". Quem já viu o filme pode apreciar este viés encarnacionista aqui
Não é o melhor filme de Tarantino, mas fica muito a cara dele na meia hora final, que é excelente. Eu achei que Di Caprio ia roubar o show, ou talvez o Hanz Landa, mas quem fez isso foi Samuel L. Jackson, que está impagável. E o personagem dele DOMINA as cenas, só comendo pelas beiradas. A cena dele na biblioteca só ilustra isso. O uso de rap pareceu um pouco forçado, talvez referência ao cinema de blackxploitation, mas ainda assim eu "saía do filme" toda vez que tocava. Ao contrário dos outros filmes de Tarantino, desta vez não encaixou um estilo no outro. Por outro lado, a música de Morricone (nas poucas vezes que aparecia) é LINDISSIMA e só mostra do que um MESTRE é capaz.
Vi esse filme umas sete vezes, várias com uma trilha de comentário diferente pra poder absorver TUDO o que esse filme tem, e é muita, MUITA coisa. Fincher pensou em cada detalhe, Brad Pitt tava ON FIRE nesse filme, Freeman com uma atuação contida e CHEIA de detalhes sutis (até o nível de ter fios soltos no paletó), uma fotografia nota 10, enfim, esse é um dos melhores filmes de suspense já feitos (e sim, estou incluindo você, Hitchcock!)
Um excelente filme, a diretora demonstra aqui que seu primeiro filme não foi um acidente e que ela sabe muito bem manter o ritmo de uma história que, a primeira vista, pode ser chata e irritante nas mãos erradas, pois tem muitos detalhes, personagens secundários e depende muito da sua atenção durante o filme. a-tensão. E de tensão a Kathryn entende.
O slogan do pôster promocional de Cloud Atlas ("Tudo Está Conectado") parece um marketing nova era, mas é na verdade a alma do filme, a chave para melhor apreciá-lo. Não à toa os irmãos Wachowski procuraram o diretor Tom Tykwer pra co-dirigir o filme com eles. O trabalho mais famoso desse cara é "Corra, Lola, Corra", que trata justamente de ESCOLHAS. E essa é uma história de rebelião, de lutar contra o sistema, como em "V de vingança". Por exemplo, a questão do escravagismo e do papel da mulher na sociedade é colocada pelo personagem Adam Ewing (o advogado do navio) da seguinte forma: "Se Deus criou o mundo, como saberemos que coisas devem mudar e o que deve permanecer sagrado e inviolável?" É também sobre reencarnação, como a clone Sonmi nos ensina: "Nossas vidas não são propriamente nossas. Do útero ao túmulo, estamos ligados à outros. Passado e presente. E por cada crime, e cada bondade, renasce nosso futuro." Fiz um videocast analisando o filme aqui:
Simplesmente o melhor filme de 2012 (mas só vi agora, por conta do Oscar). Quem como eu achar que é só uma fábula com visual incrível e sem muito conteúdo, pode reconsiderar e ver este filme IMEDIATAMENTE. A história ficou na minha mente por semanas e ainda me pego pensando no Richard Parker toda vez que olho pra minha gatinha (especialmente quando ela está chateada comigo). O Oscar foi ingrato com Ben Affleck por não ter sido indicado (e ganho) direção. Mas o Oscar de melhor filme cairia muito bem pra "As aventuras de Pi" (título horrível que só incentiva a pensar que é um filme pra crianças).
De todos os filmes da Pixar, este (e Carros 2) está entre os mais fracos. Isso não significa que seja ruim, mas que a Pixar nos acostumou mal com personagens inesquecíveis, situações absurdas com naturalidade e piadas que nos fazem estourar de rir. Isso não há em Valente, que segue mais a fórmula das animações dos concorrentes. O roteiro é bom, mas parece que a Brenda pesou a mão na DR entre mãe e filha e a coisa ficou um pouco chata (pelo menos pro público masculino), mas ainda dá pra ver um pouco da magia Pixar quando
Por trás de todos os palavrões e o politicamente incorreto existe uma bela história sobre as dificuldades do amadurecimento, da convivência entre amigos e mulher, entre trabalho e lazer. Realmente me pegou de surpresa. Parabéns, Seth.
Há um texto bem profundo sobre esse filme que mostra que há mais nele do que só uma refilmagem de um conto clássico para a nova geração de meninas de 12 anos. O filme é feito para MULHERES, e lida com as facetas do feminino em cada uma delas, acessadas através da mitologia e simbolismo.
Moonrise Kingdom é mais um típico filme de Wes Anderson. Uma história que, de tão boba, chega a ser boa! Um ritmo e direção peculiar e atuações que, à primeira vista, parece não demonstrar nenhuma emoção. Mas no decorrer do filme você vê que tem um diretor no comando, e um bom diretor (pra o que se propõe). São duas crianças que resolvem "fugir" (se é que é possível fugir numa ilha) de suas realidades e criar pra si mesmos uma nova vida. E a beleza disso está em que as crianças falam e se comportam de forma mais madura que os adultos, que são incapazes de tomar certas decisões por serem extremamente vacilantes e imaturos. A interpretação de Edward Norton aqui é brilhante, e só Bruce Willis que não consegue passar por inteiro insegurança, porque, vocês sabem, o cara é BRUCE FUCKING WILLIS! Enfim, por trás de uma historinha boba existe toda uma proposta, um clima, uma idéia que pode ou não ser plantada na sua mente, se você estiver receptivo. Então relaxe e curta, sem pressa, como qualquer filme de Wes Anderson.
Diversos diretores foram chamados não só para dar sua visão de Paris, como para roteirizar seus segmentos de 10 minutos cada com grandes atores. O resultado é inconsistente, onde se alternam grandes momentos com coisas que são, no mínimo, um desperdício de celulóide. Vale a pena assistir pois é retratada nas histórias uma Paris mais distante dos típicos cartões postais (intercaladas com cenas dos cartões postais, claro, que indicam o começo de cada segmento). A história da socorrista, da Natalie Portman e do Walter Salles são verdadeiras pérolas. A do mímico é ingenuamente engraçada e a dos Irmãos Cohen é bem... Irmãos Cohen, ou seja, não decepciona o fã.
A pegada de Hunger Games é muito mais uma critica ao Big Brother, ao show, ao glamour da desgraça alheia que cultivamos. O cara até pergunta: "e se eles parassem de assistir?" e ela responde "nunca vão parar de assistir". A primeira metade é impecável. Já a segunda eu achei muito corrida, com pouco desenvolvimento. Dizem que o livro é muito melhor. Ainda assim, um bom filme.
Lucas aprendeu com cada erro que cometeu nos dois primeiros filmes. Em vez de uma tediosa conversa sobre comércio, vamos direto para a ação. O filme começa com uma batalha espacial que era alardeada como sendo a mais grandiosa da série. Talvez em número de naves, mas não em emoção. Não que seja ruim, mas nenhum fã esquece o que ocorreu em O Retorno de Jedi, pra mim a melhor e mais bela sequência de ação no espaço da história do cinema. Não é uma questão de tecnologia, e sim de estilo. Mas, voltemos ao filme. A primeira coisa que notei foi que a luta dos Jedis com os robôs (algo que detestei logo de cara nos novos filmes) está mais realista, humana. Os Jedis demonstram um certo desprezo na hora de lutar com as máquinas, e com razão, porque afinal de contas eles são a elite guerreira da galáxia, não têm de ficar perdendo tempo com meros droids! Outra novidade é que muito do estilo visual das lutas foi tirado dos desenhos de Clone Wars, mas não escapa de ter muitas firulas, tipo "concurso pra ver quem gira mais a espada".
O humor sempre foi parte da saga de Star Wars, mas costumava ser um humor juvenil até o maldito Episódio I, onde ficou infantil e demente. Em episódio III voltamos às raízes do humor discreto e realmente divertido, afinal, Lucas nunca escondeu de ninguém que Star Wars é uma Soap Opera inspirada nas matinês, onde tínhamos um pouco de tudo: ação, amor, humor e aventura, nunca se aprofundando realmente em nada. Por isso mesmo a reivindicação de alguns fãs de que a personalidade de Darth Vader poderia ser mais bem explorada não tem cabimento. Achei a conversão de Anakin pro lado negro muito rápida e simplista. Ele apenas ajoelhou diante de Darth Sidious e... bem, a cena cortou, mas imagino que o treinamento não seja nada que vocês estão pensando. Bastava matar crianças que ele se sentia mais forte, mais animado... nada de treinamento em artes ocultas, ou um duelo com sua sombra, como aconteceu com Luke em O Império Contra-Ataca, ou mesmo o mergulho na própria alma, que ocorreu com Anakin na ótima cena da caverna, do desenho Clone Wars. O problema é que Lucas não tem o menor interesse em dirigir atores ou desenvolver personagens, preferindo cuidar da estética e da ação. Hayden Christensen, que faz o Anakin, confirmou que ele faz um papel que chega a ser irritante para a platéia - especialmente para os fãs - mas que ele tem feito exatamente o que Lucas pediu pra ele fazer. Em compensação os diálogos estão muito melhores, e os conseguem atuar mais naturalmente diante da tela azul do que nos dois filmes anteriores.
Algo que não notei durante o filme mas que me revoltou quando me disseram foi que mudaram a legenda do que seria "Lado Negro da Força" para o politicamente correto "Lado sombrio da Força"... argh... por que não avacalham de vez e colocam "lado afro-descendente da Força"?
O Yoda digital andando é simplesmente perfeito. Parece uma criatura velha, limitada, mas com a Força circulando em suas veias. Bem diferente daquele tísico que andava se arrastando no Ep. II. Só que, nos closes, eu ainda prefiro o velho e bom Yoda de borracha :)
Em resumo, eu gostei do filme, foi um final digno para Guerra nas Estrelas, e desta vez Lucas conseguiu fazer um filme muito bom (depois de Episódios I e II, esperar algo excelente seria querer demais).
Após ler os comentários dos críticos, resolvi baixar e asisstir ao filme original ANTES de ver o cover. Foi a melhor coisa que podia ter feito. Tudo bem que o de 1976 é um pouco arrastado no começo, com uma fotografia um pouco ultrapassada (bem esfumaçada), escura para os padrões atuais, mas sinceramente dava pra melhorar tudo isso com os softwares atuais, refazer a edição, acrescentar as cenas iniciais do novo filme (a única coisa que prestou, na minha opinião) e teríamos um filme de Suspense com S maiúsculo.
Na nova refilmagem o suspense foi nitidamente abandonado, e o que sobra de um filme de suspense sem suspense?! Damien não causa terror. A história não foi feita pra causar terror. Só temos então as mortes, e elas conseguem na maioria das vezes serem piores que o original! Exceção feita à
, que ficou muito melhor editada (sempre fiquei imaginando no filme original o porquê do personagem não dar um passinho pra esquerda ou direita, já que teve tanto tempo), todas as outras só revelam o quanto um bom diretor pode fazer toda a diferença. Todos as mortes que ficaram na minha mente no filme original tinham elementos que foram brilhantemente utilizados, como
a mulher quebrar o vidro após se enforcar, ou os peixinhos dourados se debatendo ao lado do corpo, ou a fantástica cena da degola com o vidro, cujo enquadramento terrivelmente lindo foi abandonado em favor de uma morte estúpida (em todos os sentidos).
Outro ponto que se salva no novo filme é que o roteiro ficou mais bem encadeado, sendo removidas algumas inconsistências do roteiro original. Em compensação, procuram explicar DEMAIS a história... aí fica claro como a platéia do cinema emburreceu nesses quase 30 anos... Além do que, perdeu-se TODA a profundidade do personagem do embaixador, pois se no original ele
poderia muito bem se passar por pai adotivo do diabo (já adota o filho com uma mentira, trai a mulher quase na frente dela, é mal-caráter, etc) no novo ele é um banana corretinho
, cortesia também da falta de interpretação do ator.
No final, só consegui me divertir quando vi que quem dá o tiro final é um policial da SWAT, só faltando aparecer a voz metálica "Counter-terrorist wins" para fixar de vez que esta versão é mesmo para a geração Counter-Strike.
Estou realmente cansado de tanta malhação injustificada com 300. Assisti só ontem, e o que era desconfiança se transformou em revolta. Não tem nada de boiolismo explicito, supervalorização dos bíceps e tanquinhos dos espartanos, o Xerxes não é uma bichona louca, nem ataques ao Irã ou todas essas referências que os críticos a-d-o-r-a-m (com afetação, mesmo) botar nos jornais. Afinal, se não fizerem um monte de referências, talvez não paguem o salário nem o valorizem como crítico (que, na mente deles, é algo como um estudioso, literato do cinema). Não sei como gastaram tantas linhas com um filme pra se ver comendo pipoca com os amigos e que foi fielmente transposto de quadrinhos (repito, QUADRINHOS) para as telas. Até o Arnaldo Jabor, que poderia estar mais ocupado com os nossos deputados que resolveram que segunda feira é um dia muito chato pra trabalhar, dana-se a meter o malho no filme. Deve ser um embate entre a Sombra homossexual dele e o superego. O que eu vi - claramente, diga-se de passagem - foi coerente com a entrevista que o diretor deu no Brasil: uma fábula, contada por um soldado espartano (ou seja, com todos os exageros que um soldado tentando motivar seu povo para a guerra comete, mais ou menos como Herotodo, que exagerou o número de persas pra 5 milhões, quando estudiosos dão no máximo 250.000), falando da vinda de um povo totalmente extravagante dos confins do mundo, trazendo animais que nunca viram antes (e por isso que o rinoceronte é tão deformado) e soldados que eram verdadeiros DEMÔNIOS com garras (e isso está retratado literalmente no filme!!!). O próprio Xerxes é um gigante com voz de trovão (que nem está nos quadrinhos!!). Será que isso não é suficiente para os gêniozinhos do cinema perceberem que é um filme de fantasia?
E a crítica ao visual? Minhanossasenhoradaaparecida, que cara mais ignorante em quadrinhos esse Jabor! Esse é o melhor e mais perfeito retrato de uma HQ que eu já vi na vida, batendo até Sin City! Fique em estado de êxtase o tempo todo, cada cena é uma pintura (de graphic novel, que fique claro) e quem leu os quadrinhos vai se deliciar!! Até nos planos, quando Leonidas está lutando, a cena congela (como um quadrinho) em momentos-chave, tudo estilizado, com o sangue espirrando da mesma forma que nos quadrinhos, e com a cor (magnífica, soberba) usada por Lynn Varley (esposa de Miller). Tem até a narração em off! Só falta mesmo o balão! Os "penhascos góticos laranjas e azuis" que Jabor chama de "horrendas aquarelas de sub-acadêmicos" são a mais alta expressão de arte da cultura pop dos 90, as graphic novels (aliás, foi essa dupla que definiu como se deve "ser" uma graphic novel).
E as críticas que o filme é fascista, valorizador da eugenia? Caramba, THIS IS SPARTA! O cara grita isso o tempo todo nos trailers e não perceberam??!! Em Esparta o ser humano é propriedade do estado! Não culpem o Miller, culpem a história! É um espartano contando, lembra??! Os persas (inimigos) só podiam ser feios e deformados, mesmo! O diretor ainda foi muito gente-boa, colocando um Arcadiano pra representar o bom-senso, pra abanar a cabeça e dizer "isso é insano" (por falar em insanidade, dá pra ver várias vezes um olhar de louco nos olhos de Leônidas e de alguns guerreiros), e lembrar que ELES são um tipo diferente dos demais. Até pra falar do cabelo rastafari do mensageiro persa (nos quadrinhos) falaram! E esqueceram que nos mesmos quadrinhos os espartanos usavam quase o mesmo tipo de pentado. Sem falar que os Imortais são parecidos com Ninjas (uma paixão de Miller), o que é totalmente disassociado da história real. Enfim, esse é o 300 de Esparta de MILLER, QUADRINHOS, nada mais, e esse filme é a melhor TRANSCRIÇÃO (embora eu prefira a ADAPTAÇÃO "Batman Begins") de um quadrinho para a tela e é a partir dai que o filme deveria ser analisado. Qualquer tentativa em contrário é procurar pêlo em ovo, e vai cair no ridículo que foram os Iranianos dizerem que esse filme é parte de uma conspiração contra eles...
Sabe Sinais, do diretor Night Shyamalan? Tem uma cena no porão em que ele faz uma homenagem (ou cópia descarada) ao ritmo de suspense e direção de Spielberg. E não é que Spielberg resolveu fazer um filme de alienígenas que usa intensamente esses elementos "spielberguianos"? Nirvana para os cinéfilos por 2 horas! Spielberg tem o dom de segurar a platéia pelo estômago, e qualquer bobagem parece emocionante, como uma cena em que os personagens discutem no carro enquanto correm na auto-estrada. Outra coisa que se sobressai são os ângulos de câmera inusitados ao retratar os Tripods, como no reflexo do vidro de um carro, através do visor de uma câmera de vídeo ou da janela de um porão. Imagens só possíveis (e críveis) graças aos efeitos visuais irretocáveis e que - algo inovador em um blockbuster de ficção - estão sempre em segundo plano (volto a repetir: desde o filme Cruzada que estamos diante de um novo marco técnico em efeitos visuais... o veterano Dennis Murren se candidata para mais um Oscar).
O tema principal (invasão de alienígenas) é bem fraco, até porque a história original é simplória. Mas algo muito legal que acrescentaram foi a dimensão humana da história, enfocando em COMO as pessoas reagem à invasão. Não é preciso ser bem informado pra ver como Spielberg tirou partido dessa premissa pra fazer um paralelo com o 11 de setembro, no quanto as pessoas estão despreparadas pra encarar um ataque externo em sua própria terra (algo que nunca tinha acontecido em grande escala até 11/09/01), e como a natureza humana se revela na busca pela sobrevivência (o personagem de Tom Cruise está perfeito como alguém humano, arrogante e egoísta, e não como um herói que se espera de um filme de ação). Tim Robbins está excelente como o norte-americano médio, do tipo paranóico, que transpira guerra, andando com uma arma na mão o tempo todo. Tão envolvido fica em suas elucubrações que esquece da sua real situação.
Este é um filme de Spielberg, portanto, temos a relação pai/filhos acentuada, e veremos muitas coisas pelos olhos de uma criança (um adolescente e uma garotinha que, por sinal, tem as melhores e mais dramáticas cenas do filme). Os aliens são apenas figurantes.
Simplesmente o melhor filme já feito a partir de um game, porque dessa vez eles FINALMENTE seguiram a fórmula do em time que está ganhando não se mexe!
Final Fantasy é o nome de uma série de jogos pra videogames que iniciou-se em 1987 no Nintendo 8-bit. Foi criado pela Square, uma produtora de games que estava à beira da falência e resolveu apostar tudo neste último jogo (cujo nome já anunciava: A fantasia final). A aposta foi um sucesso. Na verdade, um dos maiores sucessos do mundo dos videogames (só perdendo pra Mario Bros).
Ironicamente, a série que tirou a Square da falência quase a leva à destruição, em 2001, quando ela investiu tudo no filme Final Fantasy: The Spirits Within. Quatro anos foram gastos, e investimentos altíssimos em computadores e mão-de-obra não se pagaram devido ao fracasso do filme, que não encontrou abrigo entre os fãs da série nem com o público que vai ao cinema para comer pipoca (que achou o filme cabeça demais). Final Fantasy Spirits... foi um marco tecnológico no cinema em termos de realismo da computação gráfica, mas sua história foi formatada para tentar agradar o público ocidental, o que acabou resultando em algo tão falso quanto um japonês tentando se passar por um inglês. A Square escapou novamente da falência lançando vários jogos "Final Fantasy caça-níquel" e juntando-se à produtora de jogos Enix.
Mas, desta vez a Square aprendeu a lição, e resolveu pegar seus personagens mais cativantes e mais queridos pelos fãs de toda a série Final Fantasy (o jogo de nº 7) para fazer um curta-metragem em computação gráfica de 20 minutos. Ficou tão bom, e o projeto foi tão comentado pelos fãs, que antes mesmo de lançar a público eles resolveram que deveriam fazer disso um longa de 100 minutos em computação gráfica, com uma história mais complexa, que se passa 2 anos após o fim do jogo. Surgiu daí Final Fantasy VII: Advent Child.
Graças ao filme-fracasso e à larga experiência aplicada nos filminhos de abertura, final e intervalo dos jogos pra Playstation 1 & 2, a Square pegou um know-how em computação gráfica que não pode ser superado nem pela Disney ou Pixar. Em vez de usar animadores dos EUA, como no filme anterior, aproveitaram todo o time japonês, a começar pelo diretor Tetsuya Nomura e o co-diretor Moto Sakakibara, que dirigiu os filminhos em CG de FF7 e FF8 e também co-dirigiu o primeiro longa Final Fantasy. O design dos personagens segue o do jogo, e a abordagem, dessa vez, foi usar personagens em CG que não pareçam tão reais assim, mantendo as características do traço japonês, como cabelos espetados e olhos grandes e coloridos.
Já as roupas, as texturas, o cenário, tudo é assustadoramente REAL, não só do ponto de vista visual, como sonoro! Aliás, o som é algo que deve ser apreciado no máximo volume possível, com caixas de som surround, pois se beneficia da nova tecnologia THX pm3, especial para salas pequenas, o que talvez explique o porquê dos canais posteriores nunca terem sido tão bem usados num filme quanto foram nesse! Outra decisão acertada do time de criação foi subverter as leis da física nas lutas, no melhor estilo anime, com batalhas de tirar o fôlego (NÃO PISQUEM!). E, desta vez, temos uma narrativa tipicamente japonesa para contar a história, que é mais sombria, pessimista, não muito explicadinha. Afinal, quem precisa de Hollywood?
Enfim, os caras mostraram ao mundo que dominam o que fazem! Acho que eles olharam pra Matrix 2 e 3 e disseram: "QUE M$R#@ é essa?! Podemos fazer melhor que isso!". E fizeram... em algumas cenas, como a da auto-estrada, as comparações com Matrix Reloaded saltam aos olhos, principalmente pelo ESTILO e BELEZA da composição, aliadas ao RITMO e INTENSIDADE da ação, coisa que faltou miseravelmente em Matrix... é, Irmãos Wachowski... vocês ainda têm muito o que aprender com os japoneses...
Toques de saudosismo e bom-humor pontuam o filme, como o celular que toca a fanfarra de vitória - do jogo! - após uma luta, e os diálogos nonsense que os agentes da Shinra trocam entre si. Mas o que vai ficar mesmo na memória são o visual das cenas... cada uma delas é um show, um deleite visual que só o controle absoluto das cores e fotografia em computação gráfica poderia proporcionar. E a música, que FINALMENTE é de Nobuo Uematsu, um dos veteranos e mestres da composição nos games. O cara tem a habilidade de fazer músicas que ficam na memória por anos e parecem que foram feitas EXATAMENTE pra AQUELE personagem NAQUELA situação. Como na música "Divinity", que ele fez pra batalha com o Bahamut, que possui um coral gótico que cria um clima de tensão e grandiosidade melhor do que a música que John Williams fez pra batalha com Darth Maul em Star Wars: Episódio I. E o que dizer da música "The promissed land", que toca em um momento de tristeza e alívio ao mesmo tempo?
A história envolve a filosofia sobre a vida, a morte e o perdão para si mesmo. Foi feita para os FÃS que já terminaram o jogo, e quem não conhece a história toda (como eu, que só terminei o primeiro CD) vai voar um pouco em algumas cenas. Mas não tira a beleza e a sensibilidade com que foi dirigida. Materialistas tenderão a ignorar as aparições de Aerith, encarando-as apenas como fruto da imaginação do personagem principal (Cloud), mas a certeza japonesa da vida após a morte e a interação com os "vivos" está muito bem retratada neste filme. As expressões faciais são incrivelmente realistas, assim como os olhos, que parecem ter vida própria!! A sutileza do rosto de Cloud na última cena me levou quase às lágrimas, pois apenas com essa expressão transmitia-se todo o desfecho psicológico da trama, que, apesar das lutas, nada mais é do que a busca de Cloud pelo próprio perdão.
Império dos Sonhos: A História da Trilogia Star Wars
4.3 51 Assista AgoraNunca pensei que o making of do primeiro Star Wars fosse tão dramático. George Lucas quase infartou! Esse é o documentário definitivo pros fãs dessa saga, pois engloba os três ÚNICOS filmes de Star Wars com entrevistas com TODOS os principais do elenco e produção.
Tron: O Legado
3.2 1,8K Assista AgoraO filme faz referências visuais ao original, como mostrar a Lightcycle antiga e o "trem" com asas de borboleta, mas avança no design de forma mais contida, menos colorida. As motos ganharam uma repaginada, assim como a nave em forma de |"|, e um detalhe interessante é que dessa vez o brilho das roupas é REAL, e não computação gráfica (ou animação). O mundo das máquinas está sombrio, feio mesmo, mas evoluiu graficamente assim como o nossos computadores: agora tem gráficos fotorrealistas (como a casa do Flynn) e processamento de partículas (chuva, poeira, fogo, etc). Há piadinhas com frases do filme original, e além de Jeff Bridges (Flynn) o ator que fez Tron está de volta ao seu papel, graças a uma tecnologia que irá marcar o cinema daqui pra frente: o rejuvenescimento por computador.
Há um review esotérico do filme aqui
Contato
4.1 804 Assista AgoraContato, do diretor Robert Zemeckis, é um filme de ficção científica de 1997, adaptado do romance homônimo do cientista norte-americano Carl Sagan, tendo como atriz principal Jodie Foster no papel da Drª Eleanor Ann "Ellie" Arroway. O filme conta a história de uma cientista e sua incessante busca por contato com alguma civilização extraterreste. Eleanor Arroway é uma radioastrônoma que consegue, depois de muita dedicação pessoal e anos de luta, descobrir um sinal extraterrestre transmitido a partir da estrela Vega. A partir daí temos o desenrolar de como a humanidade vai lidar com essa notícia, o conflito entre ciência e religião, ética, razão e fé.
Mas o filme é, antes de tudo, uma reflexão sobre a existência.
Fazendo uso preciso e apaixonado do conhecimento científico, Carl Sagan constrói um enredo que gera expectativa a cada passo e nos aproxima de problemas que não cansam de desafiar a imaginação dos homens. As perguntas sobre a existência de Deus, por exemplo, ganham aqui uma tonalidade nova, à luz do estranhamento produzido pelo contato com um mundo muito diferente do nosso. Enquanto nos captura com sua ficção científica, Sagan também nos convida a contemplar os mistérios do Universo, a experimentar o deslumbramento que alimenta os místicos, os cientistas e os poetas.
Feitiço do Tempo
3.9 754 Assista AgoraÉ uma comédia de primeira, do tipo Sessão da Tarde, mas do tempo em que Sessão da Tarde era bom. Com muito humor ácido, esse filme conta a história de Phil (Murray), um cara arrogante que fica preso em um dia em particular, que ele tem de reviver infinitamente, e onde as coisas ocorrem sempre igual (a menos que ele interfira nos acontecimentos). Assisti a primeira vez e nem me liguei. Da segunda, vi com o pessoal do CEPEC (Centro de pesquisa da evolução da Consciência) e foi fantástico perceber como o diretor conduziu (conscientemente ou não) os fatos para que cada dia daquele represente uma encarnação. Essa é a "chave".
Quem já viu o filme pode apreciar este viés encarnacionista aqui
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraNão é o melhor filme de Tarantino, mas fica muito a cara dele na meia hora final, que é excelente. Eu achei que Di Caprio ia roubar o show, ou talvez o Hanz Landa, mas quem fez isso foi Samuel L. Jackson, que está impagável. E o personagem dele DOMINA as cenas, só comendo pelas beiradas. A cena dele na biblioteca só ilustra isso. O uso de rap pareceu um pouco forçado, talvez referência ao cinema de blackxploitation, mas ainda assim eu "saía do filme" toda vez que tocava. Ao contrário dos outros filmes de Tarantino, desta vez não encaixou um estilo no outro. Por outro lado, a música de Morricone (nas poucas vezes que aparecia) é LINDISSIMA e só mostra do que um MESTRE é capaz.
Amar... Não Tem Preço
3.5 184 Assista AgoraÓTIMO!!
Seven: Os Sete Crimes Capitais
4.3 2,7K Assista AgoraVi esse filme umas sete vezes, várias com uma trilha de comentário diferente pra poder absorver TUDO o que esse filme tem, e é muita, MUITA coisa. Fincher pensou em cada detalhe, Brad Pitt tava ON FIRE nesse filme, Freeman com uma atuação contida e CHEIA de detalhes sutis (até o nível de ter fios soltos no paletó), uma fotografia nota 10, enfim, esse é um dos melhores filmes de suspense já feitos (e sim, estou incluindo você, Hitchcock!)
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraUm excelente filme, a diretora demonstra aqui que seu primeiro filme não foi um acidente e que ela sabe muito bem manter o ritmo de uma história que, a primeira vista, pode ser chata e irritante nas mãos erradas, pois tem muitos detalhes, personagens secundários e depende muito da sua atenção durante o filme. a-tensão. E de tensão a Kathryn entende.
Uma História de Amor e Fúria
4.0 657É o Cloud Atlas brasileiro!
G.I. Joe: Retaliação
3.0 870 Assista AgoraBruce Willis, meu fio, o que é que você tá fazendo aí?
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraO slogan do pôster promocional de Cloud Atlas ("Tudo Está Conectado") parece um marketing nova era, mas é na verdade a alma do filme, a chave para melhor apreciá-lo. Não à toa os irmãos Wachowski procuraram o diretor Tom Tykwer pra co-dirigir o filme com eles. O trabalho mais famoso desse cara é "Corra, Lola, Corra", que trata justamente de ESCOLHAS.
E essa é uma história de rebelião, de lutar contra o sistema, como em "V de vingança". Por exemplo, a questão do escravagismo e do papel da mulher na sociedade é colocada pelo personagem Adam Ewing (o advogado do navio) da seguinte forma: "Se Deus criou o mundo, como saberemos que coisas devem mudar e o que deve permanecer sagrado e inviolável?"
É também sobre reencarnação, como a clone Sonmi nos ensina: "Nossas vidas não são propriamente nossas. Do útero ao túmulo, estamos ligados à outros. Passado e presente. E por cada crime, e cada bondade, renasce nosso futuro."
Fiz um videocast analisando o filme aqui:
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KSimplesmente o melhor filme de 2012 (mas só vi agora, por conta do Oscar). Quem como eu achar que é só uma fábula com visual incrível e sem muito conteúdo, pode reconsiderar e ver este filme IMEDIATAMENTE. A história ficou na minha mente por semanas e ainda me pego pensando no Richard Parker toda vez que olho pra minha gatinha (especialmente quando ela está chateada comigo). O Oscar foi ingrato com Ben Affleck por não ter sido indicado (e ganho) direção. Mas o Oscar de melhor filme cairia muito bem pra "As aventuras de Pi" (título horrível que só incentiva a pensar que é um filme pra crianças).
Valente
3.8 2,8K Assista AgoraDe todos os filmes da Pixar, este (e Carros 2) está entre os mais fracos. Isso não significa que seja ruim, mas que a Pixar nos acostumou mal com personagens inesquecíveis, situações absurdas com naturalidade e piadas que nos fazem estourar de rir. Isso não há em Valente, que segue mais a fórmula das animações dos concorrentes. O roteiro é bom, mas parece que a Brenda pesou a mão na DR entre mãe e filha e a coisa ficou um pouco chata (pelo menos pro público masculino), mas ainda dá pra ver um pouco da magia Pixar quando
a mãe se transforma num urso
Ted
3.1 3,4K Assista AgoraPor trás de todos os palavrões e o politicamente incorreto existe uma bela história sobre as dificuldades do amadurecimento, da convivência entre amigos e mulher, entre trabalho e lazer. Realmente me pegou de surpresa. Parabéns, Seth.
The Pirate Bay Longe do Teclado
3.9 71 Assista AgoraSó uma coisa: Anakata Rull3Z
Branca de Neve e o Caçador
3.0 4,3K Assista AgoraHá um texto bem profundo sobre esse filme que mostra que há mais nele do que só uma refilmagem de um conto clássico para a nova geração de meninas de 12 anos. O filme é feito para MULHERES, e lida com as facetas do feminino em cada uma delas, acessadas através da mitologia e simbolismo.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraMoonrise Kingdom é mais um típico filme de Wes Anderson. Uma história que, de tão boba, chega a ser boa! Um ritmo e direção peculiar e atuações que, à primeira vista, parece não demonstrar nenhuma emoção. Mas no decorrer do filme você vê que tem um diretor no comando, e um bom diretor (pra o que se propõe). São duas crianças que resolvem "fugir" (se é que é possível fugir numa ilha) de suas realidades e criar pra si mesmos uma nova vida. E a beleza disso está em que as crianças falam e se comportam de forma mais madura que os adultos, que são incapazes de tomar certas decisões por serem extremamente vacilantes e imaturos. A interpretação de Edward Norton aqui é brilhante, e só Bruce Willis que não consegue passar por inteiro insegurança, porque, vocês sabem, o cara é BRUCE FUCKING WILLIS!
Enfim, por trás de uma historinha boba existe toda uma proposta, um clima, uma idéia que pode ou não ser plantada na sua mente, se você estiver receptivo. Então relaxe e curta, sem pressa, como qualquer filme de Wes Anderson.
Paris, Te Amo
3.8 453Diversos diretores foram chamados não só para dar sua visão de Paris, como para roteirizar seus segmentos de 10 minutos cada com grandes atores. O resultado é inconsistente, onde se alternam grandes momentos com coisas que são, no mínimo, um desperdício de celulóide.
Vale a pena assistir pois é retratada nas histórias uma Paris mais distante dos típicos cartões postais (intercaladas com cenas dos cartões postais, claro, que indicam o começo de cada segmento).
A história da socorrista, da Natalie Portman e do Walter Salles são verdadeiras pérolas. A do mímico é ingenuamente engraçada e a dos Irmãos Cohen é bem... Irmãos Cohen, ou seja, não decepciona o fã.
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraA pegada de Hunger Games é muito mais uma critica ao Big Brother, ao show, ao glamour da desgraça alheia que cultivamos. O cara até pergunta: "e se eles parassem de assistir?" e ela responde "nunca vão parar de assistir".
A primeira metade é impecável. Já a segunda eu achei muito corrida, com pouco desenvolvimento. Dizem que o livro é muito melhor. Ainda assim, um bom filme.
Star Wars, Episódio III: A Vingança dos Sith
4.1 1,1K Assista AgoraLucas aprendeu com cada erro que cometeu nos dois primeiros filmes. Em vez de uma tediosa conversa sobre comércio, vamos direto para a ação. O filme começa com uma batalha espacial que era alardeada como sendo a mais grandiosa da série. Talvez em número de naves, mas não em emoção. Não que seja ruim, mas nenhum fã esquece o que ocorreu em O Retorno de Jedi, pra mim a melhor e mais bela sequência de ação no espaço da história do cinema. Não é uma questão de tecnologia, e sim de estilo. Mas, voltemos ao filme. A primeira coisa que notei foi que a luta dos Jedis com os robôs (algo que detestei logo de cara nos novos filmes) está mais realista, humana. Os Jedis demonstram um certo desprezo na hora de lutar com as máquinas, e com razão, porque afinal de contas eles são a elite guerreira da galáxia, não têm de ficar perdendo tempo com meros droids! Outra novidade é que muito do estilo visual das lutas foi tirado dos desenhos de Clone Wars, mas não escapa de ter muitas firulas, tipo "concurso pra ver quem gira mais a espada".
O humor sempre foi parte da saga de Star Wars, mas costumava ser um humor juvenil até o maldito Episódio I, onde ficou infantil e demente. Em episódio III voltamos às raízes do humor discreto e realmente divertido, afinal, Lucas nunca escondeu de ninguém que Star Wars é uma Soap Opera inspirada nas matinês, onde tínhamos um pouco de tudo: ação, amor, humor e aventura, nunca se aprofundando realmente em nada. Por isso mesmo a reivindicação de alguns fãs de que a personalidade de Darth Vader poderia ser mais bem explorada não tem cabimento. Achei a conversão de Anakin pro lado negro muito rápida e simplista. Ele apenas ajoelhou diante de Darth Sidious e... bem, a cena cortou, mas imagino que o treinamento não seja nada que vocês estão pensando. Bastava matar crianças que ele se sentia mais forte, mais animado... nada de treinamento em artes ocultas, ou um duelo com sua sombra, como aconteceu com Luke em O Império Contra-Ataca, ou mesmo o mergulho na própria alma, que ocorreu com Anakin na ótima cena da caverna, do desenho Clone Wars. O problema é que Lucas não tem o menor interesse em dirigir atores ou desenvolver personagens, preferindo cuidar da estética e da ação. Hayden Christensen, que faz o Anakin, confirmou que ele faz um papel que chega a ser irritante para a platéia - especialmente para os fãs - mas que ele tem feito exatamente o que Lucas pediu pra ele fazer. Em compensação os diálogos estão muito melhores, e os conseguem atuar mais naturalmente diante da tela azul do que nos dois filmes anteriores.
Algo que não notei durante o filme mas que me revoltou quando me disseram foi que mudaram a legenda do que seria "Lado Negro da Força" para o politicamente correto "Lado sombrio da Força"... argh... por que não avacalham de vez e colocam "lado afro-descendente da Força"?
O Yoda digital andando é simplesmente perfeito. Parece uma criatura velha, limitada, mas com a Força circulando em suas veias. Bem diferente daquele tísico que andava se arrastando no Ep. II. Só que, nos closes, eu ainda prefiro o velho e bom Yoda de borracha :)
Em resumo, eu gostei do filme, foi um final digno para Guerra nas Estrelas, e desta vez Lucas conseguiu fazer um filme muito bom (depois de Episódios I e II, esperar algo excelente seria querer demais).
A Profecia
3.0 444 Assista AgoraApós ler os comentários dos críticos, resolvi baixar e asisstir ao filme original ANTES de ver o cover. Foi a melhor coisa que podia ter feito. Tudo bem que o de 1976 é um pouco arrastado no começo, com uma fotografia um pouco ultrapassada (bem esfumaçada), escura para os padrões atuais, mas sinceramente dava pra melhorar tudo isso com os softwares atuais, refazer a edição, acrescentar as cenas iniciais do novo filme (a única coisa que prestou, na minha opinião) e teríamos um filme de Suspense com S maiúsculo.
Na nova refilmagem o suspense foi nitidamente abandonado, e o que sobra de um filme de suspense sem suspense?! Damien não causa terror. A história não foi feita pra causar terror. Só temos então as mortes, e elas conseguem na maioria das vezes serem piores que o original! Exceção feita à
morte por empalamento
a mulher quebrar o vidro após se enforcar, ou os peixinhos dourados se debatendo ao lado do corpo, ou a fantástica cena da degola com o vidro, cujo enquadramento terrivelmente lindo foi abandonado em favor de uma morte estúpida (em todos os sentidos).
Outro ponto que se salva no novo filme é que o roteiro ficou mais bem encadeado, sendo removidas algumas inconsistências do roteiro original. Em compensação, procuram explicar DEMAIS a história... aí fica claro como a platéia do cinema emburreceu nesses quase 30 anos... Além do que, perdeu-se TODA a profundidade do personagem do embaixador, pois se no original ele
poderia muito bem se passar por pai adotivo do diabo (já adota o filho com uma mentira, trai a mulher quase na frente dela, é mal-caráter, etc) no novo ele é um banana corretinho
No final, só consegui me divertir quando vi que quem dá o tiro final é um policial da SWAT, só faltando aparecer a voz metálica "Counter-terrorist wins" para fixar de vez que esta versão é mesmo para a geração Counter-Strike.
300
3.8 1,7K Assista AgoraEstou realmente cansado de tanta malhação injustificada com 300. Assisti só ontem, e o que era desconfiança se transformou em revolta. Não tem nada de boiolismo explicito, supervalorização dos bíceps e tanquinhos dos espartanos, o Xerxes não é uma bichona louca, nem ataques ao Irã ou todas essas referências que os críticos a-d-o-r-a-m (com afetação, mesmo) botar nos jornais. Afinal, se não fizerem um monte de referências, talvez não paguem o salário nem o valorizem como crítico (que, na mente deles, é algo como um estudioso, literato do cinema). Não sei como gastaram tantas linhas com um filme pra se ver comendo pipoca com os amigos e que foi fielmente transposto de quadrinhos (repito, QUADRINHOS) para as telas. Até o Arnaldo Jabor, que poderia estar mais ocupado com os nossos deputados que resolveram que segunda feira é um dia muito chato pra trabalhar, dana-se a meter o malho no filme. Deve ser um embate entre a Sombra homossexual dele e o superego. O que eu vi - claramente, diga-se de passagem - foi coerente com a entrevista que o diretor deu no Brasil: uma fábula, contada por um soldado espartano (ou seja, com todos os exageros que um soldado tentando motivar seu povo para a guerra comete, mais ou menos como Herotodo, que exagerou o número de persas pra 5 milhões, quando estudiosos dão no máximo 250.000), falando da vinda de um povo totalmente extravagante dos confins do mundo, trazendo animais que nunca viram antes (e por isso que o rinoceronte é tão deformado) e soldados que eram verdadeiros DEMÔNIOS com garras (e isso está retratado literalmente no filme!!!). O próprio Xerxes é um gigante com voz de trovão (que nem está nos quadrinhos!!). Será que isso não é suficiente para os gêniozinhos do cinema perceberem que é um filme de fantasia?
E a crítica ao visual? Minhanossasenhoradaaparecida, que cara mais ignorante em quadrinhos esse Jabor! Esse é o melhor e mais perfeito retrato de uma HQ que eu já vi na vida, batendo até Sin City! Fique em estado de êxtase o tempo todo, cada cena é uma pintura (de graphic novel, que fique claro) e quem leu os quadrinhos vai se deliciar!! Até nos planos, quando Leonidas está lutando, a cena congela (como um quadrinho) em momentos-chave, tudo estilizado, com o sangue espirrando da mesma forma que nos quadrinhos, e com a cor (magnífica, soberba) usada por Lynn Varley (esposa de Miller). Tem até a narração em off! Só falta mesmo o balão! Os "penhascos góticos laranjas e azuis" que Jabor chama de "horrendas aquarelas de sub-acadêmicos" são a mais alta expressão de arte da cultura pop dos 90, as graphic novels (aliás, foi essa dupla que definiu como se deve "ser" uma graphic novel).
E as críticas que o filme é fascista, valorizador da eugenia? Caramba, THIS IS SPARTA! O cara grita isso o tempo todo nos trailers e não perceberam??!! Em Esparta o ser humano é propriedade do estado! Não culpem o Miller, culpem a história! É um espartano contando, lembra??! Os persas (inimigos) só podiam ser feios e deformados, mesmo! O diretor ainda foi muito gente-boa, colocando um Arcadiano pra representar o bom-senso, pra abanar a cabeça e dizer "isso é insano" (por falar em insanidade, dá pra ver várias vezes um olhar de louco nos olhos de Leônidas e de alguns guerreiros), e lembrar que ELES são um tipo diferente dos demais. Até pra falar do cabelo rastafari do mensageiro persa (nos quadrinhos) falaram! E esqueceram que nos mesmos quadrinhos os espartanos usavam quase o mesmo tipo de pentado. Sem falar que os Imortais são parecidos com Ninjas (uma paixão de Miller), o que é totalmente disassociado da história real. Enfim, esse é o 300 de Esparta de MILLER, QUADRINHOS, nada mais, e esse filme é a melhor TRANSCRIÇÃO (embora eu prefira a ADAPTAÇÃO "Batman Begins") de um quadrinho para a tela e é a partir dai que o filme deveria ser analisado. Qualquer tentativa em contrário é procurar pêlo em ovo, e vai cair no ridículo que foram os Iranianos dizerem que esse filme é parte de uma conspiração contra eles...
Guerra dos Mundos
3.2 1,3K Assista AgoraSabe Sinais, do diretor Night Shyamalan? Tem uma cena no porão em que ele faz uma homenagem (ou cópia descarada) ao ritmo de suspense e direção de Spielberg. E não é que Spielberg resolveu fazer um filme de alienígenas que usa intensamente esses elementos "spielberguianos"? Nirvana para os cinéfilos por 2 horas! Spielberg tem o dom de segurar a platéia pelo estômago, e qualquer bobagem parece emocionante, como uma cena em que os personagens discutem no carro enquanto correm na auto-estrada. Outra coisa que se sobressai são os ângulos de câmera inusitados ao retratar os Tripods, como no reflexo do vidro de um carro, através do visor de uma câmera de vídeo ou da janela de um porão. Imagens só possíveis (e críveis) graças aos efeitos visuais irretocáveis e que - algo inovador em um blockbuster de ficção - estão sempre em segundo plano (volto a repetir: desde o filme Cruzada que estamos diante de um novo marco técnico em efeitos visuais... o veterano Dennis Murren se candidata para mais um Oscar).
O tema principal (invasão de alienígenas) é bem fraco, até porque a história original é simplória. Mas algo muito legal que acrescentaram foi a dimensão humana da história, enfocando em COMO as pessoas reagem à invasão. Não é preciso ser bem informado pra ver como Spielberg tirou partido dessa premissa pra fazer um paralelo com o 11 de setembro, no quanto as pessoas estão despreparadas pra encarar um ataque externo em sua própria terra (algo que nunca tinha acontecido em grande escala até 11/09/01), e como a natureza humana se revela na busca pela sobrevivência (o personagem de Tom Cruise está perfeito como alguém humano, arrogante e egoísta, e não como um herói que se espera de um filme de ação). Tim Robbins está excelente como o norte-americano médio, do tipo paranóico, que transpira guerra, andando com uma arma na mão o tempo todo. Tão envolvido fica em suas elucubrações que esquece da sua real situação.
Este é um filme de Spielberg, portanto, temos a relação pai/filhos acentuada, e veremos muitas coisas pelos olhos de uma criança (um adolescente e uma garotinha que, por sinal, tem as melhores e mais dramáticas cenas do filme). Os aliens são apenas figurantes.
Final Fantasy VII: Advent Children
4.0 256 Assista AgoraSimplesmente o melhor filme já feito a partir de um game, porque dessa vez eles FINALMENTE seguiram a fórmula do em time que está ganhando não se mexe!
Final Fantasy é o nome de uma série de jogos pra videogames que iniciou-se em 1987 no Nintendo 8-bit. Foi criado pela Square, uma produtora de games que estava à beira da falência e resolveu apostar tudo neste último jogo (cujo nome já anunciava: A fantasia final). A aposta foi um sucesso. Na verdade, um dos maiores sucessos do mundo dos videogames (só perdendo pra Mario Bros).
Ironicamente, a série que tirou a Square da falência quase a leva à destruição, em 2001, quando ela investiu tudo no filme Final Fantasy: The Spirits Within. Quatro anos foram gastos, e investimentos altíssimos em computadores e mão-de-obra não se pagaram devido ao fracasso do filme, que não encontrou abrigo entre os fãs da série nem com o público que vai ao cinema para comer pipoca (que achou o filme cabeça demais). Final Fantasy Spirits... foi um marco tecnológico no cinema em termos de realismo da computação gráfica, mas sua história foi formatada para tentar agradar o público ocidental, o que acabou resultando em algo tão falso quanto um japonês tentando se passar por um inglês. A Square escapou novamente da falência lançando vários jogos "Final Fantasy caça-níquel" e juntando-se à produtora de jogos Enix.
Mas, desta vez a Square aprendeu a lição, e resolveu pegar seus personagens mais cativantes e mais queridos pelos fãs de toda a série Final Fantasy (o jogo de nº 7) para fazer um curta-metragem em computação gráfica de 20 minutos. Ficou tão bom, e o projeto foi tão comentado pelos fãs, que antes mesmo de lançar a público eles resolveram que deveriam fazer disso um longa de 100 minutos em computação gráfica, com uma história mais complexa, que se passa 2 anos após o fim do jogo. Surgiu daí Final Fantasy VII: Advent Child.
Graças ao filme-fracasso e à larga experiência aplicada nos filminhos de abertura, final e intervalo dos jogos pra Playstation 1 & 2, a Square pegou um know-how em computação gráfica que não pode ser superado nem pela Disney ou Pixar. Em vez de usar animadores dos EUA, como no filme anterior, aproveitaram todo o time japonês, a começar pelo diretor Tetsuya Nomura e o co-diretor Moto Sakakibara, que dirigiu os filminhos em CG de FF7 e FF8 e também co-dirigiu o primeiro longa Final Fantasy. O design dos personagens segue o do jogo, e a abordagem, dessa vez, foi usar personagens em CG que não pareçam tão reais assim, mantendo as características do traço japonês, como cabelos espetados e olhos grandes e coloridos.
Já as roupas, as texturas, o cenário, tudo é assustadoramente REAL, não só do ponto de vista visual, como sonoro! Aliás, o som é algo que deve ser apreciado no máximo volume possível, com caixas de som surround, pois se beneficia da nova tecnologia THX pm3, especial para salas pequenas, o que talvez explique o porquê dos canais posteriores nunca terem sido tão bem usados num filme quanto foram nesse! Outra decisão acertada do time de criação foi subverter as leis da física nas lutas, no melhor estilo anime, com batalhas de tirar o fôlego (NÃO PISQUEM!). E, desta vez, temos uma narrativa tipicamente japonesa para contar a história, que é mais sombria, pessimista, não muito explicadinha. Afinal, quem precisa de Hollywood?
Enfim, os caras mostraram ao mundo que dominam o que fazem! Acho que eles olharam pra Matrix 2 e 3 e disseram: "QUE M$R#@ é essa?! Podemos fazer melhor que isso!". E fizeram... em algumas cenas, como a da auto-estrada, as comparações com Matrix Reloaded saltam aos olhos, principalmente pelo ESTILO e BELEZA da composição, aliadas ao RITMO e INTENSIDADE da ação, coisa que faltou miseravelmente em Matrix... é, Irmãos Wachowski... vocês ainda têm muito o que aprender com os japoneses...
Toques de saudosismo e bom-humor pontuam o filme, como o celular que toca a fanfarra de vitória - do jogo! - após uma luta, e os diálogos nonsense que os agentes da Shinra trocam entre si. Mas o que vai ficar mesmo na memória são o visual das cenas... cada uma delas é um show, um deleite visual que só o controle absoluto das cores e fotografia em computação gráfica poderia proporcionar. E a música, que FINALMENTE é de Nobuo Uematsu, um dos veteranos e mestres da composição nos games. O cara tem a habilidade de fazer músicas que ficam na memória por anos e parecem que foram feitas EXATAMENTE pra AQUELE personagem NAQUELA situação. Como na música "Divinity", que ele fez pra batalha com o Bahamut, que possui um coral gótico que cria um clima de tensão e grandiosidade melhor do que a música que John Williams fez pra batalha com Darth Maul em Star Wars: Episódio I. E o que dizer da música "The promissed land", que toca em um momento de tristeza e alívio ao mesmo tempo?
A história envolve a filosofia sobre a vida, a morte e o perdão para si mesmo. Foi feita para os FÃS que já terminaram o jogo, e quem não conhece a história toda (como eu, que só terminei o primeiro CD) vai voar um pouco em algumas cenas. Mas não tira a beleza e a sensibilidade com que foi dirigida. Materialistas tenderão a ignorar as aparições de Aerith, encarando-as apenas como fruto da imaginação do personagem principal (Cloud), mas a certeza japonesa da vida após a morte e a interação com os "vivos" está muito bem retratada neste filme. As expressões faciais são incrivelmente realistas, assim como os olhos, que parecem ter vida própria!! A sutileza do rosto de Cloud na última cena me levou quase às lágrimas, pois apenas com essa expressão transmitia-se todo o desfecho psicológico da trama, que, apesar das lutas, nada mais é do que a busca de Cloud pelo próprio perdão.
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