Tema já bastante explorado no cinema e em outras séries, recebe agora uma surpreendente e bem humorada abordagem. Elenco muito competente, sacadas repletas de ironia, sagacidade e crítica. Excelente!
Mantém as consequências do envolvimento de classes sociais como base e trabalha algumas questões fundamentais deste "antagonismo". Explorou o drama do tradicionalismo religioso/cutural diante da ascenção da autonomia sexual de Omar, o que foi um ponto alto, sobretudo ao contrastar com a condição de Nádia (com a mulher é sempre mais difícil). No entanto, em alguns momentos pareceu tomar ares de novela. Mesmo assim ainda está bem acima do padrão das histórias neste perfil, no universo adolescente.
O que foi denso na primeira temporada, foi tenso na segunda. A construção dos perfis dos psicopatas passa das entrevistas e discussões da equipe do FBI, para a análise prática, ao tentar antecipar as ações do serial killer e seus crimes andamento, num jogo de gato e rato. Também explora um pouco mais a vida pessoal dos personagens e seus dramas.
Terminada a série, cabe constatar algumas impressões. - Os destinos de mulheres brancas tendem a ser muito diferentes de mulheres negras e latinas nas prisões. Piper, como fio condutor da história, é o exemplo. Tornou-se criminosa por questões passionais, bem diferente de outras mulheres que, para além das demandas violentas da pobreza e afins, eram negras ou latinas. Aliás, sem a Piper (que muitos reclamaram de "inútil" na trama) não haveria se quer história!
[/spoiler] - Quem usa laranja na cadeia se torna "negro", pois o que é bem marcado na série é que o tratamento dado aos negros é bárbaro em diversos contextos, atingindo extremos no sistema carcerário. - A abordagem do atual problema da imigração, que chegou a índices assombrosos de desumanização na "Era Trump". - Uma pessoa em situação carcerária vive extremos em diversas questões. É natural o acirramento de ódio/compaixão. Se por um lado a Taste que já havia sido injustiçada pela amiga e tentou destruir sua reputação com uma carta revelação para a filha dela, por outro ela dedicou seu tempo ao apoio das detentas na conquista das titulações escolares. O caso de Doherty foi sua redenção diante de um suicídio iminente. E sua renovação de esperança. São seres humanos e tem sentimentos humanos. Simples. - A reflexão sobre ações e julgamentos, uma vez que dentro do sistema carcerário, "todos são culpados". A situação do Caputto com a detenta que matou os filhos é emblemática. - A fragilidade humana em situação de cativeiro é extrema, podendo tudo vir a perder em uma recaída. A situação de Doherty é chocante por mostrar isso. - Mulher negra, portadora de necessidades especiais, lésbica, pobre e confinada no sistema carcerário é sim um extremo histórico violento e negado, cuja condição não encontra barreiras geográficas. [spoiler]
Esta série documental produzida em parceria Spielberg / Netflix é equivalente a grandiosas aulas de cinema e historia. Os exímios diretores mencionados (Capra, Ford, Huston, Wyler e Stevens) são observados por outros grandes diretores a luz de suas obras, vida e legado para a sétima arte.
Mais do que roubar dinheiro e ouro, a busca da desmoralização do sistema na figura das instituições publicas (sobretudo segurança pública), por suas próprias fragilidades enquanto geridas egos.
O que torna a justiça de um país uma máquina de criminalização, é o racismo institucional. Racismo este que estabelece "culpados de origem" e constrói toda uma sistemática político-juridica, fazendo a manutenção do status quo e padrões. Esta série vai exatamente no centro desta histórica ferida aberta. O primeiro episódio causa uma angustia capaz de gerar aversão ao que pode vir depois. No entanto, os desdobramentos são necessários, ainda que com nossa alma meio retorcida. Como "Time: The Kalief Browder Story", "13a Emenda" e "Hurricane", uma paulada sobre o tema. Com interpretações primorosas, este filme é mais uma iniciativa de um grupo de representantes negros da sociedade norte-americana, que vem somando esforços para desmascarar e escancarar o sistema. Produção de Oprah Winfrey.
Se você acha que o Brasil é o país do nonsense e surreal, precisa ver esta série e carimbar seu pensamento. Mais do que qualquer outra coisa, é o retrato da relação promíscua entre a política e a imprensa, que pauta a segurança pública, em uma relação de manutenção de vicio dos telespectadores nos programas sensacionalistas sobre violência urbana, assegurando pelo medo o controle da vida cotidiana do cidadão. No meio disso tudo a justiça dúbia, que não é tratada como "o lado bom" e é devidamente questionada. E há quem faça vista grossa ou apoie milícias no BraZil de 2019! Violento, assustador e vergonhoso.
Esta série me surpreendeu pois apresenta em episódios curtos, questões/dilemas que são comuns e problemáticos na vida de qualquer pessoa, encontrando soluções pelo viés da maturidade e do entendimento, por mais complexas que algumas coisas podem parecer. Obviamente que algumas coisas demandam duros rompimentos, mas a saída do "deixar em aberto" trabalha com as referências pessoais do espectador. É uma "série-espelho" e vai dar a dimensão da profundidade do entendimento de acordo com o olhar que receber. Se for vista de forma rasa, assim será. Se for vista como profunda, assim será.
Entendo que as abordagens talvez, possam não ter sido tão profundas quanto em outras temporadas. Mas ao meu ver esta 5a temporada está absolutamente dentro da proposta da série. Foi legal ver um episódio filmado em lugares conhecidos de São Paulo.
Realização embasada em dois pontos fundamentais: 1) Fatos históricos que fazem pontes entre passado e futuro, com foco nas permanências históricas que influenciam diretamente na construção social e cultural do país. 2) Cada episódio com cerca de 30 minutos, imprimindo uma dinâmica de aulas de história. As construções feitas a partir da visão de diversos especialistas das ciências humanas, tanto os da velha guarda, quanto os mais contemporâneos, permite diversidade de visões sobre um mesmo objeto, sem perder o fundamento crítico. Absolutamente necessária esta série, em tempos de absoluto obscurantismo (que assola as ciências humanas e sociais) imposto pela vulgarização e exotização de articulistas de revistas de curiosidades, pseudo-filosofo-astrólogos-gurus falidos e a doença da pós verdade, que impõe opiniões sobre fatos e provas.
Segue na pegada da primeira temporada, com a narrativa bem peculiar de Spike Lee. Diversas discussões e dilemas sobre a atuação e participação social dos negros (principalmente da mulher negra) são trazidas a tona, seja no campo da militância ou na autocrítica da própria atuação na sociedade. PS: Belíssima homenagem ao Prince e que episódio lindo no mergulho na matriz religiosa africana, na figura de Oxum.
Histórias que transcorrem em linhas (dimensões) paralelas precisam ser muito bem trabalhadas para não cair numa espiral esburacada. Ao meu ver, foi uma grata surpresa esta série. Natasha Lyonne (também produtora) é excelente atriz, dando um freak-stile ótimo para a personagem. Doideira da boa, só espero que não estraguem com maiores invenções de moda. E que Einstein (quem balançou a física no século XX - e física quântica trabalha com dimensões paralelas) esteja transitando de um lado para outro neste rolê dimensional para manter a nossa capacidade de relativizar a vida neste mundo (tá foda) que patina no conservadorismo canalha. Como bem faz a série, relativizar humaniza.
Ao meu ver, está sinopse especulando a sexualidade dos personagens é desnecessária, pelo alarmismo ("olha, o herói deve ser gay, taokey!"), como um "grande feito subjetivo dos produtores para o período", o que é bobagem, diante do contexto geral. A série tem seu tom de humor, com personagens absolutamente caricatos para assim compor, pois foi produzida no ápice das transformações culturais dos anos 60 (contracultura), explorando na estética cinematográfica as cores vivas, as viagens psicodélicas (episódio em que o Batman faz uma viagem e dança após ser drogado é fantástico!), da trama e a narrativa que abusa da onomatopeia, conforme os quadrinhos clássicos. Quanto as vilãs, via de regra são sensuais e sedutoras; os vilões são poderosamente fortes e desequilibrados, abusando das gargalhadas e narcisismo; as autoridades policiais são dependentes e abobalhadas; Robin é um jovem que tem destreza para lutar, mas é ingênuo ("não sabe de nada, inocente") para tirar conclusoes; o Batman aqui é suficientemente desencanado, blasé na maior parte do tempo, diante das ameaças e riscos. Psicologicamente atormentado em sua construção de origem, o homem-morcego foi ao longo dos anos sendo transformado em um atormentado-semi-psicopata, que se tornou sua base principal. Por isso é bom conhecer e se divertir com esta série.
Impossível não fazer textão. Pode conter spoilers.
Um dos principais méritos desta excelente série documental Netflix, sem sombra de dúvida, é a contextualização do personagem e sua interação dentro dos processos históricos que os EUA e o mundo, atravessavam. Todas as questões que envolvem a história de Ted Bundy, possuem dimensões gigantescas. O terror e violência com que praticou seus crimes, trouxe a tona as diversas transformações da sociedade naquele período, exemplificadas a partir de sua trajetória: - Os assassinatos de Bundy estão diretamente ligados a resposta bárbara e violenta de parte da sociedade ligada ao meio político e conservador (e hipócrita) em que viveu, diante da emancipação da mulher nos movimentos dos anos 60 e 70. Em 2019, mesmo diante de mais movimentos de empoderamento e dispositivos de lei, as estatísticas de violência contra as mulheres permanecem subindo. - A ineficiente estrutura de segurança pública dentro dos EUA (sistemas de comunicação) sendo que fora do país, estavam engendrados diretamente na interferência militar de outros países, infiltrando sistemas de monitoramento e espionagem, quando não invadindo e subjugando, diante da "ameaça comunista". - A nova diretriz midiática da espetacularização da violência (vide "Assassinos por Natureza", de Oliver Stone) como um dos principais focos de audiência (programas de tv), transformando também as "ameaças internas" em dispositivos de controle social (o medo vende armas, sistemas de segurança, segurança privada, etc). - A genialidade maléfica de Bundy possibilitou ao FBI a construção de um estudo sistemático e multidisciplinar (ciência forense, psicologia comportamental, perícia criminal, antropologia, sociologia, e afins) sobre os seriall killers, permitindo as polícias locais, estaduais e federais (FBI encabeçando), formas de atuação que trouxessem eficiência e efetividade na prevenção e resolução dos crimes. A ótima série "Mindhunter" trata exatamente deste processo. Por fim, ciente da própria morbidez e instinto psicótico o próprio Bundy da uma devastadora sentença que assustadoramente tem se revelado atual e presente nestes tempos de escalada da naturalização da barbárie em que vivemos:
"Podemos querer dizer que podemos identificar essas pessoas perigosas. Mas o mais assustador é que não há como identifica-las. As pessoas não percebem que existem possíveis assassinos entre elas. Como alguém poderia viver numa sociedade onde as pessoas de que gostam, amam, com quem moram, trabalham e admiram, podem acabar se revelando as pessoas mais perversas do mundo?" (Ted Bundy).
Série que foi uma verdadeira paulada na convencionalidade do fim dos 80, concebida por um cineasta que já traçava sua identidade de forma muito peculiar no que fazia. Totalmente afeiçoado a personagens psicologicamente instáveis, violentos/psicóticos, misteriosos, de vida/personalidade dupla, fora dos padrões convencionais e Freaks em geral, se não ditou regras, Lynch deixou bem claro que era necessário bem mais por parte de quem viesse depois.
Ninguém Tá Olhando (1ª Temporada)
3.9 174 Assista AgoraTema já bastante explorado no cinema e em outras séries, recebe agora uma surpreendente e bem humorada abordagem. Elenco muito competente, sacadas repletas de ironia, sagacidade e crítica. Excelente!
Preacher (2ª Temporada)
4.0 99 Assista AgoraSe perderam na enrolação e na chatice da relação de Jesse e Tulipa. Salva a parte profana que passa dos limites do hilário.
Elite (2ª Temporada)
3.8 282 Assista AgoraMantém as consequências do envolvimento de classes sociais como base e trabalha algumas questões fundamentais deste "antagonismo". Explorou o drama do tradicionalismo religioso/cutural diante da ascenção da autonomia sexual de Omar, o que foi um ponto alto, sobretudo ao contrastar com a condição de Nádia (com a mulher é sempre mais difícil). No entanto, em alguns momentos pareceu tomar ares de novela. Mesmo assim ainda está bem acima do padrão das histórias neste perfil, no universo adolescente.
Mindhunter (2ª Temporada)
4.3 412 Assista AgoraO que foi denso na primeira temporada, foi tenso na segunda. A construção dos perfis dos psicopatas passa das entrevistas e discussões da equipe do FBI, para a análise prática, ao tentar antecipar as ações do serial killer e seus crimes andamento, num jogo de gato e rato. Também explora um pouco mais a vida pessoal dos personagens e seus dramas.
Orange is the New Black (7ª Temporada)
4.3 302Terminada a série, cabe constatar algumas impressões.
- Os destinos de mulheres brancas tendem a ser muito diferentes de mulheres negras e latinas nas prisões. Piper, como fio condutor da história, é o exemplo. Tornou-se criminosa por questões passionais, bem diferente de outras mulheres que, para além das demandas violentas da pobreza e afins, eram negras ou latinas. Aliás, sem a Piper (que muitos reclamaram de "inútil" na trama) não haveria se quer história!
[/spoiler]
- Quem usa laranja na cadeia se torna "negro", pois o que é bem marcado na série é que o tratamento dado aos negros é bárbaro em diversos contextos, atingindo extremos no sistema carcerário.
- A abordagem do atual problema da imigração, que chegou a índices assombrosos de desumanização na "Era Trump".
- Uma pessoa em situação carcerária vive extremos em diversas questões. É natural o acirramento de ódio/compaixão. Se por um lado a Taste que já havia sido injustiçada pela amiga e tentou destruir sua reputação com uma carta revelação para a filha dela, por outro ela dedicou seu tempo ao apoio das detentas na conquista das titulações escolares. O caso de Doherty foi sua redenção diante de um suicídio iminente. E sua renovação de esperança. São seres humanos e tem sentimentos humanos. Simples.
- A reflexão sobre ações e julgamentos, uma vez que dentro do sistema carcerário, "todos são culpados". A situação do Caputto com a detenta que matou os filhos é emblemática.
- A fragilidade humana em situação de cativeiro é extrema, podendo tudo vir a perder em uma recaída. A situação de Doherty é chocante por mostrar isso.
- Mulher negra, portadora de necessidades especiais, lésbica, pobre e confinada no sistema carcerário é sim um extremo histórico violento e negado, cuja condição não encontra barreiras geográficas.
[spoiler]
Cinco que Voltaram
4.5 35 Assista AgoraEsta série documental produzida em parceria Spielberg / Netflix é equivalente a grandiosas aulas de cinema e historia. Os exímios diretores mencionados (Capra, Ford, Huston, Wyler e Stevens) são observados por outros grandes diretores a luz de suas obras, vida e legado para a sétima arte.
La Casa de Papel (Parte 3)
4.0 637Mais do que roubar dinheiro e ouro, a busca da desmoralização do sistema na figura das instituições publicas (sobretudo segurança pública), por suas próprias fragilidades enquanto geridas egos.
O Escolhido (1ª Temporada)
3.0 67 Assista AgoraCatadão de inúmeras situações que você já viu em outras séries e filmes, com diálogos manjados, interpretações fracas. Difícil ter 2a temporada.
Olhos que Condenam
4.7 680 Assista AgoraO que torna a justiça de um país uma máquina de criminalização, é o racismo institucional. Racismo este que estabelece "culpados de origem" e constrói toda uma sistemática político-juridica, fazendo a manutenção do status quo e padrões. Esta série vai exatamente no centro desta histórica ferida aberta. O primeiro episódio causa uma angustia capaz de gerar aversão ao que pode vir depois. No entanto, os desdobramentos são necessários, ainda que com nossa alma meio retorcida. Como "Time: The Kalief Browder Story", "13a Emenda" e "Hurricane", uma paulada sobre o tema. Com interpretações primorosas, este filme é mais uma iniciativa de um grupo de representantes negros da sociedade norte-americana, que vem somando esforços para desmascarar e escancarar o sistema. Produção de Oprah Winfrey.
Bandidos na TV
4.2 260 Assista AgoraSe você acha que o Brasil é o país do nonsense e surreal, precisa ver esta série e carimbar seu pensamento. Mais do que qualquer outra coisa, é o retrato da relação promíscua entre a política e a imprensa, que pauta a segurança pública, em uma relação de manutenção de vicio dos telespectadores nos programas sensacionalistas sobre violência urbana, assegurando pelo medo o controle da vida cotidiana do cidadão. No meio disso tudo a justiça dúbia, que não é tratada como "o lado bom" e é devidamente questionada. E há quem faça vista grossa ou apoie milícias no BraZil de 2019! Violento, assustador e vergonhoso.
Easy (1ª Temporada)
3.6 113 Assista AgoraEsta série me surpreendeu pois apresenta em episódios curtos, questões/dilemas que são comuns e problemáticos na vida de qualquer pessoa, encontrando soluções pelo viés da maturidade e do entendimento, por mais complexas que algumas coisas podem parecer. Obviamente que algumas coisas demandam duros rompimentos, mas a saída do "deixar em aberto" trabalha com as referências pessoais do espectador.
É uma "série-espelho" e vai dar a dimensão da profundidade do entendimento de acordo com o olhar que receber. Se for vista de forma rasa, assim será. Se for vista como profunda, assim será.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 959Entendo que as abordagens talvez, possam não ter sido tão profundas quanto em outras temporadas. Mas ao meu ver esta 5a temporada está absolutamente dentro da proposta da série.
Foi legal ver um episódio filmado em lugares conhecidos de São Paulo.
Guerras do Brasil.Doc
4.5 79Realização embasada em dois pontos fundamentais:
1) Fatos históricos que fazem pontes entre passado e futuro, com foco nas permanências históricas que influenciam diretamente na construção social e cultural do país.
2) Cada episódio com cerca de 30 minutos, imprimindo uma dinâmica de aulas de história.
As construções feitas a partir da visão de diversos especialistas das ciências humanas, tanto os da velha guarda, quanto os mais contemporâneos, permite diversidade de visões sobre um mesmo objeto, sem perder o fundamento crítico.
Absolutamente necessária esta série, em tempos de absoluto obscurantismo (que assola as ciências humanas e sociais) imposto pela vulgarização e exotização de articulistas de revistas de curiosidades, pseudo-filosofo-astrólogos-gurus falidos e a doença da pós verdade, que impõe opiniões sobre fatos e provas.
Houdini (1ª Temporada)
4.0 72Destaque para as relações políticas de Houdini, até então pouco ou quase nada reveladas. Adrien Brody está excelente.
Ela Quer Tudo (2ª Temporada)
4.2 25 Assista AgoraSegue na pegada da primeira temporada, com a narrativa bem peculiar de Spike Lee. Diversas discussões e dilemas sobre a atuação e participação social dos negros (principalmente da mulher negra) são trazidas a tona, seja no campo da militância ou na autocrítica da própria atuação na sociedade.
PS: Belíssima homenagem ao Prince e que episódio lindo no mergulho na matriz religiosa africana, na figura de Oxum.
Osmosis (1ª Temporada)
3.1 87 Assista AgoraIdeia boa, tem um ponto de partida interessante, desenvolvimento lento e final arrastado.
É a cara das séries que adoram cancelar.
Boneca Russa (1ª Temporada)
4.0 398Histórias que transcorrem em linhas (dimensões) paralelas precisam ser muito bem trabalhadas para não cair numa espiral esburacada. Ao meu ver, foi uma grata surpresa esta série. Natasha Lyonne (também produtora) é excelente atriz, dando um freak-stile ótimo para a personagem. Doideira da boa, só espero que não estraguem com maiores invenções de moda. E que Einstein (quem balançou a física no século XX - e física quântica trabalha com dimensões paralelas) esteja transitando de um lado para outro neste rolê dimensional para manter a nossa capacidade de relativizar a vida neste mundo (tá foda) que patina no conservadorismo canalha. Como bem faz a série, relativizar humaniza.
O Auto da Compadecida
4.7 222Sem dúvida alguma, tornou-se um clássico das telesseries brasileiras.
Batman, o Homem-Morcego (1ª Temporada)
3.7 39 Assista AgoraDeixei meu comentário na 2a temporada e o Filmow não permite "copiar e colar". Está mesma e desnecessária sinopse foi feita aqui e lá.
Super Amigos (1ª Temporada)
3.6 56"Enquanto isso, na Sala de Justiça..."
Batman, o Homem-Morcego (2ª Temporada)
3.7 6Ao meu ver, está sinopse especulando a sexualidade dos personagens é desnecessária, pelo alarmismo ("olha, o herói deve ser gay, taokey!"), como um "grande feito subjetivo dos produtores para o período", o que é bobagem, diante do contexto geral. A série tem seu tom de humor, com personagens absolutamente caricatos para assim compor, pois foi produzida no ápice das transformações culturais dos anos 60 (contracultura), explorando na estética cinematográfica as cores vivas, as viagens psicodélicas (episódio em que o Batman faz uma viagem e dança após ser drogado é fantástico!), da trama e a narrativa que abusa da onomatopeia, conforme os quadrinhos clássicos. Quanto as vilãs, via de regra são sensuais e sedutoras; os vilões são poderosamente fortes e desequilibrados, abusando das gargalhadas e narcisismo; as autoridades policiais são dependentes e abobalhadas; Robin é um jovem que tem destreza para lutar, mas é ingênuo ("não sabe de nada, inocente") para tirar conclusoes; o Batman aqui é suficientemente desencanado, blasé na maior parte do tempo, diante das ameaças e riscos. Psicologicamente atormentado em sua construção de origem, o homem-morcego foi ao longo dos anos sendo transformado em um atormentado-semi-psicopata, que se tornou sua base principal. Por isso é bom conhecer e se divertir com esta série.
Samantha! (2ª Temporada)
3.7 50Melhorou bem em relação a primeira temporada. A escolha por um viés mais insano caiu muito bem.
Conversando Com um Serial Killer: Ted Bundy
4.2 221Impossível não fazer textão. Pode conter spoilers.
Um dos principais méritos desta excelente série documental Netflix, sem sombra de dúvida, é a contextualização do personagem e sua interação dentro dos processos históricos que os EUA e o mundo, atravessavam.
Todas as questões que envolvem a história de Ted Bundy, possuem dimensões gigantescas.
O terror e violência com que praticou seus crimes, trouxe a tona as diversas transformações da sociedade naquele período, exemplificadas a partir de sua trajetória:
- Os assassinatos de Bundy estão diretamente ligados a resposta bárbara e violenta de parte da sociedade ligada ao meio político e conservador (e hipócrita) em que viveu, diante da emancipação da mulher nos movimentos dos anos 60 e 70. Em 2019, mesmo diante de mais movimentos de empoderamento e dispositivos de lei, as estatísticas de violência contra as mulheres permanecem subindo.
- A ineficiente estrutura de segurança pública dentro dos EUA (sistemas de comunicação) sendo que fora do país, estavam engendrados diretamente na interferência militar de outros países, infiltrando sistemas de monitoramento e espionagem, quando não invadindo e subjugando, diante da "ameaça comunista".
- A nova diretriz midiática da espetacularização da violência (vide "Assassinos por Natureza", de Oliver Stone) como um dos principais focos de audiência (programas de tv), transformando também as "ameaças internas" em dispositivos de controle social (o medo vende armas, sistemas de segurança, segurança privada, etc).
- A genialidade maléfica de Bundy possibilitou ao FBI a construção de um estudo sistemático e multidisciplinar (ciência forense, psicologia comportamental, perícia criminal, antropologia, sociologia, e afins) sobre os seriall killers, permitindo as polícias locais, estaduais e federais (FBI encabeçando), formas de atuação que trouxessem eficiência e efetividade na prevenção e resolução dos crimes. A ótima série "Mindhunter" trata exatamente deste processo.
Por fim, ciente da própria morbidez e instinto psicótico o próprio Bundy da uma devastadora sentença que assustadoramente tem se revelado atual e presente nestes tempos de escalada da naturalização da barbárie em que vivemos:
"Podemos querer dizer que podemos identificar essas pessoas perigosas. Mas o mais assustador é que não há como identifica-las. As pessoas não percebem que existem possíveis assassinos entre elas. Como alguém poderia viver numa sociedade onde as pessoas de que gostam, amam, com quem moram, trabalham e admiram, podem acabar se revelando as pessoas mais perversas do mundo?" (Ted Bundy).
Twin Peaks (1ª Temporada)
4.5 523Série que foi uma verdadeira paulada na convencionalidade do fim dos 80, concebida por um cineasta que já traçava sua identidade de forma muito peculiar no que fazia. Totalmente afeiçoado a personagens psicologicamente instáveis, violentos/psicóticos, misteriosos, de vida/personalidade dupla, fora dos padrões convencionais e Freaks em geral, se não ditou regras, Lynch deixou bem claro que era necessário bem mais por parte de quem viesse depois.