Gostei muito principalmente por ter sido a obra que mais se aproximou de um live action de Cadillacs and dinosaurs, um game oitentista (se não me engano) da capcom. No entanto, infelizmente na última hora de filme, o roteiro acaba fazendo escolhas simplistas e equivocadas, não deixando o filme brilhar por completo. O roteiro poderia ter ousado mais, tirando o telespectador da zona de conforto. Eu pessoalmente, reconheço o valor do primeiro Jurassic Park, mais voltado para o sci-fi. Mas eu prefiro a saga Jurassic Worlds, pois são mais pipocão. Inclusive acho o Reino Ameaçado um filmaço subestimado. Mas enfim, entendo os que não gostaram, pois é um filme que trabalha numa zona de conforto. Eu saí bem feliz do cinema, mesmo um pouco decepcionado com o ato final.
É um filme ame ou odeie, e pelo visto o público em geral está indo mais para o ódio. Mas eu amei. O que mais gostei é que intencionalmente o roteiro vai na direção total oposta dos novos Halloween, se assume "cringe" (usando o termo de forma irônica mesmo, até tendo em vista as vítimas), resgata o protagonismo do assassino alçado aqui quase a uma condição de anti-herói, um vingador (e mais uma vez sendo irônico e fazendo um paralelo com super heróis ou vilões da marvel que sobrevivem a situações que um humano normalmente não sobreviveria), e indo numa direção totalmente contrária ao politicamente correto, que atualmente tende a empoderar as final girls, e as vítimas. Muito se reclama do roteiro aqui. Pessoalmente eu adorei o roteiro. Inclusive considero que a metalinguagem aqui funciona muito melhor do que no Pânico. Digo isso porque no Pânico enquanto as homenagens são feitas em sua maioria através de textos bem expositivos, com as personagens deixando bem claro o quê e onde estão homenageando, neste filme elas aparecem por breves diálogos (vide premonição por exemplo), ou através de reproduções de cenas (psicose, sexta-feira 13, o iluminado). O próprio Halloween é homenageado numa cena, e digo o original, já que o roteiro decide ir numa direção total oposta aos novos halloweens. Sua metalinguagem é tão boa que o filme se assume como um filme a ser cancelado pela atual geração (não contavam, no entanto, que a geração para a qual acreditavam estar fazendo o filme também o cancelariam, fato que pode ter várias explicações). Obviamente não sou o dono da verdade, às vezes é de fato um filme ruim, e não será o primeiro filme ruim que adoro. Mas acredito que até o pessoal da antiga está embebida nessa cultura das redes sociais, querem se sentir com razão, não querem estar do lado perdedor, admitir gostar de algo que os influencers não gostaram.
Um fato interessante é a utilização da sobrevivente do filme antigo. Muita gente viu como problema do roteiro. Para mim foi uma sacada genial. Pois vai totalmente ao oposto do que o Halloween fez. Ela inclusive não é a mesma pessoa. Se torna quase como uma caricatura da texana. Se assemelha mais aos membros da família Leatherface, do que a hippie de antigamente. Trancam as meninas no carro, assim como o xerife do remake e provocam uma confusão mental na cabeça do Leather. Você lembra de mim? Esbraveja na casa. Acredito ali que o assassino deve ter imaginado que se tratava de alguém da família, inclusive devido a forma como estava trajada, e a forma grosseira como o tratava. E por isso ele a ignora, e volta para terminar o seu trabalho. E aí, é um movimento meu, mas me passa a impressão de ser algo intencional do roteiro, que eles brincam com o inconsciente de Sally. Será que ela está ali de fato para matar o monstro que sempre a atormentou em seus pesadelos, ou para se juntar aos amigos? Será que ela acredita que deveria ter morrido naquele dia? Que não seria merecedora de ter sobrevivido? A protagonista que sobreviveu ao massacre na escola (uma das irmãs) expõe isso em uma cena. E Sally quando tranca as meninas no carro esbraveja. Ele está atrás de vocês. É ele não é? Parece na cena (e mais uma vez um movimento meu, mas que me fez conversar com esse roteiro) que ela está mordida de ciúmes. As meninas são o objeto de desejo do leatherface, e não ela. De fato, diferente de Jamie Lee Curtis, ela não é a protagonista deste filme. Ela é coisa do passado, somente mais uma vítima. Ela não é a final girl, e isso a deixa mordida.
Gosto também como eles tratam o Leatherface. O personagem, assim como Norman Bates foi inspirado no mesmo assassino. E ambos incorporam a mãe. Ali, ele não está simplesmente vingando a mãe. Está sim dando oportunidade a ela a se vingar. E ao mesmo tempo, nesse processo, devolve-lhe a vida. Mas claro é tudo fantasia de sua cabeça. Após a matança do ônibus ele precisa voltar para casa e a realidade é que sua mãe se foi. Quando Sally entra na casa, Leatherface está confrontando a solidão. Um detalhe interessante é que como Norman Bates, Leatherface não é um psicopata, mas um psicótico em surto. É uma pessoa mentalmente adoecida, possivelmente por passar por inúmeros abusos vivendo em uma família com vários psicopatas. E no lar com uma senhora atenciosa, aparentemente conseguiu levar uma vida sem surtos. O psicótico possui uma forma peculiar de se comunicar com a realidade, ele dá vazão aos seus desejos, traz eles para a realidade. Se vestir de mãe, em ambos os casos, é mantê-las vivas e presentes em suas vidas.
Gosto também de como o filme tratam os simbolismos e a comunicação em sí. A mesma bandeira pode ter inúmeros significados. Para um homem preto, a bandeira dos confederados pode simbolizar o histórico de racismo norte americano. Para uma senhora texana pode simbolizar o afeto de um ente querido. Da mesma forma quando ela diz que já cuidou de várias crianças pretas, ele fica muito ofendido. É de se imaginar as diversas situações discriminatórias pelo qual ele já passou, que o fez significar aquela frase de forma tão negativa. Mas não era intenção dela ofendê-lo. Acho essa discussão no filme bem válido. Julgamos hoje o próximo sem tentar de fato conhece-lo. Julgamos por uma palavra mal colocada, ou pelo visual que se apresenta. Nos comunicamos com o outro de forma rasa, superficial.
Adoro também a forma como ele utiliza as vítimas. Essa geração é capaz de fazer milhões antes dos 30. Mas seriam capaz de sobreviver a um assassino como o Leatherface? Pois diferente do filme, que fugiu dos cinemas com medo de ser cancelado, indo parar no streamer, ferramenta da geração que critica, Leatherface não têm medo do cancelamento. E sem essa arma, qual eles utilizariam. Essa geração, que já viu de tudo nas redes sociais, conseguiriam escapar de uma situação real de perigo? Ou ficariam presos, sem saber para onde ir? Interessante o paralelo que podemos fazer entre as telas do celular e as janelas do ônibus. Ninguém teve coragem de pular o psicopata, ficaram tocando na tela (no caso as janelas), meio que esperando alguma resposta mágica que não veio. Um blackmirror às invertidas. E é ótimo que a final girl dessa geração não precise da carona de um hétero top caminhoneiro, já que ela tem o próprio carro automático.
Por fim é um filme que assim como evil dead remake, faz chover sangue (literalmente, tendo aqui a Sally como uma nuvem carregada talvez). Da mesma forma, os personagens nadam em sangue. Gosto muito da forma como o terceiro ato mais parece um pesadelo. Aqui as leis da física já não importam. O que vale é a vontade de matar e de sobreviver. Acho que é o momento do filme que mais gosto. Mas vi por vários comentários que quebrou a imersão de muita gente. Enfim, é um filme que gostei muito, mas que não acho que seja para todo mundo.
Arcane é simplesmente até o momento o melhor produto audiovisual do ano, e o melhor produto da netflix (que tem muita coisa ruim, mas possui alguns produtos excepcionais também).Além disso já considero uma das melhores animações que já vi, e uma das melhores produções da década. Simples assim
Dá para fazer uma análise psicanalítica bem legal sobre o filme. De certa forma é uma interpretação minha, e talvez nem seja a interpretação mais apropriada.
Muito interessante como é mostrado o desenvolvimento da protagonista. Narra a história de uma menina que cresce sem o afeto paterno. Em sua memória, apenas o acidente de carro foi capaz de despertar a atenção paterna para com ela. Foi o momento ápice da relação entre ela e o pai. Isso a faz venerar o carro. Carro que passa a ser um pouco ela também após o acidente, devido a placa de titânio. Essa veneração a leva a lugares predominantemente masculinos onde a mulher é objetificada, assim como os carros. Mas elas assumem um papel secundário. Os carros são protagonistas. Me faz pensar o quanto ela sente nesse momento parte dos veículos, capazes de despertar a atenção masculina. Ela só consegue essa atenção dos homens através da sexualização de seu corpo, mas nunca da forma que ela sempre buscou lá atrás como criança, um afeto acolhedor, protetor.
E aí vamos para a relação com o veículo. Acho bem provável que ela tenha sido estuprada. Ela recalca o estupro. O que ela lembra é mágico e libertador. A relação dela com o veículo, endeusado. O objeto de poder para ela, o falo, capaz de lhe conferir o poder da atenção masculina. Talvez nem tenha sido estupro, mas algo foi recalcado.
E aí vamos para a matança. Vemos a jovem inicialmente como uma psicopata. Mas é muito mais do que isso. Há uma tentativa de compreender aquele momento do acidente, tão traumático a ela. Claro, de uma maneira inconsciente. Ela repete o procedimento invasivo da cirurgia, mas nos outros. Tem fixação por objetos metálicos nos outros. Repetições que inconsciente procuram uma explicação sobre procedimento tão invasivo
E aí temos o outro protagonista. É muita coisa para comentar. Depois deixo mais um comentário sobre minhas impressões do filme.
Vi com toda a família e foi uma experiência ótima. É um filme claramente voltado para o público infantil com ótimos efeitos visuais, boas atuações e personagens cativantes. As crianças aqui de casa adoraram.
Tecnicamente achei um filme impecável. O diretor consegue criar imagens e cenas de um primor técnico que ao mesmo tempo espanta pela beleza do trabalho, quanto pela loucura e insanidade que me rememorou H. P. Lovercraft. Só que narrativamente confesso que tive um certo problema com o filme. É literalmente como acompanhar o dia a dia de dois bebados enlouquecendo. Achei enfadonho mesmo com os acontecimentos bizarros e as atuações dignas de oscar. É uma experiência, e por isso dei a nota máxima. Com certeza um dos melhores filmes do ano. Mas não é algo fácil de ser consumido. O que inclusive me faz perguntar se eu não prefiro algo mais banal e fácil de degustar.
Vi até agora apenas o primeiro episódio e gostei muito. Parece uma mistura de banshee, gangues de Nova Iorque, e os antigos filmes do Bruce Lee. Já avaliei de acordo com o episódio que vi, até porque 2.5 é uma nota injusta. À medida que for assistindo adequo a nota.
Que animação linda, oscar merecidíssimo!! Sempre tive preconceito com o personagem Miles Morales, talvez por achar Peter Parker insubstituível. Mas aí vem essa animação corajosa e nos propõe esse salto de fé. E ao provar que podemos sim ter vários outros spiders, ainda engrandece a figura do Parker de tal forma que só posso dizer que essa é a melhor obra do homem aranha em recurso audiovisual.
Foi o filme que mais me divertiu esse ano. Algumas pessoas torcem o nariz para o filme pipoca, blackbuster. Eu acho geniais, pq conseguem dialogar de forma clara com diversos tipos de públicos, emulam vários gêneros, brincam com saudosismos e conversam com as novas gerações. Não devemos subestimar filmes bilionários. É claro que nem todos blackbusters funcionam. Porém Aquaman funcionou muito bem para mim. Nesse quesito me lembra o primeiro guardiões da Galáxia, meu filme favorito da Marvel. Hora parece que estou vendo um filme de herói, hora um filme de terror, e passa pelo estilo de aventura, sci fi, espacial, catástrofe, comédia... E funciona na totalidade. Adorei como é um filme aquático que funciona, e homenageia diversos filmes que utiliza da temática. Do cuidado com o personagem e de como adapta as hqs dos novos 52. De como homenageia inclusive os super amigos. São muitos e muitos acertos. Aliás de fato James Wan é um diretor extremamente talentoso, possuié um filme com vários momentos muito memoráveis.
Vi muita critica dizendo como o filme é raso, ao tratar da poluição aos oceanos. Mas não acho que essa seja a grande mensagem do filme. A mensagem está muito mais no muro cultural, da xenofobia, de como enxergamos o outro. E essa mensagem funciona tão bem no filme que muitos dos criticos realçaram o pezinho no brega. Legal como tudo no filme soa tão estranho para o público, tanto do figurino às escolhas musicais. Eu achei o visual maravilhoso, de como emula a vida aquática. As mulheres de Atlântida não usariam um top de oncinha, mas vestidos de escamas.
Não há como negar que é um filme muito corajoso, pois a primeira hora vai na contramão do comercial. Dava para editar de forma mais ágil, tornando a primeira parte do filme mais digerível. Eu gostei, mas acredito que pode não funcionar para muitos. Porém se vc tiver paciência e aguardar, será recompensado com um dos filmes mais loucos do ano. E Cage, que atuação. É uma atuação visceral e extremamente esquizofrênica, mas que funciona muito bem nesse filme.
O interessante que a história fica na borda do sobrenatural, devido aos motoqueiros from hell. No entanto gostei muito da solução da droga pesada consumida, que o tornaram quase que forças da natureza. A convenção social deixa de fazer sentido, eles abraçam o lado animal, como um bando de lobos. Aliás, a solução do LSD poderoso é muito bom porque o filme abraça a loucura da droga, e ao longo do filme parece que você está vendo sob a ótica dos personagens. Como se a barreira entre o real e o ilusório se quebrasse. Todos os personagens estão tão loucos que não dá para ter certeza o que na jornada é real e o que é alucinação do LSD.
Gosto muito também de como o diretor resolve os riscos na jornada de vingança. Com certeza o risco real se encontra com os motoqueiros, e eles mesmos vacilam em algumas oportunidades. Há um respeito no bando com a figura do Cage, um reconhecimento de que ele também é um predador como eles, que sua humanidade se foi com Mandy. O segundo grupo no entanto não oferece tanto perigo na jornada da vingança. Porém fica claro o poder de ideologias e como podem ser perigosas nas mãos de pessoas fracas que sentem essa necessidade de se sentirem poderosas. O embate final é ótimo porque mostra como deplorável são algumas figuras colocadas em pedestrais, fruto de ideologias. E isso torna o filme extremamente atual.
Dizer que até agora, das adaptações de heróis do ano foi o que mais gostei. Acho que por diversos motivos. Gosto da escala do filme, tanto em relação ao local onde se passa (uma cidade), quanto no contexto da história. Me lembro das histórias curtas que costumava ler quando criança. Nem tudo precisava ser uma mega saga de dimensão mundial ou planetária. E algumas vezes eram essas histórias curtas as mais divertidas. Gosto da motivação da vilã (Aliás gostei de tudo nela, desde o design à interpretação, que remete inclusive aos vilões de super heróis de filmes anteriores à saga Marvel. Acho que talvez o filme tenha me pegado inclusive por esse saudosismo. Achei que ele tem uma pegada mais inocente, como filmes de heróis da antiga. Os vilões tem um ar meio caricato lembrando os de antigamente, seja através da cobiça ou da loucura. Várias referenças também a filmes de antigamente.
Gosto como é trabalhado nos dois filmes do homem formiga o conceito de herói. Hank Pym é muito mais herói que Tony Stark, e incrível como eles são opostos. Ele salva o mundo pq é o certo a fazer, não por ego. Aliás imagino o quanto a revelação da identidade do homem de ferro deve ter sido benéfica em termos de bilhões para a empresa Stark. Para Hank e Janet há uma doação real, e a noção dos riscos que envolve uma sofisticada tecnologia. Acho bem interessente coexistir nesse universo mentes tão divergentes, e também esse conceito de diferentes gerações. Lembrando que a forma de ver o mundo de Hank aproxima inclusive dos valores do Capitão, que é ainda outra geração anterior ao homem formiga original. Gosto também dessa visão de herói entre filho/a e pai/mãe, e como esse conceito de família é trabalhado no filme.
E é legal que é um filme onde não precisa ter mortes. Pode ser que alguém tenha morrido na perseguição dos carros, mas não é explícito. Pode ser que ninguém tenha morrido. Tem morte ao revisitar o nascer da vilã, e de como ela foi apropriada como objeto de espionagem, até para dar um viés obscuro ao personagem. Mas existe motivação maior do que querer existir? Não imagino uma. E gosto de sua atuação que beira à insanidade, lembrando um pouco até da mulher gato de Batman Returns. E tem o outro lado, do Sonny, que como um Luthor de antigamente, quer poder, e enxerga o dinheiro como meio mais fácil para alcançar esse objetivo.
Por fim a escala do filme. O objetivo é simples. Trazer mãe e esposa de volta para casa. E se passa numa única cidade, São Francisco. É uma história simples e bem resolvida. Ao mesmo tempo a escala é gigantesca porque o mundo quântico é quase um universo paralelo, quase inatingível. E com isso o filme constantemente brinca com dois diferentes universos. Acho por tudo isso um filme muito bem resolvido, acho que um dos filmes da Marvel que mais gostei, colocaria talvez num top 05.
Sobre o primeiro episódio. Trama simples sobre preconceito, segregação e desejo de mudança. Superficialmente poderia até falar que soa bobo e que o tema já foi melhor explorado inúmeras vezes no cinema e outras séries. Mas o final, achei belíssimo e profundo. Outro nível. E ai dá pra ver que talvez a construção simplista seja até intencional. Uma história boba com um final que fica na cabeça, que te faz pensar nas possibilidades. Como se vc pudesse sonhar, escolher o final, uma vez que ele é muito aberto a interpretações.
Acho muito foda que os telepatas são sempre condicionados a procurar o pior nos seres humanos. Eles compartilham experiências e o fato de levarem uma vida de preconceito e segregação fazem com que eles sempre busquem na mente casos que justifiquem que os seres humanos não prestam. E é uma visão compartilhada e reafirmada na mente dos outros que estão conectados. Meio que essas bolhas que a gente vê hj nas redes sociais.
E afinal, o protagonista é ou não um cretino? Na minha visão ele de fato estava gostando dela, e que aquele foi um julgamento precipitado, antes de realmente conhecê-la. Talvez a visão veio vívido porque ele sabia que foi o momento onde ele falou mal dela e inconscientemente pensou nesse momento, pois era o momento que ele sabia que podia estragar as coisas. Ela no fundo acreditava no amor dele, e até o desfecho estava se levando pelo grupo. Isso acontece muito, como não queremos decepcionar aqueles próximos a nós e nos deixamos levar. Não fazemos escolhas por nós, mas pelo meio social.
E no final das contas, ela abre ou não a porta. Prefiro acreditar que sim, e com a tecnologia da mascara, ela poderia até se ocultar do grupo. Há espaço sim para um final feliz. Eu costumo ser otimista, e sei que muitos vão interpretar justamente o oposto. E acho isso muito legal, porque você faz o final, como se sonhasse sobre o que deseja para aquele final, até em cima do seu julgamento sobre os personagens.
Gostei muito da polêmica segunda temporada de True Detective, temporada que definitivamente dividiu opiniões. Eu particularmente achei a trama muito foda. E divergindo da maioria das opiniões tenho que admitir que o personagem que mais gostei foi Frank. Ele carrega os ultimos episódios nas costas. Tenho que admitir (inclusive acreditando que vou ser muito negativado por isso) que gostei mais dessa temporada do que a anterior. Enquanto na primeira temporada temos Rusty (sim, até agora o melhor personagem da série, inclusive a melhor atuação do ano passado tanto em filme quanto em série), aqui temos tres personagens muito interessantes: Ray, Frank e Ani. Gostei muito da trama, muito mais complexa do que a da primeira. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. E digo isso nem como crítica à primeira, uma vez que o refinamento da primeira está na louca filosofia de vida de Rusty e justamente nas trevas que um local à primeira vista simplório como um ambiente rural pode gerar. A cidade diferentemente, possui uma relação mais complexa, com uma diversidade de interesses. E estar preso dentro de uma conspiração, que envolve diversos poderosos com um interesse em comum pode ser mais assustador que atravessar a linha entre nosso mundo e o inferno criado por uma mente predadora.
Frank para mim é o melhor da temporada, uma surpresa para mim uma vez que sempre desprezei Vince Vaughn como ator. O personagem é tão foda que em sua frieza conseguiu convencer parte do público que não era um real gangster. Aí nos episódios finais, quando ele mostra quem realmente é, vi inclusive algumas mudanças de opiniões a respeito do personagem. Muito foda ele botando fogo em tudo que era dele e cumprindo sua promessa de enfiar uma bala na cara de seu desafeto. O mais dificil ele fez, mas acaba infelizmente morto pela circunstância, não sem lutar até o fim. Cheguei inclusive a achar que o orgulho o havia matado, mas na cena que ele caminha no deserto (cena que eu achei marcante), é perceptível os diamantes brilhando no terno, debaixo do sangue. O cara não entregou o terno pq os diamantes estavam lá e chegar até sua amada de mãos vazias era igual a fracassar. O dinheiro não era nada perto do valor de diamantes e por pouco Frank escapa.
Ani é outra personagem que achei muito foda. É o oposto da criação que teve. É uma mulher forte que diferente do ambiente pacífico que cresceu, gosta da violência. Vou até além, como o pai dela disse: "É uma alma velha." Ela é viciada na brutalidade, de seu lado animal. Por isso o seu lado sexual é forte. Dá para perceber a raiva que ela sente por não ser uma mulher convencional, como a sociedade acredita que a mulher deve ser. O que marca o passado dela não foi de ter sido abusada quando pequena, mas sim de ter gostado do abuso, sentido orgulho do ato. Só não gostei dela no último episódio, tava menininha demais para Bezzerides, não parecia ser ela.
E Ray, como não simpatizar com o cara que apesar de ter ações dúbias a temporada inteira, é extremamente humano quando colocado na esfera familiar. Os anos como policial e a experiência de vida parece que tornaram a concepção do certo e errado meio que acinzentadas. É aquele provérbio de escrever certo por linhas tortas. Foda o final dele também, inclusive por ter vacilado justamente por se entregar a seu lado emocional, paternal. De longe o personagem mais injustiçado da série, uma vez que para mim é o grande herói da temporada.
Por fim gostei muito da trama, justamente pelo fato do assassino, assim como o Ganster e os policiais serem os peixes pequenos da história. Todos eles enfim são engolidos pela cidade. Suas engrenagens e aqueles que a comandam são os verdadeiros vilões. Seja calando a esposa infiel do joalheiro que sabia demais, fazendo parecer que era roubo de joias, enquanto era trabalho de policiais corruptos. Inclusive utilizando disso como barganha para chegarem no poder. Seja enganando o gangster que trabalhou duro para enfim se tornar um legitimo homem de negócios, apenas para conseguir uma fatia maior de lucro e poder. No final das contas o grande vilão da temporada é o Caspere, ele está por trás de tudo. Ele ta fudendo Frank pelas costas com os russos, ele está por trás do assassinato da joalheria. E ironicamente é o primeiro a morrer na trama. Isso faz o assassino inclusive uma espécie de anti-herói (e por isso ele não matou Ray, não era o seu alvo). É a morte do grande vilão que desencadeia toda série de eventos que fazem a cidade revidar para retornar o status quo. E infelizmente o final não tem como ser dos melhores. Achei lindo as tomadas das mortes de ray e Frank, como se a morte não fosse de fato o final. Enquanto a passagem de Ray é tranquila, ele abraça a morte, a de Frank é dolorosa, ele não aceita em um primeiro momento que morreu. E achei muito foda a cena na Venezuela, a tensão no ar, e a familia disfuncional criado com as adversidades. Não dá para saber se o repórter vai enfim continuar a luta contra a cidade de Vice, ou se ele vai simplesmente tentar entrar no sistema.
Você sabe que o seu psiquiatra é foda quando ele desenterra o cadáver do seu pai para usar no seu tratamento. Agora entendo pq Hannibal cortou o pescoço da Abigail. Foi um ato de amor, de "pai para filha"!!!
Ep 05, 06 e 07: Episódios que fecham o arco da Florença de forma muito foda. Diferente dos primeiros episodios da temporada, esses são bem movimentados com diversos acontecimentos importantes. Ep 05:
Acho muito foda quando o detetive vai atrás da digital do Hannibal. Ele leva uma antiguidade da família, sabendo que despertaria o interesse do canibal. Mas esse vestindo o personagem Dr.Fell, coloca luvas para tocar no objeto, como um profissional da área analisaria. Só resta então ao detetive virar de costas para Hannibal no intuito de esconder a sua tentativa de furtar a faca com a digital (pensando inclusive que estava seguro ja que a faca estava perto dele e nao do ill monstro. Vacilou por um segundo e morreu. Não li o livro, mas é também claramente uma referencia ao filme o icônico enforcamento com as entranhas de fora. Outro fator curioso é que Hannibal revela no episódio que não matou Verger pq sabia que o sádico colocaria uma recompensa sobre a sua cabeça. Isso impediria quem descobrisse sua presença que alertasse as autoridades, dando uma maior chance para sua fuga.
Muita coisa legal acontece nesse episódio. A mais marcante é o final onde Hannibal por pouco não abre a cabeça do Will (outra referência icônica ao filme Hannibal, talvez a melhor cena do filme, onde o canibal se deleita com o cérebro humano de um investigador ainda vivo.) Tem uma cena onde enfim Hannibal e Will se encontram e Hannibal pergunta a Will sobre Murasaki. Quando Will confirma que ela matou o prisioneiro ele solta um My girl (minha garota). Ela falou no trem que era alguém que foi morar com a tia do Hannibal, mas nada tira da minha cabeça que ela é filha do canibal. Até pela interação dos dois, o fato dela ser protetora e ao mesmo tempo no sétimo episódio puxar a responsabilidade para ela. Mas daí, só teoria. Outra coisa que achei bem legal foi a Bedelia mais uma vez escapando pela tangente, se dopando com a mesma medicação usada na estagiária do Jack, forjando assim um álibi, como se tivesse sido usada por Hannibal. Destaque tb para a cena de sexo lesbico caleidoscópico entre Alana e Margot.
Melhor episódio da temporada até agora, e se a série acabasse aqui, fecharia com chave de outro. Muita coisa maluca aconteceu nesse episódio. Verger querendo saborear Hannibal (sem duplo sentido) com a face do Will (WTF???), além do malucão tentar usar um porco para gerar o seu filho com a sua própria irmã (WTF???). E foi-se um dos personagens mais maluco e legal da trama. Pena que trocaram de ator. O anterior atuou de forma monstruosa ofuscando a atuação do novo ator. Ele acordando com o rosto de seu doutor/chefe de cozinha foi muito foda. Tão foda quanto Will arrancando um pedaço da bochecha do mesmo e quase se fudendo de novo, e sem anestesia. Mas o mais foda foi o final. Ficou meio que parecendo que Hannibal se entrega por essa ligação estranha com o Will, meio que para contrariar aquilo que Will esperava que acontecesse. Nunca mais ver o canibal. Mas acho que o motivo principal foi Murasaki. Ela diz que estava fazendo aquilo pela Misha e que Hannibal era algo grande demais para ser engaiolado. E no final ela está lá com o fuzil de tocaia. Acho que se Hannibal tentasse fugir ela teria o matado. Sabendo disso ele preferiu se entregar e ainda assim tirar uma onda de sou foda!! Nem me pegar vcs conseguiram.
Na comic con eles soltaram um trailler introduzindo o arco dragao vermelho. Nao sei onde li que ja iniciava no episodio 8. Se assim for, prevejo um episodio 7 muito foda!!! Quanto ao cancelamento eu to de boa. Nao gostaria que terminasse agora pq acho viciante, mas pelo menos parecem que vao ser 3 temporadas muito fodas. A serie manteve sua identidade, nao se vendeu por audiencia. Acredito que futuramente se torne cult. Azar para aqueles que dizem que deixaram de assistir com medo da serie cagar com o personagem. Pessoalmente sou muito mais o Mads do que Hopkins, que para mim manda muito bem no Silencio dos Inocentes, mas nem tanto nos outros filmes. Culpa tb da idade, Hannibal e um personagem fisico, que exige do ator forca e agilidade para convencer.
Como nao sei se pode postar aqui o link do youtube, resolvi colocar o nome do video para quem quiser ver: Comic-Con 2015: Hannibal - Look Ahead at the Red Dragon (Comic-Con Digital Exclusive)
Gostei muito desse terceiro episódio e dos rumos que a temporada esta tomando. Como não li os livros, o que tenho para comparar com a série são os filmes (tirando manhunt, os outros eu assisti.) Essa temporada tem aumentado o mito em cima do hannibal elevando quase a uma figura inumana, algo demoníaco, vampiresco. Não me incomoda o ritmo da série, acho até que é um charme. O legal no Hannibal é que ele não sai detonando a porra toda. Ele faz tudo pensado, instigando, provocando aqueles que estão a seu redor. É quase como um gato caçando e brincando com a comida.
É só eu que penso que aquela japa é filha do hannibal? No Filme Origem do Mal (aliás, um filme odiado pelo público, mas que eu gosto bastante) ele se relaciona com a tia que era descendente de japonês. Seria aquela moça fruto de sua relação? Eu gostei da personagem e dos diálogos que ela teve com o Will. O receio dela que se contasse o seu parentesco com o Will, que ele pudesse usá-la para se vingar (essa uma teoria minha).
Sobre a Bedelia no episódio, sempre a vi como um futuro prato do canibal. Mas na cabeça do Hannibal, pelo menos para mim, ela é como se fosse a representação do que seria a irmã dele, sempre parceira e presente. É por isso que acho que ele a mantém por perto. Ela sabe e gosta de provocá-lo. São teorias que tenho, embasado pelas situações no episódio, mas sinceramente não sei se eu estou certo. Talvez para quem leu os livros fique mais facil entender essas questões (se também estiverem presentes nos livros).
Episódio Foda com algumas cenas muito fortes. E digo isso nem pela filhadaputagem do acontecimento, mas por todo o contexto envolvido. Eu li (e picado) apenas os 3 primeiros livros, então não tem como comparar essa temporada com os livros, mas eu estou gostando dos acontecimentos.
A cena do Stannis para mim é a mais marcante do episódio. Porque não é simplesmente por vaidade ou poder. Tem muito fanatismo envolvido, como se os deuses estivessem fazendo-o passar por uma provação. E isso é muito triste porque ele abdica daquilo que mais ama. E a cena funcionou muito bem pq os figurantes mandaram muito bem. A cara dos soldados, um misto de desaprovação com talvez uma esperança que aquilo realmente possa reverter os revés da fome e do frio é muito forte. Até pq são os homens fiéis ao Stannis (os mercenários ja picaram a mula), muitos provavelmente pais de familia,e todos amavam a princesa. E estão todos lá fazendo parte daquele sacrifício sinistro. Resta saber como esse acontecimento repercutirá dentro do núcleo dos Baratheon.
Já com Daenerys ocorre justamente o contrário. Mesmo devolvendo parte da cultura da cidade, ela não conquistou a simpatia dos cidadãos. Mas a presença do Dragão muda tudo. Me passa a impressão que a ausência dos Dragões fez ela perder aquela aura de quase uma Deusa. No momento que a fera aparece no estádio para salvar a sua mãe, é perceptivel admiração até nos inimigos. Achei legal eles ficarem meio perdidos, sem saberem por alguns momentos o que fazer. Fosse por medo ou até pela duvida se realmente eles não estão enfrentando os deuses.
Quanto aos filhos da harpia acho que parte do publico menospreza eles. Eles estão dentro do território deles, utilizam do elemento surpresa, atacam em maior número, e sim, possuem treinamento militar. É claro que vão conseguir derrubar imaculados, que estão acostumados a combates em campo aberto. Tanto que na arena, em formação, os imaculados conseguiram defender a Daenerys. Combate de guerrilha é diferente do combate que os imaculados estão acostumados. Temos exemplos inclusive na realidade. Soldados americanos, melhores armados e treinados saíram como derrotados na guerra do Vietnã. O meu grande questionamento é sobre quem lidera esses caras. Acredito que seja alguém próximo da Rainha.
Quanto aos efeitos visuais da série confesso que gosto bastante. Até pq tenho consciencia da limitação. Gosto de eles filmarem em locações e não utilizarem fundo verde como Spartacus. Dá um tom mais realista para a série. E acho legal eles mesclarem cgi com técnicas old school. Tipo, talvez não tenha sido perfeito Daenerys saindo voando com o Dragão. Mas achei muito legal o momento das labaredas, e o povo pegando fogo mesmo à moda antiga com dublês. Acho que não seria mesma coisa se colocassem ali efeitos por computação.
Muito foda o primeiro episódio. Quando vi até achei o episódio um pouco chato (mas achei o primeiro das duas temporadas parado tb, o que é até normal). No entanto depois fui pensando nos acontecimentos, e nada é por acaso. É um episódio que resume bem como Hannibal é assustador, e o quanto Bedelia está fudida. O título antepasto meio que resume tudo:
Todos os flashbacks com o Abel foram justamente direcionados para entender a relação entre Hannibal e Bedelia. O canibal não a vê como igual, e quando cansar de sua presença ele a devorará. Enquanto isso vai preparando a carne da companheira, assim como fez com Abel. O foda é que ela , assim como Abel tem uma noção disso. Tem uma cena em que ela compra o vinho e dá para perceber a angustia dela. Mas Bedelia prefere ser uma otimista e acredita que é o jeito doentio do Hannibal de "brincar com as emoções dela".
Fico imaginando Bedelia meio como essas mulheres de malandro, que acham que vão conseguir moldar o cara. Conversando com o Abel, Hannibal solta um papo sobre contos de fada. Era isso que me passa a impressão que ela achava que iria rolar indo para a Europa. Um recomeço com um cara que ela acha interessante e tal. Me passou a impressão que quando ela descobriu que ele voltara a matar, mesmo que ocasionalmente, ela voltou para a realidade. Ele é um monstro e isso faz parte dele. E ai mostra ela tendo um ataque de panico na banheira. Tipo, ela vive com medo.
Enfim, antepasto é aquilo que vem antes do prato principal, servindo apenas para abrir p apetite. Todas aquelas iguarias que inclusive servem para deixar a carne de Bedelia ainda mais saborosa para o paladar doentio do Hannibal. O canibal até ja perguntou para ela se ela quer participar (tal como Abel) ou observar. Ela prefere observar, e até carne ta evitando. Uma hora eu aposto que ele come ela, literalmente. O lance do observar ou participar meio que tirei de contesto, mas aposto que ele estava se referindo tb a essa relação. Pq acho que para o Hannibal aquele jantar que ele deu para o Abel seria meio que o seu jantar especial, apenas para pessoas especiais para ele tais como Bedelia e talvez até o que pretendia com o Will.
Sobre o episódio 07, season 02. É sempre legal quando todo a família se reúne em Ray. E foi resumido muito bem naquela frase do protagonista "Ele pediu a família. Conseguiu a família."
O mais legal disso tudo é que me passa a sensação que o filho do Ray ja sabia que ia dar merda. Mas ele gosta de sua família do jeito que é, e queria ver o circo pegando fogo mesmo.
Leftovers é mais uma série que honra a qualidade HBO de séries. E ja é atualmente uma das minhas favoritas. Fico impressionado com a liberdade de criação que a HBO dá para suas séries, pois é uma série para poucos. E sinceramente, até o momento, não acredito que a série deslanche em audiência. Não é uma crítica a quem não gostou, longe disso. Mas a série é construída para causar um desconforto. Não há muitas cenas de ação, não há nudez gratuita (existe nudez, mas acaba sendo algo mais libertador já que não há muito clima para fudeção, e quando há é quase como uma compensação por algo perdido). Até o suspense não é aquele dos filmes de terror e afins, que precisa de artificios como som, iluminação ou uma figura que surja do nada. Eu não li o livro, então basicamente a minha análise é pelo que eu vi até aqui, 6 episódios. E até demorei um pouco para comentar porque tudo ainda está meio confuso. Esse é um dos pontos que eu gosto. Até ja foi bem comentado aqui por outros usuários o fato de ser bem legal assistir algo que vc não faz a mínima idéia do que está acontecendo ou vai acontecer. Ainda mais em uma época onde até as reviravoltas em filmes e séries costumam ser previsíveis. E se for para dar explicaçãozinha idiota mais para frente eu prefiro até que continue assim, no escuro. Até porque isso deixa o telespectador numa posição meio incômoda e a premissa é incomodar. Tenho batido nessa tecla de incomodar e desconforto porque acho que a direção acertou em cheio nisso. A série parte da premissa que quase todos perderam alguém que gostava muito, seja pelo suposto arrebatamento, seja pelas diversas seitas que pipocam. Então há um vazio que permeia esse universo. A direção acaba endossando esse vazio. E os personagens procuram preencher esse buraco, seja através da fé, ou do apego àqueles que ficaram. Até agora tem passado uma mensagem muito forte de superação, mesmo que seja aceitando o vazio, como os maluco de branco, ou procurando o conforto imediato prometido por um autodeclarado messias. De fato o que eu mais gostei até agora são como os cultos são abordados. Pode parecer uma coisa muito louca para quem está de fora, mas faz o maior sentido para quem está dentro. E não é formado unicamente por desmiolados ( como por exemplo "the following", que acho que peca muito nesse ponto). Não dá para entender como pessoas comuns decidem fazer parte de cultos muitas vezes estranhos, mas dá para perceber as pessoas dentro da "unidade", com seus medos, suas ambições, interesses e dúvidas.
Penny Dreadful, a aposta de terror da Showtime me surpreendeu. Foi uma das séries que estreou esse ano, que mais gostei. A primeira temporada no entanto acaba sendo mais uma introdução aos personagens e sua união. A temporada foi curta, 8 episódios. Porém 8 episódios bem interessantes, com boa produção, direção, roteiro e atuações.
O personagem mais interessante com certeza é Vanessa Ives, interpretada pela ótima Eva Green. Ja gostava dela como atriz, mas confesso que me surpreendi muito com a atuação dela na série. Os momentos de possessão são os melhores momentos da série, assim como os episódios que tem ela como referência (O quinto e o sétimo se não me engano).
Outro personagem que gostei bastante foi a criatura Frankenstein. Legal a forma como é abordado, um ser culto, mas com dificuldade de assimilar as emoções humanas. Apesar de sempre aparentar vítima (e sim, acaba sendo um outsider, não se encaixa na sociedade), tive impressão que ele usa dessa roupagem para comover quem é próximo a ele, escondendo o monstro que ele realmente é. Tem um momento no último episódio que ele confessa essa condição para Victor, de lobo em pele de cordeiro. Mas faz de uma forma que convence Victor do contrário, da vítima que é, um pária. Mas o semblante no final não nega que era um discurso vazio.
Malcolm é outro personagem interessante. Ainda não sei se ele é, apesar de humano, mais monstruoso que todos os monstros da série, ou apenas tenta passar a imagem. Muito interessante também seu mordomo, um dos personagens mais enigmáticos da série. Gostaria muito de ver uma temporada na África, nos tempos de exploração, abordando lendas locais.
The Den tenta inovar o gênero found footage. Tive a sensação que Zachary Donohue busca nos colocar na mesma posição de quem hackeia o computador de Elizabeth. O expectador passa a acompanhar todo o drama da protagonista através da sua vida online. E ela é tão antenada que sua vida online tem um peso enorme em sua vida. Quase sempre Elizabeth está em rede. E talvez a grande exposição seja o motivo do interesse de um psicopata que passa a assediá-la. Não demora para o assédio se tornar um jogo mortal para ela e para seus amigos e familiares. O filme inova num estilo hoje muito utilizado no gênero terror, e isso é bom. Parece que o expectador está do outro lado de um computador, quase que interagindo. E não apenas vendo um video obscuro. O diretor soube dosar a apresentação da personagem e a trama em sí de forma que o filme não fica massante. Infelizmente acho que o filme poderia ser mais ousado.
Quando falo em ousadia é que durante todo o filme fica claro que os assassinos tem total controle da situação. Dessa forma eles poderiam aparecer mais. No entanto durante todo o fime eles aparecem quase sempre de relance. Claro que de certa forma isso valoriza as aparições. Mas eu acho que ficaria mais legal se eles dessem a cara mesmo e tacassem o terror. Porém isso nem me incomoda muito.
O que de fato me incomodou e muito foi o final. Eu gostei do filme, achei ele legal. Mas até o momento em que ela foi capturada tava achando o filme muito bom. Não entendo como uma menina de 50kg, que não é atlética, pois ficava o tempo inteiro na net, consegue dar trabalho a vários assassinos, que até esse momento se mostravam extremamente profissionais. E aquelas tocas do final eram ridículas perante a máscara do assassino que sai à caça das vítimas na net. Me passou a impressão que na verdade o povo que tenta pegar a menina no prédio são associados no estilo "O Albergue", enquanto os profissionais mesmo ficam acompanhando tudo pelas cameras para evitar que a vítima escape.
Se acabasse no momento que os assassinos tentam pegar ela em casa daria 4 ou até 4,5 estrelas. Até esse momento gostei muito do filme. Essa cena inclusive para mim foi a melhor do filme. Mas aí o filme ficaria muito curto. Até por isso acho que deveria ter valorizado mais as ameaças.
Jurassic World: Domínio
2.8 551 Assista AgoraGostei muito principalmente por ter sido a obra que mais se aproximou de um live action de Cadillacs and dinosaurs, um game oitentista (se não me engano) da capcom. No entanto, infelizmente na última hora de filme, o roteiro acaba fazendo escolhas simplistas e equivocadas, não deixando o filme brilhar por completo. O roteiro poderia ter ousado mais, tirando o telespectador da zona de conforto. Eu pessoalmente, reconheço o valor do primeiro Jurassic Park, mais voltado para o sci-fi. Mas eu prefiro a saga Jurassic Worlds, pois são mais pipocão. Inclusive acho o Reino Ameaçado um filmaço subestimado. Mas enfim, entendo os que não gostaram, pois é um filme que trabalha numa zona de conforto. Eu saí bem feliz do cinema, mesmo um pouco decepcionado com o ato final.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraÉ um filme ame ou odeie, e pelo visto o público em geral está indo mais para o ódio. Mas eu amei. O que mais gostei é que intencionalmente o roteiro vai na direção total oposta dos novos Halloween, se assume "cringe" (usando o termo de forma irônica mesmo, até tendo em vista as vítimas), resgata o protagonismo do assassino alçado aqui quase a uma condição de anti-herói, um vingador (e mais uma vez sendo irônico e fazendo um paralelo com super heróis ou vilões da marvel que sobrevivem a situações que um humano normalmente não sobreviveria), e indo numa direção totalmente contrária ao politicamente correto, que atualmente tende a empoderar as final girls, e as vítimas.
Muito se reclama do roteiro aqui. Pessoalmente eu adorei o roteiro. Inclusive considero que a metalinguagem aqui funciona muito melhor do que no Pânico. Digo isso porque no Pânico enquanto as homenagens são feitas em sua maioria através de textos bem expositivos, com as personagens deixando bem claro o quê e onde estão homenageando, neste filme elas aparecem por breves diálogos (vide premonição por exemplo), ou através de reproduções de cenas (psicose, sexta-feira 13, o iluminado). O próprio Halloween é homenageado numa cena, e digo o original, já que o roteiro decide ir numa direção total oposta aos novos halloweens. Sua metalinguagem é tão boa que o filme se assume como um filme a ser cancelado pela atual geração (não contavam, no entanto, que a geração para a qual acreditavam estar fazendo o filme também o cancelariam, fato que pode ter várias explicações). Obviamente não sou o dono da verdade, às vezes é de fato um filme ruim, e não será o primeiro filme ruim que adoro. Mas acredito que até o pessoal da antiga está embebida nessa cultura das redes sociais, querem se sentir com razão, não querem estar do lado perdedor, admitir gostar de algo que os influencers não gostaram.
Um fato interessante é a utilização da sobrevivente do filme antigo. Muita gente viu como problema do roteiro. Para mim foi uma sacada genial. Pois vai totalmente ao oposto do que o Halloween fez. Ela inclusive não é a mesma pessoa. Se torna quase como uma caricatura da texana. Se assemelha mais aos membros da família Leatherface, do que a hippie de antigamente. Trancam as meninas no carro, assim como o xerife do remake e provocam uma confusão mental na cabeça do Leather. Você lembra de mim? Esbraveja na casa. Acredito ali que o assassino deve ter imaginado que se tratava de alguém da família, inclusive devido a forma como estava trajada, e a forma grosseira como o tratava. E por isso ele a ignora, e volta para terminar o seu trabalho. E aí, é um movimento meu, mas me passa a impressão de ser algo intencional do roteiro, que eles brincam com o inconsciente de Sally. Será que ela está ali de fato para matar o monstro que sempre a atormentou em seus pesadelos, ou para se juntar aos amigos? Será que ela acredita que deveria ter morrido naquele dia? Que não seria merecedora de ter sobrevivido? A protagonista que sobreviveu ao massacre na escola (uma das irmãs) expõe isso em uma cena. E Sally quando tranca as meninas no carro esbraveja. Ele está atrás de vocês. É ele não é? Parece na cena (e mais uma vez um movimento meu, mas que me fez conversar com esse roteiro) que ela está mordida de ciúmes. As meninas são o objeto de desejo do leatherface, e não ela. De fato, diferente de Jamie Lee Curtis, ela não é a protagonista deste filme. Ela é coisa do passado, somente mais uma vítima. Ela não é a final girl, e isso a deixa mordida.
Gosto também como eles tratam o Leatherface. O personagem, assim como Norman Bates foi inspirado no mesmo assassino. E ambos incorporam a mãe. Ali, ele não está simplesmente vingando a mãe. Está sim dando oportunidade a ela a se vingar. E ao mesmo tempo, nesse processo, devolve-lhe a vida. Mas claro é tudo fantasia de sua cabeça. Após a matança do ônibus ele precisa voltar para casa e a realidade é que sua mãe se foi. Quando Sally entra na casa, Leatherface está confrontando a solidão. Um detalhe interessante é que como Norman Bates, Leatherface não é um psicopata, mas um psicótico em surto. É uma pessoa mentalmente adoecida, possivelmente por passar por inúmeros abusos vivendo em uma família com vários psicopatas. E no lar com uma senhora atenciosa, aparentemente conseguiu levar uma vida sem surtos. O psicótico possui uma forma peculiar de se comunicar com a realidade, ele dá vazão aos seus desejos, traz eles para a realidade. Se vestir de mãe, em ambos os casos, é mantê-las vivas e presentes em suas vidas.
Gosto também de como o filme tratam os simbolismos e a comunicação em sí. A mesma bandeira pode ter inúmeros significados. Para um homem preto, a bandeira dos confederados pode simbolizar o histórico de racismo norte americano. Para uma senhora texana pode simbolizar o afeto de um ente querido. Da mesma forma quando ela diz que já cuidou de várias crianças pretas, ele fica muito ofendido. É de se imaginar as diversas situações discriminatórias pelo qual ele já passou, que o fez significar aquela frase de forma tão negativa. Mas não era intenção dela ofendê-lo. Acho essa discussão no filme bem válido. Julgamos hoje o próximo sem tentar de fato conhece-lo. Julgamos por uma palavra mal colocada, ou pelo visual que se apresenta. Nos comunicamos com o outro de forma rasa, superficial.
Adoro também a forma como ele utiliza as vítimas. Essa geração é capaz de fazer milhões antes dos 30. Mas seriam capaz de sobreviver a um assassino como o Leatherface? Pois diferente do filme, que fugiu dos cinemas com medo de ser cancelado, indo parar no streamer, ferramenta da geração que critica, Leatherface não têm medo do cancelamento. E sem essa arma, qual eles utilizariam. Essa geração, que já viu de tudo nas redes sociais, conseguiriam escapar de uma situação real de perigo? Ou ficariam presos, sem saber para onde ir? Interessante o paralelo que podemos fazer entre as telas do celular e as janelas do ônibus. Ninguém teve coragem de pular o psicopata, ficaram tocando na tela (no caso as janelas), meio que esperando alguma resposta mágica que não veio. Um blackmirror às invertidas. E é ótimo que a final girl dessa geração não precise da carona de um hétero top caminhoneiro, já que ela tem o próprio carro automático.
Por fim é um filme que assim como evil dead remake, faz chover sangue (literalmente, tendo aqui a Sally como uma nuvem carregada talvez). Da mesma forma, os personagens nadam em sangue. Gosto muito da forma como o terceiro ato mais parece um pesadelo. Aqui as leis da física já não importam. O que vale é a vontade de matar e de sobreviver. Acho que é o momento do filme que mais gosto. Mas vi por vários comentários que quebrou a imersão de muita gente. Enfim, é um filme que gostei muito, mas que não acho que seja para todo mundo.
Arcane: League of Legends (1ª Temporada)
4.6 393Arcane é simplesmente até o momento o melhor produto audiovisual do ano, e o melhor produto da netflix (que tem muita coisa ruim, mas possui alguns produtos excepcionais também).Além disso já considero uma das melhores animações que já vi, e uma das melhores produções da década. Simples assim
Titane
3.5 391 Assista AgoraDá para fazer uma análise psicanalítica bem legal sobre o filme. De certa forma é uma interpretação minha, e talvez nem seja a interpretação mais apropriada.
Muito interessante como é mostrado o desenvolvimento da protagonista. Narra a história de uma menina que cresce sem o afeto paterno. Em sua memória, apenas o acidente de carro foi capaz de despertar a atenção paterna para com ela. Foi o momento ápice da relação entre ela e o pai. Isso a faz venerar o carro. Carro que passa a ser um pouco ela também após o acidente, devido a placa de titânio. Essa veneração a leva a lugares predominantemente masculinos onde a mulher é objetificada, assim como os carros. Mas elas assumem um papel secundário. Os carros são protagonistas. Me faz pensar o quanto ela sente nesse momento parte dos veículos, capazes de despertar a atenção masculina. Ela só consegue essa atenção dos homens através da sexualização de seu corpo, mas nunca da forma que ela sempre buscou lá atrás como criança, um afeto acolhedor, protetor.
E aí vamos para a relação com o veículo. Acho bem provável que ela tenha sido estuprada. Ela recalca o estupro. O que ela lembra é mágico e libertador. A relação dela com o veículo, endeusado. O objeto de poder para ela, o falo, capaz de lhe conferir o poder da atenção masculina. Talvez nem tenha sido estupro, mas algo foi recalcado.
E aí vamos para a matança. Vemos a jovem inicialmente como uma psicopata. Mas é muito mais do que isso. Há uma tentativa de compreender aquele momento do acidente, tão traumático a ela. Claro, de uma maneira inconsciente. Ela repete o procedimento invasivo da cirurgia, mas nos outros. Tem fixação por objetos metálicos nos outros. Repetições que inconsciente procuram uma explicação sobre procedimento tão
invasivo
E aí temos o outro protagonista. É muita coisa para comentar. Depois deixo mais um comentário sobre minhas impressões do filme.
Dolittle
2.9 221 Assista AgoraVi com toda a família e foi uma experiência ótima. É um filme claramente voltado para o público infantil com ótimos efeitos visuais, boas atuações e personagens cativantes. As crianças aqui de casa adoraram.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraTecnicamente achei um filme impecável. O diretor consegue criar imagens e cenas de um primor técnico que ao mesmo tempo espanta pela beleza do trabalho, quanto pela loucura e insanidade que me rememorou H. P. Lovercraft. Só que narrativamente confesso que tive um certo problema com o filme. É literalmente como acompanhar o dia a dia de dois bebados enlouquecendo. Achei enfadonho mesmo com os acontecimentos bizarros e as atuações dignas de oscar. É uma experiência, e por isso dei a nota máxima. Com certeza um dos melhores filmes do ano. Mas não é algo fácil de ser consumido. O que inclusive me faz perguntar se eu não prefiro algo mais banal e fácil de degustar.
Warrior (1ª Temporada)
4.1 50 Assista AgoraVi até agora apenas o primeiro episódio e gostei muito. Parece uma mistura de banshee, gangues de Nova Iorque, e os antigos filmes do Bruce Lee. Já avaliei de acordo com o episódio que vi, até porque 2.5 é uma nota injusta. À medida que for assistindo adequo a nota.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraQue animação linda, oscar merecidíssimo!! Sempre tive preconceito com o personagem Miles Morales, talvez por achar Peter Parker insubstituível. Mas aí vem essa animação corajosa e nos propõe esse salto de fé. E ao provar que podemos sim ter vários outros spiders, ainda engrandece a figura do Parker de tal forma que só posso dizer que essa é a melhor obra do homem aranha em recurso audiovisual.
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraFoi o filme que mais me divertiu esse ano. Algumas pessoas torcem o nariz para o filme pipoca, blackbuster. Eu acho geniais, pq conseguem dialogar de forma clara com diversos tipos de públicos, emulam vários gêneros, brincam com saudosismos e conversam com as novas gerações. Não devemos subestimar filmes bilionários. É claro que nem todos blackbusters funcionam. Porém Aquaman funcionou muito bem para mim. Nesse quesito me lembra o primeiro guardiões da Galáxia, meu filme favorito da Marvel. Hora parece que estou vendo um filme de herói, hora um filme de terror, e passa pelo estilo de aventura, sci fi, espacial, catástrofe, comédia... E funciona na totalidade. Adorei como é um filme aquático que funciona, e homenageia diversos filmes que utiliza da temática. Do cuidado com o personagem e de como adapta as hqs dos novos 52. De como homenageia inclusive os super amigos. São muitos e muitos acertos. Aliás de fato James Wan é um diretor extremamente talentoso, possuié um filme com vários momentos muito memoráveis.
Vi muita critica dizendo como o filme é raso, ao tratar da poluição aos oceanos. Mas não acho que essa seja a grande mensagem do filme. A mensagem está muito mais no muro cultural, da xenofobia, de como enxergamos o outro. E essa mensagem funciona tão bem no filme que muitos dos criticos realçaram o pezinho no brega. Legal como tudo no filme soa tão estranho para o público, tanto do figurino às escolhas musicais. Eu achei o visual maravilhoso, de como emula a vida aquática. As mulheres de Atlântida não usariam um top de oncinha, mas vestidos de escamas.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraNão há como negar que é um filme muito corajoso, pois a primeira hora vai na contramão do comercial. Dava para editar de forma mais ágil, tornando a primeira parte do filme mais digerível. Eu gostei, mas acredito que pode não funcionar para muitos. Porém se vc tiver paciência e aguardar, será recompensado com um dos filmes mais loucos do ano. E Cage, que atuação. É uma atuação visceral e extremamente esquizofrênica, mas que funciona muito bem nesse filme.
O interessante que a história fica na borda do sobrenatural, devido aos motoqueiros from hell. No entanto gostei muito da solução da droga pesada consumida, que o tornaram quase que forças da natureza. A convenção social deixa de fazer sentido, eles abraçam o lado animal, como um bando de lobos. Aliás, a solução do LSD poderoso é muito bom porque o filme abraça a loucura da droga, e ao longo do filme parece que você está vendo sob a ótica dos personagens. Como se a barreira entre o real e o ilusório se quebrasse. Todos os personagens estão tão loucos que não dá para ter certeza o que na jornada é real e o que é alucinação do LSD.
Gosto muito também de como o diretor resolve os riscos na jornada de vingança. Com certeza o risco real se encontra com os motoqueiros, e eles mesmos vacilam em algumas oportunidades. Há um respeito no bando com a figura do Cage, um reconhecimento de que ele também é um predador como eles, que sua humanidade se foi com Mandy. O segundo grupo no entanto não oferece tanto perigo na jornada da vingança. Porém fica claro o poder de ideologias e como podem ser perigosas nas mãos de pessoas fracas que sentem essa necessidade de se sentirem poderosas. O embate final é ótimo porque mostra como deplorável são algumas figuras colocadas em pedestrais, fruto de ideologias. E isso torna o filme extremamente atual.
Homem-Formiga e a Vespa
3.6 990 Assista AgoraDizer que até agora, das adaptações de heróis do ano foi o que mais gostei. Acho que por diversos motivos. Gosto da escala do filme, tanto em relação ao local onde se passa (uma cidade), quanto no contexto da história. Me lembro das histórias curtas que costumava ler quando criança. Nem tudo precisava ser uma mega saga de dimensão mundial ou planetária. E algumas vezes eram essas histórias curtas as mais divertidas. Gosto da motivação da vilã (Aliás gostei de tudo nela, desde o design à interpretação, que remete inclusive aos vilões de super heróis de filmes anteriores à saga Marvel. Acho que talvez o filme tenha me pegado inclusive por esse saudosismo. Achei que ele tem uma pegada mais inocente, como filmes de heróis da antiga. Os vilões tem um ar meio caricato lembrando os de antigamente, seja através da cobiça ou da loucura. Várias referenças também a filmes de antigamente.
Gosto como é trabalhado nos dois filmes do homem formiga o conceito de herói. Hank Pym é muito mais herói que Tony Stark, e incrível como eles são opostos. Ele salva o mundo pq é o certo a fazer, não por ego. Aliás imagino o quanto a revelação da identidade do homem de ferro deve ter sido benéfica em termos de bilhões para a empresa Stark. Para Hank e Janet há uma doação real, e a noção dos riscos que envolve uma sofisticada tecnologia. Acho bem interessente coexistir nesse universo mentes tão divergentes, e também esse conceito de diferentes gerações. Lembrando que a forma de ver o mundo de Hank aproxima inclusive dos valores do Capitão, que é ainda outra geração anterior ao homem formiga original. Gosto também dessa visão de herói entre filho/a e pai/mãe, e como esse conceito de família é trabalhado no filme.
E é legal que é um filme onde não precisa ter mortes. Pode ser que alguém tenha morrido na perseguição dos carros, mas não é explícito. Pode ser que ninguém tenha morrido. Tem morte ao revisitar o nascer da vilã, e de como ela foi apropriada como objeto de espionagem, até para dar um viés obscuro ao personagem. Mas existe motivação maior do que querer existir? Não imagino uma. E gosto de sua atuação que beira à insanidade, lembrando um pouco até da mulher gato de Batman Returns. E tem o outro lado, do Sonny, que como um Luthor de antigamente, quer poder, e enxerga o dinheiro como meio mais fácil para alcançar esse objetivo.
Por fim a escala do filme. O objetivo é simples. Trazer mãe e esposa de volta para casa. E se passa numa única cidade, São Francisco. É uma história simples e bem resolvida. Ao mesmo tempo a escala é gigantesca porque o mundo quântico é quase um universo paralelo, quase inatingível. E com isso o filme constantemente brinca com dois diferentes universos. Acho por tudo isso um filme muito bem resolvido, acho que um dos filmes da Marvel que mais gostei, colocaria talvez num top 05.
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Os Estranhos: Caçada Noturna
2.6 526 Assista AgoraComo gatos se divertindo...
Mas, diferente do primeiro filme, tá mais para um Tom e Jerry. :P
Philip K. Dick's Electric Dreams (1ª Temporada)
4.0 112Sobre o primeiro episódio. Trama simples sobre preconceito, segregação e desejo de mudança. Superficialmente poderia até falar que soa bobo e que o tema já foi melhor explorado inúmeras vezes no cinema e outras séries. Mas o final, achei belíssimo e profundo. Outro nível. E ai dá pra ver que talvez a construção simplista seja até intencional. Uma história boba com um final que fica na cabeça, que te faz pensar nas possibilidades. Como se vc pudesse sonhar, escolher o final, uma vez que ele é muito aberto a interpretações.
Acho muito foda que os telepatas são sempre condicionados a procurar o pior nos seres humanos. Eles compartilham experiências e o fato de levarem uma vida de preconceito e segregação fazem com que eles sempre busquem na mente casos que justifiquem que os seres humanos não prestam. E é uma visão compartilhada e reafirmada na mente dos outros que estão conectados. Meio que essas bolhas que a gente vê hj nas redes sociais.
E afinal, o protagonista é ou não um cretino? Na minha visão ele de fato estava gostando dela, e que aquele foi um julgamento precipitado, antes de realmente conhecê-la. Talvez a visão veio vívido porque ele sabia que foi o momento onde ele falou mal dela e inconscientemente pensou nesse momento, pois era o momento que ele sabia que podia estragar as coisas. Ela no fundo acreditava no amor dele, e até o desfecho estava se levando pelo grupo. Isso acontece muito, como não queremos decepcionar aqueles próximos a nós e nos deixamos levar. Não fazemos escolhas por nós, mas pelo meio social.
E no final das contas, ela abre ou não a porta. Prefiro acreditar que sim, e com a tecnologia da mascara, ela poderia até se ocultar do grupo. Há espaço sim para um final feliz. Eu costumo ser otimista, e sei que muitos vão interpretar justamente o oposto. E acho isso muito legal, porque você faz o final, como se sonhasse sobre o que deseja para aquele final, até em cima do seu julgamento sobre os personagens.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773Gostei muito da polêmica segunda temporada de True Detective, temporada que definitivamente dividiu opiniões. Eu particularmente achei a trama muito foda. E divergindo da maioria das opiniões tenho que admitir que o personagem que mais gostei foi Frank. Ele carrega os ultimos episódios nas costas. Tenho que admitir (inclusive acreditando que vou ser muito negativado por isso) que gostei mais dessa temporada do que a anterior. Enquanto na primeira temporada temos Rusty (sim, até agora o melhor personagem da série, inclusive a melhor atuação do ano passado tanto em filme quanto em série), aqui temos tres personagens muito interessantes: Ray, Frank e Ani. Gostei muito da trama, muito mais complexa do que a da primeira. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. E digo isso nem como crítica à primeira, uma vez que o refinamento da primeira está na louca filosofia de vida de Rusty e justamente nas trevas que um local à primeira vista simplório como um ambiente rural pode gerar. A cidade diferentemente, possui uma relação mais complexa, com uma diversidade de interesses. E estar preso dentro de uma conspiração, que envolve diversos poderosos com um interesse em comum pode ser mais assustador que atravessar a linha entre nosso mundo e o inferno criado por uma mente predadora.
Frank para mim é o melhor da temporada, uma surpresa para mim uma vez que sempre desprezei Vince Vaughn como ator. O personagem é tão foda que em sua frieza conseguiu convencer parte do público que não era um real gangster. Aí nos episódios finais, quando ele mostra quem realmente é, vi inclusive algumas mudanças de opiniões a respeito do personagem. Muito foda ele botando fogo em tudo que era dele e cumprindo sua promessa de enfiar uma bala na cara de seu desafeto. O mais dificil ele fez, mas acaba infelizmente morto pela circunstância, não sem lutar até o fim. Cheguei inclusive a achar que o orgulho o havia matado, mas na cena que ele caminha no deserto (cena que eu achei marcante), é perceptível os diamantes brilhando no terno, debaixo do sangue. O cara não entregou o terno pq os diamantes estavam lá e chegar até sua amada de mãos vazias era igual a fracassar. O dinheiro não era nada perto do valor de diamantes e por pouco Frank escapa.
Ani é outra personagem que achei muito foda. É o oposto da criação que teve. É uma mulher forte que diferente do ambiente pacífico que cresceu, gosta da violência. Vou até além, como o pai dela disse: "É uma alma velha." Ela é viciada na brutalidade, de seu lado animal. Por isso o seu lado sexual é forte. Dá para perceber a raiva que ela sente por não ser uma mulher convencional, como a sociedade acredita que a mulher deve ser. O que marca o passado dela não foi de ter sido abusada quando pequena, mas sim de ter gostado do abuso, sentido orgulho do ato. Só não gostei dela no último episódio, tava menininha demais para Bezzerides, não parecia ser ela.
E Ray, como não simpatizar com o cara que apesar de ter ações dúbias a temporada inteira, é extremamente humano quando colocado na esfera familiar. Os anos como policial e a experiência de vida parece que tornaram a concepção do certo e errado meio que acinzentadas. É aquele provérbio de escrever certo por linhas tortas. Foda o final dele também, inclusive por ter vacilado justamente por se entregar a seu lado emocional, paternal. De longe o personagem mais injustiçado da série, uma vez que para mim é o grande herói da temporada.
Por fim gostei muito da trama, justamente pelo fato do assassino, assim como o Ganster e os policiais serem os peixes pequenos da história. Todos eles enfim são engolidos pela cidade. Suas engrenagens e aqueles que a comandam são os verdadeiros vilões. Seja calando a esposa infiel do joalheiro que sabia demais, fazendo parecer que era roubo de joias, enquanto era trabalho de policiais corruptos. Inclusive utilizando disso como barganha para chegarem no poder. Seja enganando o gangster que trabalhou duro para enfim se tornar um legitimo homem de negócios, apenas para conseguir uma fatia maior de lucro e poder. No final das contas o grande vilão da temporada é o Caspere, ele está por trás de tudo. Ele ta fudendo Frank pelas costas com os russos, ele está por trás do assassinato da joalheria. E ironicamente é o primeiro a morrer na trama. Isso faz o assassino inclusive uma espécie de anti-herói (e por isso ele não matou Ray, não era o seu alvo). É a morte do grande vilão que desencadeia toda série de eventos que fazem a cidade revidar para retornar o status quo. E infelizmente o final não tem como ser dos melhores. Achei lindo as tomadas das mortes de ray e Frank, como se a morte não fosse de fato o final. Enquanto a passagem de Ray é tranquila, ele abraça a morte, a de Frank é dolorosa, ele não aceita em um primeiro momento que morreu. E achei muito foda a cena na Venezuela, a tensão no ar, e a familia disfuncional criado com as adversidades. Não dá para saber se o repórter vai enfim continuar a luta contra a cidade de Vice, ou se ele vai simplesmente tentar entrar no sistema.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraVocê sabe que o seu psiquiatra é foda quando ele desenterra o cadáver do seu pai para usar no seu tratamento. Agora entendo pq Hannibal cortou o pescoço da Abigail. Foi um ato de amor, de "pai para filha"!!!
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraEp 05, 06 e 07: Episódios que fecham o arco da Florença de forma muito foda. Diferente dos primeiros episodios da temporada, esses são bem movimentados com diversos acontecimentos importantes.
Ep 05:
Acho muito foda quando o detetive vai atrás da digital do Hannibal. Ele leva uma antiguidade da família, sabendo que despertaria o interesse do canibal. Mas esse vestindo o personagem Dr.Fell, coloca luvas para tocar no objeto, como um profissional da área analisaria. Só resta então ao detetive virar de costas para Hannibal no intuito de esconder a sua tentativa de furtar a faca com a digital (pensando inclusive que estava seguro ja que a faca estava perto dele e nao do ill monstro. Vacilou por um segundo e morreu. Não li o livro, mas é também claramente uma referencia ao filme o icônico enforcamento com as entranhas de fora. Outro fator curioso é que Hannibal revela no episódio que não matou Verger pq sabia que o sádico colocaria uma recompensa sobre a sua cabeça. Isso impediria quem descobrisse sua presença que alertasse as autoridades, dando uma maior chance para sua fuga.
Ep 06:
Muita coisa legal acontece nesse episódio. A mais marcante é o final onde Hannibal por pouco não abre a cabeça do Will (outra referência icônica ao filme Hannibal, talvez a melhor cena do filme, onde o canibal se deleita com o cérebro humano de um investigador ainda vivo.) Tem uma cena onde enfim Hannibal e Will se encontram e Hannibal pergunta a Will sobre Murasaki. Quando Will confirma que ela matou o prisioneiro ele solta um My girl (minha garota). Ela falou no trem que era alguém que foi morar com a tia do Hannibal, mas nada tira da minha cabeça que ela é filha do canibal. Até pela interação dos dois, o fato dela ser protetora e ao mesmo tempo no sétimo episódio puxar a responsabilidade para ela. Mas daí, só teoria. Outra coisa que achei bem legal foi a Bedelia mais uma vez escapando pela tangente, se dopando com a mesma medicação usada na estagiária do Jack, forjando assim um álibi, como se tivesse sido usada por Hannibal. Destaque tb para a cena de sexo lesbico caleidoscópico entre Alana e Margot.
Ep 07:
Melhor episódio da temporada até agora, e se a série acabasse aqui, fecharia com chave de outro. Muita coisa maluca aconteceu nesse episódio. Verger querendo saborear Hannibal (sem duplo sentido) com a face do Will (WTF???), além do malucão tentar usar um porco para gerar o seu filho com a sua própria irmã (WTF???). E foi-se um dos personagens mais maluco e legal da trama. Pena que trocaram de ator. O anterior atuou de forma monstruosa ofuscando a atuação do novo ator. Ele acordando com o rosto de seu doutor/chefe de cozinha foi muito foda. Tão foda quanto Will arrancando um pedaço da bochecha do mesmo e quase se fudendo de novo, e sem anestesia. Mas o mais foda foi o final. Ficou meio que parecendo que Hannibal se entrega por essa ligação estranha com o Will, meio que para contrariar aquilo que Will esperava que acontecesse. Nunca mais ver o canibal. Mas acho que o motivo principal foi Murasaki. Ela diz que estava fazendo aquilo pela Misha e que Hannibal era algo grande demais para ser engaiolado. E no final ela está lá com o fuzil de tocaia. Acho que se Hannibal tentasse fugir ela teria o matado. Sabendo disso ele preferiu se entregar e ainda assim tirar uma onda de sou foda!! Nem me pegar vcs conseguiram.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraNa comic con eles soltaram um trailler introduzindo o arco dragao vermelho. Nao sei onde li que ja iniciava no episodio 8. Se assim for, prevejo um episodio 7 muito foda!!!
Quanto ao cancelamento eu to de boa. Nao gostaria que terminasse agora pq acho viciante, mas pelo menos parecem que vao ser 3 temporadas muito fodas. A serie manteve sua identidade, nao se vendeu por audiencia. Acredito que futuramente se torne cult. Azar para aqueles que dizem que deixaram de assistir com medo da serie cagar com o personagem. Pessoalmente sou muito mais o Mads do que Hopkins, que para mim manda muito bem no Silencio dos Inocentes, mas nem tanto nos outros filmes. Culpa tb da idade, Hannibal e um personagem fisico, que exige do ator forca e agilidade para convencer.
Como nao sei se pode postar aqui o link do youtube, resolvi colocar o nome do video para quem quiser ver: Comic-Con 2015: Hannibal - Look Ahead at the Red Dragon (Comic-Con Digital Exclusive)
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraGostei muito desse terceiro episódio e dos rumos que a temporada esta tomando. Como não li os livros, o que tenho para comparar com a série são os filmes (tirando manhunt, os outros eu assisti.) Essa temporada tem aumentado o mito em cima do hannibal elevando quase a uma figura inumana, algo demoníaco, vampiresco. Não me incomoda o ritmo da série, acho até que é um charme. O legal no Hannibal é que ele não sai detonando a porra toda. Ele faz tudo pensado, instigando, provocando aqueles que estão a seu redor. É quase como um gato caçando e brincando com a comida.
É só eu que penso que aquela japa é filha do hannibal? No Filme Origem do Mal (aliás, um filme odiado pelo público, mas que eu gosto bastante) ele se relaciona com a tia que era descendente de japonês. Seria aquela moça fruto de sua relação? Eu gostei da personagem e dos diálogos que ela teve com o Will. O receio dela que se contasse o seu parentesco com o Will, que ele pudesse usá-la para se vingar (essa uma teoria minha).
Sobre a Bedelia no episódio, sempre a vi como um futuro prato do canibal. Mas na cabeça do Hannibal, pelo menos para mim, ela é como se fosse a representação do que seria a irmã dele, sempre parceira e presente. É por isso que acho que ele a mantém por perto. Ela sabe e gosta de provocá-lo. São teorias que tenho, embasado pelas situações no episódio, mas sinceramente não sei se eu estou certo. Talvez para quem leu os livros fique mais facil entender essas questões (se também estiverem presentes nos livros).
Game of Thrones (5ª Temporada)
4.4 1,4KEpisódio Foda com algumas cenas muito fortes. E digo isso nem pela filhadaputagem do acontecimento, mas por todo o contexto envolvido. Eu li (e picado) apenas os 3 primeiros livros, então não tem como comparar essa temporada com os livros, mas eu estou gostando dos acontecimentos.
A cena do Stannis para mim é a mais marcante do episódio. Porque não é simplesmente por vaidade ou poder. Tem muito fanatismo envolvido, como se os deuses estivessem fazendo-o passar por uma provação. E isso é muito triste porque ele abdica daquilo que mais ama. E a cena funcionou muito bem pq os figurantes mandaram muito bem. A cara dos soldados, um misto de desaprovação com talvez uma esperança que aquilo realmente possa reverter os revés da fome e do frio é muito forte. Até pq são os homens fiéis ao Stannis (os mercenários ja picaram a mula), muitos provavelmente pais de familia,e todos amavam a princesa. E estão todos lá fazendo parte daquele sacrifício sinistro. Resta saber como esse acontecimento repercutirá dentro do núcleo dos Baratheon.
Já com Daenerys ocorre justamente o contrário. Mesmo devolvendo parte da cultura da cidade, ela não conquistou a simpatia dos cidadãos. Mas a presença do Dragão muda tudo. Me passa a impressão que a ausência dos Dragões fez ela perder aquela aura de quase uma Deusa. No momento que a fera aparece no estádio para salvar a sua mãe, é perceptivel admiração até nos inimigos. Achei legal eles ficarem meio perdidos, sem saberem por alguns momentos o que fazer. Fosse por medo ou até pela duvida se realmente eles não estão enfrentando os deuses.
Quanto aos filhos da harpia acho que parte do publico menospreza eles. Eles estão dentro do território deles, utilizam do elemento surpresa, atacam em maior número, e sim, possuem treinamento militar. É claro que vão conseguir derrubar imaculados, que estão acostumados a combates em campo aberto. Tanto que na arena, em formação, os imaculados conseguiram defender a Daenerys. Combate de guerrilha é diferente do combate que os imaculados estão acostumados. Temos exemplos inclusive na realidade. Soldados americanos, melhores armados e treinados saíram como derrotados na guerra do Vietnã. O meu grande questionamento é sobre quem lidera esses caras. Acredito que seja alguém próximo da Rainha.
Quanto aos efeitos visuais da série confesso que gosto bastante. Até pq tenho consciencia da limitação. Gosto de eles filmarem em locações e não utilizarem fundo verde como Spartacus. Dá um tom mais realista para a série. E acho legal eles mesclarem cgi com técnicas old school. Tipo, talvez não tenha sido perfeito Daenerys saindo voando com o Dragão. Mas achei muito legal o momento das labaredas, e o povo pegando fogo mesmo à moda antiga com dublês. Acho que não seria mesma coisa se colocassem ali efeitos por computação.
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraMuito foda o primeiro episódio. Quando vi até achei o episódio um pouco chato (mas achei o primeiro das duas temporadas parado tb, o que é até normal). No entanto depois fui pensando nos acontecimentos, e nada é por acaso. É um episódio que resume bem como Hannibal é assustador, e o quanto Bedelia está fudida. O título antepasto meio que resume tudo:
Todos os flashbacks com o Abel foram justamente direcionados para entender a relação entre Hannibal e Bedelia. O canibal não a vê como igual, e quando cansar de sua presença ele a devorará. Enquanto isso vai preparando a carne da companheira, assim como fez com Abel. O foda é que ela , assim como Abel tem uma noção disso. Tem uma cena em que ela compra o vinho e dá para perceber a angustia dela. Mas Bedelia prefere ser uma otimista e acredita que é o jeito doentio do Hannibal de "brincar com as emoções dela".
Fico imaginando Bedelia meio como essas mulheres de malandro, que acham que vão conseguir moldar o cara. Conversando com o Abel, Hannibal solta um papo sobre contos de fada. Era isso que me passa a impressão que ela achava que iria rolar indo para a Europa. Um recomeço com um cara que ela acha interessante e tal. Me passou a impressão que quando ela descobriu que ele voltara a matar, mesmo que ocasionalmente, ela voltou para a realidade. Ele é um monstro e isso faz parte dele. E ai mostra ela tendo um ataque de panico na banheira. Tipo, ela vive com medo.
Enfim, antepasto é aquilo que vem antes do prato principal, servindo apenas para abrir p apetite. Todas aquelas iguarias que inclusive servem para deixar a carne de Bedelia ainda mais saborosa para o paladar doentio do Hannibal. O canibal até ja perguntou para ela se ela quer participar (tal como Abel) ou observar. Ela prefere observar, e até carne ta evitando. Uma hora eu aposto que ele come ela, literalmente. O lance do observar ou participar meio que tirei de contesto, mas aposto que ele estava se referindo tb a essa relação. Pq acho que para o Hannibal aquele jantar que ele deu para o Abel seria meio que o seu jantar especial, apenas para pessoas especiais para ele tais como Bedelia e talvez até o que pretendia com o Will.
Ray Donovan (2ª Temporada)
4.3 51Sobre o episódio 07, season 02. É sempre legal quando todo a família se reúne em Ray. E foi resumido muito bem naquela frase do protagonista "Ele pediu a família. Conseguiu a família."
O mais legal disso tudo é que me passa a sensação que o filho do Ray ja sabia que ia dar merda. Mas ele gosta de sua família do jeito que é, e queria ver o circo pegando fogo mesmo.
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraLeftovers é mais uma série que honra a qualidade HBO de séries. E ja é atualmente uma das minhas favoritas. Fico impressionado com a liberdade de criação que a HBO dá para suas séries, pois é uma série para poucos. E sinceramente, até o momento, não acredito que a série deslanche em audiência. Não é uma crítica a quem não gostou, longe disso. Mas a série é construída para causar um desconforto. Não há muitas cenas de ação, não há nudez gratuita (existe nudez, mas acaba sendo algo mais libertador já que não há muito clima para fudeção, e quando há é quase como uma compensação por algo perdido). Até o suspense não é aquele dos filmes de terror e afins, que precisa de artificios como som, iluminação ou uma figura que surja do nada.
Eu não li o livro, então basicamente a minha análise é pelo que eu vi até aqui, 6 episódios. E até demorei um pouco para comentar porque tudo ainda está meio confuso. Esse é um dos pontos que eu gosto. Até ja foi bem comentado aqui por outros usuários o fato de ser bem legal assistir algo que vc não faz a mínima idéia do que está acontecendo ou vai acontecer. Ainda mais em uma época onde até as reviravoltas em filmes e séries costumam ser previsíveis. E se for para dar explicaçãozinha idiota mais para frente eu prefiro até que continue assim, no escuro. Até porque isso deixa o telespectador numa posição meio incômoda e a premissa é incomodar.
Tenho batido nessa tecla de incomodar e desconforto porque acho que a direção acertou em cheio nisso. A série parte da premissa que quase todos perderam alguém que gostava muito, seja pelo suposto arrebatamento, seja pelas diversas seitas que pipocam. Então há um vazio que permeia esse universo. A direção acaba endossando esse vazio. E os personagens procuram preencher esse buraco, seja através da fé, ou do apego àqueles que ficaram. Até agora tem passado uma mensagem muito forte de superação, mesmo que seja aceitando o vazio, como os maluco de branco, ou procurando o conforto imediato prometido por um autodeclarado messias.
De fato o que eu mais gostei até agora são como os cultos são abordados. Pode parecer uma coisa muito louca para quem está de fora, mas faz o maior sentido para quem está dentro. E não é formado unicamente por desmiolados ( como por exemplo "the following", que acho que peca muito nesse ponto). Não dá para entender como pessoas comuns decidem fazer parte de cultos muitas vezes estranhos, mas dá para perceber as pessoas dentro da "unidade", com seus medos, suas ambições, interesses e dúvidas.
Penny Dreadful (1ª Temporada)
4.3 1,0K Assista AgoraPenny Dreadful, a aposta de terror da Showtime me surpreendeu. Foi uma das séries que estreou esse ano, que mais gostei. A primeira temporada no entanto acaba sendo mais uma introdução aos personagens e sua união. A temporada foi curta, 8 episódios. Porém 8 episódios bem interessantes, com boa produção, direção, roteiro e atuações.
O personagem mais interessante com certeza é Vanessa Ives, interpretada pela ótima Eva Green. Ja gostava dela como atriz, mas confesso que me surpreendi muito com a atuação dela na série. Os momentos de possessão são os melhores momentos da série, assim como os episódios que tem ela como referência (O quinto e o sétimo se não me engano).
Outro personagem que gostei bastante foi a criatura Frankenstein. Legal a forma como é abordado, um ser culto, mas com dificuldade de assimilar as emoções humanas. Apesar de sempre aparentar vítima (e sim, acaba sendo um outsider, não se encaixa na sociedade), tive impressão que ele usa dessa roupagem para comover quem é próximo a ele, escondendo o monstro que ele realmente é. Tem um momento no último episódio que ele confessa essa condição para Victor, de lobo em pele de cordeiro. Mas faz de uma forma que convence Victor do contrário, da vítima que é, um pária. Mas o semblante no final não nega que era um discurso vazio.
Malcolm é outro personagem interessante. Ainda não sei se ele é, apesar de humano, mais monstruoso que todos os monstros da série, ou apenas tenta passar a imagem. Muito interessante também seu mordomo, um dos personagens mais enigmáticos da série. Gostaria muito de ver uma temporada na África, nos tempos de exploração, abordando lendas locais.
Clausura
3.4 317The Den tenta inovar o gênero found footage. Tive a sensação que Zachary Donohue busca nos colocar na mesma posição de quem hackeia o computador de Elizabeth. O expectador passa a acompanhar todo o drama da protagonista através da sua vida online. E ela é tão antenada que sua vida online tem um peso enorme em sua vida. Quase sempre Elizabeth está em rede. E talvez a grande exposição seja o motivo do interesse de um psicopata que passa a assediá-la. Não demora para o assédio se tornar um jogo mortal para ela e para seus amigos e familiares.
O filme inova num estilo hoje muito utilizado no gênero terror, e isso é bom. Parece que o expectador está do outro lado de um computador, quase que interagindo. E não apenas vendo um video obscuro. O diretor soube dosar a apresentação da personagem e a trama em sí de forma que o filme não fica massante. Infelizmente acho que o filme poderia ser mais ousado.
Quando falo em ousadia é que durante todo o filme fica claro que os assassinos tem total controle da situação. Dessa forma eles poderiam aparecer mais. No entanto durante todo o fime eles aparecem quase sempre de relance. Claro que de certa forma isso valoriza as aparições. Mas eu acho que ficaria mais legal se eles dessem a cara mesmo e tacassem o terror. Porém isso nem me incomoda muito.
O que de fato me incomodou e muito foi o final. Eu gostei do filme, achei ele legal. Mas até o momento em que ela foi capturada tava achando o filme muito bom. Não entendo como uma menina de 50kg, que não é atlética, pois ficava o tempo inteiro na net, consegue dar trabalho a vários assassinos, que até esse momento se mostravam extremamente profissionais. E aquelas tocas do final eram ridículas perante a máscara do assassino que sai à caça das vítimas na net. Me passou a impressão que na verdade o povo que tenta pegar a menina no prédio são associados no estilo "O Albergue", enquanto os profissionais mesmo ficam acompanhando tudo pelas cameras para evitar que a vítima escape.
Se acabasse no momento que os assassinos tentam pegar ela em casa daria 4 ou até 4,5 estrelas. Até esse momento gostei muito do filme. Essa cena inclusive para mim foi a melhor do filme. Mas aí o filme ficaria muito curto. Até por isso acho que deveria ter valorizado mais as ameaças.