Dentre as referências que o diretor utiliza, a mais evidente (e talvez mais descarada) é a do excelente A Mulher de Areia (1964). Quem já assistiu à película de Hiroshi Teshigahara, ou tiver pelo menos a curiosidade de ler a sinopse da obra, saberá do que estou falando. Ele claramente pega o argumento desse clássico da Nouvelle Vague japonesa e traveste com a roupagem do pós terror. O resultado é bom? Não. Temos pouco mais de uma hora e meia de uma trama que não se desenvolve num bom ritmo, deixando o filme arrastado e cansativo. O longa conta com alguns raros momentos de beleza garantidos pela boa fotografia e pelos belos quadros da paisagem, no entanto, o resultado final é apenas medíocre.
Negócio é o seguinte: me parece que os idealizadores tinham roteiro para uns quatro filmes, mas enfiaram tudo em um filme só... o terceiro ato da história é uma sequência de vários plots twists carpados. No mais, é uma obra incoesa que, em alguns momentos, acerta na atmosfera, na tensão e compõe belos quadros na tela. Não vou dizer que foi ruim. Também não foi tão bom assim...
Um filme em que, na minha concepção, nada funcionou. Extremamente sem "punch", ainda que contenha doses de violência. Carrega uma boa tese/crítica social? Sim! Porém, sendo apenas o texto pelo texto, eu preferiria ter lido um artigo, pois a forma como as coisas foram feitas dentro da linguagem cinematográfica para transmitir a mensagem tornou tudo extremamente mal desenvolvido, leviano e até mesmo patético. Não sei como um diretor que fez filmes como Pieta e The Coast Guard conseguiu perder tanto a mão.
Filme horroroso! Nota superestimada. Longa que, na prática, é totalmente trash, mas na teoria tem pretensão de ser sério e cabeça, sem apresentar condição nenhuma para isso. Perdendo a oportunidade de ser divertido, se torna apenas chato e cansativo.
Decepcionada pois esperava mais por se tratar de um bom diretor, com um trabalho extremamente regular e competente. Se é verdade que praticamente todo bom diretor precisa de um filme ruim no currículo, eis aqui a nódoa no currículo do Bong Joon-Ho. Que os filmes de qualidade duvidosa dele parem por aqui, esse eu nem consegui assistir mais que 40 minutos...
Muitos comentários fazem a relação entre este ótimo filme de Aldo Lado e The Last House on the Left, o que faz todo sentido; aliás, L'Ultimo Treno della Notte me agrada mais que a película americana em termos de atmosfera, de feitura, de roteiro e de maturidade. Mas o que me chamou atenção de verdade foi uma segunda (provavelmente primeira) intertextualidade observada: A Fonte da Donzela, obra-prima e seminal de Bergman, ecoa a todo momento no enredo dirigido por Lado. A afirmação também é claramente recíproca em relação ao produto de Craven e, consequentemente, em relação a muitos outros filmes com o mesmo argumento dos quais possamos nos lembrar.
Filme extremamente bem executado, com um roteiro permeado de clichês que funcionam e deixam tudo amarradinho e divertido. Aliás, tudo aqui funciona: os personagens, a dinâmica, o humor... a edição de cenas é um show de técnica e adrenalina do início ao fim! Schwarzenegger não decepciona no papel de linha dura, que já interpretou à exaustão, está ótimo em cena. Há sempre nele aquela aura de canastrice que eu adoro, agora com as devidas pinceladas dadas pelo avançar da idade. E o bacana é que o próprio filme flerta com essa questão e a contextualiza na trama. Está aí um belo exemplar de filme atual que sabe dosar a nostalgia e os elementos clássicos de gêneros como ação e Western, sem deixar de ser repaginado, moderno. Jee Woon mostra que não só tem o domínio da técnica e das câmeras, mas também entende do riscado quando o assunto é entregar o que promete: diversão e entretenimento de qualidade!
Na capa diz: "Essa não é uma animação para crianças." Quem se aventurou e depois a detonou com críticas injustas deveria ter dado mais atenção ao aviso!
Filme superestimado e simplório (mesmo para o ano/gênero) em que garotas menores de idade brigam e querem se matar (literalmente) por conta de macho estuprador escroto! Me espanta perceber que geral enxerga nesse grindhouse incoeso e pouco coerente um filme de empoderamento feminino!
É interessante que ao passar das estações e vindas as frustrações, ambos personagens falam que talvez crescer seja abandonar o sonho e dar outro rumo pra vida, investir no amor que está ali, garantido, seguro. Quem sabe? Mas o que acontece no final das contas é que eles demonstram que a maior maturidade não reside em desistir de um sonho, mas sim em concretizá-lo mesmo que isso signifique ter que abrir mão da pessoa amada. O que possibilitou que Mia e Sebastian tornassem seus sonhos reais foi justamente a presença de um na vida do outro. Um impulsionou e incentivou o vôo do outro e cada um escolheu voar em uma direção. É triste? Sim. É um banho de água gelada no coração, afinal, esse amor abnegado que deseja a felicidade e realização do outro acima de tudo, inclusive acima do próprio relacionamento, parece possível mas pouco provável. Mas a tristeza também pode ser linda. E isso que torna o filme uma história de amor ainda mais bonita, pois se trata, acima de tudo, de uma história de amor aos sonhos!
Não me recordo de ter visto outros filmes em que os zumbis são mais inteligentes que os vivos, e olha que estou falando de zumbis consideravelmente lerdos! Caramba, os personagens são muito burros! Isso poderia até resultar em uma experiência divertida, mas a diversão simplesmente não acontece porque o filme se leva a sério mesmo não dispondo de atores com o mínimo de decência e mesmo utilizando de um roteiro deplorável... dentro das características do gênero, isso poderia ser tolerável num contexto de canastrice assumida, mas nunca em um filme que até flerta com complexos edipianos... ah... e a total ausência de dinâmica, tensão ou suspense acaba comprometendo tudo ainda mais. Mas então não há nada que se aproveite? Bem... a produção traz boas doses de gore e o trabalho das makes orgânicas nojentas é bastante esforçado e corajoso, trazendo ecos daqueles efeitos visuais escancarados à luz natural muito vistos nos zumbis dos filmes de Fulci, com direito a vermes e muita purulência!
Trash gourmet subestimado S2. Quase tudo nesse longa pouco conhecido transpira (literalmente!) o pior no melhor dos sentidos. Quem gosta do gênero entende o que quero dizer e, com certeza, aprecia A Criatura do Cemitério como a grata surpresa que ele é. O filme tem aquela atmosfera e espírito de época que só os filmes dos anos 80 e 90 são capazes de oferecer. Ambientação e caracterização sujas que não poupam na dose de imundície e decadência inclusive da aparência dos personagens; Centenas de ratos e ratazanas (ratinhos super simpáticos!) e um monstrengo nojento saído das profundezas mais horripilantes do pior dos pesadelos. Destaco ainda a parte técnica, os cenários e a criatividade na execução das cenas de morte (é tudo super orgânico e tem aquela pitada generosa de gore que sempre dá o tempero!). Tem defeitos? Sim, alguns. Os personagens parecem todos secundários, o vilão é caricato e o argumento da história é mínimo. Mas é necessário lembrar que trabalhar na complexidade dos personagens e do roteiro nunca foi um objetivo para os filmes dessa natureza. O que vale aqui é a ação, a diversão e o resultado gráfico que são garantidos, em grande parte, graças às criaturas, que roubam a cena e são as verdadeiras protagonistas do show!!!
A cena em que a atriz ruiva pede para que a maquiadora passe alguma coisa para esconder o hematoma em seu ombro é, para mim, a metáfora perfeita que define este documentário.
Que pedrada, hein? Difícil ver uma mulher com seus direitos violados por homens defendendo os direitos de... homens. O roteiro provoca uma discussão bem delicada que pode nos levar a caminhos e conclusões que nos recusamos a encarar. Afinal, realmente todo e qualquer tipo de violência é fruto da desigualdade social? Inclusive a violência contra a mulher? Teoria corajosa, só que um tanto quanto extremista ao meu ver... Mas o bacana é que, no final das contas, não se trata de carimbar uma tese, se trata mais sobre liberdade de escolhas e a culpa que se quer deixar de carregar a partir delas ao decidir ideologicamente qual é o sentido de justiça... enfim... filme incômodo e bom em medidas equivalentes.
O filme tem clima, tem apuro técnico e tem uma estética deslumbrante. É impressionante a atmosfera de delírio/pesadelo construída ali, evidenciando em certos aspectos a influência do mestre Argento; porém.... o roteiro é um fiapinho, uma bobagem! Narrativa arrastada, entediante e rasa, bate aquela vontade braba de dormir. Mas só resumindo, apesar das imagens não serem suficientes para sustentá-lo, sem dúvida garantem que ele não fique abaixo da média.
Em se tratando do gênero, o gore, a nudez, o erotismo e as cenas de violência extrema são bem vindos quando usados de FORMA COERENTE dentro de um roteiro que passe credibilidade. O que não é o caso desse filme desastroso. As cenas perturbadoras que o idealizador promove em seu longa adquirem uma dimensão quase 100% apelativa, pois possuem um fim em si mesmas. Trata-se de chocar por chocar. Quando se pega indiscriminadamente um amontoado de transgressões e se bate tudo no liquidificador, o resultado é esse aí: perversão caricata, barata e intragável.
Esse filme superestima a capacidade cinematográfica que tem e acaba prometendo muito mais do que consegue cumprir, esbarrando principalmente na pouca credibilidade que os atores transmitem em seus personagens. Destaco negativamente aqui Gabriel Braga Nunes, que é lindo, mas ordinário como ator.
Não cheguei a ler o livro ainda, mas resolvi conferir o filme em sua exibição no canal Brasil. Julgo unicamente o filme por si mesmo nesse caso. O filme é muito ruim. Nem seria preciso ressaltar, mas tenho que dizer que um filme deve funcionar enquanto tal, mesmo que seja adaptado de um livro. Por se tratarem de expressões de arte distintas, o livro deve funcionar como livro e o filme deve funcionar como filme. O livro ser melhor que o filme ou vise versa não deveria entrar em questão. Me senti assistindo a uma versão paralela de Chiquititas. A falta de profundidade incomoda bastante, as atuações precárias dificultam a experiência, a trilha sonora é deslocada e os acontecimentos são uma sequência de colagens rasa e incoesa. Além disso, o que mais me incomodou no longa foi o que posso chamar de "excesso de ficção" e a romantização em demasia daquela realidade recortada. Não esqueçamos que tal recorte é um retrato da sociedade desenhado por meio de tipos marginalizados e oprimidos, o que deveria carregar o filme de um forte apelo social, no entanto, falta maturidade e capacidade (e talvez experiência por parte da diretora) em pincelar com crueza um pouco mais de realismo em meio a tanto romantismo.
Não são apenas as cenas polêmicas que incomodam (aliás, para estas, há que se ter estômago forte!); a precariedade técnica, o desleixo com a edição e com os detalhes de composição além dos furos de roteiro e a aparente falta de propósito (1- desconsidero aqui o simples propósito de chocar; 2- digo "aparente" em decorrência da impossibilidade de decidir entre "falta de propósito" e "propósito mal sucedido". ) também incomodam bastante. Os elementos "toscos" vão crescendo no desenrolar da trama de modo a atingir um ápice em seus momentos finais, fazendo com que o filme deixe de ser tenso e perturbador e passe a ser engraçado. Nekromantik figura como um perfeito espécime de filme "trash", tanto se considerarmos a definição mais complexa quanto a definição mais geral do termo em questão. Dito isto, só posso afirmar que chegar até ao final dessa película é uma tortura das mais agoniantes: são os 70 minutos mais longos de que tenho notícia! No entanto, não posso dizer que desgostei e ainda me arrisco a dizer, a título de destacar um dos pontos positivos do longa, que a trilha, no infinito de sua bizarrice, casou perfeitamente com o grotesco das imagens, deixando a experiência ainda mais peculiar.
Não se espantem com a comparação, mas o filme começa como uma espécie de releitura do clássico "Pet Sematary", em que temos um antigo cemitério indígena trazendo homens dentre outros animais de volta a vida, e os regressados do além túmulo voltam com um comportamento no mínimo nocivo e endiabrado, só que, no longa em questão, um experimento científico é o que reanima os cadáveres. Ok. Até aí o argumento se mostra interessante. O problema é quando o filme para de remeter ao Pet Sematary e, com uma incontrolável Olivia Wilde de olhos negros, passa a remeter ao filme X-men: o confronto final. Sim, Zoe representou o perfeito papel de uma Jean Grey, ou da Fênix Negra, como preferirem. E não se enganem, isso não é legal. Só torna as coisas previsíveis e patéticas num nível em que não dá mais para levar o filme a sério. No final das contas, "Renascida do Inferno" não passa de um péssimo entretenimento.
Esse filme é de uma riqueza literária e de uma beleza imagética impressionantes... tão belo, mais tão belo que é praticamente indescritível! Sublime poesia! Emocionante, charmoso, melancólico, existencialista e encantador! Só tenho elogios a dar!
The Seeding
2.5 9Dentre as referências que o diretor utiliza, a mais evidente (e talvez mais descarada) é a do excelente A Mulher de Areia (1964). Quem já assistiu à película de Hiroshi Teshigahara, ou tiver pelo menos a curiosidade de ler a sinopse da obra, saberá do que estou falando. Ele claramente pega o argumento desse clássico da Nouvelle Vague japonesa e traveste com a roupagem do pós terror. O resultado é bom? Não. Temos pouco mais de uma hora e meia de uma trama que não se desenvolve num bom ritmo, deixando o filme arrastado e cansativo. O longa conta com alguns raros momentos de beleza garantidos pela boa fotografia e pelos belos quadros da paisagem, no entanto, o resultado final é apenas medíocre.
Impetigore: Herança Maldita
3.2 64 Assista AgoraNegócio é o seguinte: me parece que os idealizadores tinham roteiro para uns quatro filmes, mas enfiaram tudo em um filme só... o terceiro ato da história é uma sequência de vários plots twists carpados. No mais, é uma obra incoesa que, em alguns momentos, acerta na atmosfera, na tensão e compõe belos quadros na tela. Não vou dizer que foi ruim. Também não foi tão bom assim...
Dente por Dente
3.1 19Um filme em que, na minha concepção, nada funcionou. Extremamente sem "punch", ainda que contenha doses de violência. Carrega uma boa tese/crítica social? Sim! Porém, sendo apenas o texto pelo texto, eu preferiria ter lido um artigo, pois a forma como as coisas foram feitas dentro da linguagem cinematográfica para transmitir a mensagem tornou tudo extremamente mal desenvolvido, leviano e até mesmo patético. Não sei como um diretor que fez filmes como Pieta e The Coast Guard conseguiu perder tanto a mão.
O Peso do Talento
3.4 253 Assista AgoraÉ metalinguagem. É Nicolas Cage, o rei dos filmes ruins, em mais um filme ruim. Genial!
Pesadelo Futuro
3.2 20Filme horroroso! Nota superestimada. Longa que, na prática, é totalmente trash, mas na teoria tem pretensão de ser sério e cabeça, sem apresentar condição nenhuma para isso. Perdendo a oportunidade de ser divertido, se torna apenas chato e cansativo.
Expresso do Amanhã
3.5 1,3K Assista grátisDecepcionada pois esperava mais por se tratar de um bom diretor, com um trabalho extremamente regular e competente. Se é verdade que praticamente todo bom diretor precisa de um filme ruim no currículo, eis aqui a nódoa no currículo do Bong Joon-Ho. Que os filmes de qualidade duvidosa dele parem por aqui, esse eu nem consegui assistir mais que 40 minutos...
Foi Deus Quem Mandou
3.4 23Datado. Envelheceu super mal, infelizmente.
Assassinatos do Expresso da Meia-Noite
3.2 11Muitos comentários fazem a relação entre este ótimo filme de Aldo Lado e The Last House on the Left, o que faz todo sentido; aliás, L'Ultimo Treno della Notte me agrada mais que a película americana em termos de atmosfera, de feitura, de roteiro e de maturidade. Mas o que me chamou atenção de verdade foi uma segunda (provavelmente primeira) intertextualidade observada: A Fonte da Donzela, obra-prima e seminal de Bergman, ecoa a todo momento no enredo dirigido por Lado. A afirmação também é claramente recíproca em relação ao produto de Craven e, consequentemente, em relação a muitos outros filmes com o mesmo argumento dos quais possamos nos lembrar.
O Último Desafio
3.4 841 Assista AgoraFilme extremamente bem executado, com um roteiro permeado de clichês que funcionam e deixam tudo amarradinho e divertido. Aliás, tudo aqui funciona: os personagens, a dinâmica, o humor... a edição de cenas é um show de técnica e adrenalina do início ao fim! Schwarzenegger não decepciona no papel de linha dura, que já interpretou à exaustão, está ótimo em cena. Há sempre nele aquela aura de canastrice que eu adoro, agora com as devidas pinceladas dadas pelo avançar da idade. E o bacana é que o próprio filme flerta com essa questão e a contextualiza na trama. Está aí um belo exemplar de filme atual que sabe dosar a nostalgia e os elementos clássicos de gêneros como ação e Western, sem deixar de ser repaginado, moderno. Jee Woon mostra que não só tem o domínio da técnica e das câmeras, mas também entende do riscado quando o assunto é entregar o que promete: diversão e entretenimento de qualidade!
Festa da Salsicha
2.9 816 Assista AgoraNa capa diz: "Essa não é uma animação para crianças." Quem se aventurou e depois a detonou com críticas injustas deveria ter dado mais atenção ao aviso!
Faca na Garganta
3.7 26Filme superestimado e simplório (mesmo para o ano/gênero) em que garotas menores de idade brigam e querem se matar (literalmente) por conta de macho estuprador escroto! Me espanta perceber que geral enxerga nesse grindhouse incoeso e pouco coerente um filme de empoderamento feminino!
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraÉ interessante que ao passar das estações e vindas as frustrações, ambos personagens falam que talvez crescer seja abandonar o sonho e dar outro rumo pra vida, investir no amor que está ali, garantido, seguro. Quem sabe? Mas o que acontece no final das contas é que eles demonstram que a maior maturidade não reside em desistir de um sonho, mas sim em concretizá-lo mesmo que isso signifique ter que abrir mão da pessoa amada. O que possibilitou que Mia e Sebastian tornassem seus sonhos reais foi justamente a presença de um na vida do outro. Um impulsionou e incentivou o vôo do outro e cada um escolheu voar em uma direção. É triste? Sim. É um banho de água gelada no coração, afinal, esse amor abnegado que deseja a felicidade e realização do outro acima de tudo, inclusive acima do próprio relacionamento, parece possível mas pouco provável. Mas a tristeza também pode ser linda. E isso que torna o filme uma história de amor ainda mais bonita, pois se trata, acima de tudo, de uma história de amor aos sonhos!
A Noite do Terror
3.3 96Não me recordo de ter visto outros filmes em que os zumbis são mais inteligentes que os vivos, e olha que estou falando de zumbis consideravelmente lerdos! Caramba, os personagens são muito burros! Isso poderia até resultar em uma experiência divertida, mas a diversão simplesmente não acontece porque o filme se leva a sério mesmo não dispondo de atores com o mínimo de decência e mesmo utilizando de um roteiro deplorável... dentro das características do gênero, isso poderia ser tolerável num contexto de canastrice assumida, mas nunca em um filme que até flerta com complexos edipianos... ah... e a total ausência de dinâmica, tensão ou suspense acaba comprometendo tudo ainda mais. Mas então não há nada que se aproveite? Bem... a produção traz boas doses de gore e o trabalho das makes orgânicas nojentas é bastante esforçado e corajoso, trazendo ecos daqueles efeitos visuais escancarados à luz natural muito vistos nos zumbis dos filmes de Fulci, com direito a vermes e muita purulência!
A Criatura do Cemitério
2.7 82Trash gourmet subestimado S2. Quase tudo nesse longa pouco conhecido transpira (literalmente!) o pior no melhor dos sentidos. Quem gosta do gênero entende o que quero dizer e, com certeza, aprecia A Criatura do Cemitério como a grata surpresa que ele é. O filme tem aquela atmosfera e espírito de época que só os filmes dos anos 80 e 90 são capazes de oferecer. Ambientação e caracterização sujas que não poupam na dose de imundície e decadência inclusive da aparência dos personagens; Centenas de ratos e ratazanas (ratinhos super simpáticos!) e um monstrengo nojento saído das profundezas mais horripilantes do pior dos pesadelos. Destaco ainda a parte técnica, os cenários e a criatividade na execução das cenas de morte (é tudo super orgânico e tem aquela pitada generosa de gore que sempre dá o tempero!). Tem defeitos? Sim, alguns. Os personagens parecem todos secundários, o vilão é caricato e o argumento da história é mínimo. Mas é necessário lembrar que trabalhar na complexidade dos personagens e do roteiro nunca foi um objetivo para os filmes dessa natureza. O que vale aqui é a ação, a diversão e o resultado gráfico que são garantidos, em grande parte, graças às criaturas, que roubam a cena e são as verdadeiras protagonistas do show!!!
Rocco
2.8 45Só não digo que "Rocco" enquanto documentário é uma ótima ficção porque é um filme que está longe de ser ótimo.
A cena em que a atriz ruiva pede para que a maquiadora passe alguma coisa para esconder o hematoma em seu ombro é, para mim, a metáfora perfeita que define este documentário.
Paulina
3.6 40 Assista AgoraQue pedrada, hein? Difícil ver uma mulher com seus direitos violados por homens defendendo os direitos de... homens. O roteiro provoca uma discussão bem delicada que pode nos levar a caminhos e conclusões que nos recusamos a encarar. Afinal, realmente todo e qualquer tipo de violência é fruto da desigualdade social? Inclusive a violência contra a mulher? Teoria corajosa, só que um tanto quanto extremista ao meu ver... Mas o bacana é que, no final das contas, não se trata de carimbar uma tese, se trata mais sobre liberdade de escolhas e a culpa que se quer deixar de carregar a partir delas ao decidir ideologicamente qual é o sentido de justiça... enfim... filme incômodo e bom em medidas equivalentes.
Águas Escuras
3.3 28O filme tem clima, tem apuro técnico e tem uma estética deslumbrante. É impressionante a atmosfera de delírio/pesadelo construída ali, evidenciando em certos aspectos a influência do mestre Argento; porém.... o roteiro é um fiapinho, uma bobagem! Narrativa arrastada, entediante e rasa, bate aquela vontade braba de dormir. Mas só resumindo, apesar das imagens não serem suficientes para sustentá-lo, sem dúvida garantem que ele não fique abaixo da média.
Trauma
2.4 47 Assista AgoraEm se tratando do gênero, o gore, a nudez, o erotismo e as cenas de violência extrema são bem vindos quando usados de FORMA COERENTE dentro de um roteiro que passe credibilidade. O que não é o caso desse filme desastroso. As cenas perturbadoras que o idealizador promove em seu longa adquirem uma dimensão quase 100% apelativa, pois possuem um fim em si mesmas. Trata-se de chocar por chocar. Quando se pega indiscriminadamente um amontoado de transgressões e se bate tudo no liquidificador, o resultado é esse aí: perversão caricata, barata e intragável.
A Floresta Que se Move
3.1 99Esse filme superestima a capacidade cinematográfica que tem e acaba prometendo muito mais do que consegue cumprir, esbarrando principalmente na pouca credibilidade que os atores transmitem em seus personagens. Destaco negativamente aqui Gabriel Braga Nunes, que é lindo, mas ordinário como ator.
Acorrentados
3.4 293 Assista AgoraJen Lynch não tem pegada. O roteiro poderia ter rendido algo bem melhor caso tivesse uma melhor direção.
Capitães da Areia
3.3 669 Assista AgoraNão cheguei a ler o livro ainda, mas resolvi conferir o filme em sua exibição no canal Brasil. Julgo unicamente o filme por si mesmo nesse caso. O filme é muito ruim. Nem seria preciso ressaltar, mas tenho que dizer que um filme deve funcionar enquanto tal, mesmo que seja adaptado de um livro. Por se tratarem de expressões de arte distintas, o livro deve funcionar como livro e o filme deve funcionar como filme. O livro ser melhor que o filme ou vise versa não deveria entrar em questão. Me senti assistindo a uma versão paralela de Chiquititas. A falta de profundidade incomoda bastante, as atuações precárias dificultam a experiência, a trilha sonora é deslocada e os acontecimentos são uma sequência de colagens rasa e incoesa. Além disso, o que mais me incomodou no longa foi o que posso chamar de "excesso de ficção" e a romantização em demasia daquela realidade recortada. Não esqueçamos que tal recorte é um retrato da sociedade desenhado por meio de tipos marginalizados e oprimidos, o que deveria carregar o filme de um forte apelo social, no entanto, falta maturidade e capacidade (e talvez experiência por parte da diretora) em pincelar com crueza um pouco mais de realismo em meio a tanto romantismo.
Nekromantik
2.9 235Não são apenas as cenas polêmicas que incomodam (aliás, para estas, há que se ter estômago forte!); a precariedade técnica, o desleixo com a edição e com os detalhes de composição além dos furos de roteiro e a aparente falta de propósito (1- desconsidero aqui o simples propósito de chocar; 2- digo "aparente" em decorrência da impossibilidade de decidir entre "falta de propósito" e "propósito mal sucedido". ) também incomodam bastante. Os elementos "toscos" vão crescendo no desenrolar da trama de modo a atingir um ápice em seus momentos finais, fazendo com que o filme deixe de ser tenso e perturbador e passe a ser engraçado. Nekromantik figura como um perfeito espécime de filme "trash", tanto se considerarmos a definição mais complexa quanto a definição mais geral do termo em questão. Dito isto, só posso afirmar que chegar até ao final dessa película é uma tortura das mais agoniantes: são os 70 minutos mais longos de que tenho notícia! No entanto, não posso dizer que desgostei e ainda me arrisco a dizer, a título de destacar um dos pontos positivos do longa, que a trilha, no infinito de sua bizarrice, casou perfeitamente com o grotesco das imagens, deixando a experiência ainda mais peculiar.
Renascida do Inferno
2.2 577 Assista AgoraNão se espantem com a comparação, mas o filme começa como uma espécie de releitura do clássico "Pet Sematary", em que temos um antigo cemitério indígena trazendo homens dentre outros animais de volta a vida, e os regressados do além túmulo voltam com um comportamento no mínimo nocivo e endiabrado, só que, no longa em questão, um experimento científico é o que reanima os cadáveres. Ok. Até aí o argumento se mostra interessante. O problema é quando o filme para de remeter ao Pet Sematary e, com uma incontrolável Olivia Wilde de olhos negros, passa a remeter ao filme X-men: o confronto final. Sim, Zoe representou o perfeito papel de uma Jean Grey, ou da Fênix Negra, como preferirem. E não se enganem, isso não é legal. Só torna as coisas previsíveis e patéticas num nível em que não dá mais para levar o filme a sério. No final das contas, "Renascida do Inferno" não passa de um péssimo entretenimento.
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraEsse filme é de uma riqueza literária e de uma beleza imagética impressionantes... tão belo, mais tão belo que é praticamente indescritível! Sublime poesia! Emocionante, charmoso, melancólico, existencialista e encantador! Só tenho elogios a dar!