cinema é isso, né? eu não tenho interesse nenhum no facebook ou no mark zuckerberg, tava relutante em ver esse filme, porque achei que era só propaganda para a rede social, mas depois me peguei vidrado nesse enredo - que nem é lá tão empolgante. Direção muito segura do David Fincher, criando tensões e camadas em uma narrativa, quase que em sua totalidade, burocrática.
interessante o narrador-testemunha ser justamente um professor, portanto mais esclarecido que os outros ali, assim como o fato de ser o único da aldeia que usa óculos. Numa análise semiótica, a gente pode dizer que ele é o que enxerga, de fato, os acontecimentos. Sendo um personagem bem educado, consegue analisar as situações melhor que os outros, todos embrutecidos. O filme é de uma violência simbólica mais terrível que os filmes gore, interessante também isso.
A parte do abuso sexual me deu um nó no estômago, que nojo. E depois a última parte do filme, terrível. Aquela câmera que coloca o espectador por um tempo tendo que encarar o feto, a tentativa de Otilia de se desfazer do feto, que horror.
1º: o título, extraído de uma fala de Benigno, que é uma grande ironia: As mulheres não falam no filme, então não há interlocução. É uma escolha narrativa do roteiro, adiantando já uma violência simbólica. 2º: A trama se constrói toda pela perspectiva de Benigno (e do Marco). Por isso, existe um sentimento meio turvo em relação ao que é "verdadeiro" e o que é, simplesmente, doentio. 3º: A metalinguagem com o filme mudo, Amante minguante, dá o tom didático - e necessário - para que não haja dúvidas a respeito do caminho em que a história segue: Benigno diz que se sentiu "atormentado" com o filme (e aí a coisa da penetração não consentida enquanto a mulher dormia), e é nesse momento em que ele abusa sexualmente de Alicia(?). O desejo reprimido é expresso tomando como partida uma obra de ficção, já que no "mundo real", Benigno é um homem minguante, um incel.
definitivamente, a coisa mais impressionante desse filme, pra mim, é como o enquadramento coloca o espectador em relação aos personagens: nos ambientes externos, parece sempre que nós somos testemunhas do que está acontecendo - compartilhamos o segredo, escondidos atrás de cortinas, grades, muros. Nos ambientes internos, somos lembrados da situação dos dois: as alianças, olhares, ausências. As simulações que as personagens fazem são, também, incrivelmente bem feitas, muitas vezes nos confundindo, porque são verdadeiras nos sentimentos.
o mais interessante nesse filme é a perspectiva: vemos em tela os atores/atrizes em posições horizontais, até mesmo de cabeça pra baixo. Essa naturalidade enquanto recurso estético utilizado é muito interessante porque reflete também na narrativa.
Eu assisti, anteriormente, Avatar(2009) e Matrix(2009), porque entendo que o cinema enquanto técnica tem uma história que precisa ser reverenciada. E 2001 cumpre com muito rigor a renovação dos recursos tecnológicos, unindo trilha sonora interessantíssima (porque ajuda a contar a história e cria a tensão no espectador) com um visual ainda bastante crível, verossímil.
A composição cênica desse filme é uma das coisas mais bonitas que já vi (o Kubrick manja demais de cenário, um mise en scene bem obsessivo, parece) e também ajuda a contar a história. Então, 2001 é um filme grandioso, mas que se desenvolve nos detalhes metafóricos.
Terminei Avatar, filme que só havia visto no cinema - há 11 anos atrás. A trajetória do herói, coisa tão batida no cinema, tá ali. A diferença é: a preocupação não com a mensagem, mas com a verdade. A língua, a botânica, a fauna. Tudo ali contribui pra um mundo de verdade. James Cameron se preocupou, além da tecnologia revolucionária, com a linguística, a biologia e a física. Grande acerto. A emulação do individuo toma forma quando ainda não se discutia sobre isso. Será uma influência de Baudrillard?
Quem reduz Avatar a um patamar menor provavelmente o observa com os "olhos presentes", que de fato enganam. Em 2009, Avatar é revolucionário pro cinema -e sua trama reinventa a roda. Tudo feito depois dali, em CGI, tem influência no que veio depois.
"ah, mas a história não é tudo isso". Claro que não, aí reafirmo: é a reinvenção da roda. Um filme que DEPENDE de sequências nunca será tudo isso no primeiro. É óbvio. Enfim, vamos pros próximos, explorando esse mundo de Pandora que tem muito conteúdo.
Cats nos prova uma questão que vem com o cinema: a gente espera um tanto de verossimilhança dele. Olha, se um(a) escritor(a) inventa (um substantivo) uma palavra e atribui algumas característica a ela (adjetivos), cabe ao leitor se virar para imaginar.
Do mesmo modo, no teatro, se tivermos atores/atrizes fantasiados(as), tranquilamente conseguimos aceitar o que tá acontecendo em cena, porque a ludicidade desse tipo de manifestação artística permite isso.
No cinema não há essa característica: por mais que aquele personagem não exista, aquele cenário não exista, ele ainda precisa ter elementos que nos traga alguma verdade, mesmo que seja uma verdade completamente criada, simulada.
Geral gostou de ver os Na'vi, de Avatar. Seres antropomórficos, que não existem correspondência na nossa realidade. No entanto, o cgi foi tão bem utilizado que a gente pôde inclusive se apegar aos personagens, embora completamente ficcionais. E assim ocorre em tantos outros filmes.
Então o maior problema de Cats, que de fato estraga a experiência com o filme, é esse: não tem nada parecido com verdade ali. Os personagens não parecem gatos (aquelas mãos horrorosas), mas também não parecem gente (a forma como andam, que terrível). A história, muito mal contada e apressada, não deixa a gente se interessar pelo o que está sendo contado. As comidas de plástico, o cenário com medidas desproporcionais. Cinema é audiovisual e, aqui nesse caso, o "visual" é completamente negligenciado e bizarro. Como se o sobrinho do diretor que fez um curso de webdesign no senai de 30h ficasse encarregado pela parte estética do filme. Um completo desastre.
Mas dei uma estrela pelas coreografias, que são boas. E uma estrela pela trilha sonora. Jennifer Hudson cantando Memory, da Barbra Streisend foi emocionante.
(eu estou tão indignado com esse filme que é a primeira vez que escrevo textão nos comentários. Juro)
"Numa missão, o caminho óbvio nunca é o certo" e, assim, partindo para caminhos inesperados, a narrativa nos leva ao ponto mais importante da trajetória da família: a redescoberta dos laços fraternos.
a escolha do aprofundamento psicológico por meio da fantasia que vai se desmontando ao longo da trama e revelando camadas mais profundas do personagem, até ele se tornar alguém comum, para poder voltar a ser "estranho".
. Essa escolha, junto com o tom lúdico, reforçado pelas cores muito bem utilizadas, faz esse filme um espetáculo em si, um show próprio.
esteticamente esse filme é lindo. Os objetos, a casa, a aventura e o desbravamento para coisas cotidianas. Lindo mesmo.
Assisti a versão do YIFY, em inglês, cuja dublagem é feita pela Saoirse Ronan. De certa maneira lembrei de Adoráveis Mulheres, da liberdade, do valor da vida.
A Separação
4.2 726 Assista Agorachorei pela Somayeh
Caramba, esse filme não me deu um minuto de paz.
As Coisas Simples da Vida
4.3 120madrugada de domingo; frio em cuiabá, isolamento social e de repente eu me sinto abraçado por esse filme...
A Rede Social
3.6 3,1K Assista Agoracinema é isso, né? eu não tenho interesse nenhum no facebook ou no mark zuckerberg, tava relutante em ver esse filme, porque achei que era só propaganda para a rede social, mas depois me peguei vidrado nesse enredo - que nem é lá tão empolgante. Direção muito segura do David Fincher, criando tensões e camadas em uma narrativa, quase que em sua totalidade, burocrática.
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 662 Assista Agora"nós roubamos essa ideia do filme os garotos perdidos"
Aquário
3.6 163the kids want to be so hard
but in my dreams we're still screaming
and running through the yard
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista Agorapensando aqui.......................................................
A Mulher Sem Cabeça
3.5 63o silêncio de Verô é ENSURDECEDOR.
A Fita Branca
4.0 756 Assista Agorainteressante o narrador-testemunha ser justamente um professor, portanto mais esclarecido que os outros ali, assim como o fato de ser o único da aldeia que usa óculos. Numa análise semiótica, a gente pode dizer que ele é o que enxerga, de fato, os acontecimentos. Sendo um personagem bem educado, consegue analisar as situações melhor que os outros, todos embrutecidos. O filme é de uma violência simbólica mais terrível que os filmes gore, interessante também isso.
A violência travestida faz seu trottoir.
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
4.0 264eu nunca parei tanto pra fumar durante um filme. Não pelas variadas cenas de cigarro, mas pelo contexto, dolorido, angustiante, horroroso.
A parte do abuso sexual me deu um nó no estômago, que nojo. E depois a última parte do filme, terrível. Aquela câmera que coloca o espectador por um tempo tendo que encarar o feto, a tentativa de Otilia de se desfazer do feto, que horror.
Mas é um filme necessário. Atemporal, até.
Fale com Ela
4.2 1,0K Assista Agoratrês coisas sobre esse filme:
1º: o título, extraído de uma fala de Benigno, que é uma grande ironia: As mulheres não falam no filme, então não há interlocução. É uma escolha narrativa do roteiro, adiantando já uma violência simbólica.
2º: A trama se constrói toda pela perspectiva de Benigno (e do Marco). Por isso, existe um sentimento meio turvo em relação ao que é "verdadeiro" e o que é, simplesmente, doentio.
3º: A metalinguagem com o filme mudo, Amante minguante, dá o tom didático - e necessário - para que não haja dúvidas a respeito do caminho em que a história segue: Benigno diz que se sentiu "atormentado" com o filme (e aí a coisa da penetração não consentida enquanto a mulher dormia), e é nesse momento em que ele abusa sexualmente de Alicia(?). O desejo reprimido é expresso tomando como partida uma obra de ficção, já que no "mundo real", Benigno é um homem minguante, um incel.
A Grande Beleza
3.9 463 Assista Agora"estamos todos à beira do desespero. Só podemos olhar um para o outro e nos fazer companhia, tirar sarro de nós mesmos. Ou não?"
Amor à Flor da Pele
4.3 501 Assista Agoradefinitivamente, a coisa mais impressionante desse filme, pra mim, é como o enquadramento coloca o espectador em relação aos personagens: nos ambientes externos, parece sempre que nós somos testemunhas do que está acontecendo - compartilhamos o segredo, escondidos atrás de cortinas, grades, muros. Nos ambientes internos, somos lembrados da situação dos dois: as alianças, olhares, ausências. As simulações que as personagens fazem são, também, incrivelmente bem feitas, muitas vezes nos confundindo, porque são verdadeiras nos sentimentos.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista Agora"Vamos, será como no cinema! A gente finge ser outra pessoa."
Resgate
3.5 803cada EITA atrás de VISH...
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista Agorao mais interessante nesse filme é a perspectiva: vemos em tela os atores/atrizes em posições horizontais, até mesmo de cabeça pra baixo. Essa naturalidade enquanto recurso estético utilizado é muito interessante porque reflete também na narrativa.
Eu assisti, anteriormente, Avatar(2009) e Matrix(2009), porque entendo que o cinema enquanto técnica tem uma história que precisa ser reverenciada. E 2001 cumpre com muito rigor a renovação dos recursos tecnológicos, unindo trilha sonora interessantíssima (porque ajuda a contar a história e cria a tensão no espectador) com um visual ainda bastante crível, verossímil.
A composição cênica desse filme é uma das coisas mais bonitas que já vi (o Kubrick manja demais de cenário, um mise en scene bem obsessivo, parece) e também ajuda a contar a história. Então, 2001 é um filme grandioso, mas que se desenvolve nos detalhes metafóricos.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraTerminei Avatar, filme que só havia visto no cinema - há 11 anos atrás. A trajetória do herói, coisa tão batida no cinema, tá ali. A diferença é: a preocupação não com a mensagem, mas com a verdade. A língua, a botânica, a fauna. Tudo ali contribui pra um mundo de verdade. James Cameron se preocupou, além da tecnologia revolucionária, com a linguística, a biologia e a física. Grande acerto. A emulação do individuo toma forma quando ainda não se discutia sobre isso. Será uma influência de Baudrillard?
Quem reduz Avatar a um patamar menor provavelmente o observa com os "olhos presentes", que de fato enganam. Em 2009, Avatar é revolucionário pro cinema -e sua trama reinventa a roda. Tudo feito depois dali, em CGI, tem influência no que veio depois.
"ah, mas a história não é tudo isso". Claro que não, aí reafirmo: é a reinvenção da roda. Um filme que DEPENDE de sequências nunca será tudo isso no primeiro. É óbvio. Enfim, vamos pros próximos, explorando esse mundo de Pandora que tem muito conteúdo.
Os Irmãos Willoughbys
3.5 153 Assista AgoraFREUD CORRE AQUI!!!
"determinação, imaginação, esperança. Eu falei que sabia reconhecer uma boa história."
Cats
1.7 375 Assista AgoraCats nos prova uma questão que vem com o cinema: a gente espera um tanto de verossimilhança dele. Olha, se um(a) escritor(a) inventa (um substantivo) uma palavra e atribui algumas característica a ela (adjetivos), cabe ao leitor se virar para imaginar.
Do mesmo modo, no teatro, se tivermos atores/atrizes fantasiados(as), tranquilamente conseguimos aceitar o que tá acontecendo em cena, porque a ludicidade desse tipo de manifestação artística permite isso.
No cinema não há essa característica: por mais que aquele personagem não exista, aquele cenário não exista, ele ainda precisa ter elementos que nos traga alguma verdade, mesmo que seja uma verdade completamente criada, simulada.
Geral gostou de ver os Na'vi, de Avatar. Seres antropomórficos, que não existem correspondência na nossa realidade. No entanto, o cgi foi tão bem utilizado que a gente pôde inclusive se apegar aos personagens, embora completamente ficcionais. E assim ocorre em tantos outros filmes.
Então o maior problema de Cats, que de fato estraga a experiência com o filme, é esse: não tem nada parecido com verdade ali. Os personagens não parecem gatos (aquelas mãos horrorosas), mas também não parecem gente (a forma como andam, que terrível). A história, muito mal contada e apressada, não deixa a gente se interessar pelo o que está sendo contado. As comidas de plástico, o cenário com medidas desproporcionais. Cinema é audiovisual e, aqui nesse caso, o "visual" é completamente negligenciado e bizarro. Como se o sobrinho do diretor que fez um curso de webdesign no senai de 30h ficasse encarregado pela parte estética do filme. Um completo desastre.
Mas dei uma estrela pelas coreografias, que são boas. E uma estrela pela trilha sonora. Jennifer Hudson cantando Memory, da Barbra Streisend foi emocionante.
(eu estou tão indignado com esse filme que é a primeira vez que escrevo textão nos comentários. Juro)
As Crônicas de Spiderwick
3.4 438 Assista Agoraroteiro bobinho, né. Mas eu gostei. Achei uma coisa meio história sem fim, esses filmes que se tornam clássicos infanto-juvenis com o tempo.
uma prequela desse filme seria muito interessante, algo que pudesse contar a história do Arthur. Tem muito material que poderia ser desenvolvido.
Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
3.9 662 Assista Agora"Numa missão, o caminho óbvio nunca é o certo" e, assim, partindo para caminhos inesperados, a narrativa nos leva ao ponto mais importante da trajetória da família: a redescoberta dos laços fraternos.
Rocketman
4.0 922 Assista Agorabom, o filme é impecável, mas o que mais me chamou a atenção foi
a escolha do aprofundamento psicológico por meio da fantasia que vai se desmontando ao longo da trama e revelando camadas mais profundas do personagem, até ele se tornar alguém comum, para poder voltar a ser "estranho".
Altered Carbon: Nova Capa
3.5 39bom, pra mim pareceu um the sims com muito molho de tomate.
Valente
3.8 2,8K Assista Agoramuito bonito e tal, mas fico aqui pensando: poxa, podia ter evitado todo esse rolê se fosse lá fazer umas sessões de psicanálise, né?
no mais, Mérida é muito sensata pois é a primeira protagonista a não querer saber de macho, corretíssima.
O Mundo dos Pequeninos
4.2 652 Assista Agoraesteticamente esse filme é lindo. Os objetos, a casa, a aventura e o desbravamento para coisas cotidianas. Lindo mesmo.
Assisti a versão do YIFY, em inglês, cuja dublagem é feita pela Saoirse Ronan. De certa maneira lembrei de Adoráveis Mulheres, da liberdade, do valor da vida.