Muitas besteiras já foram ditas em filmes. Em filmes de terror, principalmente. Mas acho que The Woman In Black chegou perto do topo da lista. Existe uma grande diferença entre estar com medo e ser surpreendido. É uma pena que James Watkins preencha esse filme com tanto do último e com pouquíssimo do primeiro.
Se eu entendi bem o final, Revolver ficou mesmo o tempo todo bancando o filme espertão, cheio de substância, só pra ser esse informercial para uma ou outra escola dessa nova era de Psicologia/Filosofia? Sério? Que piada! Você até ri com esse filme, mas na maior parte do tempo, você ri desse filme em si.
Preocupante, inflexível, urgente e absolutamente crucial. Grita no seu ouvido, o tempo todo, a verdade angustiante do sistema educacional americano. Uma declaração muito sincera e impessoal sobre a desolação contemporânea e os muitos estados do individualismo. Há algo muito bonito por traz desse desespero artístico que resulta nas animações no quadro-negro e nos depoimentos.
Beasts é um filme de imaginação desenfreada. Em seu debut, Zeitlin já conseguiu algo raríssimo. Ele conseguiu traçar uma ponte entre um épico fim dos dias e uma história intimista e humanista. Você vai se ver admirando a música poderosa, a fotografia deslumbrante e o impacto, não só das cenas finais, mas de todo o filme. Indomável Sonhadora é um poema visual. Um filme extraordinário de um poder tão cru e sutil que, graças a mistura de realidade distorcida, de elementos míticos e momentos de pura magia, se qualifica como um dos mais notáveis e inesperados filmes. Tentar impor qualquer sensibilidade ortodoxa ou aspectos politicamente corretos é uma blasfêmia. Esse filme é uma visão singular.
O uso que Audiard faz do gênero e dos clichês é parte de um argumento muito maior sobre redenção moral e aparências enganosas, onde finais felizes são apenas uma pele mais profunda. Ele nos conta uma história sobre corpo, sobre alma e transforma dor e sofrimento em arte. E sua força está exatamente em sua recusa em implorar a piedade de sua platéia.
Em Ferrugem e Osso, Stephanie perde suas duas pernas, mas mantém sua atratividade.
Essa pode ser uma observação um tanto inadequada, mas é o ponto desse físico romance francês de sofrimento redentor. Os protagonistas entregam atuações magistrais, especialmente Cotillard que, mais uma vez, subverte seu glamour com uma disciplina enorme e com uma carência feroz de ego. Se ela já não tivesse a reputação de grande atriz, ela teria, ABSOLUTAMENTE, de agora em diante.
Sinto muito, Salles, mas não há loucura, seus personagens não queimam, não há busca desesperada por transcendência ou senso de personagens nessa missão heróica de travessia do continente. Apenas uma outra história pegajosa de meninos sendo meninos. E se recusando a serem homens. O 'On The Road' de Kerouac influenciou gerações e gerações de escritores e artistas. É muita pretensão esperar que esse filme faça o mesmo.
A ideia de atores sendo confundidos com seus personagens já tinha sido usada em Three Amigos, mas Galaxy Quest tem melhor potencial cômico. Esse filme não só funciona como uma paródia, mas também como uma básica aventura espacial. Satisfaz e é muito bem-humorado para merecer duras críticas. Em uma época de filmes que estão famintos por uma prestigiosa nomeação ao Oscar, é muito bom voltar no tempo e assistir algo que está interessado, PRINCIPALMENTE, em colocar um sorriso no seu rosto.
É a capacidade de Allen de passear entre muitos gêneros com esse estilo 'vinheta' que permite que ele espalhe esse seu senso hilariante para um amplo número de assuntos, sem medo de falhar. A princípio, esse filme pode parecer apenas um rascunho de piadas e pode não ter a coerência de seus trabalhos anteriores, mas tem muitos momentos engraçados e audaciosos. Sexo é comédia! E a sequência dos espermatozóides é impagável!
Em Manhattan, Allen nos serve uma nostalgia que estava completamente dentro de seu tempo. Ele encarna uma idéia da cidade que, até agora, continua sendo tão forte quanto sua realidade e reflete seus ideais decepcionados em altas crises existenciais. Assistindo a esse filme novamente, percebi o quão Manhattan é mais sutil, mais complexo e mais sobre perda do que sobre o amor.
Que bagunça! Atores e locações bonitas misturadas a uma trama que começa forte, mas que termina num cochilo. Com uma vilã que parece ter sido tirado de uma capa da Cosmo, o mais recente filme de Stone decepciona selvaticamente. Aliás, Savages traz à tona as piores tendências de Stone: machismo e indulgência. E o fator que poderia, concebivelmente, ter feito esse filme tolerável - humor - está fora de catálogo.
A melhor coisa que eu posso dizer sobre esse filme é que se parece com o piloto para uma série dos anos 60. Tire os nus frontais gratuitos, deixe a linguagem mais 'limpa' e Wanderlust poderia ser, exatamente, uma daquelas patéticas séries dos anos 60 que se consideravam tão ousadas e distintas por mencionar LSD ou anticoncepcionais. Uma série que eu definitivamente não gostaria de assistir. Onde estão os amigos da Aniston quando ela mais precisa deles?
Um título mais coerente para esse filme seria 'A Sorte' ou até mesmo 'A Coincidência'. Eu até entendo o ponto de vista de trazer um filme focado não na destruição física em grande escala, mas em pequena escala, de pessoas frágeis e traumatizadas em meio a escala inimaginável da catástrofe. Mas penso que, se aceitarmos a sobrevivência de uma família britânica como algo milagroso, o que implica as dezenas de milhares de asiáticos que foram aniquilados?
No entanto, The Impossible é bem atuado, a maquiagem é convincente e a mise en scène impecável.
Matador! Django comprova que ninguém traz violência com tanto humor - e ainda assim com tanto moralismo - quanto Tarantino. Seja por causa de seus diálogos absolutamente singulares, suas caracterizações vibrantes ou a fidelidade a um tipo de cinematografia tradicional, o trabalho de Tarantino é o mais criativo e estimulante do que de qualquer outro diretor moderno. A incrível sensação de energia e de entusiasmo que está impregnadaa em seus filmes, independente de quantos e quais gêneros, temas e personagens que o cara aborda, são preenchidas para serem estouradas de maneira desenfreada e darem a audiência uma alegria que só a imaginação, a criatividade e a paixão incansável de um louco pela arte do cinema pode entregar.
Quando uma cultura conta histórias que por si só desculpam suas mazelas, o pêndulo certamente indicará uma outra direção para revelar, mesmo que de maneira exagerada, o que foi deixado de fora da balança. Através de Django, Tarantino nos lembra que filmes podem ser usados como armas. Ele nos diz a verdade. Ele tira esses caras maus de seus poleiros e nós rimos deles como os verdadeiros palhaços que eles foram. Ele se livra de toda aquela feiúra racial do passado sem pedir que seu público vibre ou grite pelo fracasso ou pela morte do respectivo branquelo, mas sim ao ter um herói a travar batalhas com a história em si. Ele olha para os horrores da escravidão com respeito e propriedade pelo assunto.
Impossível não falar de Waltz. É ele agora o principal canalizador de todas as coisas tarantinescas que estamos sujeitos a assistir. E isso quer dizer muito se tratando de um filme que tem o especialista verborrágico de QT, Samuel L. Jackson.
Tarantino sabe como usar nossa condição de cinéfilos curiosos e apaixonados contra nós. Assistir a seu Django é como jogar xadrez com aquele seu amigo espertão que está sempre 4 movimentos na sua frente.
Esse filme ressalta certos aspectos inegáveis. De fato, Affleck amadureceu como diretor - o que não significa que ele esteja fazendo filmes coerentes. Mas sua atuação é ainda medíocre. Inclusive, estou curiosa para saber quem é o ator que ele demitiu por achar que ninguém além dele entendesse e tivesse elemento para o personagem de Mendez que, sinceramente, é raso. De fato, Argo entrete. Mas seu maniqueísmo é deprimente. Baseado em fatos reais, mas politicamente tendencioso, a resistência iraniana quanto a interferência dos EUA nos assuntos internos do país nunca é mostrada como o clamor pela soberania e pela independência da ordem interna. Ao contrário. Affleck retrata os iranianos como feios, pobres, estritamente religiosos, fanáticos, ignorantes e estupidamente violentos. O quão mais plausível Argo seria se tivesse tido a coragem de, ao invés de enaltecer sua pátria e suas organizações, tivesse mostrado o quanto jovens revolucionários e seus líderes falharam e causaram sérias consequências para seu povo até hoje.
E sim. É claro que Arkin e Goodman estão magistrais. São eles os grandes nomes desse filme e os responsáveis pelo lado Hollywood do filme ser tão fabuloso. Mas, infelizmente, apesar de seus bons momentos, Argo falha, particularmente, por oferecer estereótipos em vez de contexto histórico.
Por um lado, Silver Linings Playbook é uma rom-com hollywoodiana feita para mascarar a terrível desvantagem da doença mental e para dar ao público um pouco de senso de superioridade enquanto os créditos finais passam. Por outro, cumpre o seu papel de comédia romântica por ser previsível, afiado, engraçado e ás vezes comovente se você se esquecer de que tal coisa só pode ser possível em filmes. Mas, ao contrário do que os fervorosos comentários e das reações do público, nada foi reinventado nesse filme e ele não entra de cabeça em nenhum terreno temático.
E, sinceramente? Que atuação superestimada de Bradley Cooper. Não entendo nem a babação de ovo do público nem a indicação da Academia. Em alguns pontos cheguei a pensar que, seja o que for que estiver errado com o suposto talento desse cara, nem algumas sérias aulas de atuação seriam capazes de resolver.
Uma história sobre empreendedorismo, família, sobre lutar pelos seus direitos - direitos de fazer dinheiro. Uma história tão americana quanto uma torta de maçã. A questão é que Lawless, de alguma forma, não faz jus a seu elenco. Por querer tanto ser um clássico, esse filme não consegue nada além de uma ambiciosa tentativa.
Um lado meu quer elogiar esse filme, mas outro quer expor suas falhas. Apesar de tudo, eu ainda tenho uma queda por Dr. No, afinal, todos os elementos da fórmula estão lá, só de que maneira moderada. Mas se eu quiser ser honesta, devo dizer que é um filme um tanto sem brilho, manso e com uma atuação escandalosamente vergonhosa de Ursula Andress.
Não é mesmo um dos melhores filmes Bond, mas está à frente de muitos que se degeneram em uma extravagância de efeitos especiais e nos quais pensar parece ser a última alternativa para a salvação.
Reassisti nessa tarde e esse filme não fica velho, não se afeta pelo tempo! Leio comentários onde as pessoas se questionam o motivo pelo qual esse é considerado o melhor filme do Hitchcock, e devo confessar que tive a mesma dúvida há algum tempo atrás. Que foi esclarecida, a medida que assistia mais e mais vezes seus filmes. Em qualquer outro de seus filmes, Hitchcock trabalhou como um idealizador ímpar, um entertainer - o melhor deles, talvez. Em Vertigo, além disso, ele também trabalha como um artista. Aqui, ele nos entrega uma rica e ressonante meditação sobre a obsessão romântica masculina. Ele não só demonstra um domínio total de seu ponto de vista cinematográfico, como também transforma o que poderia ser um simples melodrama, em poesia cinematográfica.
Requintadamente controlado, marcado, atuado, editado, 'emoldurado'. Um triunfo técnico inigualável. E talvez o mais honesto filme de Hitchcock, que parece ter sido motivado por demônios pessoais - sobre como ele tratou, temeu e tentou controlar as mulheres.
Poucos diretores estão trabalhando de forma tão competente e consistente como Chow trabalhou nesse filme. Por mais pareça louco, superficialmente, ele se desdobra em tantos humores e gêneros, que se torna inebriante. Kung Fu Hustle percorre a tela como uma colagem super colorida de vários estilos. Viaja dos clássicos filmes de kung fu, passando pelas comédias de W.C. Fields, aos desenhos de Tex Avery e Chuck Jones. E o resultado é uma comédia pastelão e artes marciais do mais alto calibre. Stephen Chow é mesmo um louco e eu digo isso com todo carinho!
Não é ambicioso nem particularmente memorável. Mas, apesar de andar a passos largos e de ter uma conclusão inevitavelmente defasada e banal, esse filme cumpre sua promessa de trazer um Bill Murray divertidíssimo.
Allen é conhecido por não dar instruções explícitas aos seus atores e, de alguma forma, isso funcionou maravilhosamente para Farrell, que nunca pareceu tão nu, tão claro e tão livre quanto em Cassandra's Dream. Com Match Point e Cassandra's Dream, Allen expõe a fragilidade do desejo egoísta e a convincente sedução de um comportamento de risco. Ele entende dessas emoções e entregou dois filmes fascinantes sobre as mesmas. As pessoas deviam parar de encher o saco com esse bla bla bla de 'ah-ele-fez-a-mesma-coisa-novamente' ou 'mas-ah-ele-está-copiando-a-si-mesmo-ah.' Se Frida Kahlo pode pintar 55 auto-retratos, é justo Woody Allen possa fazer diversas versões de um mesmo filme. Sim. Justo.
John Cleese entrete todos no papel do arrogante hotel manager. Sua dancinha boba vestido de mulher traz de volta divertidíssimas memórias dos movimentos em Monthy Python.
Típico Hughes: engraçado, bobo, um pouco maçante e chato e, eventualmente, muito sentimental. Entretanto, um dos filmes mais engraçados dos anos 80, graças as caras de bocas de Martin e, mais ainda, graças a Candy, que entregou aqui sua mais engraçada performance.
A Mulher de Preto
3.0 2,9KMuitas besteiras já foram ditas em filmes. Em filmes de terror, principalmente. Mas acho que The Woman In Black chegou perto do topo da lista. Existe uma grande diferença entre estar com medo e ser surpreendido. É uma pena que James Watkins preencha esse filme com tanto do último e com pouquíssimo do primeiro.
Revolver
3.5 231 Assista AgoraSe eu entendi bem o final, Revolver ficou mesmo o tempo todo bancando o filme espertão, cheio de substância, só pra ser esse informercial para uma ou outra escola dessa nova era de Psicologia/Filosofia? Sério? Que piada! Você até ri com esse filme, mas na maior parte do tempo, você ri desse filme em si.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraPreocupante, inflexível, urgente e absolutamente crucial. Grita no seu ouvido, o tempo todo, a verdade angustiante do sistema educacional americano. Uma declaração muito sincera e impessoal sobre a desolação contemporânea e os muitos estados do individualismo. Há algo muito bonito por traz desse desespero artístico que resulta nas animações no quadro-negro e nos depoimentos.
Indomável Sonhadora
3.8 1,2KBeasts é um filme de imaginação desenfreada. Em seu debut, Zeitlin já conseguiu algo raríssimo. Ele conseguiu traçar uma ponte entre um épico fim dos dias e uma história intimista e humanista. Você vai se ver admirando a música poderosa, a fotografia deslumbrante e o impacto, não só das cenas finais, mas de todo o filme. Indomável Sonhadora é um poema visual. Um filme extraordinário de um poder tão cru e sutil que, graças a mistura de realidade distorcida, de elementos míticos e momentos de pura magia, se qualifica como um dos mais notáveis e inesperados filmes. Tentar impor qualquer sensibilidade ortodoxa ou aspectos politicamente corretos é uma blasfêmia. Esse filme é uma visão singular.
Ferrugem e Osso
3.9 822 Assista AgoraO uso que Audiard faz do gênero e dos clichês é parte de um argumento muito maior sobre redenção moral e aparências enganosas, onde finais felizes são apenas uma pele mais profunda. Ele nos conta uma história sobre corpo, sobre alma e transforma dor e sofrimento em arte. E sua força está exatamente em sua recusa em implorar a piedade de sua platéia.
Em Ferrugem e Osso, Stephanie perde suas duas pernas, mas mantém sua atratividade.
Essa pode ser uma observação um tanto inadequada, mas é o ponto desse físico romance francês de sofrimento redentor. Os protagonistas entregam atuações magistrais, especialmente Cotillard que, mais uma vez, subverte seu glamour com uma disciplina enorme e com uma carência feroz de ego. Se ela já não tivesse a reputação de grande atriz, ela teria, ABSOLUTAMENTE, de agora em diante.
Na Estrada
3.3 1,9KSinto muito, Salles, mas não há loucura, seus personagens não queimam, não há busca desesperada por transcendência ou senso de personagens nessa missão heróica de travessia do continente. Apenas uma outra história pegajosa de meninos sendo meninos. E se recusando a serem homens. O 'On The Road' de Kerouac influenciou gerações e gerações de escritores e artistas. É muita pretensão esperar que esse filme faça o mesmo.
Heróis Fora de Órbita
3.5 94 Assista AgoraA ideia de atores sendo confundidos com seus personagens já tinha sido usada em Three Amigos, mas Galaxy Quest tem melhor potencial cômico. Esse filme não só funciona como uma paródia, mas também como uma básica aventura espacial. Satisfaz e é muito bem-humorado para merecer duras críticas. Em uma época de filmes que estão famintos por uma prestigiosa nomeação ao Oscar, é muito bom voltar no tempo e assistir algo que está interessado, PRINCIPALMENTE, em colocar um sorriso no seu rosto.
Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas …
3.5 385 Assista AgoraÉ a capacidade de Allen de passear entre muitos gêneros com esse estilo 'vinheta' que permite que ele espalhe esse seu senso hilariante para um amplo número de assuntos, sem medo de falhar. A princípio, esse filme pode parecer apenas um rascunho de piadas e pode não ter a coerência de seus trabalhos anteriores, mas tem muitos momentos engraçados e audaciosos. Sexo é comédia! E a sequência dos espermatozóides é impagável!
Manhattan
4.1 596 Assista AgoraEm Manhattan, Allen nos serve uma nostalgia que estava completamente dentro de seu tempo. Ele encarna uma idéia da cidade que, até agora, continua sendo tão forte quanto sua realidade e reflete seus ideais decepcionados em altas crises existenciais. Assistindo a esse filme novamente, percebi o quão Manhattan é mais sutil, mais complexo e mais sobre perda do que sobre o amor.
Selvagens
3.4 743 Assista AgoraQue bagunça! Atores e locações bonitas misturadas a uma trama que começa forte, mas que termina num cochilo. Com uma vilã que parece ter sido tirado de uma capa da Cosmo, o mais recente filme de Stone decepciona selvaticamente. Aliás, Savages traz à tona as piores tendências de Stone: machismo e indulgência. E o fator que poderia, concebivelmente, ter feito esse filme tolerável - humor - está fora de catálogo.
Viajar é Preciso
2.8 586 Assista AgoraA melhor coisa que eu posso dizer sobre esse filme é que se parece com o piloto para uma série dos anos 60. Tire os nus frontais gratuitos, deixe a linguagem mais 'limpa' e Wanderlust poderia ser, exatamente, uma daquelas patéticas séries dos anos 60 que se consideravam tão ousadas e distintas por mencionar LSD ou anticoncepcionais. Uma série que eu definitivamente não gostaria de assistir. Onde estão os amigos da Aniston quando ela mais precisa deles?
O Impossível
4.1 3,1K Assista AgoraUm título mais coerente para esse filme seria 'A Sorte' ou até mesmo 'A Coincidência'. Eu até entendo o ponto de vista de trazer um filme focado não na destruição física em grande escala, mas em pequena escala, de pessoas frágeis e traumatizadas em meio a escala inimaginável da catástrofe. Mas penso que, se aceitarmos a sobrevivência de uma família britânica como algo milagroso, o que implica as dezenas de milhares de asiáticos que foram aniquilados?
No entanto, The Impossible é bem atuado, a maquiagem é convincente e a mise en scène impecável.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraMatador! Django comprova que ninguém traz violência com tanto humor - e ainda assim com tanto moralismo - quanto Tarantino. Seja por causa de seus diálogos absolutamente singulares, suas caracterizações vibrantes ou a fidelidade a um tipo de cinematografia tradicional, o trabalho de Tarantino é o mais criativo e estimulante do que de qualquer outro diretor moderno. A incrível sensação de energia e de entusiasmo que está impregnadaa em seus filmes, independente de quantos e quais gêneros, temas e personagens que o cara aborda, são preenchidas para serem estouradas de maneira desenfreada e darem a audiência uma alegria que só a imaginação, a criatividade e a paixão incansável de um louco pela arte do cinema pode entregar.
Quando uma cultura conta histórias que por si só desculpam suas mazelas, o pêndulo certamente indicará uma outra direção para revelar, mesmo que de maneira exagerada, o que foi deixado de fora da balança. Através de Django, Tarantino nos lembra que filmes podem ser usados como armas. Ele nos diz a verdade. Ele tira esses caras maus de seus poleiros e nós rimos deles como os verdadeiros palhaços que eles foram. Ele se livra de toda aquela feiúra racial do passado sem pedir que seu público vibre ou grite pelo fracasso ou pela morte do respectivo branquelo, mas sim ao ter um herói a travar batalhas com a história em si. Ele olha para os horrores da escravidão com respeito e propriedade pelo assunto.
Impossível não falar de Waltz. É ele agora o principal canalizador de todas as coisas tarantinescas que estamos sujeitos a assistir. E isso quer dizer muito se tratando de um filme que tem o especialista verborrágico de QT, Samuel L. Jackson.
Tarantino sabe como usar nossa condição de cinéfilos curiosos e apaixonados contra nós. Assistir a seu Django é como jogar xadrez com aquele seu amigo espertão que está sempre 4 movimentos na sua frente.
Argo
3.9 2,5KEsse filme ressalta certos aspectos inegáveis. De fato, Affleck amadureceu como diretor - o que não significa que ele esteja fazendo filmes coerentes. Mas sua atuação é ainda medíocre. Inclusive, estou curiosa para saber quem é o ator que ele demitiu por achar que ninguém além dele entendesse e tivesse elemento para o personagem de Mendez que, sinceramente, é raso. De fato, Argo entrete. Mas seu maniqueísmo é deprimente. Baseado em fatos reais, mas politicamente tendencioso, a resistência iraniana quanto a interferência dos EUA nos assuntos internos do país nunca é mostrada como o clamor pela soberania e pela independência da ordem interna. Ao contrário. Affleck retrata os iranianos como feios, pobres, estritamente religiosos, fanáticos, ignorantes e estupidamente violentos. O quão mais plausível Argo seria se tivesse tido a coragem de, ao invés de enaltecer sua pátria e suas organizações, tivesse mostrado o quanto jovens revolucionários e seus líderes falharam e causaram sérias consequências para seu povo até hoje.
E sim. É claro que Arkin e Goodman estão magistrais. São eles os grandes nomes desse filme e os responsáveis pelo lado Hollywood do filme ser tão fabuloso. Mas, infelizmente, apesar de seus bons momentos, Argo falha, particularmente, por oferecer estereótipos em vez de contexto histórico.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraPor um lado, Silver Linings Playbook é uma rom-com hollywoodiana feita para mascarar a terrível desvantagem da doença mental e para dar ao público um pouco de senso de superioridade enquanto os créditos finais passam. Por outro, cumpre o seu papel de comédia romântica por ser previsível, afiado, engraçado e ás vezes comovente se você se esquecer de que tal coisa só pode ser possível em filmes. Mas, ao contrário do que os fervorosos comentários e das reações do público, nada foi reinventado nesse filme e ele não entra de cabeça em nenhum terreno temático.
E, sinceramente? Que atuação superestimada de Bradley Cooper. Não entendo nem a babação de ovo do público nem a indicação da Academia. Em alguns pontos cheguei a pensar que, seja o que for que estiver errado com o suposto talento desse cara, nem algumas sérias aulas de atuação seriam capazes de resolver.
Os Infratores
3.8 895 Assista AgoraUma história sobre empreendedorismo, família, sobre lutar pelos seus direitos - direitos de fazer dinheiro. Uma história tão americana quanto uma torta de maçã. A questão é que Lawless, de alguma forma, não faz jus a seu elenco. Por querer tanto ser um clássico, esse filme não consegue nada além de uma ambiciosa tentativa.
007 Contra o Satânico Dr. No
3.7 293 Assista AgoraUm lado meu quer elogiar esse filme, mas outro quer expor suas falhas. Apesar de tudo, eu ainda tenho uma queda por Dr. No, afinal, todos os elementos da fórmula estão lá, só de que maneira moderada. Mas se eu quiser ser honesta, devo dizer que é um filme um tanto sem brilho, manso e com uma atuação escandalosamente vergonhosa de Ursula Andress.
Não é mesmo um dos melhores filmes Bond, mas está à frente de muitos que se degeneram em uma extravagância de efeitos especiais e nos quais pensar parece ser a última alternativa para a salvação.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraReassisti nessa tarde e esse filme não fica velho, não se afeta pelo tempo! Leio comentários onde as pessoas se questionam o motivo pelo qual esse é considerado o melhor filme do Hitchcock, e devo confessar que tive a mesma dúvida há algum tempo atrás. Que foi esclarecida, a medida que assistia mais e mais vezes seus filmes. Em qualquer outro de seus filmes, Hitchcock trabalhou como um idealizador ímpar, um entertainer - o melhor deles, talvez. Em Vertigo, além disso, ele também trabalha como um artista. Aqui, ele nos entrega uma rica e ressonante meditação sobre a obsessão romântica masculina. Ele não só demonstra um domínio total de seu ponto de vista cinematográfico, como também transforma o que poderia ser um simples melodrama, em poesia cinematográfica.
Requintadamente controlado, marcado, atuado, editado, 'emoldurado'. Um triunfo técnico inigualável. E talvez o mais honesto filme de Hitchcock, que parece ter sido motivado por demônios pessoais - sobre como ele tratou, temeu e tentou controlar as mulheres.
Kung-Fusão
3.3 464 Assista AgoraPoucos diretores estão trabalhando de forma tão competente e consistente como Chow trabalhou nesse filme. Por mais pareça louco, superficialmente, ele se desdobra em tantos humores e gêneros, que se torna inebriante. Kung Fu Hustle percorre a tela como uma colagem super colorida de vários estilos. Viaja dos clássicos filmes de kung fu, passando pelas comédias de W.C. Fields, aos desenhos de Tex Avery e Chuck Jones. E o resultado é uma comédia pastelão e artes marciais do mais alto calibre. Stephen Chow é mesmo um louco e eu digo isso com todo carinho!
Não Tenho Troco
3.6 61Não é ambicioso nem particularmente memorável. Mas, apesar de andar a passos largos e de ter uma conclusão inevitavelmente defasada e banal, esse filme cumpre sua promessa de trazer um Bill Murray divertidíssimo.
O Sonho de Cassandra
3.4 231 Assista AgoraAllen é conhecido por não dar instruções explícitas aos seus atores e, de alguma forma, isso funcionou maravilhosamente para Farrell, que nunca pareceu tão nu, tão claro e tão livre quanto em Cassandra's Dream. Com Match Point e Cassandra's Dream, Allen expõe a fragilidade do desejo egoísta e a convincente sedução de um comportamento de risco. Ele entende dessas emoções e entregou dois filmes fascinantes sobre as mesmas. As pessoas deviam parar de encher o saco com esse bla bla bla de 'ah-ele-fez-a-mesma-coisa-novamente' ou 'mas-ah-ele-está-copiando-a-si-mesmo-ah.' Se Frida Kahlo pode pintar 55 auto-retratos, é justo Woody Allen possa fazer diversas versões de um mesmo filme. Sim. Justo.
Perdidos em Nova York
3.0 45John Cleese entrete todos no papel do arrogante hotel manager. Sua dancinha boba vestido de mulher traz de volta divertidíssimas memórias dos movimentos em Monthy Python.
Antes Só do que Mal Acompanhado
3.5 223 Assista AgoraTípico Hughes: engraçado, bobo, um pouco maçante e chato e, eventualmente, muito sentimental. Entretanto, um dos filmes mais engraçados dos anos 80, graças as caras de bocas de Martin e, mais ainda, graças a Candy, que entregou aqui sua mais engraçada performance.
Trocando as Bolas
3.5 203 Assista AgoraNão estou certa de que a ascensão de Valentine e a queda de Winthorpe envelheceram bem e sobreviveram aos tempos, mas ainda me garante boas risadas.