toda a sequência da princesa mas sobretudo o coito com o espírito do lago estão entre as cenas mais surpreendetes, captivantes e maravilhosas que eu já vi em todo o cinema.
quando eles seguem Huay até a caverna e a câmera se torna às marcas nas paredes que sabe se lá desde quando existem, à mescla entre luz e escuridão, parece um mergulho no fundo do inconsciente, numa infância da humanidade que só pode ser resgatada no útero de seu nascimento.
muito palpável o sentimento aborígene de emaranhamento espiritual com a natureza, com o qual se relaciona tão reciprocamente como se fosse família, onde os mitos do mundo e os mitos de nós se imiscuam e transbordam um no outro. os espíritos da floresta e nossa relação íntima com a natureza só pode se dar dessa forma mesmo, pelo inconsciente, interpretando o mundo como se fosse um sonho, participando misticamente de tudo o que nos chama e nos cativa.
não é um filme pra se interpretar racionalmente. aliás, a vida que nós efetivamente vivemos não se vive racionalmente, seguindo essa linha de pensamento. forte poema budista cosmológico como um amigo disse aí embaixo. nota 10.
edit: quando eles estão entrando na caverna escura atrás do fantasma da Huay e começam a ficar ofegantes, eu fiquei junto. já andou sozinho, de noite, por um bosque no breu? é essa a sensação que eu senti ao longo de várias partes do filme. cada passo é um passo em direção ao desconhecido, seja pra dentro ou pra fora. um desconhecido absoluto do qual tudo pode sair e para o qual tudo entra. o escuro onde a vida acontece.
Ah porra, acabei de ver, curti e tal mas acabei de descobrir que tinha um pra ver antes. É literalmente a segunda vez que me acontece isso só hoje kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
surreal, fantástico, onírico, hipnótico.
toda a sequência da princesa mas sobretudo o coito com o espírito do lago estão entre as cenas mais surpreendetes, captivantes e maravilhosas que eu já vi em todo o cinema.
quando eles seguem Huay até a caverna e a câmera se torna às marcas nas paredes que sabe se lá desde quando existem, à mescla entre luz e escuridão, parece um mergulho no fundo do inconsciente, numa infância da humanidade que só pode ser resgatada no útero de seu nascimento.
muito palpável o sentimento aborígene de emaranhamento espiritual com a natureza, com o qual se relaciona tão reciprocamente como se fosse família, onde os mitos do mundo e os mitos de nós se imiscuam e transbordam um no outro. os espíritos da floresta e nossa relação íntima com a natureza só pode se dar dessa forma mesmo, pelo inconsciente, interpretando o mundo como se fosse um sonho, participando misticamente de tudo o que nos chama e nos cativa.
não é um filme pra se interpretar racionalmente. aliás, a vida que nós efetivamente vivemos não se vive racionalmente, seguindo essa linha de pensamento. forte poema budista cosmológico como um amigo disse aí embaixo. nota 10.
edit: quando eles estão entrando na caverna escura atrás do fantasma da Huay e começam a ficar ofegantes, eu fiquei junto. já andou sozinho, de noite, por um bosque no breu? é essa a sensação que eu senti ao longo de várias partes do filme. cada passo é um passo em direção ao desconhecido, seja pra dentro ou pra fora. um desconhecido absoluto do qual tudo pode sair e para o qual tudo entra. o escuro onde a vida acontece.