É mais uma prova de que a ciência hoje, juntamente com a valorização da vida animal, com o respeito mútuo entre espécies e a busca por métodos humanitários em pesquisas e testes, pode sim evoluir. Não deve-se apenas ter em mente o término das pesquisas em animais, e sim, com o consumo de qualquer tipo ou vertente dessa escravidão. Por muito tempo a humanidade julgou-se superior as demais espécies por ter a capacidade de raciocínio e isso não significa absolutamente nada se compararmo-nos aos animais e suas habilidades de adaptação, de instinto e de reconhecimento pessoal. Adentramos em um estado universal de despertar da consciência, principalmente em relação a sensibilidade e a compaixão, aproveitemos isso. Maravilhoso documentário.
Bom, confesso que ao ler uma curta sinopse sobre o filme me interessei logo de cara na história proposta e principalmente por ter grandes nomes atuando, como Morgan Freeman, Michael Caine, Mark Ruffalo e Woody Harrelson. Trata-se de um filme onde 4 mentes dotadas de habilidades são reunidas misteriosamente para realizar uma série de números de mágica de grande porte. Daniel Atlas, um mágico que vive de seus shows, Henley, sua ex-assistente que seguiu carreira independente no ramo, Jack, um habilidoso ilusionista que usa técnicas para bater carteira e Merritt, um especialista em hipnose que igualmente trapaceia com maestria. O filme começa focando na história de cada um e no então encontro dos 4, um ano depois suas intervenções ilusionistas ganham proporções inimagináveis que enchem o espectador de expectativas quanto ao desenrolar de tamanha estratégia lançada. O pecado foi manter um grau generalizado de expectativas, tramas e efeitos especiais exagerados, acabando assim por deixar uma sensação de confusão e o pior, sem desfecho. É um filme que sim, prende a atenção do começo ao fim, mas que não supre o esperado.
Um filme maravilhoso comparado aos demais do gênero que tem sido lançados ultimamente, muito bem produzido e com um desenrolar que francamente achei interessante. A mescla de acontecimentos indiretos do filme traz uma atmosfera de expectativa, expectativa para com o desenrolar e a junção de ambas as partes no caso da família. Talvez a falha do Wan tenha sido alimentar demasiadamente essas expectativas na hora H de algumas cenas e repentinamente esfriá-las, deixando algo a desejar. O roteiro do filme realmente cativa o espectador, principalmente as atuações das crianças e da Vera Farmiga, impecáveis.
A realidade que o filme retrata me arrebata todos os dias. Essa vida deveria ser vivida a cada instante em plena sintonia com nosso eu, com a natureza ao redor e não é isso que ocorre, uma infeliz realidade. Vivemos onde seres humanos se julgam melhores que seus semelhantes. Onde prepotência, arrogância e futilidade se mesclam, são leis. Subjugam, massacram e matam. Me identifico com poucas pessoas nessa vida e Christopher McCandless é uma delas.
Talvez um dos filmes mais utópicos e exagerados do Cronenberg, Videodrome é sem sombra de dúvidas uma metáfora a propagação da mídia e da dessensibilização que a mesma promove aos espectadores. Max é dono de uma pequena estação televisiva voltada a pornografia e descobre em meio a uma transmissão pirata o sinal de um vídeo, cujo nome é Videodrome. Basicamente os vídeos se tratam de tortura, sexo e morte. Movido pela idéia de alavancar sua audiência ele acaba investigando de onde vem o sinal do Videodrome e é ai que a trama se desenrola. O filme passa de uma simples investigação para algo absolutamente surreal e regado das típicas cenas gosmentas dos anos 80. Max entra numa espécie de transe e começa a agir movido por alucinações televisivas, em meio a toda essa loucura a crítica se forma em várias situações; como nas cenas em que uma espécie de vagina se abre na barriga de Max e literalmente devora os videocassetes que provocam seus surtos. O ser humano cria seu próprio meio alternativo de destruição, e o Cronenberg expressou toda essa loucura em Videodrome.
O modo como cada personagem se entrelaça por meio de suas frustrações e contrapontos é genial. O filme basicamente lida com a falsa idéia da vida perfeita que tanto ocorre nos dias de hoje e as consequências que essas podem impor a quem as vive. A mãe com seu complexo de superioridade e rigidez castrando física e psicologicamente seu marido, que por sua vez se apaixona pela melhor amiga de sua filha soa como uma grande rede, onde cada personagem encosta suas fraquezas no outro e de apoio em apoio a história acaba tendo um final comovente e que explica bem a idealização da tal ''beleza americana'', tal como o sonho americano; de empregos perfeitos e vidas impecáveis. Ocorre então a desconfiguração dessas vidas baseadas em insegurança e medo numa sequência de acontecimentos e como num despertar, eles acabam revendo muito de si mesmos.
Hitchcock dispensa comentários. É o tipo de diretor no qual o que se vê exteriormente não se faz jus a sua real face. E ele era terrivelmente brilhante.
Que bela adaptação do livro! E o modo como a realidade de muitas pessoas consideradas singulares é exposta nesse filme é primoroso. Cercado pelos dramas existenciais dos personagens, Mattia e Alice se encaixam. Mesmo com a aproximação de ambos, suas dores jamais deixam de ser indivisíveis, apenas suas solidões se complementam. É uma história peculiar que em momento algum mostrou-se pretensiosa e por maior que seja seu conteúdo dramático, não é um filme em que o espectador força-se a aguentá-lo. Ao desenrolar de suas vidas os atores conseguiram transmitir com tamanha sensibilidade a pungência indissipável que cada um arrasta consigo e foram fiéis a cada etapa de suas vidas. Trilha maravilhosa, qual não pude deixar de procurar por algumas músicas, belíssimo filme.
É extraordinário parar para pensar na carreira de Angelopoulos, um sujeito que chegou a cursar direito e só mais tarde resolveu entregar-se as maravilhas da sétima arte. Algo em seus filmes é a tristeza pura, cada cena é uma poesia a parte e nesse último filme de sua trilogia do silêncio vê-se, como de costume, seus plano-sequências belíssimos e encharcados de sentimentalismo. A busca pelo passado e o desgarrar precoce da infância poderia ter levado o rumo do filme para algo leve e não traduzir a real atmosfera angustiante que requer a história, mas o diretor soube conduzir brilhantemente seus atores e principalmente por se tratar de crianças sua direção foi duplamente admirável. Toda a ambientalização se encaixa perfeitamente a trilha e faz desse último filme da trilogia do silêncio do Theo uma das melhores do cinema.
De fato um filme atemporal no qual Kubrick quis retratar de forma esclarecedora a violência desnuda e sem pudores. Vê-se uma metáfora a sociedade, onde por várias vezes o escárnio reina e os mais ingênuos pagam por isso. Kubrick fez dessa bela sequência de imagens quase sem efeitos a corporificação de diferentes orbitas da agressão, tanto a psicológica quanto a carnal. Para Alex, até então, violentar, roubar e matar eram apenas consequências de uma sociedade onde tudo baseia-se na lei da ação e reação. No entanto, após sua prisão, vira um tipo de cobaia do governo onde métodos para uma suposta cura da violência são testados no mesmo. O método consiste em fazê-lo assimilar forçadamente e dopá-lo com a própria violência que dissemina. Logo ai surgem as críticas em grande escala as ações políticas onde mascaras são impostas. Em momento algum Alex cura-se de sua ânsia pela violência, apenas é acorrentado a ela, tornando-se um escravo de seu próprio medo representado pelo vômito a cada impulso agressivo que sente e segue exatamente o curso da realidade que vivemos, onde tudo é articulado, não para resolução de problemas e sim para mascará-los e ocultá-los dos demais.
Me lembra muito um antigo desenho feito pela Disney, no qual é retratado de forma bem humorada como nascem soldados nazistas, as famosas ''crianças de Hitler''.
Impossível não condoer-se a tamanho drama presente na vida de Christiane, Dr. Génessier e Paulette. Esse filme é capaz de arrebatar até os espectadores mais dessensibilizados com sua aura frágil e pungente. A busca constante e inconsequente pela face angelical de outrora existente se torna mais do que um desejo de restauração para o pai de Christiane, acaba se tornando algo vital e doentio. Por mais inescrupulosos possam soar os atos do Dr. Génessier, em momento algum senti algo hostil, muito pelo contrário, eles despertaram em mim profundos sentimentos de comiseração e lástima. Com um belo desfecho, embora um tanto previsível na minha opinião, é um excelente filme com excelentes atuações e enredo cativante. Não pude deixar de encantar-me com a atuação da Edith Scob, seu olhar expressou mais do que qualquer fala prescrita no roteiro. Senti que o Almodóvar certamente concordará comigo.
Filme primoroso, sempre idealizei uma personificação vampiresca crua, instintiva e natural, sem exageros ou demasiados efeitos e o diretor soube ambientar maravilhosamente essa idéia em uma criança de 13 anos. A junção entre a fragilidade infantil e o misticismo que envolve a história é perfeita. De fato eu não esperava tamanha elegância nos cortes e na fotografia. Metaforicamente interpretando-o este filme seria uma passagem da adolescência, de certa forma a estagnação de Eli em sua forma juvenil, os conflitos de Oskar, o bullying, tudo tratado de uma forma muito terna, meiga que nos transporta de gênero para gênero, terror e drama se mesclam, dançam, neste belo filme sueco.
Ao iniciar-se, com o plano de fundo composto por Simon & Garfunkel, fica clara a proposta e a atmosfera que James Mangold pretendia expressar em Girl, Interrupted. Adentrando no tema trilha sonora, é quase impossível não referir-se a tantos nomes grandiosos como Aretha Franklin, The Mamas & The Papas, Wilco, Van Morrison, etc. É fácil render-se a tamanha sensibilidade que o filme trata de um tema tão delicado. Antes de tudo, Winona com sua personagem aparentemente tão frágil mostrou-se capaz de doar vida a cenas impactantes e de forte complexidade emocional. Angelina, Brittany, e demais elenco entraram em perfeita comunhão nesse belíssimo filme e conseguiram ultrapassar expectativas. Existem filmes que todos deveriam assistir em determinados momentos da vida e esse sem dúvida alguma é um deles, principalmente por esclarecer e expurgar preconceitos a respeito da tal ''loucura'' humana. A loucura nada mais é do que um delírio de algo mais improvável ainda, a vida.
Segue bem o estilo surrealista de Lynch, Império dos Sonhos é o tipo de filme que dispensa demasiados comentários, principalmente a respeito de suas interpretações. Com sensações extremamente metafísicas, fotografia extraordinária, posso afirmar que é um drama perturbadoramente belo.
Um dos melhores filmes sobre serial killer já feito, no remake de Maniac, de William Lustig (1980), o diretor Franck Khalfoun soube explorar com extrema sensibilidade o universo paranóico de Frank (Elijah Wood) que, devido a uma infância solitária e traumática, cresce e vê-se transtornado após a morte de sua mãe. Frank passa a viver na antiga loja de manequins pertencente a sua família por gerações, restaurando-os e acrescentando o couro cabeludo de suas vítimas. Sua obsessão pela mãe soa quase como um complexo de Édipo, e interiormente, cada mulher que escolhe escalpelar é uma busca inconsciente pela mãe promíscua que o abandonara na infância. É notável o tom quase infantil presente em Frank, de certa forma o personagem é velado por sua loucura e inocência, como se tivesse estagnado no passado incompleto e tentasse recuperá-lo de alguma forma em meio a devaneios e transes.
Ao conhecer Anna, estudante de Belas Artes a quem se apega, Frank depara-se com algo jamais vivenciado e começa a lidar com seus impulsos e com uma paixão doentia. O filme se passa quase completamente em câmera subjetiva, o que dá uma maior vivacidade ao personagem e capacidade de envolvimento ao espectador, com exceção de alguns takes. A fotografia é brilhante, extremamente sensível assim como todo o filme, cada cena tem sua beleza e pungência.
Extremamente perturbador e inquietante, essa trama psicológica é exatamente o que faz de Maniac relevante ao tratar de um universo tão particular quanto a mente de um assassino. Quem assistiu ao original de Lustig sabe que é um magnífico remake e tão bom quanto, Khalfoun acrescentou uma atmosfera dramática, até mesmo em cenas impactantes como os escalpelamentos impiedosos, porém mantendo a sanguinolência tão presente nos filmes de 80.
Ressalto dizer que o futuro do gênero é exatamente esse jogo psicológico no qual o diretor lança ao espectador, é essa exposição da psique humana e suas mazelas, é isso que nos aproxima tanto a realidade do personagem e é isso que faz de um filme uma experiência vívida, única.
Melhor animação que já assisti, é um filme extremamente psicológico, intenso. A guerra é retratada por um ângulo subjetivo em Valsa com Bashir, como um sonho. A busca incessante de Ari por suas memórias acaba revelando uma faceta cruel de nossa realidade; a desumanidade. Seus bloqueios mentais nada mais eram do que sua proteção diante de todo o horror, abstrair-se diante dos acontecimentos acabaram levando-o a passar por tudo como um espectador e tudo que lhe restou do espetáculo foi o vazio. A cena em que o soldado atravessa a rua atirando sem pausas para todos os lados e ao fundo uma valsa surge é magnífica, fiquei maravilhada com a atmosfera do filme, sem dúvidas memorável.
Ouso afirmar que Bergman é o melhor cineasta que já existiu quando se trata de expressar subjetivamente os transtornos da psique humana. Vargtimmen é brilhante e prova que o terror psicológico pode causar um impacto extremo. O modo como expõe as inseguranças, os medos e os desejos do homem, com Johan, é fascinante. Vargtimmen soa como um eco, tudo é tratado abstratamente e nada mais adequado para demonstrar tamanhas inquietações humanas, como o desejo de amar e ser amado, o ciúme e a loucura. A reclusão proposital de Johan não é suficiente para aniquilar seus ''fantasmas'' e isso é retratado muito bem em quase todas as maravilhosas cenas do filme. Alma, por outro lado, trás um lado terno e compassivo diante de todo o sofrimento imposto por seu marido. Em seu discurso final, ao falar que ''uma mulher após viver anos com um homem acaba se tornando um pedaço dele, por pensar e sentir como o mesmo'' revela tamanha sensibilidade que possui seu personagem. É uma película complexa e de infindas interpretações, afinal, há uma atmosfera surrealista quase predominante. Costumo pensar em Bergman como um psicólogo de almas que genialmente me aconselha em cada expressão captada por suas lentes e em cada frase impecavelmente composta.
Filme maravilhoso. Elle Fanning sempre me ganha com seu encantamento quase infantil, porém em Ginger & Rosa ela conseguiu passar a clareza de idéias e a firmeza de uma jovem ativista como Ginger apesar de todos os conflitos familiares. Basicamente a trama foca em quão forte pode ser a relação entre duas amigas de infância em meio a tantos contrapontos impostos por uma sociedade caótica. É em meio a todo o cenário revolucionário que a maior mudança ocorre, a interior, e isso o diretor soube explorar quase poeticamente. Enfim, a palavra ''transformação'' define bem a temática deste belo filme. Muitas vezes o fim do mundo ocorre na vida de uma pessoa e apesar disso continuamos a viver.
Sem dúvidas Tomboy consegue captar uma essência infantil, suave, para retratar o primeiro contato com as questões sexuais e emocionais. Essa atmosfera me envolveu e me encantou de uma forma muito profunda por esse filme, belíssimo trabalho.
Não Matarás
4.4 42É mais uma prova de que a ciência hoje, juntamente com a valorização da vida animal, com o respeito mútuo entre espécies e a busca por métodos humanitários em pesquisas e testes, pode sim evoluir.
Não deve-se apenas ter em mente o término das pesquisas em animais, e sim, com o consumo de qualquer tipo ou vertente dessa escravidão.
Por muito tempo a humanidade julgou-se superior as demais espécies por ter a capacidade de raciocínio e isso não significa absolutamente nada se compararmo-nos aos animais e suas habilidades de adaptação, de instinto e de reconhecimento pessoal.
Adentramos em um estado universal de despertar da consciência, principalmente em relação a sensibilidade e a compaixão, aproveitemos isso.
Maravilhoso documentário.
Truque de Mestre
3.8 2,5K Assista AgoraBom, confesso que ao ler uma curta sinopse sobre o filme me interessei logo de cara na história proposta e principalmente por ter grandes nomes atuando, como Morgan Freeman, Michael Caine, Mark Ruffalo e Woody Harrelson.
Trata-se de um filme onde 4 mentes dotadas de habilidades são reunidas misteriosamente para realizar uma série de números de mágica de grande porte.
Daniel Atlas, um mágico que vive de seus shows, Henley, sua ex-assistente que seguiu carreira independente no ramo, Jack, um habilidoso ilusionista que usa técnicas para bater carteira e Merritt, um especialista em hipnose que igualmente trapaceia com maestria.
O filme começa focando na história de cada um e no então encontro dos 4, um ano depois suas intervenções ilusionistas ganham proporções inimagináveis que enchem o espectador de expectativas quanto ao desenrolar de tamanha estratégia lançada.
O pecado foi manter um grau generalizado de expectativas, tramas e efeitos especiais exagerados, acabando assim por deixar uma sensação de confusão e o pior, sem desfecho.
É um filme que sim, prende a atenção do começo ao fim, mas que não supre o esperado.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraEu poderia falar muito sobre Closer, porém prefiro uma palavra: Suspiro. Todos merecem uma dose desse filme na vida.
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraUm filme maravilhoso comparado aos demais do gênero que tem sido lançados ultimamente, muito bem produzido e com um desenrolar que francamente achei interessante. A mescla de acontecimentos indiretos do filme traz uma atmosfera de expectativa, expectativa para com o desenrolar e a junção de ambas as partes no caso da família.
Talvez a falha do Wan tenha sido alimentar demasiadamente essas expectativas na hora H de algumas cenas e repentinamente esfriá-las, deixando algo a desejar.
O roteiro do filme realmente cativa o espectador, principalmente as atuações das crianças e da Vera Farmiga, impecáveis.
Cry-Baby
3.6 518 Assista AgoraTodo o êxtase de Cry Baby faz-me querer dançar a cada mudança musical da trilha, é impossível não render-se a este filme.
Uma Lição de Amor
4.3 1,6KPoucos filmes são tão sinceros e delicadamente marcantes como I am Sam.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraA realidade que o filme retrata me arrebata todos os dias. Essa vida deveria ser vivida a cada instante em plena sintonia com nosso eu, com a natureza ao redor e não é isso que ocorre, uma infeliz realidade. Vivemos onde seres humanos se julgam melhores que seus semelhantes. Onde prepotência, arrogância e futilidade se mesclam, são leis. Subjugam, massacram e matam. Me identifico com poucas pessoas nessa vida e Christopher McCandless é uma delas.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 546 Assista AgoraTalvez um dos filmes mais utópicos e exagerados do Cronenberg, Videodrome é sem sombra de dúvidas uma metáfora a propagação da mídia e da dessensibilização que a mesma promove aos espectadores. Max é dono de uma pequena estação televisiva voltada a pornografia e descobre em meio a uma transmissão pirata o sinal de um vídeo, cujo nome é Videodrome.
Basicamente os vídeos se tratam de tortura, sexo e morte. Movido pela idéia de alavancar sua audiência ele acaba investigando de onde vem o sinal do Videodrome e é ai que a trama se desenrola. O filme passa de uma simples investigação para algo absolutamente surreal e regado das típicas cenas gosmentas dos anos 80. Max entra numa espécie de transe e começa a agir movido por alucinações televisivas, em meio a toda essa loucura a crítica se forma em várias situações; como nas cenas em que uma espécie de vagina se abre na barriga de Max e literalmente devora os videocassetes que provocam seus surtos. O ser humano cria seu próprio meio alternativo de destruição, e o Cronenberg expressou toda essa loucura em Videodrome.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraO modo como cada personagem se entrelaça por meio de suas frustrações e contrapontos é genial. O filme basicamente lida com a falsa idéia da vida perfeita que tanto ocorre nos dias de hoje e as consequências que essas podem impor a quem as vive.
A mãe com seu complexo de superioridade e rigidez castrando física e psicologicamente seu marido, que por sua vez se apaixona pela melhor amiga de sua filha soa como uma grande rede, onde cada personagem encosta suas fraquezas no outro e de apoio em apoio a história acaba tendo um final comovente e que explica bem a idealização da tal ''beleza americana'', tal como o sonho americano; de empregos perfeitos e vidas impecáveis. Ocorre então a desconfiguração dessas vidas baseadas em insegurança e medo numa sequência de acontecimentos e como num despertar, eles acabam revendo muito de si mesmos.
Telescope: A Talk With Hitchcock
4.4 4Hitchcock dispensa comentários.
É o tipo de diretor no qual o que se vê exteriormente não se faz jus a sua real face. E ele era terrivelmente brilhante.
A Solidão dos Números Primos
3.9 145Que bela adaptação do livro!
E o modo como a realidade de muitas pessoas consideradas singulares é exposta nesse filme é primoroso. Cercado pelos dramas existenciais dos personagens, Mattia e Alice se encaixam. Mesmo com a aproximação de ambos, suas dores jamais deixam de ser indivisíveis, apenas suas solidões se complementam.
É uma história peculiar que em momento algum mostrou-se pretensiosa e por maior que seja seu conteúdo dramático, não é um filme em que o espectador força-se a aguentá-lo.
Ao desenrolar de suas vidas os atores conseguiram transmitir com tamanha sensibilidade a pungência indissipável que cada um arrasta consigo e foram fiéis a cada etapa de suas vidas. Trilha maravilhosa, qual não pude deixar de procurar por algumas músicas, belíssimo filme.
Paisagem na Neblina
4.3 129É extraordinário parar para pensar na carreira de Angelopoulos, um sujeito que chegou a cursar direito e só mais tarde resolveu entregar-se as maravilhas da sétima arte.
Algo em seus filmes é a tristeza pura, cada cena é uma poesia a parte e nesse último filme de sua trilogia do silêncio vê-se, como de costume, seus plano-sequências belíssimos e encharcados de sentimentalismo. A busca pelo passado e o desgarrar precoce da infância poderia ter levado o rumo do filme para algo leve e não traduzir a real atmosfera angustiante que requer a história, mas o diretor soube conduzir brilhantemente seus atores e principalmente por se tratar de crianças sua direção foi duplamente admirável.
Toda a ambientalização se encaixa perfeitamente a trilha e faz desse último filme da trilogia do silêncio do Theo uma das melhores do cinema.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraDe fato um filme atemporal no qual Kubrick quis retratar de forma esclarecedora a violência desnuda e sem pudores.
Vê-se uma metáfora a sociedade, onde por várias vezes o escárnio reina e os mais ingênuos pagam por isso. Kubrick fez dessa bela sequência de imagens quase sem efeitos a corporificação de diferentes orbitas da agressão, tanto a psicológica quanto a carnal. Para Alex, até então, violentar, roubar e matar eram apenas consequências de uma sociedade onde tudo baseia-se na lei da ação e reação.
No entanto, após sua prisão, vira um tipo de cobaia do governo onde métodos para uma suposta cura da violência são testados no mesmo. O método consiste em fazê-lo assimilar forçadamente e dopá-lo com a própria violência que dissemina. Logo ai surgem as críticas em grande escala as ações políticas onde mascaras são impostas.
Em momento algum Alex cura-se de sua ânsia pela violência, apenas é acorrentado a ela, tornando-se um escravo de seu próprio medo representado pelo vômito a cada impulso agressivo que sente e segue exatamente o curso da realidade que vivemos, onde tudo é articulado, não para resolução de problemas e sim para mascará-los e ocultá-los dos demais.
Crianças de Hitler
3.7 7Me lembra muito um antigo desenho feito pela Disney, no qual é retratado de forma bem humorada como nascem soldados nazistas, as famosas ''crianças de Hitler''.
https://www.youtube.com/watch?v=pyf7AkKTKJg
Os Olhos Sem Rosto
4.0 232Impossível não condoer-se a tamanho drama presente na vida de Christiane, Dr. Génessier e Paulette. Esse filme é capaz de arrebatar até os espectadores mais dessensibilizados com sua aura frágil e pungente. A busca constante e inconsequente pela face angelical de outrora existente se torna mais do que um desejo de restauração para o pai de Christiane, acaba se tornando algo vital e doentio. Por mais inescrupulosos possam soar os atos do Dr. Génessier, em momento algum senti algo hostil, muito pelo contrário, eles despertaram em mim profundos sentimentos de comiseração e lástima. Com um belo desfecho, embora um tanto previsível na minha opinião, é um excelente filme com excelentes atuações e enredo cativante. Não pude deixar de encantar-me com a atuação da Edith Scob, seu olhar expressou mais do que qualquer fala prescrita no roteiro. Senti que o Almodóvar certamente concordará comigo.
Deixa Ela Entrar
4.0 1,6KFilme primoroso, sempre idealizei uma personificação vampiresca crua, instintiva e natural, sem exageros ou demasiados efeitos e o diretor soube ambientar maravilhosamente essa idéia em uma criança de 13 anos. A junção entre a fragilidade infantil e o misticismo que envolve a história é perfeita. De fato eu não esperava tamanha elegância nos cortes e na fotografia. Metaforicamente interpretando-o este filme seria uma passagem da adolescência, de certa forma a estagnação de Eli em sua forma juvenil, os conflitos de Oskar, o bullying, tudo tratado de uma forma muito terna, meiga que nos transporta de gênero para gênero, terror e drama se mesclam, dançam, neste belo filme sueco.
Garota, Interrompida
4.1 1,9K Assista AgoraAo iniciar-se, com o plano de fundo composto por Simon & Garfunkel, fica clara a proposta e a atmosfera que James Mangold pretendia expressar em Girl, Interrupted. Adentrando no tema trilha sonora, é quase impossível não referir-se a tantos nomes grandiosos como Aretha Franklin, The Mamas & The Papas, Wilco, Van Morrison, etc. É fácil render-se a tamanha sensibilidade que o filme trata de um tema tão delicado. Antes de tudo, Winona com sua personagem aparentemente tão frágil mostrou-se capaz de doar vida a cenas impactantes e de forte complexidade emocional.
Angelina, Brittany, e demais elenco entraram em perfeita comunhão nesse belíssimo filme e conseguiram ultrapassar expectativas.
Existem filmes que todos deveriam assistir em determinados momentos da vida e esse sem dúvida alguma é um deles, principalmente por esclarecer e expurgar preconceitos a respeito da tal ''loucura'' humana.
A loucura nada mais é do que um delírio de algo mais improvável ainda, a vida.
Império dos Sonhos
3.8 433Segue bem o estilo surrealista de Lynch, Império dos Sonhos é o tipo de filme que dispensa demasiados comentários, principalmente a respeito de suas interpretações. Com sensações extremamente metafísicas, fotografia extraordinária, posso afirmar que é um drama perturbadoramente belo.
Rashomon
4.4 301 Assista Agora''É por serem fracos que os homens mentem, até mesmo para eles.''
Maníaco
3.0 579 Assista AgoraUm dos melhores filmes sobre serial killer já feito, no remake de Maniac, de William Lustig (1980), o diretor Franck Khalfoun soube explorar com extrema sensibilidade o universo paranóico de Frank (Elijah Wood) que, devido a uma infância solitária e traumática, cresce e vê-se transtornado após a morte de sua mãe.
Frank passa a viver na antiga loja de manequins pertencente a sua família por gerações, restaurando-os e acrescentando o couro cabeludo de suas vítimas.
Sua obsessão pela mãe soa quase como um complexo de Édipo, e interiormente, cada mulher que escolhe escalpelar é uma busca inconsciente pela mãe promíscua que o abandonara na infância.
É notável o tom quase infantil presente em Frank, de certa forma o personagem é velado por sua loucura e inocência, como se tivesse estagnado no passado incompleto e tentasse recuperá-lo de alguma forma em meio a devaneios e transes.
Ao conhecer Anna, estudante de Belas Artes a quem se apega, Frank depara-se com algo jamais vivenciado e começa a lidar com seus impulsos e com uma paixão doentia.
O filme se passa quase completamente em câmera subjetiva, o que dá uma maior vivacidade ao personagem e capacidade de envolvimento ao espectador, com exceção de alguns takes.
A fotografia é brilhante, extremamente sensível assim como todo o filme, cada cena tem sua beleza e pungência.
Extremamente perturbador e inquietante, essa trama psicológica é exatamente o que faz de Maniac relevante ao tratar de um universo tão particular quanto a mente de um assassino.
Quem assistiu ao original de Lustig sabe que é um magnífico remake e tão bom quanto, Khalfoun acrescentou uma atmosfera dramática, até mesmo em cenas impactantes como os escalpelamentos impiedosos, porém mantendo a sanguinolência tão presente nos filmes de 80.
Ressalto dizer que o futuro do gênero é exatamente esse jogo psicológico no qual o diretor lança ao espectador, é essa exposição da psique humana e suas mazelas, é isso que nos aproxima tanto a realidade do personagem e é isso que faz de um filme uma experiência vívida, única.
Valsa com Bashir
4.2 305 Assista AgoraMelhor animação que já assisti, é um filme extremamente psicológico, intenso. A guerra é retratada por um ângulo subjetivo em Valsa com Bashir, como um sonho. A busca incessante de Ari por suas memórias acaba revelando uma faceta cruel de nossa realidade; a desumanidade. Seus bloqueios mentais nada mais eram do que sua proteção diante de todo o horror, abstrair-se diante dos acontecimentos acabaram levando-o a passar por tudo como um espectador e tudo que lhe restou do espetáculo foi o vazio. A cena em que o soldado atravessa a rua atirando sem pausas para todos os lados e ao fundo uma valsa surge é magnífica, fiquei maravilhada com a atmosfera do filme, sem dúvidas memorável.
A Hora do Lobo
4.2 308Ouso afirmar que Bergman é o melhor cineasta que já existiu quando se trata de expressar subjetivamente os transtornos da psique humana. Vargtimmen é brilhante e prova que o terror psicológico pode causar um impacto extremo. O modo como expõe as inseguranças, os medos e os desejos do homem, com Johan, é fascinante. Vargtimmen soa como um eco, tudo é tratado abstratamente e nada mais adequado para demonstrar tamanhas inquietações humanas, como o desejo de amar e ser amado, o ciúme e a loucura. A reclusão proposital de Johan não é suficiente para aniquilar seus ''fantasmas'' e isso é retratado muito bem em quase todas as maravilhosas cenas do filme. Alma, por outro lado, trás um lado terno e compassivo diante de todo o sofrimento imposto por seu marido. Em seu discurso final, ao falar que ''uma mulher após viver anos com um homem acaba se tornando um pedaço dele, por pensar e sentir como o mesmo'' revela tamanha sensibilidade que possui seu personagem. É uma película complexa e de infindas interpretações, afinal, há uma atmosfera surrealista quase predominante. Costumo pensar em Bergman como um psicólogo de almas que genialmente me aconselha em cada expressão captada por suas lentes e em cada frase impecavelmente composta.
Ginger & Rosa
3.4 430 Assista AgoraFilme maravilhoso. Elle Fanning sempre me ganha com seu encantamento quase infantil, porém em Ginger & Rosa ela conseguiu passar a clareza de idéias e a firmeza de uma jovem ativista como Ginger apesar de todos os conflitos familiares. Basicamente a trama foca em quão forte pode ser a relação entre duas amigas de infância em meio a tantos contrapontos impostos por uma sociedade caótica. É em meio a todo o cenário revolucionário que a maior mudança ocorre, a interior, e isso o diretor soube explorar quase poeticamente. Enfim, a palavra ''transformação'' define bem a temática deste belo filme. Muitas vezes o fim do mundo ocorre na vida de uma pessoa e apesar disso continuamos a viver.
Tomboy
4.2 1,6K Assista AgoraSem dúvidas Tomboy consegue captar uma essência infantil, suave, para retratar o primeiro contato com as questões sexuais e emocionais. Essa atmosfera me envolveu e me encantou de uma forma muito profunda por esse filme, belíssimo trabalho.