Sem dúvidas, um filme sensacional em que o diretor soube muito bem conciliar as 23 personalidades do Kevin (ou ao menos as que ele explorou em questão). Eu não esperava menos que isso do James McAvoy em sua atuação frenética. Roteiro e trama se entrelaçaram muito bem a proposta da história, com alguns furos apenas, que eu não sei ao certo se classificaria como furo de fato ou exagero na configuração do personagem. Tudo caminhou muito bem no primeiro ato e em seu clima tenso até a horda se rebelar e o espectador começar a entender por parte o que pretendiam. Achei um pouco sensacionalista algumas falas como ''a besta está chegando'' e etc do tipo, há um tanto de fantasia exacerbada também no fato da personalidade da Besta levar dois tiros de espingarda e simplesmente não ficar com um buraco em seu corpo (tendo em mente que ainda assim ele é um ser humano biologicamente falando). Mas ok, a atuação do James camufla esses furinhos de tão boa que é, sem mencionar a Casey, que Anya soube encarnar muito bem, lembrando que The Witch só é The Witch por sua atuação maravilhosa. Em resumo do resumo, adorei o filme, muito bem dirigido e com cenas bem elaboradas, mas nada de extraordinário como o trailer deixa a esperar. O final também deixa a dúvida de talvez uma continuação graças ao Bruce Willis e ao fato de que Fragmentado e Corpo Fechado fazem parte do mesmo universo, quem sabe?
Honestamente, é uma quebra no clichê do gênero, onde corriqueiramente só vemos matança desenfreada e o uso não muito bem articulado dos elementos que esse tipo de filme pode oferecer. Achei bastante inteligente o fato dos personagens realmente tentarem se defender e não serem totalmente abstraídos da realidade que ali se encontram (como se zumbis e afins não existissem naquele universo). A estratégia de prender o espectador com a tensão constante no trem foi muito bem executada e os atores foram impecáveis. Além de tudo é um filme que lida bem com o contraste do drama e da ação, realmente memorável.
De fato, ao ler críticas como ''sensação de assistir algo proibido e que não deveríamos estar vendo'' é real. O olhar de Robert Eggers é tão sensível e coerente em relação as histórias sobre bruxas no século XVIII que chega a ser algo perturbador. A atmosfera de um mal milenar, de uma natureza perversa e maligna é dualmente bela e emocionante. Em seu filme de estréia, honestamente esse cineasta conseguiu me fascinar com sua grandeza. Um diretor a ser mantido sob olhos atentos.
Nossa, é extremamente impactante. O vínculo que as duas possuíam é quase romântico, penetra de forma sutil e quando você se dá conta, foi levado pela história. Uma trama trágica, principalmente visando a atuação do pai da Yeo-jin que é desconcertante. A impressão que se tem é que muita história é contada em 95 poucos minutos, cada corte foi muito bem realizado e adaptado as cenas. A mudança de atitude da Yeo me deixou bem surpresa, atordoando mais ainda quem está assistindo. É um filme sensível, do tipo que carrega sua aflição na pele do espectador.
Ao ler a sinopse me prendeu bastante a atenção o tema e a história de Mackenzie, por ser a primeira vista um filme aparentemente seguidor do mesmo estilo de Into The Wild, que inclusive pode ser considerado uma obra prima do cinema atual. O filme a princípio parece lento e os personagens desconectados da história. Ella Purnell (Mackenzie) honestamente não me convenceu em seu papel, por ser uma personagem com intenso conflito interior e sentimentos de perda e separação deveria ter sido carregada em seu aspecto emocional dramático, ainda acompanhado por quase não ter falas durante todo o filme. Deixou um pouco a desejar. Por outro lado, Bruce Greewood (Bart) rendeu ao filme uma boa atmosfera com sua atuação e busca por memórias de sua esposa durante a viagem. Em suma, o filme não cumpre o que propôs em 104 minutos, por mais que tenha alguns picos cativantes em seu enredo, o final apela muito para a decepção de todo o começo e meio, filmes capazes de não expor um final objetivo e até racional mediantes ao roteiro são aceitáveis e coerentes em muitos casos, afinal cinema é arte e nem tudo se concretiza. Agora deixar pra lá como foi deixado nesse em questão, como um simples corte de cena, é algo imperdoável.
É uma obra de arte, em todos os sentidos. A atuação do Hardy não poderia ter sido mais bizarramente brilhante como Charles Bronson. A atmosfera violenta e ao mesmo tempo irônica em certos aspectos deu vida ao seu personagem e de forma mais teatral impossível. Me agradou bastante o fato de relatarem a vida de um criminoso como o Bronson, ainda vivo, e de certa forma o tornar cativante aos olhos do público. Foi um prazer assisti-lo.
Com certeza o filme mais surpreendente do Satoshi, não me admira ter inspirado a tal ponto Inception (que não chega aos pés de Paprika). O tema conseguiu ser muito bem representado em forma de animação e com toda a trajetória de Chiba (alter ego Paprika). O surrealismo quase Lynchiano foi muito adequado para lidar com a psicologia do universo dos sonhos nesse filme. Por trás da mescla do inconsciente com a realidade, está o DC, um equipamento desenvolvido para ter acesso aos sonhos e assim foi desenvolvido um método psicoterapêutico para tratar diversas doenças, com o roubo do equipamento desenvolvesse a trama do filme, em que faz-se uma analise perfeita sobre a influência dos sonhos e a suas possíveis interpretações do inconsciente cognitivo. Retrata-se a analogia do onírico e real, onde suas ligações nunca foram tão explícitas.
Acabei de assisti-lo hoje pela manhã, o que rendeu angústia por toda a noite e resto do dia. Eva Green como sempre estava entregue por completo a atuação e a pungência que lhe cabia esse papel. Confesso que seria muito bom vê-los juntos no final, mas o curso que a história tomou não poderia ter sido mais adequado. Cada cena pesa profundamente, principalmente em junção a trilha instrumental aguçando os sentidos, na realidade sentimentos. Belo filme e cenário exuberantemente nostálgico.
Assisti com certo receio por ler críticas negativas, principalmente relacionadas a temática, mas foi uma surpresa positiva. O filme tem sim um vasto referencial de histórias infantis, como Alice, na trilha sonora, na característica dos personagens e tudo ficou muito bem arranjado nessa atmosfera surreal pós moderna. A vida de Jelisa-Rose é cercada de acontecimentos terríveis e que traumatizaria qualquer criança ou adulto que passasse pelos mesmos ocorridos sem tamanha criatividade e fantasia. Fiquei bastante sensibilizada desde os primeiros minutos até créditos finais pela capacidade de harmonização entre o que corriqueiramente seria inaceitável, como a relação amorosa entre uma criança e um homem visivelmente mais velho e com problemas mentais. Disso, extraiu-se uma bela perspectiva de vida, de olhar cauteloso sob as pequenas e delicadas relações humanas. O quadro de overdose e morte da mãe, de maus tratos e loucura dos pais, a ida ao profundo do sub-consciente e até onde os sonhos nascem. Trata-se de um filme maravilhoso e só teria comentários relevantes a respeito. Inclusive, excelente trilha sonora.
Esse filme é um espetáculo, literalmente. Jodorowsky expôs o moribundo e o que há de mais depravado do humano de forma sensível e única. Cada personagem, roteiro e ambientalização compõem a orbe bizarra e magnífica do filme (sem falar na temática do circo, que foi algo extremamente adequado e peculiar). É obsessivo e marcante.
É arte pura e bruta, sem diálogos, sem delongas, apenas o lirismo atua ali. Sim, é um filme extremamente impactante e considerado ''grotesco'' pela carnificina das cenas e a ambientalização brutal. Em fato, adorarão ou detestarão. Como todo filme surrealista, a lógica não faz sentido algum em nenhuma das peculiares cenas meticulosamente gravadas. A ideia de Deus suicidar-se, da personificação da Mãe Natureza como uma mulher vinda da asa do mesmo, gerando a humanidade em forma de um filho fraco e que vive em meio a torturas não é muito diferente de temáticas existencialistas. Assisti-lo é uma experiência vívida e praticamente tangível de dor e sofrimento em meio ao caos da vivência humana, excelente. Não recomendo assisti-lo em horários de refeição.
Não esperava tanto do filme, a temática é bem interessante e o final foi imprevisivelmente bom. Pobre Benigno, com sua incapacidade de sentir dor física foi o que mais sentiu durante sua vida. Belíssima trilha sonora.
“Desde criança, sempre imaginei o interior da alma como uma membrana úmida, tingida de encarnado” disse Bergman. Em base a essa frase iniciou-se uma reflexão em cima de Gritos e Sussurros e que num aspecto literal faz jus ao título. Há tantas perdas na vida, tantas lembranças e tanta dor, em contraste a tanta ternura e benevolência nos atos humanos, representados aqui por quatro mulheres: Anna, Karin, Maria e Agnes. Agnes, que enferma, acaba por reunir suas duas irmãs na casa onde viveram suas infâncias e a partir dai inicia-se um processo de desconstrução e análise de cada uma e de seus tormentos. Uma autópsia em forma de imagens e palavras de tamanho impacto em frente as câmeras, por tamanho desespero e angústia ali retratados. Liv Ullmann entregou-se irreconhecível como Maria, com sua carência romântica e infantilidade retratados em uma das cenas mais relevantes do filme, a conversa com o doutor de sua irmã (David, seu amante), na qual encaram-se em frente a um espelho e desnudos de demais formalidades, confessam o egoísmo que habita cada um, o tédio e a apatia que circula a necessidade de suprir o afeto e a solidão. Harriet Andersson me chocou imensamente ao atuar com Agnes, sem dúvida alguma a irmã de maior sensibilidade, tanto artística como sentimental, sofre de terríveis dores e mutuamente vive em meio a um passado morto, tanto quanto sua existência. Agnes vive em meio a nostalgias de quando criança, da relação marcante com sua mãe e que de certo modo, para mim, sua doença (que não é explicada durante o filme) é uma externalização da dependência que manteve com ela. Principalmente por ser notável sua obsessão pela mãe, como uma abstinência, a corrói visceralmente. Seus gritos e sua insanidade terminal se eternizaram como um eco na casa e vida de todos ali presentes. Karin é o extremismo, a repugnância do dito social, do contato, do afeto. De extrema frieza, tamanha, que quase pode-se encará-la como cruel. Ao mesmo tempo soa como a personagem mais abalada emocionalmente. E por fim Anna. Anna, que traz consigo a orbe maternal, talvez agravada pela perda de sua filha e necessidade de consolar e cuidar que mostra em todas as suas aparições com Agnes e nos 12 anos servindo a família, protagoniza cenas terrivelmente dramáticas e que me emocionaram profundamente. Bergman sempre destrincha toda a regra do aceitável e do cômodo, tanto relacionado ao emocional humano como o psicológico, em Gritos e Sussurros é explorado a relação familiar, o tédio, a monotonia e diversas formas de falsas expectativas com relações que formamos em toda nossa história de vida como base de conforto. Não há conforto algum e ele tenta nos mostrar aqui que nada passa de ''uma série de mentiras, uma série monumental de mentiras''.
Evan assistiu Night Of The Living Dead e faltou luz, exatamente como da primeira vez que o assisti. Apenas gostaria de compartilhar essa relevante informação.
Embora um tanto confuso, achei de extrema criatividade a ideia do fenômeno bilocação como uma materialização do alter ego em sua essência bruta. Particularmente gostei da atuação da Mizukawa, conseguiu passar bem a ideia de dualidade do personagem sem perder ou se desvincular de sua faceta ''original''. É um filme que sem dúvidas me intrigou e surpreendeu com sua qualidade.
Bom, ressaltando que esse é o primeiro filme que assisto do diretor em questão, posso dizer que sem demasiadas pesquisas antes de assisti-lo e com base apenas em uma sinopse mal lida eu procurei não me vincular a pré julgamentos e opiniões sobre. Em resumo, o assisti de uma forma crua e despretensiosa. A primeira impressão que temos logo de início é uma bela fotografia contrastada a uma trilha instrumental bastante adequada ao tema, não seria adequado dizer que é um filme surrealista ou abstrato, e sim conceitual. Desde o roteiro aos mínimos peculiares detalhes das atuações nota-se que trata de um filme sensorial, tudo nele soa um tanto onírico e é um convite a idealizarmos uma desumanização do ser. Em pouquíssimas cenas onde vemos de fato um micro diálogo são diálogos de praxe casual. Subjetivamente, o foco é onde aparentemente nada ocorre. Solidão. Os sentidos asfixiados aflorando, a adaptação ao próprio ser e o tormento da alienação foram algumas sensações que me tomaram ao longo do filme. Como toda crítica, claro, é algo mergulhado em experiências e sentimentos próprios de identificação ali presentes e acho que foi exatamente a ideia a ser repassada no filme.
O que dizer de 12 Years a Slave... Do pouco que relatei, o fiz através de olhos encharcados. A temática escravidão em si é algo forte aos olhos e sentidos humanos, tamanha barbárie e aflição foram fiéis as atuações de cada ator, principalmente do Fassbender que transpirou ódio e psicose como Edwin Epps e da Lupita Nyong'o. Chega a ser difícil reparar em atuações específicas com tamanha realidade que foi transmitida, da parte de todo o elenco. É uma história densa, difícil de ser assistida, mas que foi relatada com sensibilidade, beleza e extrema delicadeza. Com uma fotografia que rapta o espectador por segundos dessa realidade e a trilha sonora de Hans Zimmer que carrega o soul de todo o filme, sem dúvida alguma um dos melhores de 2013, apesar de seu final apressado, um filme espetacular.
Tendo conhecimento de alguns trabalhos do Spike Jonze, eu não poderia deixar de esperar algo imprescindível em sua forma característica de direção; a sensibilidade. Por mais aguardada que fosse a reação de comoção ao assistir Her, o Spike surpreendeu-me em aspectos inimagináveis nessa obra. Embora traga em sua atmosfera uma orbe surreal voltada para um futuro onde a tecnologia é praticamente predominante, esse filme vai além da ficção e nos conduz a questões existenciais profundas; como a busca pelo amor absoluto e incorrigível, o isolamento e a globalização dos relacionamentos puramente virtuais, por assim dizer. O enfoque da história trata-se da relação que surge entre Theodore e seu OS1, um ''Sistema Operativo de Inteligência Artificial'', lançado dentre as tecnologias avançadas. Theodore (Phoenix) é um escritor de cartões comemorativos, um personagem introspectivo com poucas relações humanas cara-a-cara e portador de uma alma predominantemente lírica. Grande parte do filme tem em primeiro plano Theodore, passando-se quase unicamente em foque um homem só, se não fosse pelo contraste de Samantha (Scarlett Johansson) que é apresentada como a voz do Sistema Operacional. Aprofunda-se o diálogo entre Theo e Samantha com o passar dos dias e a convivência passa a ser amorosa entre ambos, e é ai que a trama cativa o espectador. Até onde a solidão de um ser humano pode ser encarada como algo prejudicial a si próprio? E seria mesmo o amor um sentimento que apenas surge mutuamente? Creio que Jonze quis levar essas indagações à suas formas literais expondo tão peculiarmente essa transfiguração de desejos, frustrações e necessidades. Samantha começa a adquirir um tipo de ''personalidade'' mediante o modo de Theodore encarar a vida. Após um término devastador entre Theo e sua ex noiva, ele entrega-se a melancolia e ao meu ver acaba criando um escape de si mesmo e do mundo a sua volta em Samantha. É comovente tamanho amor e devoção emergentes entre essa relação humano/artificial que não deixa de ser uma rota solitária, por mais que reais e intensos sejam os sentimentos. Her nos impõe dentre questões sentimentais e filosóficas, críticas a forma de vida que levamos atualmente, onde buscamos sempre algo ou alguém que caiba perfeitamente em nosso ego e que se enquadre em nossas vontades e exigências pessoais.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraSem dúvidas, um filme sensacional em que o diretor soube muito bem conciliar as 23 personalidades do Kevin (ou ao menos as que ele explorou em questão). Eu não esperava menos que isso do James McAvoy em sua atuação frenética. Roteiro e trama se entrelaçaram muito bem a proposta da história, com alguns furos apenas, que eu não sei ao certo se classificaria como furo de fato ou exagero na configuração do personagem. Tudo caminhou muito bem no primeiro ato e em seu clima tenso até a horda se rebelar e o espectador começar a entender por parte o que pretendiam. Achei um pouco sensacionalista algumas falas como ''a besta está chegando'' e etc do tipo, há um tanto de fantasia exacerbada também no fato da personalidade da Besta levar dois tiros de espingarda e simplesmente não ficar com um buraco em seu corpo (tendo em mente que ainda assim ele é um ser humano biologicamente falando). Mas ok, a atuação do James camufla esses furinhos de tão boa que é, sem mencionar a Casey, que Anya soube encarnar muito bem, lembrando que The Witch só é The Witch por sua atuação maravilhosa. Em resumo do resumo, adorei o filme, muito bem dirigido e com cenas bem elaboradas, mas nada de extraordinário como o trailer deixa a esperar. O final também deixa a dúvida de talvez uma continuação graças ao Bruce Willis e ao fato de que Fragmentado e Corpo Fechado fazem parte do mesmo universo, quem sabe?
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraHonestamente, é uma quebra no clichê do gênero, onde corriqueiramente só vemos matança desenfreada e o uso não muito bem articulado dos elementos que esse tipo de filme pode oferecer. Achei bastante inteligente o fato dos personagens realmente tentarem se defender e não serem totalmente abstraídos da realidade que ali se encontram (como se zumbis e afins não existissem naquele universo). A estratégia de prender o espectador com a tensão constante no trem foi muito bem executada e os atores foram impecáveis. Além de tudo é um filme que lida bem com o contraste do drama e da ação, realmente memorável.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraDe fato, ao ler críticas como ''sensação de assistir algo proibido e que não deveríamos estar vendo'' é real. O olhar de Robert Eggers é tão sensível e coerente em relação as histórias sobre bruxas no século XVIII que chega a ser algo perturbador. A atmosfera de um mal milenar, de uma natureza perversa e maligna é dualmente bela e emocionante. Em seu filme de estréia, honestamente esse cineasta conseguiu me fascinar com sua grandeza. Um diretor a ser mantido sob olhos atentos.
Samaritana
3.7 52Nossa, é extremamente impactante. O vínculo que as duas possuíam é quase romântico, penetra de forma sutil e quando você se dá conta, foi levado pela história. Uma trama trágica, principalmente visando a atuação do pai da Yeo-jin que é desconcertante. A impressão que se tem é que muita história é contada em 95 poucos minutos, cada corte foi muito bem realizado e adaptado as cenas. A mudança de atitude da Yeo me deixou bem surpresa, atordoando mais ainda quem está assistindo. É um filme sensível, do tipo que carrega sua aflição na pele do espectador.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraPussy, pussy, pussy!
Wildlike
3.1 43 Assista AgoraAo ler a sinopse me prendeu bastante a atenção o tema e a história de Mackenzie, por ser a primeira vista um filme aparentemente seguidor do mesmo estilo de Into The Wild, que inclusive pode ser considerado uma obra prima do cinema atual. O filme a princípio parece lento e os personagens desconectados da história. Ella Purnell (Mackenzie) honestamente não me convenceu em seu papel, por ser uma personagem com intenso conflito interior e sentimentos de perda e separação deveria ter sido carregada em seu aspecto emocional dramático, ainda acompanhado por quase não ter falas durante todo o filme. Deixou um pouco a desejar. Por outro lado, Bruce Greewood (Bart) rendeu ao filme uma boa atmosfera com sua atuação e busca por memórias de sua esposa durante a viagem. Em suma, o filme não cumpre o que propôs em 104 minutos, por mais que tenha alguns picos cativantes em seu enredo, o final apela muito para a decepção de todo o começo e meio, filmes capazes de não expor um final objetivo e até racional mediantes ao roteiro são aceitáveis e coerentes em muitos casos, afinal cinema é arte e nem tudo se concretiza. Agora deixar pra lá como foi deixado nesse em questão, como um simples corte de cena, é algo imperdoável.
O Morro dos Ventos Uivantes
4.0 225Devastador
Bronson
3.8 426É uma obra de arte, em todos os sentidos.
A atuação do Hardy não poderia ter sido mais bizarramente brilhante como Charles Bronson. A atmosfera violenta e ao mesmo tempo irônica em certos aspectos deu vida ao seu personagem e de forma mais teatral impossível.
Me agradou bastante o fato de relatarem a vida de um criminoso como o Bronson, ainda vivo, e de certa forma o tornar cativante aos olhos do público.
Foi um prazer assisti-lo.
Paprika
4.2 503 Assista AgoraCom certeza o filme mais surpreendente do Satoshi, não me admira ter inspirado a tal ponto Inception (que não chega aos pés de Paprika). O tema conseguiu ser muito bem representado em forma de animação e com toda a trajetória de Chiba (alter ego Paprika). O surrealismo quase Lynchiano foi muito adequado para lidar com a psicologia do universo dos sonhos nesse filme. Por trás da mescla do inconsciente com a realidade, está o DC, um equipamento desenvolvido para ter acesso aos sonhos e assim foi desenvolvido um método psicoterapêutico para tratar diversas doenças, com o roubo do equipamento desenvolvesse a trama do filme, em que faz-se uma analise perfeita sobre a influência dos sonhos e a suas possíveis interpretações do inconsciente cognitivo. Retrata-se a analogia do onírico e real, onde suas ligações nunca foram tão explícitas.
Santiago
4.1 134Gostaria de alguns dias na presença de Santiago.
Ventre
3.7 271Acabei de assisti-lo hoje pela manhã, o que rendeu angústia por toda a noite e resto do dia. Eva Green como sempre estava entregue por completo a atuação e a pungência que lhe cabia esse papel. Confesso que seria muito bom vê-los juntos no final, mas o curso que a história tomou não poderia ter sido mais adequado. Cada cena pesa profundamente, principalmente em junção a trilha instrumental aguçando os sentidos, na realidade sentimentos. Belo filme e cenário exuberantemente nostálgico.
Contraponto
3.5 218Assisti com certo receio por ler críticas negativas, principalmente relacionadas a temática, mas foi uma surpresa positiva. O filme tem sim um vasto referencial de histórias infantis, como Alice, na trilha sonora, na característica dos personagens e tudo ficou muito bem arranjado nessa atmosfera surreal pós moderna. A vida de Jelisa-Rose é cercada de acontecimentos terríveis e que traumatizaria qualquer criança ou adulto que passasse pelos mesmos ocorridos sem tamanha criatividade e fantasia. Fiquei bastante sensibilizada desde os primeiros minutos até créditos finais pela capacidade de harmonização entre o que corriqueiramente seria inaceitável, como a relação amorosa entre uma criança e um homem visivelmente mais velho e com problemas mentais. Disso, extraiu-se uma bela perspectiva de vida, de olhar cauteloso sob as pequenas e delicadas relações humanas. O quadro de overdose e morte da mãe, de maus tratos e loucura dos pais, a ida ao profundo do sub-consciente e até onde os sonhos nascem. Trata-se de um filme maravilhoso e só teria comentários relevantes a respeito. Inclusive, excelente trilha sonora.
Santa Sangre
4.2 150Esse filme é um espetáculo, literalmente. Jodorowsky expôs o moribundo e o que há de mais depravado do humano de forma sensível e única. Cada personagem, roteiro e ambientalização compõem a orbe bizarra e magnífica do filme (sem falar na temática do circo, que foi algo extremamente adequado e peculiar). É obsessivo e marcante.
Begotten
3.2 349É arte pura e bruta, sem diálogos, sem delongas, apenas o lirismo atua ali. Sim, é um filme extremamente impactante e considerado ''grotesco'' pela carnificina das cenas e a ambientalização brutal. Em fato, adorarão ou detestarão. Como todo filme surrealista, a lógica não faz sentido algum em nenhuma das peculiares cenas meticulosamente gravadas. A ideia de Deus suicidar-se, da personificação da Mãe Natureza como uma mulher vinda da asa do mesmo, gerando a humanidade em forma de um filho fraco e que vive em meio a torturas não é muito diferente de temáticas existencialistas. Assisti-lo é uma experiência vívida e praticamente tangível de dor e sofrimento em meio ao caos da vivência humana, excelente. Não recomendo assisti-lo em horários de refeição.
Insensíveis
3.5 132Não esperava tanto do filme, a temática é bem interessante e o final foi imprevisivelmente bom. Pobre Benigno, com sua incapacidade de sentir dor física foi o que mais sentiu durante sua vida. Belíssima trilha sonora.
Gritos e Sussurros
4.3 472“Desde criança, sempre imaginei o interior da alma como uma membrana úmida, tingida de encarnado” disse Bergman. Em base a essa frase iniciou-se uma reflexão em cima de Gritos e Sussurros e que num aspecto literal faz jus ao título. Há tantas perdas na vida, tantas lembranças e tanta dor, em contraste a tanta ternura e benevolência nos atos humanos, representados aqui por quatro mulheres: Anna, Karin, Maria e Agnes. Agnes, que enferma, acaba por reunir suas duas irmãs na casa onde viveram suas infâncias e a partir dai inicia-se um processo de desconstrução e análise de cada uma e de seus tormentos. Uma autópsia em forma de imagens e palavras de tamanho impacto em frente as câmeras, por tamanho desespero e angústia ali retratados.
Liv Ullmann entregou-se irreconhecível como Maria, com sua carência romântica e infantilidade retratados em uma das cenas mais relevantes do filme, a conversa com o doutor de sua irmã (David, seu amante), na qual encaram-se em frente a um espelho e desnudos de demais formalidades, confessam o egoísmo que habita cada um, o tédio e a apatia que circula a necessidade de suprir o afeto e a solidão. Harriet Andersson me chocou imensamente ao atuar com Agnes, sem dúvida alguma a irmã de maior sensibilidade, tanto artística como sentimental, sofre de terríveis dores e mutuamente vive em meio a um passado morto, tanto quanto sua existência.
Agnes vive em meio a nostalgias de quando criança, da relação marcante com sua mãe e que de certo modo, para mim, sua doença (que não é explicada durante o filme) é uma externalização da dependência que manteve com ela. Principalmente por ser notável sua obsessão pela mãe, como uma abstinência, a corrói visceralmente.
Seus gritos e sua insanidade terminal se eternizaram como um eco na casa e vida de todos ali presentes. Karin é o extremismo, a repugnância do dito social, do contato, do afeto. De extrema frieza, tamanha, que quase pode-se encará-la como cruel.
Ao mesmo tempo soa como a personagem mais abalada emocionalmente. E por fim Anna. Anna, que traz consigo a orbe maternal, talvez agravada pela perda de sua filha e necessidade de consolar e cuidar que mostra em todas as suas aparições com Agnes e nos 12 anos servindo a família, protagoniza cenas terrivelmente dramáticas e que me emocionaram profundamente. Bergman sempre destrincha toda a regra do aceitável e do cômodo, tanto relacionado ao emocional humano como o psicológico, em Gritos e Sussurros é explorado a relação familiar, o tédio, a monotonia e diversas formas de falsas expectativas com relações que formamos em toda nossa história de vida como base de conforto. Não há conforto algum e ele tenta nos mostrar aqui que nada passa de ''uma série de mentiras, uma série monumental de mentiras''.
A Face do Mal
2.2 264Evan assistiu Night Of The Living Dead e faltou luz, exatamente como da primeira vez que o assisti. Apenas gostaria de compartilhar essa relevante informação.
Bilocation
3.5 39Embora um tanto confuso, achei de extrema criatividade a ideia do fenômeno bilocação como uma materialização do alter ego em sua essência bruta.
Particularmente gostei da atuação da Mizukawa, conseguiu passar bem a ideia de dualidade do personagem sem perder ou se desvincular de sua faceta ''original''.
É um filme que sem dúvidas me intrigou e surpreendeu com sua qualidade.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraBom, ressaltando que esse é o primeiro filme que assisto do diretor em questão, posso dizer que sem demasiadas pesquisas antes de assisti-lo e com base apenas em uma sinopse mal lida eu procurei não me vincular a pré julgamentos e opiniões sobre.
Em resumo, o assisti de uma forma crua e despretensiosa.
A primeira impressão que temos logo de início é uma bela fotografia contrastada a uma trilha instrumental bastante adequada ao tema, não seria adequado dizer que é um filme surrealista ou abstrato, e sim conceitual.
Desde o roteiro aos mínimos peculiares detalhes das atuações nota-se que trata de um filme sensorial, tudo nele soa um tanto onírico e é um convite a idealizarmos uma desumanização do ser.
Em pouquíssimas cenas onde vemos de fato um micro diálogo são diálogos de praxe casual. Subjetivamente, o foco é onde aparentemente nada ocorre.
Solidão.
Os sentidos asfixiados aflorando, a adaptação ao próprio ser e o tormento da alienação foram algumas sensações que me tomaram ao longo do filme.
Como toda crítica, claro, é algo mergulhado em experiências e sentimentos próprios de identificação ali presentes e acho que foi exatamente a ideia a ser repassada no filme.
As Patricinhas de Beverly Hills
3.4 1,0K Assista AgoraI can't find my Cranberries cd
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KO que dizer de 12 Years a Slave... Do pouco que relatei, o fiz através de olhos encharcados. A temática escravidão em si é algo forte aos olhos e sentidos humanos, tamanha barbárie e aflição foram fiéis as atuações de cada ator, principalmente do Fassbender que transpirou ódio e psicose como Edwin Epps e da Lupita Nyong'o. Chega a ser difícil reparar em atuações específicas com tamanha realidade que foi transmitida, da parte de todo o elenco.
É uma história densa, difícil de ser assistida, mas que foi relatada com sensibilidade, beleza e extrema delicadeza.
Com uma fotografia que rapta o espectador por segundos dessa realidade e a trilha sonora de Hans Zimmer que carrega o soul de todo o filme, sem dúvida alguma um dos melhores de 2013, apesar de seu final apressado, um filme espetacular.
Jesus Cristo Superstar
3.8 186 Assista AgoraBom demais
Eliminação
3.6 10Os referenciais desse filme são simplesmente geniais!
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraTendo conhecimento de alguns trabalhos do Spike Jonze, eu não poderia deixar de esperar algo imprescindível em sua forma característica de direção; a sensibilidade.
Por mais aguardada que fosse a reação de comoção ao assistir Her, o Spike surpreendeu-me em aspectos inimagináveis nessa obra.
Embora traga em sua atmosfera uma orbe surreal voltada para um futuro onde a tecnologia é praticamente predominante, esse filme vai além da ficção e nos conduz a questões existenciais profundas; como a busca pelo amor absoluto e incorrigível, o isolamento e a globalização dos relacionamentos puramente virtuais, por assim dizer.
O enfoque da história trata-se da relação que surge entre Theodore e seu OS1, um ''Sistema Operativo de Inteligência Artificial'', lançado dentre as tecnologias avançadas.
Theodore (Phoenix) é um escritor de cartões comemorativos, um personagem introspectivo com poucas relações humanas cara-a-cara e portador de uma alma predominantemente lírica.
Grande parte do filme tem em primeiro plano Theodore, passando-se quase unicamente em foque um homem só, se não fosse pelo contraste de Samantha (Scarlett Johansson) que é apresentada como a voz do Sistema Operacional.
Aprofunda-se o diálogo entre Theo e Samantha com o passar dos dias e a convivência passa a ser amorosa entre ambos, e é ai que a trama cativa o espectador.
Até onde a solidão de um ser humano pode ser encarada como algo prejudicial a si próprio? E seria mesmo o amor um sentimento que apenas surge mutuamente? Creio que Jonze quis levar essas indagações à suas formas literais expondo tão peculiarmente essa transfiguração de desejos, frustrações e necessidades.
Samantha começa a adquirir um tipo de ''personalidade'' mediante o modo de Theodore encarar a vida.
Após um término devastador entre Theo e sua ex noiva, ele entrega-se a melancolia e ao meu ver acaba criando um escape de si mesmo e do mundo a sua volta em Samantha. É comovente tamanho amor e devoção emergentes entre essa relação humano/artificial que não deixa de ser uma rota solitária, por mais que reais e intensos sejam os sentimentos.
Her nos impõe dentre questões sentimentais e filosóficas, críticas a forma de vida que levamos atualmente, onde buscamos sempre algo ou alguém que caiba perfeitamente em nosso ego e que se enquadre em nossas vontades e exigências pessoais.