Eu geralmente sou mais bondoso com filmes de guerra porque não é meu gênero favorito, mas pra mim nada nesse filme funciona. O roteiro não é bom, as atuações são beeeem medianas (Brad Pitt quase que mimetizando sua interpretação em Bastardos Inglórios), a produção é fraca, os efeitos especiais piores, os diálogos rasos e chulos. Nada se salva. Se esforça pra ser um bom filme, mas não é.
Vivemos em um mundo tão egoísta que nos esquecemos do outro. Acho que a melhor coisa que um filme pode oferecer é uma reflexão que você possa fazer a qualquer aspecto de nossa vida. Estou eu me colocando no lugar do outro e tentando entendê-lo? A melhor parte é justamente no final quando
ela tem a oportunidade de tomar o emprego dela de volta, mas sabendo que tomaria o lugar do cara que votou à favor dela, ela recusa a oferta e segue em frente.
Talvez essa experiência tenha sido necessária para ela sair mais forte da depressão.
Boyhood é um filme sobre a vida, cheio de momentos comuns e de momentos transformadores e não tem quem não se identifique nem que seja por uma parte do filme. A mudança de cidade, o primeiro dia em uma escola nova, a separação dos pais, o primeiro amor, a descoberta da sexualidade, todos já passamos ou vamos passar por alguma situação que está no filme. O espectador acompanha o Mason desde criança até a juventude e acaba torcendo por ele no filme. O filme foi gravado peça por peça a cada ano por mais de 12 anos, e com o mesmo elenco envelhecendo na frente de nossos olhos, o filme narra a maturação de Mason Jr., filho de pais divorciados, desde a entrada na primeira série até de término do colegial e a entrada na faculdade. É, simplesmente, uma obra-prima; um filme ao mesmo tempo intimista e surpreendentemente ambicioso; fazendo você se sentir quente e, acima de tudo, grato por estar vivo. A edição conseguiu não deixar o filme monótono, o roteiro é verossímil demais com a vida, os diálogos do filme são tão casuais que você se vê tendo aquelas conversas com alguém. A direção do Richard Linklater consegue tem a sutileza de fazer com que as passagens de tempo sejam bem naturais e a ambientação ajuda muito nisso. As atuações estão ótimas com destaque pra Patricia Arquette que ganhou uma personagem que amadurece e sofre grandes transformações durante o filme e ela conseguiu passar isso de uma forma bem natural. Boyhood é o filme que mais perto chega da vida que o cinema já produziu.
Kubrick chamou Spielberg pra dirigir o filme e ele ser produtor, só que o Spielberg rejeitou e só queria ser um consultor. Kubrick morre e Spielberg assume a direção, modifica o roteiro e faz o filme como uma homenagem ao seu amigo falecido. O resultado é um filme muito emocional e com um roteiro que deixa algumas perguntas sem respostas, mas isso não diminui o valor desse trabalho. A grande questão do filme é: como os humanos deveriam se sentir ao serem confrontados com máquinas que tem sentimentos? E como um ser humano se sentiria sendo amado por uma máquina? A.I. tem a sorte de ter a grande interpretação do Haley Joel Osment, acho que se fosse outro ator mirim o filme não teria a qualidade que tem, ele não exagera em momento algum na atuação. O fim do filme é daqueles "ame-me ou deixe-xe". Para mim o final foi no mínimo inesperado, mas conseguiu ser coerente. Quando o filme acaba, você chora, mas ao mesmo tempo sente um conforto no coração. Esse é Spielberg brincando com seus sentimentos.
Blanchett está tão confortável no papel que pôde ser bem humorada e leve no começo do filme e já próximo do final conseguiu ser dura e insensível. O filme consegue equilibrar momentos de longos diálogos com cenas cenas de tirar o fôlego, como os atentados que a rainha sofre. "Não sou a sua Elizabeth. Não sou a Elizabeth de homem nenhum."
Infelizmente o Nolan errou a mão em muitos aspectos e acertou em poucos. O filme até começa simples, com os personagens em uma Terra que está cada vez pior de se viver e precisam encontrar outro planeta pra viver. Eles partem pra encontrar outro planeta que seja habitável e pra isso tem que atravessar um "buraco de minhoca" que leva eles pra outra galáxia. O filme funciona muito bem, intercalando suspense e ação, até certo momento. Mas por algum motivo, o diretor achou que todos que estão assistindo o filme são "experts" em física quântica e dá embasamento teórico ao filme à partir da física quântica, criando longos diálogos entre os personagens, que jogam sobre o espectador mais e mais teorias físicas. Só que chega em um momento do filme que todos ficam com o mesmo pensamento: "WHAT THE FUCK?". No meio disso tudo ele ainda tenta explicar cientificamente o que é o amor (???). O diretor parece partir da premissa de que tudo que ele mostrou no filme realmente pode acontecer um dia e é aí que ele se perde. As soluções que o Nolan encontrou pra explicar o filme me fizeram rir de tão patéticas. As atuações estão boas (destaque pra o Matthew Mcconaughey e pra Jessica Chastain), e os efeitos especiais também. É uma pena que um filme pelo qual eu criei tanta expectativa fique pra mim marcado como "overrated".
Vicky Cristina Barcelona mostra que nem os relacionamentos que foram feitos para dar certo às vezes dão certo. O filme no geral é mais um filme típico de Woody Allen. Temos um elenco totalmente confortável em seus personagens e temos também a simples narrativa de seus filmes. Nada de muito novo e tudo muito simples, porém ainda surte efeito em quem assiste por tratar de um tema global que todos tentam entender, o amor. p.s: Pessoalmente não gostei do uso de um narrador que fica me dizendo o que as personagens estão fazendo e sentindo. Pra mim tira a oportunidade do espectador de analisar as cenas e fazer sua própria reflexão.
Reassisti esse final de semana e QUE FILME! O filme tem uma clara crítica as celebridades instantâneas que chegam ao estrelato não por merecimento e talento, mas por que a mídia dá valor a coisas pífias. É um musical de respeito, tem tudo o que precisa: músicas divertidas, atuações convincentes (exceto por Catherine Zeta-Jones, essa daí tava inspirada), um bom e interessante roteiro, uma belíssima fotografia e direção de arte. É um musical que te contagia por ser sexy e pra mim é até melhor que Moulin Rouge, pois foge da obviedade do musical romântico no estilo "Romeo and Juliet". Chicago pode não ter as melhores interpretações de seus atores, mas isso não tira o mérito de ser um dos melhores musicais dos últimos tempos.
Apesar das três horas de duração, p filme jamais se torna cansativo, isso devido ao ritmo utilizado pela precisa edição de William Reynolds que intercala as canções (que são magníficas) e as ações. A fotografia do filme funciona tanto na luz do dia, quando se faz uso de cores vibrantes, quanto pela noite, quando a maioria das cenas adquiri um jogo de luzes e sombras muito bonito, como na cena do beijo de Maria e do Capitão. A grande atuação do filme é, sem dúvidas, de Julie Andrews, que faz de Maria uma alegre e encantadora personagem, que nos cativa desde a primeira cena. A atriz conseguiu de forma muito sutil fazer a transição dramática correta na parte do filme em que os nazistas chegam, provando que era capaz de sustentar o personagem seja qual fosse o desfecho. A trilha sonora é um show à parte, tanto que o filme fez com que eu, que não sou muito fã de musicais, cantasse junto boa parte das músicas. É um filme que cativa por ter um espírito jovial e empolgante.
O Guillaume consegue no filme balancear a comédia com o drama de uma forma sensacional. A atuação é muito boa como ele mesmo e como a mãe. A edição mistura momentos em que ele conta a história no palco com momentos que ele vive. Ele teve a capacidade de olhar pra si e de analisar o seu passado, e ainda sabendo que a mãe foi a causa de tudo, ele não a culpou, e sim a homenageou com esse filme.
Eu decidi comentar um momento do filme que chocou meio mundo e que faz total sentido no filme. Quando o filho do casal caí pela janela a mulher vê que ele tava subindo na cadeira e indo para janela e mesmo assim continua fazendo sexo com o marido. Como auto punição, ela em determinado momento do filme corta um pedaço do clítoris. Ela não quer mais sentir prazer sexual na vida porque foi aquele mesmo prazer que matou seu filho. Isso é o que eu acho que entendi. O filme não é de fácil, é pesado, desconfortável e pra pessoas com estômago forte, mas não deixa de ser brilhante.
Aqui parece que o diretor teve mais liberdade e com um tema muito pesado, que é o estupro, conseguiu produzir um filme instigante e que prende você do começo ao fim. Hitchcock revela o assassino com apenas 34 minutos de filme, com isso o foco do filme não é descobrir quem é o assassino, e sim como a polícia vai prender o Rusk, sendo que todas as provas apontam que o culpado é o Blaney. Em uma determinada sequência Hitchcock demonstra toda sua genialidade. É quando Rusk convida Barbara para o seu apartamento, e após a entrada dos dois, a câmera faz o caminho inverso e lentamente deixa a porta silenciosa e segue até a barulhenta rua. Barbara está morta. Ainda que seja um pouco menos notável que outros trabalhos de Hitchcock, o diretor mantém todo o filme com um suspense envolvente e o finaliza com muita inteligência. “Sr. Rusk, você não está usando sua gravata”
A atuação bem construída de Edward Norton dentro de dois personagens completamente diferentes é essencial para que o filme funcione tão bem. De um lado temos Aaron, que é tímido, gago, inseguro e de fácil manipulação, e do outro, temos Roy, que é o oposto, e o Norton soube muito bem fazer essa transição. O ótimo roteiro também tem grande valor, pois funciona muito bem, guiando o espectado por um caminho que não existe, ficando a grande surpresa no final. Na minha opinião o filme erra ao entregar de bandeja a solução do filme, fica de fácil entendimento e não nos instiga a dúvida, fica tudo claro, fazem questão de acender todas as luzes. Ainda sim o filme parece que vai ficar na minha memória durante um bom tempo.
Muito se fala que esse filme ganhou vários Oscar não merecidos, mas não desmereçam o filme, porque é injusto. Dizem até que o filme é ruim, mas não é. O roteiro consegue interligar a história do filme e a da peça que está sendo produzida dentro do filme pelo Shakespeare e esse é o maior mérito do filme. Dentro os concorrentes do filme ao Oscar o roteiro de Shakespeare é o mais surpreendente. O filme é original, bem humorado e bem interpretado. O diretor conseguiu juntar comédia e drama na medida certa, não ficou pastelão e também não ficou dramático demais. A história do filme parece clichê, mas só parece. O filme critica o quanto as mulheres foram submissas naquela época e ainda vai mais fundo criticando a ganância do show business buscando sempre audiência em vez de qualidade. As mensagens do filme podem passar despercebidas pelo fato de ser uma comédia, mas está longe de ser um filme raso. O figurino e os cenários são deslumbrantes, cada qual mostrando bem a diferença entre os plebeus e a nobreza, assim como a fotografia e a trilha sonora. O filme tem um ritmo bom e leve, as duas horas passam e você não sente. As atuações não são memoráveis, mas cumprem seu papel. Inclusive Gwyneth Paltrow soube muito bem ministrar a transição de mulher e mulher disfarçada de homem. Shakespeare Apaixonado talvez seja mais injustiçado do que os outros filmes que não ganharam o Oscar de melhor filme, pois mesmo com o Oscar é considerado um filme ruim. Acho que Judi Dench ganhou io Oscar não só pelo filme, mas pelo conjunto da obra de vida dela. Já o Oscar da Gwyneth Paltrow, bom, esse eu realmente não entendo.
Crimes violentos, referências à cultura pop, narrativa não-linear em capítulos, trilha sonora eclética e uso constantemente de palavrões. Tarantino mostrando ao que veio com seu primeiro filme, porém o filme só me pegou da metade pro final. Achei as cenas muito longas, diálogos divertidos e legais, mas ainda sim muito compridos, o acabou ficando cansativo. Sorte minha que com o passar dos anos ele dá velocidade aos filmes e tudo fica sensacional (vide o ritmo incansável de Kill Bill). O roteiro por outro lado é incrível e surpreendente.
No início do filme o diretor utiliza uns 10 minutos interruptos para criar um clima seco, sujo e áspero no filme. Anderson não utilizou diálogos ou trilha sonora. O silêncio é poderoso e incomoda. Ponto pra direção, que ao desenrolar do filme só melhora. A trilha sonora de Jonny Greenwood foi um ponto alto nesse filme, o uso de instrumentos inusitados fez com que a trilha fosse percebida durante o filme assim como qualquer outro personagem. Paul Dano está muito bem como pastor, mas é impossível desgrudar os olhos de Daniel Day Lewis. Não tem como gostar do personagem, ele é prepotente, ganancioso, não demonstra um pingo de amor pelo filho e o Daniel parece que nasceu pra interpretar ele. Anderson adaptou o roteiro de uma forma muito coesa e que deixou claro as críticas e questionamentos que trouxe. Afinal, qual a diferença de um magnata do óleo e de um pastor fajuto, sendo que ambos subjugam as outras pessoas? Um quer se mostrar melhor que o outro, mas não passam de farinha do mesmo saco. O único ponto negativo que eu possa citar ao filme é a ausência de carisma, o filme é tecnicamente muito bem feito, mas falta um personagem que cative o espectador emocionalmente.
Fui assistir com uma pulga atrás da orelha, mesmo sabendo que o filme havia recebido em geral boas críticas. Realmente me surpreendi. É como se Tarantino resolvesse dirigir Matrix.
"Rosebud" é a marca do trenó que o Kane estava brincando quando um empresário retira ele da família e o leva para ser educado "apropriadamente" no começo do filme e representa o último momento de plena felicidade e ingenuidade dele. O mistério que não foi resolvido no filme pra mim significa que mesmo sobre visões de diferentes pessoas, ninguém conhecia o Kane por inteiro. Porém, não existe no filme um detalhe que tenda a fazer de Kane uma figura humana e digna de compreensão, além dessa. O roteiro peca pra mim no argumento do filme. O argumento do filme é fraco, mas como foi muito bem executado, talvez isto fique em segundo plano. Um homem que construiu um imenso império apenas para vê-lo desmantelar-se. Um homem que coleciona todo tipo de objetos provenientes dos quatro cantos do mundo, mas não manifesta o menor interesse pelas coisas que coleciona. Um homem que deixa sua esposa e filho apenas para, no fim das contas, ser abandonado pela mulher pela qual os deixou. Não há simpatia pelo personagem principal, nem muito menos por qualquer outro. Eu não sou especialista em técnicas de filmagem, mas li que o diretor empregou técnicas revolucionárias que foram copiadas com o passar do tempo, como o uso de 'Deep Focus', que permite que todos os elementos da cena estejam em foco, inclusive o fundo, e o uso da técnica de 'Contra-plongée', que filma o objeto de baixo pra cima dando a impressão de grandiosidade. Outro ponto bom do filme é a maquiagem, que mesmo com o filme sendo em preto e branco ficou maravilhosa. É um filme crítico e contestador, mas que deixa que o espectador tire suas próprias conclusões, talvez seja isso que faça dele uma grande obra. Welles dá show como ator, diretor e produtor do filme, mas não posso dizer o mesmo como roteirista. Mas isso não vai impedir de que mesmo daqui há 100 anos esse filme continue atual.
Quando eu assisto um filme antigo eu tento entender a sociedade da época em que o filme foi lançado. Hoje pode parecer um pouco estranho a atuação exageradíssima de Vivien Leigh, mas na época, lá no começo da década de 40, rendeu um oscar pra atriz. O mérito do oscar pra mim vem da mudança que a Scarlett sofre durante o filme, no começo sendo uma moça alegre e ingênua, se tornando uma mulher forte, decidida e com opinião própria, principalmente depois da guerra. O roteiro peca às vezes na obviedade do que irá acontecer, no caso das mortes e na queda da escada, mas me surpreendeu em não mostrar um final óbvio, como eu pensei que aconteceria. A direção pra mim se mostrou competente em várias cenas, como a do incêndio na estação de trem e na cena da briga na biblioteca quando o Rett está completamente bêbado. Esse é o tipo de filme em que tudo se encaixa perfeitamente bem, as atuações, os figurinos, os cenários, a fotografia, a iluminação (reparem quando o Rett leva a Scarlett para o quarto dela depois da queda da escada, ele vai desaparecendo na escuridão), a trilha sonora ... Não é à toa que esse filme resistiu tanto tempo na memória, se tornando um clássico definitivo. Me sinto mal por ter demorado tanto pra ver, mas talvez, se tivesse visto antes não o teria apreciado como deveria.
"Eu sempre soube que nasci para dominar o seu sexo e vingar o meu" "Posso te ajudar de alguma forma?" Os personagens são frios, calculistas e não tem limites para fazer o mal, mas no final do filme se descobre que eles não passam de pessoas vazias e que queriam aquilo que todos querem, serem amados. Belíssima cena final com a desconstrução do poder da Marquesa, ao mostrar ela limpando sua maquiagem com suas próprias lágrimas.
Perguntei pra minha mãe se ela tinha assistido esse filme, ela me respondeu: "Assisti! Faz um tempão, mas me lembro da história da babá que quer tomar o lugar da mãe..." Se um filme consegue marcar alguém por tanto tempo é porque cumpriu seu objetivo. PEYTON IS A REAL BITCH!
"Começos são assustadores, finais são quase sempre tristes, mas é o meio que importa mais. Precisa se lembrar disso, quando estiver começando algo. Dê uma chance à esperança de se fortalecer. E ela se fortalecerá."
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraEu geralmente sou mais bondoso com filmes de guerra porque não é meu gênero favorito, mas pra mim nada nesse filme funciona. O roteiro não é bom, as atuações são beeeem medianas (Brad Pitt quase que mimetizando sua interpretação em Bastardos Inglórios), a produção é fraca, os efeitos especiais piores, os diálogos rasos e chulos. Nada se salva. Se esforça pra ser um bom filme, mas não é.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Vivemos em um mundo tão egoísta que nos esquecemos do outro. Acho que a melhor coisa que um filme pode oferecer é uma reflexão que você possa fazer a qualquer aspecto de nossa vida. Estou eu me colocando no lugar do outro e tentando entendê-lo? A melhor parte é justamente no final quando
ela tem a oportunidade de tomar o emprego dela de volta, mas sabendo que tomaria o lugar do cara que votou à favor dela, ela recusa a oferta e segue em frente.
Talvez essa experiência tenha sido necessária para ela sair mais forte da depressão.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraBoyhood é um filme sobre a vida, cheio de momentos comuns e de momentos transformadores e não tem quem não se identifique nem que seja por uma parte do filme. A mudança de cidade, o primeiro dia em uma escola nova, a separação dos pais, o primeiro amor, a descoberta da sexualidade, todos já passamos ou vamos passar por alguma situação que está no filme. O espectador acompanha o Mason desde criança até a juventude e acaba torcendo por ele no filme.
O filme foi gravado peça por peça a cada ano por mais de 12 anos, e com o mesmo elenco envelhecendo na frente de nossos olhos, o filme narra a maturação de Mason Jr., filho de pais divorciados, desde a entrada na primeira série até de término do colegial e a entrada na faculdade. É, simplesmente, uma obra-prima; um filme ao mesmo tempo intimista e surpreendentemente ambicioso; fazendo você se sentir quente e, acima de tudo, grato por estar vivo.
A edição conseguiu não deixar o filme monótono, o roteiro é verossímil demais com a vida, os diálogos do filme são tão casuais que você se vê tendo aquelas conversas com alguém. A direção do Richard Linklater consegue tem a sutileza de fazer com que as passagens de tempo sejam bem naturais e a ambientação ajuda muito nisso.
As atuações estão ótimas com destaque pra Patricia Arquette que ganhou uma personagem que amadurece e sofre grandes transformações durante o filme e ela conseguiu passar isso de uma forma bem natural.
Boyhood é o filme que mais perto chega da vida que o cinema já produziu.
A.I. Inteligência Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraKubrick chamou Spielberg pra dirigir o filme e ele ser produtor, só que o Spielberg rejeitou e só queria ser um consultor. Kubrick morre e Spielberg assume a direção, modifica o roteiro e faz o filme como uma homenagem ao seu amigo falecido.
O resultado é um filme muito emocional e com um roteiro que deixa algumas perguntas sem respostas, mas isso não diminui o valor desse trabalho.
A grande questão do filme é: como os humanos deveriam se sentir ao serem confrontados com máquinas que tem sentimentos? E como um ser humano se sentiria sendo amado por uma máquina?
A.I. tem a sorte de ter a grande interpretação do Haley Joel Osment, acho que se fosse outro ator mirim o filme não teria a qualidade que tem, ele não exagera em momento algum na atuação.
O fim do filme é daqueles "ame-me ou deixe-xe". Para mim o final foi no mínimo inesperado, mas conseguiu ser coerente. Quando o filme acaba, você chora, mas ao mesmo tempo sente um conforto no coração. Esse é Spielberg brincando com seus sentimentos.
Elizabeth
3.8 303 Assista AgoraBlanchett está tão confortável no papel que pôde ser bem humorada e leve no começo do filme e já próximo do final conseguiu ser dura e insensível. O filme consegue equilibrar momentos de longos diálogos com cenas cenas de tirar o fôlego, como os atentados que a rainha sofre.
"Não sou a sua Elizabeth. Não sou a Elizabeth de homem nenhum."
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraInfelizmente o Nolan errou a mão em muitos aspectos e acertou em poucos.
O filme até começa simples, com os personagens em uma Terra que está cada vez pior de se viver e precisam encontrar outro planeta pra viver. Eles partem pra encontrar outro planeta que seja habitável e pra isso tem que atravessar um "buraco de minhoca" que leva eles pra outra galáxia. O filme funciona muito bem, intercalando suspense e ação, até certo momento. Mas por algum motivo, o diretor achou que todos que estão assistindo o filme são "experts" em física quântica e dá embasamento teórico ao filme à partir da física quântica, criando longos diálogos entre os personagens, que jogam sobre o espectador mais e mais teorias físicas. Só que chega em um momento do filme que todos ficam com o mesmo pensamento: "WHAT THE FUCK?". No meio disso tudo ele ainda tenta explicar cientificamente o que é o amor (???). O diretor parece partir da premissa de que tudo que ele mostrou no filme realmente pode acontecer um dia e é aí que ele se perde. As soluções que o Nolan encontrou pra explicar o filme me fizeram rir de tão patéticas.
As atuações estão boas (destaque pra o Matthew Mcconaughey e pra Jessica Chastain), e os efeitos especiais também.
É uma pena que um filme pelo qual eu criei tanta expectativa fique pra mim marcado como "overrated".
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1KVicky Cristina Barcelona mostra que nem os relacionamentos que foram feitos para dar certo às vezes dão certo.
O filme no geral é mais um filme típico de Woody Allen. Temos um elenco totalmente confortável em seus personagens e temos também a simples narrativa de seus filmes. Nada de muito novo e tudo muito simples, porém ainda surte efeito em quem assiste por tratar de um tema global que todos tentam entender, o amor.
p.s: Pessoalmente não gostei do uso de um narrador que fica me dizendo o que as personagens estão fazendo e sentindo. Pra mim tira a oportunidade do espectador de analisar as cenas e fazer sua própria reflexão.
Chicago
4.0 996Reassisti esse final de semana e QUE FILME!
O filme tem uma clara crítica as celebridades instantâneas que chegam ao estrelato não por merecimento e talento, mas por que a mídia dá valor a coisas pífias.
É um musical de respeito, tem tudo o que precisa: músicas divertidas, atuações convincentes (exceto por Catherine Zeta-Jones, essa daí tava inspirada), um bom e interessante roteiro, uma belíssima fotografia e direção de arte.
É um musical que te contagia por ser sexy e pra mim é até melhor que Moulin Rouge, pois foge da obviedade do musical romântico no estilo "Romeo and Juliet".
Chicago pode não ter as melhores interpretações de seus atores, mas isso não tira o mérito de ser um dos melhores musicais dos últimos tempos.
A Noviça Rebelde
4.2 801 Assista AgoraApesar das três horas de duração, p filme jamais se torna cansativo, isso devido ao ritmo utilizado pela precisa edição de William Reynolds que intercala as canções (que são magníficas) e as ações.
A fotografia do filme funciona tanto na luz do dia, quando se faz uso de cores vibrantes, quanto pela noite, quando a maioria das cenas adquiri um jogo de luzes e sombras muito bonito, como na cena do beijo de Maria e do Capitão.
A grande atuação do filme é, sem dúvidas, de Julie Andrews, que faz de Maria uma alegre e encantadora personagem, que nos cativa desde a primeira cena. A atriz conseguiu de forma muito sutil fazer a transição dramática correta na parte do filme em que os nazistas chegam, provando que era capaz de sustentar o personagem seja qual fosse o desfecho.
A trilha sonora é um show à parte, tanto que o filme fez com que eu, que não sou muito fã de musicais, cantasse junto boa parte das músicas. É um filme que cativa por ter um espírito jovial e empolgante.
Eu, Mamãe e os Meninos
3.7 162 Assista AgoraO Guillaume consegue no filme balancear a comédia com o drama de uma forma sensacional. A atuação é muito boa como ele mesmo e como a mãe. A edição mistura momentos em que ele conta a história no palco com momentos que ele vive. Ele teve a capacidade de olhar pra si e de analisar o seu passado, e ainda sabendo que a mãe foi a causa de tudo, ele não a culpou, e sim a homenageou com esse filme.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraEu decidi comentar um momento do filme que chocou meio mundo e que faz total sentido no filme. Quando o filho do casal caí pela janela a mulher vê que ele tava subindo na cadeira e indo para janela e mesmo assim continua fazendo sexo com o marido. Como auto punição, ela em determinado momento do filme corta um pedaço do clítoris. Ela não quer mais sentir prazer sexual na vida porque foi aquele mesmo prazer que matou seu filho. Isso é o que eu acho que entendi.
O filme não é de fácil, é pesado, desconfortável e pra pessoas com estômago forte, mas não deixa de ser brilhante.
Frenesi
3.9 272 Assista AgoraAqui parece que o diretor teve mais liberdade e com um tema muito pesado, que é o estupro, conseguiu produzir um filme instigante e que prende você do começo ao fim.
Hitchcock revela o assassino com apenas 34 minutos de filme, com isso o foco do filme não é descobrir quem é o assassino, e sim como a polícia vai prender o Rusk, sendo que todas as provas apontam que o culpado é o Blaney.
Em uma determinada sequência Hitchcock demonstra toda sua genialidade. É quando Rusk convida Barbara para o seu apartamento, e após a entrada dos dois, a câmera faz o caminho inverso e lentamente deixa a porta silenciosa e segue até a barulhenta rua. Barbara está morta.
Ainda que seja um pouco menos notável que outros trabalhos de Hitchcock, o diretor mantém todo o filme com um suspense envolvente e o finaliza com muita inteligência.
“Sr. Rusk, você não está usando sua gravata”
As Duas Faces de um Crime
4.1 1,0K Assista AgoraA atuação bem construída de Edward Norton dentro de dois personagens completamente diferentes é essencial para que o filme funcione tão bem. De um lado temos Aaron, que é tímido, gago, inseguro e de fácil manipulação, e do outro, temos Roy, que é o oposto, e o Norton soube muito bem fazer essa transição. O ótimo roteiro também tem grande valor, pois funciona muito bem, guiando o espectado por um caminho que não existe, ficando a grande surpresa no final.
Na minha opinião o filme erra ao entregar de bandeja a solução do filme, fica de fácil entendimento e não nos instiga a dúvida, fica tudo claro, fazem questão de acender todas as luzes. Ainda sim o filme parece que vai ficar na minha memória durante um bom tempo.
Shakespeare Apaixonado
3.5 650 Assista AgoraMuito se fala que esse filme ganhou vários Oscar não merecidos, mas não desmereçam o filme, porque é injusto. Dizem até que o filme é ruim, mas não é.
O roteiro consegue interligar a história do filme e a da peça que está sendo produzida dentro do filme pelo Shakespeare e esse é o maior mérito do filme. Dentro os concorrentes do filme ao Oscar o roteiro de Shakespeare é o mais surpreendente.
O filme é original, bem humorado e bem interpretado. O diretor conseguiu juntar comédia e drama na medida certa, não ficou pastelão e também não ficou dramático demais.
A história do filme parece clichê, mas só parece. O filme critica o quanto as mulheres foram submissas naquela época e ainda vai mais fundo criticando a ganância do show business buscando sempre audiência em vez de qualidade. As mensagens do filme podem passar despercebidas pelo fato de ser uma comédia, mas está longe de ser um filme raso.
O figurino e os cenários são deslumbrantes, cada qual mostrando bem a diferença entre os plebeus e a nobreza, assim como a fotografia e a trilha sonora. O filme tem um ritmo bom e leve, as duas horas passam e você não sente. As atuações não são memoráveis, mas cumprem seu papel. Inclusive Gwyneth Paltrow soube muito bem ministrar a transição de mulher e mulher disfarçada de homem.
Shakespeare Apaixonado talvez seja mais injustiçado do que os outros filmes que não ganharam o Oscar de melhor filme, pois mesmo com o Oscar é considerado um filme ruim. Acho que Judi Dench ganhou io Oscar não só pelo filme, mas pelo conjunto da obra de vida dela. Já o Oscar da Gwyneth Paltrow, bom, esse eu realmente não entendo.
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraCrimes violentos, referências à cultura pop, narrativa não-linear em capítulos, trilha sonora eclética e uso constantemente de palavrões. Tarantino mostrando ao que veio com seu primeiro filme, porém o filme só me pegou da metade pro final. Achei as cenas muito longas, diálogos divertidos e legais, mas ainda sim muito compridos, o acabou ficando cansativo. Sorte minha que com o passar dos anos ele dá velocidade aos filmes e tudo fica sensacional (vide o ritmo incansável de Kill Bill). O roteiro por outro lado é incrível e surpreendente.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraNo início do filme o diretor utiliza uns 10 minutos interruptos para criar um clima seco, sujo e áspero no filme. Anderson não utilizou diálogos ou trilha sonora. O silêncio é poderoso e incomoda. Ponto pra direção, que ao desenrolar do filme só melhora. A trilha sonora de Jonny Greenwood foi um ponto alto nesse filme, o uso de instrumentos inusitados fez com que a trilha fosse percebida durante o filme assim como qualquer outro personagem.
Paul Dano está muito bem como pastor, mas é impossível desgrudar os olhos de Daniel Day Lewis. Não tem como gostar do personagem, ele é prepotente, ganancioso, não demonstra um pingo de amor pelo filho e o Daniel parece que nasceu pra interpretar ele.
Anderson adaptou o roteiro de uma forma muito coesa e que deixou claro as críticas e questionamentos que trouxe. Afinal, qual a diferença de um magnata do óleo e de um pastor fajuto, sendo que ambos subjugam as outras pessoas? Um quer se mostrar melhor que o outro, mas não passam de farinha do mesmo saco. O único ponto negativo que eu possa citar ao filme é a ausência de carisma, o filme é tecnicamente muito bem feito, mas falta um personagem que cative o espectador emocionalmente.
Kick-Ass: Quebrando Tudo
3.9 2,8K Assista AgoraFui assistir com uma pulga atrás da orelha, mesmo sabendo que o filme havia recebido em geral boas críticas. Realmente me surpreendi.
É como se Tarantino resolvesse dirigir Matrix.
Cidadão Kane
4.3 990 Assista Agora"Rosebud" é a marca do trenó que o Kane estava brincando quando um empresário retira ele da família e o leva para ser educado "apropriadamente" no começo do filme e representa o último momento de plena felicidade e ingenuidade dele. O mistério que não foi resolvido no filme pra mim significa que mesmo sobre visões de diferentes pessoas, ninguém conhecia o Kane por inteiro. Porém, não existe no filme um detalhe que tenda a fazer de Kane uma figura humana e digna de compreensão, além dessa.
O roteiro peca pra mim no argumento do filme. O argumento do filme é fraco, mas como foi muito bem executado, talvez isto fique em segundo plano. Um homem que construiu um imenso império apenas para vê-lo desmantelar-se. Um homem que coleciona todo tipo de objetos provenientes dos quatro cantos do mundo, mas não manifesta o menor interesse pelas coisas que coleciona. Um homem que deixa sua esposa e filho apenas para, no fim das contas, ser abandonado pela mulher pela qual os deixou. Não há simpatia pelo personagem principal, nem muito menos por qualquer outro.
Eu não sou especialista em técnicas de filmagem, mas li que o diretor empregou técnicas revolucionárias que foram copiadas com o passar do tempo, como o uso de 'Deep Focus', que permite que todos os elementos da cena estejam em foco, inclusive o fundo, e o uso da técnica de 'Contra-plongée', que filma o objeto de baixo pra cima dando a impressão de grandiosidade. Outro ponto bom do filme é a maquiagem, que mesmo com o filme sendo em preto e branco ficou maravilhosa.
É um filme crítico e contestador, mas que deixa que o espectador tire suas próprias conclusões, talvez seja isso que faça dele uma grande obra.
Welles dá show como ator, diretor e produtor do filme, mas não posso dizer o mesmo como roteirista. Mas isso não vai impedir de que mesmo daqui há 100 anos esse filme continue atual.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraQuando eu assisto um filme antigo eu tento entender a sociedade da época em que o filme foi lançado. Hoje pode parecer um pouco estranho a atuação exageradíssima de Vivien Leigh, mas na época, lá no começo da década de 40, rendeu um oscar pra atriz. O mérito do oscar pra mim vem da mudança que a Scarlett sofre durante o filme, no começo sendo uma moça alegre e ingênua, se tornando uma mulher forte, decidida e com opinião própria, principalmente depois da guerra.
O roteiro peca às vezes na obviedade do que irá acontecer, no caso das mortes e na queda da escada, mas me surpreendeu em não mostrar um final óbvio, como eu pensei que aconteceria. A direção pra mim se mostrou competente em várias cenas, como a do incêndio na estação de trem e na cena da briga na biblioteca quando o Rett está completamente bêbado. Esse é o tipo de filme em que tudo se encaixa perfeitamente bem, as atuações, os figurinos, os cenários, a fotografia, a iluminação (reparem quando o Rett leva a Scarlett para o quarto dela depois da queda da escada, ele vai desaparecendo na escuridão), a trilha sonora ...
Não é à toa que esse filme resistiu tanto tempo na memória, se tornando um clássico definitivo. Me sinto mal por ter demorado tanto pra ver, mas talvez, se tivesse visto antes não o teria apreciado como deveria.
Ligações Perigosas
4.0 342 Assista Agora"Eu sempre soube que nasci para dominar o seu sexo e vingar o meu"
"Posso te ajudar de alguma forma?"
Os personagens são frios, calculistas e não tem limites para fazer o mal, mas no final do filme se descobre que eles não passam de pessoas vazias e que queriam aquilo que todos querem, serem amados. Belíssima cena final com a desconstrução do poder da Marquesa, ao mostrar ela limpando sua maquiagem com suas próprias lágrimas.
A Mão que Balança o Berço
3.7 898 Assista AgoraPerguntei pra minha mãe se ela tinha assistido esse filme, ela me respondeu: "Assisti! Faz um tempão, mas me lembro da história da babá que quer tomar o lugar da mãe..."
Se um filme consegue marcar alguém por tanto tempo é porque cumpriu seu objetivo.
PEYTON IS A REAL BITCH!
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista AgoraO dia em que o Fantástico anunciou a descoberta da AIDS http://www.youtube.com/watch?v=LTPJvKiqMAw
Quando o Amor Acontece
3.1 145"Começos são assustadores, finais são quase sempre tristes, mas é o meio que importa mais. Precisa se lembrar disso, quando estiver começando algo. Dê uma chance à esperança de se fortalecer. E ela se fortalecerá."
Rocky: Um Lutador
4.1 844 Assista AgoraO filme é legal, mas Taxi Driver é melhor hein?!