Bruno Rodrigues

O desfecho desse filme é um soco no estômago. Me deixou confuso, tem algo meio estupido na decisão final do casal, mas gostei do filme.

Marighella foi um herói do povo brasileiro. Mas o filme ficou muito muito abaixo das minhas expectativas.

Filme incrível. Pepe Mujica resistiu e saiu da cadeia com muita dignidade.

Documentário impecável. Disponível no YT

"- Você é soldado?
- Não. Sou bem mais perigoso que isso. Sou carpinteiro."

O filme é maravilhoso, como o é a filmografia do diretor. O ponto fraco é que fica na gente uma sensação de vazio em alguns momentos, por não terem aproveitado bem o drama das cenas com algum lance musical. Mesmo assim, recomendo I, Daniel Blake sem a menor reserva.

Filme drama-comédia daqueles maravilhosos, muito leve e cheio de sutis toques de humor, portanto de muita inteligência e beleza. Contudo, trata-se de uma áspera história, onde judeus romenos empreendem fuga diante perseguição étnica nazista da qual são vítimas. Logo, não tinha como deixar de ser também, um filme triste. Para quem gostou do "A vida é bela" de 1997 (Roberto Benigni), este me parece até melhor. Recomendo-o sem reservas.

"Nessa corrida desesperada alimentam cavalos de competição, não crianças."
Vale à pena ver. Recomendo sem reservas.

O cinema curdo é apaixonante, mas sai meio desconfiado com esse filme. As flores de Kirkuk não é um filme ruim, tem muita beleza, porém não chega a ter o denso brio de um Turtles Can Fly e ainda apela pra uma fórmula de amor impossível estilo "romeu e julieta" ao tentar juntar uma médica iraquiana educada na Europa e um médico curdo aspirante a guerrilheiro. Mas isso não é tudo. O próprio contexto do filme (que se passa durante a operação Al-Anfal, um dos piores episódios de limpeza étnica no Iraque, quando S. Hussein usa um pesado arsenal que inclui armas químicas contra aldeias rurais curdas) é fracamente abordado e ainda deixa subjacente, a idéia de que a queda do ditador S. Hussein foi, por si só, uma saida boa para os curdos, como se este não tivesse sido derrubado pelos marines iankees. Cinema também é propaganda.

A priori, esse filme me pareceu uma superprodução burguesa cheia de criticas burguesas em tom clichê daqueles mais cansativos, contra a revolução chinesa, o partido comunista e o Mao Tsé-Tung. Que nada, bem pelo contrário. Só é um filme um pouco longo, mas você só nota no final por que a história te absorve por completo. Vale a pena.

Excelente documentário pra se compreender como se deu o afundamento da Grécia nesse terrível espiral de dívidas impagáveis e ilegais. Pra abrilhantar, tem a participação de intelectuais importantes como David Harvey e Samir Amin. Riquíssimo e recomendado.

O cineasta socialista inglês Ken Loach, é um evidente apaixonado pela classe trabalhadora e pela história da sua luta. No clássico Pão e Rosas, o cara fez um dos melhores filmes que já vi, com toda uma sensibilidade para abordar a amarga situação de imigrantes latinos, imersos no precarizado mundo do trabalho norte americano sob o ponto de vista de uma jovem mexicana, mas tudo isso sem fazer concessões pra clichês panfletários e bobagens afins. Um dos meus filmes favoritos.

Excelente esse documentário sobre a batalha decisiva que mudou o destino da história. Menos filmes sobe dia D, menos "resgates do soldado Ryan" e mais filmes sobre o papel dos soviéticos na derrota dos nazis. Filme oportuno e providencial aliás, no ano em que comemoramos os 70 anos da vitória soviética na II guerra.

Filmaço. É o segundo filme do grande Gillo Pontecorvo que tenho oportunidade de ver, depois do Batalha de Argel. Queimada, tem uma trama arquitetada de forma tão inteligente e realista que nem parece ficção. Uma aula de colonialismo e de revoluções anticoloniais. Embora disponha do M. Brando no papel principal, Queimada bem que poderia ser um filme um pouco mais conhecido, mas infelizmente deve ter ficado eclipsado por outros papeis dele, como o de Don Corleone.

“viver sem conhecer o passado é andar no escuro”
“meus heróis não viraram estátuas, morreram lutando contra aqueles que viraram”,

Filme adorável e de muita beleza. Uma bonita história de amor e cumplicidade contextualizada ao longo de 5 séculos de resistência do povo brasileiro. É aliás, uma história que precisa ser contada para as gerações mais jovens que despertam para a luta.

O sertanejo é antes de tudo um forte. O filme deixa um pouco a desejar em algumas premissas, mas vale muito a pena ser visto.

Finalmente pude assistir toda a trilogia A batalha do Chile. Uma jornada um tanto longa mas que super valeu a pena. Não há como conhecer inteiramente a história de resistência na América Latina sem conhecer essa história, cujo documentário em questão é uma valiosa ferramenta. Mais ainda, há um rico material de formação política em história do movimento operário, focado nos últimos 6 meses antes do golpe de Pinochet, com imagens de assembleias de trabalhadores, debatendo questões reais da conjuntura chilena. Além de tudo, é uma enorme fonte de inspiração, pois mostra em minuciosos detalhes, a viabilidade do socialismo, quando os trabalhadores chilenos passam a tomar o controle direto das fábricas, das terras e se enfrenta com a reação burguesa, organizando juntas comunitárias de controle de preços e distribuição de mercadorias, diante da especulação e sabotagem da direita golpista. A classe dá mostras de coragem e disposição para o desenlace final, mas sobre suas costas, repousa o câncer do reformismo, que preza pelo respeito sagrado às instituições da democracia burguesa e desmobiliza a luta pela tomada do poder com velhos clichês ainda hoje muito em voga, tais como, "ainda não temos acumulo suficiente sobre essa questão".

Depois de uns 7 anos, tomei coragem pra rever "Vá e veja". Narrar a história da resistência antinazista na II guerra, sob a perspectiva de um garoto camponês da Bielorrússia recrutado na guerrilha partisan, resultou num dos filmes mais selvagens e viscerais sobre II guerra e um dos melhores que já vi. Reforçou sua posição na minha lista de filmes favoritos. Quem gosta do assunto e tem estômago, não perde tempo em separar um tempinho para vê-lo.

Cara que filme bonito, me identifiquei. Como estabelecer relações humanas de forma salutar, subjetivamente e com outras pessoas, quando estamos imersos no "progresso", na moderna vida urbana, com todo sorte de patologia individual e social que isso traz? O filme trata isso com beleza, de forma inspiradora e inteligente.

Bom filme. Claro que podia ser melhor se não tivessem, na minha modesta opinião, contado sua grande biografia de forma tão "curta e grossa". Ponto fraco é que é completamente ignorado ou reduzido o papel de figuras tão próximas a Rosa, como Lênin e Trotsky. Ela tinha muitas divergências com ambos, mas sempre reconheceu nos dois, grandes revolucionários. Era mais próxima deles do que de Kautsky, Bebel e Bernstein, (mesmo um sujeito como Stalin percebia isso e nos anos 30, pejorativamente a xingava de "trotskista"). Mesmo assim é um filme que vale a pena ser visto, pois já vale como introdução à sua história de vida revolucionária.

De deixar qualquer platéia boquiaberta. Mesmo pra quem já conhece as atrocidades cometidas pelos militares israelenses. Fantástico. Que continue no ranking dos documentários mais baixados do mundo, porque merece ser visto.

Que beleza de filme. É quase neo realismo italiano. É duro e cru porque é pura realidade. Um dos melhores e mais comoventes filmes que já vi.