Sobre Perfume: Achei o filme fraco. Não é um super plot e ajudaria mais se os atores fossem realmente franceses. A narrativa segue uma linha e partindo para o final o diretor erra na mão, tornando algo muito fantasioso. Para fãs do filmes do tipo, um Hannibal consegue dar de 10/0. @cherrymoonwrite Portal Escrita Relativa
Helen é uma mulher bem-sucedida, professora de música, com uma filha (Julie) e o seu marido (David). Sua carreira segue em uma trilha perfeita, a não ser por um pequeno detalhe: Helen sofre de bipolaridade e tenta esconder isso de maneira desesperadora. O roteiro deste filme e o modo como as cores vão ficando frias cria uma linha linear onde podemos ser telespectadores de uma terrível doença que assombra Helen, e que, além disso, está destruindo não só sua sanidade mental como ferindo aqueles que mais a amam. Completamente desvanecida de sua melhora, ela decide seguir outro caminho. O mais bonito de ver nesta narrativa é a forma como o diretor criou os cenários da fase depressiva de Helen, sempre com tons frios, escuros e sem trilha sonora, causando um desespero e um sufocamento para quem o assiste. A trama muda sua estrutura ao longo do filme e surpreende, apesar de falhar em criar laços mais fortes de personagens e não saber criar direito uma base para eles, como ocorre com a relação de Helen e sua aluna Mathilda, que apenas surge na trama sem explicação de sua origem e/ou destino. Apesar disso, Mathilda encanta por sua semelhança com Helen, colocando novas características para uma trama forte e arriscada. Helen é um filme que precisa ser digerido com calma, mas que com certeza vale uma atenção especial.
O filme conta a história de Larry, um professor de física na Universidade de Midwestern, que recebe a notícia de que a sua esposa está deixando-o porque se apaixonou por outro, Sy Ableman. A família nos traz personagens conflituosos como o seu irmão Arthur que dorme no sofá, o filho Danny que é problemático e rebelde e sua filha Sarah que frequentemente rouba dinheiro de sua carteira para uma plástica no nariz. O filme é cheio de referências bíblicas e é uma obra para poucos. Quem não estiver familiarizado com a religião judaica pode estranhar certos nomes e tradições que aparecem durante a trama. Entretanto, isto não interfere para quem assiste, pois o filme ao mesmo tempo que tem seu lado religioso também tem seu toque cômico e dramático. Pode-se observar a luta constante e desesperada do personagem principal em tentar manter a calma mesmo sendo posto para fora de casa e com seus filhos gastando seu dinheiro de forma desenfreada. O personagem principal tenta friamente manter sua sanidade mental perante tantas coisas ruins que a vida está lhe proporcionando. Há uma contraposição entre a fé em Deus e os homens sérios, que não acreditam em nada. Existe uma dualidade entre esses dois mundos que é muito marcante durante a narrativa. Um homem sério é um filme sobre perspectivas e, mais do que isso, é um filme que nos mostra que realmente nem tudo há um motivo para ser e que simplesmente devemos aceitar as coisas com simplicidade, da forma que elas são mesmo se não fizerem tanto sentido assim de início.
O filme nos traz a história de uma espécie de organizações denominadas Incubus e Storytellers que exercem um certo poder sobre nós durante o sono. Por um lado, temos aqueles que nos dão sonhos e do outro temos aqueles que nos dão pesadelos. A ideia do filme é original e a forma como isso é contada no filme intriga e causa certa curiosidade e desconforto para o telespectador. Há uma relação entre o mundo físico e o espiritual, levantando questionamentos durante toda a trama. No cinema, estes mundos espirituais são representados de 3 formas diferentes: A) Pós-morte/quase morte (twilight zone) – mentores espirituais que passam lições (‘Amor além da vida’) B) Fantasmas, espíritos vingativos, entidades (‘Poltergeist) C) Sobrenatural (‘Donnie Darko’) Neste filme, o diretor consegue inovar nestas tradições cinematográficas. O roteiro flui de uma maneira que o telespectador vai percebendo que as motivações que os humanos têm em vida influenciam seu Plano Astral, o que acaba criando futuros alternativos e influenciado passado e presente simultaneamente. O personagem principal do filme, Ink, precisa entregar a alma de uma criança (Emma) para os Incubus através dos sonhos dela. Este Ink é um demônio, muito feio e cmaltrapilho. Seu rosto não é revelado durante toda a trama. Seu objetivo é conseguir virar um Incubus e ter poder. Junto a isso o telespectador é apresentado aos Storytellers, seres que estão ali para nos dar bons sonhos e nos proteger. Há uma certa semelhança entre o pai da Emma (John) e o Ink, pois ambos vivem situações instáveis, sempre lutando por um ‘nome’ e um certo ‘poder’ perante a sociedade. Essa relação clara e iminente de plano físico e astral é muito marcante no filme, sempre intercalando entre realidade e sonho fazendo com que a história fique cada vez mais intensa e perturbadora. Ink é um filme independente, com características inovadoras para o cinema e que com certeza merece uma chance de ser visto.
Diferente dos filmes comuns que retratam o preconceito dos negros antigamente, este filme prefere seguir uma trilha narrativa diferente que, apesar de comover, também consegue divertir a quem está assistindo levando questionamentos conforme o filme se segue. O preconceito neste filme é frio e marcante, ao ponto que ele relata verdadeiramente como os negros eram realmente descriminados e judiados nas mãos de pessoas brancas de mal caráter. Entretanto, Emma Stone nos traz uma personagem cativante que tem o desejo de escrever um livro sobre como os empregados negros eram tratados pelos brancos. Mais do que isso, a personagem mostra como era ser um negro em uma época onde você poderia ser demitido caso fosse negro e usasse o banheiro do seu patrão.
O filme retrata como se trata o instituto do divórcio no meio judaico criando um filme em uma única ambientação e com o foco direto na trama principal. A direção diverge entre falas e expressões de personagens, causando um certo incômodo a quem assiste por retratar tão bem a forma como uma mulher era tratada nesta época ao exigir o divórcio. A trama é ágil e prende a nossa atenção do começo ao fim. A trajetória triste de Vivian Amsalem em Israel, mostrando toda sua dificuldade para enfim conseguir sua liberdade. Nota: ótimo
Johny Got His Gun (1971) - Quando a gente se fala em filmes de primeira guerra mundial, sempre imaginamos filmes com várias guerras (ex: até o ultimo homem). Diferente de qualquer outro filme, Johny Got His Gun nos traz o filme da perspectiva do personagem Joe que teve seu corpo completamente danificado durante uma artilharia alemã. Dalton Trumbo, diretor do filme, nos traz ainda uma narrativa que mistura fantasia com realidade, mesclando sempre passado presente e futuro do mesmo personagem. Uma curiosidade interessante é que este diretor foi uma grande vítima do macarthismo, período que muitos americanos foram acusados de comunistas ou simpatizantes e tornaram-se objetos de agressivas investigações e de inquéritos abertos pelo governo ou por indústrias privadas. Uma ressalva de que o diretor poderia ter trabalhado melhor na construção de alguns personagens e ter se aprofundado mais para justificar a conduta de sua escolha. Por outro lado, é quase errôneo exigir algo assim, visto que o filme está em primeira pessoa e estamos vendo pela perspectiva de Joe. Se pudesse definir o filme com uma palavra, definiria como agonizante.
[CRÍTICA] MULHER-MARAVILHA – 2017 (SEM SPOILERS) A origem das Amazonas neste filme, onde começou a origem de Diana (mulher-maravilha) é contada desde a sua infância, trazendo uma criança com vontade de aprender a lutar e a conhecer cada vez mais a história por trás de suas origens. Existe um conflito entre uma mãe que deseja proteger a filha da maldade que assola a realidade dos homens e uma tia que deseja ensinar Diana a ser cada vez mais forte. Diana mostra-se uma personagem inocente e pura, com dificuldade para entender os perigos do mundo real. Sem medo, ela decide ir com Steve (Chris Pine) para a guerra, sem saber dos perigos que poderia enfrentar. O personagem, frente a uma mulher tão forte, se mostra sempre sereno e tranquilo. O relacionamentos dois dois foi bem construído desde o início do filme e foge do romance clichê que existem em diversos outros filmes. A atuação de Gal Gadot já se mostra presente em Batman vs Superman e, agora, em Mulher-Maravilha, é possível notar sua evolução como atriz. A direção de arte segue uma linha onde podemos perceber cores mais quentes no início, mostrando a personagem perto do aconchego da mãe remetendo ao amor materno e longe de perigos além de colocar um ambiente ensolarado com um visual mais limpo. Em seguida, quando ela decide ir para a guerra, o cenário muda para uma Londres cinza, com escombros, guerra e mortes. Existe claramente uma divisão de dois mundos: o mundo das Amazonas, onde há o amor e a beleza pura, e o mundo dos homens, onde há guerra, mentiras e muito sofrimento. O roteiro do filme ensina a beleza da narração e a poesia através de seus conteúdos que, através de uma linguagem artística, mostra os aspectos desses conteúdos a partir de uma razãos sensível e nos entrega uma história feminista mas sem soar forçado, anunciando através do que ainda não existe, um mundo em transformação. Além disso, o roteiro ainda mescla o seu tom sério com piadas sutis, quebrand certos momentos de tensão. O filme funciona bem como filosofia, mas falha quando se trata de filme de herói. Existem diversas cenas onde é nítido o CGI, além do uso excessivo de cenas em câmera lenta para mostrar as lutas da personagem. Assim como também o terceiro ato acaba saindo da linha original do filme,terminando com uma batalha falha em efeitos visuais e direção. Apesar disso, o filme encanta com a sua beleza e com sua narrativa, trazendo algo novo e diferente para o mundo cinematográfico. Nota: 3/5 Portais -Cherry Moon #portalER #wonderwoman #girlpower
Era 1897 e diversas pessoas estão morando em uma vila, um lugar isolado da cidade. Por ser uma moradia menor, todas as pessoas se conhecem e interagem entre si. As pessoas são informadas que não devem jamais ir para a floresta, pois lá vivem misteriosas criaturas denominadas "Aquelas de Quem Não Falamos". Edward Walker, o líder da vila, alerta a todos sobre os perigos existentes, mas mesmo assim temos o protagonista Lucious que decide se aventurar e descobrir os mistérios que lá existem. A premissa da história não é ruim e o filme começa com uma trilha sonora marcante e nos mostrando alguns personagens principais como a filha de Edward, Ivy uma garota cega cheia de sonhos e ambições e Noah, um personagem desequilibrado e que se mostra com algum distúrbio de aprendizado. Apesar de ser um filme de terror, a narrativa do filme mostra claramente que existem dois personagens interessados na mesma garota, um clichê que quase sempre funciona bem com esses filmes. Conforme a narrativa vai acontecendo,o roteiro acaba entregando o plot twist final em uma cena em que Edward e Ivy estão conversando, fazendo com que o suspense da cena seguinte não seja tão surpreendente assim. Também existe outro plot twist, mas que se quer foi explicado. O filme tem uma direção boa, a direção de arte com tons frios e mesclando o tom forte de vermelho das criaturas e diversos planos sequências bem construídos. Mas o roteiro deixa a desejar, criando uma história com diversos furos e criando cenas que não precisariam existir na história;
Depois do sucesso em Black Mirror, Daniel Kaluuya aparece nesse novo trhiller dirigido por Jordan Peele com uma nova ideia de terror psicológico. Com tons frios e um cenário propício (uma casa no meio de diversas árvores), o filme consegue captar de forma concisa e linear as emoções durante o filme. Temos no filme a perspectiva de Chris (Daniel) que vai conhecer os pais da namorada Rose (Allison Williams) mesmo contra sua vontade, pois não sabe como os pais da garota irão reagir por ele ser negro. O filme nos aconchega apresentando-nos os personagens e criando um clima descontraído, o que também é feito com o personagem principal Chris. Conforme ele vai se adaptando, a história começa a se desenvolver e as críticas raciais vão aparecendo sutilmente, nos fazendo entender as emoções do personagem principal. Longe de ser um filme de terror no estilo "levar sustos", o filme nos trás uma ideia nova de terror psicológico com uma história linear que vai se transformando a cada minuto que passa nos dando sensações de ansiedade, medo, raiva e até tristeza para alguns. A experiência de assistir Get Out é única e ao mesmo tempo assustadora, nos trazendo questionamentos que talvez ainda não tenham sido feitos. Longe de questionar o trabalho do diretor, é impossível não notar como há semelhança no fato de que Daniel fez sucesso com o seu papel em Black Mirror e, toda essa popularidade que causou foi remetida no filme com o mesmo ator. Portanto, chego a uma conclusão de que talvez juntando estes dois fatos foi “fácil” o filme fazer sucesso, pois o diretor seguiu a mesma linha de raciocínio que a série.
Parte da infância de muita gente, Power rangers alcança em cheio o público jovem adulto que acompanhou desde a infância essa saga que marcou a vida de muitas crianças/adolescentes. A história, que é sim infantil, acabou ganhando outro aspecto nas telas. O roteiro do filme consegue conectar cada personagem e fazer com que cada um se conecte de uma forma natural, não ficando algo 'forçado'. Talvez o que possa incomodar algumas pessoas seria o fato do roteiro ser um pouco mais elaborado, nos jogando fatos que irão ser explicados só posteriormente. Há personagens que são jogados para a gente, sem apresentação ou algo relativo mas que posteriormente vai ser mostrada sua historia e o motivo real de estar ali. Cada personagem tem uma personalidade única, com seus próprios dramas (afinal, estamos falando de adolescentes!). Por se tratar e nos mostrar um filme com personagens adolescentes, a forma como eles lidam com seus poderes é um tanto quanto cômica, nos divertindo durante o filme. Entretanto, há cenas mais tensas, que conseguem afetar o emocional pelo fato de o filme conseguir fazer as pessoas criarem apego com os personagens. Talvez o que mais pecou no filme foi a luta final, que foi muito rápida sendo que poderia ter sido mais elaborada. Foram apenas alguns minutos para o megazord aparecer. Mas fora isso, foi tudo bem feito. Há pequenos planos sequência e a câmera consegue pegar em todos os ângulos dos personagens, colocando o espectador dentro do filme. A direção de arte e os efeitos visuais são lindos, com uma edição praticamente sem falhas. Para quem é fã de verdade, vai poder se deliciar com alguns fan services que aparecem no filme e algumas referências das series anteriores. Uma observação que não pode passar batido: a atuação de de RJ Cyler como Billy Cranston foi impecável! Assim como a atuação perfeita da vilã Rita Repulsa (Elizabeth Banks). Esse primeiro filme foi com certeza para apresentar os personagens, suas personalidades e suas respectivas histórias (o que justifica ter menos ação e mais apresentação e explicação da historia). É uma 'amostra' do que esta por vir. Com certeza a sequência desse filme será mais emocionante e com mais ação.
Will Smith é um grande ator, mas infelizmente este filme acabou deixando a desejar. Apesar de sua atuação muito boa, o enredo do filme é fraco. A ideia é até boa, mas a forma que isso foi desenvolvida no filme acabou deixando fraco, com pouca apresentação de personagens e algumas coisas "jogadas",
Keane, personagem principal do filme, nos leva a uma historia completamente diferente vista do ponto de vista do personagem principal. A tradução do filme no Brasil acaba estragando certas coisas. Keane é o personagem principal da historia e ele sofre de esquizofrenia. A narrativa e a direção é completamente focada no personagem principal e em como ele lida com todas essas situações. De um jeito até um pouco claustrofóbico e confuso, estamos dentro da cabeça de um personagem esquizofrenico, por isso algumas coisas ficam no ar, nos fazendo questionar coisas que talvez nem teremos respostas.
A Bela e a Fera tinha tudo para ser um filme perfeito. Com as expectativas no alto e tantas propagandas, o filme estava com grande repercussão. Existem diversas falhas de roteiro e edição de imagem, a história não tem nada de muito 'novo' e a construção dos personagens deixa a desejar. Por outro lado, o filme consegue te divertir e a direção de arte foi bem feita sim. O maior problema do filme é seguir a mesma linha que o desenho da animação, colocando mais música e menos roteiro e deixando de lado pontos que seriam fundamentais para a história.
Diferente da maioria dos filmes sobre Transtorno Borderline, o diretor Thomas seguiu uma linha diferente, mais realista e menos exagerada. A maioria dos filmes que tratam deste assunto utilizam personagens extravagantes, exagerados. Neste filme podemos observar como realmente a doença funciona e como isso se manifesta na pessoa. A personagem principal do filme, Maria, interpretada por Lavinia Wilson conseguiu através da sua atuação mostrar para o espectador como a personagem estava se sentindo. Através da direção de fotografia com closes e imagens marcantes e uma trilha sonora mais densa, é possível sentir a angústia da personagem principal. O filme não é tão conhecido e não foi avaliado no rotten pelos críticos. Apesar de o roteiro não ser o dos melhores e apresentar algumas falhas de apresentação de personagens, a história consegue seguir um rumo certo. Uma produção mais simples, mas muito significativa no ponto de vista emocional.
Moonlight nos apresenta uma realidade atual de uma forma natural. O preconceito contra os homossexuais vem crescido a cada dia mais e Barry Jenkins nos mostra isso de uma forma diferente, nos trazendo uma narrativa que funciona bem com a personalidade dos personagens. Todos os dias podemos ler notícias sobre homossexuais que foram espancados até a morte. Ou sobre adolescentes que sofrem bullying na escola por serem homossexuais. Há até aqueles que são expulsos de casa. O filme, dividido em 3 fases diferentes, nos mostra a infância, adolescência e a fase adulta do personagem Chiron. Cresceu em Miami, na periferia, com uma mãe viciada em drogas que mal se importava com ele. Completamente sufocado pelo bullying que sofre com os colegas, um dia ele se depara com o personagem Juan, um traficante que o ajuda na busca de criar sua prórpria identidade. Os dois buscam em si o afeto que nunca tiveram em suas vidas. Juan se mostrou muito importante para a criação da identidade de Chiron. Barry Jenkins criou um filme que se saiu bem em todos os aspectos. A ambientação do filme condiz com a história e os objetos colocados em cena dão um complemento a mais para a narrativa. Os tons de azul foram muito bem escolhidos pois o azul neste filme representa a profundidade do sentimento e seus aspectos afetivos são tranquilidade, ternura, afeto e amor, mostrando no final um tom mais escuro conforme a evolução da narrativa. O azul é tão marcante neste filme que há uma cena apenas em que podemos ver o famoso efeito de ‘noite americana’ ou ‘day for night’ muito utilizada por direção de arte e fotografia. A história funciona bem e o roteiro prende do começo ao fim. Os personagens foram bem construídos, mostrando a evolução de cada um. A química de Chiron e Kevin foi feita de uma forma delicada, nos apresentando fatos desde a infância para que o espectador entenda como a amizade deles começou e que caminho isso seguiu. Tratada de uma forma emocionante, o desfecho de ambos os personagens no filme foi feito de uma forma não só bonita, mas também simbólica. No final, o filme nos passa uma mensagem de que o preconceito ainda existe e é muito forte. Retratando a relação homoafetiva de dois homens negros, diversas vezes podemos observar cenas de violência devido ao preconceito existente. Além de tudo isso, é claro, fica bem nítido durante a narrativa como que todo o preconceito e a vida difícil m que teve na sua infância influenciou na vida do personagem principal. O filme não é lento ou cansativo. Os eventos ocorrem de uma forma concisa e cronológica, sempre mostrando fatos que explicam a situação da cena ou do personagem em si. Berry Jenkins criou um filme bem feito, bem produzido, com atores excelentes e uma direção de arte e fotografia impecável. Há várias referências no roteiro em relação ao título do filme, dando uma explicação direta e clara do porque este título fora escolhido. Em minha opinião, Moonlight mereceu o oscar de melhor filme não só pela história em si mas pela forma como isso foi retratado na vida do personagem Chiron.
Diferente de todos os filmes da serie Marvel, Logan segue uma história diferente, mais emocionante e tocante, principalmente por se tratar da despedida de um personagem que marcou a vida de muitas crianças. A narrativa do filme foca na desconstrução do personagem Logan e na forma como ele vai se sentindo em relação aos dias atuais. Podemos observar o tempo todos elementos que entregam o emocional do personagem, com uma direção de arte que deixou o filme mais sombrio e denso, além de mostrar a forma não tão conveniente com que ele está lidando com os problemas. No filme, a relação de Charles e Logan foi muito bem construída, podendo perceber a relação familiar e afetiva entre os dois. Quando X-(Dafne Keen) entra em cena, podemos ver novamente Logan mais desconcertado, sem ideia do que fazer. Apesar de dar a ideia de se mostrar mais fragilizado, o filme nos mostra também um personagem que sabe ser forte quando quer. Com muitas cenas de ação e um roteiro que soube construir e explicar a história dos personagens da trama, o filme acaba sendo emocionante. A narrativa não se torna cansativa devido as cenas de ação que acontece o tempo todo no filme. O tom mescla entre o escuro quando mostra o lado mais afetivo de Logan e um tom mais aberto, para mostrar as cenas de ação com mais descrição e detalhes. Filme bem feito, os efeitos visuais são tão imperceptíveis que parecem reais. Com atores bons, é um filme que conseguiu cumprir o que prometeu.
A monster calls traduzido no Brasil como Sete Minutos Depois da Meia-noite e dirigido por Juan Antonio Bayona, a trama nos apresenta o personagem Conor que está com uma mãe sofrendo de câncer e um pai ausente. A pessoa mais próxima com quem convive é sua avó, mas a relação entre eles nunca foi tão boa.
"Histórias não são reais. Elas não ajudam em nada. - Histórias são criaturas selvagens, Conor. Quem sabe o dano que elas podem causar se você deixar."
O filme trabalha mesclando a realidade com a fantasia, onde temos a perspectiva inteira vista do imaginário de Conor, que apesar de causar grande impacto na vida real é o que lhe ajuda a lidar com a dor de ter uma mãe com câncer.
"A fé corresponde a metade do cura. Acreditar na cura, é acreditar no futuro que está por vir. Sua fé é preciosa, então você precisa ter cuidado no que e em quem acredita."
Escrito por Patrick Ness (o mesmo que escreveu o livro publicado já no brasil com o título sete minutos depois da meia noite), o roteiro te intriga, parecendo que você está lendo um livro infanto juvenil. Porém, mesmo com o toque infantil na trama, há mensagens fortes entre as linhas.
"Alguns de nós consegue ser apenas o bagunçado para sempre".
Diversas veze durante o filme podemos observar a câmera focando no rosto de Conor, com o intuito de mostrar suas emoções. Além disso, o cenário e as imagens no decorrer do filme evoluem junto com a tristeza do personagem principal.
E por falar em personagens, é algo um tanto quanto discutível. O único personagem com nome no filme é Conor. Apesar da relação de todos os personagens principais (vô, mãe e pai) serem bem trabalhadas, senti falta de saber o nome dos personagens.
O pai, muito ausente, é interpretado por Toby Kebbel que ficou muito conhecido por participar de Black Mirror. Mesmo não aparecendo muito, ele conseguiu representar bem o papel de pai neste filme.
Além de ter que lidar com os problemas em casa, Conor ainda tinha que lidar com o bullying na escola. Uma ocorrência que sempre aparece não só nos filmes mas na vida real também e é um tema que deve ser sempre discutido, afinal é algo que parece nunca ter fim.
Emocionante e intrigante, 'A monster calls' não é só uma fantasia. Ele retrata a dor da perda de um ente querido. A bagagem de uma criança tão nova ter que lidar com problemas tão grandes e conflituosos que, por ser tão jovem, talvez nem compreenda direito a natureza das coisas. Foi assim que Conor começou a ter seus pesadelos, achando em suas fantasias um modo de criar forças para aceitar sua própria verdade.
"Você acredita em mentiras confortantes, quando sabe que a verdade doída torna essas mentiras necessárias."
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2KSobre Perfume: Achei o filme fraco. Não é um super plot e ajudaria mais se os atores fossem realmente franceses. A narrativa segue uma linha e partindo para o final o diretor erra na mão, tornando algo muito fantasioso. Para fãs do filmes do tipo, um Hannibal consegue dar de 10/0.
@cherrymoonwrite
Portal Escrita Relativa
As Faces de Helen
3.6 117Helen é uma mulher bem-sucedida, professora de música, com uma filha (Julie) e o seu marido (David). Sua carreira segue em uma trilha perfeita, a não ser por um pequeno detalhe: Helen sofre de bipolaridade e tenta esconder isso de maneira desesperadora.
O roteiro deste filme e o modo como as cores vão ficando frias cria uma linha linear onde podemos ser telespectadores de uma terrível doença que assombra Helen, e que, além disso, está destruindo não só sua sanidade mental como ferindo aqueles que mais a amam. Completamente desvanecida de sua melhora, ela decide seguir outro caminho.
O mais bonito de ver nesta narrativa é a forma como o diretor criou os cenários da fase depressiva de Helen, sempre com tons frios, escuros e sem trilha sonora, causando um desespero e um sufocamento para quem o assiste.
A trama muda sua estrutura ao longo do filme e surpreende, apesar de falhar em criar laços mais fortes de personagens e não saber criar direito uma base para eles, como ocorre com a relação de Helen e sua aluna Mathilda, que apenas surge na trama sem explicação de sua origem e/ou destino.
Apesar disso, Mathilda encanta por sua semelhança com Helen, colocando novas características para uma trama forte e arriscada.
Helen é um filme que precisa ser digerido com calma, mas que com certeza vale uma atenção especial.
Um Homem Sério
3.5 576 Assista AgoraO filme conta a história de Larry, um professor de física na Universidade de Midwestern, que recebe a notícia de que a sua esposa está deixando-o porque se apaixonou por outro, Sy Ableman. A família nos traz personagens conflituosos como o seu irmão Arthur que dorme no sofá, o filho Danny que é problemático e rebelde e sua filha Sarah que frequentemente rouba dinheiro de sua carteira para uma plástica no nariz.
O filme é cheio de referências bíblicas e é uma obra para poucos. Quem não estiver familiarizado com a religião judaica pode estranhar certos nomes e tradições que aparecem durante a trama. Entretanto, isto não interfere para quem assiste, pois o filme ao mesmo tempo que tem seu lado religioso também tem seu toque cômico e dramático.
Pode-se observar a luta constante e desesperada do personagem principal em tentar manter a calma mesmo sendo posto para fora de casa e com seus filhos gastando seu dinheiro de forma desenfreada. O personagem principal tenta friamente manter sua sanidade mental perante tantas coisas ruins que a vida está lhe proporcionando.
Há uma contraposição entre a fé em Deus e os homens sérios, que não acreditam em nada. Existe uma dualidade entre esses dois mundos que é muito marcante durante a narrativa.
Um homem sério é um filme sobre perspectivas e, mais do que isso, é um filme que nos mostra que realmente nem tudo há um motivo para ser e que simplesmente devemos aceitar as coisas com simplicidade, da forma que elas são mesmo se não fizerem tanto sentido assim de início.
Ink
3.7 73 Assista AgoraO filme nos traz a história de uma espécie de organizações denominadas Incubus e Storytellers que exercem um certo poder sobre nós durante o sono. Por um lado, temos aqueles que nos dão sonhos e do outro temos aqueles que nos dão pesadelos.
A ideia do filme é original e a forma como isso é contada no filme intriga e causa certa curiosidade e desconforto para o telespectador.
Há uma relação entre o mundo físico e o espiritual, levantando questionamentos durante toda a trama.
No cinema, estes mundos espirituais são representados de 3 formas diferentes:
A) Pós-morte/quase morte (twilight zone) – mentores espirituais que passam lições (‘Amor além da vida’)
B) Fantasmas, espíritos vingativos, entidades (‘Poltergeist)
C) Sobrenatural (‘Donnie Darko’)
Neste filme, o diretor consegue inovar nestas tradições cinematográficas. O roteiro flui de uma maneira que o telespectador vai percebendo que as motivações que os humanos têm em vida influenciam seu Plano Astral, o que acaba criando futuros alternativos e influenciado passado e presente simultaneamente.
O personagem principal do filme, Ink, precisa entregar a alma de uma criança (Emma) para os Incubus através dos sonhos dela. Este Ink é um demônio, muito feio e cmaltrapilho. Seu rosto não é revelado durante toda a trama. Seu objetivo é conseguir virar um Incubus e ter poder. Junto a isso o telespectador é apresentado aos Storytellers, seres que estão ali para nos dar bons sonhos e nos proteger.
Há uma certa semelhança entre o pai da Emma (John) e o Ink, pois ambos vivem situações instáveis, sempre lutando por um ‘nome’ e um certo ‘poder’ perante a sociedade.
Essa relação clara e iminente de plano físico e astral é muito marcante no filme, sempre intercalando entre realidade e sonho fazendo com que a história fique cada vez mais intensa e perturbadora.
Ink é um filme independente, com características inovadoras para o cinema e que com certeza merece uma chance de ser visto.
Histórias Cruzadas
4.4 3,8K Assista AgoraDiferente dos filmes comuns que retratam o preconceito dos negros antigamente, este filme prefere seguir uma trilha narrativa diferente que, apesar de comover, também consegue divertir a quem está assistindo levando questionamentos conforme o filme se segue. O preconceito neste filme é frio e marcante, ao ponto que ele relata verdadeiramente como os negros eram realmente descriminados e judiados nas mãos de pessoas brancas de mal caráter. Entretanto, Emma Stone nos traz uma personagem cativante que tem o desejo de escrever um livro sobre como os empregados negros eram tratados pelos brancos. Mais do que isso, a personagem mostra como era ser um negro em uma época onde você poderia ser demitido caso fosse negro e usasse o banheiro do seu patrão.
O Julgamento de Viviane Amsalem
4.3 83 Assista AgoraO filme retrata como se trata o instituto do divórcio no meio judaico criando um filme em uma única ambientação e com o foco direto na trama principal. A direção diverge entre falas e expressões de personagens, causando um certo incômodo a quem assiste por retratar tão bem a forma como uma mulher era tratada nesta época ao exigir o divórcio. A trama é ágil e prende a nossa atenção do começo ao fim. A trajetória triste de Vivian Amsalem em Israel, mostrando toda sua dificuldade para enfim conseguir sua liberdade. Nota: ótimo
Johnny Vai à Guerra
4.3 189 Assista AgoraJohny Got His Gun (1971) - Quando a gente se fala em filmes de primeira guerra mundial, sempre imaginamos filmes com várias guerras (ex: até o ultimo homem). Diferente de qualquer outro filme, Johny Got His Gun nos traz o filme da perspectiva do personagem Joe que teve seu corpo completamente danificado durante uma artilharia alemã. Dalton Trumbo, diretor do filme, nos traz ainda uma narrativa que mistura fantasia com realidade, mesclando sempre passado presente e futuro do mesmo personagem. Uma curiosidade interessante é que este diretor foi uma grande vítima do macarthismo, período que muitos americanos foram acusados de comunistas ou simpatizantes e tornaram-se objetos de agressivas investigações e de inquéritos abertos pelo governo ou por indústrias privadas. Uma ressalva de que o diretor poderia ter trabalhado melhor na construção de alguns personagens e ter se aprofundado mais para justificar a conduta de sua escolha. Por outro lado, é quase errôneo exigir algo assim, visto que o filme está em primeira pessoa e estamos vendo pela perspectiva de Joe. Se pudesse definir o filme com uma palavra, definiria como agonizante.
-Cherry Moon (blog escrita relativa)
#portalER
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista Agora[CRÍTICA] MULHER-MARAVILHA – 2017 (SEM SPOILERS)
A origem das Amazonas neste filme, onde começou a origem de Diana (mulher-maravilha) é contada desde a sua infância, trazendo uma criança com vontade de aprender a lutar e a conhecer cada vez mais a história por trás de suas origens. Existe um conflito entre uma mãe que deseja proteger a filha da maldade que assola a realidade dos homens e uma tia que deseja ensinar Diana a ser cada vez mais forte.
Diana mostra-se uma personagem inocente e pura, com dificuldade para entender os perigos do mundo real. Sem medo, ela decide ir com Steve (Chris Pine) para a guerra, sem saber dos perigos que poderia enfrentar. O personagem, frente a uma mulher tão forte, se mostra sempre sereno e tranquilo. O relacionamentos dois dois foi bem construído desde o início do filme e foge do romance clichê que existem em diversos outros filmes.
A atuação de Gal Gadot já se mostra presente em Batman vs Superman e, agora, em Mulher-Maravilha, é possível notar sua evolução como atriz.
A direção de arte segue uma linha onde podemos perceber cores mais quentes no início, mostrando a personagem perto do aconchego da mãe remetendo ao amor materno e longe de perigos além de colocar um ambiente ensolarado com um visual mais limpo. Em seguida, quando ela decide ir para a guerra, o cenário muda para uma Londres cinza, com escombros, guerra e mortes. Existe claramente uma divisão de dois mundos: o mundo das Amazonas, onde há o amor e a beleza pura, e o mundo dos homens, onde há guerra, mentiras e muito sofrimento.
O roteiro do filme ensina a beleza da narração e a poesia através de seus conteúdos que, através de uma linguagem artística, mostra os aspectos desses conteúdos a partir de uma razãos sensível e nos entrega uma história feminista mas sem soar forçado, anunciando através do que ainda não existe, um mundo em transformação. Além disso, o roteiro ainda mescla o seu tom sério com piadas sutis, quebrand certos momentos de tensão.
O filme funciona bem como filosofia, mas falha quando se trata de filme de herói. Existem diversas cenas onde é nítido o CGI, além do uso excessivo de cenas em câmera lenta para mostrar as lutas da personagem. Assim como também o terceiro ato acaba saindo da linha original do filme,terminando com uma batalha falha em efeitos visuais e direção.
Apesar disso, o filme encanta com a sua beleza e com sua narrativa, trazendo algo novo e diferente para o mundo cinematográfico.
Nota: 3/5 Portais
-Cherry Moon
#portalER #wonderwoman #girlpower
A Vila
3.3 1,6KEra 1897 e diversas pessoas estão morando em uma vila, um lugar isolado da cidade. Por ser uma moradia menor, todas as pessoas se conhecem e interagem entre si.
As pessoas são informadas que não devem jamais ir para a floresta, pois lá vivem misteriosas criaturas denominadas "Aquelas de Quem Não Falamos".
Edward Walker, o líder da vila, alerta a todos sobre os perigos existentes, mas mesmo assim temos o protagonista Lucious que decide se aventurar e descobrir os mistérios que lá existem.
A premissa da história não é ruim e o filme começa com uma trilha sonora marcante e nos mostrando alguns personagens principais como a filha de Edward, Ivy uma garota cega cheia de sonhos e ambições e Noah, um personagem desequilibrado e que se mostra com algum distúrbio de aprendizado.
Apesar de ser um filme de terror, a narrativa do filme mostra claramente que existem dois personagens interessados na mesma garota, um clichê que quase sempre funciona bem com esses filmes.
Conforme a narrativa vai acontecendo,o roteiro acaba entregando o plot twist final em uma cena em que Edward e Ivy estão conversando, fazendo com que o suspense da cena seguinte não seja tão surpreendente assim. Também existe outro plot twist, mas que se quer foi explicado.
O filme tem uma direção boa, a direção de arte com tons frios e mesclando o tom forte de vermelho das criaturas e diversos planos sequências bem construídos. Mas o roteiro deixa a desejar, criando uma história com diversos furos e criando cenas que não precisariam existir na história;
@escritarelativa
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraDepois do sucesso em Black Mirror, Daniel Kaluuya aparece nesse novo trhiller dirigido por Jordan Peele com uma nova ideia de terror psicológico.
Com tons frios e um cenário propício (uma casa no meio de diversas árvores), o filme consegue captar de forma concisa e linear as emoções durante o filme.
Temos no filme a perspectiva de Chris (Daniel) que vai conhecer os pais da namorada Rose (Allison Williams) mesmo contra sua vontade, pois não sabe como os pais da garota irão reagir por ele ser negro.
O filme nos aconchega apresentando-nos os personagens e criando um clima descontraído, o que também é feito com o personagem principal Chris.
Conforme ele vai se adaptando, a história começa a se desenvolver e as críticas raciais vão aparecendo sutilmente, nos fazendo entender as emoções do personagem principal.
Longe de ser um filme de terror no estilo "levar sustos", o filme nos trás uma ideia nova de terror psicológico com uma história linear que vai se transformando a cada minuto que passa nos dando sensações de ansiedade, medo, raiva e até tristeza para alguns.
A experiência de assistir Get Out é única e ao mesmo tempo assustadora, nos trazendo questionamentos que talvez ainda não tenham sido feitos.
Longe de questionar o trabalho do diretor, é impossível não notar como há semelhança no fato de que Daniel fez sucesso com o seu papel em Black Mirror e, toda essa popularidade que causou foi remetida no filme com o mesmo ator. Portanto, chego a uma conclusão de que talvez juntando estes dois fatos foi “fácil” o filme fazer sucesso, pois o diretor seguiu a mesma linha de raciocínio que a série.
Power Rangers
3.2 1,1K Assista AgoraParte da infância de muita gente, Power rangers alcança em cheio o público jovem adulto que acompanhou desde a infância essa saga que marcou a vida de muitas crianças/adolescentes.
A história, que é sim infantil, acabou ganhando outro aspecto nas telas.
O roteiro do filme consegue conectar cada personagem e fazer com que cada um se conecte de uma forma natural, não ficando algo 'forçado'.
Talvez o que possa incomodar algumas pessoas seria o fato do roteiro ser um pouco mais elaborado, nos jogando fatos que irão ser explicados só posteriormente.
Há personagens que são jogados para a gente, sem apresentação ou algo relativo mas que posteriormente vai ser mostrada sua historia e o motivo real de estar ali.
Cada personagem tem uma personalidade única, com seus próprios dramas (afinal, estamos falando de adolescentes!).
Por se tratar e nos mostrar um filme com personagens adolescentes, a forma como eles lidam com seus poderes é um tanto quanto cômica, nos divertindo durante o filme.
Entretanto, há cenas mais tensas, que conseguem afetar o emocional pelo fato de o filme conseguir fazer as pessoas criarem apego com os personagens.
Talvez o que mais pecou no filme foi a luta final, que foi muito rápida sendo que poderia ter sido mais elaborada. Foram apenas alguns minutos para o megazord aparecer. Mas fora isso, foi tudo bem feito.
Há pequenos planos sequência e a câmera consegue pegar em todos os ângulos dos personagens, colocando o espectador dentro do filme.
A direção de arte e os efeitos visuais são lindos, com uma edição praticamente sem falhas.
Para quem é fã de verdade, vai poder se deliciar com alguns fan services que aparecem no filme e algumas referências das series anteriores.
Uma observação que não pode passar batido: a atuação de de RJ Cyler como Billy Cranston foi impecável! Assim como a atuação perfeita da vilã Rita Repulsa (Elizabeth Banks).
Esse primeiro filme foi com certeza para apresentar os personagens, suas personalidades e suas respectivas histórias (o que justifica ter menos ação e mais apresentação e explicação da historia).
É uma 'amostra' do que esta por vir. Com certeza a sequência desse filme será mais emocionante e com mais ação.
Beleza Oculta
3.7 887 Assista AgoraWill Smith é um grande ator, mas infelizmente este filme acabou deixando a desejar. Apesar de sua atuação muito boa, o enredo do filme é fraco. A ideia é até boa, mas a forma que isso foi desenvolvida no filme acabou deixando fraco, com pouca apresentação de personagens e algumas coisas "jogadas",
Esquizofrenia: Entre o Real e o Imaginário
2.6 110Keane, personagem principal do filme, nos leva a uma historia completamente diferente vista do ponto de vista do personagem principal.
A tradução do filme no Brasil acaba estragando certas coisas.
Keane é o personagem principal da historia e ele sofre de esquizofrenia.
A narrativa e a direção é completamente focada no personagem principal e em como ele lida com todas essas situações.
De um jeito até um pouco claustrofóbico e confuso, estamos dentro da cabeça de um personagem esquizofrenico, por isso algumas coisas ficam no ar, nos fazendo questionar coisas que talvez nem teremos respostas.
A Bela e a Fera
3.9 1,6K Assista AgoraA Bela e a Fera tinha tudo para ser um filme perfeito. Com as expectativas no alto e tantas propagandas, o filme estava com grande repercussão.
Existem diversas falhas de roteiro e edição de imagem, a história não tem nada de muito 'novo' e a construção dos personagens deixa a desejar.
Por outro lado, o filme consegue te divertir e a direção de arte foi bem feita sim.
O maior problema do filme é seguir a mesma linha que o desenho da animação, colocando mais música e menos roteiro e deixando de lado pontos que seriam fundamentais para a história.
Solitária
3.5 26Diferente da maioria dos filmes sobre Transtorno Borderline, o diretor Thomas seguiu uma linha diferente, mais realista e menos exagerada.
A maioria dos filmes que tratam deste assunto utilizam personagens extravagantes, exagerados. Neste filme podemos observar como realmente a doença funciona e como isso se manifesta na pessoa.
A personagem principal do filme, Maria, interpretada por Lavinia Wilson conseguiu através da sua atuação mostrar para o espectador como a personagem estava se sentindo. Através da direção de fotografia com closes e imagens marcantes e uma trilha sonora mais densa, é possível sentir a angústia da personagem principal.
O filme não é tão conhecido e não foi avaliado no rotten pelos críticos. Apesar de o roteiro não ser o dos melhores e apresentar algumas falhas de apresentação de personagens, a história consegue seguir um rumo certo.
Uma produção mais simples, mas muito significativa no ponto de vista emocional.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraMoonlight nos apresenta uma realidade atual de uma forma natural. O preconceito contra os homossexuais vem crescido a cada dia mais e Barry Jenkins nos mostra isso de uma forma diferente, nos trazendo uma narrativa que funciona bem com a personalidade dos personagens. Todos os dias podemos ler notícias sobre homossexuais que foram espancados até a morte. Ou sobre adolescentes que sofrem bullying na escola por serem homossexuais. Há até aqueles que são expulsos de casa.
O filme, dividido em 3 fases diferentes, nos mostra a infância, adolescência e a fase adulta do personagem Chiron. Cresceu em Miami, na periferia, com uma mãe viciada em drogas que mal se importava com ele. Completamente sufocado pelo bullying que sofre com os colegas, um dia ele se depara com o personagem Juan, um traficante que o ajuda na busca de criar sua prórpria identidade. Os dois buscam em si o afeto que nunca tiveram em suas vidas. Juan se mostrou muito importante para a criação da identidade de Chiron.
Barry Jenkins criou um filme que se saiu bem em todos os aspectos. A ambientação do filme condiz com a história e os objetos colocados em cena dão um complemento a mais para a narrativa. Os tons de azul foram muito bem escolhidos pois o azul neste filme representa a profundidade do sentimento e seus aspectos afetivos são tranquilidade, ternura, afeto e amor, mostrando no final um tom mais escuro conforme a evolução da narrativa. O azul é tão marcante neste filme que há uma cena apenas em que podemos ver o famoso efeito de ‘noite americana’ ou ‘day for night’ muito utilizada por direção de arte e fotografia.
A história funciona bem e o roteiro prende do começo ao fim. Os personagens foram bem construídos, mostrando a evolução de cada um.
A química de Chiron e Kevin foi feita de uma forma delicada, nos apresentando fatos desde a infância para que o espectador entenda como a amizade deles começou e que caminho isso seguiu. Tratada de uma forma emocionante, o desfecho de ambos os personagens no filme foi feito de uma forma não só bonita, mas também simbólica.
No final, o filme nos passa uma mensagem de que o preconceito ainda existe e é muito forte. Retratando a relação homoafetiva de dois homens negros, diversas vezes podemos observar cenas de violência devido ao preconceito existente. Além de tudo isso, é claro, fica bem nítido durante a narrativa como que todo o preconceito e a vida difícil m que teve na sua infância influenciou na vida do personagem principal.
O filme não é lento ou cansativo. Os eventos ocorrem de uma forma concisa e cronológica, sempre mostrando fatos que explicam a situação da cena ou do personagem em si.
Berry Jenkins criou um filme bem feito, bem produzido, com atores excelentes e uma direção de arte e fotografia impecável. Há várias referências no roteiro em relação ao título do filme, dando uma explicação direta e clara do porque este título fora escolhido.
Em minha opinião, Moonlight mereceu o oscar de melhor filme não só pela história em si mas pela forma como isso foi retratado na vida do personagem Chiron.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraDiferente de todos os filmes da serie Marvel, Logan segue uma história diferente, mais emocionante e tocante, principalmente por se tratar da despedida de um personagem que marcou a vida de muitas crianças.
A narrativa do filme foca na desconstrução do personagem Logan e na forma como ele vai se sentindo em relação aos dias atuais. Podemos observar o tempo todos elementos que entregam o emocional do personagem, com uma direção de arte que deixou o filme mais sombrio e denso, além de mostrar a forma não tão conveniente com que ele está lidando com os problemas.
No filme, a relação de Charles e Logan foi muito bem construída, podendo perceber a relação familiar e afetiva entre os dois. Quando X-(Dafne Keen) entra em cena, podemos ver novamente Logan mais desconcertado, sem ideia do que fazer.
Apesar de dar a ideia de se mostrar mais fragilizado, o filme nos mostra também um personagem que sabe ser forte quando quer. Com muitas cenas de ação e um roteiro que soube construir e explicar a história dos personagens da trama, o filme acaba sendo emocionante.
A narrativa não se torna cansativa devido as cenas de ação que acontece o tempo todo no filme. O tom mescla entre o escuro quando mostra o lado mais afetivo de Logan e um tom mais aberto, para mostrar as cenas de ação com mais descrição e detalhes.
Filme bem feito, os efeitos visuais são tão imperceptíveis que parecem reais. Com atores bons, é um filme que conseguiu cumprir o que prometeu.
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 991 Assista AgoraA monster calls traduzido no Brasil como Sete Minutos Depois da Meia-noite e dirigido por Juan Antonio Bayona, a trama nos apresenta o personagem Conor que está com uma mãe sofrendo de câncer e um pai ausente. A pessoa mais próxima com quem convive é sua avó, mas a relação entre eles nunca foi tão boa.
"Histórias não são reais. Elas não ajudam em nada.
- Histórias são criaturas selvagens, Conor. Quem sabe o dano que elas podem causar se você deixar."
O filme trabalha mesclando a realidade com a fantasia, onde temos a perspectiva inteira vista do imaginário de Conor, que apesar de causar grande impacto na vida real é o que lhe ajuda a lidar com a dor de ter uma mãe com câncer.
"A fé corresponde a metade do cura. Acreditar na cura, é acreditar no futuro que está por vir. Sua fé é preciosa, então você precisa ter cuidado no que e em quem acredita."
Escrito por Patrick Ness (o mesmo que escreveu o livro publicado já no brasil com o título sete minutos depois da meia noite), o roteiro te intriga, parecendo que você está lendo um livro infanto juvenil. Porém, mesmo com o toque infantil na trama, há mensagens fortes entre as linhas.
"Alguns de nós consegue ser apenas o bagunçado para sempre".
Diversas veze durante o filme podemos observar a câmera focando no rosto de Conor, com o intuito de mostrar suas emoções. Além disso, o cenário e as imagens no decorrer do filme evoluem junto com a tristeza do personagem principal.
E por falar em personagens, é algo um tanto quanto discutível. O único personagem com nome no filme é Conor. Apesar da relação de todos os personagens principais (vô, mãe e pai) serem bem trabalhadas, senti falta de saber o nome dos personagens.
O pai, muito ausente, é interpretado por Toby Kebbel que ficou muito conhecido por participar de Black Mirror. Mesmo não aparecendo muito, ele conseguiu representar bem o papel de pai neste filme.
Além de ter que lidar com os problemas em casa, Conor ainda tinha que lidar com o bullying na escola. Uma ocorrência que sempre aparece não só nos filmes mas na vida real também e é um tema que deve ser sempre discutido, afinal é algo que parece nunca ter fim.
Emocionante e intrigante, 'A monster calls' não é só uma fantasia. Ele retrata a dor da perda de um ente querido. A bagagem de uma criança tão nova ter que lidar com problemas tão grandes e conflituosos que, por ser tão jovem, talvez nem compreenda direito a natureza das coisas. Foi assim que Conor começou a ter seus pesadelos, achando em suas fantasias um modo de criar forças para aceitar sua própria verdade.
"Você acredita em mentiras confortantes, quando sabe que a verdade doída torna essas mentiras necessárias."
A Caixa de Pandora
1.9 16 Assista AgoraÉ bizarro, mas eu amava esse filme quando era criança HAHUAHUAHU