Vejo alguns comentários sobre o filme possuir um olhar "estrangeirizado" do país. Discordo e muito! Mas para perceber isso, é primeiro necessário deixar de ver o filme como um filme sobre O Brasil. Pois ele é sobre Orfeu, Eurídice e seu carnaval. O filme só se torna um retrato d'O Brasil para justamente quem não o conhece, pois é na verdade um singelo retrato de UM Brasil, através de uma bela história e em uma bela cidade.
A melhor versão que assisti até agora. Tem uma barriga no meio, quando se demora um pouco demais na relação Daisy/Gatsby, porém senti que conseguiu capturar bem o espírito do livro. Foi bem feito sobretudo no mistério inicial sobre Gatsby, que é o que nos permite entrar verdadeiramente na relação com o filme. Ressalto ainda que o Redford tentou bastante, mas não era a pessoa certa para esse papel mesmo.
Apesar de contar com um final bom, o filme não consegue nos fazer conectar emocionalmente com os personagens no início, o que prejudica a experiência como um todo. Além dessa primeira parte maçante, o estilo de narração adotado, bem como outras características dos diálogos e cenários, retira qualquer sutileza que a obra original contém, nos jogando na cara todas as coisas que poderiam ser deixadas subentendidas, o que termina por eliminar o mistério e a fascinação que motivariam o enredo.
Velho, eu assisti esse filme semana passada, tava na minha lista há um tempão. Devia ter ficado na lista mesmo.
Pqp, que filme ruim. Só tem meia graça no início, descamba pra umas piadas sobre velhinha sofrendo e finaliza com um discurso moral que absolutamente NINGUÉM conseguiria defender sem o efeito de psicotrópicos. Sem falar na parte de caricaturismo de religiões de matriz africana e da personagem jornalista que
Na primeira metade do filme, os diretores pretendem estabelecer um contrato com o espectador, que eu poderia resumir no seguinte termo: "esse cara é um bosta, um ser patético... mas você vai torcer por ele".
Eles te fazem aceitar essa proposta não pela sedução, até porque seria inútil ir por esse caminho, mas pela pura força bruta. A trama e as cenas são desorientantes, confusas. Muita informação, muitos personagens, e o enredo pega um desvio assim que você acha que sacou pra onde vai. Apenas duas infos são essenciais nesse início e, devido à agitação frenética do resto, é nelas que você se apega: Adam Sandler tá devendo uma grana alta, e ele só tá tomando decisão errada.
É a partir daí que os Safdie sacam a arma secreta pra fazer o espectador se engajar no filme: pena. Eles querem que você tenha pena do Howard. E, convenhamos, se tem alguém com experiência no departamento "personagens dignos de pena", esse ator é o Adam Sandler, o que explica o casamento perfeito entre ator e papel.
É como um roteiro de filme de assalto a banco às avessas. O cara vai a todo momento estruturando planos e tentando andar no fio da navalha, só que literalmente tudo dá errado, e a única ação que ele consegue fazer é ficar saindo de um buraco pra entrar no outro. Até quando ele tem o "direito moral" de se dar bem, pela sua perspicácia na primeira aposta, a realidade chega pra dar uma rasteira nele.
Quando finalmente vemos ele quebrar por completo, na cena em que chora para a amante, chega a dar um alívio. Ele se deu mal, mas pelo menos vai ter uma graninha pra pagar e apaziguar a situação. A sensação de crise de ansiedade que vem se mantendo desde o início começa a diminuir. E então começa o clímax do longa.
Entendo quem não xingou em voz alta quando o KG errou aquele lance livre. Nem todo mundo tem coração, e quem não tem geralmente não tem culpa disso. Foi nesse momento que eu percebi o quanto estava investido na tragédia que se formava, e isso é mérito dos diretores e do ótimo Adam Sandler. E quando o final feliz veio e foi brutalmente arrancado, deixando aquele gostinho de apatia misturado com desolação, reconheci que tinha de fato assistido um filme fora de série.
Quando Scorcese criticou os filmes de super-herói comparando-os com atrações de parque de diversão, ele ainda não tinha assistido esse filme, creio eu. Se não, teria percebido que a comparação é descabida, e de nenhuma forma diferencia cinema de outra coisa. Joias Brutas é um exemplo genuíno de montanha-russa em forma de filme, que desacelera apenas nos momentos certos, antes das grandes quedas. E que passeio alucinante este filme me proporcionou.
Publicado também em meu blog: https:// blogcomoeuvejo . wordpress . com /2020/01/31/joias-brutas-2019-analise/
Muito se fala do pós-terror. Vi muito esse filme swndo indicado como um dos elementos desse fenômeno. Porém, após assisti-lo, não percebi nenhum elemento claro que o diferenciasse de um filme de "terror clássico". Acho que essa classificação de pós-terror está sendo utilizada apenas como um indicativo de terror "bom", já que por muito tempo o gênero sofreu com desprezo da crítica e baixo orçamento. Se alguém puder dar uma luz sobre o assunto, tamos aí.
Essa história trágica, contada de um modo bem paciente, alternando entre as cenas "documentais" e tomadas de ambientação, me prendeu do início ao fim. Acho que nunca fiquei olhando para imagens borradas com tanto interesse por tanto tempo ahhahaha.
O roteiro é bem ruim, e tenta salvar tudo jogando o que as pessoas passaram a associar com Star Wars nas sequências finais. O resultado é uma conclusão que vai te emocionar pelo que você já havia visto nos outros filmes, e essa alimentação forçada de nostalgia não é o que eu espero de filmes que tentem ser alguma coisa. Com a exceção da relação entre Kylo e Rey, uma trama que de fato foi construída durante os três longas, todo o resto é, na melhor das hipóteses, biônico. Por mais legítimas que sejam as críticas aos outros dois da trilogia, eles pelo menos tentaram ser alguma coisa, ao invés de qualquer coisa.
E por favor, alguém avise ao JJ para parar com os lens flares aleatórios.
O estilo e o tom não têm quase nada a ver com O Iluminado, mas muito a ver c a história do filme. Este tem mais aventura e ação, em vez de se basear mais na estranheza e calma do filme do Kubrick. É um feito que o Mike Flanagan tenha feito isso funcionar, eu estava muito cético de que poderia.
Uma despedida dos amigos Badger e Skinny Pete Uma parte doentia da relação com o Todd Uma vingança que nem sabíamos que havia possibilidade Um certo fechamento pra relação com o Brock e com a própria família Um final "feliz" de recomeço pro Jesse
Ou seja, nada. Nada ao menos que não poderíamos intuir do fim do seriado. O que tem suas vantagens. Havia a possibilidade de expandir o enredo e colocar o Jesse em uma situação nova, intrigante e emocionante, estilo Breaking Bad. Estou satisfeito que isso não tenha acontecido, pois o fim de BB é muito adequado, e elogiado até hoje por sua competência se comparado aos fins de outras séries de similar popularidade. A escolha feita foi a de focar numa história mais intimista e reflexiva, que deu a oportunidade do Aaron Paul de atuar e do Vince Gilligan de dirigir muito bem. Uma escolha que impede certas liberdades que, se tomadas, provavelmente estragariam o enredo. Portanto, El Camino foi a única coisa que poderia ter sido sem ser um cash-grab descarado que desvirtuaria os personagens e as conclusões da série. O que fez dele um cash-grab envergonhado, um final pra o que todo mundo já sabia que tinha sido terminado.
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1KTem uma história gostosa.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraÉ um filme quieto.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraComo atua bem esse Mads hein pqp. A diferença entre ele melancolico no início com ele alegrinho assim que começa o "experimento".
Orfeu do Carnaval
3.7 123 Assista AgoraVejo alguns comentários sobre o filme possuir um olhar "estrangeirizado" do país. Discordo e muito! Mas para perceber isso, é primeiro necessário deixar de ver o filme como um filme sobre O Brasil. Pois ele é sobre Orfeu, Eurídice e seu carnaval. O filme só se torna um retrato d'O Brasil para justamente quem não o conhece, pois é na verdade um singelo retrato de UM Brasil, através de uma bela história e em uma bela cidade.
A Despedida
4.0 298Simples, bonito e profundamente familiar.
Soul
4.3 1,4KUma perfeita representação do "sonho" prometido pelo neoliberalismo democrata americano.
O Jerry é um violão.
Até o Céu Tem Limites
3.9 3Ótimo filme, e achei curioso como esse tomou muito mais liberdades em relação à obra original que os outros. Vale a pena ver.
O Grande Gatsby
3.7 137 Assista AgoraA melhor versão que assisti até agora. Tem uma barriga no meio, quando se demora um pouco demais na relação Daisy/Gatsby, porém senti que conseguiu capturar bem o espírito do livro. Foi bem feito sobretudo no mistério inicial sobre Gatsby, que é o que nos permite entrar verdadeiramente na relação com o filme. Ressalto ainda que o Redford tentou bastante, mas não era a pessoa certa para esse papel mesmo.
O Grande Gatsby
3.2 6Melhor que o de 2013, pelo menos. Conseguiu capturar melhor a sutileza do livro, ainda que não tenha tido a mesma quantia de dinheiro produzindo.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista AgoraApesar de contar com um final bom, o filme não consegue nos fazer conectar emocionalmente com os personagens no início, o que prejudica a experiência como um todo. Além dessa primeira parte maçante, o estilo de narração adotado, bem como outras características dos diálogos e cenários, retira qualquer sutileza que a obra original contém, nos jogando na cara todas as coisas que poderiam ser deixadas subentendidas, o que termina por eliminar o mistério e a fascinação que motivariam o enredo.
Enola Holmes
3.5 816 Assista AgoraPodia ser menos meloso, mas acho que isso já vem na proposta do filme.
O Candidato Honesto
2.5 432 Assista AgoraVelho, eu assisti esse filme semana passada, tava na minha lista há um tempão.
Devia ter ficado na lista mesmo.
Pqp, que filme ruim. Só tem meia graça no início, descamba pra umas piadas sobre velhinha sofrendo e finaliza com um discurso moral que absolutamente NINGUÉM conseguiria defender sem o efeito de psicotrópicos. Sem falar na parte de caricaturismo de religiões de matriz africana e da personagem jornalista que
se apaixona pelo Hassum por causa de um complexo de Édipo mal resolvido.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraÉ um filme difícil, e, justamente por isso, muito belo.
Fora de Série
3.9 492 Assista AgoraÉ o Superbad da próxima geração. E é melhor.
Salve Satanás?
3.8 30Ave Satanas, meu laicizado!!
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraNa primeira metade do filme, os diretores pretendem estabelecer um contrato com o espectador, que eu poderia resumir no seguinte termo: "esse cara é um bosta, um ser patético... mas você vai torcer por ele".
Eles te fazem aceitar essa proposta não pela sedução, até porque seria inútil ir por esse caminho, mas pela pura força bruta. A trama e as cenas são desorientantes, confusas. Muita informação, muitos personagens, e o enredo pega um desvio assim que você acha que sacou pra onde vai. Apenas duas infos são essenciais nesse início e, devido à agitação frenética do resto, é nelas que você se apega: Adam Sandler tá devendo uma grana alta, e ele só tá tomando decisão errada.
É a partir daí que os Safdie sacam a arma secreta pra fazer o espectador se engajar no filme: pena. Eles querem que você tenha pena do Howard. E, convenhamos, se tem alguém com experiência no departamento "personagens dignos de pena", esse ator é o Adam Sandler, o que explica o casamento perfeito entre ator e papel.
É como um roteiro de filme de assalto a banco às avessas. O cara vai a todo momento estruturando planos e tentando andar no fio da navalha, só que literalmente tudo dá errado, e a única ação que ele consegue fazer é ficar saindo de um buraco pra entrar no outro. Até quando ele tem o "direito moral" de se dar bem, pela sua perspicácia na primeira aposta, a realidade chega pra dar uma rasteira nele.
Quando finalmente vemos ele quebrar por completo, na cena em que chora para a amante, chega a dar um alívio. Ele se deu mal, mas pelo menos vai ter uma graninha pra pagar e apaziguar a situação. A sensação de crise de ansiedade que vem se mantendo desde o início começa a diminuir. E então começa o clímax do longa.
Entendo quem não xingou em voz alta quando o KG errou aquele lance livre. Nem todo mundo tem coração, e quem não tem geralmente não tem culpa disso. Foi nesse momento que eu percebi o quanto estava investido na tragédia que se formava, e isso é mérito dos diretores e do ótimo Adam Sandler. E quando o final feliz veio e foi brutalmente arrancado, deixando aquele gostinho de apatia misturado com desolação, reconheci que tinha de fato assistido um filme fora de série.
Quando Scorcese criticou os filmes de super-herói comparando-os com atrações de parque de diversão, ele ainda não tinha assistido esse filme, creio eu. Se não, teria percebido que a comparação é descabida, e de nenhuma forma diferencia cinema de outra coisa. Joias Brutas é um exemplo genuíno de montanha-russa em forma de filme, que desacelera apenas nos momentos certos, antes das grandes quedas. E que passeio alucinante este filme me proporcionou.
Publicado também em meu blog: https:// blogcomoeuvejo . wordpress . com /2020/01/31/joias-brutas-2019-analise/
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraMuito se fala do pós-terror. Vi muito esse filme swndo indicado como um dos elementos desse fenômeno. Porém, após assisti-lo, não percebi nenhum elemento claro que o diferenciasse de um filme de "terror clássico". Acho que essa classificação de pós-terror está sendo utilizada apenas como um indicativo de terror "bom", já que por muito tempo o gênero sofreu com desprezo da crítica e baixo orçamento. Se alguém puder dar uma luz sobre o assunto, tamos aí.
Estrada Sem Lei
3.6 242 Assista AgoraCada tentativa de ver, um cochilo diferente.
Lake Mungo
3.2 290Me arrepiei todo no final!
Essa história trágica, contada de um modo bem paciente, alternando entre as cenas "documentais" e tomadas de ambientação, me prendeu do início ao fim. Acho que nunca fiquei olhando para imagens borradas com tanto interesse por tanto tempo ahhahaha.
Plano-Sequência dos Mortos
4.1 107ESSE FILME É MUITO LEGAL CARA
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraO roteiro é bem ruim, e tenta salvar tudo jogando o que as pessoas passaram a associar com Star Wars nas sequências finais. O resultado é uma conclusão que vai te emocionar pelo que você já havia visto nos outros filmes, e essa alimentação forçada de nostalgia não é o que eu espero de filmes que tentem ser alguma coisa. Com a exceção da relação entre Kylo e Rey, uma trama que de fato foi construída durante os três longas, todo o resto é, na melhor das hipóteses, biônico. Por mais legítimas que sejam as críticas aos outros dois da trilogia, eles pelo menos tentaram ser alguma coisa, ao invés de qualquer coisa.
E por favor, alguém avise ao JJ para parar com os lens flares aleatórios.
Deixe a Neve Cair
2.8 275 Assista AgoraÉ exatamente aquilo lá. E só.
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraO estilo e o tom não têm quase nada a ver com O Iluminado, mas muito a ver c a história do filme. Este tem mais aventura e ação, em vez de se basear mais na estranheza e calma do filme do Kubrick. É um feito que o Mike Flanagan tenha feito isso funcionar, eu estava muito cético de que poderia.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraO que o filme adiciona factualmente à história que sabíamos do Jesse no fim da série?
Uma despedida dos amigos Badger e Skinny Pete
Uma parte doentia da relação com o Todd
Uma vingança que nem sabíamos que havia possibilidade
Um certo fechamento pra relação com o Brock e com a própria família
Um final "feliz" de recomeço pro Jesse
Ou seja, nada. Nada ao menos que não poderíamos intuir do fim do seriado. O que tem suas vantagens.
Havia a possibilidade de expandir o enredo e colocar o Jesse em uma situação nova, intrigante e emocionante, estilo Breaking Bad. Estou satisfeito que isso não tenha acontecido, pois o fim de BB é muito adequado, e elogiado até hoje por sua competência se comparado aos fins de outras séries de similar popularidade.
A escolha feita foi a de focar numa história mais intimista e reflexiva, que deu a oportunidade do Aaron Paul de atuar e do Vince Gilligan de dirigir muito bem. Uma escolha que impede certas liberdades que, se tomadas, provavelmente estragariam o enredo.
Portanto, El Camino foi a única coisa que poderia ter sido sem ser um cash-grab descarado que desvirtuaria os personagens e as conclusões da série. O que fez dele um cash-grab envergonhado, um final pra o que todo mundo já sabia que tinha sido terminado.