Decepcionante, dado que os filmes mais recentes tiveram uma base em um contexto muito moderno. Ponto de ruptura por tramas de má qualidade, personagens confusos e uma falta geral de foco.
O filme não é ruim, achei a premissa até boa. Além disso, fizeram uma metáfora sobre trauma e questões psicológicas não tratadas/superadas. Só tem um porém, eu acho que não entregou a resposta da protagonista para a descoberta dela:
A Rose consegue relacionar os suicídios e demais casos com a "maldição", ela vai atrás, investiga, descobre e depois não faz muita coisa além disso. Então, meio que não dá em nada essa descoberta, já que ela não cria um plano mais rebuscado para quebrar a maldição.
Definitivamente Mia Goth se tornou uma das minhas atrizes favoritas depois desse filme. É sério isso. Ao tornar a personagem central o foco da narrativa desde os primeiros instantes, passamos a ver o mundo pelo seu olhar e a dividir suas frustrações e esperanças. Porém é mais que uma vítima ou antagonista, há uma construção de uma pessoa mentalmente perturbada, sem lugar no mundo e que concilia uma inocência infantil com um outro lado violento e delirante. O longa também brinca com a estética pueril e melodramática dos cinema americano dos anos 50 de maneira inspirada, desde os créditos entoados por uma trilha suntuosa com letreiros até as expressões que ela faz. Genial.
Esperava algo mais na narrativa até pelo estúdio A24, como também pela atuação da Mia Goth (que a conheci depois de assistir o filme Suspiria), porém gosto das referências a clássicos do terror, como a câmera acompanhando o machado enquanto o objeto corta a porta. No entanto, o mais marcante no filme talvez seja o comentário sobre supostas “purezas comportamentais”. Exemplo visual e que serve à narrativa: logo no início, a turma sai de um canto no meio do nada e que representa o retrocesso, mas o redor desse local é cercado de fábricas, indicando o progresso econômico que ocorria na época, à margem.
É um filme que podia ter tido mais meia hora pra explicar certas coisas que ficaram corridas, mas no geral, mesmo tendo alguns clichês, o filme dá momentos de tensão. Assisti sem esperar muita coisa, única crítica é que poderia ter tido mais uns 20 minutos pra explicar a parte mais sobrenatural.
Não sei se isso é considerado spoiler, mas, enfim:
Diferente dos dois filmes anteriores do Jordan Peele, as críticas sociais (especialmente sobre o racismo) são menos explícitas, mas continuam presentes. O foco aqui está sobre a espetacularização mórbida, a busca pela fama e a crueldade intrínseca da indústria do entretenimento, que usa até o osso e cospe fora o que não interessa mais (sejam artistas, gêneros, o que for). Notem que as duas tramas (a do Gordy e a atual) seguem a mesma narrativa:
Uso abusivo de animais em espetáculos (o chimpanzé e a criatura), com perda do controle sobre eles. Reparem que os dois animais são abatidos depois de matarem pessoas, mas a espetacularização persiste (respectivamente, no quartinho do parque e na foto que vai para a Oprah...).
O filme criou narrativas e relações entre os personagens muito interessantes, mas acho que não foram muito exploradas. Talvez um pouco ao abordar as compulsões e obsessões relacionadas aos traumas, que estão tão enraizados que são difíceis de identificar. A vida da protagonista parecia perfeita, mas a gente vê que ela se sente extremamente sufocada e solitária (Só depois de assistir o filme que vi que não é a Jennifer Lawrence que a interpreta! Meu Deus, são bem parecidas, hahahaha). O conceito de gravidez é algo que pode assustar por si só e, trazendo um conteúdo estranho, se torna mais esquisito. Acho que o filme decai um pouco quase no fim, mas é necessário essa parte para demonstrar a quebra da perfeição-realidade em que a personagem vivia.
O filme, em relação à qualidade técnica, é impecável. No entanto, há cenas ali meio desconexas e certas atuações bastante questionáveis. Tem muitos furos também no roteiro, principalmente ali mais próximo do final, pois há muitas pontas soltas. Não levei tanto susto e nem me impressionou muito, achei muito fraco todo o andamento do terror, já que era essa a finalidade. De resto, é uma película que aborda vários temas, desde o racismo até gentrificação, talvez esse seja a sua principal temática. Me deu vontade de assistir a versão produzida em 1992 para fazer alguma comparação.
Acho que a proposta foi escancarar os clichês mesmo, há um entretenimento honesto pelo menos nesse quesito. Não é algo que atrapalhe, pelo contrário, o filme consegue te divertir muitas vezes, o roteiro sabe conduzir, apesar de existir alguns furos. Há bons efeitos e atuações convincentes também, esse filme foi feito pro Ryan Reynolds mesmo. É bonzinho, não é grande coisa, mas te entretém.
É melancólico e tem uma atmosfera triste, essa foi a sensação que tive. O filme tenta mapear psicologicamente as emoções da protagonista emaranhadas de tristeza, culpa e raiva, basicamente, em seu senso de realidade cada vez mais fragmentado. Há um subconjunto de horror que achei que se encaixa perfeitamente: contos vagarosos de pessoas enfrentando forças terríveis e misteriosas em uma casa, quase fazendo o tormento psicológico valer a pena suportar pra quem assiste. Tem muito simbolismo envolvido até o final, é a parte que considerei mais interessante.
Que filme massa de ver, cara, sinceramente. A simplicidade do roteiro se alia à profundidade conquistada de cada personagem, desenvolvimento brilhante. O rigor técnico é descomunal mesmo, seja na viagem profunda sobre drama familiar e incertezas da vida, seja na visão tão distinta e sensível do diretor de olhar o mundo, ou ainda os grandes planos-abertos que abarcam uma representação arenosa e desértica do personagem principal, que vai transitar pelo deserto simbólico e vazio da solidão.
O filme é um pouco sobre não aceitar ser aquilo que a história nos programou para ser, sobre encontrar a liberdade pessoal. Porque aceitar nosso lugar pode ser assombroso, é destruir as possibilidades do depois. O passado pode ser incurável, mas o futuro, quando não se sabe o que encontrar, pode ser libertador, pode ser a salvação.
Apesar de ser categorizado como aventura, não adota um tom leve na narrativa. Pelo contrário, apresenta personagens complexos, envolvidos numa situação extremamente angustiante e perfeitamente possível de acontecer, capaz de sugar realmente quem está assistindo pra dentro da história com enorme eficiência. Aborda, além disso, a chegada da civilização e o conflito que o progresso gera entre os habitantes da região e as pessoas das grandes cidades. Muito bom mesmo.
A questão da burocracia é apenas uma entre tantas questões que poderia simbolizar e que inspiraria os produtores/diretores nessa crítica que fazem ao capitalismo moderno. O glamour dos anos 1950, por exemplo, (no filme visto nos trajes, nos prédios, nos restaurantes etc.) serve apenas como uma aparência, uma casca, um cenário que serve para a elite se sentir bem, mas que esconde a pobreza, a sujeira, a feiúra, que é a realidade da maioria. Não sei, mas creio que nosso país mesmo possa ter sido alguma inspiração para o filme. Há também a questão da alegria e da felicidade “natural” da população – que o filme trabalha principalmente na música e nas imagens paradisíacas que ela evoca, como também a preocupação externa com a aparência. Todos estes são cascas a esconder algo. Cercado de mensagem subliminar. Porém, em termos de técnica, de ritmo de filme, é bem cansativo sim, em um ciclo interminável pairando na mesma crítica. Não se propõe a fazer soluções, sendo a única alternativa o escapismo utópico do personagem.
Tava na cara desde o primeiro frame: a intenção do filme é satirizar o universo roqueiro, mais precisamente aquele midiático que começou a criar forma a partir da metade dos anos 80, com todos aqueles arquétipos prontos, mostrando os bastidores do rock como um universo de fantasia adolescente. A presença humana que habita esse mundo, quando vista com objetividade e sem olhar de fã, parece um tanto ridícula, desde os penteados e roupas até as idéias e a forma infantil e egocêntrica de se expressar. A sátira funciona perfeitamente e é maravilhosa, sobretudo, porque o filme jamais faz chacota do seu objeto. Sim, é uma comédia que brinca com os egos inflados dos roqueiros oitentistas (heavy/hard rock, à lá Twisted Sister, Judas Priest e companhia), mas satiriza esse universo de uma forma muito branda, o que gostei. Não é exagerado, não é forçado, não é over. Muito pelo contrário, é simplista até demais, talvez pela tática de “documentário”.
Sempre imaginei como seria um encontro desses dois heróis em filme. Desde criança tentava colocar em situação palpável um mundo onde existisse Gotham e Metropolis ao mesmo tempo ali, bem real mesmo, mas sempre me corrigia, acreditando que as coisas só funcionavam dessa maneira, os dois tendo universos diferentes e excludentes, que nunca se controvertiam. Eu até achava inocentemente que seria quase uma afronta acontecer isso em filme, inadmissível.
Cara, vibrei muito no cinema: puta merda, era possível. Já veio na memória todos os desejos imaginários que já tinha feito na vida. E agora ali, na minha frente, os dois coexistindo em um mesmo espaço. O filme ganha meus singelos créditos primeiramente por esse meu entusiasmo pessoal que ficava levando sempre comigo. Isso, pelo menos, me preencheu, ainda bem.
Não adiantava juntar eles dois sem uma história foda por trás, tinha consciência disso. Ainda mais de toda essa enxurrada bem roteirizada de Nolanverse que tivemos. Creio que posso dizer que tanto para a massa, para o povão leigo, como para os fãs, o filme não convence. Infelizmente, me decepcionei com a síntese da narrativa. O conhecimento de Lex Luthor acerca das identidades secretas, suas informações sobre a existência dos “meta-humanos”, do seu propósito real em querer colocar ambos para lutarem, da sua ambição com a nave e inteligência alienígena ficaram muito, mas muito rasos, muito superficiais, para citar os maiores problemas e furos do filme. Como também algo que fiquei chateado foi a conformidade fácil de que, na verdade, os dois heróis possuíam princípios em comum e que o vilão na verdade, era o Lex. Esperando o filme todo a batalha entre eles, para essa acabar talvez em menos de 10 minutos e, no final, cair a ficha muito facilmente e besta de que são amiguinhos. Sem nada no âmbito psicológico ou ideológico.
Zack Snyder faz com maestria seu jogo de efeitos e fotografia, não se poder haver crítica negativa acerca disso. É uma coisa já original sua, muito bem feita, trabalhada, investida mesmo. Mas não tem segurança em querer conta uma história concisa e decente. Acho que foi um milagre de Krypton ele acertar em Watchmen. Coloco destaque também para a participação da Mulher-Maravilha nas cenas em que aparece, e a abertura do que seria uma Liga da Justiça futuramente, essa que deu a impressão de que foi o próprio Lex que inventou ao já criar os logotipos.
É um bom início de identidade do universo DC no cinema, esse lado meio sombrio. Mas não creio ser viável o Snyder tomar conta de tudo. Ainda bem que cada filme solo seguinte dos membros da Liga vão ser de diretores diferentes, visões singulares e, consequentemente, escritos de roteiro também.
Agora acredito fielmente que 1973 foi um ano completo: a música progressiva criou patamares antes nunca alcançados ao se tornar mainstream, as questões sociais e políticas chegaram ao seu acordo mais cívico e harmônio em alguns lugares, depois de todo aquele hipperismo dos anos 60, e o cinema psicológico e surreal de Jodorowsky se tornara mais um ponto de referência para se fazer crítica e sarcasmo com ajuda da arte. Um imaginário alucinado e repleto de ironia. Repleto de humor ácido. Nada, na história, nenhum dos estranhos símbolos presentes em cada cena, é aleatório: tudo está ali por algum motivo.
Uma das experiências mais fascinantes em termos de cinema das últimas décadas, sem dúvida nenhuma. É preciso aferro e coragem para seguir a jornada tétrica de um menino que estraga a inocência em meio ao simbólico caos bélico. É relativamente simples, mas, nem por isso, deixa de impactar. Manifesto incisivo de alto teor político contra a barbárie, mostrando traços marcantes de violência e espasmos de denúncia social, juntado a uma trilha sonora muito bem escolhida e fotografia impecável. O horror de Florya é, em certa medida, o nosso horror. Somos expostos sem rodeios a corpos destroçados, fogaréus covardes, lividez de cadáveres e ganidos de dor, e essa exposição nos desorienta, fazendo parte da proposição descentralizadora de Klimov. Genialidade.
Simplesmente a única gravação em excelente qualidade de produção em que podemos ver os integrantes ainda jovens e tocando hits da fase mais lisérgica da banda. Você nunca vai encontrar essa condição por aí, em se tratando de filmagens naquele período (69-75), talvez áudios em boa qualidade ou vídeos de bastidores, mas os shows propriamente ditos, vão deixar a desejar. Cara, se na época inventassem de fazer outro também tocando o Dark Side completo, ia ser mesmo uma coisa áurea pra eternidade!
Com exceções a parte, em se tratando de atuação e constrangimento dos atores com a tentativa de representar momentos mais verossímeis, o filme tem uma boa linearidade e história pra acompanhar, dá pra assistir até o final. É divertido, a história do Tim é divertida, principalmente a primeira parte quando jovem até a fase Soul de volta pro Brasil. Tudo ali foi muito bem escrito e filmado.
Mas ia ser perfeito mesmo se não houvesse situações tão forçadas, tão “bestas” mesmo, sem profundidade de alguns personagens. Se o Cauã Reymond, por exemplo, se limitasse apenas na narração, ou se a Alinne Morais se empenhasse de verdade para o que tava fazendo, ia ser meio caminho andado. E ainda tem aquele rapaz que faz o Roberto Carlos!!! O filme também é muito longo porque deram muita ênfase em coisa desnecessária, ao invés de focar com mais atenção na fase da Cultura Racional e na própria relação com os filhos e a família, o que tornaria a história mais humana e valorizaria a identidade do Tim, mostrando o que ele tem de pensamento único que pudesse se distanciar de uma mesma rebeldia encontrada no filme do Cazuza e do Renato Russo, por exemplo...
Tem uma mudança aí que pode se destacar de outros filmes “populares” no Brasil: um comprometimento real em fazer uma fotografia impecável, recriação de épocas pela cenografia ou figurino, e a seleção das músicas, não se limitando somente às conhecidas. Foi um negócio que gostei bastante.
Acho que o filme não focou muito na trajetória do Paulo enquanto escritor, o que é uma pena. O fetiche foi mais mostrar o misticismo da vida dele ou algo mais psicológico. Mas é muito bom, sim. É um roteiro bem diferente para uma biografia, privilegiando na edição também cortes rápidos, talvez para esconder um pouco que muitas iniciativas ali não tem sequência normal, intercalando com os anos 60 ou 80, com um outro momento totalmente avesso. Para um “ah, mais um filme brasileiro” e se tratando de biografias, ele fica bem acima.
Impecável, impecável mesmo tanto a história como a edição. Muito original e bem sacada. Fugiu dos estilos prontos de cinebiografia de cantores ou outros artistas, que sempre tinha aquele roteiro todo enquadrado da infância à morte, ou mostrando os melhores hits que aquela pessoa fez. Disso já sabia que existia alguns, em se tratando de Jimi, e são todos repetitivos e bem superficiais, além de haver muito documentário a respeito. Apesar de não ter gostado da atuação não muito penetrante do ator que fez o Jimi, o filme focou no diálogo em si, na introspecção, na convivência real com os outros personagens, algo mais verossímil e bem humano.
Quem dera se os filmes brasileiros que investem em história de artistas famosos também seguisse essa linha.
Fui ver esse filme muito tardiamente, mas valeu a pena. Esperando que fosse bom, independente de quem dirigiu, quem fez ou atuou. Misturar ficção com existencialismo é uma pegada já corriqueira que sempre vou gostar de assistir. Mas, se for falar dos melhores filmes do Nolan, esse fica abaixo da Origem ou dos Batmans. Não sei se por eu achar que faltou uma trilha sonora mais carregada ou a presença de mais ação, ou um “mistério extraterrestre” que é comum nos filmes do gênero.
Mas valeu a pena pelas emoções contidas, principalmente no que diz respeito à passagem do tempo.
Sempre perdia o filme, nunca conseguia assistir, mas foi compensador. É estranho, é bizarro, é esquisito, mas é foda de engraçado. No começo, achei muito absurdo e surrealista, porém, com o passar do tempo fui entendendo as críticas e o sarcasmo por de trás de tudo. Tem que ter um pouco de paciência para que as peças possam se encaixar e o filme ficar mais interessante.
Tudo se baseia em como as pessoas desejam ser outras o tempo todo; como o sucesso depende das influências que você já tem; como o amor pode ser colocado a prova de posses e dinheiro e como controlar outra pessoas pode ser prazeroso.
Cara, me surpreendi pela simplicidade. Tecnicamente, tudo é bem construído: montagem, direção de arte, trilha sonora, a escolha dos atores, fotografia, nada deixa a desejar. Foi entre as gratas surpresas pra mim, eu pensando ser um filme besta romântico de comediazinha. Apresenta uma mensagem impossível de não nos tocar profundamente.
Afinal, quem tem o poder de mudar a vida somos nós mesmos, sem a necessidade de algum mecanismo que altere seu rumo ou um controle em nossas mãos, fazendo de cada dia, o último.
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraDecepcionante, dado que os filmes mais recentes tiveram uma base em um contexto muito moderno. Ponto de ruptura por tramas de má qualidade, personagens confusos e uma falta geral de foco.
Sorria
3.1 845 Assista AgoraO filme não é ruim, achei a premissa até boa. Além disso, fizeram uma metáfora sobre trauma e questões psicológicas não tratadas/superadas. Só tem um porém, eu acho que não entregou a resposta da protagonista para a descoberta dela:
A Rose consegue relacionar os suicídios e demais casos com a "maldição", ela vai atrás, investiga, descobre e depois não faz muita coisa além disso. Então, meio que não dá em nada essa descoberta, já que ela não cria um plano mais rebuscado para quebrar a maldição.
Pearl
3.9 992Definitivamente Mia Goth se tornou uma das minhas atrizes favoritas depois desse filme. É sério isso. Ao tornar a personagem central o foco da narrativa desde os primeiros instantes, passamos a ver o mundo pelo seu olhar e a dividir suas frustrações e esperanças. Porém é mais que uma vítima ou antagonista, há uma construção de uma pessoa mentalmente perturbada, sem lugar no mundo e que concilia uma inocência infantil com um outro lado violento e delirante. O longa também brinca com a estética pueril e melodramática dos cinema americano dos anos 50 de maneira inspirada, desde os créditos entoados por uma trilha suntuosa com letreiros até as expressões que ela faz. Genial.
A cena dela sorrindo com os créditos passando! MEU DEUS
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraEsperava algo mais na narrativa até pelo estúdio A24, como também pela atuação da Mia Goth (que a conheci depois de assistir o filme Suspiria), porém gosto das referências a clássicos do terror, como a câmera acompanhando o machado enquanto o objeto corta a porta. No entanto, o mais marcante no filme talvez seja o comentário sobre supostas “purezas comportamentais”. Exemplo visual e que serve à narrativa: logo no início, a turma sai de um canto no meio do nada e que representa o retrocesso, mas o redor desse local é cercado de fábricas, indicando o progresso econômico que ocorria na época, à margem.
Agora vô tentar assistir Pearl.
O Telefone Preto
3.5 1,0K Assista AgoraÉ um filme que podia ter tido mais meia hora pra explicar certas coisas que ficaram corridas, mas no geral, mesmo tendo alguns clichês, o filme dá momentos de tensão. Assisti sem esperar muita coisa, única crítica é que poderia ter tido mais uns 20 minutos pra explicar a parte mais sobrenatural.
Não sei se isso é considerado spoiler, mas, enfim:
Ótima escolha da música do Pink Floyd, hahaha
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraDiferente dos dois filmes anteriores do Jordan Peele, as críticas sociais (especialmente sobre o racismo) são menos explícitas, mas continuam presentes. O foco aqui está sobre a espetacularização mórbida, a busca pela fama e a crueldade intrínseca da indústria do entretenimento, que usa até o osso e cospe fora o que não interessa mais (sejam artistas, gêneros, o que for). Notem que as duas tramas (a do Gordy e a atual) seguem a mesma narrativa:
Uso abusivo de animais em espetáculos (o chimpanzé e a criatura), com perda do controle sobre eles. Reparem que os dois animais são abatidos depois de matarem pessoas, mas a espetacularização persiste (respectivamente, no quartinho do parque e na foto que vai para a Oprah...).
Devorar
3.7 368 Assista AgoraO filme criou narrativas e relações entre os personagens muito interessantes, mas acho que não foram muito exploradas. Talvez um pouco ao abordar as compulsões e obsessões relacionadas aos traumas, que estão tão enraizados que são difíceis de identificar. A vida da protagonista parecia perfeita, mas a gente vê que ela se sente extremamente sufocada e solitária (Só depois de assistir o filme que vi que não é a Jennifer Lawrence que a interpreta! Meu Deus, são bem parecidas, hahahaha). O conceito de gravidez é algo que pode assustar por si só e, trazendo um conteúdo estranho, se torna mais esquisito. Acho que o filme decai um pouco quase no fim, mas é necessário essa parte para demonstrar a quebra da perfeição-realidade em que a personagem vivia.
A Lenda de Candyman
3.3 508 Assista AgoraO filme, em relação à qualidade técnica, é impecável. No entanto, há cenas ali meio desconexas e certas atuações bastante questionáveis. Tem muitos furos também no roteiro, principalmente ali mais próximo do final, pois há muitas pontas soltas. Não levei tanto susto e nem me impressionou muito, achei muito fraco todo o andamento do terror, já que era essa a finalidade. De resto, é uma película que aborda vários temas, desde o racismo até gentrificação, talvez esse seja a sua principal temática. Me deu vontade de assistir a versão produzida em 1992 para fazer alguma comparação.
Free Guy - Assumindo o Controle
3.5 579 Assista AgoraAcho que a proposta foi escancarar os clichês mesmo, há um entretenimento honesto pelo menos nesse quesito. Não é algo que atrapalhe, pelo contrário, o filme consegue te divertir muitas vezes, o roteiro sabe conduzir, apesar de existir alguns furos. Há bons efeitos e atuações convincentes também, esse filme foi feito pro Ryan Reynolds mesmo. É bonzinho, não é grande coisa, mas te entretém.
A Casa Sombria
3.3 394 Assista AgoraÉ melancólico e tem uma atmosfera triste, essa foi a sensação que tive. O filme tenta mapear psicologicamente as emoções da protagonista emaranhadas de tristeza, culpa e raiva, basicamente, em seu senso de realidade cada vez mais fragmentado. Há um subconjunto de horror que achei que se encaixa perfeitamente: contos vagarosos de pessoas enfrentando forças terríveis e misteriosas em uma casa, quase fazendo o tormento psicológico valer a pena suportar pra quem assiste. Tem muito simbolismo envolvido até o final, é a parte que considerei mais interessante.
Paris, Texas
4.3 697 Assista AgoraQue filme massa de ver, cara, sinceramente. A simplicidade do roteiro se alia à profundidade conquistada de cada personagem, desenvolvimento brilhante. O rigor técnico é descomunal mesmo, seja na viagem profunda sobre drama familiar e incertezas da vida, seja na visão tão distinta e sensível do diretor de olhar o mundo, ou ainda os grandes planos-abertos que abarcam uma representação arenosa e desértica do personagem principal, que vai transitar pelo deserto simbólico e vazio da solidão.
O filme é um pouco sobre não aceitar ser aquilo que a história nos programou para ser, sobre encontrar a liberdade pessoal. Porque aceitar nosso lugar pode ser assombroso, é destruir as possibilidades do depois. O passado pode ser incurável, mas o futuro, quando não se sabe o que encontrar, pode ser libertador, pode ser a salvação.
Cativante.
Amargo Pesadelo
3.9 198 Assista AgoraApesar de ser categorizado como aventura, não adota um tom leve na narrativa. Pelo contrário, apresenta personagens complexos, envolvidos numa situação extremamente angustiante e perfeitamente possível de acontecer, capaz de sugar realmente quem está assistindo pra dentro da história com enorme eficiência. Aborda, além disso, a chegada da civilização e o conflito que o progresso gera entre os habitantes da região e as pessoas das grandes cidades. Muito bom mesmo.
Brazil, o Filme
3.8 403 Assista AgoraA questão da burocracia é apenas uma entre tantas questões que poderia simbolizar e que inspiraria os produtores/diretores nessa crítica que fazem ao capitalismo moderno. O glamour dos anos 1950, por exemplo, (no filme visto nos trajes, nos prédios, nos restaurantes etc.) serve apenas como uma aparência, uma casca, um cenário que serve para a elite se sentir bem, mas que esconde a pobreza, a sujeira, a feiúra, que é a realidade da maioria. Não sei, mas creio que nosso país mesmo possa ter sido alguma inspiração para o filme. Há também a questão da alegria e da felicidade “natural” da população – que o filme trabalha principalmente na música e nas imagens paradisíacas que ela evoca, como também a preocupação externa com a aparência. Todos estes são cascas a esconder algo. Cercado de mensagem subliminar. Porém, em termos de técnica, de ritmo de filme, é bem cansativo sim, em um ciclo interminável pairando na mesma crítica. Não se propõe a fazer soluções, sendo a única alternativa o escapismo utópico do personagem.
Isto É Spinal Tap
3.9 147Tava na cara desde o primeiro frame: a intenção do filme é satirizar o universo roqueiro, mais precisamente aquele midiático que começou a criar forma a partir da metade dos anos 80, com todos aqueles arquétipos prontos, mostrando os bastidores do rock como um universo de fantasia adolescente. A presença humana que habita esse mundo, quando vista com objetividade e sem olhar de fã, parece um tanto ridícula, desde os penteados e roupas até as idéias e a forma infantil e egocêntrica de se expressar. A sátira funciona perfeitamente e é maravilhosa, sobretudo, porque o filme jamais faz chacota do seu objeto. Sim, é uma comédia que brinca com os egos inflados dos roqueiros oitentistas (heavy/hard rock, à lá Twisted Sister, Judas Priest e companhia), mas satiriza esse universo de uma forma muito branda, o que gostei. Não é exagerado, não é forçado, não é over. Muito pelo contrário, é simplista até demais, talvez pela tática de “documentário”.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraSempre imaginei como seria um encontro desses dois heróis em filme. Desde criança tentava colocar em situação palpável um mundo onde existisse Gotham e Metropolis ao mesmo tempo ali, bem real mesmo, mas sempre me corrigia, acreditando que as coisas só funcionavam dessa maneira, os dois tendo universos diferentes e excludentes, que nunca se controvertiam. Eu até achava inocentemente que seria quase uma afronta acontecer isso em filme, inadmissível.
Cara, vibrei muito no cinema: puta merda, era possível. Já veio na memória todos os desejos imaginários que já tinha feito na vida. E agora ali, na minha frente, os dois coexistindo em um mesmo espaço. O filme ganha meus singelos créditos primeiramente por esse meu entusiasmo pessoal que ficava levando sempre comigo. Isso, pelo menos, me preencheu, ainda bem.
Mas, porém, sempre tem um todavia.
Não adiantava juntar eles dois sem uma história foda por trás, tinha consciência disso. Ainda mais de toda essa enxurrada bem roteirizada de Nolanverse que tivemos. Creio que posso dizer que tanto para a massa, para o povão leigo, como para os fãs, o filme não convence. Infelizmente, me decepcionei com a síntese da narrativa. O conhecimento de Lex Luthor acerca das identidades secretas, suas informações sobre a existência dos “meta-humanos”, do seu propósito real em querer colocar ambos para lutarem, da sua ambição com a nave e inteligência alienígena ficaram muito, mas muito rasos, muito superficiais, para citar os maiores problemas e furos do filme. Como também algo que fiquei chateado foi a conformidade fácil de que, na verdade, os dois heróis possuíam princípios em comum e que o vilão na verdade, era o Lex. Esperando o filme todo a batalha entre eles, para essa acabar talvez em menos de 10 minutos e, no final, cair a ficha muito facilmente e besta de que são amiguinhos. Sem nada no âmbito psicológico ou ideológico.
Zack Snyder faz com maestria seu jogo de efeitos e fotografia, não se poder haver crítica negativa acerca disso. É uma coisa já original sua, muito bem feita, trabalhada, investida mesmo. Mas não tem segurança em querer conta uma história concisa e decente. Acho que foi um milagre de Krypton ele acertar em Watchmen. Coloco destaque também para a participação da Mulher-Maravilha nas cenas em que aparece, e a abertura do que seria uma Liga da Justiça futuramente, essa que deu a impressão de que foi o próprio Lex que inventou ao já criar os logotipos.
É um bom início de identidade do universo DC no cinema, esse lado meio sombrio. Mas não creio ser viável o Snyder tomar conta de tudo. Ainda bem que cada filme solo seguinte dos membros da Liga vão ser de diretores diferentes, visões singulares e, consequentemente, escritos de roteiro também.
A Montanha Sagrada
4.3 467Agora acredito fielmente que 1973 foi um ano completo: a música progressiva criou patamares antes nunca alcançados ao se tornar mainstream, as questões sociais e políticas chegaram ao seu acordo mais cívico e harmônio em alguns lugares, depois de todo aquele hipperismo dos anos 60, e o cinema psicológico e surreal de Jodorowsky se tornara mais um ponto de referência para se fazer crítica e sarcasmo com ajuda da arte. Um imaginário alucinado e repleto de ironia. Repleto de humor ácido. Nada, na história, nenhum dos estranhos símbolos presentes em cada cena, é aleatório: tudo está ali por algum motivo.
Favorito em primeira instância!
Vá e Veja
4.5 755 Assista AgoraUma das experiências mais fascinantes em termos de cinema das últimas décadas, sem dúvida nenhuma. É preciso aferro e coragem para seguir a jornada tétrica de um menino que estraga a inocência em meio ao simbólico caos bélico. É relativamente simples, mas, nem por isso, deixa de impactar. Manifesto incisivo de alto teor político contra a barbárie, mostrando traços marcantes de violência e espasmos de denúncia social, juntado a uma trilha sonora muito bem escolhida e fotografia impecável. O horror de Florya é, em certa medida, o nosso horror. Somos expostos sem rodeios a corpos destroçados, fogaréus covardes, lividez de cadáveres e ganidos de dor, e essa exposição nos desorienta, fazendo parte da proposição descentralizadora de Klimov.
Genialidade.
Pink Floyd: Live at Pompeii
4.8 86Simplesmente a única gravação em excelente qualidade de produção em que podemos ver os integrantes ainda jovens e tocando hits da fase mais lisérgica da banda. Você nunca vai encontrar essa condição por aí, em se tratando de filmagens naquele período (69-75), talvez áudios em boa qualidade ou vídeos de bastidores, mas os shows propriamente ditos, vão deixar a desejar. Cara, se na época inventassem de fazer outro também tocando o Dark Side completo, ia ser mesmo uma coisa áurea pra eternidade!
Tim Maia - Não Há Nada Igual
3.6 593 Assista AgoraCom exceções a parte, em se tratando de atuação e constrangimento dos atores com a tentativa de representar momentos mais verossímeis, o filme tem uma boa linearidade e história pra acompanhar, dá pra assistir até o final. É divertido, a história do Tim é divertida, principalmente a primeira parte quando jovem até a fase Soul de volta pro Brasil. Tudo ali foi muito bem escrito e filmado.
Mas ia ser perfeito mesmo se não houvesse situações tão forçadas, tão “bestas” mesmo, sem profundidade de alguns personagens. Se o Cauã Reymond, por exemplo, se limitasse apenas na narração, ou se a Alinne Morais se empenhasse de verdade para o que tava fazendo, ia ser meio caminho andado. E ainda tem aquele rapaz que faz o Roberto Carlos!!! O filme também é muito longo porque deram muita ênfase em coisa desnecessária, ao invés de focar com mais atenção na fase da Cultura Racional e na própria relação com os filhos e a família, o que tornaria a história mais humana e valorizaria a identidade do Tim, mostrando o que ele tem de pensamento único que pudesse se distanciar de uma mesma rebeldia encontrada no filme do Cazuza e do Renato Russo, por exemplo...
Tem uma mudança aí que pode se destacar de outros filmes “populares” no Brasil: um comprometimento real em fazer uma fotografia impecável, recriação de épocas pela cenografia ou figurino, e a seleção das músicas, não se limitando somente às conhecidas. Foi um negócio que gostei bastante.
Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo …
2.8 141Acho que o filme não focou muito na trajetória do Paulo enquanto escritor, o que é uma pena. O fetiche foi mais mostrar o misticismo da vida dele ou algo mais psicológico. Mas é muito bom, sim. É um roteiro bem diferente para uma biografia, privilegiando na edição também cortes rápidos, talvez para esconder um pouco que muitas iniciativas ali não tem sequência normal, intercalando com os anos 60 ou 80, com um outro momento totalmente avesso. Para um “ah, mais um filme brasileiro” e se tratando de biografias, ele fica bem acima.
Jimi: Tudo a Meu Favor
3.0 113 Assista AgoraImpecável, impecável mesmo tanto a história como a edição. Muito original e bem sacada. Fugiu dos estilos prontos de cinebiografia de cantores ou outros artistas, que sempre tinha aquele roteiro todo enquadrado da infância à morte, ou mostrando os melhores hits que aquela pessoa fez. Disso já sabia que existia alguns, em se tratando de Jimi, e são todos repetitivos e bem superficiais, além de haver muito documentário a respeito.
Apesar de não ter gostado da atuação não muito penetrante do ator que fez o Jimi, o filme focou no diálogo em si, na introspecção, na convivência real com os outros personagens, algo mais verossímil e bem humano.
Quem dera se os filmes brasileiros que investem em história de artistas famosos também seguisse essa linha.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraFui ver esse filme muito tardiamente, mas valeu a pena. Esperando que fosse bom, independente de quem dirigiu, quem fez ou atuou. Misturar ficção com existencialismo é uma pegada já corriqueira que sempre vou gostar de assistir. Mas, se for falar dos melhores filmes do Nolan, esse fica abaixo da Origem ou dos Batmans. Não sei se por eu achar que faltou uma trilha sonora mais carregada ou a presença de mais ação, ou um “mistério extraterrestre” que é comum nos filmes do gênero.
Mas valeu a pena pelas emoções contidas, principalmente no que diz respeito à passagem do tempo.
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraSempre perdia o filme, nunca conseguia assistir, mas foi compensador.
É estranho, é bizarro, é esquisito, mas é foda de engraçado. No começo, achei muito absurdo e surrealista, porém, com o passar do tempo fui entendendo as críticas e o sarcasmo por de trás de tudo. Tem que ter um pouco de paciência para que as peças possam se encaixar e o filme ficar mais interessante.
Tudo se baseia em como as pessoas desejam ser outras o tempo todo; como o sucesso depende das influências que você já tem; como o amor pode ser colocado a prova de posses e dinheiro e como controlar outra pessoas pode ser prazeroso.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraCara, me surpreendi pela simplicidade. Tecnicamente, tudo é bem construído: montagem, direção de arte, trilha sonora, a escolha dos atores, fotografia, nada deixa a desejar. Foi entre as gratas surpresas pra mim, eu pensando ser um filme besta romântico de comediazinha. Apresenta uma mensagem impossível de não nos tocar profundamente.
Afinal, quem tem o poder de mudar a vida somos nós mesmos, sem a necessidade de algum mecanismo que altere seu rumo ou um controle em nossas mãos, fazendo de cada dia, o último.