A magia de Hogwarts se tornou parte natural do cinema, agora o desafio era resgatar isso para a década de 20 nos E.U.A, pós Primeira Guerra. Para isso a autora dos livros se tornou roteirista, acertando no resgate mas falhando no equilíbrio narrativo.
Como de costume J.K Rowling cria personagens muito cativantes e sua criatividade com os animais fantásticos é fundamental para a formação do mundo que propõe. O livro da autora, uma espécie de Wikipédia para monstros mágicos, é construído por Newt Scamander com sua trama amigável de capturar os monstros o desenvolve. É possível vislumbrar inteligência contida no jeito acanhado dele, assim suas confusões com os seres mágicos são desculpadas, pois seu intelecto e seu sentimento trazem à tona o porque tais bichos são tão importantes, principalmente para ele. Em volta disso os seus parceiros trazem mais do universo, Tina traz MACUSA e os termos nova-iorquinos e Queenie mostra a telepatia que por fim encanta não só o personagem Jacob como o expectador, que é bem representado nele. É isso que mais engrandece o filme, aquele mundo que tanto tem a oferecer com seus conceitos e modos de viver.
Nesse ponto também é que se mostram os erros. J.K sempre colocou temáticas sociais em seus livros que também tinham nos filmes de maneira entranhada. A briga entre bruxos e trouxas, a ideia dos sangue ruins na Câmera Secreta, amplamente vislumbres de classes sociais da realidade. Não é diferente nesse longa, tocando na intolerância aos bruxos provocada principalmente por ataques de Grindewald na Europa. Essa trama paralela, deslocada da biológica caçada de Newt, tem um ritmo demasiadamente lento como introduz necessidades ao quarteto de personagens que não combina com suas personalidades construídas para resolver o mistério no terceiro ato com um encerramento grandioso não tão compreensível. E mesmo que se defenda a ascensão do grupo de rejeitados nisso, seus heroísmos não são justificados coerentemente diante das performances tão bem seguras e executadas deles.
Por fim, a grande verdade é que se trata de um prólogo de uma grande história. Só funciona progressivamente, não apenas como apresentação, pelos últimos minutos que entregam a introdução da ameaça. O que qualifica o filme, para alguns um dos melhores, é a verossimilhança com o mundo real em um universo mágico tratada com gravidade adulta. No entanto parece bem mais interessante visitar a maleta de Newt e aprender com ele apreciando a direção ludibriante de David Yates do que morosamente acompanhar o conflito bruxo verborrágico sobre o Obscurus.
@davispielberg (INSTAGRAM com críticas) -Para texto completo acesse o site chamado *Vamos Falar de Cinema*
Palpável de maneira absurda. É a vida em tela, Tamara Jenkins trata isso como uma artista. Nem é sobre um tema, é sobre isso mesmo, "Private Life" da maneira mais natural.
Ideias do universo mágico caíram na cartilha de filmes que tornam expectadores transeuntes, por valorizar juízos de um roteiro da autora dos livros acima do desenvolvimento narrativo, fugindo dos termos da telona que preza pelo espetáculo emocional.
O tornar passageiro pode ser intencional, porém os fatos bons da obra contradizem isso. O progresso do protagonista Newt Scamander, perpassado por variadas subtramas minimamente interessantes, é decente de reconhecer. Sua moral e amor pelos animais fantásticos sempre foi o mais mágico desde do primeiro longa em 2015, e em pequenos detalhes, seja com a relação de Dumbledore, Leta Lestrange, Teseu Scamander e Tina o potencial do grande personagem escondido pode não ter sido revelado explicitamente, mas é vislumbrado. Vislumbre é o que tem de melhor nessa sequência, com Grindewald bem contido por Johnny Depp, traz o imaginário de um bom vilão com suas retóricas, da mesma forma há um levante de uma trama familiar complexa nos moldes das grandes jornadas de herói
A grande falha é o tratamento literário de J.K Rowling. Apesar da direção de David Yates ser talvez uma das melhores dentro da franquia, muito presente com a fotografia que coloca os personagens nos cantos e tem primeiríssimos planos emocionais, e a trilha sonora de James Newton entregar o necessário para a magia, tudo isso é afogado por uma montagem problemática que tenta acompanhar uma narrativa truncada, segmentada excessivamente para apresentar personagens trabalhados superficialmente novamente por meio de diálogos expositivos que dissipa emoções em maior parte. Mesmo com defesa à roteirista em prol de suas dinâmicas já conhecidas dos fãs, pensar filme como livro não deixa de ser incomodante para uma experiência cinematográfica que preza da união do visual com o verbal em conjunto para se contar uma história.
Possibilita-se imaginar o grandioso porvir da saga, o cenário da guerra dos bruxos está estabelecido até demais, falta agora desenvolver as formulações colocadas, pois o que faz essa franquia não são complicações de suas tramas sem necessidade, mas sim na simplicidade de cada história que se torna mágica dentro do mundo bruxo. (Texto mais completo no INSTAGRAM @davispielberg_lima)
Esse filme ficou melhor após ver o segundo. Saudade de desenvolvimento de personagens e uma montagem boa, uma trama simples e mágica. Torcendo por um terceiro filme bem melhor pois chega de preparar terreno, acho que já preparou demais. E o Newt vai ser tornando um personagem maravilhoso.
Não há muitos segredos para perceber os defeitos e qualidades. Infelizmente as ideias são melhores recebidas sem esmero do que desenvolvidas. Um roteiro inchado, uma montagem problemática para acompanhá-lo, apeaar disso David Yates nos envolve com sua direção, de atuação quando pode e nos quesitos técnicos mais uma vez dignos de Oscar. Após ouvir e conversar, mesmo que tenha muito fan service não é o que atrapalha o filme principalmente e nem é o que agrada os fãs, apenas houve um erro de projeto, uma ânsia de aprensentar muitos conceitos, de preparar o terreno sem pensar no escopo do que faz um filme apenas. Enxugar, desenvolver, não é preciso pressa já que já há fãs e expectadores. J.K Rowling não vai morrer nem ser desmerecida por errar. Acontece. É visível a grande saga que vem por aí e certeza que é muito boa. Vamos para a Guerra dos Bruxos!
É feito para se amar e se gostar. Não há profundidade, não há un estudo, não há fidelidade, há empolgação, emoção e artificialidade. Você espera o filme todo para o final e que final. Você pode criticar o público em Wembley feito com CGI de FIFA, mas Queen é Queen, como resistir ao Live Aid?
🎶All we hear is Radio Ga Ga 👏🏻👏🏻 Radio Goo Goo 👏🏻👏🏻 Radio Ga Ga 👏🏻👏🏻 All we hear is Radio Ga Ga 👏🏻👏🏻 Radio Blah Blah 👏🏻👏🏻 Radio what's new?... Radio...soomeoone stiill looves YOOOOOU!🎶
Em mais um estudo de personagem feito pelo diretor #damienchazelle , agora ele coloca as ambições em termos mais particulares, com uma viagem a Lua bem mais lírica do que triunfante.
Quando se pensa nessa viagem a epopeia vem a mente, mas nesse filme o heroísmo clássico é deixado de lado, dando margem ao heroísmo pessoal, deixando apenas o tom medieval com a trilha sonora de #justinhurwitz , que é bem melancólica, pois o personagem central e dissecado pelo roteiro adaptado de #joshsinger é meditativo. O diretor escolheu precisamente #ryangosling para o papel com sua inexpressividade característica de perfomaces que precisam de muita internalizacão de sentimentos, sobrando seus olhos que transmitem um profunda tristeza e obstinação. E é isso que é abordado durante todo o filme de uma forma poética na trajetória a Lua. O tom biográfico ainda existe com o escopo da guerra fria e as missões homicidas que moldam o "herói", porém é muito mais sobre o cavaleiro solitário, a gravidade depressiva que Neil Armstrong carrega. Não só ambições estelares que o motivam, ele busca se livrar do luto indo atrás de um isolamento silenciosamente perigoso e libertador que só o vácuo do universo pode acalentar. A Lua se torna o divino que ilumina as noites do seus dias, é a Cruz do livro "O Peregrino" que ele despeja seu fardo das costas.
Assim a obra é um verdadeiro exercício de empatia, difícil de assistir, fundamentada na aparente apatia do protagonista. O que o diretor falha aqui é tentar amaciar isso, não confiando no público em alguns momentos, excedendo na semiótica e a esquecendo com o tempo, perdendo o ar peculiar dos focos, e na fotografia tremida e nauseante, mesmo que boa para a imersão dentro da mente do astronauta e das cabines da NASA com lataria precária como fruto do desespero da corrida espacial, exaltando a humanidade que o filme trata o personagem. Além disso a montagem quebra o ritmo, sendo abrupta nas suas passagens de tempo.
Afinal há muitas palavras para descrever a peregrinação de Neil Armstrong, ela pode tocar demais o expectador quanto afastá-lo, pois Chazelle está disposto ao exagero, tornando a Lua marcante, onírica, como vazio que todos podem buscar para chorar e desfazer das tristezas, das mortes que podem tirar a esperança da humanidade, e a volta não importar, só importará as pessoas que sempre amaram e agora podem ser amadas de novo. Dessa vez o passo de um homem é maior que o da humanidade. - INSTAGRAM- @davispielberg
Um filme que peca pela falta e acerta por ela. No cinema o ato de mostrar mais do que falar é bem melhor e isso pode precisar de elipses para não ficar tudo explicitado, óbvio, ou então símbolos podem falar algo. Nesse filme por mais que Ross Lynch tenha caracterizado bem Dahmer e a proposta aparente do filme seja internalizar tudo, criando o mapa mental do serial killer, ainda assim tudo está muito apegado ao fator externo e pré conhecimento do personagem para que realmente o filme cresça.
O diretor de modo algum fugiu da qualidade, é um trabalho bem feito e independente exemplar, mas é preciso entender que as particularidades da produção levam a conclusão que é uma obra que busca quase unicamente satisfazer a ânsia de pessoas por mais informações dos seus populares serial killers. Por mais que pontue notas para entender melhor os crimes em geral que Dahmer iria cometer a conclusão do filme parece vazia de desenvolvimento o suficiente para ações futuras. De novo, Ross está muito bem, porém seu papel dado de sofrer internamente com MUITAS, dores que dariam um texto gigante, não permitiu que as questões criadas em cima da obra seja satisfatoriamente respondidas, mesmo que entregue as respostas necessárias. Sem mortes, com pouquíssimas pitadas de terror, é nisso que o filme se apega bem, fazendo um arranjo psicológico do personagem funcionar, criar uma empatia até, porém sem o protagonista querer.
Um filme difícil de apreciar todas as suas conjecturas e por isso se faz bom também porque um serial killer de fato não tem estabelecimentos ou respostas fáceis. O determinismo não existe, existe escolhas e o filme mostra bem, mesmo que o contexto social dificulte sua luta pelo que ele realmente sabe que é o certo a fazer. A ética não falha, mas na prática a moral imposta vai criando morais duvidosas para continuar buscando princípios éticos.
Então, esse filme da Indonésia tenta fazer uma mitologia própria a partir de reciclagens e orçamento pouco para suas pretensões. Não é desculpável por ser de outro país, a ásia produz filmes maravilhosos inclusive na Indonésia. Basicamente o que se salva é a fotografia do filme, viva e sempre minando espaço para causar sentimentos de tensão. Aqui não tem um propósito nada muito além do estilo, mas funciona para lembrar James Wan. De resto tudo é de péssima qualidade. O roteiro prega boas ideias, fazendo referências ao "Sexto Sentido", "Chave Mestra", nada é novo, isso não é problema, o real defeito é não reconhecer as limitações de atuação, efeitos visuais...e bem, usar trovões e raios nas janelas sem acontecer de fato no lado de fora é o cúmulo do ridículo. Tudo é artificial e teatral na pior maneira. Plot twists são acumulados e entregues com explicações demasiadas...e bem, se não foi possível adivinhar antes é porque aqui a trama é tão óbvia em usar os personagens apresentados para outras funções que se torna inacreditável. Pelo menos dá alguns sustos e tem uma criança que assustadoramente canta bem.
PS: uma coisa legal da história é o artifício de dons, como poderes divinos. Parece que virou mais moda o assustado usar o assustador para salvar os assustadores. Na "A Freira" também tem isso de super heróis. Sempre teve isso eu acho, mas fica mais evidente com o subgênero de heróis em alta. Até a Universal quis refazer seus clássicos com crossovers no estilo Vingadores hahaha, uma pena que não aproveitaram "Dracula Untold" e fizeram o péssimo "Múmia".
Por mais que o título fale sobre fama e o nascimento de uma estrela musical, a direção de #bradleycooper busca um anseio maior, trazer o princípio de qualquer boa canção, a inspiração.
Na primeira música tocada "Black Eyes" sente-se o drama do personagem Jackson Maine com ajuda da maravilhosa fotografia de #matthewlibatique que exalta o personagem com o contra-plongée ao mesmo tempo que dá um sentimento de êxtase perigosa com gravação tremida, como se o personagem já estivesse fadado a uma queda no auge e traz o sentimento de video clips, eleva a sonoridade das canções que deve levar o público a uma imersão de um show verídico. Tudo essêncial para que na história crie contrastes entre o íntimo de Ally e Jack e a performático deles no palco, explicitado bem no retrato sem maquiagem dela e no alcoolismo dele. A obra se eleva quando foca nas composições, detalhando casamentos de refrãos com inspirações reflexivas sobre um do outro. "Shallows" mostra perfeitamente isso, pois sua letra é muito representativa sobre a dinâmica do casal que tem uma química vivaz. O diretor capta precisamente carícias, olhares e símbolos criados no enrolar de um romance. Nisso, o tom biográfico para #ladygaga a faz trazer verdade na emoção e Cooper, como um bom ator e inspirado em diretores como #clinteastwood que se auto dirigem nas perfomaces, se exalta em uma atuação técnica e marcante.
Quanto aos defeitos, o mais evidente é o papel de #rezgravon como produtor de Ally, por mais que ele apareça pouco sua atuação ruim incomodaria menos, porém ele tem um papel importante para o conflito central da trama e quando o personagem tem o seu momento chave quase atrapalha a empatia pelas decisões do protagonista no final do filme. Sobre o roteiro, vê-se desproporcionalidade problemáticas nos atos, com uma majestoso e rápido primeiro ato, porém com um segundo ato mais alongado que a montagem não consegue agilizar e algumas elipses evitam que o contraste de Ally e Jack seja explorado melhor, centrando as nuances quase exclusivamente para ele, provocando um peso maior no terceiro ato mas criando também ambiguidades incomodas na interação do casal.
Afinal temos um maravilhoso remake, que trata da inspiração musical, das 12 notas e as variações de oitavas que resumem toda a trama e a eleva com sons pungentes do country. Com um monstruoso trabalho de Bradley Cooper como diretor, ator e roteirista de algumas linhas e a participação fundamental de Lady Gaga no projeto para crescimento tanto musical quanto em relevância, selo Oscar está garantindo e justamente.
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Inexplicavelmente o diretor Guy Ritchie conseguiu misturar o grandiloquente divertimento de uma aventura investigativa de Sherlock Holmes com uma evolução significativa de seus personagens, apoiado em mais uma vez nas ótimas atuações de Jude Law e Robert Downey Jr., e o aparecido Jared Harris.
Nos últimos filmes do Sr. Ritche não havia grande necessidade de afinar relações entre os personagens ou desenvolvê-las de tal forma que sustentasse o filme, eram apenas jogos de tiradas e diálogos rápidos que resolviam tudo. No primeiro filme do Sherlock Holmes, Guy demonstrou que podia além daquilo, mas até que ponto ele conseguiria progredir era o que causava duvida. Nessa continuação felizmente ele consegue tanto progredir dramaticamente quando aumentar o nível de diversão aliada de sua assinatura tão visível. Sherlock e Watson diante do casamento de Mary e do vilão Moriarty sobra mais carisma e química entre os dois. O humor é elevado sem exagero inoportuno e a pseudomentalidade da trama é sincera do que quer ser, com jogo de xadrez e cara a cara para decidir uma batalha global. Além disso as adições da personagem Madam Simza e Mycroft envolvem o mundo dos ciganos quanto a corrupção política da Inglaterra respectivamente, fincando dois mundos que se associam numa história mirabolante que mais uma vez nada parece o Sherlock dos livros e por isso mesmo funciona ainda mais com a mente do diretor.
O que faltou ao final do longa metragem foi trazer a tona de fato a verdadeira grandiosidade do filme que é Sherlock versus Moriarty. O ponto de vista professor que tanto desafia Holmes não deve ser tratado com mais esmero, mostrando que nem seu plano maléfico nem mesmo o seu arqui rival o tornam grande, o que o torna grande é sua capacidade de pensar na frente, ter seu próprio ponto de vista. Por mais que o filme sugira isso em alguns pontos, principalmente quando Sherlock se sente vunerável, o próprio ator Jared Harris parece se limitar na atuação por o roteiro não explorar algo a mais que tanto é conhecido na mitologia do super detetive.
De cara esse se torna o melhor trabalho do Sr. Ritche, por ser desafiado a dirigir algo mais emocional e por entregar isso funcionalmente com diversão de qualidade. A de novo presença do Hans Zimmer na trilha mantém a aventura marcante que permitiu no primeiro filme a adaptação do Sherlock ser lembrável com seu estilo e de Guy Ritchie. Como continuação os arcos do filme de 2009 são concluídos com êxito e diferente do antecessor o equilíbrio é bem vindo no terceiro ato, porque mesmo que seja uma livre contextualização do personagem e que trama nada comporta o ritmo literário, ainda assim está sendo tratado de Sherlock Holmes, e pelo visto o autor do filme claramente entendeu melhor as necessidades para o personagem.
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Contar uma história básica usando clichês ou até mesmo padrões formulaicos pode ter em vista qualidade, mas tudo depende do propósito tanto narrativo quanto de entretenimento, algo difícil de compreender nesse filme.
É possível rir em pontos do longa graças a atuação de #tomhardy , no entanto, infelizmente seu início de esquisitice abobalhada caracteristica de Eddie Brock se perde no exagero interpretativo no estilo #nicolascage , sem contexto suficiente que abrace isso e uma veia cômica afiada que tornasse a tragicidade do personagem em um humor negro minimamente relevante. Diante fatores qualitativos, diretor de fotografia #matthewlibatique talvez seja a luz de uma narrativa constante, mesmo não desenvolvida, com o uso do azul para o isolamento do protagonista na cidade e o ar intelectual do vilão vivido por #rizahmed , ator que conseguiu tornar incidentamente ridicularidades em maldade eficaz. Sobre eficácia, o visual do simbionte pode ser acusado de mal feito mas pelo menos se adequa bem aos disfarces antiquados de gravar em situações noturnas. Até mesmo a trilha sonora não confluente ao que é visto em tela pode ser ouvida com prazer sem as imagens.
Com as qualidades visuais e as estranhas atuações, pode-se tentar entender a ideia do diretor #rubenfleischer para o filme, mas se complica na sua missão quando um roteiro é desfalcado em excesso. Planos muito repetidos, diálogos sem sentido para a comédia e para o drama, e uma montagem preguiçosa em programar as cenas de ação sem uma ligação envolvente para tal, são delimitantes para ao menos perder diversão. Ao se ater em linhas mal escritas poderia se justificar o projeto no campo da estranheza, no entanto todas as vibrações do filme não se voltam para isso, já que há teclas do terror, da comédia romântica, da ação, com direito a slow motion, e de algum fenômeno trash deslocado só mostra a dificuldade de adaptar o personagem Venom para o cinema. Ao tentar simpatizar o personagem com o público é abrupto e corrido, e o que deveria ser o maior conflito entre um homem e um "parasita", seja cômico ou dramático, é explicado novamente com desprezo, algo que pertence ao filme.
O que sobre no final é um sentimento de vazio forte, o público pode até se divertir com as trapalhadas de Tom Hardy que talvez seja desculpado pelo esforço, algo necessário para que ele consiga mais projetos longe do viés dessa obra, entretatanto a conclusão comparativa com os filmes de heroís e anti-heroís no começo do século XXI pode é justa, talvez não pela fidelidade aos quadrinhos que aqui existe nessa produção, mas pela volta da evasão da compreensão do bizarro das HQs, tentando tornar o esquisito em descolado como uma forma de adaptar para o cinema.
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Sem papas na língua, como humano eu me emociono também e esse filme tocou profundamente. Chorei, não tanto, mas chorei. Um filme imersivo. Chazelle de novo muito autoral e nesse filme ele definitivamente conversa menos com o público. É um filme extremamente triste e baseado no desespero. Vale a pena ver no cinema que é onde esse filme pertence. Um passo para um homem, um salto gigantesco para...um pai. PS: eu volto para comentar mais, por enquanto estou absorvendo o filme.
Fala sobre anorexia e bulimia visivelmente, assuntos relacionados a magreza excessiva de variadas formas e até fugindo de alguns clichês, deixando para fotografia fazer a parte dramática com o amarelado de contante insegurança nessa situação. Trabalhar com esses assuntos são difíceis por sempre andar no limiar da inconsequência, mas algo que percebo que o original da Netflix vai além é falar sobre a morte e a vida, que para escolher uma das vertentes é preciso experimentar uma delas primeiro, pois só assim se entende o ciclo vital e a importância dele. @davispielberg_lima
A vingança tarantina com toda a história do cinema em um filme, será? kkkk que filmaço, é uma peculiaridade enorme que sério, mesmo você não gostando...não é ruim certo?Um desenho animado para adultos, e por incrível que pareça com menos sangue do que de costume. E tem na Netflix por enquanto. Tem falhas? Ora se não, só o fanático ou extasiado não perceba, mas continua tendo seu valor de entretenimento e mais ainda artístico. - @davispielberg_lima
Então, Bradley Cooper vai ganhar Oscar? kkkk esse não é o ponto. O ponto é que esse diretor, ator e parcialmente roteirista trouxe frescor ao clichê. Isso é o lindo da arte, isso é lindo do cinema. Eu não chorei, não amei o filme, mas posso dizer facilmente que é um dos melhores dramas do ano. Sim, tem defeitos no roteiro e o segundo ato passa por perrengues de uma introdução apressada, porém como não valorizar essa dupla Lady Gaga e Cooper? As entrevistas em Toronto falaram bem, um encontrou ao outro como alma gêmea, não no romance propriamente dito, mas na química, na proposta de cada um. Cooper já se garantiu na atuação antes, foi a vez de demonstrar que aprendeu com mestre Clint Eastwood(que ia dirigir esse filme, no entanto não deu certo, por isso Cooper assumiu). É um filme de atores, é um filme sobre a fama, também sobre abuso e sobre essencialmente a MÚSICA. - @davispielberg_lima (instagram/em breve a crítica)
PS: -Sam Elliot pode não ter sido bem aproveitado no roteiro, porém conseguiu entregar algo, uma das melhores frases do filme que simboliza até mesmo o porque fazer esse remake. E caramba, o diretor de fotografia Libatique que já tinha deixado a marca de leve no péssimo Venom, consegue entregar mais um trabalho célebre. Me lembrou alguns takes dos filmes do Aronofsky, principalmente de "O Lutador".
Infelizmente a Sony meteu o dedo no filme de novo. De novo um filme bagunçado e sem propósito narrativo, cheio de arcos contruidos e concluidos em poucos diálogos. Nem Tom Hardy conseguiu dessa vez, o coitado perdeu talvez as melhores cenas na montagem e o filme perdeu a violência para o PG-13. Uma pena.
Kubrick em nenhum momento quis entreter ou emocionar, ele "apenas" quis inspirar, não tentando ser prepotente, apenas fazendo o melhor nos efeitos e inclusões musicais. As acusações para esse filme são bem válidas, mas não as considero tão grandes quanto a filosofia dessa pintura cinematográfica.
A escolha de um diretor muda tudo em um filme. Assim como Spielberg em 1993 tratou os dinossauros como animais o ótimo J.A.Bayona também enxerga isso, ele entendeu a forma que Steven soube introduzir terror nesses animais pré-históricos na limitação de um blockbuster, e nesse caso sem um roteiro convincente.
A linguagem visual do filme vale bem mais que os diálogos e desenvolvimento dos personagens. Desde do sentimentalismo bem filmado em prol dos dinossauros, em uma nova extinção na Ilha Nublar, ao ótimo momento de terror, usando bem a iluminação em vários sentidos, além da calma nas cenas, construindo melhor o ambiente. É maravilhoso como os dinossauros são tratados de formas distintas sem destoar a natureza animalesca que existe em comum. A velociraptor Blue é melhor trabalhada como a versão humanizada da criação genética, provando a necessidade dos humanos para que haja bondade, obediência, não apenas ciência, concertando o rumo do filme antecessor que não conseguiu emocionar o suficiente para provar isso. Em contrapartida o clássico egoísmo e clichê da ganância "monstrualiza" os dinossauros, criando uma antítese. Desse jeito é formada a estética linguística do filme, emocionando e aterrorizando com os dois lados opostos que vivem dentro do ser humano refletido na recriação pré-histórica.
Se por algum motivo tudo isso é perceptível durante a sessão a possibilidade de acreditar no intuito do filme e onde ele quer levar a franquia trará efeitos positivos. Caso não, o roteiro fraco de Colin Treverrow vai angustiar os espectadores. Bayona e seu diretor de fotografia sustenta o bom subjetivo da obra, enquanto todo o resto que está atrelado a roteiro e interação de personagens vai só piorando. As incongruências são facilmente percebidas, como piadas ruins e personagens irrelevantes, assim como conveniências demais que podem irritar. Todos esses defeitos desagrega a capacidade de prender o expectador e se importar com os personagens, mesmo sendo já conhecidos. Quando as ações são bobas e tem resoluções previsíveis em excesso complica o compromisso com o progresso da história.
No geral é um filme divisivo, mas ainda assim divertido. Supera o filme de 2015 porque consegue contagiar fora da bolha nostálgica, e principalmente consegue incluir gênero no filme ou qualquer personalidade do diretor. Isso é importante tanto nos blockbusters quanto nessa franquia que precisava mostrar horizontes mais claros e desafiadores. A refinada que Bayona trouxe vale bem mais que o script preguiçoso.
Depois de apresentar o terreno corrupto das forças-tarefa dos EUA na fronteira com o México, Taylor Sheridan aposta nos seus bons personagens vividos por Benicio Del Toro e Josh Brolin em uma aventura mais western, desenvolvendo-os, e detalhando as estratégias do tráfico de drogas e pessoas com uma pitada de sentimento.
Nessa continuação o diretor Stefano Sollima consegue implementar um ritmo mais instigante no suspense que no filme anterior. Isso é importante porque a história que quer se contar aqui mesmo que siga o caminho da anterior talvez seja mais simples, mais violenta e menos misteriosa. Agora o ponto de vista são dos personagens extremamente cinzas que conhecemos do primeiro filme, Alejandro e Matt Graver. A grande sacada do roteirista é colocá-los no próprio anseio corrupto e sem escrúpulos que eles representam, liberando na tela a filosofia íntima de cada um por consequência. O princípio mais intenso é o terrorismo, a paranoia que os homens bomba do islã provocam, colocando o expectador no desespero com o escuro ou a trilha pesada do boa substituta do falecido Jóhann. Isso tudo coloca os personagens em mais uma missão suja, dividindo a trama entre a falsa moralidade de Grant e a paternidade de Alejandro, alá John Wayne em "True Grit", ou o mais recente Logan.
Apesar da premissa catapultar muito bem o ritmo do filme e todos os diálogos iniciais nada cansativos, parece que ela é praticamente esquecida ao longo do história. Aparentemente o filme se empolga demais com o drama da filha de um grande traficante de drogas estrelada pela boa atriz Isabela Moner em vez de amarrar as pontas com o início. O próprio final parece deslocado, também ansioso demasiadamente com a boa trama paralela que mostra o início de vida de um jovem no grande comércio de drogas, quando Sheridan mostra sua qualidade em explorar com qualidade o tema problemático que há na fronteira do México com EUA. Além dessas falhas, muitas conveniências gritam alto, tornando o longa em uma espada de dois gumes, sendo modesto no mistério e perspicaz na abordagem, entretanto não mostra coesão e concentração para resolver os conflitos.
Concluindo, a qualidade se perde um pouco com relação ao filme antecessor, porém acrescenta também qualidade em outros pontos que o primeiro não tinha. O que chama mais atenção é a que a continuação mantém o estilo e ainda sim tem identificação própria. Isso mostra uma boa produção que escolhe bem a equipe, trazendo uma sequência que expande no interno dos personagens, acinzentando mais ainda o espectro entre preto e branco que definitivamente não existe; não existe segurança, existe pessoalidades, interesses que falam mais alto e esses interesses podem envolver emoções puras também.
As continuações no cinema sempre são problemáticas, mas graças ao bom senso de Brad Bird de trabalhar um assunto que complementa o primeiro filme, alterando papéis, questionando o heroísmo e até que ponto pode atrapalhar a família, ele fez uma sequência exemplar e necessária.
De cara colocar Helena trabalhando como Mulher-Elástica não só retrata a modernidade como traz um ensinamento de roteiro de como repetir fatos do primeiro filme que tenham intuitos argumentativos para a própria história que queira contar, justificando essa escolha por si só. Outra coisa que influencia é o desenvolvimento da personagem colocada agora na situação do marido que tanto a testou no quesito confiança matrimonial. Uma pena é que toda a sua aventura seja mais rica em ação de qualidade do que em questões mais complexas para resolução que tanto agradou no primeiro filme no arco do Sr. Incrível. Muito desse vacilo se vale a previsibilidade vilanesca. Os preceitos que criam o Hipnotizador são válidos, mas seus planos são apresentados com pouco esmero e sua relação com a heroína é mais expositiva do que bem contraposta.
Diante do arco da Mulher-Elástica cria-se o arco do Sr. Incrível, divisão também colocada no primeiro filme, porém a escolha aqui é trabalhar individualmente, com tramas únicas para cada, mesmo que uma consequência da outra. Essa escolha é um reflexo da temática contrária do primeiro filme, para afirmar e expandir o tema, como uma contra argumentação induzindo ao equilíbrio dos papéis em prol da família que se baseiam nos papéis individuais também. Então usar o pai para ficar em casa, descobrindo os poderes do filho mais novo antes da mãe, tratar se paixonites da juventude da filha e perceber a modernidade do aprendizado escolar com o filho que tanto buscava refletir seus sonhos no primeiro filme, utilizando os poderes para o esporte, faz Roberto então entender mais do que nunca o quanto a flexibilidade da Mulher-Elástica era necessária para ele, como a sua força de vontade e posição tenaz era necessária para ela, de novo concluindo detalhes do primeiro filme, como um anexo maravilhoso que precisava ser feito.
Para concluir, a presença do Incrimóvel trouxe mais aspectos estilísticos do 007, como a trilha que lembra um pouco. O Jazz de Giacchino combina muito com o traço seiscentista, assim como as canções de cada herói, lembrando as dos desenhos antigos. E mais do que nunca o aspecto visual da animação é apresentado em nível absurdo de qualidade, valorizando muito bem as cenas de ação. No final de tudo Zezé foi uma grande surpresa e o selo Brad Bird permanece, mesmo que com menos qualidade, apostando no roteiro mais simples e mais bem humorado do que de costume, mas fazendo uma sequência que valeu a pena de 14 anos.
Entre o épico e o sentimental, John Williams fazia o tema de um filme que marca gerações. Tudo relacionado ao que tratava o roteiro, sobre um homem que precisava aprender frivolidades que fazem parte da vida, que fazem amadurecer até mesmo o adulto, enquanto abordava toda a genética de criar dinossauros, grandes, barulhentos e perigosos, porém não como monstros, mas como animais pré-históricos. É nesse tratamento de duas vertentes que se entrelaçam naturalmente que Steven Spielberg se consagrava mais uma vez em 1993, delimitando mais um marco cinematográfico.
Conceber dinossauros no cinema era um desafio, tanto na criação visual como sonora. A computação gráfica foi inovadora no filme, se misturando com efeitos práticos para tornar tudo mais incrível e verdadeiro. Assim como o som, que com a oportunidade de ver no cinema torna-se ensurdecedor, causando o mesmo sentimento do personagem no espectador. Todas essas características para a concepção desses animais também era efetiva para os momentos de terror. Com muita calma o diretor de fotografia Dean Cundey focava na cabeça do animatrônico do Tiranossauro Rex até que o take que enquadra o dinossauro todo, soltando seu rugido. Cena tão marcante também, principalmente por sua tensão, é dos velociraptors com seu barulho característico que cria arrepios, andando lentamente para dar o bote da forma mais rápida possível. Dessa forma o sentimento e a emoção eram exaladas para fora da tela, de sustos a deslumbramentos.
Afinal, fora sua forma de abordagem, a mensagem que passa sobre a relação do homem, criatura, com os dinossauros, criados por outra criatura; a genética em contraponto a natureza, quando a vida sempre encontra um meio, e junto a tudo isso fala da tecnologia e do homem moderno. Uma ficção científica das melhores, com ótimas atuações de Laura Dern , Sam Neil e Jeff Goldblum , em que cada personagem faz o espectador participar daquele grande projeto de um parque que não deu certo não por acaso. Quando se tenta tornar a emulação em real o processo é desastroso, logo Mary Shelley continua sempre muito influente.
O primeiro filme da chamada Trilogia da Fronteira do roteirista Taylor Sheridan fala muito visualmente, tem um roteiro bem cuidado e conta uma história angustiante, mas bem que poderia ser mais objetivo.
A maior qualidade dessa obra é a direção de fotografia e a direção como todo. Roger Deakins e Dennis Villeneuve apresentam uma parceria exemplar, com calma e detalhismo que intriga, cria um suspense e especialmente massageia a ideia do roteiro, desenvolvendo o aspecto geográfico que tão importa a história. A missão é o que pouco interessa realmente, o que é mais valorizado é o ambiente dúbio que a missão do folgado personagem de Josh Brolin e o do misterioso de Benicio Del Toro apresenta, sendo essencial sentir isso além de diálogos, além de atuação, para que diferencie o filme e porte a importância da tensão da fronteira entre Estados Unidos e México.
No entanto, por mais que a história seja bem escrita o jeito como é contada deveria apresentar um norte mais cedo. A ideia de causar suspense dessa forma se faz problemática quando a entrega não é satisfatória, no ponto positivo que mostra o bom realismo do filme quanto no negativo de não realizar-se integralmente, mesmo que sua ideia era apresentar o ponto de vista da personagem da Emily Blunt que não entende a proposta real da missão assim como o expectador. Outro problema também está relacionada a ela dentro do roteiro, quando não aparenta progresso na sua importante trama de luta contra o machismo com sua profissão, perdendo-se nos finalmentes do filme.
O que torna esse filme ótimo é sair do convencional de explicar demais a burocracia da polícia e das ações especiais secretas, que por sinal faz muito sentido ser assim quando entende-se que não se ultrapassa limites quando eles podem desaparecer por motivos meramente humanos, não estratégicos como centro. E mais ainda, o fato de mostrar a situação do México sem trivialidades culturais ou gracejos explicativos, apenas visualmente com fogos de artifícios de uma festa metaforicamente assustadora do crime, bem próximo e estranhamente articulado pelo Tio Sam, compreende-se em que nível monetário chegou a violência.
Um filme de tentativas e erros, mas com mínimos acertos que vão pesar no sentimento de diversão, para alguns garantindo entretenimento, para outros nada que não afunde o Megatubarão de vez no mar.
Esse é o tipo de filme que tangencia o gênero trash , por isso a capacidade de dividir opiniões aumenta, pois quando pontua o gênero acaba por admitir sua possível falta de qualidade cinematográfica, tornando palpável ao público estranhezas que não é costume se ver nos filmes de grande orçamento, provocando risos e divertimento. Além disso, a tradição de aproveitar o mercado chinês para arriscar no investimento, mesmo com mal retrospecto, é bem utilizado, desde do elenco asiático aos locais que se usam para contextualizar o filme. Esse intuito, de conquistar o mercado oriental, no filme talvez seja mais visível ainda quando a boa interação do Jason Statham com a atriz infantil Shuya Shophia Cai se firma em graciosidade e infantilidade bem vinda. Por falar em Jason, aqui nesse longa-metragem tudo é aproveitável para ele, seja na natação, na ação absurda ou na ironia que ele faz tão bem. Apesar dos pesares o ator é incomodado pouco com os profundos problemas do filme, escondendo-os mais quando ele está em tela.
Em compensação para falar dos erros desse filme é mais fácil e também frágeis para o conceito de entretenimento. Incoerências de roteiro principalmente associadas a trama de Stathan é duvidosa quanto a tentativa de ousadia aparente ou simples humor. Há piadas infantis que causam mais desprezo do que risadas e que ainda isolam dramas inertes. E sobre os sustos iminentes, eles causam mais raiva por serem constantes do que recompensa por diversão. Sobre o maior defeito de todos está contido no megatubarão, dócil demais, sempre evitando se enraivecer, como faria em um bom trash exagerado, e ainda se esconde para tentar emular Jaws (1975), mas parece bem mais fazer isso por se limitar com sua classificação indicativa ou efeitos especiais do que realmente causar suspense, pois quando chega no climax não é definitivamente o ponto alto, é de novo uma tentativa até de fazer diferente, porém se entrega ao vazio de tangenciar algum gênero.
Ao final de tudo só sobra o sentimento taciturno, de algo que prometeu um leve diferencial, alguma irreverência e quem sabe muito sangue com gênero trash, entretanto toda essa expectativa inicial e ofuscada pela comédia fácil, pela irracionalidade segura demais para tratar de um tubarão gigante de uma fenda pré-histórica. Quem sabe não se deva ter realmente expectativa nenhuma com o filme, porém o fato de se esperar uma mínima ideia dadaísta na obra não parece prejudicial, apenas favorece o pensamento que por mais bizarro que seja ainda pode ser bom e divertido com defeitos intencionais, só que aqui apenas o subjetivo "divertir" é o que aparentemente importa.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraA magia de Hogwarts se tornou parte natural do cinema, agora o desafio era resgatar isso para a década de 20 nos E.U.A, pós Primeira Guerra. Para isso a autora dos livros se tornou roteirista, acertando no resgate mas falhando no equilíbrio narrativo.
Como de costume J.K Rowling cria personagens muito cativantes e sua criatividade com os animais fantásticos é fundamental para a formação do mundo que propõe. O livro da autora, uma espécie de Wikipédia para monstros mágicos, é construído por Newt Scamander com sua trama amigável de capturar os monstros o desenvolve. É possível vislumbrar inteligência contida no jeito acanhado dele, assim suas confusões com os seres mágicos são desculpadas, pois seu intelecto e seu sentimento trazem à tona o porque tais bichos são tão importantes, principalmente para ele. Em volta disso os seus parceiros trazem mais do universo, Tina traz MACUSA e os termos nova-iorquinos e Queenie mostra a telepatia que por fim encanta não só o personagem Jacob como o expectador, que é bem representado nele. É isso que mais engrandece o filme, aquele mundo que tanto tem a oferecer com seus conceitos e modos de viver.
Nesse ponto também é que se mostram os erros. J.K sempre colocou temáticas sociais em seus livros que também tinham nos filmes de maneira entranhada. A briga entre bruxos e trouxas, a ideia dos sangue ruins na Câmera Secreta, amplamente vislumbres de classes sociais da realidade. Não é diferente nesse longa, tocando na intolerância aos bruxos provocada principalmente por ataques de Grindewald na Europa. Essa trama paralela, deslocada da biológica caçada de Newt, tem um ritmo demasiadamente lento como introduz necessidades ao quarteto de personagens que não combina com suas personalidades construídas para resolver o mistério no terceiro ato com um encerramento grandioso não tão compreensível. E mesmo que se defenda a ascensão do grupo de rejeitados nisso, seus heroísmos não são justificados coerentemente diante das performances tão bem seguras e executadas deles.
Por fim, a grande verdade é que se trata de um prólogo de uma grande história. Só funciona progressivamente, não apenas como apresentação, pelos últimos minutos que entregam a introdução da ameaça. O que qualifica o filme, para alguns um dos melhores, é a verossimilhança com o mundo real em um universo mágico tratada com gravidade adulta. No entanto parece bem mais interessante visitar a maleta de Newt e aprender com ele apreciando a direção ludibriante de David Yates do que morosamente acompanhar o conflito bruxo verborrágico sobre o Obscurus.
@davispielberg (INSTAGRAM com críticas)
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Mais Uma Chance
3.5 98 Assista AgoraPalpável de maneira absurda. É a vida em tela, Tamara Jenkins trata isso como uma artista. Nem é sobre um tema, é sobre isso mesmo, "Private Life" da maneira mais natural.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraIdeias do universo mágico caíram na cartilha de filmes que tornam expectadores transeuntes, por valorizar juízos de um roteiro da autora dos livros acima do desenvolvimento narrativo, fugindo dos termos da telona que preza pelo espetáculo emocional.
O tornar passageiro pode ser intencional, porém os fatos bons da obra contradizem isso. O progresso do protagonista Newt Scamander, perpassado por variadas subtramas minimamente interessantes, é decente de reconhecer. Sua moral e amor pelos animais fantásticos sempre foi o mais mágico desde do primeiro longa em 2015, e em pequenos detalhes, seja com a relação de Dumbledore, Leta Lestrange, Teseu Scamander e Tina o potencial do grande personagem escondido pode não ter sido revelado explicitamente, mas é vislumbrado. Vislumbre é o que tem de melhor nessa sequência, com Grindewald bem contido por Johnny Depp, traz o imaginário de um bom vilão com suas retóricas, da mesma forma há um levante de uma trama familiar complexa nos moldes das grandes jornadas de herói
A grande falha é o tratamento literário de J.K Rowling. Apesar da direção de David Yates ser talvez uma das melhores dentro da franquia, muito presente com a fotografia que coloca os personagens nos cantos e tem primeiríssimos planos emocionais, e a trilha sonora de James Newton entregar o necessário para a magia, tudo isso é afogado por uma montagem problemática que tenta acompanhar uma narrativa truncada, segmentada excessivamente para apresentar personagens trabalhados superficialmente novamente por meio de diálogos expositivos que dissipa emoções em maior parte. Mesmo com defesa à roteirista em prol de suas dinâmicas já conhecidas dos fãs, pensar filme como livro não deixa de ser incomodante para uma experiência cinematográfica que preza da união do visual com o verbal em conjunto para se contar uma história.
Possibilita-se imaginar o grandioso porvir da saga, o cenário da guerra dos bruxos está estabelecido até demais, falta agora desenvolver as formulações colocadas, pois o que faz essa franquia não são complicações de suas tramas sem necessidade, mas sim na simplicidade de cada história que se torna mágica dentro do mundo bruxo.
(Texto mais completo no INSTAGRAM @davispielberg_lima)
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraEsse filme ficou melhor após ver o segundo. Saudade de desenvolvimento de personagens e uma montagem boa, uma trama simples e mágica. Torcendo por um terceiro filme bem melhor pois chega de preparar terreno, acho que já preparou demais. E o Newt vai ser tornando um personagem maravilhoso.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraNão há muitos segredos para perceber os defeitos e qualidades. Infelizmente as ideias são melhores recebidas sem esmero do que desenvolvidas. Um roteiro inchado, uma montagem problemática para acompanhá-lo, apeaar disso David Yates nos envolve com sua direção, de atuação quando pode e nos quesitos técnicos mais uma vez dignos de Oscar. Após ouvir e conversar, mesmo que tenha muito fan service não é o que atrapalha o filme principalmente e nem é o que agrada os fãs, apenas houve um erro de projeto, uma ânsia de aprensentar muitos conceitos, de preparar o terreno sem pensar no escopo do que faz um filme apenas. Enxugar, desenvolver, não é preciso pressa já que já há fãs e expectadores. J.K Rowling não vai morrer nem ser desmerecida por errar. Acontece. É visível a grande saga que vem por aí e certeza que é muito boa. Vamos para a Guerra dos Bruxos!
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraÉ feito para se amar e se gostar. Não há profundidade, não há un estudo, não há fidelidade, há empolgação, emoção e artificialidade. Você espera o filme todo para o final e que final. Você pode criticar o público em Wembley feito com CGI de FIFA, mas Queen é Queen, como resistir ao Live Aid?
🎶All we hear is Radio Ga Ga
👏🏻👏🏻
Radio Goo Goo
👏🏻👏🏻
Radio Ga Ga
👏🏻👏🏻
All we hear is Radio Ga Ga
👏🏻👏🏻
Radio Blah Blah
👏🏻👏🏻
Radio what's new?...
Radio...soomeoone stiill looves YOOOOOU!🎶
O Primeiro Homem
3.6 648 Assista AgoraEm mais um estudo de personagem feito pelo diretor #damienchazelle , agora ele coloca as ambições em termos mais particulares, com uma viagem a Lua bem mais lírica do que triunfante.
Quando se pensa nessa viagem a epopeia vem a mente, mas nesse filme o heroísmo clássico é deixado de lado, dando margem ao heroísmo pessoal, deixando apenas o tom medieval com a trilha sonora de #justinhurwitz , que é bem melancólica, pois o personagem central e dissecado pelo roteiro adaptado de #joshsinger é meditativo. O diretor escolheu precisamente #ryangosling para o papel com sua inexpressividade característica de perfomaces que precisam de muita internalizacão de sentimentos, sobrando seus olhos que transmitem um profunda tristeza e obstinação. E é isso que é abordado durante todo o filme de uma forma poética na trajetória a Lua. O tom biográfico ainda existe com o escopo da guerra fria e as missões homicidas que moldam o "herói", porém é muito mais sobre o cavaleiro solitário, a gravidade depressiva que Neil Armstrong carrega. Não só ambições estelares que o motivam, ele busca se livrar do luto indo atrás de um isolamento silenciosamente perigoso e libertador que só o vácuo do universo pode acalentar. A Lua se torna o divino que ilumina as noites do seus dias, é a Cruz do livro "O Peregrino" que ele despeja seu fardo das costas.
Assim a obra é um verdadeiro exercício de empatia, difícil de assistir, fundamentada na aparente apatia do protagonista. O que o diretor falha aqui é tentar amaciar isso, não confiando no público em alguns momentos, excedendo na semiótica e a esquecendo com o tempo, perdendo o ar peculiar dos focos, e na fotografia tremida e nauseante, mesmo que boa para a imersão dentro da mente do astronauta e das cabines da NASA com lataria precária como fruto do desespero da corrida espacial, exaltando a humanidade que o filme trata o personagem. Além disso a montagem quebra o ritmo, sendo abrupta nas suas passagens de tempo.
Afinal há muitas palavras para descrever a peregrinação de Neil Armstrong, ela pode tocar demais o expectador quanto afastá-lo, pois Chazelle está disposto ao exagero, tornando a Lua marcante, onírica, como vazio que todos podem buscar para chorar e desfazer das tristezas, das mortes que podem tirar a esperança da humanidade, e a volta não importar, só importará as pessoas que sempre amaram e agora podem ser amadas de novo. Dessa vez o passo de um homem é maior que o da humanidade.
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O Despertar de um Assassino
3.1 210Um filme que peca pela falta e acerta por ela. No cinema o ato de mostrar mais do que falar é bem melhor e isso pode precisar de elipses para não ficar tudo explicitado, óbvio, ou então símbolos podem falar algo. Nesse filme por mais que Ross Lynch tenha caracterizado bem Dahmer e a proposta aparente do filme seja internalizar tudo, criando o mapa mental do serial killer, ainda assim tudo está muito apegado ao fator externo e pré conhecimento do personagem para que realmente o filme cresça.
O diretor de modo algum fugiu da qualidade, é um trabalho bem feito e independente exemplar, mas é preciso entender que as particularidades da produção levam a conclusão que é uma obra que busca quase unicamente satisfazer a ânsia de pessoas por mais informações dos seus populares serial killers. Por mais que pontue notas para entender melhor os crimes em geral que Dahmer iria cometer a conclusão do filme parece vazia de desenvolvimento o suficiente para ações futuras. De novo, Ross está muito bem, porém seu papel dado de sofrer internamente com MUITAS, dores que dariam um texto gigante, não permitiu que as questões criadas em cima da obra seja satisfatoriamente respondidas, mesmo que entregue as respostas necessárias. Sem mortes, com pouquíssimas pitadas de terror, é nisso que o filme se apega bem, fazendo um arranjo psicológico do personagem funcionar, criar uma empatia até, porém sem o protagonista querer.
Um filme difícil de apreciar todas as suas conjecturas e por isso se faz bom também porque um serial killer de fato não tem estabelecimentos ou respostas fáceis. O determinismo não existe, existe escolhas e o filme mostra bem, mesmo que o contexto social dificulte sua luta pelo que ele realmente sabe que é o certo a fazer. A ética não falha, mas na prática a moral imposta vai criando morais duvidosas para continuar buscando princípios éticos.
O Terceiro Olho
2.3 64 Assista AgoraEntão, esse filme da Indonésia tenta fazer uma mitologia própria a partir de reciclagens e orçamento pouco para suas pretensões. Não é desculpável por ser de outro país, a ásia produz filmes maravilhosos inclusive na Indonésia. Basicamente o que se salva é a fotografia do filme, viva e sempre minando espaço para causar sentimentos de tensão. Aqui não tem um propósito nada muito além do estilo, mas funciona para lembrar James Wan. De resto tudo é de péssima qualidade. O roteiro prega boas ideias, fazendo referências ao "Sexto Sentido", "Chave Mestra", nada é novo, isso não é problema, o real defeito é não reconhecer as limitações de atuação, efeitos visuais...e bem, usar trovões e raios nas janelas sem acontecer de fato no lado de fora é o cúmulo do ridículo. Tudo é artificial e teatral na pior maneira. Plot twists são acumulados e entregues com explicações demasiadas...e bem, se não foi possível adivinhar antes é porque aqui a trama é tão óbvia em usar os personagens apresentados para outras funções que se torna inacreditável. Pelo menos dá alguns sustos e tem uma criança que assustadoramente canta bem.
PS: uma coisa legal da história é o artifício de dons, como poderes divinos. Parece que virou mais moda o assustado usar o assustador para salvar os assustadores. Na "A Freira" também tem isso de super heróis. Sempre teve isso eu acho, mas fica mais evidente com o subgênero de heróis em alta. Até a Universal quis refazer seus clássicos com crossovers no estilo Vingadores hahaha, uma pena que não aproveitaram "Dracula Untold" e fizeram o péssimo "Múmia".
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraPor mais que o título fale sobre fama e o nascimento de uma estrela musical, a direção de #bradleycooper busca um anseio maior, trazer o princípio de qualquer boa canção, a inspiração.
Na primeira música tocada "Black Eyes" sente-se o drama do personagem Jackson Maine com ajuda da maravilhosa fotografia de #matthewlibatique que exalta o personagem com o contra-plongée ao mesmo tempo que dá um sentimento de êxtase perigosa com gravação tremida, como se o personagem já estivesse fadado a uma queda no auge e traz o sentimento de video clips, eleva a sonoridade das canções que deve levar o público a uma imersão de um show verídico. Tudo essêncial para que na história crie contrastes entre o íntimo de Ally e Jack e a performático deles no palco, explicitado bem no retrato sem maquiagem dela e no alcoolismo dele. A obra se eleva quando foca nas composições, detalhando casamentos de refrãos com inspirações reflexivas sobre um do outro. "Shallows" mostra perfeitamente isso, pois sua letra é muito representativa sobre a dinâmica do casal que tem uma química vivaz. O diretor capta precisamente carícias, olhares e símbolos criados no enrolar de um romance. Nisso, o tom biográfico para #ladygaga a faz trazer verdade na emoção e Cooper, como um bom ator e inspirado em diretores como #clinteastwood que se auto dirigem nas perfomaces, se exalta em uma atuação técnica e marcante.
Quanto aos defeitos, o mais evidente é o papel de #rezgravon como produtor de Ally, por mais que ele apareça pouco sua atuação ruim incomodaria menos, porém ele tem um papel importante para o conflito central da trama e quando o personagem tem o seu momento chave quase atrapalha a empatia pelas decisões do protagonista no final do filme. Sobre o roteiro, vê-se desproporcionalidade problemáticas nos atos, com uma majestoso e rápido primeiro ato, porém com um segundo ato mais alongado que a montagem não consegue agilizar e algumas elipses evitam que o contraste de Ally e Jack seja explorado melhor, centrando as nuances quase exclusivamente para ele, provocando um peso maior no terceiro ato mas criando também ambiguidades incomodas na interação do casal.
Afinal temos um maravilhoso remake, que trata da inspiração musical, das 12 notas e as variações de oitavas que resumem toda a trama e a eleva com sons pungentes do country. Com um monstruoso trabalho de Bradley Cooper como diretor, ator e roteirista de algumas linhas e a participação fundamental de Lady Gaga no projeto para crescimento tanto musical quanto em relevância, selo Oscar está garantindo e justamente.
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Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras
3.8 2,2K Assista AgoraInexplicavelmente o diretor Guy Ritchie conseguiu misturar o grandiloquente divertimento de uma aventura investigativa de Sherlock Holmes com uma evolução significativa de seus personagens, apoiado em mais uma vez nas ótimas atuações de Jude Law e Robert Downey Jr., e o aparecido Jared Harris.
Nos últimos filmes do Sr. Ritche não havia grande necessidade de afinar relações entre os personagens ou desenvolvê-las de tal forma que sustentasse o filme, eram apenas jogos de tiradas e diálogos rápidos que resolviam tudo. No primeiro filme do Sherlock Holmes, Guy demonstrou que podia além daquilo, mas até que ponto ele conseguiria progredir era o que causava duvida. Nessa continuação felizmente ele consegue tanto progredir dramaticamente quando aumentar o nível de diversão aliada de sua assinatura tão visível. Sherlock e Watson diante do casamento de Mary e do vilão Moriarty sobra mais carisma e química entre os dois. O humor é elevado sem exagero inoportuno e a pseudomentalidade da trama é sincera do que quer ser, com jogo de xadrez e cara a cara para decidir uma batalha global. Além disso as adições da personagem Madam Simza e Mycroft envolvem o mundo dos ciganos quanto a corrupção política da Inglaterra respectivamente, fincando dois mundos que se associam numa história mirabolante que mais uma vez nada parece o Sherlock dos livros e por isso mesmo funciona ainda mais com a mente do diretor.
O que faltou ao final do longa metragem foi trazer a tona de fato a verdadeira grandiosidade do filme que é Sherlock versus Moriarty. O ponto de vista professor que tanto desafia Holmes não deve ser tratado com mais esmero, mostrando que nem seu plano maléfico nem mesmo o seu arqui rival o tornam grande, o que o torna grande é sua capacidade de pensar na frente, ter seu próprio ponto de vista. Por mais que o filme sugira isso em alguns pontos, principalmente quando Sherlock se sente vunerável, o próprio ator Jared Harris parece se limitar na atuação por o roteiro não explorar algo a mais que tanto é conhecido na mitologia do super detetive.
De cara esse se torna o melhor trabalho do Sr. Ritche, por ser desafiado a dirigir algo mais emocional e por entregar isso funcionalmente com diversão de qualidade. A de novo presença do Hans Zimmer na trilha mantém a aventura marcante que permitiu no primeiro filme a adaptação do Sherlock ser lembrável com seu estilo e de Guy Ritchie. Como continuação os arcos do filme de 2009 são concluídos com êxito e diferente do antecessor o equilíbrio é bem vindo no terceiro ato, porque mesmo que seja uma livre contextualização do personagem e que trama nada comporta o ritmo literário, ainda assim está sendo tratado de Sherlock Holmes, e pelo visto o autor do filme claramente entendeu melhor as necessidades para o personagem.
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Venom
3.1 1,4K Assista AgoraContar uma história básica usando clichês ou até mesmo padrões formulaicos pode ter em vista qualidade, mas tudo depende do propósito tanto narrativo quanto de entretenimento, algo difícil de compreender nesse filme.
É possível rir em pontos do longa graças a atuação de #tomhardy , no entanto, infelizmente seu início de esquisitice abobalhada caracteristica de Eddie Brock se perde no exagero interpretativo no estilo #nicolascage , sem contexto suficiente que abrace isso e uma veia cômica afiada que tornasse a tragicidade do personagem em um humor negro minimamente relevante. Diante fatores qualitativos, diretor de fotografia #matthewlibatique talvez seja a luz de uma narrativa constante, mesmo não desenvolvida, com o uso do azul para o isolamento do protagonista na cidade e o ar intelectual do vilão vivido por #rizahmed , ator que conseguiu tornar incidentamente ridicularidades em maldade eficaz. Sobre eficácia, o visual do simbionte pode ser acusado de mal feito mas pelo menos se adequa bem aos disfarces antiquados de gravar em situações noturnas. Até mesmo a trilha sonora não confluente ao que é visto em tela pode ser ouvida com prazer sem as imagens.
Com as qualidades visuais e as estranhas atuações, pode-se tentar entender a ideia do diretor #rubenfleischer para o filme, mas se complica na sua missão quando um roteiro é desfalcado em excesso. Planos muito repetidos, diálogos sem sentido para a comédia e para o drama, e uma montagem preguiçosa em programar as cenas de ação sem uma ligação envolvente para tal, são delimitantes para ao menos perder diversão. Ao se ater em linhas mal escritas poderia se justificar o projeto no campo da estranheza, no entanto todas as vibrações do filme não se voltam para isso, já que há teclas do terror, da comédia romântica, da ação, com direito a slow motion, e de algum fenômeno trash deslocado só mostra a dificuldade de adaptar o personagem Venom para o cinema. Ao tentar simpatizar o personagem com o público é abrupto e corrido, e o que deveria ser o maior conflito entre um homem e um "parasita", seja cômico ou dramático, é explicado novamente com desprezo, algo que pertence ao filme.
O que sobre no final é um sentimento de vazio forte, o público pode até se divertir com as trapalhadas de Tom Hardy que talvez seja desculpado pelo esforço, algo necessário para que ele consiga mais projetos longe do viés dessa obra, entretatanto a conclusão comparativa com os filmes de heroís e anti-heroís no começo do século XXI pode é justa, talvez não pela fidelidade aos quadrinhos que aqui existe nessa produção, mas pela volta da evasão da compreensão do bizarro das HQs, tentando tornar o esquisito em descolado como uma forma de adaptar para o cinema.
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O Primeiro Homem
3.6 648 Assista AgoraSem papas na língua, como humano eu me emociono também e esse filme tocou profundamente. Chorei, não tanto, mas chorei. Um filme imersivo. Chazelle de novo muito autoral e nesse filme ele definitivamente conversa menos com o público. É um filme extremamente triste e baseado no desespero. Vale a pena ver no cinema que é onde esse filme pertence. Um passo para um homem, um salto gigantesco para...um pai.
PS: eu volto para comentar mais, por enquanto estou absorvendo o filme.
O Mínimo Para Viver
3.5 622 Assista AgoraFala sobre anorexia e bulimia visivelmente, assuntos relacionados a magreza excessiva de variadas formas e até fugindo de alguns clichês, deixando para fotografia fazer a parte dramática com o amarelado de contante insegurança nessa situação. Trabalhar com esses assuntos são difíceis por sempre andar no limiar da inconsequência, mas algo que percebo que o original da Netflix vai além é falar sobre a morte e a vida, que para escolher uma das vertentes é preciso experimentar uma delas primeiro, pois só assim se entende o ciclo vital e a importância dele.
@davispielberg_lima
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista AgoraA vingança tarantina com toda a história do cinema em um filme, será? kkkk que filmaço, é uma peculiaridade enorme que sério, mesmo você não gostando...não é ruim certo?Um desenho animado para adultos, e por incrível que pareça com menos sangue do que de costume. E tem na Netflix por enquanto. Tem falhas? Ora se não, só o fanático ou extasiado não perceba, mas continua tendo seu valor de entretenimento e mais ainda artístico. - @davispielberg_lima
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraEntão, Bradley Cooper vai ganhar Oscar? kkkk esse não é o ponto. O ponto é que esse diretor, ator e parcialmente roteirista trouxe frescor ao clichê. Isso é o lindo da arte, isso é lindo do cinema. Eu não chorei, não amei o filme, mas posso dizer facilmente que é um dos melhores dramas do ano. Sim, tem defeitos no roteiro e o segundo ato passa por perrengues de uma introdução apressada, porém como não valorizar essa dupla Lady Gaga e Cooper? As entrevistas em Toronto falaram bem, um encontrou ao outro como alma gêmea, não no romance propriamente dito, mas na química, na proposta de cada um. Cooper já se garantiu na atuação antes, foi a vez de demonstrar que aprendeu com mestre Clint Eastwood(que ia dirigir esse filme, no entanto não deu certo, por isso Cooper assumiu). É um filme de atores, é um filme sobre a fama, também sobre abuso e sobre essencialmente a MÚSICA. - @davispielberg_lima (instagram/em breve a crítica)
PS: -Sam Elliot pode não ter sido bem aproveitado no roteiro, porém conseguiu entregar algo, uma das melhores frases do filme que simboliza até mesmo o porque fazer esse remake. E caramba, o diretor de fotografia Libatique que já tinha deixado a marca de leve no péssimo Venom, consegue entregar mais um trabalho célebre. Me lembrou alguns takes dos filmes do Aronofsky, principalmente de "O Lutador".
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraInfelizmente a Sony meteu o dedo no filme de novo. De novo um filme bagunçado e sem propósito narrativo, cheio de arcos contruidos e concluidos em poucos diálogos. Nem Tom Hardy conseguiu dessa vez, o coitado perdeu talvez as melhores cenas na montagem e o filme perdeu a violência para o PG-13. Uma pena.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraKubrick em nenhum momento quis entreter ou emocionar, ele "apenas" quis inspirar, não tentando ser prepotente, apenas fazendo o melhor nos efeitos e inclusões musicais. As acusações para esse filme são bem válidas, mas não as considero tão grandes quanto a filosofia dessa pintura cinematográfica.
Jurassic World: Reino Ameaçado
3.4 1,1K Assista AgoraA escolha de um diretor muda tudo em um filme. Assim como Spielberg em 1993 tratou os dinossauros como animais o ótimo J.A.Bayona também enxerga isso, ele entendeu a forma que Steven soube introduzir terror nesses animais pré-históricos na limitação de um blockbuster, e nesse caso sem um roteiro convincente.
A linguagem visual do filme vale bem mais que os diálogos e desenvolvimento dos personagens. Desde do sentimentalismo bem filmado
em prol dos dinossauros, em uma nova extinção na Ilha Nublar, ao ótimo momento de terror, usando bem a iluminação em vários sentidos, além da calma nas cenas, construindo melhor o ambiente. É maravilhoso como os dinossauros são tratados de formas distintas sem destoar a natureza animalesca que existe em comum. A velociraptor Blue é melhor trabalhada como a versão humanizada da criação genética, provando a necessidade dos humanos para que haja bondade, obediência, não apenas ciência, concertando o rumo do filme antecessor que não conseguiu emocionar o suficiente para provar isso. Em contrapartida o clássico egoísmo e clichê da ganância "monstrualiza" os dinossauros, criando uma antítese. Desse jeito é formada a estética linguística do filme, emocionando e aterrorizando com os dois lados opostos que vivem dentro do ser humano refletido na recriação pré-histórica.
Se por algum motivo tudo isso é perceptível durante a sessão a possibilidade de acreditar no intuito do filme e onde ele quer levar a franquia trará efeitos positivos. Caso não, o roteiro fraco de Colin Treverrow vai angustiar os espectadores. Bayona e seu diretor de fotografia sustenta o bom subjetivo da obra, enquanto todo o resto que está atrelado a roteiro e interação de personagens vai só piorando. As incongruências são facilmente percebidas, como piadas ruins e personagens irrelevantes, assim como conveniências demais que podem irritar. Todos esses defeitos desagrega a capacidade de prender o expectador e se importar com os personagens, mesmo sendo já conhecidos. Quando as ações são bobas e tem resoluções previsíveis em excesso complica o compromisso com o progresso da história.
No geral é um filme divisivo, mas ainda assim divertido. Supera o filme de 2015 porque consegue contagiar fora da bolha nostálgica, e principalmente consegue incluir gênero no filme ou qualquer personalidade do diretor. Isso é importante tanto nos blockbusters quanto nessa franquia que precisava mostrar horizontes mais claros e desafiadores. A refinada que Bayona trouxe vale bem mais que o script preguiçoso.
Sicario: Dia do Soldado
3.5 234 Assista AgoraDepois de apresentar o terreno corrupto das forças-tarefa dos EUA na fronteira com o México, Taylor Sheridan aposta nos seus bons personagens vividos por Benicio Del Toro e Josh Brolin em uma aventura mais western, desenvolvendo-os, e detalhando as estratégias do tráfico de drogas e pessoas com uma pitada de sentimento.
Nessa continuação o diretor Stefano Sollima consegue implementar um ritmo mais instigante no suspense que no filme anterior. Isso é importante porque a história que quer se contar aqui mesmo que siga o caminho da anterior talvez seja mais simples, mais violenta e menos misteriosa. Agora o ponto de vista são dos personagens extremamente cinzas que conhecemos do primeiro filme, Alejandro e Matt Graver. A grande sacada do roteirista é colocá-los no próprio anseio corrupto e sem escrúpulos que eles representam, liberando na tela a filosofia íntima de cada um por consequência. O princípio mais intenso é o terrorismo, a paranoia que os homens bomba do islã provocam, colocando o expectador no desespero com o escuro ou a trilha pesada do boa substituta do falecido Jóhann. Isso tudo coloca os personagens em mais uma missão suja, dividindo a trama entre a falsa moralidade de Grant e a paternidade de Alejandro, alá John Wayne em "True Grit", ou o mais recente Logan.
Apesar da premissa catapultar muito bem o ritmo do filme e todos os diálogos iniciais nada cansativos, parece que ela é praticamente esquecida ao longo do história. Aparentemente o filme se empolga demais com o drama da filha de um grande traficante de drogas estrelada pela boa atriz Isabela Moner em vez de amarrar as pontas com o início. O próprio final parece deslocado, também ansioso demasiadamente com a boa trama paralela que mostra o início de vida de um jovem no grande comércio de drogas, quando Sheridan mostra sua qualidade em explorar com qualidade o tema problemático que há na fronteira do México com EUA. Além dessas falhas, muitas conveniências gritam alto, tornando o longa em uma espada de dois gumes, sendo modesto no mistério e perspicaz na abordagem, entretanto não mostra coesão e concentração para resolver os conflitos.
Concluindo, a qualidade se perde um pouco com relação ao filme antecessor, porém acrescenta também qualidade em outros pontos que o primeiro não tinha. O que chama mais atenção é a que a continuação mantém o estilo e ainda sim tem identificação própria. Isso mostra uma boa produção que escolhe bem a equipe, trazendo uma sequência que expande no interno dos personagens, acinzentando mais ainda o espectro entre preto e branco que definitivamente não existe; não existe segurança, existe pessoalidades, interesses que falam mais alto e esses interesses podem envolver emoções puras também.
Os Incríveis 2
4.1 1,4K Assista AgoraAs continuações no cinema sempre são problemáticas, mas graças ao bom senso de Brad Bird de trabalhar um assunto que complementa o primeiro filme, alterando papéis, questionando o heroísmo e até que ponto pode atrapalhar a família, ele fez uma sequência exemplar e necessária.
De cara colocar Helena trabalhando como Mulher-Elástica não só retrata a modernidade como traz um ensinamento de roteiro de como repetir fatos do primeiro filme que tenham intuitos argumentativos para a própria história que queira contar, justificando essa escolha por si só. Outra coisa que influencia é o desenvolvimento da personagem colocada agora na situação do marido que tanto a testou no quesito confiança matrimonial. Uma pena é que toda a sua aventura seja mais rica em ação de qualidade do que em questões mais complexas para resolução que tanto agradou no primeiro filme no arco do Sr. Incrível. Muito desse vacilo se vale a previsibilidade vilanesca. Os preceitos que criam o Hipnotizador são válidos, mas seus planos são apresentados com pouco esmero e sua relação com a heroína é mais expositiva do que bem contraposta.
Diante do arco da Mulher-Elástica cria-se o arco do Sr. Incrível, divisão também colocada no primeiro filme, porém a escolha aqui é trabalhar individualmente, com tramas únicas para cada, mesmo que uma consequência da outra. Essa escolha é um reflexo da temática contrária do primeiro filme, para afirmar e expandir o tema, como uma contra argumentação induzindo ao equilíbrio dos papéis em prol da família que se baseiam nos papéis individuais também. Então usar o pai para ficar em casa, descobrindo os poderes do filho mais novo antes da mãe, tratar se paixonites da juventude da filha e perceber a modernidade do aprendizado escolar com o filho que tanto buscava refletir seus sonhos no primeiro filme, utilizando os poderes para o esporte, faz Roberto então entender mais do que nunca o quanto a flexibilidade da Mulher-Elástica era necessária para ele, como a sua força de vontade e posição tenaz era necessária para ela, de novo concluindo detalhes do primeiro filme, como um anexo maravilhoso que precisava ser feito.
Para concluir, a presença do Incrimóvel trouxe mais aspectos estilísticos do 007, como a trilha que lembra um pouco. O Jazz de Giacchino combina muito com o traço seiscentista, assim como as canções de cada herói, lembrando as dos desenhos antigos. E mais do que nunca o aspecto visual da animação é apresentado em nível absurdo de qualidade, valorizando muito bem as cenas de ação. No final de tudo Zezé foi uma grande surpresa e o selo Brad Bird permanece, mesmo que com menos qualidade, apostando no roteiro mais simples e mais bem humorado do que de costume, mas fazendo uma sequência que valeu a pena de 14 anos.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista AgoraEntre o épico e o sentimental, John Williams fazia o tema de um filme que marca gerações. Tudo relacionado ao que tratava o roteiro, sobre um homem que precisava aprender frivolidades que fazem parte da vida, que fazem amadurecer até mesmo o adulto, enquanto abordava toda a genética de criar dinossauros, grandes, barulhentos e perigosos, porém não como monstros, mas como animais pré-históricos. É nesse tratamento de duas vertentes que se entrelaçam naturalmente que Steven Spielberg se consagrava mais uma vez em 1993, delimitando mais um marco cinematográfico.
Conceber dinossauros no cinema era um desafio, tanto na criação visual como sonora. A computação gráfica foi inovadora no filme, se misturando com efeitos práticos para tornar tudo mais incrível e verdadeiro. Assim como o som, que com a oportunidade de ver no cinema torna-se ensurdecedor, causando o mesmo sentimento do personagem no espectador. Todas essas características para a concepção desses animais também era efetiva para os momentos de terror. Com muita calma o diretor de fotografia Dean Cundey focava na cabeça do animatrônico do Tiranossauro Rex até que o take que enquadra o dinossauro todo, soltando seu rugido. Cena tão marcante também, principalmente por sua tensão, é dos velociraptors com seu barulho característico que cria arrepios, andando lentamente para dar o bote da forma mais rápida possível. Dessa forma o sentimento e a emoção eram exaladas para fora da tela, de sustos a deslumbramentos.
Afinal, fora sua forma de abordagem, a mensagem que passa sobre a relação do homem, criatura, com os dinossauros, criados por outra criatura; a genética em contraponto a natureza, quando a vida sempre encontra um meio, e junto a tudo isso fala da tecnologia e do homem moderno. Uma ficção científica das melhores, com ótimas atuações de Laura Dern , Sam Neil e Jeff Goldblum , em que cada personagem faz o espectador participar daquele grande projeto de um parque que não deu certo não por acaso. Quando se tenta tornar a emulação em real o processo é desastroso, logo Mary Shelley continua sempre muito influente.
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 942 Assista AgoraO primeiro filme da chamada Trilogia da Fronteira do roteirista Taylor Sheridan fala muito visualmente, tem um roteiro bem cuidado e conta uma história angustiante, mas bem que poderia ser mais objetivo.
A maior qualidade dessa obra é a direção de fotografia e a direção como todo. Roger Deakins e Dennis Villeneuve apresentam uma parceria exemplar, com calma e detalhismo que intriga, cria um suspense e especialmente massageia a ideia do roteiro, desenvolvendo o aspecto geográfico que tão importa a história. A missão é o que pouco interessa realmente, o que é mais valorizado é o ambiente dúbio que a missão do folgado personagem de Josh Brolin e o do misterioso de Benicio Del Toro apresenta, sendo essencial sentir isso além de diálogos, além de atuação, para que diferencie o filme e porte a importância da tensão da fronteira entre Estados Unidos e México.
No entanto, por mais que a história seja bem escrita o jeito como é contada deveria apresentar um norte mais cedo. A ideia de causar suspense dessa forma se faz problemática quando a entrega não é satisfatória, no ponto positivo que mostra o bom realismo do filme quanto no negativo de não realizar-se integralmente, mesmo que sua ideia era apresentar o ponto de vista da personagem da Emily Blunt que não entende a proposta real da missão assim como o expectador. Outro problema também está relacionada a ela dentro do roteiro, quando não aparenta progresso na sua importante trama de luta contra o machismo com sua profissão, perdendo-se nos finalmentes do filme.
O que torna esse filme ótimo é sair do convencional de explicar demais a burocracia da polícia e das ações especiais secretas, que por sinal faz muito sentido ser assim quando entende-se que não se ultrapassa limites quando eles podem desaparecer por motivos meramente humanos, não estratégicos como centro. E mais ainda, o fato de mostrar a situação do México sem trivialidades culturais ou gracejos explicativos, apenas visualmente com fogos de artifícios de uma festa metaforicamente assustadora do crime, bem próximo e estranhamente articulado pelo Tio Sam, compreende-se em que nível monetário chegou a violência.
Megatubarão
2.8 842Um filme de tentativas e erros, mas com mínimos acertos que vão pesar no sentimento de diversão, para alguns garantindo entretenimento, para outros nada que não afunde o Megatubarão de vez no mar.
Esse é o tipo de filme que tangencia o gênero trash , por isso a capacidade de dividir opiniões aumenta, pois quando pontua o gênero acaba por admitir sua possível falta de qualidade cinematográfica, tornando palpável ao público estranhezas que não é costume se ver nos filmes de grande orçamento, provocando risos e divertimento. Além disso, a tradição de aproveitar o mercado chinês para arriscar no investimento, mesmo com mal retrospecto, é bem utilizado, desde do elenco asiático aos locais que se usam para contextualizar o filme. Esse intuito, de conquistar o mercado oriental, no filme talvez seja mais visível ainda quando a boa interação do Jason Statham com a atriz infantil Shuya Shophia Cai se firma em graciosidade e infantilidade bem vinda. Por falar em Jason, aqui nesse longa-metragem tudo é aproveitável para ele, seja na natação, na ação absurda ou na ironia que ele faz tão bem. Apesar dos pesares o ator é incomodado pouco com os profundos problemas do filme, escondendo-os mais quando ele está em tela.
Em compensação para falar dos erros desse filme é mais fácil e também frágeis para o conceito de entretenimento. Incoerências de roteiro principalmente associadas a trama de Stathan é duvidosa quanto a tentativa de ousadia aparente ou simples humor. Há piadas infantis que causam mais desprezo do que risadas e que ainda isolam dramas inertes. E sobre os sustos iminentes, eles causam mais raiva por serem constantes do que recompensa por diversão. Sobre o maior defeito de todos está contido no megatubarão, dócil demais, sempre evitando se enraivecer, como faria em um bom trash exagerado, e ainda se esconde para tentar emular Jaws (1975), mas parece bem mais fazer isso por se limitar com sua classificação indicativa ou efeitos especiais do que realmente causar suspense, pois quando chega no climax não é definitivamente o ponto alto, é de novo uma tentativa até de fazer diferente, porém se entrega ao vazio de tangenciar algum gênero.
Ao final de tudo só sobra o sentimento taciturno, de algo que prometeu um leve diferencial, alguma irreverência e quem sabe muito sangue com gênero trash, entretanto toda essa expectativa inicial e ofuscada pela comédia fácil, pela irracionalidade segura demais para tratar de um tubarão gigante de uma fenda pré-histórica. Quem sabe não se deva ter realmente expectativa nenhuma com o filme, porém o fato de se esperar uma mínima ideia dadaísta na obra não parece prejudicial, apenas favorece o pensamento que por mais bizarro que seja ainda pode ser bom e divertido com defeitos intencionais, só que aqui apenas o subjetivo "divertir" é o que aparentemente importa.