Com teor cômico, muitas cruzes na Romênia e terceiro ato mais inteligente no propósito de aterrorizar, A Freira de forma alguma se salva, mas diverte com sua ideia.
Inegavelmente toda a contextualização é bem feita, desde dos túmulos com sinos da Idade Média a visões aéreas imersivas do local, dando um peso histórico ao convento. Não falta uma bela fotografia que usa bem suas viradas de ângulos ou dá um 360° eficaz na perda do senso espacial, investindo no expectador que procura onde estará a Freira nos cantos da tela, além de usar bem o plongée. É preciso reconhecer também a boa insistência do roteiro desconjuntado em vários quesitos, seja em desconvencer uma conclusão premeditada inevitável para a trama ou em definir símbolos, principalmente no final da história. E a não menos importante Freira mesmo sendo menos eficaz nos sustos com a trilha pesada, que é um "baum" estiloso do Abelkor Zeniowski , e mostrando demais o rosto, o que diminui o medo do público, ainda assim os close up funcionam e poderiam ter funcionado mais ainda se usasse melhor uma das simbologias do ato de encerramento.
Outra percepção a se comentar é a repetição e o comodismo do filme. Pela sua insuficiência narrativa para terminar arcos de personagens de repente surgem resoluções para o caso do demônio de Valak, tudo acidentalmente dentro da linha contada da história. Os flashbacks se repetem para acomodar explicações sobre o personagem do padre vivido Damian Bichir , que por sinal pareceu aqui mais como ator de novela no mal sentido, para justificar um propósito da noviça vivida por Taissa Farmiga , carismática, apenas, no papel, e claro para resolver o caso a qual cada personagem foi chamado para o convento. O personagem Frenchie vivido por Jonas Bloquet é o que se salva, mesmo que possa ser completamente deslocado em boa parte dos momentos ainda assim consegue situar bem na trama assustadora, atuar na medida do que proporam a ele e fazer um tipo Brendan Fraser . Entre visões, covas e palavras cruzadas, apesar de nada ter algum intuito funcionalmente relevante que não seja o susto, pelo menos uma pessoa assustada de verdade é bem vinda ao filme.
Em verdade o filme tem uma ótima proposta de terror com comédia e jogos de câmera bem interessantes, mas nada de fato é bem misturado em suas capacidades, além de um script bem problemático. De cártase imaginativa vale mais se o expectador avaliar o quanto o terror e a comédia se sustentam por caminhos parecidos. Pensar nisso pode ser um bom entretenimento fora os jump scares. @davispielberg_lima site: Vamos Falar de Cinema
Revendo esse filme e percebendo que fora a trilha sonora maravilhosa de Hans Zimmer, otima atuacao de Crowe e uma grandiosidade explicita tanto nos pequenos tratamentos poéticos quanto no design, as inconsistências históricas juntas a do texto conveniente demais para que a história tomasse rumo, a montagem problemática, mesmo que efetiva, e uma direção que desperdiça a atuação de Joaquim Phoenix tornam esse filme em...um bom filme apenas. A questão é que o filme encanta, emociona, sendo difícil perceber seus pecados. O seu sucesso comercial se justifica, a sua coroação oscarizada não é um absurdo visto que creio na ideia que Oscar não se dá ao melhor filme na questão artística apenas, mas sim no conjunto da obra, se o filme agrada, se o filme é no mínimo bem feito e consegue arrebatar. Talvez merecesse o Oscar de melhor trilha sonora também, já de roteiro original...prefiro não comentar. Mas de fato você associar lutas sangrentas com o onírico divino não é facil, muito menos fazer seus atores falarem frases pieguas e sairem palatáveis. Enfim, um filme memorável, mesmo não sendo incrível.
Não é sobre márfia, é sobre família. Ford Coppola fez uma das obras primas do Cinema, sem dúvida. Impressionante segurança para tal filme. 3 horas que são saborosas de assistir, uma capacidade teatral absurda. Adjetivos exagerados e extremos para esse filme não são pouco nem muito, apenas retratam a verdade. Pode soar lento e chato para alguns, mas esse alguns não podem negar sua importância cinematográfica e qualidade técnica. Parece tão simples, porém quando é feito com apreço é desvendável o cerne reflexivo. Uma obra atemporal.
Quem amou The Last Jedi vê esse documentário e quer repetir. Quem odiou o filme é melhor nem ver para não hatear outro diretor que fez esse documentário.
Na visão de quem amou ou na melhor neutralidade apreciou o filme presencia o quão eficiente é Rian Johnson. Provavelmente o produtor Ram Bergman tenha sido até mais. O que mais cativa nesse documentário é como ele valoriza as relações dos que projetaram esse filme. Claro, o título até sugere isso, principalmente entre Mark Hamill e Riam. Há momentos que podem fazer chorar, há segredos revelados aqui que exaltam o Oitavo Episódio da Saga. O sentimento de trabalho bem feito, de trabalho trabalhoso e qualidade investida é sentida. É sentida a mão de um artista com medo de mexer numa obra que ama, mas com uma visão gentil, com certeza não única já que são tanto empregados, mas definitivamente esclarecida de sua responsabilidade, de sua oisadia de mudar tudo.
Definitivamente esse é um filme neutro, por mais que seus créditos sejam cheios de bandeiras. Clint talvez não seja neutro, talvez escorregue no patriotismo em algumas cenas, mas de fato o roterista em sua defesa de dizer que o filme não é pró nem contra a guerra faz sentido. A visão é: a guerra transtorna, mas é defendida pela defesa da irmandade militar. Isso é o que transparece em Chris Kyle extremamente bem interpretado por Bradley Cooper. Sem exagero, sim, sua atuação é aquele que você nomeia ao Oscar justamente. Não só fisicamente, não só nas cenas dramáticas ou de tensão antes de um tiro, é no olhar, naquele canto da boca apertado, é na fala ou talvez no jeito como interage com Siena Miller. Ela também faz um papel simples mas preciso emocionalmente. De uma maneira geral o filme é simples, não é um grande estudo de personagem, apenas, mas de capacidade não esperada, consegue extrair emoções pontuais que engrandecem o filme. A pespectiva muda, e o filme aborda isso, mudanças de pespectivas. Apenas situar uma cena entre uma mulher grávida ao telefone em choros transpassados por um ataque no Iraque, passando a tensão pra cena por causa do choro é de se elogiar. Verdade que o filme é pieguas e mal inspirado quando retrata a guerra. O pieguas parece ser intencional, mas nem por isso se torna interessante pro filme. E a inspiração poderia ser em uma montagem ou fotografia mais fluida. Apesar das controvérsias envolvendo o filme, principalmente sobre o patriotismo metralhado, a verdade é que mesmo sendo ou não ele é sincero em retratar a guerra do Iraque. O sentimento é genuíno, seja de vingança, seja de amor, seja da raiva, enfim. Sobra até reflexão sobre o machismo e suas influencias na guerra, até mesmo um cristianismo falsamente praticado por muitos estadunidenses. Retrato romantizado para a necessidade do filme, mas real para necessidade história pós guerra do Iraque seja retratada.
Eu gosto de escrever muito aqui, mas vou dá um de The Square e só deixar a mensagem: este é um filme que sabe fomentar discussão mas não sabe discuti-la. Apesar dos pesares, merecidíssimo Palma de Ouro. Se fosse menos sueco ainda poderia até marcar o ano de 2017...mas quem sabe já marcou...só o tempo dirá. Que tempos são esses hein?!
O realismo no cinema algumas vezes é evitado porque o intuito é sonhar, ludibriar e imaginar com as possibilidades visuais e som juntos na telona. Porém não é demérito o esforço para trazer o realidade colocada em tela, possibilitando trazer o ponto de vista amplo ou restrito de determinada problemática ou figura social. Que fosse apenas esse esforço que Túmulo do Vagalumes não tornaria o crível em incrível, pois o que torna esse filme tão importante e marcante é tratar emoções vivas em uma animação, tratar do realismo com 2D naquela qualidade japonesa, e mais, a coragem de pesar os assuntos é digno do maravilhoso cinema asiático, tornando um filme mais profundo e palpável que muitos.
O retrato da guerra aqui é tão incrível quanto miserável, por mostrar a injustiça que existe na humanidade até por parte dos protagonistas, em que o contexto já é o suficiente para entristecer o expectador, sendo as consequências sem artifícios manipulativos, apenas inevitável, aceite ou não. Triste do início ao fim, talhado no detalhe, sem urgência ou exaltação.
Prelúdio não é uma palavra boa para Star Wars e muito menos levando o nome de um personagem tão querido que é Han Solo, um coadjuvante que virou protagonista com outro ator. Fora acrescentar ao universo canônico definido pela Disney, a opção de contar a história como foi em outros veículos artísticos seria mais favorável
O roteiro de Lawrence Kasdan e seu filho Jonathan Kasdan aposta principalmente nos bons momentos que fazem Han ser Solo, fazendo muitas referências que os fãs pegam do universo construído, e de determinada forma são mostrados com certa inventividade, mesmo sem tanta criatividade. Em torno disso o script consegue desenvolver um sentido objetivo para a história, mesmo que não aparente, pois em meio a toda as relações dos personagens que não se mostram seguir em frente, ou até mesmo nas cenas de ações cegas emocionalmente, o que surge de tudo isso é a construção do Han Solo, um vislumbre palpável do que se tornaria o grande contrabandista. De fato é o grande valor do roteiro que também apresenta esse mundo de gangsteres dúbios em suas personalidades, que aos poucos incrementam personalidade ao redor de Alden Ehrenreich, que é tratado como coadjuvante e aos poucos se torna protagonista, no melhor estilo malandro característico do personagem, sendo engraçado e implementando presença nas cenas, incomodando com uma inconveniência divertida ao melhor jeito Harrison Ford, fora os trejeitos que Alden possibilita na sua boa emulação e interpretação.
No entanto, por mais que haja erros permeando as qualidades já citadas, não se pode deixar de se falar de erros graves. O próprio Ron Roward não conseguiu com a grande regravação colocar um estilo forte no filme que não fosse Star Wars. Há pontos que percebe uma ideia típica de spin-off, principalmente com os personagens, mas o que podia-se fazer fora do roteiro visualmente não há identidade, esvaziando a necessidade do filme, fora ver Han Solo ser vislumbre de Han Solo, e ainda por cima tornando o imaginário em real de forma pouco inspirada. Falando mais do roteiro ele apresenta incosistências graves e decisões nada cuidadosas, e mesmo que que não drastifique nada também só cria observações de uma biografia simplista demais, em um filme descompromissado demais em um final transgressor demais…no cinema.
É mais um filme para dividir fãs e divertir os descompromissados apreciadores de uma aventura empolgante, porque quem é conhecedor do Han Solo e aproveita o entretenimento básico acaba por gostar, mesmo reconhecendo, sem medo, que não há nada demais no projeto. Infelizmente a indiferença incomoda a franquia Star Wars, porém há pequenos fracassos disfarçados que fazem bem para uma renovação que The Last Jedi explodiu.
Os filmes cristãos são conhecidos em maioria por mostrarem fracas produções artísticas, centrando apenas na mensagem para o seu público gospel, porém esse filme consegue fugir disso belamente.
Nessa história o filme preza muito pela historicidade, valorizando a sensação de época e realismo. Isso também é extraído dos personagens que se demonstram muito humanos, tornando o filme mais emocionante e mais empático com o público cristão ou não, visto que a perseguição aos cristãos é bem ambientada, dando um senso de perigo, de dúvida e de angústia, tanto com cristãos sendo queimados nas ruas quanto na clandestinidade dos romanos mais pobres, criando a discussão sobre a posição dos perseguidos diante da situação adversa, desenvolvendo o cristianismo não apenas como solução rasa, causando reflexão e por fim engrandecendo os ensinamentos de uma boa mensagem. Tudo com aspecto renascentista na fotografia, agregando valor ao orçamento limitado e de poucos dias de gravação.
Enquanto certo valor foi agregado outros defeitos aparecem pela mesma limitação. O filme no seu segundo ato se torna arrastado, com um roteiro que não parece querer andar, insistindo nos arcos até a última gota, além da montagem que abusa de flashbacks repetidos. O roteiro escrito por Andrew Hyatt é aparentemente desproporcional a duração do filme, da mesma forma a montagem, e isso é percebido com a insistência, com a falta de objetividade mesmo no pouco tempo do filme. Esses dois fatores, montagem e roteiro, são essênciais para uma progressão no filme, um sentimento de gosto pela história no expectador e principalmente preservar a qualidade como superar outras limitações, dentre elas as atuações. A mais negativa atuação é de Olivier Martinez, sendo fraca em comparação a exigência da história, faltando uma dubiedade mais expressiva sobre a crença nos deuses romanos e a estranheza para o cristianismo, algo que não acontece, não efetivando o seu arco emocionante por completo.
Ao final de tudo, talvez pareça que o título do filme não faça muito sentido diante da história contada, mas faz sim. Paulo e sua presença é o motor para os acontecimentos, para os conflitos, para ser o exemplo de perseguição dos cristãos. E mais, Paulo como um grande difusor do evangelho realmente merecia o título desse filme que faz nada mais nada menos o que o evangelho quer de trazer a mensagem a todos os públicos nos mais variados meios, inclusive o cinema. É verdade que os atuais filmes cristãos precisam melhorar sua qualidade para esse intuito ser melhor concluído, e esse filme provoca um maravilhoso engate para isso.
@davispielberg_lima Site: Vamos Falar de Cinema(crítica completa)
Finalmente um filme bom depois de "Snatch" ser irresistível para alguns e desgostoso por outros, depois de um atentado com "Swept Away" com Madonna e um desnecessariamente complicado "Revolver" GUY RITCHIE volta a sua fórmula de seu primeiro filme de 1998 sem exageros de "Snatch", valorizando uma organização confusa, no bom sentido, trabalhando seus personagens, e tocando em temáticas sociais entre os gangsteres. E o melhor é que as atuações são maravilhosas, todas no ponto certo e cativantes. Outra coisa boa é a comédia física, dark e light, todas tirando gargalhadas como seu primeiro filme, e de no repetindo, sem exageros de "Snatch", com uma montagem simples, com uma fotografia mais trabalhada e principalmente: segurança na direção e roteiro. Ainda tem defeitos de ritmo, meio inconstante, e algumas obviedades que não é de praxe de Ritchie. De qualquer forma esse filme marca o ano em que Guy soube se divertir e ter seriedade na gota certa.
Animal, Rocknrolla, britânicos em estilo, clandestinos na "mão certa" de Guy se tornam caricatos e humanos.
Guy Ritchie faz algo louvável que é a ousadia na sua fórmula. É verdade que ele implementa complexidade na trama, no roteiro, mas não é necessário tornar isso esbanjamento(se é que essa palavra exista) com sua montagem repetitiva. É irônico, que se Guy Ritchie realmente acreditasse realmente no seu roteiro e estudo pisicológico não voltaria sempre ao mesmo ponto e apresentasse seus termos no início do filme e depois durante ele. Não tem um função narrativa já que ninguém decora tais coisas porque não se sabe quando vai ser usado. A graça do filme é na atuação de Jason Stathan, sempre trabalhando bem com o diretor, e Ray Liotta. A antítese entre eles não é mt explicita, tanto que o Guy insiste e acrescentar subtramas e mais subtramas tentando repetir sua fórmula de surpresas e perdições no mundo do crime. Acho que se ele fosse mais simples como o xadrez e valorizasse de fato seu progonista e vilão ao longo de todo o filme, não apenas em momentos de grandes clips monocromáticos, seu filme alcançaria o êxito que com certeza algum público mais engajado que o próprio filme alcançou, com explicações que fazem sentido, mas ainda não dizem tanto quanto o filme quer se fazer dizer.
PS: a capacidade de lidar com ladrões e trapaceadores não está no estilo ou na complexidade, mas sim na ideia de entender eles como humanos. As vezes dá pra ver isso nos filmes do Guy, principalmente o seu primeiro filme.(fica a dica de sua maravilhosa primeira obra).
É um atentado, só não é inaceitável pelo fato de ter valores no roteiro, poucos, além de momentos de comédia até engraçados, fora isso...não tem como descrever...é uma desgraça, algo que Guy Ritchie ter feito eu entendo, mas Matthew Vaugh produzir...acho que ou ele não gastou tanto ou simplesmente gosta muito do Guy. Madonna fez esse filme por amor, porque é um papel ridículo. Filmografia manchada, sem dúvida. Pelo menos, também, a fotografia é interessante em Malta, cenas abertas que são genuinamente românticas em tela, mas tudo isso é tirar leite de pedra diante de um desastre sem tamanho.
Seguindo a mesma ideia de "Lock, Stock", Guy Ritchie faz uma trama cheia de surpresas e com muitos personagens, engrenando aos poucos em sua história complicada, cheia de fios. Porém algo que Guy Ritchie não fez aqui foi equilibrar as surpresas constantes do filme, não preparando o terreno dos personagens, apenas jogando-os na tela com nomes engraçados e descartando-os uma, duas, três vezes praticamente da mesma forma. Não há ligação entre os personagens de forma que as cenas parecem clips, transitando quase que aleatoriamente entre os múltiplos arcos. O humor negro inglês é maravilhoso, sempre brincando com a cultura e temas sociais de maneira malandra, da melhor maneira Guy de abordar os clandestinos. Por fim não há muito de novo depois de seu primeiro filme, sendo previsível sua fórmula, agora colocando atores famosos, mas basicamente com a mesma ideia...o que mantém o filme é Jason Stathan com sua cara de poucos amigos, narrando algo, e a montagem clipesca que sempre chama muita atenção positivamente. E é isso, porcos comem 900g de carne crua por minuto(hahaha, thanks for that)...e não é "dags", é "dogs" kkkkk "I hate pikey"
Demora a engrenar, mas quando engrena não pode piscar. O problema não é ser lento, é pelo fato de não muito o que se apegar, então seu primeiro ato é muito duvidoso. Guy Ritche em seu primeiro filme mostra seu estilo que ele tanto adora, de contar histórias dos becos, dos ladrões, mais especificamente. Um roteiro afiado, que agiliza o filme sem nem precisar de uma grande montagem, apenas ligando os pontos e criando tensão por causa da sépia. PS: Jason Statham...onde está esse ator que pode mais do que apenas filmes de ações muito semelhantes? Está aqui.
Um filme divertido e aventureiro que expande mais o universo Star Wars no cinema, canonizando uma obra que poderia ser escrita em quadrinhos ou em um livro, mas a Disney é feliz em trazer algo dessas áreas literárias, menos acompanhada pelo público. É um filme problemático, todavia, de fato, com um roteiro raso em alguns momentos e muito preocupado em apenas explicar contos que antes tinham sido contados em falácias do queridíssimo Han Solo, que por sinal é extremamente bem interpretado por Alden, emulando Solo e Harrison Ford progressivamente sem perder sua pose engraçada que faz parte do ator desde de "Ave, César!". Por sinal, o que mais ajudou aqui o famosíssimo Ron Howard, além de esbilizar um filme até ficar sem identidade narrativa em ritmo, foi suas aptidões de extrair atuação de seus atores, de forma que até Emilia Clarke torna Q'ira uma das melhores personagens, até porque também é muito bem escrita. Enfim, ritmo, ação, mal introdução de personagens como L3 e uma pitada muito estranha de Lando Calrissian, mesmo com ótima atuação de Donald Glover, são problemas de um filme que torna Han Solo mais Han Solo, mostra os contrabandistas da galáxia e ...caramba...uma dubiedade em tudo.
PS: resumindo, a metáfora é que o filme é um ovo, e o potencial é o pintinho. O que é mostrado é só o bico do pintinho, ou seja, o potencial de ser um filme maravilhoso existe, está no filme, mas ele não é mostrado por completo, e fica nisso. Mas valeu, um ponto fora da curva da franquia que por sinal...tem filmes bem piores...mas saga continua. Esses Spin-Offs são importantes....e vem trilogia correndo por fora??? Que final.
Depois de rever o filme compreendo que a direção de fotografia, os efeitos, a trilha sonora e edição de som são as melhores coisas dos filmes, como se Ben Stiller fosse principiante embelezar tudo sem, infelizmente, tornar tudo substancial. Dá para entender a proposta, que pode até ser linda, maa feita do jeito errado pode criar ate ódio, inveja e qualquer coisa que só faça o expectador aproveite apenas o técnico. Ainda assim Ben Stiller mantém o brio do protagonista, acreditando fielmente na sua aparente anedota, já que tem vislubres de uma comédia. É possível sentir um brilho no filme, mas a falta a plena exposição desse brilho, não apenas cantar Space Oddity, e já dizendo o que vem a frente, mas realmente brincar com a realidade e os sonhos...brincar com RESPONSABILIDADE.
Depois de pensar muito, chega-se a conclusão que o filme se aceita como ridículo, Paul Walker foi bem escolhido para o papel e realmente vale a diversão, mas isso só ajuda em metade da produção do filme, assim como o próprio parece se perder e se encontrar durante os 86 minutos de filme. É consumível verborreicamente na sua linguagem cinematográfica, e isso de forma alguma é um problema, há formas de fazer isso sem prejudicar o filme, há muitos filmes que não querem que o expectador pense, apenas consuma com prazer, no entanto o que o diretor opta aqui para isso é uma montagem confusa, desajeitada e incomodante. E olha que esse diretor é antes um editor de alguns filmes de Luc Besson. No final, com uma direção de fotografia engolida, uma trama que se torna reflexiva e recheada nos últimos momentos, acaba por ser apenas divertido, com parkour e boas cenas de ação.
É amável como esse filme torna o orçamento minúsculo e uma gravação em menos de uma mês em algo realmente grande. A fotografia é linda, bem trabalhada com as diversas luzes, um leve filtro que torna algo mais antigo, o figurino é realista com a história, tornando os personagens palpáveis ao mesmo tempo. Porém não se realiza bem com o ritmo, com seus repetitivos flashbacks que parecem apenas querer encher a duração do filme. A atuação do prefeito Maurício era necessária, mas não entrega muito bem, e o filme não entrega tão bem todos os seus arcos. De leve soa como decepção pelo fato do longa-metragem começar tão bem, tão emplacante, mas não é em completude. Tanto para contexto histórico quanto para um mensagem emocionante e essencial o filme se entrega bem, muito bem, e mais, consegue ser um filme cristão para todos verem, talvez finalmente criando uma fórmula para filmes cristãos de melhor qualidade.
Estranhamente é um filme mal montado para sua proposta, mas acumula emoções a cada 15 de Julho, roteiro parece espetacular, porém perde qualidade quando é colocado em tela e a trilha sonora é marcante por ser repetitiva demais...isso é uma tentativa de explicar a perda de um potencial desse filme ser um grande romance, talvez tão bom quanto o livro best-seller deve ser, no entanto produz um choro incidente em cada expectador. Inexplicavelmente um filme poderoso, sem ter grande força para isso. Que filme!
Uma comédia sagaz com traz reviravoltas no roteiro dentro da própria ideia de causar humor, quebrando a expectativa da expectativa de forma inteligente.
A escolha de Jason Bateman e Rachel McAdams como protagonistas é certeira para toda a trama inesperada misturada com um draminha de leve que exalam ironia com uma boa dinâmica, soltando sempre referências rápidas. Bateman, que interpreta Max, é bom para o nervosismo e certa passividade, ao mesmo tempo que é carismático e atua com leveza. Rachel como Annie inspira simpatia junto com seu senso de humor irreverente, achando na relação com marido uma aliança que mais parece de grandes amigos, compartilhando brincadeiras e desafios. Por sinal não faltam desafios no filme, e aí que o humor começa, sempre desafiando sua inteligência sem subestimá-la, apenas brincando com a ideia de inúmeras probabilidades de surpreender o público. O filme, que usa muito bem as técnicas do cinema para uma comédia, utiliza Tilt-Shift, como se estivesse gravando localizações de um tabuleiro do Monopoly ou movimento de mapa em um jogo de video-game, embaçando ao redor e focando apenas na casa que interessa a narrativa.
Enquanto o Game Night se mostra uma comédia surpreendente, ela se mostra também como qualquer outra comédia, como se mostrasse o mal do gênero que é difícil agradar por completo, visto que humor é muito específico. Então o personagem Ryan vivido por Billy Magnussen e sua parceira de desafios Sarah atuada por Sharon Horgon participam dos arcos mais incomodantes em relação a idiotices e dramaticidade. O personagem Brooks incorporado por Kyle Chandler, que é irmão do Max, parece meio perdido no filme, porque além de não muito engraçado o seu arco dramático parece muito levado a sério em um momento específico. Além disso tudo uma surpresa ou outra pode se canibalizar com uma surpresa seguinte, e algumas piadas não funcionam, nada que não fosse esperado, mesmo para esse longa-metragem diferenciado
Por fim 2018 entrega uma maravilhosa comédia, que peca pouco, porém impede que seja mais do que poderia se ajustasse alguns defeitos clássicos. Uma diversão garantida e inteligente, com um alto intelecto para cultura inútil que recheia o filme e alegra os que amam a cultura pop. Diferente de adaptações de games para o cinema que perde o fator jogabilidade, prejudicando um pouco a empreitada adaptativa, Game Night que se assemelha a um game, em desafio constante, faz valer o expectador não jogar e apenas acompanhar os avatares brincarem a vontade. @davispielberg_lima www.vamosfalardecinema.com.br
Uma história real que evoca a violência exacerbada da guerra e em contraponto traz o pacifismo cristão na mesma medida, com antíteses quase do barroquismo, mas com uma refinada do moderno equilíbrio.
Mel Gibson traz sua assinatura mais uma vez com muito sangue jorrando e violência extrema, com intuitos gráficos que punge na fotografia radiante pré-guerra e se mistura na infernal guerra em Okinawa, impactando realmente pela representação dos dois extremos, saturando o visual entre eles. Junto a isso temos uma excelente atuação de Andrew Garfield, sem exageros e com olhares precisos é possível sentir junto com a fotografia a sua transição da pacata vida do campo ao campo sem vida da guerra. É gratificante como as metáforas bíblicas são discussos que ajudam no estudo do personagem, de forma que o messianismo empregado não apaga os defeitos de Desmond Doss. A sua aparente covardia por questões religiosas de fato faz questionar aquilo como exagero, mas pontualmente a torcida em prol do personagem é trazida a tona naturalmente pelas consequências mostradas e as relações com os coadjuvantes. O filme implicitamente brinca com antíteses, é romantico quanto cru quando precisa e nessa mistura toda entrega um show de aula sobre técnica de som no terceiro ato.
Visto que o filme parece se dividir em dois, com algo bem mais romântico e clichê para depois chegar a guerra violenta ao extremo com maravilhosa qualidade técnica, o filme pode perder o expectador no meio do caminho, já que a primeira parte pode não agradar os mais apressados. Além disso a gradatividade como Mel Gibson trabalha seu personagem não é tão proporcional, enfatizando bem sua religiosidade, mas inferiorizando suas pequenas atitudes que valorizam mais a sua fé que sua religião, além da persoalidade em seus interesses que é tocado no roteiro, porém pouco explorado, que enriqueceria mais ainda o equilíbrio proposto no filme. Além disso os coadjuvantes tem bom tempo de participação, mas não apresentam muita força de presença quando estão em tela. Quando muitas vezes o filme quer impactar longe da violência não funciona muito, por mais que seja compreensível guardar tudo para guerra.
Concluíndo, Hacksaw Ridge se mostra um filme de família que logo vira um filme de guerra arrebatador, no entanto o que é interessante é o fato de todas as temáticas de guerra se mostrarem no início, mas de forma alguma serem retomadas como principais, porque o diferencial aqui é como um objetor de consciência sem arma salva vidas da mesma forma que o seu parceiro matou incensantemente salvando outros tantos soldados. Nenhuma temática inicial mostrava tanta igualdade nos opostos de forma tão irreal em uma história real.
Romero...agora dei valor. Por mais que não seja um grande filme, a partir do fato dele ser um molde para filmes zumbi já o torna marcante e importante. Para o primeiro filme do diretor, trabalhando o terror com temáticas sociais e reflexivas da época, sem perder a diversão, tornando tudo comercial, é de se admirar. É como alguns blockbusters por ai que tem uma boa elaboração no todo junto com um grande orçamento. Aqui nem orçamento grande tem, assim como vários filmes de terror, hoje, baratos, fazem muito dinheiro com pouco custo. Mas será que eles tem o mesmo cuidado em tratar assuntos verossímeis em alegorias? Fica no ar, tenho pensado muito sobre os filmes de terror ultimamente.
Então, um filme pouco assistido, um filme lento, mas a mensagem e como ela é trabalhada, naquele gosto ruim de uma obra sensacional que te deixa reflexivo imediatamente para o pessismismo, mas se pensar mais fundo vai entender o amplo estudo humano e como essas profundidades pensadas podem te levar a encontrar o sentidos que não estão sendo considerados, os valores que estão sendo ignorados e como o subgênero de aventura na selva ainda vale muito a pena ser visto. MELHOR ATUAÇÃO de Charlie Hunnam(depois de Sons of Anarchy)
Acompanhar um desenvolvimento familiar em um mundo pós-apocalíptico nunca foi tão intimimamente comovente quanto equilibradamente aterrorizante.
Com menos de 2 horas John Krasinski dirige um filme sustentável nas melhores coisas para um terror implacante: os personagens. Todos conseguem ser desenvolvidos pela relações familiares e com o silêncio, já que a expressividade e as emoções precisam ser melhores expressadas para suprir diálogos e falas que ajudam no entendimento do cerne dos personagens nas narrativas. O silêncio do filme é extremamente bem grafado pela mixagem de som e a edição de som, que produz sons detalhistas e dos monstros, e capta o externo, o ambiente bucólico que faz mais barulho que muitos imaginam. É a metáfora que a "civilização" ao mesmo tempo que faz barulho, em vários sentidos que o expectador pode interpretar, como a poluição sonora silencia a natureza, silencia a humanidade e silencia os laços familiares. Percebe-se nesse silêncio marcante que há 4 gritos na vida que são desvalorizados pelo barulho apressado, que são da vida, da morte, da alegria e do medo. É singelo, mas pode-se enxergar essa maravilhosa complexidade no filme, principalmente pela dinâmica familiar e estruturada que permite eles sobreviverem. O marido bem atuado pelo próprio John que protege a casa e a esposa com grandiosa atuação de Emily Blunt que ensina os filhos, juntos entregam com fervor o sentimento de amor e companherismo, sofrendo juntos o dilemas de ter filhos no ambiente hostil.
O filme é marcante pelo silêncio e pelo roteiro inventivo pelas circunstâncias e detalhes que fazem criar o contexto aterrorizante, com escolhas difíceis para as personagens, mas algumas repetições junto com algumas atitudes reprováveis deles que subestimam a inteligência do expectador cria um incômodo. Faz parte gênero do terror, já que na maioria dos filmes do gênero o expectador sabe mais que os atuantes no filme, mas não necessariamente isso precisa ser recorrido chegando ao ponto de irritar. Não é falta de empatia, mas sim como o filme trata principalmente os filhos várias vezes em situações típicamente burras para criar tensão. Um equilíbrio melhor, assim como aconteceu no uso de trilha sonora e de sustos, seria bem melhor e mais compreensível para as ações.
Afinal, o que chama tanta atenção nesse filme não são "apenas" o silêncio, a linguagem de sinais, a ótima fotografia, direção segura, a edição de som e a atuação, e sim como há uma transição da vitimização para superação. Talvez alguns achem estranho, porém é o que torna tudo mais empolgante, não sendo o terror pelo terror, levando também uma mensagem aderida ao contexto.
A Freira
2.5 1,5K Assista AgoraCom teor cômico, muitas cruzes na Romênia e terceiro ato mais inteligente no propósito de aterrorizar, A Freira de forma alguma se salva, mas diverte com sua ideia.
Inegavelmente toda a contextualização é bem feita, desde dos túmulos com sinos da Idade Média a visões aéreas imersivas do local, dando um peso histórico ao convento. Não falta uma bela fotografia que usa bem suas viradas de ângulos ou dá um 360° eficaz na perda do senso espacial, investindo no expectador que procura onde estará a Freira nos cantos da tela, além de usar bem o plongée. É preciso reconhecer também a boa insistência do roteiro desconjuntado em vários quesitos, seja em desconvencer uma conclusão premeditada inevitável para a trama ou em definir símbolos, principalmente no final da história. E a não menos importante Freira mesmo sendo menos eficaz nos sustos com a trilha pesada, que é um "baum" estiloso do Abelkor Zeniowski , e mostrando demais o rosto, o que diminui o medo do público, ainda assim os close up funcionam e poderiam ter funcionado mais ainda se usasse melhor uma das simbologias do ato de encerramento.
Outra percepção a se comentar é a repetição e o comodismo do filme. Pela sua insuficiência narrativa para terminar arcos de personagens de repente surgem resoluções para o caso do demônio de Valak, tudo acidentalmente dentro da linha contada da história. Os flashbacks se repetem para acomodar explicações sobre o personagem do padre vivido Damian Bichir , que por sinal pareceu aqui mais como ator de novela no mal sentido, para justificar um propósito da noviça vivida por Taissa Farmiga , carismática, apenas, no papel, e claro para resolver o caso a qual cada personagem foi chamado para o convento. O personagem Frenchie vivido por Jonas Bloquet é o que se salva, mesmo que possa ser completamente deslocado em boa parte dos momentos ainda assim consegue situar bem na trama assustadora, atuar na medida do que proporam a ele e fazer um tipo Brendan Fraser . Entre visões, covas e palavras cruzadas, apesar de nada ter algum intuito funcionalmente relevante que não seja o susto, pelo menos uma pessoa assustada de verdade é bem vinda ao filme.
Em verdade o filme tem uma ótima proposta de terror com comédia e jogos de câmera bem interessantes, mas nada de fato é bem misturado em suas capacidades, além de um script bem problemático. De cártase imaginativa vale mais se o expectador avaliar o quanto o terror e a comédia se sustentam por caminhos parecidos. Pensar nisso pode ser um bom entretenimento fora os jump scares.
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Gladiador
4.2 1,7K Assista AgoraRevendo esse filme e percebendo que fora a trilha sonora maravilhosa de Hans Zimmer, otima atuacao de Crowe e uma grandiosidade explicita tanto nos pequenos tratamentos poéticos quanto no design, as inconsistências históricas juntas a do texto conveniente demais para que a história tomasse rumo, a montagem problemática, mesmo que efetiva, e uma direção que desperdiça a atuação de Joaquim Phoenix tornam esse filme em...um bom filme apenas. A questão é que o filme encanta, emociona, sendo difícil perceber seus pecados. O seu sucesso comercial se justifica, a sua coroação oscarizada não é um absurdo visto que creio na ideia que Oscar não se dá ao melhor filme na questão artística apenas, mas sim no conjunto da obra, se o filme agrada, se o filme é no mínimo bem feito e consegue arrebatar. Talvez merecesse o Oscar de melhor trilha sonora também, já de roteiro original...prefiro não comentar. Mas de fato você associar lutas sangrentas com o onírico divino não é facil, muito menos fazer seus atores falarem frases pieguas e sairem palatáveis. Enfim, um filme memorável, mesmo não sendo incrível.
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraNão é sobre márfia, é sobre família. Ford Coppola fez uma das obras primas do Cinema, sem dúvida. Impressionante segurança para tal filme. 3 horas que são saborosas de assistir, uma capacidade teatral absurda. Adjetivos exagerados e extremos para esse filme não são pouco nem muito, apenas retratam a verdade. Pode soar lento e chato para alguns, mas esse alguns não podem negar sua importância cinematográfica e qualidade técnica. Parece tão simples, porém quando é feito com apreço é desvendável o cerne reflexivo. Uma obra atemporal.
O Diretor e O Jedi
4.2 3Quem amou The Last Jedi vê esse documentário e quer repetir. Quem odiou o filme é melhor nem ver para não hatear outro diretor que fez esse documentário.
Na visão de quem amou ou na melhor neutralidade apreciou o filme presencia o quão eficiente é Rian Johnson. Provavelmente o produtor Ram Bergman tenha sido até mais. O que mais cativa nesse documentário é como ele valoriza as relações dos que projetaram esse filme. Claro, o título até sugere isso, principalmente entre Mark Hamill e Riam. Há momentos que podem fazer chorar, há segredos revelados aqui que exaltam o Oitavo Episódio da Saga. O sentimento de trabalho bem feito, de trabalho trabalhoso e qualidade investida é sentida. É sentida a mão de um artista com medo de mexer numa obra que ama, mas com uma visão gentil, com certeza não única já que são tanto empregados, mas definitivamente esclarecida de sua responsabilidade, de sua oisadia de mudar tudo.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraDefinitivamente esse é um filme neutro, por mais que seus créditos sejam cheios de bandeiras. Clint talvez não seja neutro, talvez escorregue no patriotismo em algumas cenas, mas de fato o roterista em sua defesa de dizer que o filme não é pró nem contra a guerra faz sentido. A visão é: a guerra transtorna, mas é defendida pela defesa da irmandade militar. Isso é o que transparece em Chris Kyle extremamente bem interpretado por Bradley Cooper. Sem exagero, sim, sua atuação é aquele que você nomeia ao Oscar justamente. Não só fisicamente, não só nas cenas dramáticas ou de tensão antes de um tiro, é no olhar, naquele canto da boca apertado, é na fala ou talvez no jeito como interage com Siena Miller. Ela também faz um papel simples mas preciso emocionalmente. De uma maneira geral o filme é simples, não é um grande estudo de personagem, apenas, mas de capacidade não esperada, consegue extrair emoções pontuais que engrandecem o filme. A pespectiva muda, e o filme aborda isso, mudanças de pespectivas. Apenas situar uma cena entre uma mulher grávida ao telefone em choros transpassados por um ataque no Iraque, passando a tensão pra cena por causa do choro é de se elogiar. Verdade que o filme é pieguas e mal inspirado quando retrata a guerra. O pieguas parece ser intencional, mas nem por isso se torna interessante pro filme. E a inspiração poderia ser em uma montagem ou fotografia mais fluida. Apesar das controvérsias envolvendo o filme, principalmente sobre o patriotismo metralhado, a verdade é que mesmo sendo ou não ele é sincero em retratar a guerra do Iraque. O sentimento é genuíno, seja de vingança, seja de amor, seja da raiva, enfim. Sobra até reflexão sobre o machismo e suas influencias na guerra, até mesmo um cristianismo falsamente praticado por muitos estadunidenses. Retrato romantizado para a necessidade do filme, mas real para necessidade história pós guerra do Iraque seja retratada.
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318 Assista AgoraEu gosto de escrever muito aqui, mas vou dá um de The Square e só deixar a mensagem: este é um filme que sabe fomentar discussão mas não sabe discuti-la. Apesar dos pesares, merecidíssimo Palma de Ouro. Se fosse menos sueco ainda poderia até marcar o ano de 2017...mas quem sabe já marcou...só o tempo dirá. Que tempos são esses hein?!
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KO realismo no cinema algumas vezes é evitado porque o intuito é sonhar, ludibriar e imaginar com as possibilidades visuais e som juntos na telona. Porém não é demérito o esforço para trazer o realidade colocada em tela, possibilitando trazer o ponto de vista amplo ou restrito de determinada problemática ou figura social. Que fosse apenas esse esforço que Túmulo do Vagalumes não tornaria o crível em incrível, pois o que torna esse filme tão importante e marcante é tratar emoções vivas em uma animação, tratar do realismo com 2D naquela qualidade japonesa, e mais, a coragem de pesar os assuntos é digno do maravilhoso cinema asiático, tornando um filme mais profundo e palpável que muitos.
O retrato da guerra aqui é tão incrível quanto miserável, por mostrar a injustiça que existe na humanidade até por parte dos protagonistas, em que o contexto já é o suficiente para entristecer o expectador, sendo as consequências sem artifícios manipulativos, apenas inevitável, aceite ou não. Triste do início ao fim, talhado no detalhe, sem urgência ou exaltação.
Han Solo: Uma História Star Wars
3.3 638 Assista AgoraPrelúdio não é uma palavra boa para Star Wars e muito menos levando o nome de um personagem tão querido que é Han Solo, um coadjuvante que virou protagonista com outro ator. Fora acrescentar ao universo canônico definido pela Disney, a opção de contar a história como foi em outros veículos artísticos seria mais favorável
O roteiro de Lawrence Kasdan e seu filho Jonathan Kasdan aposta principalmente nos bons momentos que fazem Han ser Solo, fazendo muitas referências que os fãs pegam do universo construído, e de determinada forma são mostrados com certa inventividade, mesmo sem tanta criatividade. Em torno disso o script consegue desenvolver um sentido objetivo para a história, mesmo que não aparente, pois em meio a toda as relações dos personagens que não se mostram seguir em frente, ou até mesmo nas cenas de ações cegas emocionalmente, o que surge de tudo isso é a construção do Han Solo, um vislumbre palpável do que se tornaria o grande contrabandista. De fato é o grande valor do roteiro que também apresenta esse mundo de gangsteres dúbios em suas personalidades, que aos poucos incrementam personalidade ao redor de Alden Ehrenreich, que é tratado como coadjuvante e aos poucos se torna protagonista, no melhor estilo malandro característico do personagem, sendo engraçado e implementando presença nas cenas, incomodando com uma inconveniência divertida ao melhor jeito Harrison Ford, fora os trejeitos que Alden possibilita na sua boa emulação e interpretação.
No entanto, por mais que haja erros permeando as qualidades já citadas, não se pode deixar de se falar de erros graves. O próprio Ron Roward não conseguiu com a grande regravação colocar um estilo forte no filme que não fosse Star Wars. Há pontos que percebe uma ideia típica de spin-off, principalmente com os personagens, mas o que podia-se fazer fora do roteiro visualmente não há identidade, esvaziando a necessidade do filme, fora ver Han Solo ser vislumbre de Han Solo, e ainda por cima tornando o imaginário em real de forma pouco inspirada. Falando mais do roteiro ele apresenta incosistências graves e decisões nada cuidadosas, e mesmo que que não drastifique nada também só cria observações de uma biografia simplista demais, em um filme descompromissado demais em um final transgressor demais…no cinema.
É mais um filme para dividir fãs e divertir os descompromissados apreciadores de uma aventura empolgante, porque quem é conhecedor do Han Solo e aproveita o entretenimento básico acaba por gostar, mesmo reconhecendo, sem medo, que não há nada demais no projeto. Infelizmente a indiferença incomoda a franquia Star Wars, porém há pequenos fracassos disfarçados que fazem bem para uma renovação que The Last Jedi explodiu.
@davispielberg_lima
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Paulo, Apóstolo de Cristo
3.8 133Os filmes cristãos são conhecidos em maioria por mostrarem fracas produções artísticas, centrando apenas na mensagem para o seu público gospel, porém esse filme consegue fugir disso belamente.
Nessa história o filme preza muito pela historicidade, valorizando a sensação de época e realismo. Isso também é extraído dos personagens que se demonstram muito humanos, tornando o filme mais emocionante e mais empático com o público cristão ou não, visto que a perseguição aos cristãos é bem ambientada, dando um senso de perigo, de dúvida e de angústia, tanto com cristãos sendo queimados nas ruas quanto na clandestinidade dos romanos mais pobres, criando a discussão sobre a posição dos perseguidos diante da situação adversa, desenvolvendo o cristianismo não apenas como solução rasa, causando reflexão e por fim engrandecendo os ensinamentos de uma boa mensagem. Tudo com aspecto renascentista na fotografia, agregando valor ao orçamento limitado e de poucos dias de gravação.
Enquanto certo valor foi agregado outros defeitos aparecem pela mesma limitação. O filme no seu segundo ato se torna arrastado, com um roteiro que não parece querer andar, insistindo nos arcos até a última gota, além da montagem que abusa de flashbacks repetidos. O roteiro escrito por Andrew Hyatt é aparentemente desproporcional a duração do filme, da mesma forma a montagem, e isso é percebido com a insistência, com a falta de objetividade mesmo no pouco tempo do filme. Esses dois fatores, montagem e roteiro, são essênciais para uma progressão no filme, um sentimento de gosto pela história no expectador e principalmente preservar a qualidade como superar outras limitações, dentre elas as atuações. A mais negativa atuação é de Olivier Martinez, sendo fraca em comparação a exigência da história, faltando uma dubiedade mais expressiva sobre a crença nos deuses romanos e a estranheza para o cristianismo, algo que não acontece, não efetivando o seu arco emocionante por completo.
Ao final de tudo, talvez pareça que o título do filme não faça muito sentido diante da história contada, mas faz sim. Paulo e sua presença é o motor para os acontecimentos, para os conflitos, para ser o exemplo de perseguição dos cristãos. E mais, Paulo como um grande difusor do evangelho realmente merecia o título desse filme que faz nada mais nada menos o que o evangelho quer de trazer a mensagem a todos os públicos nos mais variados meios, inclusive o cinema. É verdade que os atuais filmes cristãos precisam melhorar sua qualidade para esse intuito ser melhor concluído, e esse filme provoca um maravilhoso engate para isso.
@davispielberg_lima
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RocknRolla: A Grande Roubada
3.5 368 Assista AgoraFinalmente um filme bom depois de "Snatch" ser irresistível para alguns e desgostoso por outros, depois de um atentado com "Swept Away" com Madonna e um desnecessariamente complicado "Revolver" GUY RITCHIE volta a sua fórmula de seu primeiro filme de 1998 sem exageros de "Snatch", valorizando uma organização confusa, no bom sentido, trabalhando seus personagens, e tocando em temáticas sociais entre os gangsteres. E o melhor é que as atuações são maravilhosas, todas no ponto certo e cativantes. Outra coisa boa é a comédia física, dark e light, todas tirando gargalhadas como seu primeiro filme, e de no repetindo, sem exageros de "Snatch", com uma montagem simples, com uma fotografia mais trabalhada e principalmente: segurança na direção e roteiro. Ainda tem defeitos de ritmo, meio inconstante, e algumas obviedades que não é de praxe de Ritchie. De qualquer forma esse filme marca o ano em que Guy soube se divertir e ter seriedade na gota certa.
Animal, Rocknrolla, britânicos em estilo, clandestinos na "mão certa" de Guy se tornam caricatos e humanos.
Revolver
3.5 229 Assista AgoraGuy Ritchie faz algo louvável que é a ousadia na sua fórmula. É verdade que ele implementa complexidade na trama, no roteiro, mas não é necessário tornar isso esbanjamento(se é que essa palavra exista) com sua montagem repetitiva. É irônico, que se Guy Ritchie realmente acreditasse realmente no seu roteiro e estudo pisicológico não voltaria sempre ao mesmo ponto e apresentasse seus termos no início do filme e depois durante ele. Não tem um função narrativa já que ninguém decora tais coisas porque não se sabe quando vai ser usado. A graça do filme é na atuação de Jason Stathan, sempre trabalhando bem com o diretor, e Ray Liotta. A antítese entre eles não é mt explicita, tanto que o Guy insiste e acrescentar subtramas e mais subtramas tentando repetir sua fórmula de surpresas e perdições no mundo do crime. Acho que se ele fosse mais simples como o xadrez e valorizasse de fato seu progonista e vilão ao longo de todo o filme, não apenas em momentos de grandes clips monocromáticos, seu filme alcançaria o êxito que com certeza algum público mais engajado que o próprio filme alcançou, com explicações que fazem sentido, mas ainda não dizem tanto quanto o filme quer se fazer dizer.
PS: a capacidade de lidar com ladrões e trapaceadores não está no estilo ou na complexidade, mas sim na ideia de entender eles como humanos. As vezes dá pra ver isso nos filmes do Guy, principalmente o seu primeiro filme.(fica a dica de sua maravilhosa primeira obra).
Destino Insólito
2.5 147 Assista AgoraÉ um atentado, só não é inaceitável pelo fato de ter valores no roteiro, poucos, além de momentos de comédia até engraçados, fora isso...não tem como descrever...é uma desgraça, algo que Guy Ritchie ter feito eu entendo, mas Matthew Vaugh produzir...acho que ou ele não gastou tanto ou simplesmente gosta muito do Guy. Madonna fez esse filme por amor, porque é um papel ridículo. Filmografia manchada, sem dúvida. Pelo menos, também, a fotografia é interessante em Malta, cenas abertas que são genuinamente românticas em tela, mas tudo isso é tirar leite de pedra diante de um desastre sem tamanho.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraSeguindo a mesma ideia de "Lock, Stock", Guy Ritchie faz uma trama cheia de surpresas e com muitos personagens, engrenando aos poucos em sua história complicada, cheia de fios. Porém algo que Guy Ritchie não fez aqui foi equilibrar as surpresas constantes do filme, não preparando o terreno dos personagens, apenas jogando-os na tela com nomes engraçados e descartando-os uma, duas, três vezes praticamente da mesma forma. Não há ligação entre os personagens de forma que as cenas parecem clips, transitando quase que aleatoriamente entre os múltiplos arcos. O humor negro inglês é maravilhoso, sempre brincando com a cultura e temas sociais de maneira malandra, da melhor maneira Guy de abordar os clandestinos. Por fim não há muito de novo depois de seu primeiro filme, sendo previsível sua fórmula, agora colocando atores famosos, mas basicamente com a mesma ideia...o que mantém o filme é Jason Stathan com sua cara de poucos amigos, narrando algo, e a montagem clipesca que sempre chama muita atenção positivamente. E é isso, porcos comem 900g de carne crua por minuto(hahaha, thanks for that)...e não é "dags", é "dogs" kkkkk "I hate pikey"
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
4.2 580 Assista AgoraDemora a engrenar, mas quando engrena não pode piscar. O problema não é ser lento, é pelo fato de não muito o que se apegar, então seu primeiro ato é muito duvidoso. Guy Ritche em seu primeiro filme mostra seu estilo que ele tanto adora, de contar histórias dos becos, dos ladrões, mais especificamente. Um roteiro afiado, que agiliza o filme sem nem precisar de uma grande montagem, apenas ligando os pontos e criando tensão por causa da sépia.
PS: Jason Statham...onde está esse ator que pode mais do que apenas filmes de ações muito semelhantes? Está aqui.
Han Solo: Uma História Star Wars
3.3 638 Assista AgoraUm filme divertido e aventureiro que expande mais o universo Star Wars no cinema, canonizando uma obra que poderia ser escrita em quadrinhos ou em um livro, mas a Disney é feliz em trazer algo dessas áreas literárias, menos acompanhada pelo público. É um filme problemático, todavia, de fato, com um roteiro raso em alguns momentos e muito preocupado em apenas explicar contos que antes tinham sido contados em falácias do queridíssimo Han Solo, que por sinal é extremamente bem interpretado por Alden, emulando Solo e Harrison Ford progressivamente sem perder sua pose engraçada que faz parte do ator desde de "Ave, César!". Por sinal, o que mais ajudou aqui o famosíssimo Ron Howard, além de esbilizar um filme até ficar sem identidade narrativa em ritmo, foi suas aptidões de extrair atuação de seus atores, de forma que até Emilia Clarke torna Q'ira uma das melhores personagens, até porque também é muito bem escrita. Enfim, ritmo, ação, mal introdução de personagens como L3 e uma pitada muito estranha de Lando Calrissian, mesmo com ótima atuação de Donald Glover, são problemas de um filme que torna Han Solo mais Han Solo, mostra os contrabandistas da galáxia e ...caramba...uma dubiedade em tudo.
PS: resumindo, a metáfora é que o filme é um ovo, e o potencial é o pintinho. O que é mostrado é só o bico do pintinho, ou seja, o potencial de ser um filme maravilhoso existe, está no filme, mas ele não é mostrado por completo, e fica nisso. Mas valeu, um ponto fora da curva da franquia que por sinal...tem filmes bem piores...mas saga continua. Esses Spin-Offs são importantes....e vem trilogia correndo por fora??? Que final.
( Dathomir no cinema!)
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraDepois de rever o filme compreendo que a direção de fotografia, os efeitos, a trilha sonora e edição de som são as melhores coisas dos filmes, como se Ben Stiller fosse principiante embelezar tudo sem, infelizmente, tornar tudo substancial. Dá para entender a proposta, que pode até ser linda, maa feita do jeito errado pode criar ate ódio, inveja e qualquer coisa que só faça o expectador aproveite apenas o técnico. Ainda assim Ben Stiller mantém o brio do protagonista, acreditando fielmente na sua aparente anedota, já que tem vislubres de uma comédia. É possível sentir um brilho no filme, mas a falta a plena exposição desse brilho, não apenas cantar Space Oddity, e já dizendo o que vem a frente, mas realmente brincar com a realidade e os sonhos...brincar com RESPONSABILIDADE.
13º Distrito
3.0 242 Assista AgoraDepois de pensar muito, chega-se a conclusão que o filme se aceita como ridículo, Paul Walker foi bem escolhido para o papel e realmente vale a diversão, mas isso só ajuda em metade da produção do filme, assim como o próprio parece se perder e se encontrar durante os 86 minutos de filme. É consumível verborreicamente na sua linguagem cinematográfica, e isso de forma alguma é um problema, há formas de fazer isso sem prejudicar o filme, há muitos filmes que não querem que o expectador pense, apenas consuma com prazer, no entanto o que o diretor opta aqui para isso é uma montagem confusa, desajeitada e incomodante. E olha que esse diretor é antes um editor de alguns filmes de Luc Besson. No final, com uma direção de fotografia engolida, uma trama que se torna reflexiva e recheada nos últimos momentos, acaba por ser apenas divertido, com parkour e boas cenas de ação.
Paulo, Apóstolo de Cristo
3.8 133É amável como esse filme torna o orçamento minúsculo e uma gravação em menos de uma mês em algo realmente grande. A fotografia é linda, bem trabalhada com as diversas luzes, um leve filtro que torna algo mais antigo, o figurino é realista com a história, tornando os personagens palpáveis ao mesmo tempo. Porém não se realiza bem com o ritmo, com seus repetitivos flashbacks que parecem apenas querer encher a duração do filme. A atuação do prefeito Maurício era necessária, mas não entrega muito bem, e o filme não entrega tão bem todos os seus arcos. De leve soa como decepção pelo fato do longa-metragem começar tão bem, tão emplacante, mas não é em completude. Tanto para contexto histórico quanto para um mensagem emocionante e essencial o filme se entrega bem, muito bem, e mais, consegue ser um filme cristão para todos verem, talvez finalmente criando uma fórmula para filmes cristãos de melhor qualidade.
Um Dia
3.9 3,5K Assista AgoraEstranhamente é um filme mal montado para sua proposta, mas acumula emoções a cada 15 de Julho, roteiro parece espetacular, porém perde qualidade quando é colocado em tela e a trilha sonora é marcante por ser repetitiva demais...isso é uma tentativa de explicar a perda de um potencial desse filme ser um grande romance, talvez tão bom quanto o livro best-seller deve ser, no entanto produz um choro incidente em cada expectador. Inexplicavelmente um filme poderoso, sem ter grande força para isso. Que filme!
A Noite do Jogo
3.5 672 Assista AgoraUma comédia sagaz com traz reviravoltas no roteiro dentro da própria ideia de causar humor, quebrando a expectativa da expectativa de forma inteligente.
A escolha de Jason Bateman e Rachel McAdams como protagonistas é certeira para toda a trama inesperada misturada com um draminha de leve que exalam ironia com uma boa dinâmica, soltando sempre referências rápidas. Bateman, que interpreta Max, é bom para o nervosismo e certa passividade, ao mesmo tempo que é carismático e atua com leveza. Rachel como Annie inspira simpatia junto com seu senso de humor irreverente, achando na relação com marido uma aliança que mais parece de grandes amigos, compartilhando brincadeiras e desafios. Por sinal não faltam desafios no filme, e aí que o humor começa, sempre desafiando sua inteligência sem subestimá-la, apenas brincando com a ideia de inúmeras probabilidades de surpreender o público. O filme, que usa muito bem as técnicas do cinema para uma comédia, utiliza Tilt-Shift, como se estivesse gravando localizações de um tabuleiro do Monopoly ou movimento de mapa em um jogo de video-game, embaçando ao redor e focando apenas na casa que interessa a narrativa.
Enquanto o Game Night se mostra uma comédia surpreendente, ela se mostra também como qualquer outra comédia, como se mostrasse o mal do gênero que é difícil agradar por completo, visto que humor é muito específico. Então o personagem Ryan vivido por Billy Magnussen e sua parceira de desafios Sarah atuada por Sharon Horgon participam dos arcos mais incomodantes em relação a idiotices e dramaticidade. O personagem Brooks incorporado por Kyle Chandler, que é irmão do Max, parece meio perdido no filme, porque além de não muito engraçado o seu arco dramático parece muito levado a sério em um momento específico. Além disso tudo uma surpresa ou outra pode se canibalizar com uma surpresa seguinte, e algumas piadas não funcionam, nada que não fosse esperado, mesmo para esse longa-metragem diferenciado
Por fim 2018 entrega uma maravilhosa comédia, que peca pouco, porém impede que seja mais do que poderia se ajustasse alguns defeitos clássicos. Uma diversão garantida e inteligente, com um alto intelecto para cultura inútil que recheia o filme e alegra os que amam a cultura pop. Diferente de adaptações de games para o cinema que perde o fator jogabilidade, prejudicando um pouco a empreitada adaptativa, Game Night que se assemelha a um game, em desafio constante, faz valer o expectador não jogar e apenas acompanhar os avatares brincarem a vontade.
@davispielberg_lima
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Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraUma história real que evoca a violência exacerbada da guerra e em contraponto traz o pacifismo cristão na mesma medida, com antíteses quase do barroquismo, mas com uma refinada do moderno equilíbrio.
Mel Gibson traz sua assinatura mais uma vez com muito sangue jorrando e violência extrema, com intuitos gráficos que punge na fotografia radiante pré-guerra e se mistura na infernal guerra em Okinawa, impactando realmente pela representação dos dois extremos, saturando o visual entre eles. Junto a isso temos uma excelente atuação de Andrew Garfield, sem exageros e com olhares precisos é possível sentir junto com a fotografia a sua transição da pacata vida do campo ao campo sem vida da guerra. É gratificante como as metáforas bíblicas são discussos que ajudam no estudo do personagem, de forma que o messianismo empregado não apaga os defeitos de Desmond Doss. A sua aparente covardia por questões religiosas de fato faz questionar aquilo como exagero, mas pontualmente a torcida em prol do personagem é trazida a tona naturalmente pelas consequências mostradas e as relações com os coadjuvantes. O filme implicitamente brinca com antíteses, é romantico quanto cru quando precisa e nessa mistura toda entrega um show de aula sobre técnica de som no terceiro ato.
Visto que o filme parece se dividir em dois, com algo bem mais romântico e clichê para depois chegar a guerra violenta ao extremo com maravilhosa qualidade técnica, o filme pode perder o expectador no meio do caminho, já que a primeira parte pode não agradar os mais apressados. Além disso a gradatividade como Mel Gibson trabalha seu personagem não é tão proporcional, enfatizando bem sua religiosidade, mas inferiorizando suas pequenas atitudes que valorizam mais a sua fé que sua religião, além da persoalidade em seus interesses que é tocado no roteiro, porém pouco explorado, que enriqueceria mais ainda o equilíbrio proposto no filme. Além disso os coadjuvantes tem bom tempo de participação, mas não apresentam muita força de presença quando estão em tela. Quando muitas vezes o filme quer impactar longe da violência não funciona muito, por mais que seja compreensível guardar tudo para guerra.
Concluíndo, Hacksaw Ridge se mostra um filme de família que logo vira um filme de guerra arrebatador, no entanto o que é interessante é o fato de todas as temáticas de guerra se mostrarem no início, mas de forma alguma serem retomadas como principais, porque o diferencial aqui é como um objetor de consciência sem arma salva vidas da mesma forma que o seu parceiro matou incensantemente salvando outros tantos soldados. Nenhuma temática inicial mostrava tanta igualdade nos opostos de forma tão irreal em uma história real.
A Noite dos Mortos-Vivos
4.0 549 Assista AgoraRomero...agora dei valor. Por mais que não seja um grande filme, a partir do fato dele ser um molde para filmes zumbi já o torna marcante e importante. Para o primeiro filme do diretor, trabalhando o terror com temáticas sociais e reflexivas da época, sem perder a diversão, tornando tudo comercial, é de se admirar. É como alguns blockbusters por ai que tem uma boa elaboração no todo junto com um grande orçamento. Aqui nem orçamento grande tem, assim como vários filmes de terror, hoje, baratos, fazem muito dinheiro com pouco custo. Mas será que eles tem o mesmo cuidado em tratar assuntos verossímeis em alegorias? Fica no ar, tenho pensado muito sobre os filmes de terror ultimamente.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraEntão, um filme pouco assistido, um filme lento, mas a mensagem e como ela é trabalhada, naquele gosto ruim de uma obra sensacional que te deixa reflexivo imediatamente para o pessismismo, mas se pensar mais fundo vai entender o amplo estudo humano e como essas profundidades pensadas podem te levar a encontrar o sentidos que não estão sendo considerados, os valores que estão sendo ignorados e como o subgênero de aventura na selva ainda vale muito a pena ser visto.
MELHOR ATUAÇÃO de Charlie Hunnam(depois de Sons of Anarchy)
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraAcompanhar um desenvolvimento familiar em um mundo pós-apocalíptico nunca foi tão intimimamente comovente quanto equilibradamente aterrorizante.
Com menos de 2 horas John Krasinski dirige um filme sustentável nas melhores coisas para um terror implacante: os personagens. Todos conseguem ser desenvolvidos pela relações familiares e com o silêncio, já que a expressividade e as emoções precisam ser melhores expressadas para suprir diálogos e falas que ajudam no entendimento do cerne dos personagens nas narrativas. O silêncio do filme é extremamente bem grafado pela mixagem de som e a edição de som, que produz sons detalhistas e dos monstros, e capta o externo, o ambiente bucólico que faz mais barulho que muitos imaginam. É a metáfora que a "civilização" ao mesmo tempo que faz barulho, em vários sentidos que o expectador pode interpretar, como a poluição sonora silencia a natureza, silencia a humanidade e silencia os laços familiares. Percebe-se nesse silêncio marcante que há 4 gritos na vida que são desvalorizados pelo barulho apressado, que são da vida, da morte, da alegria e do medo. É singelo, mas pode-se enxergar essa maravilhosa complexidade no filme, principalmente pela dinâmica familiar e estruturada que permite eles sobreviverem. O marido bem atuado pelo próprio John que protege a casa e a esposa com grandiosa atuação de Emily Blunt que ensina os filhos, juntos entregam com fervor o sentimento de amor e companherismo, sofrendo juntos o dilemas de ter filhos no ambiente hostil.
O filme é marcante pelo silêncio e pelo roteiro inventivo pelas circunstâncias e detalhes que fazem criar o contexto aterrorizante, com escolhas difíceis para as personagens, mas algumas repetições junto com algumas atitudes reprováveis deles que subestimam a inteligência do expectador cria um incômodo. Faz parte gênero do terror, já que na maioria dos filmes do gênero o expectador sabe mais que os atuantes no filme, mas não necessariamente isso precisa ser recorrido chegando ao ponto de irritar. Não é falta de empatia, mas sim como o filme trata principalmente os filhos várias vezes em situações típicamente burras para criar tensão. Um equilíbrio melhor, assim como aconteceu no uso de trilha sonora e de sustos, seria bem melhor e mais compreensível para as ações.
Afinal, o que chama tanta atenção nesse filme não são "apenas" o silêncio, a linguagem de sinais, a ótima fotografia, direção segura, a edição de som e a atuação, e sim como há uma transição da vitimização para superação. Talvez alguns achem estranho, porém é o que torna tudo mais empolgante, não sendo o terror pelo terror, levando também uma mensagem aderida ao contexto.