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O cinema como poesia, como música para os olhos.

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Últimas opiniões enviadas

  • Diana Brasilis

    Tal filme é uma decepção em todos os sentidos. A indústria cinematográfica devia pensar que a juventude dessa época, os anos 80, deviam ser um bando de bobocas com problemas e sem senso intelectual pra criarem um projeto desses. O que salva é a trilha sonora.

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  • Diana Brasilis

    Nessa madrugada passada após ter desistido de assistir uns dois filmes idiotas no catálogo da Netflix, eu me deparo e assisto “Mulheres do Século 20” (20th Century Women, 2016 por Mike Mills), que eu já havia salvo na lista, mas estava adiando por pensar em se tratar de mais uma comédia estadunidense clichê estralado por Elle Fanning. Mas não. Eu me encantei logo de imediato por tudo. Um filme independente com uma fotografia realista demais para um olhar comum. As cores, cenários e vídeos reais do passado e do presente atual, da vida simples e cotidiana se misturando aos diálogos e memória das personagens. Digno de um filme indie.

    Mas o filme não se trata exatamente de feminismo. Não. Está para além disso. O feminismo é só mais um elemento sociológico que acompanha as conversas e questionamento na busca de que um jovem garoto não se converta num típico machista punk no final dos anos 70.

    Pois então, 20th Century Women acompanha cinco personagens. Dorothea (Annette Benning), nascida nos anos 20 nos EUA e acompanhou toda a trajetória de seu país durante a Grande Depressão de 1929, a 2ª. Guerra Mundial, a Guerra Fria, a entrada e saída de presidentes entre republicanos e democratas e acompanhou a corrida assassina da política externa de seu país; ela é uma fã de jazz do qual ouve tal estilo em várias cenas do filme, solteirona e mãe de Jamie (Lucas Jade Zumann), garoto de 15 anos nascido nos anos 60 e, é apaixonado por Julie (Elle Fanning), sua melhor amiga dois anos mais velha. Dorothea possui dois inquilinos em sua casa: William (Billy Crudup) de trinta e poucos anos, sobrevivente do movimento hippie nos anos 60 (risos), e Abbie (Greta Gerwing), artista, feminista, fotógrafa e punk de 27 anos.

    Cada uma das personagens tem uma trajetória um tanto melancólica, seja pelas perdas ou nos momentos tragicômicos que rodeiam o filme. Dorothea descobre o movimento punk através de seu filho e sua inquilina Abbie, porém se assusta com as mudanças que estarão por vir, seja pelo seu filho daqui um tempo se tornar um homem, seja pelo avanço braçal da modernidade e todos os seus sinais relapsos como consumismo, ameaça de guerras e recessão econômica; Dorothea não é aquela mãe antiquada, demonstrando-se bem liberal com a liberdade individual de seu filho, e com todos os avanços acontecendo ela acaba por pedir que Abbie e Julie ajudem-na na criação para o amadurecimento de Jamie. Abbie e Julie apresentam suas perspectivas do sexo e como elas vêem os homens no mundo, de como sentem prazer, Abbie vai mais além apresentado livros de teóricas feministas, fazendo Jamie adentrar nas discussões feministas que explodiam na época. Por um momento Jamie até crer que pode ser feminista.

    O filme aborda não só a melancolia, descoberta sexual e amargura pessoal das personagens, ele mostra o choque cultural de gerações em plena 1979, deterioração do movimento punk e surgimento do pós-punk. Dorothea é uma personagem cativante, a mãezona de todo o filme, que como eu disse, uma amadora da época do jazz que se vê chocada pela cena punk que ela categoriza como idiota devido aos movimentos frenéticos e letras sem sentido; e em algumas das cenas ela tenta dar várias chances ao estilo e se depara com os assédios da cena em decorrência do pós-punk. Black Flag é considerada a banda punk dos valentões, machões, enquanto Talking Heads é a banda ‘art fag’, ou seja, algo como “arte de bichinhas”. Dorothea ouve Talking Heads e dá uma preferência por eles, seja pela originalidade melódica, sejam pelas letras.

    Enquanto tudo isso vai acontecendo o filme nos apresenta um amálgama de dramas convenientes de contextos familiares, vidas solitárias independentes e sede de liberdade, mostrando diálogos muito cômicos do começo ao fim. Ele me tirou algumas lágrimas em várias cenas, principalmente aquelas ligadas à nostalgia e ao peso do tempo e responsabilidade de ser mãe.

    Parece até que eu já me envolvi com algum cara que se parecia com o ex-hippie solteirão William, que é um personagem que retrata um tipo de masculinidade solitária e simples, que vê beleza em todas as mulheres, em todas suas formas e idades.

    Portanto, Mulheres do Século 20 é um filme que com certeza entrou pro hall dos meus queridinhos da minha vida, por mais que seja de 2016. E ele tem muito a contribuir nas discussões sobre família, geração, masculinidades, feminilidades e a sua ação em cada contexto, inclusive na construção do ‘ser homem’.

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