não li o livro mas gostei da naturalidade com que as cenas se desenrolam. o niilismo geral entretanto faz do próprio filme um pouco vazio e dispensável para a carreira vital.
será que a vivência de náusea e angústia no existencialismo sartreano não são só pq esse rapaz sartre fumava demais? devia ficar todo mal do estômago mesmo
Certamente uma visão branca/masculina/médio-classista de um ambiente ao qual não pertencem de fato nem Marcel Camus nem Vinícius. Portanto, sim, nada é de verdade aqui. O que se vê é a adaptação de um carnavalesco mito helênico a um mítico Brasil carnavalesco.
A quem não viu "Um lugar ao Sol" (2009) do Gabriel Mascaro lá tem uma referência muito bem situada à Orfeu.
O filme também não me deixou esquecer "Viramundo" (1964) do Geraldo Sarno, que critica em seu segundo ato a catarse pela religião, justamente à qual se entrega Orfeu na cena do candomblé, próxima ao fim. É possível daí traçar um diálogo entre esses dois filmes, numa discussão sobre a busca da consolidação de uma identidade nacional, coisa relevante na época. Nesse ponto de vista Orfeu é de um (fino e bossanovista) conformismo trágico, diferente dos sucessores cinemanovistas, que embora nada conformistas não fogem à tragédia.
Muito massa. Uma tragédia pós-moderna sobre poder/dinheiro/patriarcado, Um dos momentos mais valiosos, ao meu ver, é quando numa conversa de sofá o Chris fala que acredita em um mundo regido pela "sorte", em contraponto a Chloe e Tom que defendem o "trabalho duro". O fato de Chloe e seu irmão serem herdeiros de uma fortuna, e portanto, nascidos com "sorte" (sem precisar "trabalhar duro") entregam grande parcela de razão para Chris, que diz: I`d rather be lucky than good. Por uma ironia do diretor, o protagonista parece ali perceber exatamente que habita uma tragédia (onde ser "bom" não é o valor principal). A visão trágica de mundo adotada por Chris (e Woody) desde o começo (ou seja: regida pela "sorte"), somada à posição firme e constante do personagem frente à realidade (por vezes aterradora) que lhe confronta, desenham um tradicional herói trágico (ainda mais ao som de ópera!). O que distingue Chris do semi-deus Aquiles é que o herói de Woody Allen simplesmente consegue tudo o que quer e sai limpo. O final feliz, por sua vez, fere o ideal de tragédia conforme Aristóteles: como se a assombrosa imunidade de Chris lhe impedisse até de ser rotulado, e somada à sua posição social (de novo-herdeiro) lhe colocasse em um patamar de privilégio desconhecido tanto por Raskólnikov quanto por Aquiles.
Um paper meu, chamado "Adirley Queirós: representação não-terceirizada da periferia" foi publicado ontem na 8ª edição da Revista Orson e pode ser acessado em: orson.ufpel.edu.br/content/08/artigos/primeiro_olhar/01_carlos.pdf
Resumo: O artigo analisa o contexto de produção de Adirley Queirós, contemporâneo cineasta de Ceilândia/DF, em comparação com a fase moderna do documentário brasileiro, mais especificamente representada através de Viramundo (Geraldo Sarno, 1965). O objetivo é perceber as estratégias estéticas e ideológicas que diferenciam os dois contextos no que toca à representação da periferia e das classes populares no cinema brasileiro, levando em conta a noção de gosto conforme Pierre Bourdieu.
escrevi sobre o Adirley Queirós uma crítica na Obvious resumo: Cineasta da Ceilândia/DF, tem recentemente chamado atenção dos festivais e da crítica especializada fazendo filmes sobre a comunidade onde nasceu. Não é raro ver periferias do cinema nacional: o que destaca Adirley da tradição brasileira não é (só) narrar sobre ela, mas a partir dela. http://obviousmag.org/cinema_e_sociedade/2015/05/adirley-queiros-cinema-brasileiro-contemporaneo.html
Arnaldo Jabor contrapõe a liberdade dos jovens com o destino dos adultos: sempre ter que servir a alguém ou alguma coisa. Ironicamente, depois de adulto, se vendeu pras oligarquias da comunicação e virou um velho conservador. Felizmente, hoje, 14/4/15, foi demitido do Estado de S. Paulo. Infelizmente nunca mais vai fazer um filme desses.
Ano passado escrevi e apresentei um artigo científico na Intercom, em Foz do Iguaçu, que trata da representação das classes populares no cinema brasileiro da década de 60/70, mais especificamente entre a Caravana Farkas (parte do Cinema Novo) e o trabalho de Mazzaropi. O trabalho fecha em uma relação entre Jeca contra o capeta e Viramundo (Geraldo Sarno, 1965). Pra quem se interessar, são 15 páginas, acessíveis em: http://goo.gl/SS32T6
link pro artigo/análise "A representação das classes sociais em O Som ao Redor", meu tcc em Cinema na Universidade Federal de Pelotas, publicado no início de 2014:
Cão Sem Dono
3.4 87não li o livro mas gostei da naturalidade com que as cenas se desenrolam. o niilismo geral entretanto faz do próprio filme um pouco vazio e dispensável para a carreira vital.
Sartre por ele mesmo
4.4 13será que a vivência de náusea e angústia no existencialismo sartreano não são só pq esse rapaz sartre fumava demais? devia ficar todo mal do estômago mesmo
Orfeu do Carnaval
3.7 123 Assista AgoraCertamente uma visão branca/masculina/médio-classista de um ambiente ao qual não pertencem de fato nem Marcel Camus nem Vinícius. Portanto, sim, nada é de verdade aqui.
O que se vê é a adaptação de um carnavalesco mito helênico a um mítico Brasil carnavalesco.
A quem não viu "Um lugar ao Sol" (2009) do Gabriel Mascaro lá tem uma referência muito bem situada à Orfeu.
O filme também não me deixou esquecer "Viramundo" (1964) do Geraldo Sarno, que critica em seu segundo ato a catarse pela religião, justamente à qual se entrega Orfeu na cena do candomblé, próxima ao fim. É possível daí traçar um diálogo entre esses dois filmes, numa discussão sobre a busca da consolidação de uma identidade nacional, coisa relevante na época. Nesse ponto de vista Orfeu é de um (fino e bossanovista) conformismo trágico, diferente dos sucessores cinemanovistas, que embora nada conformistas não fogem à tragédia.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraTeorema com happy ending
Ponto Final: Match Point
3.9 1,4K Assista AgoraMuito massa. Uma tragédia pós-moderna sobre poder/dinheiro/patriarcado,
Um dos momentos mais valiosos, ao meu ver, é quando numa conversa de sofá o Chris fala que acredita em um mundo regido pela "sorte", em contraponto a Chloe e Tom que defendem o "trabalho duro". O fato de Chloe e seu irmão serem herdeiros de uma fortuna, e portanto, nascidos com "sorte" (sem precisar "trabalhar duro") entregam grande parcela de razão para Chris, que diz: I`d rather be lucky than good. Por uma ironia do diretor, o protagonista parece ali perceber exatamente que habita uma tragédia (onde ser "bom" não é o valor principal).
A visão trágica de mundo adotada por Chris (e Woody) desde o começo (ou seja: regida pela "sorte"), somada à posição firme e constante do personagem frente à realidade (por vezes aterradora) que lhe confronta, desenham um tradicional herói trágico (ainda mais ao som de ópera!). O que distingue Chris do semi-deus Aquiles é que o herói de Woody Allen simplesmente consegue tudo o que quer e sai limpo.
O final feliz, por sua vez, fere o ideal de tragédia conforme Aristóteles: como se a assombrosa imunidade de Chris lhe impedisse até de ser rotulado, e somada à sua posição social (de novo-herdeiro) lhe colocasse em um patamar de privilégio desconhecido tanto por Raskólnikov quanto por Aquiles.
Branco Sai, Preto Fica
3.5 173Um paper meu, chamado "Adirley Queirós: representação não-terceirizada da periferia" foi publicado ontem na 8ª edição da Revista Orson e pode ser acessado em: orson.ufpel.edu.br/content/08/artigos/primeiro_olhar/01_carlos.pdf
Resumo: O artigo analisa o contexto de produção de Adirley Queirós, contemporâneo cineasta de Ceilândia/DF, em comparação com a fase moderna do documentário brasileiro, mais especificamente representada através de Viramundo (Geraldo Sarno, 1965). O objetivo é perceber as estratégias estéticas e ideológicas que diferenciam os dois contextos no que toca à representação da periferia e das classes populares no cinema brasileiro, levando em conta a noção de gosto conforme Pierre Bourdieu.
Tudo é Brasil
3.6 8muito tempo pra pouco conteúdo.
muita imagem still, ainda se repetindo (!!)
seria melhor se mais curto.
Velozes & Furiosos 5: Operação Rio
3.4 1,7K Assista Agorapoucos filmes nessa vida eu desisto de ver na metade. esse foi um deles. tosquíssimo. português mal falado, tudo muito estereótipos e etc
Branco Sai, Preto Fica
3.5 173escrevi sobre o Adirley Queirós uma crítica na Obvious
resumo: Cineasta da Ceilândia/DF, tem recentemente chamado atenção dos festivais e da crítica especializada fazendo filmes sobre a comunidade onde nasceu. Não é raro ver periferias do cinema nacional: o que destaca Adirley da tradição brasileira não é (só) narrar sobre ela, mas a partir dela.
http://obviousmag.org/cinema_e_sociedade/2015/05/adirley-queiros-cinema-brasileiro-contemporaneo.html
O Último Desafio
3.4 841 Assista Agoraparece que as vezes tão tirando com a cara do schwarzenegger muito veladamente
Morro do Céu
4.0 10tem cada paisagem mais massa que dá vontade de desistir dessa vida de cinema e virar colono na serra
A Misteriosa Morte de Pérola
3.5 10???? zzzz
A Opinião Pública
3.7 32Arnaldo Jabor contrapõe a liberdade dos jovens com o destino dos adultos: sempre ter que servir a alguém ou alguma coisa.
Ironicamente, depois de adulto, se vendeu pras oligarquias da comunicação e virou um velho conservador.
Felizmente, hoje, 14/4/15, foi demitido do Estado de S. Paulo.
Infelizmente nunca mais vai fazer um filme desses.
Lanterna Verde
2.4 2,4K Assista Agoratoda uma trama pra resolução final contar com dois caças em pleno espaço sideral
Rio, 40 Graus
3.9 85 Assista AgoraNelson, 1000 graus
[/spoiler]
e aquele muleque de 10 anos fumando no meio do filme cadê o conselho tutelar?
[spoiler]
O Vôo do Dragão
3.7 174 Assista Agorase o tio era um traidor por que ele não vendeu o restaurante de uma vez e poupou o tempo de todo mundo inclusive o meu?
Jeca Contra o Capeta
3.5 38Ano passado escrevi e apresentei um artigo científico na Intercom, em Foz do Iguaçu, que trata da representação das classes populares no cinema brasileiro da década de 60/70, mais especificamente entre a Caravana Farkas (parte do Cinema Novo) e o trabalho de Mazzaropi. O trabalho fecha em uma relação entre Jeca contra o capeta e Viramundo (Geraldo Sarno, 1965). Pra quem se interessar, são 15 páginas, acessíveis em: http://goo.gl/SS32T6
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista Agoralink pro artigo/análise "A representação das classes sociais em O Som ao Redor", meu tcc em Cinema na Universidade Federal de Pelotas, publicado no início de 2014:
https://www.academia.edu/7770639/A_representação_das_classes_sociais_em_O_Som_ao_Redor
Mazzaropi
3.9 19como faz pra encontrar esse filme??
O Grande Xerife
3.5 14 Assista Agoraesses bandido tao muito bundamole
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista Agoraesses caras tinham que andar mais armados no início do filme
Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor
4.5 9no brasil a situação conservadora até já trancou o plebiscito antes que rolasse hehe
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 426 Assista Agoraantonio das morte baita zica
RoboCop 3
2.7 201 Assista Agoraa trama de Robocop 3 começa com a invasão do pinheirinho em SP