Um filme muito minimalista, onde sentimos tudo o que acontece na trama apenas pela expressão facial dos atores, é sufocante como a diretora tem o controle total da narrativa e nos prende em cada cena pra observar cada detalhe milimétrico de cenas que parecem não terem a menor importância mas dizem muito, a história não precisa entrar em muitos detalhes pois as atuações excelentes comandam toda a narrativa.
Um filme de balada sem ser o típico filme teen Um filme de viagem de férias sem ser o típico filme de férias Um drama profundo sem ser o típico filme de drama
Um filme sobre expectativas x realidades, sobre ser mulher na sociedade moderna, e sobre tentar se encaixar com base nas expectativas dos outros e não em suas próprias.
Reparem nos segundos finais do filme no aeroporto, é triste constatar que a empolgação dela indo de volta pra casa lembra a alegria do começo, um filme que diz muito sem precisar falar nada.
Mortes muito criativas, easter eggs por todas as partes, crítica ao consumismo desenfreado muito divertida e inteligente, e realmente nos sentimos no Dia de Ação de Graças dos EUA (diferente de Pânico 6, que se passa no Halloween mas a única cena marcante que remete a data é aquela no metrô de Nova York com as pessoas fantasiadas), como ponto negativo fica o mistério em torno do vilão que é facilmente previsível pra quem já está acostumado com o subgênero slasher.
Eu por exemplo identifiquei o assassino nos primeiros 30 segundos do filme, se prestarem atenção a abertura é em homenagem a Halloween, mostra a casa de longe e a respiração ofegante no estilo Michael Myers chegando perto da porta, então ao atender a porta está o xerife, por causa disso a partir dos primeiros 30 segundos de filme já sabia que era ele o vilão por causa dessa homenagem feita pra franquia Halloween. Pra mim não teve graça o mistério da trama, mas pra quem não está familiarizado com o gênero vai se divertir bastante tentando descobrir quem é o vilão.
Obs: Existe uma cena adicional após os créditos finais.
Interessante como o filme começa nos agradando, apresentando uma simples comédia e vai nos deixando desconfortáveis conforme avança, adquirindo contornos mais sombrios e entrando em temas como cultura do cancelamento, publicidade abusiva, epidemia de transtornos mentais, ansiedade coletiva, paranoia das redes sociais, cultura da fama, etc.., é uma mistura de diversos temas e com várias conclusões diferentes.
A conclusão que fica é que antes a vida era mais simples, as pessoas apenas sonhavam e eventualmente tinham pesadelos, hoje tudo passa a ser visto como um grande problema e com tanta tecnologia o próximo passo é controlarmos nossos sonhos, e a cura da alma passa a ser apenas mais uma fonte de lucro para a iniciativa privada.
Obs: Nicolas Cage está excelente no papel e deve ter mudado de agente, pois agora só está fazendo filmes bons.
Um dos melhores filmes do ano. A atuação da Eliza Scanlen é digna de Oscar nessa incrível e emocionante história sobre crescimento e amadurecimento em meio ao fanatismo religioso.
Um filme que mostra como as mudanças naturais da vida podem ser dolorosas dependendo do contexto, mas não pense que isso aqui é um dramalhão, muito pelo contrário, embora tenha muitas cenas dramáticas exageradas como o cinema americano adora fazer, também tem muita sutileza, sentimentos e romance, esse filme é a mais pura poesia.
Muito legal, ao contrário dos outros filmes do Leandro Hassum aqui não tem sentimentalismo forçado e drama sem sentido jogado dentro da comédia. Muito pelo contrário, Meu Cunhado é um Vampiro é comédia escrachada do começo ao fim, e sabe que a tosquice diverte mais do que tentar fazer algo que contradiz seu estilo de Adam Sandler brasileiro.
Legal ver referências ao Zé do Caixão no quarto da menina (pôster do filme A Meia Noite Levarei sua Alma), a novela O Beijo do Vampiro na balada, alguns clássicos como Drácula de Bram Stocker (na fantasia de Hassum), e finalmente um filme brasileiro que se passa no Halloween. Só não gostei que escolheram um samba nada a ver com o gênero pra encerrar o filme, enquanto poderiam muito bem ter usado um rock nacional ou até mesmo uma Rita Lee - Meu Doce Vampiro.
Minha coletânea de piadas do filme que me fizeram chorar de rir:
- Ele dizendo que é um homem de fé, mesmo sem saber o que é Pai Nosso, pois todo gol que fazia apontava pro céu e dedicava a Jesus, baita zoeira com o Kaka, kkkkkk
- A mulher do cara quando viu a ex mulher dele transformada em vampira na festa dizendo que ela não fez harmonização facial e sim demonização facial, essa foi demais, kkkkkkkkk
- A água benta não fazendo efeito pois a catedral estava fechada e o cara resolveu benzer na Igreja do lado da casa dele chamada Deus é 10, kkkkkkkkkkkkk
- A cruz não fez efeito pra derrotar o Drácula, mas a camisa com o símbolo do Vasco (que é uma cruz de malta) fez efeito pois o cara depositou toda sua fé no time que sempre é derrotado, kkkkkkkkkkkkkkkkk
Nenhum filme dessa trilogia é realmente ótimo. Mas toda a ambientação e a atmosfera criada aqui é sem dúvida a melhor dos três filmes, e chega a ser mais interessante inclusive que a própria resolução do mistério final da trama.
Mesmo deixando a desejar no terror, A Noite das Bruxas entrega um suspense eficiente, mas o maior mistério continua sendo entender da onde surgiu o título do filme e suas bruxas, rs (A geração mais antiga chamava Halloween de Noite das Bruxas no Brasil quando o livro de Agatha Christie foi escrito nos anos 60), por isso que Halloween Party ganhou esse título no Brasil, acho que foi o único país do mundo que isso aconteceu.
Quando tudo termina a única sensação que fica é a vontade louca de passar uma noite de Halloween em Veneza.
Acerta no drama e na comédia o tempo todo, um gênero não anula o outro em nenhum momento do filme. Os taiwaneses estão ficando especialistas em comédias dramáticas de fantasmas, o representante de Taiwan no Oscar 2024 (Um Romance do Além) é do mesmo estilo desse aqui.
O elenco está em ótima sintonia e a relação amorosa presente no filme até pode ser meio apática para os padrões brasileiros, mas em nenhum momento soa forçada. Fui pego de surpresa pela reviravolta da trama em seu encerramento muito emocionante, só perde em emoção pela honra de ser o primeiro a avaliar esse ótimo filme aqui no Filmow.
Paul Giamatti é disparado o melhor ator de 2023 no melhor filme natalino do ano. E o que é o Natal, se não uma festa para fingir que não existe rejeição no mundo?
Mesmo no significado cristão do Natal, Jesus nasceu rejeitado em meio a animais em um estábulo, ou em seu significado pagão, onde a festa celebra o deus Saturno, que é na mitologia romana o próprio deus do tempo, também conhecido como dissolução.
Obs: A cena da indireta no Papai Noel do boliche foi demais
Gostei, mantém o ritmo de qualidade da primeira temporada, mas acaba indo pro mesmo caminho de satirizar a política argentina e os jogos de poder em vez de tentar algo novo, então fica parecendo que o discurso feito aqui reforça tudo o que já vimos antes, mesmo assim estou ansioso pra terceira temporada, a química entre os atores é muito boa, mas espero que na próxima temporada a série vá por caminhos novos.
Obs: A cena do velório foi a melhor parte dessa segunda temporada, é demais.
O filme tem boas atuações, por isso é triste constatar como essa obra envelheceu mal. Pra um filme de 1999, época de forte luta antimanicomial (os manicômios foram proibidos apenas em 2000 no Brasil), a obra não retrata as instituições como problemas, muito pelo contrário, endeusa e ignora como o local era usado pra mascarar os verdadeiros problemas da sociedade, tem até uma cena ridícula de um funcionário entrando de noite no quarto enquanto ela dormia pra trocar a lâmpada e olhando pro corpo dela e tudo sendo retratado pelo roteiro do filme como o coitadinho que foi expulso por causa da mulher devassa que o beijou (quando vi essa cena já saquei que o filme foi dirigido por um homem), que ridículo, as situações de abusos que ocorriam livremente nessas instituições são retratadas com uma normalidade doentia em um roteiro que parece culpabilizar todas as pacientes e retratar os funcionários como deuses.
Mas o pior mesmo é ver que o filme parece ignorar completamente como o local era usado pra isolamento e abandono dessas pessoas, o roteiro apresenta uma narrativa retrógrada demais ao mostrar manicômios como um mal necessário. Com direito até a liçãozinha de moral no final que devem ter tirado de algum livro de auto ajuda barato.
Um Estranho no Ninho, mesmo sendo um filme de 1975, é muito mais moderno que esse daqui e está muito a frente de todos os temas discutidos de forma preguiçosa aqui e por isso envelheceu muito bem, continuando atual até os dias de hoje.
Mas o mais triste nem foi tudo isso (Alerta de Spoiler e de gatilho forte)
o pior mesmo foi constatar que a atriz Brittany Murphy teve um fim igual a personagem principal do filme iria ter na cena de abertura, não sei se ela se inspirou nesse filme inclusive, mas não me espantaria se tivesse, achei tudo aqui problemático demais na abordagem feita de transtornos mentais, culpabilizando as vítimas em muitos momentos com discursos de auto ajuda ridículos (a enfermeira chamando as personagens de preguiçosas foi uma das cenas mais preconceituosas que já assisti em toda minha vida) e retratando os manicômios como deuses, com direito até a obrigações de tomar remédios inócuos (até laxantes) contra a vontade dos pacientes sendo retratados pelo filme como se fosse algo aceitável para o processo de cura a longo prazo, que grande porcaria foi isso aqui, estou até sem palavras.
O filme segue todos os clichês do gênero de filmes colegiais, apenas insere algumas cenas de violência exageradas em alguns poucos momentos pra apresentar algo "diferente" do padrão, mas todo o algoritmo de filmes colegiais continuam cravados lá.
Embora exagere na violência a ousadia nunca chega realmente na trama, pois os personagens são apenas estereótipos, e da mesma forma que jorra sangue em qualquer luta (nem sei se dá pra chamar de luta), basta duas meninas irem pra cama juntas que a câmera foge da cena igual o diabo foge da cruz, ou seja, o conservadorismo americano continua escondido por lá. Não consegui ver esse filme todo ousado que a crítica está falando, será que o filme é realmente revolucionário por ter inserido pessoas queer ou o cinema norte americano que ficou careta demais nos últimos anos?
Como ponto positivo fica a trilha sonora, embora tenha parado em 2004 igual o roteiro do filme, pelo menos é sempre divertido ouvir Avril Lavigne novamente.
Concordo que esse filme mostra que os filmes do gênero besteirol dos anos 90 não precisavam ser sexistas, machistas e homofóbicos para serem engraçados. Mas a comédia colegial adolescente Nunca fui Santa (But I'm A Cheerleader) já fez tudo o que esse filme apresenta como revolucionário e de forma muito mais criativa, e o mais impressionante é que fez isso em pleno anos 90.
O idoso até desiste de ir morar em outro planeta com o alien pois se sentiu completo novamente.
Bonito e singelo, essa trama é simples mas com muito potencial emotivo, o alien é um mero simbolismo para o papel do terapeuta, já que ele apenas ouve os problemas, sem falar nada, uma reflexão de como o ato de ouvir é mais importante do que o de falar e ajuda muito mais as pessoas, tanto é que no começo do filme eles falavam muito e sempre as mesmas coisas na Câmara Municipal da cidade e nunca eram realmente ouvidos, mas passaram a fazer parte de uma comunidade quando se uniram pra ajudar o alien a voltar para sua casa, mas quem realmente acabou sendo ajudado foram eles. Moral da história, quando pedimos para os outros resolverem nossos problemas nunca nos sentimos tão preenchidos quando ajudamos os outros.
Gostei muito desse filme, ele é um terror invertido, a gente acho que vai ir para um caminho e no final vai por outro, pra mim é um dos melhores filmes de terror já produzidos no Brasil. Ele brinca com as lendas brasileiras dos anos 80, o chamado Pânico Satânico, mania essa importada dos evangélicos dos EUA, onde tudo era considerado do "capeta", então podemos ver o boneco Fofão escondido em algumas cenas, discos rodando ao contrário, e vários momentos que criam um clima de nostalgia do nosso próprio passado e aprofunda o terror da obra ao mesmo tempo.
E o que falar do final, quebra todas nossas expectativas e apresenta a pessoa mais "normal" da trama como o grande vilão.
Como podemos ver no final do filme quem estava possuído o tempo todo era o pai. O pai chamava a própria esposa falecida de louca o filme inteiro e fazia pouco caso das memórias do passado, com o ritual ele "volta a vida" e passa a se reconhecer como membro daquela família. A música dos créditos finais na voz da cantora Sandy é a cereja do bolo e um baita resumo do filme pra quem não entendeu nada, afinal, o que é a família se não uma fábrica de loucos que moram juntos? loucos um de amor pelos outros. No caso o personagem principal precisou perder o emprego pra se encontrar.
O objetivo central da obra aqui é fazer uma crítica a chamada nova classe média brasileira que prioriza o trabalho e deixa a família sempre em segundo plano.
Achei que seria como assistir a um episódio de Nancy Drew ou até mesmo Scooby Doo, mas fiquei desapontado. Não foi ruim mas só foi bom apenas para um público infantil. No entanto, senti que foi previsível demais e vi o final chegando a 40 minutos antes do fim. Também foi um filme muito curto e pouco emocionante, senti que eles poderiam ter feito um trabalho muito melhor com o que tinham em mãos.
Não chega nem perto da genialidade do filme anterior, aqui é puro fan service.
Achei que é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, nunca tivemos um filme do Homem Aranha tão corrido como esse aqui, faltam momentos de contemplação, cenas marcantes como as dos filmes do Sam Raimi (como esquecer daquele beijo na chuva?) não chegam nem perto de acontecer aqui, pois todo momento tem que estar acontecendo algo na tela, acaba ficando cansativo tanta correria, quando ele luta com o Mancha na primeira cena e fica atendendo o celular ao mesmo tempo, consegui entender que devem ter feito o filme corrido assim pra geração atual não conseguir fazer as duas coisas ao mesmo tempo, rs.
Esse Bagunçaverso não tem nada de impactante ou intrigante, é apenas muito chato, tem até gatinho aranha e dinossauro aranha, que coisa boba, saudades de filmes de viagem no tempo como Donnie Darko, poderiam ter se inspirado em algo mais sombrio ao compor o roteiro, acho que ficaram com medo de afastar o público infantil.
Emocionante demais, não conheço Recife e não vivi essa época dos cinemas de rua, quando eu nasci já eram cinemas apenas em shoppings, mas mesmo assim esse documentário me derrubou de emoção e nem sou um grande fã do gênero, mas a forma que esse filme foi filmado e contado é impressionante, ele mostra desde as casas simples e sem muros dos bairros de antigamente até os enormes arranha-céus com seus muros altos e com cercas elétricas, o glamour do centro da cidade ao seu derradeiro abandono, a ditadura militar até a democracia, os cinemas de rua até as igrejas evangélicas. Retratando as marcas profundas que as mudanças sociais vão deixando nas arquiteturas das cidades. Esse filme merece muito representar o Brasil no Oscar.
E quando acaba é triste constatar que toda nossa vida acaba sendo retratos fantasmas de um passado que já não existe mais.
Eu entendi que o taxista fantasma do final do filme é uma metáfora para o que é o próprio cinema, em tempos de Uber ele continua existindo, assim como o cinema, mas ficou invisível (plataforma de streaming), notem que o diretor do filme fala que seguia o aplicativo (Waze) para traçar a rota, mas isso o estressava pois queria passar por lugares diferentes, isso é uma clara referência a política de algoritmos dos serviços de streaming, onde é a plataforma que escolhe o que iremos ver com base em nossos gostos e não nós mesmos. A consequência disso é que temos cada vez mais produções parecidas umas com as outras, igual o final do filme onde mostra várias farmácias idênticas uma do lado da outra, só mudando o nome, mas o produto vendido é o mesmo (uma droga qualquer).
Um longo episódio do desenho, nada além disso, e com muitas referências, mas quase todas exclusivamente são feitas para produtos da Warner Bros e HBO (Westworld, universo do Batman, Flinstones, etc..). A Elvira é apenas pra chamar atenção mesmo, uma mera participação especial.
O pior: A cena da perseguição parece que dura o filme todo O melhor: O final diverte e é o único momento que realmente sentimos a Elvira no filme
O monstro é bem feito e as mortes são bem executadas e criativas (a cena da onda de sangue saindo de dentro do porão é um verdadeiro show), fazia tempo que não assistia um filme com um Jack Lanterna de vilão, o último foi o excelente Contos do Dia das Bruxas de 2007.
O que pesa negativamente aqui é a direção de David Slade (Do fraco A Saga Crepúsculo - Eclipse), que pega a ótima ideia do roteiro e não consegue executar com a criatividade que merecia, tornando a revelação final do filme bastante óbvia muito antes do tempo e faltou algum comentário social pra ter lógica algumas coisas, como o lance dos jovens serem mantidos longe da civilização e o filme não passou o clima de claustrofobia que precisava pra trama fazer sentido.
Mas vale a pena dar o play nessa obra que poderia muito bem virar um clássico de Halloween se fosse melhor executada.
Fotografia maravilhosa, incrível como a cidade de Paulínia - SP tem cenários perfeitos para fazer filmes de época, uma pena que por causa de políticos ruins a cidade deixou de ser um polo cinematográfico.
Embora a reviravolta do filme seja um pouco previsível, é interessante a forma como ele mesclou a temática de epidemia com o terror sobrenatural, geralmente isso só é usado em filmes de zumbis e não de fantasmas, isso daria um ótimo longa metragem.
Quase toda a crítica em peso falando mal do filme e que filme gostoso de se assistir, achei até mesmo melhor que a franquia "A Morte te dá Parabéns", só perde pra "Terror nos Bastidores".
É tão bom ver os personagens do presente no passado e o filme faz um bom uso dos flashbacks, ajudando a gente saber quem é quem, fazia tempo que não assistia uma produção fazer tão bom uso desse recurso, que geralmente é usado apenas pra nos deixar confusos.
As atuações são boas e é tão bom ver os conflitos geracionais entre as pessoas dos anos 80 e a geração atual (as cenas dos nerds e geeks sendo tratados com extremo preconceito pela geração antiga são divertidas demais), o filme consegue retratar muito bem e brinca muito com isso e sabe também brincar com ele mesmo, vide na cena que um dos policiais falam que filmes de viagem no tempo não possuem lógica nenhuma, rachei demais.
A Amazon Prime acertou em cheio com esse adição em seu catálogo pro Halloween desse ano, divertido demais, poderia até passar nos cinemas que seria bem melhor que essas produções chatas sempre no "terror automático" que ganham as salas como O Exorcista: O Devoto e A Freira 2.
Estética maravilhosa, a cena dela descendo a escada é de uma tensão digna de cinema.
Mas a trama a princípio criativa do passado sombrio da igreja se encontrando com a modernidade precisava ir além na apresentação do contraste cultural, pois ele só funciona na fotografia mesmo, do modo que foi feito aqui a trama ficou rasa e virou apenas um terror esquecível do catálogo de Halloween da Netflix, uma pena, pois a produção tinha potencial.
São oito contos de terror do Edgar Allan Poe, um pra cada pessoa da família, no final acaba ficando tudo muito excessivo, achei que se focassem em um conto só seria melhor. Pois aqui não passa realismo e o excesso de terror tira todo o impacto que a trama poderia ter.
Aqui apenas assistimos um monte de tragédias acontecerem enquanto já esperamos por elas, o fator surpresa simplesmente não existe, as vezes menos é mais. A série se arrasta, mas rende alguns bons momentos inspirados como a cena da chuva de corpos no final e a cena do baile da Morte Escarlate no começo, mas no geral é tudo cansativo e excessivo, a poesia gótica é bonita, mas tem horas que percebemos que está apenas fazendo o feijão com arroz pra encher linguiça.
Minhas séries preferidas de Flanagan:
1- A Maldição da Residência Hill 2- A Maldição da Mansão Bly 3- Missa da Meia Noite 4-Clube da Meia Noite 5- A Queda da Casa de Usher
Após uma boa estreia e uma segunda temporada melhor ainda, a série começa a dar seus sinais de cansaço.
Fico em dúvida se essa terceira temporada não deveria ter investido mais nos bastidores do teatro e menos no mistério, pois o que realmente move a trama aqui é a rotina dos bastidores e a ansiedade para a estreia do espetáculo da Broadway, sendo o mistério principal da trama bastante óbvio e facilmente previsível desde o primeiro episódio, fiquei até com vontade de ter visto o elenco atuando em mais cenas do musical, pois o que realmente segura a trama até o fim é o carisma dos personagens e seus dramas pessoais, ali sim tem muitas reviravoltas criativas e até mesmo momentos emocionantes relacionados com maternidade\paternidade, o mistério principal aqui foi enfadonho e apenas serviu pra encher linguiça.
Qual o sentido de um monstro vampiro em um filme desses?
Acredito que colocaram a criatura lá apenas pro povo pensar que a sombra na nuvem fosse o monstro, mas na verdade acaba sendo a mulher, apagada pelo machismo da época e sendo renegada apenas pra ser uma mera sombra do homem.
Aquela cena do avião explodindo e ela sendo salva pela explosão é simplesmente sensacional, viola simplesmente todas as leis da física e lembra muito os filmes do Tom Cruise, exceto pela cara do militar no final de boca aberta olhando pra ela, dei muita risada..a expressão facial do ator é impagável.
Levando em conta que é um filme de baixo orçamento e que não se leva a sério, acredito que os efeitos especiais de combate aéreo tenham ficado bem feitos para a proposta da obra, já o monstro poderia ter sido um pouco melhor elaborado. Pena que o roteiro é fraco e é tantos exageros, a impressão é que o filme está dividido em três partes, a primeira (a melhor) é focada no drama, a segunda é um terror cômico e a terceira um filme de ação, se tivessem escolhido um desses estilos pra seguir acredito que o filme teria ficado bem melhor, dessas partes pra mim a pior foi o terceiro ato, onde é fácil prever quase tudo o que vai acontecer, o que acaba tirando bastante o impacto que o filme poderia ter, juro que pensei que no final..
.. iria morrer todo mundo menos o bebê, que passaria a ser cuidado pela criatura trevosa lá na floresta. Mas pensando bem achei bem poético ela acabando com o Gremlin no melhor estilo Rambo e logo depois indo amamentar.
Destaque para a música Hands of Love da Kate Bush que fecha o filme com chave de ouro.
(OFF) - Apenas uma curiosidade que serviu de inspiração pra mitologia desse filme:
Durante a Segunda Guerra (1939-1945) e mesmo antes, também há relatos de pilotos da Força Aérea Real britânica (RAF, na sigla em inglês) e seus aliados que afirmaram ter sido vítimas de gremlins. Eles os descreviam como criaturas bizarras e travessas que tocavam o terror quase sempre durante voos sobre o território europeu, incluindo áreas de mar. Charles Lindbergh, pioneiro da aviação americana, chegou a escrever um livro em que narra seu encontro com essas “presenças fantasmagóricas”.
Jornais antigos traziam depoimentos sobre a existência de uma horda de espíritos misteriosos e maliciosos ou mesmo trolls em miniatura que sabiam de tecnologia e maquinário e mexiam com os controles de voo, sabotavam motores, causavam panes elétricas, acidentes inexplicáveis e não poupavam nem mesmo os inimigos nazistas. Eram oportunistas e não faziam distinção entre os oponentes, queriam apenas se divertir. Os governos britânico e americano teriam até tentado investigar o “fenômeno” e mandaram confeccionar manuais e pôsteres com ilustrações sobre as táticas adotadas pelos gremlins e maneiras para distraí-los e evitar acidentes fatais.
Hoje, porém, mais do que alucinações, aparições ou seres lendários, são lembrados como os responsáveis por terem ajudado a levantar o moral dos pilotos. O historiador Marlin Bressi explica que por mais odiados que fossem, serviam como bodes expiatórios dos problemas tecnológicos e mecânicos dos aviões. Ao levarem a culpa por erros e falhas humanas, evitavam assim acusações entre os membros dos esquadrões e que poderiam prejudicar os combates.
Em meados da década de 1980, Steven Spielberg e o diretor Joe Dante então tiveram a ideia de produzir um filme sobre os gremlins e o sucesso foi tamanho que em 1990 ganhou uma sequência e até hoje é lembrado como um clássico do cinema desse período. Os personagens foram vagamente inspirados nas descrições do livro de Roald Dahl, sendo que sua aparência assustadora se baseou mais pelos relatos e anotações dos pilotos da Segunda Guerra.
Segundo alguns deles, as criaturas tinham cerca de um metro de altura, braços longos, olhos vermelhos, orelhas grandes e pontudas e algumas possuíam chifres, pelos e asas de morcego. Quanto ao comportamento delas, registraram que dançavam, riam e saltitavam loucamente sobre a fuselagem externa dos aviões, batendo e puxando tudo e não se intimidavam com nada. Portanto, se você pegar um voo e enfrentar turbulência, já sabe o que pode ser...
How to Have Sex
3.7 111 Assista AgoraUm filme muito minimalista, onde sentimos tudo o que acontece na trama apenas pela expressão facial dos atores, é sufocante como a diretora tem o controle total da narrativa e nos prende em cada cena pra observar cada detalhe milimétrico de cenas que parecem não terem a menor importância mas dizem muito, a história não precisa entrar em muitos detalhes pois as atuações excelentes comandam toda a narrativa.
Um filme de balada sem ser o típico filme teen
Um filme de viagem de férias sem ser o típico filme de férias
Um drama profundo sem ser o típico filme de drama
Um filme sobre expectativas x realidades, sobre ser mulher na sociedade moderna, e sobre tentar se encaixar com base nas expectativas dos outros e não em suas próprias.
Reparem nos segundos finais do filme no aeroporto, é triste constatar que a empolgação dela indo de volta pra casa lembra a alegria do começo, um filme que diz muito sem precisar falar nada.
Meu primeiro filme de 2024.
Feriado Sangrento
3.1 410Mortes muito criativas, easter eggs por todas as partes, crítica ao consumismo desenfreado muito divertida e inteligente, e realmente nos sentimos no Dia de Ação de Graças dos EUA (diferente de Pânico 6, que se passa no Halloween mas a única cena marcante que remete a data é aquela no metrô de Nova York com as pessoas fantasiadas), como ponto negativo fica o mistério em torno do vilão que é facilmente previsível pra quem já está acostumado com o subgênero slasher.
Eu por exemplo identifiquei o assassino nos primeiros 30 segundos do filme, se prestarem atenção a abertura é em homenagem a Halloween, mostra a casa de longe e a respiração ofegante no estilo Michael Myers chegando perto da porta, então ao atender a porta está o xerife, por causa disso a partir dos primeiros 30 segundos de filme já sabia que era ele o vilão por causa dessa homenagem feita pra franquia Halloween. Pra mim não teve graça o mistério da trama, mas pra quem não está familiarizado com o gênero vai se divertir bastante tentando descobrir quem é o vilão.
Obs: Existe uma cena adicional após os créditos finais.
O Homem dos Sonhos
3.5 161Interessante como o filme começa nos agradando, apresentando uma simples comédia e vai nos deixando desconfortáveis conforme avança, adquirindo contornos mais sombrios e entrando em temas como cultura do cancelamento, publicidade abusiva, epidemia de transtornos mentais, ansiedade coletiva, paranoia das redes sociais, cultura da fama, etc.., é uma mistura de diversos temas e com várias conclusões diferentes.
A conclusão que fica é que antes a vida era mais simples, as pessoas apenas sonhavam e eventualmente tinham pesadelos, hoje tudo passa a ser visto como um grande problema e com tanta tecnologia o próximo passo é controlarmos nossos sonhos, e a cura da alma passa a ser apenas mais uma fonte de lucro para a iniciativa privada.
Obs: Nicolas Cage está excelente no papel e deve ter mudado de agente, pois agora só está fazendo filmes bons.
The Starling Girl
3.4 9Um dos melhores filmes do ano. A atuação da Eliza Scanlen é digna de Oscar nessa incrível e emocionante história sobre crescimento e amadurecimento em meio ao fanatismo religioso.
Um filme que mostra como as mudanças naturais da vida podem ser dolorosas dependendo do contexto, mas não pense que isso aqui é um dramalhão, muito pelo contrário, embora tenha muitas cenas dramáticas exageradas como o cinema americano adora fazer, também tem muita sutileza, sentimentos e romance, esse filme é a mais pura poesia.
Meu Cunhado é Um Vampiro
2.4 71Muito legal, ao contrário dos outros filmes do Leandro Hassum aqui não tem sentimentalismo forçado e drama sem sentido jogado dentro da comédia. Muito pelo contrário, Meu Cunhado é um Vampiro é comédia escrachada do começo ao fim, e sabe que a tosquice diverte mais do que tentar fazer algo que contradiz seu estilo de Adam Sandler brasileiro.
Legal ver referências ao Zé do Caixão no quarto da menina (pôster do filme A Meia Noite Levarei sua Alma), a novela O Beijo do Vampiro na balada, alguns clássicos como Drácula de Bram Stocker (na fantasia de Hassum), e finalmente um filme brasileiro que se passa no Halloween. Só não gostei que escolheram um samba nada a ver com o gênero pra encerrar o filme, enquanto poderiam muito bem ter usado um rock nacional ou até mesmo uma Rita Lee - Meu Doce Vampiro.
Minha coletânea de piadas do filme que me fizeram chorar de rir:
- Ele dizendo que é um homem de fé, mesmo sem saber o que é Pai Nosso, pois todo gol que fazia apontava pro céu e dedicava a Jesus, baita zoeira com o Kaka, kkkkkk
- A mulher do cara quando viu a ex mulher dele transformada em vampira na festa dizendo que ela não fez harmonização facial e sim demonização facial, essa foi demais, kkkkkkkkk
- A água benta não fazendo efeito pois a catedral estava fechada e o cara resolveu benzer na Igreja do lado da casa dele chamada Deus é 10, kkkkkkkkkkkkk
- A cruz não fez efeito pra derrotar o Drácula, mas a camisa com o símbolo do Vasco (que é uma cruz de malta) fez efeito pois o cara depositou toda sua fé no time que sempre é derrotado, kkkkkkkkkkkkkkkkk
Já quero a parte 2: Meu Sogro é um Lobisomem
A Noite das Bruxas
3.2 191Nenhum filme dessa trilogia é realmente ótimo. Mas toda a ambientação e a atmosfera criada aqui é sem dúvida a melhor dos três filmes, e chega a ser mais interessante inclusive que a própria resolução do mistério final da trama.
Mesmo deixando a desejar no terror, A Noite das Bruxas entrega um suspense eficiente, mas o maior mistério continua sendo entender da onde surgiu o título do filme e suas bruxas, rs (A geração mais antiga chamava Halloween de Noite das Bruxas no Brasil quando o livro de Agatha Christie foi escrito nos anos 60), por isso que Halloween Party ganhou esse título no Brasil, acho que foi o único país do mundo que isso aconteceu.
Quando tudo termina a única sensação que fica é a vontade louca de passar uma noite de Halloween em Veneza.
Olá, Fantasma!
4.4 7 Assista AgoraAcerta no drama e na comédia o tempo todo, um gênero não anula o outro em nenhum momento do filme. Os taiwaneses estão ficando especialistas em comédias dramáticas de fantasmas, o representante de Taiwan no Oscar 2024 (Um Romance do Além) é do mesmo estilo desse aqui.
O elenco está em ótima sintonia e a relação amorosa presente no filme até pode ser meio apática para os padrões brasileiros, mas em nenhum momento soa forçada. Fui pego de surpresa pela reviravolta da trama em seu encerramento muito emocionante, só perde em emoção pela honra de ser o primeiro a avaliar esse ótimo filme aqui no Filmow.
Os Rejeitados
4.0 325 Assista AgoraPaul Giamatti é disparado o melhor ator de 2023 no melhor filme natalino do ano. E o que é o Natal, se não uma festa para fingir que não existe rejeição no mundo?
Mesmo no significado cristão do Natal, Jesus nasceu rejeitado em meio a animais em um estábulo, ou em seu significado pagão, onde a festa celebra o deus Saturno, que é na mitologia romana o próprio deus do tempo, também conhecido como dissolução.
Obs: A cena da indireta no Papai Noel do boliche foi demais
Meu Querido Zelador (2ª Temporada)
4.0 5Gostei, mantém o ritmo de qualidade da primeira temporada, mas acaba indo pro mesmo caminho de satirizar a política argentina e os jogos de poder em vez de tentar algo novo, então fica parecendo que o discurso feito aqui reforça tudo o que já vimos antes, mesmo assim estou ansioso pra terceira temporada, a química entre os atores é muito boa, mas espero que na próxima temporada a série vá por caminhos novos.
Obs: A cena do velório foi a melhor parte dessa segunda temporada, é demais.
Garota, Interrompida
4.1 1,9K Assista AgoraO filme tem boas atuações, por isso é triste constatar como essa obra envelheceu mal. Pra um filme de 1999, época de forte luta antimanicomial (os manicômios foram proibidos apenas em 2000 no Brasil), a obra não retrata as instituições como problemas, muito pelo contrário, endeusa e ignora como o local era usado pra mascarar os verdadeiros problemas da sociedade, tem até uma cena ridícula de um funcionário entrando de noite no quarto enquanto ela dormia pra trocar a lâmpada e olhando pro corpo dela e tudo sendo retratado pelo roteiro do filme como o coitadinho que foi expulso por causa da mulher devassa que o beijou (quando vi essa cena já saquei que o filme foi dirigido por um homem), que ridículo, as situações de abusos que ocorriam livremente nessas instituições são retratadas com uma normalidade doentia em um roteiro que parece culpabilizar todas as pacientes e retratar os funcionários como deuses.
Mas o pior mesmo é ver que o filme parece ignorar completamente como o local era usado pra isolamento e abandono dessas pessoas, o roteiro apresenta uma narrativa retrógrada demais ao mostrar manicômios como um mal necessário. Com direito até a liçãozinha de moral no final que devem ter tirado de algum livro de auto ajuda barato.
Um Estranho no Ninho, mesmo sendo um filme de 1975, é muito mais moderno que esse daqui e está muito a frente de todos os temas discutidos de forma preguiçosa aqui e por isso envelheceu muito bem, continuando atual até os dias de hoje.
Mas o mais triste nem foi tudo isso (Alerta de Spoiler e de gatilho forte)
o pior mesmo foi constatar que a atriz Brittany Murphy teve um fim igual a personagem principal do filme iria ter na cena de abertura, não sei se ela se inspirou nesse filme inclusive, mas não me espantaria se tivesse, achei tudo aqui problemático demais na abordagem feita de transtornos mentais, culpabilizando as vítimas em muitos momentos com discursos de auto ajuda ridículos (a enfermeira chamando as personagens de preguiçosas foi uma das cenas mais preconceituosas que já assisti em toda minha vida) e retratando os manicômios como deuses, com direito até a obrigações de tomar remédios inócuos (até laxantes) contra a vontade dos pacientes sendo retratados pelo filme como se fosse algo aceitável para o processo de cura a longo prazo, que grande porcaria foi isso aqui, estou até sem palavras.
Clube da Luta Para Meninas
3.4 236 Assista AgoraO filme segue todos os clichês do gênero de filmes colegiais, apenas insere algumas cenas de violência exageradas em alguns poucos momentos pra apresentar algo "diferente" do padrão, mas todo o algoritmo de filmes colegiais continuam cravados lá.
Embora exagere na violência a ousadia nunca chega realmente na trama, pois os personagens são apenas estereótipos, e da mesma forma que jorra sangue em qualquer luta (nem sei se dá pra chamar de luta), basta duas meninas irem pra cama juntas que a câmera foge da cena igual o diabo foge da cruz, ou seja, o conservadorismo americano continua escondido por lá. Não consegui ver esse filme todo ousado que a crítica está falando, será que o filme é realmente revolucionário por ter inserido pessoas queer ou o cinema norte americano que ficou careta demais nos últimos anos?
Como ponto positivo fica a trilha sonora, embora tenha parado em 2004 igual o roteiro do filme, pelo menos é sempre divertido ouvir Avril Lavigne novamente.
Concordo que esse filme mostra que os filmes do gênero besteirol dos anos 90 não precisavam ser sexistas, machistas e homofóbicos para serem engraçados. Mas a comédia colegial adolescente Nunca fui Santa (But I'm A Cheerleader) já fez tudo o que esse filme apresenta como revolucionário e de forma muito mais criativa, e o mais impressionante é que fez isso em pleno anos 90.
Nosso Amigo Extraordinário
3.5 82 Assista AgoraA verdadeira história desse filme é a solidão, quando ajudamos os outros nos sentimentos menos solitários, tanto é que no encerramento do filme..
O idoso até desiste de ir morar em outro planeta com o alien pois se sentiu completo novamente.
Bonito e singelo, essa trama é simples mas com muito potencial emotivo, o alien é um mero simbolismo para o papel do terapeuta, já que ele apenas ouve os problemas, sem falar nada, uma reflexão de como o ato de ouvir é mais importante do que o de falar e ajuda muito mais as pessoas, tanto é que no começo do filme eles falavam muito e sempre as mesmas coisas na Câmara Municipal da cidade e nunca eram realmente ouvidos, mas passaram a fazer parte de uma comunidade quando se uniram pra ajudar o alien a voltar para sua casa, mas quem realmente acabou sendo ajudado foram eles. Moral da história, quando pedimos para os outros resolverem nossos problemas nunca nos sentimos tão preenchidos quando ajudamos os outros.
Quando Eu Era Vivo
2.9 323Gostei muito desse filme, ele é um terror invertido, a gente acho que vai ir para um caminho e no final vai por outro, pra mim é um dos melhores filmes de terror já produzidos no Brasil. Ele brinca com as lendas brasileiras dos anos 80, o chamado Pânico Satânico, mania essa importada dos evangélicos dos EUA, onde tudo era considerado do "capeta", então podemos ver o boneco Fofão escondido em algumas cenas, discos rodando ao contrário, e vários momentos que criam um clima de nostalgia do nosso próprio passado e aprofunda o terror da obra ao mesmo tempo.
E o que falar do final, quebra todas nossas expectativas e apresenta a pessoa mais "normal" da trama como o grande vilão.
Como podemos ver no final do filme quem estava possuído o tempo todo era o pai. O pai chamava a própria esposa falecida de louca o filme inteiro e fazia pouco caso das memórias do passado, com o ritual ele "volta a vida" e passa a se reconhecer como membro daquela família. A música dos créditos finais na voz da cantora Sandy é a cereja do bolo e um baita resumo do filme pra quem não entendeu nada, afinal, o que é a família se não uma fábrica de loucos que moram juntos? loucos um de amor pelos outros. No caso o personagem principal precisou perder o emprego pra se encontrar.
O objetivo central da obra aqui é fazer uma crítica a chamada nova classe média brasileira que prioriza o trabalho e deixa a família sempre em segundo plano.
Um Mistério de Natal
2.8 2 Assista AgoraAchei que seria como assistir a um episódio de Nancy Drew ou até mesmo Scooby Doo, mas fiquei desapontado. Não foi ruim mas só foi bom apenas para um público infantil. No entanto, senti que foi previsível demais e vi o final chegando a 40 minutos antes do fim. Também foi um filme muito curto e pouco emocionante, senti que eles poderiam ter feito um trabalho muito melhor com o que tinham em mãos.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
4.3 527 Assista AgoraNão chega nem perto da genialidade do filme anterior, aqui é puro fan service.
Achei que é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, nunca tivemos um filme do Homem Aranha tão corrido como esse aqui, faltam momentos de contemplação, cenas marcantes como as dos filmes do Sam Raimi (como esquecer daquele beijo na chuva?) não chegam nem perto de acontecer aqui, pois todo momento tem que estar acontecendo algo na tela, acaba ficando cansativo tanta correria, quando ele luta com o Mancha na primeira cena e fica atendendo o celular ao mesmo tempo, consegui entender que devem ter feito o filme corrido assim pra geração atual não conseguir fazer as duas coisas ao mesmo tempo, rs.
Esse Bagunçaverso não tem nada de impactante ou intrigante, é apenas muito chato, tem até gatinho aranha e dinossauro aranha, que coisa boba, saudades de filmes de viagem no tempo como Donnie Darko, poderiam ter se inspirado em algo mais sombrio ao compor o roteiro, acho que ficaram com medo de afastar o público infantil.
Retratos Fantasmas
4.1 233 Assista AgoraEmocionante demais, não conheço Recife e não vivi essa época dos cinemas de rua, quando eu nasci já eram cinemas apenas em shoppings, mas mesmo assim esse documentário me derrubou de emoção e nem sou um grande fã do gênero, mas a forma que esse filme foi filmado e contado é impressionante, ele mostra desde as casas simples e sem muros dos bairros de antigamente até os enormes arranha-céus com seus muros altos e com cercas elétricas, o glamour do centro da cidade ao seu derradeiro abandono, a ditadura militar até a democracia, os cinemas de rua até as igrejas evangélicas. Retratando as marcas profundas que as mudanças sociais vão deixando nas arquiteturas das cidades. Esse filme merece muito representar o Brasil no Oscar.
E quando acaba é triste constatar que toda nossa vida acaba sendo retratos fantasmas de um passado que já não existe mais.
Eu entendi que o taxista fantasma do final do filme é uma metáfora para o que é o próprio cinema, em tempos de Uber ele continua existindo, assim como o cinema, mas ficou invisível (plataforma de streaming), notem que o diretor do filme fala que seguia o aplicativo (Waze) para traçar a rota, mas isso o estressava pois queria passar por lugares diferentes, isso é uma clara referência a política de algoritmos dos serviços de streaming, onde é a plataforma que escolhe o que iremos ver com base em nossos gostos e não nós mesmos. A consequência disso é que temos cada vez mais produções parecidas umas com as outras, igual o final do filme onde mostra várias farmácias idênticas uma do lado da outra, só mudando o nome, mas o produto vendido é o mesmo (uma droga qualquer).
Feliz Halloween, Scooby-Doo!
3.3 15 Assista AgoraUm longo episódio do desenho, nada além disso, e com muitas referências, mas quase todas exclusivamente são feitas para produtos da Warner Bros e HBO (Westworld, universo do Batman, Flinstones, etc..). A Elvira é apenas pra chamar atenção mesmo, uma mera participação especial.
O pior: A cena da perseguição parece que dura o filme todo
O melhor: O final diverte e é o único momento que realmente sentimos a Elvira no filme
Colheita Sombria
2.6 65O monstro é bem feito e as mortes são bem executadas e criativas (a cena da onda de sangue saindo de dentro do porão é um verdadeiro show), fazia tempo que não assistia um filme com um Jack Lanterna de vilão, o último foi o excelente Contos do Dia das Bruxas de 2007.
O que pesa negativamente aqui é a direção de David Slade (Do fraco A Saga Crepúsculo - Eclipse), que pega a ótima ideia do roteiro e não consegue executar com a criatividade que merecia, tornando a revelação final do filme bastante óbvia muito antes do tempo e faltou algum comentário social pra ter lógica algumas coisas, como o lance dos jovens serem mantidos longe da civilização e o filme não passou o clima de claustrofobia que precisava pra trama fazer sentido.
Mas vale a pena dar o play nessa obra que poderia muito bem virar um clássico de Halloween se fosse melhor executada.
Antônia
3.9 1Fotografia maravilhosa, incrível como a cidade de Paulínia - SP tem cenários perfeitos para fazer filmes de época, uma pena que por causa de políticos ruins a cidade deixou de ser um polo cinematográfico.
Embora a reviravolta do filme seja um pouco previsível, é interessante a forma como ele mesclou a temática de epidemia com o terror sobrenatural, geralmente isso só é usado em filmes de zumbis e não de fantasmas, isso daria um ótimo longa metragem.
Dezesseis Facadas
3.3 399Quase toda a crítica em peso falando mal do filme e que filme gostoso de se assistir, achei até mesmo melhor que a franquia "A Morte te dá Parabéns", só perde pra "Terror nos Bastidores".
É tão bom ver os personagens do presente no passado e o filme faz um bom uso dos flashbacks, ajudando a gente saber quem é quem, fazia tempo que não assistia uma produção fazer tão bom uso desse recurso, que geralmente é usado apenas pra nos deixar confusos.
As atuações são boas e é tão bom ver os conflitos geracionais entre as pessoas dos anos 80 e a geração atual (as cenas dos nerds e geeks sendo tratados com extremo preconceito pela geração antiga são divertidas demais), o filme consegue retratar muito bem e brinca muito com isso e sabe também brincar com ele mesmo, vide na cena que um dos policiais falam que filmes de viagem no tempo não possuem lógica nenhuma, rachei demais.
A Amazon Prime acertou em cheio com esse adição em seu catálogo pro Halloween desse ano, divertido demais, poderia até passar nos cinemas que seria bem melhor que essas produções chatas sempre no "terror automático" que ganham as salas como O Exorcista: O Devoto e A Freira 2.
Disco Inferno
1.8 18 Assista AgoraEstética maravilhosa, a cena dela descendo a escada é de uma tensão digna de cinema.
Mas a trama a princípio criativa do passado sombrio da igreja se encontrando com a modernidade precisava ir além na apresentação do contraste cultural, pois ele só funciona na fotografia mesmo, do modo que foi feito aqui a trama ficou rasa e virou apenas um terror esquecível do catálogo de Halloween da Netflix, uma pena, pois a produção tinha potencial.
A Queda da Casa de Usher
3.9 290 Assista AgoraSão oito contos de terror do Edgar Allan Poe, um pra cada pessoa da família, no final acaba ficando tudo muito excessivo, achei que se focassem em um conto só seria melhor. Pois aqui não passa realismo e o excesso de terror tira todo o impacto que a trama poderia ter.
Aqui apenas assistimos um monte de tragédias acontecerem enquanto já esperamos por elas, o fator surpresa simplesmente não existe, as vezes menos é mais. A série se arrasta, mas rende alguns bons momentos inspirados como a cena da chuva de corpos no final e a cena do baile da Morte Escarlate no começo, mas no geral é tudo cansativo e excessivo, a poesia gótica é bonita, mas tem horas que percebemos que está apenas fazendo o feijão com arroz pra encher linguiça.
Minhas séries preferidas de Flanagan:
1- A Maldição da Residência Hill
2- A Maldição da Mansão Bly
3- Missa da Meia Noite
4-Clube da Meia Noite
5- A Queda da Casa de Usher
Only Murders in the Building (3ª Temporada)
3.8 58Após uma boa estreia e uma segunda temporada melhor ainda, a série começa a dar seus sinais de cansaço.
Fico em dúvida se essa terceira temporada não deveria ter investido mais nos bastidores do teatro e menos no mistério, pois o que realmente move a trama aqui é a rotina dos bastidores e a ansiedade para a estreia do espetáculo da Broadway, sendo o mistério principal da trama bastante óbvio e facilmente previsível desde o primeiro episódio, fiquei até com vontade de ter visto o elenco atuando em mais cenas do musical, pois o que realmente segura a trama até o fim é o carisma dos personagens e seus dramas pessoais, ali sim tem muitas reviravoltas criativas e até mesmo momentos emocionantes relacionados com maternidade\paternidade, o mistério principal aqui foi enfadonho e apenas serviu pra encher linguiça.
Uma Sombra na Nuvem
2.5 145 Assista AgoraQual o sentido de um monstro vampiro em um filme desses?
Acredito que colocaram a criatura lá apenas pro povo pensar que a sombra na nuvem fosse o monstro, mas na verdade acaba sendo a mulher, apagada pelo machismo da época e sendo renegada apenas pra ser uma mera sombra do homem.
Aquela cena do avião explodindo e ela sendo salva pela explosão é simplesmente sensacional, viola simplesmente todas as leis da física e lembra muito os filmes do Tom Cruise, exceto pela cara do militar no final de boca aberta olhando pra ela, dei muita risada..a expressão facial do ator é impagável.
Levando em conta que é um filme de baixo orçamento e que não se leva a sério, acredito que os efeitos especiais de combate aéreo tenham ficado bem feitos para a proposta da obra, já o monstro poderia ter sido um pouco melhor elaborado. Pena que o roteiro é fraco e é tantos exageros, a impressão é que o filme está dividido em três partes, a primeira (a melhor) é focada no drama, a segunda é um terror cômico e a terceira um filme de ação, se tivessem escolhido um desses estilos pra seguir acredito que o filme teria ficado bem melhor, dessas partes pra mim a pior foi o terceiro ato, onde é fácil prever quase tudo o que vai acontecer, o que acaba tirando bastante o impacto que o filme poderia ter, juro que pensei que no final..
.. iria morrer todo mundo menos o bebê, que passaria a ser cuidado pela criatura trevosa lá na floresta. Mas pensando bem achei bem poético ela acabando com o Gremlin no melhor estilo Rambo e logo depois indo amamentar.
Destaque para a música Hands of Love da Kate Bush que fecha o filme com chave de ouro.
(OFF) - Apenas uma curiosidade que serviu de inspiração pra mitologia desse filme:
Durante a Segunda Guerra (1939-1945) e mesmo antes, também há relatos de pilotos da Força Aérea Real britânica (RAF, na sigla em inglês) e seus aliados que afirmaram ter sido vítimas de gremlins. Eles os descreviam como criaturas bizarras e travessas que tocavam o terror quase sempre durante voos sobre o território europeu, incluindo áreas de mar. Charles Lindbergh, pioneiro da aviação americana, chegou a escrever um livro em que narra seu encontro com essas “presenças fantasmagóricas”.
Jornais antigos traziam depoimentos sobre a existência de uma horda de espíritos misteriosos e maliciosos ou mesmo trolls em miniatura que sabiam de tecnologia e maquinário e mexiam com os controles de voo, sabotavam motores, causavam panes elétricas, acidentes inexplicáveis e não poupavam nem mesmo os inimigos nazistas. Eram oportunistas e não faziam distinção entre os oponentes, queriam apenas se divertir. Os governos britânico e americano teriam até tentado investigar o “fenômeno” e mandaram confeccionar manuais e pôsteres com ilustrações sobre as táticas adotadas pelos gremlins e maneiras para distraí-los e evitar acidentes fatais.
Hoje, porém, mais do que alucinações, aparições ou seres lendários, são lembrados como os responsáveis por terem ajudado a levantar o moral dos pilotos. O historiador Marlin Bressi explica que por mais odiados que fossem, serviam como bodes expiatórios dos problemas tecnológicos e mecânicos dos aviões. Ao levarem a culpa por erros e falhas humanas, evitavam assim acusações entre os membros dos esquadrões e que poderiam prejudicar os combates.
Em meados da década de 1980, Steven Spielberg e o diretor Joe Dante então tiveram a ideia de produzir um filme sobre os gremlins e o sucesso foi tamanho que em 1990 ganhou uma sequência e até hoje é lembrado como um clássico do cinema desse período. Os personagens foram vagamente inspirados nas descrições do livro de Roald Dahl, sendo que sua aparência assustadora se baseou mais pelos relatos e anotações dos pilotos da Segunda Guerra.
Segundo alguns deles, as criaturas tinham cerca de um metro de altura, braços longos, olhos vermelhos, orelhas grandes e pontudas e algumas possuíam chifres, pelos e asas de morcego. Quanto ao comportamento delas, registraram que dançavam, riam e saltitavam loucamente sobre a fuselagem externa dos aviões, batendo e puxando tudo e não se intimidavam com nada. Portanto, se você pegar um voo e enfrentar turbulência, já sabe o que pode ser...