Sensação de que se todos os personagens do filme conversassem entre si sobre o que verdadeiramente acham e sentem sobre a Gracie, ela estaria muito encrencada.
como ele escancara, através da relação das duas meninas, o desenvolvimento psicossocial do adolescente em duas estruturas familiares opostas: a funcional e a disfuncional. De um lado, uma menina proveniente de uma família funcional (o que não quer dizer perfeita, visto que o filme inteiro traz o dilema da escolha entre o casal), do outro, uma menina pertencente a uma família totalmente disfuncional. A primeira, ainda ingênua, porém, com 13 anos de corpo e mente. A segunda, uma pessoa mais velha dentro dos moldes de alguém jovem. Bea tem como referência relacionamentos que se baseiam em amor, respeito, carinho e cuidado - algo reforçado pela cena em que o pai grita com a mãe e com a filha e, prontamente, a atitude é vista como um ato desprezível e desconexo àquele contexto. Já a Kate, com a mãe ausente e com a figura paterna inexistente, direciona todo seu afeto familiar pra figura de autoridade familiar mais próxima - seu irmão totalmente descompensado. A autoridade que ela reconhece é permeada em uma figura hostil, agressiva, violenta. E, por muitas vezes, essas atitudes são erroneamente confundidas pela Kate como força. A ingenuidade de Bea é desaprovada o tempo inteiro pela Kate, entretanto, vê-se como a educação de Bea se pauta em valores sólidos a partir do momento em que ela reconhece situações hostis e pede para se retirar delas. A Bea é, de fato, ingênua - algo bastante condizente com sua idade. Mas isso não quer dizer que ela não seja forte, como a Kate propõe. Ela aguentou calada toda a frustração de ter deixado a amiga pra traz pois levou a sério a promessa de não ser dedo-duro. Desse ponto da discussão, abro mais dois: 1) a cobrança, feita por Bea, da promessa que sua mãe a fez em relação a se separar do seu pai, pois ela havia sido quebrada. Com a frustração da promessa quebrada pela mãe, Bea se desespera ao perceber que o único vínculo que a mantinha naquele local fora rompido e reencontrar a Kate seria inviável, não fosse sua atitude de se lesionar. 2) mesmo a Bea mantendo a promessa de não ser dedo-duro, o que foi reconhecido como força pela Kate foi a sua atitude autolesiva. Pois é essa linguagem que ela entende. A da violência. O filme só poderia acabar melhor se a Kate fosse levada para um ambiente familiar mais harmônico. Porque ela ANSIAVA por isso. Aquela mala que ela carrega com ela é um pedido de socorro. É sua faceta "criança sonhadora" pedindo para sair dali. Mas essa faceta logo se desfaz quando a realidade se apresenta - ela irá continuar ali. Então, como mecanismo de defesa, ela diz que estava brincando e que também não poderia ir. Inclusive, daí se faz uma das minhas cenas preferidas do filme - a sonoplastia das batidas do coração quando as duas se abraçam.
o luto como processo de ressignificação da vida. de fato, “cinema é mágico”. fez com que eu me emocionasse com os vídeos caseiros. esses me lembraram os que minha tia fazia de mim na infância. ela dizia que se eu olhasse bem pra câmera, eu iria conseguir olhar pra minha mãe - do mesmo jeitinho que Violeta me olhou. obs.: minha mãe morava em outro Estado e pedia pra minha tia me filmar pra acompanhar meu crescimento.
Ainda não assisti todos, mas preciso deixar registrado que eu tava sem compreender algumas coisas que eu tava sentindo recentemente e veio Zima Blue com o laudo completo pra mim.
Fiquei refletindo depois do filme e pensei "nossa, até que não foi tão pesado como outro que assisti dele". Entretanto, caiu a ficha que pelo filme falar sobre nostalgia, processo de envelhecimento, a solidão no fim da vida (
vivida de forma mais evidente pela mãe de Isak que se queixa da ausência de seus familiares
) -sempre contrastando com a euforia e sede de viver da juventude-, é possível que eu não tenha sentido tanto o peso dele exatamente por estar mais próxima da fase dos três jovens caroneiros. Esse filme deve ter tido um sentido muito maior para a senhora que estava ao meu lado do que pra mim. Ver ele de novo futuramente já é algo certo, se depender de mim.
a que ele não consegue responder a nenhuma das perguntas que lhe foram feitas. Feriu demais porque, a partir do momento que ele, como médico, não consegue responder o que lhe é inquerido no campo da Medicina, ele se reduz a NADA. Porque o tempo todo, para os outros, ele é o médico. E só. O Isak vem depois do médico - julgo até dizer que só sua família o enxerga como Isak. Todo resto se prende à figura do médico. Até os caroneiros fazem uma declaração pra ele com flores intuindo a pessoa que Isak deve ser a partir da construção social que eles têm na cabeça do que é ser médico. Dizem que ele é uma pessoa dedicada etc: como saberiam se não haviam passado se não horas com ele? E o mais contraditório disso tudo é que Isak, revisitando seu passado, não retorna a nenhum momento que se relacione com sua profissão. Acho que quem acabou estabelecendo isso foi ele próprio, que declara, logo no início do filme, que se abriga na ciência já que as relações humanas só têm críticas e discussões.
O motivo de ter sido a que mais doeu é porque tô no começo da carreira médica e fiquei com medo de ser reduzida a isso. Também fiquei muito tensa pensando na possibilidade de esquecer tudo aquilo que aprendi na velhice - não só academicamente falando, mas questões da vida mesmo.
Bem, é isso. Obs.: bom filme, Mica do futuro! :) hehe
As Três Máscaras de Eva
3.9 114"I can remember."
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraIronicamente, assisti com 27 anos.
Segredos de um Escândalo
3.5 334 Assista AgoraSensação de que se todos os personagens do filme conversassem entre si sobre o que verdadeiramente acham e sentem sobre a Gracie, ela estaria muito encrencada.
O Melhor Está Por Vir
3.5 13 Assista AgoraHm… Ok.
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraMuito se fala sobre os dramas e romances coreanos, mas eles também entregam muito no suspense/terror. Nunca mais tinha visto um plot assim.
Cine Belas Artes - SP.
Heartbreak High: Onde Tudo Acontece (1ª Temporada)
3.8 50 Assista AgoraQue achado bom!
Eduardo e Mônica
3.6 369Imaginei a Mônica totalmente diferente na música. Uma pessoa mais leve, mais espiritualizada, mais viajada…
Entregaram uma Mônica tão densa
Skam (2ª Temporada)
4.2 136senti muita aflição no fato da Noora
demorar para contar o que tinha acontecido com ela aaaaaa
Águas Rasas
3.4 1,3K Assista AgoraSim, mas qual o nome da praia??????
Pink: Um Amor de Verão (1ª Temporada)
1.3 21 Assista AgoraPior coisa que eu vi na minha vida.
Porcupine Lake
2.8 23Me fez voltar aos meus 14 anos. Aparentemente simples, com "enredo fraco", mas a força desse filme está em
como ele escancara, através da relação das duas meninas, o desenvolvimento psicossocial do adolescente em duas estruturas familiares opostas: a funcional e a disfuncional. De um lado, uma menina proveniente de uma família funcional (o que não quer dizer perfeita, visto que o filme inteiro traz o dilema da escolha entre o casal), do outro, uma menina pertencente a uma família totalmente disfuncional. A primeira, ainda ingênua, porém, com 13 anos de corpo e mente. A segunda, uma pessoa mais velha dentro dos moldes de alguém jovem. Bea tem como referência relacionamentos que se baseiam em amor, respeito, carinho e cuidado - algo reforçado pela cena em que o pai grita com a mãe e com a filha e, prontamente, a atitude é vista como um ato desprezível e desconexo àquele contexto. Já a Kate, com a mãe ausente e com a figura paterna inexistente, direciona todo seu afeto familiar pra figura de autoridade familiar mais próxima - seu irmão totalmente descompensado. A autoridade que ela reconhece é permeada em uma figura hostil, agressiva, violenta. E, por muitas vezes, essas atitudes são erroneamente confundidas pela Kate como força. A ingenuidade de Bea é desaprovada o tempo inteiro pela Kate, entretanto, vê-se como a educação de Bea se pauta em valores sólidos a partir do momento em que ela reconhece situações hostis e pede para se retirar delas. A Bea é, de fato, ingênua - algo bastante condizente com sua idade. Mas isso não quer dizer que ela não seja forte, como a Kate propõe. Ela aguentou calada toda a frustração de ter deixado a amiga pra traz pois levou a sério a promessa de não ser dedo-duro. Desse ponto da discussão, abro mais dois: 1) a cobrança, feita por Bea, da promessa que sua mãe a fez em relação a se separar do seu pai, pois ela havia sido quebrada. Com a frustração da promessa quebrada pela mãe, Bea se desespera ao perceber que o único vínculo que a mantinha naquele local fora rompido e reencontrar a Kate seria inviável, não fosse sua atitude de se lesionar. 2) mesmo a Bea mantendo a promessa de não ser dedo-duro, o que foi reconhecido como força pela Kate foi a sua atitude autolesiva. Pois é essa linguagem que ela entende. A da violência.
O filme só poderia acabar melhor se a Kate fosse levada para um ambiente familiar mais harmônico. Porque ela ANSIAVA por isso. Aquela mala que ela carrega com ela é um pedido de socorro. É sua faceta "criança sonhadora" pedindo para sair dali. Mas essa faceta logo se desfaz quando a realidade se apresenta - ela irá continuar ali. Então, como mecanismo de defesa, ela diz que estava brincando e que também não poderia ir. Inclusive, daí se faz uma das minhas cenas preferidas do filme - a sonoplastia das batidas do coração quando as duas se abraçam.
Nina
2.7 13 Assista AgoraEeeeer...
Café com Canela
4.1 164o luto como processo de ressignificação da vida. de fato, “cinema é mágico”. fez com que eu me emocionasse com os vídeos caseiros. esses me lembraram os que minha tia fazia de mim na infância. ela dizia que se eu olhasse bem pra câmera, eu iria conseguir olhar pra minha mãe - do mesmo jeitinho que Violeta me olhou.
obs.: minha mãe morava em outro Estado e pedia pra minha tia me filmar pra acompanhar meu crescimento.
O Casamento de Muriel
3.8 238Céus, que lindeza de filme!
Kiki: Os Segredos do Desejo
3.3 85 Assista AgoraAvaliação injustíssima. Realmente, foi um achadinho na Netflix que tornou a minha noite muito mais leve.
O Limite da Traição
3.2 597A ideia central da história possibilita uma história e tanto, mas o enredo foi pessimamente desenvolvido.
Cam
3.1 549 Assista AgoraCredo, quantos furos numa história só.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraEsse tem que ser visto no cinema. Fundaj, 21.12.2019.
The Perfection
3.3 720 Assista AgoraBizarro. Gostei (?)
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraAinda não assisti todos, mas preciso deixar registrado que eu tava sem compreender algumas coisas que eu tava sentindo recentemente e veio Zima Blue com o laudo completo pra mim.
O Mau Exemplo de Cameron Post
3.4 319 Assista AgoraFraquinho demais. Atuações fracas, personagens passivos demais, roteiro óbvio e altos furos na história (que dava para ser melhor explorada).
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraValeu a pena ter lido o livro antes de sacar o filme. Mais uma vez: valeu, Fundaj! :)
Morangos Silvestres
4.4 658Fiquei refletindo depois do filme e pensei "nossa, até que não foi tão pesado como outro que assisti dele". Entretanto, caiu a ficha que pelo filme falar sobre nostalgia, processo de envelhecimento, a solidão no fim da vida (
vivida de forma mais evidente pela mãe de Isak que se queixa da ausência de seus familiares
A cena que mais me assustou e doeu foi
a que ele não consegue responder a nenhuma das perguntas que lhe foram feitas. Feriu demais porque, a partir do momento que ele, como médico, não consegue responder o que lhe é inquerido no campo da Medicina, ele se reduz a NADA. Porque o tempo todo, para os outros, ele é o médico. E só. O Isak vem depois do médico - julgo até dizer que só sua família o enxerga como Isak. Todo resto se prende à figura do médico. Até os caroneiros fazem uma declaração pra ele com flores intuindo a pessoa que Isak deve ser a partir da construção social que eles têm na cabeça do que é ser médico. Dizem que ele é uma pessoa dedicada etc: como saberiam se não haviam passado se não horas com ele? E o mais contraditório disso tudo é que Isak, revisitando seu passado, não retorna a nenhum momento que se relacione com sua profissão. Acho que quem acabou estabelecendo isso foi ele próprio, que declara, logo no início do filme, que se abriga na ciência já que as relações humanas só têm críticas e discussões.
O motivo de ter sido a que mais doeu é porque tô no começo da carreira médica e fiquei com medo de ser reduzida a isso. Também fiquei muito tensa pensando na possibilidade de esquecer tudo aquilo que aprendi na velhice - não só academicamente falando, mas questões da vida mesmo.
Bem, é isso.
Obs.: bom filme, Mica do futuro! :) hehe
As Aventuras de Mark Twain
4.2 67A cena dos "diversos tipos de céu" e a cena que ele precisa se livrar de coisas materiais para chegar onde se quer