A única coisa boa desse filme é que ele me fez apreciar mais os episódios I, II e III. São filmes que possuem vários defeitos, como o roteiro que precisava de uma revisão. E a direção do George Lucas é terrível, principalmente a direção de atores. Mas pelos menos eram filmes que tinham uma história pra contar, era algo totalmente diferente da trilogia original. Já essa trilogia nova não tem alma, com exceção de Os Últimos Jedi, que tentou fazer algo novo e deixou a porta aberta pra um final fantástico. Pena que a Disney e JJ Abrams tremeram na base e resolveram fazer esse remake muito mal feito de O Retorno de Jedi. As alfinetadas do JJ Abrams no Rian Johnson são de uma infantilidade absurda. Que filme deplorável.
Um dos melhores filmes da Marvel. Um filme de herói cheio de ação, mas que consegue discutir questões relevantes como preconceito, política internacional e a questão dos refugiados. Todos os personagens são carismáticos, incluindo o vilão Killmonger, que eu considero um dos melhores vilões da Marvel nos cinemas. Provavelmente o melhor. E a primeira cena pós-créditos é essencial pro filme, nem sei porque ela aparece depois dos créditos. Filmaço.
A protagonista é sonsa e comete todos os erros clichês dos filmes de terror. Infelizmente não me assustou e só me fez ficar com raiva da protagonista mesmo.
Yorgos Lanthimos vem se tornando um dos meus diretores preferidos, principalmente quando o assunto é desgraçar a cabeça. Esse filme é terrivelmente perturbador pela forma como os filhos são totalmente desumanizados pelo pai. Em diversos momentos o comportamento deles se assemelha ao de cachorros adestrados, o que fica ainda mais claro na forma como é encarado sexo para o filho homem. Pra deixar tudo ainda mais perturbador, o Lanthimos ainda filma diversas cenas nas quais vemos os personagens apenas do pescoço pra baixo como se fossem decapitados. Um dos filmes mais bizarros que já assisti.
É um daqueles documentários que mostram toda a beleza do cinema, já que é 1h30min de filme discutindo apenas uma cena que durou poucos segundos em Psicose. Mais do que recomendado pra quem é apaixonado por cinema.
Mais do que contar a história sobre uma personalidade, o filme apresenta uma história bem tensa sobre abuso. O filme até tenta amenizar um pouco com algumas cenas engraçadinhas, mas a história da Tonya Harding no geral é bem triste.
Filme bonitinho sobre amadurecimento e o relacionamento entre mãe e filha. Ele ainda aborda temas como depressão, religião e sexualidade. Gostei bastante, mas achei meio exagerada a indicação ao Oscar de melhor filme.
O filme é uma bagunça e fica claro que foi todo remendado pra fazer parte do universo Cloverfield. Tem umas tramas que são apresentadas e do nada são abandonadas. Um personagem chega a perder um braço e fica agindo como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Gostei bastante desse filme, principalmente por ter assistido sem saber absolutamente nada. A gente fica tão desorientado quanto o próprio protagonista e achei muito bom o final.
Ri demais das situações criadas a partir dos maiores clichês sobre vampiros, como a falta de reflexo em espelhos. Eles se desenhando pra saber como estão vestidos é impagável. E a cena da discussão deles com o grupo de lobisomens também é de chorar de rir. A direção também é excelente, com destaque pra cena que eles começam a perseguir o carinha pela casa e um deles surge até de dentro da mochila. Excelente.
O nome em português dá a entender que é uma comédia romântica, mas não tem nada a ver com isso. Gostei bastante o modo como explora o relacionamento do casal e ainda coloca umas coisas esquisitas. Destaque pra atuação do Mark Duplass que interpreta dois personagens completamente diferentes.
Não esperava nada desse filme, mas curti bastante. Tem gore na medida certa, sem banalizar tanto, fazendo com que as cenas de violência sejam realmente impactantes.
Gostei demais como o filme faz uma crítica ao conflito entre as duas Coreias, mostrando que sempre quem sofre com esse tipo de coisa são as pessoas mais simples. Em muitos momentos os personagens sul coreanos parecem tão fascistas quanto os norte coreanos, apenas preocupados em passar uma imagem de que~soa um país muito melhor, sem se preocupar com as verdadeiras necessidades do protagonista.
Apesar de utilizar o já manjado tabuleiro de ouija, eu curti bastante esse terror espanhol. Aquela cena da protagonista com o garfo na boca foi tensa demais.
Que filme angustiante do início ao fim. A atuação fria de todos os atores consegue deixar tudo ainda mais estranho. O mundo tá desmoronando ao redor deles e eles ficam lá inabalados. Filmaço.
Muita gente reclamou desse filme por pura nostalgia com o original. Eu achei muito divertido e com umas boas sacadas que utilizam bem a temática de videogame, como eles terem número de vidas ou os NPCs que repetem sempre as mesmas falas.
Quando escrevi sobre Meu Nome é Ray, comentei que o maior defeito do filme era abordar a questão das pessoas transgênero de maneira extremamente superficial, dedicando muito mais tempo à mãe de Ray do que ao próprio protagonista. A impressão era a de que o filme foi realizado apenas para aproveitar a popularidade de um assunto bastante atual e não para discutir a fundo a questão. Já o chileno Uma Mulher Fantástica faz exatamente o oposto, conseguindo passar para o espectador todas as dificuldades que uma pessoa trans precisa superar diante de uma sociedade ainda muito preconceituosa. E, graças à direção de Sebastián Lelio, o filme faz isso sem precisar chamar atenção o tempo todo para o fato de que a protagonista é uma mulher trans. Ela é mostrada sempre como uma mulher igual a qualquer outra, simples assim. Além disso, ele também acerta ao escalar a atriz transexual Daniela Vega como sua protagonista, já que ela, mais do que ninguém, conhece as dificuldades que precisou enfrentar.
É interessante notar o modo como Lelio (que também assina o roteiro) escolheu iniciar Uma Mulher Fantástica. Assim que o filme começa, acompanhamos Orlando (Francisco Reyes) terminando mais um dia e indo até uma boate na qual Marina Vidal (Daniela Vega) está cantando. A princípio, temos a sensação de que eles vão se conhecer naquela noite e ter um caso rápido, o que é reforçado por uma cena dos dois descendo um lance de escadas lado a lado, mas como se fossem dois completos estranhos. Porém não demora para que fique claro que ambos possuem um relacionamento estável, quando percebemos que estão indo comemorar o aniversário de Marina. A escolha por iniciar o filme com Orlando também é inteligente pois faz o espectador enxergar Marina pelos olhos dele, que a vê com admiração, o que faz com que o espectador também enxergue a protagonista dessa forma. Após este início no qual tudo parece um conto de fadas, Orlando acaba morrendo e Marina é arrastada de volta à realidade na qual precisa enfrentar olhares e comentários preconceituosos em todo canto.
Essa mudança de clima no filme é ressaltada também pela fotografia, que utiliza muitas cores nos primeiros quinze minutos e, após a morte de Orlando, passa a ter tons mais sóbrios e frios. Não é à toa que o primeiro ato de preconceito contra Marina aconteça no corredor nada amistoso de um hospital. Notem como, antes de dar a notícia da morte de Orlando, o médico olha para Marina com um certo ar de estranheza e logo pergunta se ela faz parte da família. Não satisfeito, ele finalmente pergunta se o nome dela é um pseudônimo e passa a tratá-la como se fosse suspeita de algo. Já o policial que conversa com a personagem no hospital não fica satisfeito até que ela mostre algum documento que comprove que o nome dela é Marina. Além disso, ele faz questão de tratá-la sempre com pronomes masculinos, numa clara demonstração de poder. Nestes momentos em que a protagonista é destratada, vale ressaltar a excelente atuação de Daniela Vega, que sempre aparece com uma expressão resignada, típica de alguém que já passou por esta situação tantas vezes que já nem consegue mais se indignar com tal fato. Aliás, quando Marina é tratada com naturalidade ela até parece não saber como agir. Percebam a expressão no rosto dela quando vai ao restaurante com Orlando logo no começo do filme.
Além da atuação de Daniela, o que mais chama atenção no filme é a forma extremamente respeitosa com que o diretor Sebastián Lelio trata sua protagonista. Em certo momento, o filho de Orlando pergunta se Marina é operada e, pela primeira vez, a vemos ficar realmente indignada. Isso é o suficiente para que o espectador entenda que esse é um assunto pessoal demais e que só diz respeito a ela. Desta forma, não é de se espantar que, em determinada cena, fiquemos apreensivos com a possibilidade de ver Marina sem roupa. Não por achar que será algo estranho, mas sim por não querer invadir a privacidade de uma personagem da qual gostamos. É uma cena que possui mais tensão do que muito filme de suspense por aí. E por falar em tensão, a cena da protagonista em uma sauna masculina é bastante claustrofóbica e nos deixa preocupados com a possibilidade de acontecer algo ruim, tudo ressaltado por uma fotografia repleta de cores vermelhas e roxas, que geralmente significam perigo e morte, respectivamente.
Porém, um dos momentos mais inspirados da direção de Sebastián Lelio fica por conta de uma cena que mostra Marina deitada, sem roupa, na cama. Com um espelho que cobre a genitália de Marina, tudo o que o espectador consegue ver é justamente o rosto refletido da protagonista, que se enxerga como uma mulher como qualquer outra. Desta forma, o diretor deixa claro que é irrelevante se Marina fez ou não uma cirurgia de redesignação sexual e que o importante é como ela se sente. A cena acaba servindo também para mostrar que a personagem nunca teve dúvidas de quem realmente era e que sua luta durante o filme não era para ser aceita por pessoas que ela nem conhecia, mas sim pelo direito de chorar a morte do seu companheiro. Um companheiro que a amou incondicionalmente e sem preconceitos e que nunca teve dúvidas de que Marina é Uma Mulher Fantástica.
Não é tão bom quanto o original, mas foi um dos melhores que assisti em 2017. Ele mantém a identidade visual do original, assim como a discussão sobre o que é estar vivo de verdade. E ainda amplia essa discussão para a importância das memórias em nossas vidas. Além da fotografia, o filme possui imagens lindas demais, como o crepitar do fogo se transformando em luzes da cidade.
Que filmaço com excelente atuação do Vladimir Brichta e trilha sonora dos anos 80. Eu assistiria facilmente mais uma hora desse filme que nem iria perceber.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraA única coisa boa desse filme é que ele me fez apreciar mais os episódios I, II e III. São filmes que possuem vários defeitos, como o roteiro que precisava de uma revisão. E a direção do George Lucas é terrível, principalmente a direção de atores. Mas pelos menos eram filmes que tinham uma história pra contar, era algo totalmente diferente da trilogia original. Já essa trilogia nova não tem alma, com exceção de Os Últimos Jedi, que tentou fazer algo novo e deixou a porta aberta pra um final fantástico. Pena que a Disney e JJ Abrams tremeram na base e resolveram fazer esse remake muito mal feito de O Retorno de Jedi. As alfinetadas do JJ Abrams no Rian Johnson são de uma infantilidade absurda. Que filme deplorável.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraUm dos melhores filmes da Marvel. Um filme de herói cheio de ação, mas que consegue discutir questões relevantes como preconceito, política internacional e a questão dos refugiados. Todos os personagens são carismáticos, incluindo o vilão Killmonger, que eu considero um dos melhores vilões da Marvel nos cinemas. Provavelmente o melhor. E a primeira cena pós-créditos é essencial pro filme, nem sei porque ela aparece depois dos créditos. Filmaço.
A Noiva
1.9 262 Assista AgoraA protagonista é sonsa e comete todos os erros clichês dos filmes de terror. Infelizmente não me assustou e só me fez ficar com raiva da protagonista mesmo.
Dente Canino
3.8 1,2KYorgos Lanthimos vem se tornando um dos meus diretores preferidos, principalmente quando o assunto é desgraçar a cabeça. Esse filme é terrivelmente perturbador pela forma como os filhos são totalmente desumanizados pelo pai. Em diversos momentos o comportamento deles se assemelha ao de cachorros adestrados, o que fica ainda mais claro na forma como é encarado sexo para o filho homem. Pra deixar tudo ainda mais perturbador, o Lanthimos ainda filma diversas cenas nas quais vemos os personagens apenas do pescoço pra baixo como se fossem decapitados. Um dos filmes mais bizarros que já assisti.
78/52: A Cena do Chuveiro de Hitchcock
4.2 19É um daqueles documentários que mostram toda a beleza do cinema, já que é 1h30min de filme discutindo apenas uma cena que durou poucos segundos em Psicose. Mais do que recomendado pra quem é apaixonado por cinema.
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraMais do que contar a história sobre uma personalidade, o filme apresenta uma história bem tensa sobre abuso. O filme até tenta amenizar um pouco com algumas cenas engraçadinhas, mas a história da Tonya Harding no geral é bem triste.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraFilme bonitinho sobre amadurecimento e o relacionamento entre mãe e filha. Ele ainda aborda temas como depressão, religião e sexualidade. Gostei bastante, mas achei meio exagerada a indicação ao Oscar de melhor filme.
Quando Nos Conhecemos
3.2 382 Assista AgoraÉ divertidinho, mas com 10 minutos já é possível saber como vai terminar.
Vida
3.4 1,2K Assista AgoraTem uma pegada meio Alien - O Oitava Passageiro, então achei divertido.
O Paradoxo Cloverfield
2.7 780 Assista AgoraO filme é uma bagunça e fica claro que foi todo remendado pra fazer parte do universo Cloverfield. Tem umas tramas que são apresentadas e do nada são abandonadas. Um personagem chega a perder um braço e fica agindo como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Tumba Aberta
3.1 333 Assista AgoraGostei bastante desse filme, principalmente por ter assistido sem saber absolutamente nada. A gente fica tão desorientado quanto o próprio protagonista e achei muito bom o final.
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 663 Assista AgoraRi demais das situações criadas a partir dos maiores clichês sobre vampiros, como a falta de reflexo em espelhos. Eles se desenhando pra saber como estão vestidos é impagável. E a cena da discussão deles com o grupo de lobisomens também é de chorar de rir. A direção também é excelente, com destaque pra cena que eles começam a perseguir o carinha pela casa e um deles surge até de dentro da mochila. Excelente.
Complicações Do Amor
3.6 215 Assista AgoraO nome em português dá a entender que é uma comédia romântica, mas não tem nada a ver com isso. Gostei bastante o modo como explora o relacionamento do casal e ainda coloca umas coisas esquisitas. Destaque pra atuação do Mark Duplass que interpreta dois personagens completamente diferentes.
Sala Verde
3.3 546 Assista AgoraNão esperava nada desse filme, mas curti bastante. Tem gore na medida certa, sem banalizar tanto, fazendo com que as cenas de violência sejam realmente impactantes.
A Rede
4.0 34Gostei demais como o filme faz uma crítica ao conflito entre as duas Coreias, mostrando que sempre quem sofre com esse tipo de coisa são as pessoas mais simples. Em muitos momentos os personagens sul coreanos parecem tão fascistas quanto os norte coreanos, apenas preocupados em passar uma imagem de que~soa um país muito melhor, sem se preocupar com as verdadeiras necessidades do protagonista.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraAtuações fantásticas de todos os atores e um final que me surpreendeu de verdade.
Verônica: Jogo Sobrenatural
3.1 546 Assista AgoraApesar de utilizar o já manjado tabuleiro de ouija, eu curti bastante esse terror espanhol. Aquela cena da protagonista com o garfo na boca foi tensa demais.
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraQue filme angustiante do início ao fim. A atuação fria de todos os atores consegue deixar tudo ainda mais estranho. O mundo tá desmoronando ao redor deles e eles ficam lá inabalados. Filmaço.
Jogos Mortais: Jigsaw
2.8 706 Assista AgoraÉ mais um Jogos Mortais. E é só isso mesmo.
Jumanji: Bem-Vindo à Selva
3.4 1,2K Assista AgoraMuita gente reclamou desse filme por pura nostalgia com o original. Eu achei muito divertido e com umas boas sacadas que utilizam bem a temática de videogame, como eles terem número de vidas ou os NPCs que repetem sempre as mesmas falas.
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraUma mistura bem divertida de Feitiço do Tempo com Pânico.
Uma Mulher Fantástica
4.1 422 Assista AgoraQuando escrevi sobre Meu Nome é Ray, comentei que o maior defeito do filme era abordar a questão das pessoas transgênero de maneira extremamente superficial, dedicando muito mais tempo à mãe de Ray do que ao próprio protagonista. A impressão era a de que o filme foi realizado apenas para aproveitar a popularidade de um assunto bastante atual e não para discutir a fundo a questão. Já o chileno Uma Mulher Fantástica faz exatamente o oposto, conseguindo passar para o espectador todas as dificuldades que uma pessoa trans precisa superar diante de uma sociedade ainda muito preconceituosa. E, graças à direção de Sebastián Lelio, o filme faz isso sem precisar chamar atenção o tempo todo para o fato de que a protagonista é uma mulher trans. Ela é mostrada sempre como uma mulher igual a qualquer outra, simples assim. Além disso, ele também acerta ao escalar a atriz transexual Daniela Vega como sua protagonista, já que ela, mais do que ninguém, conhece as dificuldades que precisou enfrentar.
É interessante notar o modo como Lelio (que também assina o roteiro) escolheu iniciar Uma Mulher Fantástica. Assim que o filme começa, acompanhamos Orlando (Francisco Reyes) terminando mais um dia e indo até uma boate na qual Marina Vidal (Daniela Vega) está cantando. A princípio, temos a sensação de que eles vão se conhecer naquela noite e ter um caso rápido, o que é reforçado por uma cena dos dois descendo um lance de escadas lado a lado, mas como se fossem dois completos estranhos. Porém não demora para que fique claro que ambos possuem um relacionamento estável, quando percebemos que estão indo comemorar o aniversário de Marina. A escolha por iniciar o filme com Orlando também é inteligente pois faz o espectador enxergar Marina pelos olhos dele, que a vê com admiração, o que faz com que o espectador também enxergue a protagonista dessa forma. Após este início no qual tudo parece um conto de fadas, Orlando acaba morrendo e Marina é arrastada de volta à realidade na qual precisa enfrentar olhares e comentários preconceituosos em todo canto.
Essa mudança de clima no filme é ressaltada também pela fotografia, que utiliza muitas cores nos primeiros quinze minutos e, após a morte de Orlando, passa a ter tons mais sóbrios e frios. Não é à toa que o primeiro ato de preconceito contra Marina aconteça no corredor nada amistoso de um hospital. Notem como, antes de dar a notícia da morte de Orlando, o médico olha para Marina com um certo ar de estranheza e logo pergunta se ela faz parte da família. Não satisfeito, ele finalmente pergunta se o nome dela é um pseudônimo e passa a tratá-la como se fosse suspeita de algo. Já o policial que conversa com a personagem no hospital não fica satisfeito até que ela mostre algum documento que comprove que o nome dela é Marina. Além disso, ele faz questão de tratá-la sempre com pronomes masculinos, numa clara demonstração de poder. Nestes momentos em que a protagonista é destratada, vale ressaltar a excelente atuação de Daniela Vega, que sempre aparece com uma expressão resignada, típica de alguém que já passou por esta situação tantas vezes que já nem consegue mais se indignar com tal fato. Aliás, quando Marina é tratada com naturalidade ela até parece não saber como agir. Percebam a expressão no rosto dela quando vai ao restaurante com Orlando logo no começo do filme.
Além da atuação de Daniela, o que mais chama atenção no filme é a forma extremamente respeitosa com que o diretor Sebastián Lelio trata sua protagonista. Em certo momento, o filho de Orlando pergunta se Marina é operada e, pela primeira vez, a vemos ficar realmente indignada. Isso é o suficiente para que o espectador entenda que esse é um assunto pessoal demais e que só diz respeito a ela. Desta forma, não é de se espantar que, em determinada cena, fiquemos apreensivos com a possibilidade de ver Marina sem roupa. Não por achar que será algo estranho, mas sim por não querer invadir a privacidade de uma personagem da qual gostamos. É uma cena que possui mais tensão do que muito filme de suspense por aí. E por falar em tensão, a cena da protagonista em uma sauna masculina é bastante claustrofóbica e nos deixa preocupados com a possibilidade de acontecer algo ruim, tudo ressaltado por uma fotografia repleta de cores vermelhas e roxas, que geralmente significam perigo e morte, respectivamente.
Porém, um dos momentos mais inspirados da direção de Sebastián Lelio fica por conta de uma cena que mostra Marina deitada, sem roupa, na cama. Com um espelho que cobre a genitália de Marina, tudo o que o espectador consegue ver é justamente o rosto refletido da protagonista, que se enxerga como uma mulher como qualquer outra. Desta forma, o diretor deixa claro que é irrelevante se Marina fez ou não uma cirurgia de redesignação sexual e que o importante é como ela se sente. A cena acaba servindo também para mostrar que a personagem nunca teve dúvidas de quem realmente era e que sua luta durante o filme não era para ser aceita por pessoas que ela nem conhecia, mas sim pelo direito de chorar a morte do seu companheiro. Um companheiro que a amou incondicionalmente e sem preconceitos e que nunca teve dúvidas de que Marina é Uma Mulher Fantástica.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraNão é tão bom quanto o original, mas foi um dos melhores que assisti em 2017. Ele mantém a identidade visual do original, assim como a discussão sobre o que é estar vivo de verdade. E ainda amplia essa discussão para a importância das memórias em nossas vidas. Além da fotografia, o filme possui imagens lindas demais, como o crepitar do fogo se transformando em luzes da cidade.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraQue filmaço com excelente atuação do Vladimir Brichta e trilha sonora dos anos 80. Eu assistiria facilmente mais uma hora desse filme que nem iria perceber.