Ana

Vemos o que é o peso de um professor na vida do aluno. Descobrimos, inclusive, que um dos alunos de Fletcher (que representa muitos por aí), mesmo com todo sucesso adquirido, desenvolveu ansiedade e depressão a ponto de se matar. Contudo, me parece que ao longo do filme tentam (poucas vezes) mostrar um lado menos cruel de Fletcher (como na cena em que Andrew o vê conversando com uma menina), o que pode funcionar pra tornar mais aceitável as justificativas que, ao final, o professor dá (em relação ao seu comportamento com os alunos).
Andrew, tendo sido empurrado além do seu limite, termina por superar as adversidades e simplesmente consegue comover o próprio professor. A mensagem, pra mim, é que o Andrew se torna aquilo que o Fletcher procura há tantos anos.
Meu ponto é: o que isso vai dizer a todos os professores que carregam a mesma crença de Fletcher? A todos aqueles inseridos na lógica cruel do mundo artístico e do espetáculo? O filme é belíssimo e retrata uma realidade, tenho essa certeza pra mim, mas como será que ele foi recebido? Damos mais atenção à crítica ou ao sucesso de Andrew? O sucesso de um justifica o sacrifício de vários (incluindo do próprio Andrew)?