Maria Eduarda Fonseca

Que filme lindo

Conforme o tempo vai passando, o filme se encaixa mais e mais na nossa era de super conectividade e criação de avatares (sobretudo online), ao expor a Mima real e a Mima "estrela do pop". É debativel como essas personas influenciam desde como nós nos vemos, como os outros nos veem e até mesmo como os outros SE veem, e consequentemente nas ações de todos.

Além disso, não pude deixar de sentir um desconforto e até mesmo identificação nas cenas de objetificação feminina e nas de insegurança passadas pela protagonista, problemas esses ainda usuais no Brasil (Como quando ela sente medo constante ao andar na rua e etc *Em várias cenas do filme, me senti ansiosa por ver ela andando sozinha, principalmente pelo fato de ser mulher, somado ao crescente clima de tensão da história*)

O filme também proporciona uma reflexão de como os outros influenciam no que realmente queremos fazer, além de nos moldarem de acordo com padrões irreais, apenas para se moldaram de volta com esses mesmos padrões. Consequentemente, também podemos traçar como paralelo entre a realidade e o longa a agressão psicológica que muitas personalidades do ramo do entretenimento (incubidas de agradar a grande massa) estão sujeitas para alcançarem um certo "sucesso". Nesse ínterim, podemos levantar concomitante como os transtornos mentais podem se relacionar à mídia e a tecnologia.

É uma experiência que confunde sonho e realidade..Essencial para ser assistido: me deixou muito reflexiva, incomodada e até assustada.

Fotografia e imagens tão paradisíacas e surreais, ainda mais quando embaladas pela trilha de Radiohead e Hans Zimmer, configurando ainda mais um caráter meio sonho/catártico.

Série fascinante, amor define <3