Caroline Gonçalves

Acho que o que o filme tentou mostrar é que a sociedade tende a subestimar as mulheres, e acham que podem controlar e fazer o que quiserem com elas, e a hipocrisia do Xerife cristão que tenta proteger a filha, porém não acho que gere uma reflexão tão profunda sobre os temas, achei meio superficial.

Gostei muito de como a lenda é criada, como todas as explicações são dadas, mas também de como o começo do filme me lembra muito a frase do Adam Smith inspirada na Fábula das Abelhas:

"Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos próprios interesses. Apelamos não à humanidade, mas ao amor-próprio, e nunca falamos de nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter."

O interesse próprio do Klaus começa a mover toda aquela pequena ilha, o interesse das crianças no brinquedo começa a causar união do bairro. Mas apesar disso, a solidariedade real que começa a surgir se une a isso e causa a transformação total.
Acho que o auto-interesse leva as pessoas a iniciarem um projeto, mas a solidariedade surgida disso faz com que aja interesse em continuar.

Eu gostei muito, me tocou bastante, e a forma como mostra a cultura da Turquia é muito bonita também. A questão de honra que foi criada entre os presidiários, a coisa de não existir redenção completa mostrando como é a vida de verdade... Um ótimo filme.