O filme tem um bom inicio, onde estabelece a relação amorosa de Joane e Joe. Ambos parecem ser um casal em perfeita sintonia, um daqueles casais que estão na beira da idade e se entendem. Através de algumas dicas visuais que o filme deixa, podemos notar o rumo que seguira o drama. A sutileza e a paciência em construir a empatia do publico com a personagem é super necessária, e faz com o que o filme seja intrigante, interessante. É uma promoção para a compra do espectador à Joane.
O tom leve do filme, horas se tora pesado, com a ajuda de flashbacks para ilustrar melhor o problemas por de traz da trama. As memorias do passado fazem o perfeito papel expositivo, dando mais liberdade para o diretor trabalhar o presente dos personagens sem precisar de apelar a diálogos expositivos. Apesar que, em uma cena em que o casal esta discutindo, algumas coisas que já estavam claras são novamente expostas, mas desta vez pela própria boca da personagem. O que é compreensivo, pois faz parte da descarga emocional para o clímax.
O roteiro é baseado em uma novela literária. A historia de uma mulher que por toda vida a troco de amor e por amor, teve que se acomodar com apenas sonhar em ser uma escritora de renome, para acompanhar e realizar o sonho do marido; claro, isto por força dos padrões sociais, em que uma romancista escritora, não tinha muito espaço para ser prestigiada. Isto não acontecia apenas na literatura, mas também em qualquer âmbito que a mulher houvesse que disputar com homens.
Neste contexto a Joane carrega durante anos o amargo gosto de ver seu marido levando todo o credito pelo seu trabalho. Enquanto ela escrevia, el revisava, mas quem levava o credito era Joe. A decisão de Joane em fazer isto, se baseia em uma cena, em que uma escritora a qual ela é apresentada, ajuda a reforçar a realidade de que o mundo era dos homens, e não compensava competir. Desta forma a provável desistência de Joane na cerreira, tenha sido aceitar esta realidade. Nisto ela vê na figura do marido alguém com potencial para que suas historias fossem publicadas e aceitas. Apesar de tudo isto, a relação de ambos é magnética; uma parece ser feito para o outro, mesmo que de uma forma injusta um necessitava do outro, ambos eram frustados, porém Joane era muito mais omissa e sabia do Joe, que pelo fracasso, não sabia lidar com a frustração tão bem quanto ela.
O fruto do casal, o filho mais novo, também escritor, é um garoto também frutado; que em todo tempo busca aprovação de seu pai, mas pela aspereza de Joe, não se sente bom o suficiente. Este personagem é interessante, pois ele pode representar toda o peso que Joane criou sendo sempre consentida com o marido. Esta frustração guardada por tantos anos, reflete na vida de David (filho do casal), um afogamento em magoas. David assim como Joane não aguenta mais tolerar viver de baixo de uma sombra.
Alguns personagens aqui são irrelevantes. A jovem fotografa só esta ali para impulsionar o distanciamento entre o casal, mas não possui efeito efetivo, além de promover no máximo um momento ilógico de uma garota que se seduz ou é seduzida por um velho escritor, parece algo dos filmes dos anos 60, totalmente desnecessário. O filme também apela algumas vezes para demonstrar através das atitudes de Joane que tem algo errado com ela, que ela esta sempre desconfortável quando eles estão no meio de pessoas, e todo mundo cumprimentando ele, e tudo girando em torno dele. Mas neste aspecto o ponto positivo do filme, é que a câmera sempre esta focada em Joane. Ela nunca esta em segundo plano. Isto foi fundamental para estabelecer o foco narrativo e permitir a espetacular atuação de Glenn Close como Joan Castleman.
Falando das atuações, eu tenho quase certeza que Glenn Close levará o Osca. A maneira que ela se expressa ante o desconforto em ver o escritor ganhando todo credito de seu trabalho, sendo reduzida a "musa" como fonte de inspiração para a obra, é incrível. Ela se saiu muito bem como alguém que carrega fortes magoas, um peso e a culpa de ter feito escolhas que a tiraram do pódio. Você percebe o estado mental e psicológico através do seu olhar, das viradas de rostos, do tom objetivo e discreto. Jonathan Pryce,esta muito bem também. Ele convence como um velho orgulhoso, e birrento. Sua dependencia por sua esposa é grande e notória no filme, ele não consegue viver sem ela, mas de um nível muito extremo. Christian Slater, como um jornalista chato, acabe de fato sendo chato demais. Algumas cenas ele é colocado como um remédio, outras como um conselheiro, outras como um astuto influenciador. Parece aqueles anjinhos demoninhos que ficam na cabeça, sobre a consciência falando para faz algo bom ou ruim, ou acusando de um erro, ou bajulando. Ele faz um papel muito mecânico e improvável. Max Irons com certeza foi o grande cagaço do filme. O ator foi muito mal na interpretação. O momento que ele tinha grande chance de se destacar fora jogado fora. Em diversas vezes o personagem de Max, David Castleman, se mostra desnecessário. A inserção do personagem em diversos momentos atrapalha o desenvolvimento do filme. Não havia necessidade do mostra-lo todo momento revoltado com o pai, se torna uma coisa chata, burra.
O filme é interessante, passa uma mensagem positiva sobre os papeis de gênero, e também sobre a forma que as pessoas lidam com as frustrações. É um bom filme, mas não faz sentido ser indicado para concorrer ao Oscar de melhor filme.
O primeiro ato do filme estabelece bem as características do personagem principal Tony, interpretado pelo Viggo Mortensen, nosso eterno Aragorn. Aquele tipico italiano nova iorquino, médio mafioso, que conhece todo mundo da vizinhança; meio troglodita, hora insensível, hora carinhoso. É a figura perfeita que retrata uma cultura muito bem representada pelo mestre Scorsese nos clássicos Casino e Goodfellas. Com todo as características bem apresentadas, o filme ganha o primeiro impulso, quando Tony recebe uma proposta de emprego de um musico erudito Dr. Shirley (Mahershala Ali).
Neste segundo ato, o filme inicia com um tom leve, engraçado e aventureiro. A relação entre o empregado e o patrão pela diferença cultural, se mostra um pouco distante, para que se permita o desenvolvimento da relação de ambos os personagens, o que é bem feito nos momentos que não há conflitos. Quando os conflitos aparecem, que seria a melhor parte para o desenvolvimento dos personagens, o filme simplesmente ignora as eventuais consequências dos eventos anteriores, em que há por exemplo uma briga entre ambos, ou um entra em apuros e o outro tem que se encarregar de o tirar de lá. Estes momentos deveriam ser importantes, mas não possuem peso narrativo, não são dramáticos o suficiente para criar empatia entre o publico e o personagem. Você sente de fato uma certa empatia, mas por fatores de didática socio-culturais externos ao filme, e não pela própria cena ou contexto que fora depositado na trama.
Algumas coisas foram realmente forçada (me desculpe quem achar que estou sendo preconceituoso), como por exemplo as cenas em que indicam a homossexualidade do personagem, ou algumas cenas de racismo que o personagem sofre. Não causa impacto, não potencializa o filme, eu senti falta de mais peso, mais carga dramática nestas cenas. O filme trata com certo desdem estas questões, além de não deixar claro qual é a mensagem que quer passar com isto. O desfecho basicamente consegue piorar o filme. Soluções escapistas começam a aparecer, mudança brusca de ritmo e conduta dos personagem causa certo estranhamento do roteiro, e por fim um final recheado de "feliz natal". Tudo bem, um final otimista é bem vindo, mas faltou algo, me parece que faltou de fato emoção, apos uma aventura, ou uma turnê tão conturbada.
Bom, falando das partes boas do filme, a interpretação de Viggo Mortensen esta incrivelmente natural. Ele simplesmente sumiu, e apareceu Tony Lip no filme. Ele parecia de fato outra pessoa. O aspecto físico, a postura, os trejeitos, os palavreados, foram excepcionalmente fundamentais para a caracterização, algo que o ator conseguiu fazer com proeza. Ele tem momentos engraçadíssimos de diálogo com o personagem de Mahershala Ali, outros que ele mostra mais seu lado ameaçador e protetor, o cara da mafia. Tudo fica muito equilibrado, de uma forma que parece ser um personagem real, uma pessoa comum, com personalidade e não uma caricaturar dos grandes mafiosos. Por falar nisto, em diversos momentos Viggo me lembrou Joe Pesci, um grande interprete de mafiosos, que atuou no papel da sua vida em Goodfellas. O personagem de Mahershala Ali possui certas nuanças difíceis de expressar. Ele possui uma áurea refinada, um sotaque que foi muito bem produzido pelo ator, e também tem seus momentos engraçadíssimos. Eu creio que o personagem não ajudou muito na interpretação de Mahershala, porque apesar de suas potencias camadas, o filme se limita a mostrar a construção de amizade entre Tony e Dr. Shirley.
O filme se trata de um choque de cultura dos anos 60. De forma atípica, um afro-descendente refinado troca experiencia com um italiano de classe baixa, e acabam tirando o melhor um do outro. O que serve para elevar o espirito um do outro ao se ajudarem em seus problemas. É uma historia bonita, engraçada, que deveria ser dramática, mas não foi. É um ótimo filme para relaxar e se divertir, mas não é filme pra Oscar.
A direção deste filme acerta na constância da ideia do desencanto de se viver na nobreza. O ultimo trabalho que vi de Yorgos Lanthimos fora "The Lobster", onde há uma grande semelhança no tom depreciativo que o filme deságua. Assim como é de praxe em seus trabalhos, o escarnio e o humor negro tem um encaixe perfeito; vulgarizando trivialidades da vida, satirizando temas que ainda no seculo atual são tabus. Este é o tom do filme.
No filme, a guerra pelo poder dentro do ambiente interno da coroa ultrapassa qualquer limite de ética e moral. Um quer conquistar a rainha por questões politicas, vinculadas a interesses de pequenos nobres, Lady Sarah por questões pessoais e parece que em resquícios, por afeto. Enquanto isto, Abigail, uma ex-nobre que descobre rapidamente como funciona o sistema interno na coroa, busca unicamente se aproveitar das oportunidade que lhe são oferecidas, em prol da seu conforto e estadia na coroa. De certa forma Abigail tem seus motivos pessoais, em que há uma decisão em não mais se submeter a servidão; o seu estupro, a condição a qual fora submetida, seu posto como mais baixa da classe na servidão da rainha justifica seus atos imorais.
O conflito é gerado por termos duas personagens com personalidades forte. Ambas são destemidas, ousadas e competitivas; isto gera uma verdadeira guerra por traz das belas honrarias e bons modos entre a nobreza. Isto revela uma característica real, no que diz a respeito do intento humano para buscar ascensão social. O status quo, não é admirado apenas pela nobreza, mas também pelas classes mais baixas. No fim, todo mundo quer ser rei, todo coração há ganancia e pelo poder e a boa vida. Ninguém escapa. O filme mostra exatamente isto.
A Necessidade da rainha Anna de se torna ser amada, é notável. Todos a qual ela ama foram embora, ou vieram a perecer. Ela lamenta, e vê na figura da Duquesa e da jovem Abigail, potenciais agentes de sua solidão e desamparo. O filme até representa de forma tímida a seu apreço por coelhos; estes mesmos que também morrem e vão embora, contextualizando exatamente sua vida amorosa e afetiva. Nisto Abigail e a Duquesa Sarah, brigam pelo posto de favorita da rainha. A figura da rainha Anna é muito debochada. Em vários momentos ela mostra ser incapaz de tomar atitudes só, revelando sua falta de iluminação no sentido filosófico. O filme diz claramente que ela não passa de uma velha sortuda por ter nascido ou sido condicionada ao poder absoluto. Isto pode ser interpretado como uma critica pre-revolucionista. A Inglaterra estava em um confronto contra a frança, justamente por temer que as ondas revolucionarias que se ascendiam no pais vizinho, a Inglaterra possuía desavenças com a frança; que conferiu no abandono total a nobreza francesa para serem comidos pelos intelectuais e a burguesia.
Um aspecto interessantíssimo do filme, é como ele aborda de maneira banal e espalhafatosa problemas que na coroa seria até motivo de morte; o que é irônico, pois condenações por coisas banais eram recorrentes neste período e tipo de governo. O humor negro e sarcástico do filme é ultrajante para a narrativa. A Emma Stone (Abigail) consegue ser muito engraçada. Os melhores monólogos e diálogos, ela esta sempre presente. A contracenas entre Olivia Colman (Anne), Rachel Weisz (Duquesa), Emma Stone, funcionam muito bem. Há sempre um ar maquiavélico, onde você fica pensando até onde aquelas personagens conseguem ir para atingir seus objetivos, e isto parece não ter limite. Chega uma hora que eu pensei, que não poderia piorar, dai vai uma das duas e sacaneia a outra. É realmente muito debochado. A atuação das três esta muito boa, pelo menos uma delas levará um Oscar. Olivia esta muito bem no papel, consegue absorver toda energia depositada sobre a sua personagem, e refletir num cansaço/envelhecimento precoce. Aquela característica de ingenuidade e carência, é muito bem expressada aqui; a personagem parece de fato alguém que sofreu perdas e perdeu o pouco que lhe restava da alegria e sagacidade.
Não vou entrar em termos mais técnicos, mas o figurino é algo espetacular neste filme. A cenografia e reconstrução do seculo XVIII, foi realmente satisfatório. Eu senti falta talvez, de mais cenas em ambientes externos, mas é compreensivo pela narrativa do filme.
"The Favorite" é um filme escandaloso, que não havia mencionado, mas releva o poder feminino, caracterizado pela altivez das personagens em sempre mostrarem o lugar dos homens; disposto a denotar que o espirito de subjugação não habita em mentes fortes. Temas como estupro e abusos, são tratados com humor mas com responsabilidade. Se trata de um filme que mostra os caminhos que mulheres fortes com muito poder podem tomar rumo a seus objetivos. É um filme excelente, por enquanto o melhor do ano junto com "Roma".
Assim como o filme de James Brown, percebe-se aqui uma entrega do ator Rami Malek, que é um ator super talentoso. A representação do cantor no filme impressiona.
Foi muito legal ver a maneira como contaram a história. Eu não sei ao certo o que é real e o que foi acrescentado, mas creio que o otimismo do filme foi em respeito aos fãs e até mesmo a imagem do cantor e da banda.
Este filme é uma bela homenagem ao Queen, em especial Freddie Mercury, que só perde para David Bowe como artista de Rock. Foi um verdadeiro show.
Dizem que um filme estrangeiro quando concorre a melhor filme num Oscar, significa que é uma obra de arte. Roma, de fato é uma obra de arte. a Direção de Alfonso Cuarón, como sempre, transmite frieza e asperidade. O tom da narrativa é bem realista e consequentemente pessimista, com leves momentos, momentos brandos e alguns tensos.
A história de uma empregada, que passa por conturbados problemas na sua vida pessoal e profissional, parece até tema de novela mexicana, porém esta premissa no formato de longa metragem, bem produzido, foi algo excepcional para a realização deste filme. É revelado aqui, a realidade de quem esta abaixo da camada privilegiada social, em uma época de poderio militar de repressão. A falta de informação, de educação e de oportunidade e justiça, faz com que as camadas mais baixas se submetam a uma vida difícil, de opressão.
A atuação de Yalitza Aparicio como Cleo (empregada) é sutil, mas expressiva em determinados momentos de tensão, já que sua personagem é timida. A relação de Cleo com outros personagens é muito verdadeira. Sua patroa se mostra uma personagem real que essencialmente é boa, mas tem seus momentos de recaida moral cordial. Sua colega de emprego, promove cenas em que Cleo de fato expressa o que sente de forma livre, sem receio; sua relação com os outros é sempre passiva.
A falta de musicalidade ao acompanhamento narrativo, faz com que a ideia de solidão, seja reforçada de maneira seca. A ambientação dos anos 70, apesar de vezes não muito clara devido a paleta P&B, é na medida do aceitável bem verosímil, junto com o figurino. A filmagem é feita sempre como polo a personagem principal em planos abertos, e planos fechados indicam periculosidade ou tensão.
Pra muitos pode ser um filme político-partidário, mas é uma constatação da realidade que afeta as pessoas mais pobres. O filme Roma se passa num período conturbado pós fraudes eleitorais, em detrimento da maior autonomia do governo mexicano em relação ao afastamento do EUA. Nestes momentos o pobre escolhe um lado, o da repressão e consentimento ou da expressão contrária. Todo este panorama, faz parte do filme não apenas como debate político, mas como análise das relações sociais que um entrave deste pode influenciar.
O filme Roma é interessante para quem gosta de história e sociologia, porque te da um exemplo de fatos que poderia haver ocorrido no período chamado Guerra Suja. Além disto, nos traz uma realista história de sobrevivência social.
A primeira grande surpresa do filme, foi nos primeiros minutos, descobrir que um dos personagens principais é a Lady Gaga. Sim, apesar de além de cantora ela ser atriz, não estamos acostumados com ela atuando. E ainda além, são raros cantores/atores, que de fato são sucedido em ambos os trabalhos. Este filme prova que Lady Gaga, atua tão bem quanto canta. Se ela ganhar um Oscar, será muito merecido. Talvez algo que ajudou na sua interpretação, foi o fato de ela atuar no ambito do seguimento que ela já trabalha; este universo das grandes estrelas, não poderia ser mais compreensivo do que para uma delas.
A premissa do filme teria tudo para levar a narrativa para momentos pobres e clichês, de filmes musicais de seção da tarde. Porém, temos uma narrativa totalmente voltada para a depreciação e a não-romantização da carreira de um astro. Enquanto uma estrela esta em ascensão outra esta prestes a cair do céu. Esta dicotomia, leva ambos os personagens a se conflitarem numa linha tênue o suficiente para contrastar as fases da carreira de um artista.
Há problemas com a narrativa do filme. Muitas vezes é comprometida pela enfase em ideias repetitivas; você sabe que algo esta prestes a acontecer, porém o filme insiste em reforçar tal indicação. Perde muito tempo tentando estabelecer um clímax para contrapor e gerar o conflito, sendo que a degradação do relacionamento de ambos personagens poderia ser melhor explorada.
As musicas são muito emocionantes. Eu não sei quais são originais, quais são composições já existentes, mas dependendo de qual for a musica, é provável que o filme ganhe um Oscar nesta categoria. Eu fico muito feliz, quando a direção insere musicas que realmente tem ligação com o momento do filme. Muitos filmes cagam para isto, colocam letras que ao menos representa o momento que esta vivendo um personagem. Este aspecto de fidelidade, é muito importante para um drama.
Este é um filme memorável, explora temas profundos sobre depressão, vícios, e fama. Eu gostaria que o filme tivesse explorado melhor a relação familiar de Jack e seu irmão a respeito de seu pai; ele dos deixa um ar para imaginação, o que é bom, mas seria legal ver e entender melhor o que se passava entre eles. Não sei se Bradley Cooper (Jack), ganharia um Oscar, mas sua interpretação foi muito boa, em especial os momentos menos lúcidos, que exige mais criatividade e personalidade.
"Nasce Uma Estrela", é um filme notável, real e emocionante, vale a pena assistir.
Estilo romance francês, não faz muito meu tipo. Não sei muito o que dizer, mas não foi grande coisa. Algo que me chamou atenção, foi a atuação de Joanna Kulig, digna de Oscar, realmente foi a melhor atá agora. Tem um diálogo super irônico que a personagem diz sobre como matou seu pai. Ela diz: "estávamos sós, ele chegou encima de mim, pensando que eu era minha mãe, mas eu mostrei pra ele com uma faca que não era ela". É Genial"!
Este é mais um daqueles filmes que me fizeram chorar. Impressionante como um filme clichê e que aparentemente seria infantil pode transmitir tanta emoção. Uma realise de uma das mais icônicas animações da Disney.
Primeiro aspecto que se destacou com certeza foram os efeitos visuais da composição dos personagens. Em vários momentos eu me peguei lembrando do desenho antigo do Ursinho Pooh, e da fidelidade da representação, dos trejeitos, do cenário, etc. Todos personagens estão muito fieis, mas o Urso Pooh ta extremamente "cut cut". As cenas mais emocionantes são compostas quando sua inocência contrasta com a maturidade de Christopher, é de partir o coração ver um adulto revelando de forma abrupta a realidade para um ursinho de pelúcia hahhah.
É legal ver os personagens que sempre foram infantis, num espectro conflitante com o mundo real com o mundo adulto. Christopher representa o típico homem que abandonou a infância e o encanto pela imaginação; como consequência sua vida frenética com o trabalho o colocou quase numa posição de antagonista na primeira metade do filme. Isto é um motor para a comoção como o filme.
A mensagem que o filme passa é muito atual, e quem sabe até de praxe para os filmes da Disney, mas a forma como tudo é orquestrado, é muito singular. Não há esforço narrativo para transmitir a mensagem, singelos momentos revelam o quão poderosa é a inocência e como que ela pode destruir um homem feito, e torna-lo criança novamente.
Minimamente tímida, a narrativa do filme é cautelosa, expõe diálogos excelentes, diálogos longos, que são o ponto chave do filme. No decorrer do drama, se percebe possíveis caminhos pelo qual ele poderá seguir, porém sinais, pistas, são colocadas para instigar as deduções do publico.
O tom frio polarizante do filme, nos faz acostumar com o aspecto seco dos acontecimentos. As personagens são bem desenvolvidas são funcionais e convincentes. Com destaque, claro, para o papel de Ethan Hawke que interpreta o Reverendo, pela sua entrega e absorção do peso que é ser um líder religioso que desliza entre tomar uma atitude e ser relutante.
O peso da culpa recai todo sobre Toller, ele se sente responsável pelo que acontece, pela relação que sua igreja tem com a empresas que promovem exploração em massa. Isto o transforma num potencial ativista, que comprou a ideia de um homem, por ter tomado suas dores. Esta vontade e consciencia o faz flagelar-se psicologicamente e quem sabe até mais além (não quero dar spoilers)
Podemos fazer um paralelo com o sentimento dos grandes reformadores da igreja, ou então dos intelectuais contra o poder absolutista. Assim como estes o sentimento de revolta no Reverendo ascendeu como um vulcão, imparável e incontrolável. Sua disposição em fazer algo para mudar a realidade foi tamanha, que poderia dizer que seu corpo se tornou uma representação do planeta terra, no qual sua sentença era de fato a morte, até que algo o convencesse e que valia a pena viver. Isto vc vai descobrir se assistir ao filme completo e com atenção.
Este filme é um calabouço de questionamentos. Calabouço porque a mensagem aqui contida ainda não é levada a serio. Em meio a um mar de vozes, o Reverendo Toller encontra um homem, que planta uma semente na sua mente. Nisto temos uma figura religiosa, entrando em conflito consigo e com sua comodidade perante a destruição da natureza, esta mesma, cujo qual Deus anuncia suas obras e pela qual ele é glorificado.
Este curta segue a linha padrão dos curtas da Pixar. A mensagem é simples e poderosa, é super divertido e engraçado. Trata-se do aceitar o estado natural das coisas, de que nada dura pra sempre como nós queremos, porque as relações evoluem, as pessoas mudam
O curta, apresenta dois personagens, garotos aparentemente pobres, que possuem personalidade que no senso comum seriam vistos como mal educados e malvados.
Porém no decorrer da tarde em que passam juntos, e devido a uma tragédia, podemos perceber, que na verdade eles não tinham a consciência má, mas eram até então inocentes quanto a experiencia de conhecer a aparência do mal. Como vimos isto pode ter um efeito psicológico devastador.
Sendo até então a melhor representação cinematográfica sobre a ida do homem a lua, First Man, conta com uma abordagem dramática pulsante. Ao passo que Neil Armstrong é pressionado metaforicamente e fisicamente pela sua missão, ainda tem que lutar com a perda de sua pequena filha.
O filme foca no drama e na tensão provocado por estes eventos, mas nisto junto com sua extensa duração, acaba tirando um pouco do ritmo do filme, poderia ter sido um pouco menor do que 2h20 minutos.
Contudo, o filme cumpre seu papel tecnico com sua ótima montagem e efeitos visuais. É um forte candidato para as categorias indicadas.
O roteiro aqui é bem interessante, o andamento é muito intenso, o filme não perde o ritmo, é bem equilibrado no que diz respeito a construção narrativa. Os personagens não são tão interessantes, a não ser Regan, a garota filha do casal do filme, que possui deficiência auditiva. O filme estabelece uma relação intrínseca ente ela e o pai, que de certa forma vai refletir no decorrer da trama.
O filme é tenso e intenso, emotivo no momento certo, perde muito devido a excesso de repetições de recursos narrativos, por promover soluções escapistas comuns em filmes de terror, e principalmente pelos furos no roteiro.
No mais, o filme tem um final agradável e vibrante, que certamente vale pelo filme todo. O filme é uma historia de laços, aceitação, motivação para sobreviver e sobre o quanto cada ser humano pode ser útil para um bem em comum.
O filme nos revela de forma árida, a dificuldade de aceitação e auto aceitação por parte de jovens homossexuais. A construção da atmosfera dramática se volta para o conflito que há entre o não ser aceito e o se sentir aceito. Justamente, porque o filme estabelece esta dicotomia; ao passo que os personagens vão se sentindo curados, percebem que estão mentindo para si mesmos.
Pode ser interpretado como uma dura crítica a proposta de "cura gay". Todos em nome na moral e da tradição. No mais, gostei do tema, porque é ultra-necessário, tendo em vista que muitos jovens sofrem e até tiram suas próprias vidas, por não aguentar a pressão dos julgamentos.
Recomendo. Porém, não para preconceituosos; estes vão odiar o filme kkkk. Mas se vc tem o mínimo de empatia, creio que vai considerar o filme.
Apesar de não tão fidedigno ao texto bíblico, este filme me pareceu uma tentativa de reajustar o papel e a importância de Maria Magdalena para o evangelho de Cristo, na visão católica cristã. Há um breve período de tempo, o Papa reconheceu Maria como uma apostola entre os apóstolos.
Como filme, a apresentação da personagem atuando como uma protagonista da história, é feita com grande sucesso. Há sentimento, a comoção, e inclusive alguns simbolismos que eu consegui captar, em relação ao sacrifício de Cristo, com o comercio do templo. Foi interessante, ver por este lado.
Que filme magnifico!!! Perfeito!!! Sensibilidade, e narrativa perfeita. É assim que se conta uma história. Basicamente o diretor pegou um evento de algumas horas, e traçou uma linha de como os personagens chegaram até aquele ponto; as decisões que tomaram, sobre sua carreira, sobre a escola, sobre suas férias. Show!!!
Foi uma ótima ideia este lançamento. Não há nada de revolucionário no conceito, porém o marketing por trás do projeto, pode fazer com que se abra uma nova categoria de filmes.
A Esposa
3.8 557 Assista AgoraO filme tem um bom inicio, onde estabelece a relação amorosa de Joane e Joe. Ambos parecem ser um casal em perfeita sintonia, um daqueles casais que estão na beira da idade e se entendem. Através de algumas dicas visuais que o filme deixa, podemos notar o rumo que seguira o drama. A sutileza e a paciência em construir a empatia do publico com a personagem é super necessária, e faz com o que o filme seja intrigante, interessante. É uma promoção para a compra do espectador à Joane.
O tom leve do filme, horas se tora pesado, com a ajuda de flashbacks para ilustrar melhor o problemas por de traz da trama. As memorias do passado fazem o perfeito papel expositivo, dando mais liberdade para o diretor trabalhar o presente dos personagens sem precisar de apelar a diálogos expositivos. Apesar que, em uma cena em que o casal esta discutindo, algumas coisas que já estavam claras são novamente expostas, mas desta vez pela própria boca da personagem. O que é compreensivo, pois faz parte da descarga emocional para o clímax.
O roteiro é baseado em uma novela literária. A historia de uma mulher que por toda vida a troco de amor e por amor, teve que se acomodar com apenas sonhar em ser uma escritora de renome, para acompanhar e realizar o sonho do marido; claro, isto por força dos padrões sociais, em que uma romancista escritora, não tinha muito espaço para ser prestigiada. Isto não acontecia apenas na literatura, mas também em qualquer âmbito que a mulher houvesse que disputar com homens.
Neste contexto a Joane carrega durante anos o amargo gosto de ver seu marido levando todo o credito pelo seu trabalho. Enquanto ela escrevia, el revisava, mas quem levava o credito era Joe. A decisão de Joane em fazer isto, se baseia em uma cena, em que uma escritora a qual ela é apresentada, ajuda a reforçar a realidade de que o mundo era dos homens, e não compensava competir. Desta forma a provável desistência de Joane na cerreira, tenha sido aceitar esta realidade. Nisto ela vê na figura do marido alguém com potencial para que suas historias fossem publicadas e aceitas. Apesar de tudo isto, a relação de ambos é magnética; uma parece ser feito para o outro, mesmo que de uma forma injusta um necessitava do outro, ambos eram frustados, porém Joane era muito mais omissa e sabia do Joe, que pelo fracasso, não sabia lidar com a frustração tão bem quanto ela.
O fruto do casal, o filho mais novo, também escritor, é um garoto também frutado; que em todo tempo busca aprovação de seu pai, mas pela aspereza de Joe, não se sente bom o suficiente. Este personagem é interessante, pois ele pode representar toda o peso que Joane criou sendo sempre consentida com o marido. Esta frustração guardada por tantos anos, reflete na vida de David (filho do casal), um afogamento em magoas. David assim como Joane não aguenta mais tolerar viver de baixo de uma sombra.
Alguns personagens aqui são irrelevantes. A jovem fotografa só esta ali para impulsionar o distanciamento entre o casal, mas não possui efeito efetivo, além de promover no máximo um momento ilógico de uma garota que se seduz ou é seduzida por um velho escritor, parece algo dos filmes dos anos 60, totalmente desnecessário. O filme também apela algumas vezes para demonstrar através das atitudes de Joane que tem algo errado com ela, que ela esta sempre desconfortável quando eles estão no meio de pessoas, e todo mundo cumprimentando ele, e tudo girando em torno dele. Mas neste aspecto o ponto positivo do filme, é que a câmera sempre esta focada em Joane. Ela nunca esta em segundo plano. Isto foi fundamental para estabelecer o foco narrativo e permitir a espetacular atuação de Glenn Close como Joan Castleman.
Falando das atuações, eu tenho quase certeza que Glenn Close levará o Osca. A maneira que ela se expressa ante o desconforto em ver o escritor ganhando todo credito de seu trabalho, sendo reduzida a "musa" como fonte de inspiração para a obra, é incrível. Ela se saiu muito bem como alguém que carrega fortes magoas, um peso e a culpa de ter feito escolhas que a tiraram do pódio. Você percebe o estado mental e psicológico através do seu olhar, das viradas de rostos, do tom objetivo e discreto. Jonathan Pryce,esta muito bem também. Ele convence como um velho orgulhoso, e birrento. Sua dependencia por sua esposa é grande e notória no filme, ele não consegue viver sem ela, mas de um nível muito extremo. Christian Slater, como um jornalista chato, acabe de fato sendo chato demais. Algumas cenas ele é colocado como um remédio, outras como um conselheiro, outras como um astuto influenciador. Parece aqueles anjinhos demoninhos que ficam na cabeça, sobre a consciência falando para faz algo bom ou ruim, ou acusando de um erro, ou bajulando. Ele faz um papel muito mecânico e improvável. Max Irons com certeza foi o grande cagaço do filme. O ator foi muito mal na interpretação. O momento que ele tinha grande chance de se destacar fora jogado fora. Em diversas vezes o personagem de Max, David Castleman, se mostra desnecessário. A inserção do personagem em diversos momentos atrapalha o desenvolvimento do filme. Não havia necessidade do mostra-lo todo momento revoltado com o pai, se torna uma coisa chata, burra.
O filme é interessante, passa uma mensagem positiva sobre os papeis de gênero, e também sobre a forma que as pessoas lidam com as frustrações. É um bom filme, mas não faz sentido ser indicado para concorrer ao Oscar de melhor filme.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraFilme não é pra Oscar. É mais uma versão de "Intocáveis" so que invertida. O viggo carregou o filme nas costas praticamente.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraO primeiro ato do filme estabelece bem as características do personagem principal Tony, interpretado pelo Viggo Mortensen, nosso eterno Aragorn. Aquele tipico italiano nova iorquino, médio mafioso, que conhece todo mundo da vizinhança; meio troglodita, hora insensível, hora carinhoso. É a figura perfeita que retrata uma cultura muito bem representada pelo mestre Scorsese nos clássicos Casino e Goodfellas. Com todo as características bem apresentadas, o filme ganha o primeiro impulso, quando Tony recebe uma proposta de emprego de um musico erudito Dr. Shirley (Mahershala Ali).
Neste segundo ato, o filme inicia com um tom leve, engraçado e aventureiro. A relação entre o empregado e o patrão pela diferença cultural, se mostra um pouco distante, para que se permita o desenvolvimento da relação de ambos os personagens, o que é bem feito nos momentos que não há conflitos. Quando os conflitos aparecem, que seria a melhor parte para o desenvolvimento dos personagens, o filme simplesmente ignora as eventuais consequências dos eventos anteriores, em que há por exemplo uma briga entre ambos, ou um entra em apuros e o outro tem que se encarregar de o tirar de lá. Estes momentos deveriam ser importantes, mas não possuem peso narrativo, não são dramáticos o suficiente para criar empatia entre o publico e o personagem. Você sente de fato uma certa empatia, mas por fatores de didática socio-culturais externos ao filme, e não pela própria cena ou contexto que fora depositado na trama.
Algumas coisas foram realmente forçada (me desculpe quem achar que estou sendo preconceituoso), como por exemplo as cenas em que indicam a homossexualidade do personagem, ou algumas cenas de racismo que o personagem sofre. Não causa impacto, não potencializa o filme, eu senti falta de mais peso, mais carga dramática nestas cenas. O filme trata com certo desdem estas questões, além de não deixar claro qual é a mensagem que quer passar com isto. O desfecho basicamente consegue piorar o filme. Soluções escapistas começam a aparecer, mudança brusca de ritmo e conduta dos personagem causa certo estranhamento do roteiro, e por fim um final recheado de "feliz natal". Tudo bem, um final otimista é bem vindo, mas faltou algo, me parece que faltou de fato emoção, apos uma aventura, ou uma turnê tão conturbada.
Bom, falando das partes boas do filme, a interpretação de Viggo Mortensen esta incrivelmente natural. Ele simplesmente sumiu, e apareceu Tony Lip no filme. Ele parecia de fato outra pessoa. O aspecto físico, a postura, os trejeitos, os palavreados, foram excepcionalmente fundamentais para a caracterização, algo que o ator conseguiu fazer com proeza. Ele tem momentos engraçadíssimos de diálogo com o personagem de Mahershala Ali, outros que ele mostra mais seu lado ameaçador e protetor, o cara da mafia. Tudo fica muito equilibrado, de uma forma que parece ser um personagem real, uma pessoa comum, com personalidade e não uma caricaturar dos grandes mafiosos. Por falar nisto, em diversos momentos Viggo me lembrou Joe Pesci, um grande interprete de mafiosos, que atuou no papel da sua vida em Goodfellas. O personagem de Mahershala Ali possui certas nuanças difíceis de expressar. Ele possui uma áurea refinada, um sotaque que foi muito bem produzido pelo ator, e também tem seus momentos engraçadíssimos. Eu creio que o personagem não ajudou muito na interpretação de Mahershala, porque apesar de suas potencias camadas, o filme se limita a mostrar a construção de amizade entre Tony e Dr. Shirley.
O filme se trata de um choque de cultura dos anos 60. De forma atípica, um afro-descendente refinado troca experiencia com um italiano de classe baixa, e acabam tirando o melhor um do outro. O que serve para elevar o espirito um do outro ao se ajudarem em seus problemas. É uma historia bonita, engraçada, que deveria ser dramática, mas não foi. É um ótimo filme para relaxar e se divertir, mas não é filme pra Oscar.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraA direção deste filme acerta na constância da ideia do desencanto de se viver na nobreza. O ultimo trabalho que vi de Yorgos Lanthimos fora "The Lobster", onde há uma grande semelhança no tom depreciativo que o filme deságua. Assim como é de praxe em seus trabalhos, o escarnio e o humor negro tem um encaixe perfeito; vulgarizando trivialidades da vida, satirizando temas que ainda no seculo atual são tabus. Este é o tom do filme.
No filme, a guerra pelo poder dentro do ambiente interno da coroa ultrapassa qualquer limite de ética e moral. Um quer conquistar a rainha por questões politicas, vinculadas a interesses de pequenos nobres, Lady Sarah por questões pessoais e parece que em resquícios, por afeto. Enquanto isto, Abigail, uma ex-nobre que descobre rapidamente como funciona o sistema interno na coroa, busca unicamente se aproveitar das oportunidade que lhe são oferecidas, em prol da seu conforto e estadia na coroa. De certa forma Abigail tem seus motivos pessoais, em que há uma decisão em não mais se submeter a servidão; o seu estupro, a condição a qual fora submetida, seu posto como mais baixa da classe na servidão da rainha justifica seus atos imorais.
O conflito é gerado por termos duas personagens com personalidades forte. Ambas são destemidas, ousadas e competitivas; isto gera uma verdadeira guerra por traz das belas honrarias e bons modos entre a nobreza. Isto revela uma característica real, no que diz a respeito do intento humano para buscar ascensão social. O status quo, não é admirado apenas pela nobreza, mas também pelas classes mais baixas. No fim, todo mundo quer ser rei, todo coração há ganancia e pelo poder e a boa vida. Ninguém escapa. O filme mostra exatamente isto.
A Necessidade da rainha Anna de se torna ser amada, é notável. Todos a qual ela ama foram embora, ou vieram a perecer. Ela lamenta, e vê na figura da Duquesa e da jovem Abigail, potenciais agentes de sua solidão e desamparo. O filme até representa de forma tímida a seu apreço por coelhos; estes mesmos que também morrem e vão embora, contextualizando exatamente sua vida amorosa e afetiva. Nisto Abigail e a Duquesa Sarah, brigam pelo posto de favorita da rainha. A figura da rainha Anna é muito debochada. Em vários momentos ela mostra ser incapaz de tomar atitudes só, revelando sua falta de iluminação no sentido filosófico. O filme diz claramente que ela não passa de uma velha sortuda por ter nascido ou sido condicionada ao poder absoluto. Isto pode ser interpretado como uma critica pre-revolucionista. A Inglaterra estava em um confronto contra a frança, justamente por temer que as ondas revolucionarias que se ascendiam no pais vizinho, a Inglaterra possuía desavenças com a frança; que conferiu no abandono total a nobreza francesa para serem comidos pelos intelectuais e a burguesia.
Um aspecto interessantíssimo do filme, é como ele aborda de maneira banal e espalhafatosa problemas que na coroa seria até motivo de morte; o que é irônico, pois condenações por coisas banais eram recorrentes neste período e tipo de governo. O humor negro e sarcástico do filme é ultrajante para a narrativa. A Emma Stone (Abigail) consegue ser muito engraçada. Os melhores monólogos e diálogos, ela esta sempre presente. A contracenas entre Olivia Colman (Anne), Rachel Weisz (Duquesa), Emma Stone, funcionam muito bem. Há sempre um ar maquiavélico, onde você fica pensando até onde aquelas personagens conseguem ir para atingir seus objetivos, e isto parece não ter limite. Chega uma hora que eu pensei, que não poderia piorar, dai vai uma das duas e sacaneia a outra. É realmente muito debochado. A atuação das três esta muito boa, pelo menos uma delas levará um Oscar. Olivia esta muito bem no papel, consegue absorver toda energia depositada sobre a sua personagem, e refletir num cansaço/envelhecimento precoce. Aquela característica de ingenuidade e carência, é muito bem expressada aqui; a personagem parece de fato alguém que sofreu perdas e perdeu o pouco que lhe restava da alegria e sagacidade.
Não vou entrar em termos mais técnicos, mas o figurino é algo espetacular neste filme. A cenografia e reconstrução do seculo XVIII, foi realmente satisfatório. Eu senti falta talvez, de mais cenas em ambientes externos, mas é compreensivo pela narrativa do filme.
"The Favorite" é um filme escandaloso, que não havia mencionado, mas releva o poder feminino, caracterizado pela altivez das personagens em sempre mostrarem o lugar dos homens; disposto a denotar que o espirito de subjugação não habita em mentes fortes. Temas como estupro e abusos, são tratados com humor mas com responsabilidade. Se trata de um filme que mostra os caminhos que mulheres fortes com muito poder podem tomar rumo a seus objetivos. É um filme excelente, por enquanto o melhor do ano junto com "Roma".
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraAssim como o filme de James Brown, percebe-se aqui uma entrega do ator Rami Malek, que é um ator super talentoso. A representação do cantor no filme impressiona.
Foi muito legal ver a maneira como contaram a história. Eu não sei ao certo o que é real e o que foi acrescentado, mas creio que o otimismo do filme foi em respeito aos fãs e até mesmo a imagem do cantor e da banda.
Este filme é uma bela homenagem ao Queen, em especial Freddie Mercury, que só perde para David Bowe como artista de Rock. Foi um verdadeiro show.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraDizem que um filme estrangeiro quando concorre a melhor filme num Oscar, significa que é uma obra de arte. Roma, de fato é uma obra de arte. a Direção de Alfonso Cuarón, como sempre, transmite frieza e asperidade. O tom da narrativa é bem realista e consequentemente pessimista, com leves momentos, momentos brandos e alguns tensos.
A história de uma empregada, que passa por conturbados problemas na sua vida pessoal e profissional, parece até tema de novela mexicana, porém esta premissa no formato de longa metragem, bem produzido, foi algo excepcional para a realização deste filme. É revelado aqui, a realidade de quem esta abaixo da camada privilegiada social, em uma época de poderio militar de repressão. A falta de informação, de educação e de oportunidade e justiça, faz com que as camadas mais baixas se submetam a uma vida difícil, de opressão.
A atuação de Yalitza Aparicio como Cleo (empregada) é sutil, mas expressiva em determinados momentos de tensão, já que sua personagem é timida. A relação de Cleo com outros personagens é muito verdadeira. Sua patroa se mostra uma personagem real que essencialmente é boa, mas tem seus momentos de recaida moral cordial. Sua colega de emprego, promove cenas em que Cleo de fato expressa o que sente de forma livre, sem receio; sua relação com os outros é sempre passiva.
A falta de musicalidade ao acompanhamento narrativo, faz com que a ideia de solidão, seja reforçada de maneira seca. A ambientação dos anos 70, apesar de vezes não muito clara devido a paleta P&B, é na medida do aceitável bem verosímil, junto com o figurino. A filmagem é feita sempre como polo a personagem principal em planos abertos, e planos fechados indicam periculosidade ou tensão.
Pra muitos pode ser um filme político-partidário, mas é uma constatação da realidade que afeta as pessoas mais pobres. O filme Roma se passa num período conturbado pós fraudes eleitorais, em detrimento da maior autonomia do governo mexicano em relação ao afastamento do EUA. Nestes momentos o pobre escolhe um lado, o da repressão e consentimento ou da expressão contrária. Todo este panorama, faz parte do filme não apenas como debate político, mas como análise das relações sociais que um entrave deste pode influenciar.
O filme Roma é interessante para quem gosta de história e sociologia, porque te da um exemplo de fatos que poderia haver ocorrido no período chamado Guerra Suja. Além disto, nos traz uma realista história de sobrevivência social.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraA primeira grande surpresa do filme, foi nos primeiros minutos, descobrir que um dos personagens principais é a Lady Gaga. Sim, apesar de além de cantora ela ser atriz, não estamos acostumados com ela atuando. E ainda além, são raros cantores/atores, que de fato são sucedido em ambos os trabalhos. Este filme prova que Lady Gaga, atua tão bem quanto canta. Se ela ganhar um Oscar, será muito merecido. Talvez algo que ajudou na sua interpretação, foi o fato de ela atuar no ambito do seguimento que ela já trabalha; este universo das grandes estrelas, não poderia ser mais compreensivo do que para uma delas.
A premissa do filme teria tudo para levar a narrativa para momentos pobres e clichês, de filmes musicais de seção da tarde. Porém, temos uma narrativa totalmente voltada para a depreciação e a não-romantização da carreira de um astro. Enquanto uma estrela esta em ascensão outra esta prestes a cair do céu. Esta dicotomia, leva ambos os personagens a se conflitarem numa linha tênue o suficiente para contrastar as fases da carreira de um artista.
Há problemas com a narrativa do filme. Muitas vezes é comprometida pela enfase em ideias repetitivas; você sabe que algo esta prestes a acontecer, porém o filme insiste em reforçar tal indicação. Perde muito tempo tentando estabelecer um clímax para contrapor e gerar o conflito, sendo que a degradação do relacionamento de ambos personagens poderia ser melhor explorada.
As musicas são muito emocionantes. Eu não sei quais são originais, quais são composições já existentes, mas dependendo de qual for a musica, é provável que o filme ganhe um Oscar nesta categoria. Eu fico muito feliz, quando a direção insere musicas que realmente tem ligação com o momento do filme. Muitos filmes cagam para isto, colocam letras que ao menos representa o momento que esta vivendo um personagem. Este aspecto de fidelidade, é muito importante para um drama.
Este é um filme memorável, explora temas profundos sobre depressão, vícios, e fama. Eu gostaria que o filme tivesse explorado melhor a relação familiar de Jack e seu irmão a respeito de seu pai; ele dos deixa um ar para imaginação, o que é bom, mas seria legal ver e entender melhor o que se passava entre eles. Não sei se Bradley Cooper (Jack), ganharia um Oscar, mas sua interpretação foi muito boa, em especial os momentos menos lúcidos, que exige mais criatividade e personalidade.
"Nasce Uma Estrela", é um filme notável, real e emocionante, vale a pena assistir.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraEstilo romance francês, não faz muito meu tipo. Não sei muito o que dizer, mas não foi grande coisa. Algo que me chamou atenção, foi a atuação de Joanna Kulig, digna de Oscar, realmente foi a melhor atá agora. Tem um diálogo super irônico que a personagem diz sobre como matou seu pai. Ela diz: "estávamos sós, ele chegou encima de mim, pensando que eu era minha mãe, mas eu mostrei pra ele com uma faca que não era ela". É Genial"!
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
3.9 457 Assista AgoraEste é mais um daqueles filmes que me fizeram chorar. Impressionante como um filme clichê e que aparentemente seria infantil pode transmitir tanta emoção. Uma realise de uma das mais icônicas animações da Disney.
Primeiro aspecto que se destacou com certeza foram os efeitos visuais da composição dos personagens. Em vários momentos eu me peguei lembrando do desenho antigo do Ursinho Pooh, e da fidelidade da representação, dos trejeitos, do cenário, etc. Todos personagens estão muito fieis, mas o Urso Pooh ta extremamente "cut cut". As cenas mais emocionantes são compostas quando sua inocência contrasta com a maturidade de Christopher, é de partir o coração ver um adulto revelando de forma abrupta a realidade para um ursinho de pelúcia hahhah.
É legal ver os personagens que sempre foram infantis, num espectro conflitante com o mundo real com o mundo adulto. Christopher representa o típico homem que abandonou a infância e o encanto pela imaginação; como consequência sua vida frenética com o trabalho o colocou quase numa posição de antagonista na primeira metade do filme. Isto é um motor para a comoção como o filme.
A mensagem que o filme passa é muito atual, e quem sabe até de praxe para os filmes da Disney, mas a forma como tudo é orquestrado, é muito singular. Não há esforço narrativo para transmitir a mensagem, singelos momentos revelam o quão poderosa é a inocência e como que ela pode destruir um homem feito, e torna-lo criança novamente.
Fé Corrompida
3.7 375 Assista AgoraMinimamente tímida, a narrativa do filme é cautelosa, expõe diálogos excelentes, diálogos longos, que são o ponto chave do filme. No decorrer do drama, se percebe possíveis caminhos pelo qual ele poderá seguir, porém sinais, pistas, são colocadas para instigar as deduções do publico.
O tom frio polarizante do filme, nos faz acostumar com o aspecto seco dos acontecimentos. As personagens são bem desenvolvidas são funcionais e convincentes. Com destaque, claro, para o papel de Ethan Hawke que interpreta o Reverendo, pela sua entrega e absorção do peso que é ser um líder religioso que desliza entre tomar uma atitude e ser relutante.
O peso da culpa recai todo sobre Toller, ele se sente responsável pelo que acontece, pela relação que sua igreja tem com a empresas que promovem exploração em massa. Isto o transforma num potencial ativista, que comprou a ideia de um homem, por ter tomado suas dores. Esta vontade e consciencia o faz flagelar-se psicologicamente e quem sabe até mais além (não quero dar spoilers)
Podemos fazer um paralelo com o sentimento dos grandes reformadores da igreja, ou então dos intelectuais contra o poder absolutista. Assim como estes o sentimento de revolta no Reverendo ascendeu como um vulcão, imparável e incontrolável. Sua disposição em fazer algo para mudar a realidade foi tamanha, que poderia dizer que seu corpo se tornou uma representação do planeta terra, no qual sua sentença era de fato a morte, até que algo o convencesse e que valia a pena viver. Isto vc vai descobrir se assistir ao filme completo e com atenção.
Este filme é um calabouço de questionamentos. Calabouço porque a mensagem aqui contida ainda não é levada a serio. Em meio a um mar de vozes, o Reverendo Toller encontra um homem, que planta uma semente na sua mente. Nisto temos uma figura religiosa, entrando em conflito consigo e com sua comodidade perante a destruição da natureza, esta mesma, cujo qual Deus anuncia suas obras e pela qual ele é glorificado.
Bao
4.2 197 Assista AgoraEste curta segue a linha padrão dos curtas da Pixar. A mensagem é simples e poderosa, é super divertido e engraçado. Trata-se do aceitar o estado natural das coisas, de que nada dura pra sempre como nós queremos, porque as relações evoluem, as pessoas mudam
Fera
4.2 90O curta, apresenta dois personagens, garotos aparentemente pobres, que possuem personalidade que no senso comum seriam vistos como mal educados e malvados.
Porém no decorrer da tarde em que passam juntos, e devido a uma tragédia, podemos perceber, que na verdade eles não tinham a consciência má, mas eram até então inocentes quanto a experiencia de conhecer a aparência do mal. Como vimos isto pode ter um efeito psicológico devastador.
Z Nation (4ª Temporada)
3.5 50Esta temporada foi de longe a mais consistente. Eu só achei o final, meio cagado. Vamos pra 5º agora ver o que acontece.
O Primeiro Homem
3.6 649 Assista AgoraSendo até então a melhor representação cinematográfica sobre a ida do homem a lua, First Man, conta com uma abordagem dramática pulsante. Ao passo que Neil Armstrong é pressionado metaforicamente e fisicamente pela sua missão, ainda tem que lutar com a perda de sua pequena filha.
O filme foca no drama e na tensão provocado por estes eventos, mas nisto junto com sua extensa duração, acaba tirando um pouco do ritmo do filme, poderia ter sido um pouco menor do que 2h20 minutos.
Contudo, o filme cumpre seu papel tecnico com sua ótima montagem e efeitos visuais. É um forte candidato para as categorias indicadas.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraO roteiro aqui é bem interessante, o andamento é muito intenso, o filme não perde o ritmo, é bem equilibrado no que diz respeito a construção narrativa. Os personagens não são tão interessantes, a não ser Regan, a garota filha do casal do filme, que possui deficiência auditiva. O filme estabelece uma relação intrínseca ente ela e o pai, que de certa forma vai refletir no decorrer da trama.
O filme é tenso e intenso, emotivo no momento certo, perde muito devido a excesso de repetições de recursos narrativos, por promover soluções escapistas comuns em filmes de terror, e principalmente pelos furos no roteiro.
No mais, o filme tem um final agradável e vibrante, que certamente vale pelo filme todo. O filme é uma historia de laços, aceitação, motivação para sobreviver e sobre o quanto cada ser humano pode ser útil para um bem em comum.
O Mau Exemplo de Cameron Post
3.4 319 Assista AgoraO filme nos revela de forma árida, a dificuldade de aceitação e auto aceitação por parte de jovens homossexuais. A construção da atmosfera dramática se volta para o conflito que há entre o não ser aceito e o se sentir aceito. Justamente, porque o filme estabelece esta dicotomia; ao passo que os personagens vão se sentindo curados, percebem que estão mentindo para si mesmos.
Pode ser interpretado como uma dura crítica a proposta de "cura gay". Todos em nome na moral e da tradição. No mais, gostei do tema, porque é ultra-necessário, tendo em vista que muitos jovens sofrem e até tiram suas próprias vidas, por não aguentar a pressão dos julgamentos.
Recomendo. Porém, não para preconceituosos; estes vão odiar o filme kkkk. Mas se vc tem o mínimo de empatia, creio que vai considerar o filme.
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraEu só tenho uma coisa a dizer!!! Que fotografia deste musical... as musicas então nem se fala!!!
Uma Dobra no Tempo
2.3 329 Assista AgoraMais um pra lista de porcarias da Disney kkkkk. Velho??? Que a Opra ta fazendo neste filme?? heuheuhehu
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 942 Assista AgoraFilme super realista e tenso. Atuações muito acima da média. Uma ótima representação da corrupção que há por de trás do crime.
Maria Madalena
3.4 166 Assista AgoraApesar de não tão fidedigno ao texto bíblico, este filme me pareceu uma tentativa de reajustar o papel e a importância de Maria Magdalena para o evangelho de Cristo, na visão católica cristã. Há um breve período de tempo, o Papa reconheceu Maria como uma apostola entre os apóstolos.
Como filme, a apresentação da personagem atuando como uma protagonista da história, é feita com grande sucesso. Há sentimento, a comoção, e inclusive alguns simbolismos que eu consegui captar, em relação ao sacrifício de Cristo, com o comercio do templo. Foi interessante, ver por este lado.
15h17: Trem Para Paris
2.6 139 Assista AgoraQue filme magnifico!!! Perfeito!!! Sensibilidade, e narrativa perfeita. É assim que se conta uma história. Basicamente o diretor pegou um evento de algumas horas, e traçou uma linha de como os personagens chegaram até aquele ponto; as decisões que tomaram, sobre sua carreira, sobre a escola, sobre suas férias. Show!!!
Os Incríveis 2
4.1 1,4K Assista AgoraQuem mais concorda que a melhor coisa do filme foi o Zézé?
Os Incríveis 2
4.1 1,4K Assista AgoraAqui foi usada a mesma formula do primeiro filme de 2004. Mas desta vez, o diretor não economizou no humor
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KFoi uma ótima ideia este lançamento. Não há nada de revolucionário no conceito, porém o marketing por trás do projeto, pode fazer com que se abra uma nova categoria de filmes.