Ao falar deste filme, geralmente se fala sobre as diversas polemicas envolvidas. Mas eu não vou entrar nesta questão por falta de conhecimento histórico sobre o tema, no caso sobre o período do Regime Militar que se passa o filme. Falando sobre o filme em si: é um longa com uma boa produção, um ótimo elenco, que remonta parte da história de um guerrilheiro urbano chamado Carlos Marighella. A personagem aqui possui uma obstinação por justiça, ao ponto de tentar promover uma luta armada contra o regime. Este senso de perigo, de que a qualquer momento a personagem pode ser pego e morto, é o que sustenta narrativamente a trama. Mas só sentimos está preocupação pois estamos partindo da perspectiva do próprio personagem, o que seria diferente, se fosse através da visão dos seus inimigos. O que eu digo parece coisa obvia, mas é fundamental para decidir no filme quem é o vilão e quem é o herói. A narrativa em um filme tem este poder de te convencer através do romantismo de que o inimigo é o outro. Mas novamente, não estou fazendo juízo de valor sobre a personagem, estou apenas elucidando o poder da narrativa.
Uma versão zumbi de Esquadrão Suicida??? Sim!!! kkkkkk Olha, não é um filme ruim, mas cai nos mesmos artifícios baratos que já estamos acostumados em filmes do gênero. Eu esperava que o filme se levasse um pouco mais a sério, que os personagens tivessem uma história e conexão mais forte. Esteticamente lembra um pouco Evil Dead, com o uso de equipamentos e armas criativas para matar zombies. Mas essa fantasia causa um contraste muito estranho com as tramas reais que o filme tenta desenvolver, como por exemplo do pai e da filha que se afastaram após um acontecimento especifico. O filme inventa as desculpas mais cabulosas pra tentar criar uma conexão entre os dois personagens, e passa a se levar muito a sério.
Uma das melhores Live Actions da Disney e talvez a melhor historia de origem de uma vilã da Disney, a outra é da Angelina Jolie, que é horrível. Já pode anotar aí: Cruella concorrendo aos principais premiações nas categorias técnicas de Cabelo e Maquiagem; Figurino e Direção de Arte.
Uma copia barata de Janela Indiscreta? Mais ou menos. Mas é um filme interessante que creio ter algumas referencias ao cine terror dos anos 60. Preciso ver novamente.
O filme não consegue engrenar nenhuma dos contextos aqui, e acaba fazendo uma salada que olha... foi difícil de continuar vendo.
O filme fica cada vez mais maluco, fazendo o público de trouxa ao propor resoluções do roteiro que até uma criança duvidaria.
No filme o elenco todo está pessimo, com excessão de John Bernthal que faz o policial e Medina Senghore que faz sua mulher. Estes dois personagens são os que protagonizam as poucas cenas boas deste filme. John é ok, fazendo um policial engajado, preocupado com sua comunidade. Mas este Medina estava muito boa no seu papel; com sua personagem fodona, protagonizou as duas melhores cenas de todo o filme.
No elenco principal temos a Angelina Jolie, que entrega mais uma atuação baixo nível. Tá certo que sua personagem é ruim, os diálogos são cheios de frases de efeito, mas nada justifica uma atuação ruim. A impressão que deva toda hora é que ela tava de saco cheio daquilo lkkkk.
Na vilania temos um ator que é bom mas não recebeu um personagem a altura; estou falando de Aindan Gillen, que faz um dos assassinos enviados para matar o garoto. Seu personagem aqui passa do ponto do profissionalismo, e deixa passar aquela vilania exagerada, ao ponto de tomar decisões sem nexo, apenas para mostrar o quão mau ele é. Isto tem culpa total do roteiro. Como uma organização criminosa manda apenas dois caras para matar um garoto? Os caras são profissionais e ainda passam toda dificuldade do mundo pra cumprir a missão. Isto me lembrou muito este filme aqui: [“Denis o Pimentinha”]. Ou este aqui: [“101 Dalmatas”].
Olha, o roteiro é escabroso... Eu tive uma dificuldade muito grande de continuar assistindo isto, mas eu fui forte vi até o fim!
Aqueles Que Me Desejam a Morte tem um titulo muito bonito, isto não tem como negar, mas o filme... o filme é um desastre. Então se você está pensando em assistir este filme neste fim de semana, esquece, não vale a pena!
Só eu que achei a fotografia muito pesada, escura e opaca? Parece que o filme foi produzido nos anos 90. É uma biografia muito densa, muito longa e que não sabe contextualizar corretamente; isto porque o filme tenta criar vilões em personagens e não no próprio governo. Os personagens são mal escritos.
O que valeu neste filme foi conhecer melhor o outro lado de Billie Holiday na interpretação da Andra Day. E que voz esta mulher tem viu, ficou muito parecida com o timbre da cantora verdadeira.
O filme produzido pela própria Sony, ficou sob o comando do diretor Paul Anderson, que trabalhou no roteiro e direção dos filmes do Resident Evil. O diretor é mais um caiu na maldição dos filmes baseados em jogos. O filme é com certeza um dos piores que vi neste ano. A produção artística não chega a ser ruim, mas o roteiro, beira o ridículo.
No elenco principal temos a atriz Milla Jovovich, que fez algum sucesso com filmes de ação no inicio da década passada. Aqui ela da vida a Artemis, uma tenente do exercito que vai parar em um outro mundo habitado por monstros. Lá ela encontra um caçador de monstros interpretado pelo ator de filmes de luta tailandês Tony Jaa, que ficou famosos na trilogia Ong Bak. Os dois então se juntam pra tentar sair daquele local.
Esta premissa, além de deixar o filme extremamente lento, deixa o filme desinteressante e faz o elenco também ser desvalorizado. A Milla até que fisicamente se sai bem e ganha um pouco de presença na tela, mas o ato Tony Jaa que tem um potencial enorme para cenas de luta é totalmente desperdiçado com uma péssima direção. As coreografias de luta são mais simples do que eu esperaria e os excesso de cortes e câmera tremida deixa o que já estava ruim, desastroso.
Outro ator que teve seu personagem mal aproveitado foi Ron Perlman, nosso eterno Hell Boy. Seu personagem, O Almirante tem um grande potencial que não é muito explorado, e temos apenas um gostinho de um personagem que poderia se incrível e muito mais interessante que o caçador.
O filme demora pra engrenar, e fica enchendo linguiça com uma desnecessária e interminável sequencia mal dirigida de luta entre a Tenent e o Caçador. Mesmo quando os personagens enfim se unem para se ajudar, a coisa parece não ir pra frente. Tecnicamente o filme é todo deformado, todo picotado, uma montagem mal feita, muita câmera tremida, muito zoom desnecessário, enfim... muito difícil de ver. Os efeitos especiais em um determinado ponto do filme até compensam os efeitos do resto do filme. Existe uma sequência de ação envolvendo um dos monstros que visualmente ficou até interessante.
Monster Hunter, como já esperado, seria um filme genérico de ação, mas não imaginei que seria tão ruim assim. Eu sinceramente salvaria pouca coisa neste filme. Mas o que de fato a decisão no roteiro que levou o filme a ser ruim, foi querer desenvolver a história do zero, sem criar simpatia pelos personagens. O ideal, seria ao invés de tentar criar um universo do zero e aos poucos, seria já introduzir o público ao universo de mostros de forma mais energética, com mais personagens, vilões, outros heróis, quem sabe uma sociedade.
O filme perdeu muito tempo tentado provar o valor da personagem da Milla, tentado torna-la fodona e desperdiçando um mundo que poderia ser incrível. Termina indicando uma possível continuação, mas eu acho que dificilmente eles vão dar continuidade a este projeto, se o feedback do público for o mesmo do meu.
Bom, eu não tenho coragem de indicar este filme nem para entretenimento básico, até porque é cansativo e vai te fazer passar muita raiva.
Mano, filme pesadíssimo. Neste filme você pode notar como existia uma forte maquina do estado que sempre s voltava contra o negro, direta, ou indiretamente. Se corria, o bicho pegava, se ficava o bicho comia.
Palmer é um filme que conseguiu arrancar algumas lágrimas. Eu chorei de raiva, não pelo filme mas pelo que o filme me fez ver. Se eu chorei, com certeza você também vai chorar assistindo Palmer.
De cara parecia um filme genérico em que um jovem tem que aprender a ser um cara legal com a sua avó do interior. Porém para minha surpresa o filme extrapolou o que seria um filme de sessão da tarde, e transformou em uma história extremamente comovente. Grande parte do mérito da emoção que este filme nos causa, se deve ao Justin Timberlake. Cantor e ator, Justin impressiona com sua sensibilidade para captar a essência do personagem.
Contracenando com ele temos o ator mirin Ryder Allan, que já se mostra pra mim um prodígio para o cinema. Seu papel é Sam, um garoto que sofre bullyng por gostar de coisas tidas socialmente de meninas. Além disto, a criança tem que lidar com uma mãe viciada e um padrasto que a agride.
Uma das melhores coisas deste filme, é a relação destes dois personagens. Eles parecem muito entrosados na história. Um bom roteiro, uma boa direção, e atores que se dedicam de fato ao seu personagem, podem fazer um filme simples se tornar grande. Isto o que acontece com o filme Palmer.
O filme levanta conflitos que são apenas gerados mas não resolvidos. Aparece um problema que muda completamente o clima do filme, mas no fim não foi um conflito que recebeu uma devida resolução. Estes arcos e conflitos que o filme acaba sobrepondo, é exatamente o que torna o roteiro com alguns buracos e fazem o foco narrativo perder a força.
Eu gostaria de que o filme reconstruísse um pouco mais o passado de Palmer. No fim o que de fato é interessante neste filme e chama a atenção, nem é a história de Palmer, mas a vida de Sam e sua relação com Palmer.
Palmer é um filme muito emocionante. Se você não chorar de tristeza, com certeza vai chorar de raiva, assim como eu.
Galera, sinto muito, mas eu gostei bem mais dos filmes de Scorsese sobre mafia do que este clássico. Não estou entrando no mérito de qualidade, mas de gosto mesmo. Não sei se vi errado, pois todo mundo que eu conheço dá nota máxima pra este filme, mas eu não consigo dar mais de 4 estrelas
O filme em sua introdução utiliza de um recurso narrativo semelhante ao que se usa em filmes de terror. Mostra uma menina em um ambiente inóspito sendo perseguida por um suposto assassino. É um bom recurso introdutório, mas nem sempre ele é eficiente na trama. No caso do filme em questão é uma cena importante.
O filme segue uma linha do tipo investigativa, somos ignorantes frente aos fatos, e vamos desvendando os mistérios junto com os personagens. Nisto o filme acerta na construção do mistério acerca do assassino. O filme do início ao fim nos dá pistas sobre os casos, que são difíceis de captar, mas depois que você nota certas coisas, ficam mais claras. A riqueza de informações e de detalhes na mise-em-scéne contribui para a nossa melhor percepção sobre os eventos do filme.
Vivendo o policial Joe, Denzel Washington não decepciona em seu papel. Seu personagem é cheio de camadas, obstinado e teimoso, ele carrega consigo uma vontade incomum de capturar o assassino. Jared Leto vivendo na pele de Albert Sparma, que é um dos suspeitos de ser assassino manda muito bem. Sua indicação ao Golden Globe como melhor ator em filme de drama foi justa, pois aqui o ator mesmo não tendo tanto tempo de tela, impressiona pela forma como cria um personagem sádico e debochado. É um personagem que tiraria qualquer pessoa do sério.
Bom, e como nem tudo é perfeito, tive a infelicidade de ver neste filme Rami Malek, aquele ator que fez o filme do Freddie Mercury e faz a série Mister Robot. Bom, o problema nem é atuação, mas a escolha do ator para o papel. Na minha opinião Rami Malek jamais daria certo com o papel. O personagem que ele faz, o delegado Jim Baxter, é um personagem que exige presença física, brutalidade, e um pouco de ignorância. O ator aqui é totalmente oposto disto. Tinha que ser um ator tipo Russell Crowe ou Viggo Mortensen.
O filme no primeiro ato desenvolve com calma cada personagem. O problema é quando as coisas ficam mais intensas. O roteiro extrapola o bom senso na minha opinião. Os personagens começam a tomar atitudes burras que nenhum profissional investigador faria. A partir daí, a resolução do filme caminha para ser um final fraco. Mas como se trata de um suspense, existem algumas coisas que passam a adotar um sentido, e as coisas ficam mais interessantes. O filme trata de temas mais profundos do que aparente.
Questões como; a culpa por erros cometido, quando seu trabalho se torna pessoal, e sobre como nossas certezas e obstinações podem enganar a razão. The Little Things é um suspense interessante que acerta ao carregar de forma subjetiva questionamentos acerca da culpa. Mas erra na escolha do elenco e erra ao tentar subestimar a inteligência do público.
Sob a direção de Paul Greengrass, o filme se trata de um western que possui elementos de aventura, drama e claro uma pitada de ação. Na pele de Capitão Kidd, Tom Hanks parece muito a vontade com seu personagem. Capitão Kidd tem uma função narrativa quase de espectador. Ele aqui se torna um espectador da história, pelo fato de que os valores morais do personagem, são tão próximos dos nossos que não demora para sentirmos empatia por ele.
Mas quem realmente ganha destaque neste filme com uma bela interpretação é a atriz alemã Helena Zengel, que se passa pela Johanna. No filme ela é uma menina órfã que foi criada com os índios americanos. Esta premissa, nos concede momentos muito singelos entre ela e o personagem de Tom Hanks. Na jornada para levar Johanna para seus parentes, ambos desenvolvem uma amizade que aparenta ser muito sincera. O choque da língua e da cultura diferente de cada um, influencia muito a evolução desta relação. Através dos diálogos, o filme consegue valorizar momentos específicos, ao mesmo tempo destacar a língua indígena.
É legal como o filme valoriza também os espaços abertos com diversos tipos de lentes e enquadramentos. Em alguns momentos se usou efeitos especiais um pouco exagerados para meu gosto, mas de uma forma geral, a aventura proposta aqui passando por vários cenários e cidades nos insere devidamente na atmosfera.
O filme possui um bom andamento, com bastante ação, mesclada com um drama mais visual. As cenas de ação carregam uma tenção muito evidente, justamente porque existe uma preocupação em tornar estas cenas mais verídicas do que seriam em um filme convencional de aventura. Apesar disto, o filme desperdiça tempo na tentativa de reforçar um argumento que já estava claro. Capitão Kidd sabia do horror da guerra, e sabia muito bem que os fantasmas ainda assombravam, ainda existiam pessoas que não saíram da guerra. Percebi uma falta de criatividade do roteiro ao tentar resolver algumas situações. Pra isto o filme usa de diversos escapes baratos para livrar os personagens de algum perigo.
A resolução deste filme é otimista, mas ao mesmo tempo reflexiva. O filme toca no sangrento e obscuro período de massacre indígena na américa. Nisto o filme carrega um tom de luto pela guerra, pelas mortes, você vê isto nos personagens.
News of the World é uma aventura que sob o plano de fundo do pós-guerra, desenvolve a amizade quase que filial de um homem branco e uma criança de alma indígena, que apesar de alguns exageros gráficos e da superestimação de momentos escapistas, me ganhou pela rica e singela estória.
Dirigido pelo experiente diretor Ramin Bahrani, que também dirigiu o interessantíssimo “99 Homes” de 2014, também foi o responsável na criação do roteiro deste filme. A história se baseia no livro do escritor Aravind Adiga, e explora de uma forma bem abrangente a cultura indiana, e a relação das classes sociais entre ricos e pobres.
Balram, interpretado pelo carismático Adarsh Gourav, é um personagem muito interessante. Ele passa aqui no filme por diversos embates morais e éticos; conforme ele vai perdendo sua inocência em relação ao mundo e as pessoas, Balram parece ser influenciado pela crueldade do mundo.
A construção deste personagem ressoa sobre o problema da desigualdade entre as classes sociais na Índia. Se trata aqui de um argumento em relação a como as atividades ilícitas, a falta de escolaridade e falta de uma democracia solida, faz com que a pobreza seja perpetuada no país. O personagem tem que lidar com vários tipos de pessoa, desde patrões corruptos que o humilham das piores formas, até com patrões que acabam se tornando amigos.
Narrativamente este filme é um pouco complicado, pois na tentativa de ditar um ritmo mais dinâmico entre as cenas, consegue manter o ritmo mas perde um pouco o tom ao transitar muito no drama e na comédia. Nisto o filme parece limitar o potencial dramático do personagem Balram, porque a gente não percebe nele uma transformação tão clara em relação aos seus sentimentos de ganancia, ódio e descontentamento. Seus sentimentos não parecem casar tão bem com suas atitudes.
Esteticamente gostei bastante do visual do filme, da valorização e do contraste de cores quentes e frias. Os enquadramentos também acompanham bem o fluxo narrativo. E é legal também ver que a produção tem ótimas tomadas mostrando a arquitetura, a vivencia das mais variadas tipos de pessoas na índia. O filme dá quase um 360 em toda a India, de tanta referência cultural que apresenta.
E a grande sacada aqui deste filme é que ele não faz juízo de valor sobre as atitudes dos personagens. Eu creio que parte do argumento, é passar a ideia de que a criminalidade, o roubo, a ganancia é fruto de um ciclo gerado pela desigualdade. Isto é bem controverso, mas no filme ninguém aqui é inocente, todo mundo quer tirar uma casquinha, todo mundo acaba sendo um potencial corrupto.
The Tiger White é um filme indiano que me surpreendeu pela ousadia de tratar de forma tão cínica, os problemas sociais que a India enfrenta. Erra um pouco no tom, ao tentar conciliar narrativas, gerar conflitos a mais, não definir muito bem a idoneidade de seus personagens, mas é um filme que vale a penas ser visto, pois é divertido e explora uma temática importante.
Só pela cena do parto esta atriz Vanessa Kirby já merece uma indicação ao Oscar. Vocês tem noção como deve dar trabalho fazer o papel de uma mulher grávida dando a luz?
O filme que é fruto de experiências pessoais da roteirista do longa Kata Weber, acompanha o trauma de uma mãe ao perdeu no parto sua recém nascida. Logo de cara somos introduzidos em uma impressionante tomada de mais de vinte minutos, em que a câmera acompanha todo o trabalho de parto até a morte da criança.
Esta primeira cena do filme é eficiente pelo impacto de dar a certeza ao espectador que a vida daqueles pais a partir dali seria destruída. Assim o filme foca toda sua narrativa entorno do incidente, se dividindo na perda judicial do caso e ao mesmo tempo revelando as consequências da tragédia na vida do casal.
A personagem principal Martha, interpretada pela inglesa Vanessa Kirby, sendo tratada pelo roteiro não apenas como uma mãe que teve uma perda, mas uma mãe que sofreu um choque tão profundo, que a frieza sentimental tomou conta de si. Nisto Vanessa Kirby trabalha com sua personagem muito mais os trejeitos, os olhares de desprezo, os sorrisos de deboche, o franzir que expressa raiva. Como a personagem se torna apática em certo nível, esta não é uma atuação tanto de diálogos mas de expressões faciais e corporais.
Mas não é apenas atriz principal que faz um ótimo trabalho, mas todo o elenco funciona em seus personagens. Shia LaBeoulf recupera sua credibilidade aqui, e prova que é um baita ator. Com este papel ele pode ter uma chance de concorrer como melhor ator coadjuvante neste próximo Oscar, quem sabe. Seu personagem, Sean, o pai da criança, faz o típico homem bruto, machista, que não sabe lidar com seus próprios sentimentos.
A atriz que faz a mãe de Martha, Ellen Burstyn, também prova toda sua grandeza e faz jus aqui a seu nome. A atriz tem um monólogo emocionante em um ponto alto do filme. A sua personagem faz aquela mãe que coloca seus desejos na vida de suas filhas. Enquanto Martha não se ve em condições psicológicas nem a vontade de ficar correndo atrás do caso em que incrimina a parteira, sua mãe então toma esta frente.
As composições das cenas neste filme utilizam de planos bem fechados propositalmente para transmitir aquele sentimento de claustrofobia, aquela sensação de desconforto. Isto se torna totalmente eficiente na cena do parto, já que o diretor dedicou toda produção em efeitos práticos, muitos e muitos ensaios para que a tomada ficasse da forma que queria. Existe também todo um simbolismo com elementos como pontes e macieiras, biscuis. Por exemplo, nas primeiras cenas o filme premedita os acontecimentos ao mostrar um bebe de confeitaria de enfeito no bolo. Na imagem o bebe esta meio que saído de uma placenta.
Falando da narrativa mesmo as mais de duas horas do filme não me cansaram nem um pouco. Acredito que o bom ritmo se da pelo fato de que existe uma expectativa em saber até onde vai todo este luto da família, onde que vai terminar o luto desta mãe. Existe também uma forte apreensão em cada atitude que um personagem toma. Este filme definitivamente vai com certeza pegar pessoas que passaram por alguma experiência parecida. Isto porque existe um realismo na forma como é passado as emoções, como é desenvolvida as atitude de alguns personagens.
O filme desenvolve este trauma através de pequenos conflitos entre o casal e entre a família que ficam cada vez maiores ao ponto de trazer consequências irreversíveis. E neste contexto o filme cria seu argumento. A ideia do filme além de mostrar o luto de uma mãe, se propõe a resolver a questão, levando a personagem aos poucos recuperar seus sentimentos, e sair deste momento pós traumático. Então podemos dizer que Pieces of a Woman é um filme pesado, realista, mas que ao mesmo tempo apresenta um otimismo em sua resolução.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraAo falar deste filme, geralmente se fala sobre as diversas polemicas envolvidas. Mas eu não vou entrar nesta questão por falta de conhecimento histórico sobre o tema, no caso sobre o período do Regime Militar que se passa o filme.
Falando sobre o filme em si: é um longa com uma boa produção, um ótimo elenco, que remonta parte da história de um guerrilheiro urbano chamado Carlos Marighella. A personagem aqui possui uma obstinação por justiça, ao ponto de tentar promover uma luta armada contra o regime.
Este senso de perigo, de que a qualquer momento a personagem pode ser pego e morto, é o que sustenta narrativamente a trama. Mas só sentimos está preocupação pois estamos partindo da perspectiva do próprio personagem, o que seria diferente, se fosse através da visão dos seus inimigos.
O que eu digo parece coisa obvia, mas é fundamental para decidir no filme quem é o vilão e quem é o herói. A narrativa em um filme tem este poder de te convencer através do romantismo de que o inimigo é o outro.
Mas novamente, não estou fazendo juízo de valor sobre a personagem, estou apenas elucidando o poder da narrativa.
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
2.8 954Uma versão zumbi de Esquadrão Suicida??? Sim!!! kkkkkk
Olha, não é um filme ruim, mas cai nos mesmos artifícios baratos que já estamos acostumados em filmes do gênero. Eu esperava que o filme se levasse um pouco mais a sério, que os personagens tivessem uma história e conexão mais forte.
Esteticamente lembra um pouco Evil Dead, com o uso de equipamentos e armas criativas para matar zombies. Mas essa fantasia causa um contraste muito estranho com as tramas reais que o filme tenta desenvolver, como por exemplo do pai e da filha que se afastaram após um acontecimento especifico. O filme inventa as desculpas mais cabulosas pra tentar criar uma conexão entre os dois personagens, e passa a se levar muito a sério.
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraUma das melhores Live Actions da Disney e talvez a melhor historia de origem de uma vilã da Disney, a outra é da Angelina Jolie, que é horrível. Já pode anotar aí: Cruella concorrendo aos principais premiações nas categorias técnicas de Cabelo e Maquiagem; Figurino e Direção de Arte.
A Mulher na Janela
3.0 1,1K Assista AgoraUma copia barata de Janela Indiscreta? Mais ou menos. Mas é um filme interessante que creio ter algumas referencias ao cine terror dos anos 60. Preciso ver novamente.
Se Algo Acontecer... Te Amo
4.2 356Um curta menor que sem diálogo e com poucos rsicos consegue te fazer engolir seco.
Aqueles que me Desejam a Morte
2.8 255 Assista AgoraO filme não consegue engrenar nenhuma dos contextos aqui, e acaba fazendo uma salada que olha... foi difícil de continuar vendo.
O filme fica cada vez mais maluco, fazendo o público de trouxa ao propor resoluções do roteiro que até uma criança duvidaria.
No filme o elenco todo está pessimo, com excessão de John Bernthal que faz o policial e Medina Senghore que faz sua mulher. Estes dois personagens são os que protagonizam as poucas cenas boas deste filme. John é ok, fazendo um policial engajado, preocupado com sua comunidade. Mas este Medina estava muito boa no seu papel; com sua personagem fodona, protagonizou as duas melhores cenas de todo o filme.
No elenco principal temos a Angelina Jolie, que entrega mais uma atuação baixo nível. Tá certo que sua personagem é ruim, os diálogos são cheios de frases de efeito, mas nada justifica uma atuação ruim. A impressão que deva toda hora é que ela tava de saco cheio daquilo lkkkk.
Na vilania temos um ator que é bom mas não recebeu um personagem a altura; estou falando de Aindan Gillen, que faz um dos assassinos enviados para matar o garoto. Seu personagem aqui passa do ponto do profissionalismo, e deixa passar aquela vilania exagerada, ao ponto de tomar decisões sem nexo, apenas para mostrar o quão mau ele é.
Isto tem culpa total do roteiro. Como uma organização criminosa manda apenas dois caras para matar um garoto? Os caras são profissionais e ainda passam toda dificuldade do mundo pra cumprir a missão. Isto me lembrou muito este filme aqui: [“Denis o Pimentinha”]. Ou este aqui: [“101 Dalmatas”].
Olha, o roteiro é escabroso... Eu tive uma dificuldade muito grande de continuar assistindo isto, mas eu fui forte vi até o fim!
Aqueles Que Me Desejam a Morte tem um titulo muito bonito, isto não tem como negar, mas o filme... o filme é um desastre. Então se você está pensando em assistir este filme neste fim de semana, esquece, não vale a pena!
Aqueles que me Desejam a Morte
2.8 255 Assista AgoraOlha, sinceramente temos um forte candidato a estar na lista dos piores do ano.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KFilme feito pra fã. Porém, mesmo não sendo fã, eu consegui ver o filme numa tacada só.
White Eye
4.0 49Mesmo que o final tenha sido impactante. Ainda sim achei que ele não pagou o suspense.
Estados Unidos Vs Billie Holiday
3.3 150 Assista AgoraSó eu que achei a fotografia muito pesada, escura e opaca? Parece que o filme foi produzido nos anos 90. É uma biografia muito densa, muito longa e que não sabe contextualizar corretamente; isto porque o filme tenta criar vilões em personagens e não no próprio governo. Os personagens são mal escritos.
O que valeu neste filme foi conhecer melhor o outro lado de Billie Holiday na interpretação da Andra Day. E que voz esta mulher tem viu, ficou muito parecida com o timbre da cantora verdadeira.
Os 7 de Chicago
4.0 579 Assista AgoraDaria uma boa sátira
Minari - Em Busca da Felicidade
3.9 545 Assista AgoraFilme bem sutil sobre a importância do cultivo de laços afetivos. É uma critica também a farça do sonho americano.
O menininho é a melhor coisa do filme, ri muito com o papel dele.
Monster Hunter
2.4 407 Assista AgoraO filme produzido pela própria Sony, ficou sob o comando do diretor Paul Anderson, que trabalhou no roteiro e direção dos filmes do Resident Evil. O diretor é mais um caiu na maldição dos filmes baseados em jogos. O filme é com certeza um dos piores que vi neste ano. A produção artística não chega a ser ruim, mas o roteiro, beira o ridículo.
No elenco principal temos a atriz Milla Jovovich, que fez algum sucesso com filmes de ação no inicio da década passada. Aqui ela da vida a Artemis, uma tenente do exercito que vai parar em um outro mundo habitado por monstros. Lá ela encontra um caçador de monstros interpretado pelo ator de filmes de luta tailandês Tony Jaa, que ficou famosos na trilogia Ong Bak. Os dois então se juntam pra tentar sair daquele local.
Esta premissa, além de deixar o filme extremamente lento, deixa o filme desinteressante e faz o elenco também ser desvalorizado. A Milla até que fisicamente se sai bem e ganha um pouco de presença na tela, mas o ato Tony Jaa que tem um potencial enorme para cenas de luta é totalmente desperdiçado com uma péssima direção. As coreografias de luta são mais simples do que eu esperaria e os excesso de cortes e câmera tremida deixa o que já estava ruim, desastroso.
Outro ator que teve seu personagem mal aproveitado foi Ron Perlman, nosso eterno Hell Boy. Seu personagem, O Almirante tem um grande potencial que não é muito explorado, e temos apenas um gostinho de um personagem que poderia se incrível e muito mais interessante que o caçador.
O filme demora pra engrenar, e fica enchendo linguiça com uma desnecessária e interminável sequencia mal dirigida de luta entre a Tenent e o Caçador. Mesmo quando os personagens enfim se unem para se ajudar, a coisa parece não ir pra frente.
Tecnicamente o filme é todo deformado, todo picotado, uma montagem mal feita, muita câmera tremida, muito zoom desnecessário, enfim... muito difícil de ver. Os efeitos especiais em um determinado ponto do filme até compensam os efeitos do resto do filme. Existe uma sequência de ação envolvendo um dos monstros que visualmente ficou até interessante.
Monster Hunter, como já esperado, seria um filme genérico de ação, mas não imaginei que seria tão ruim assim.
Eu sinceramente salvaria pouca coisa neste filme. Mas o que de fato a decisão no roteiro que levou o filme a ser ruim, foi querer desenvolver a história do zero, sem criar simpatia pelos personagens. O ideal, seria ao invés de tentar criar um universo do zero e aos poucos, seria já introduzir o público ao universo de mostros de forma mais energética, com mais personagens, vilões, outros heróis, quem sabe uma sociedade.
O filme perdeu muito tempo tentado provar o valor da personagem da Milla, tentado torna-la fodona e desperdiçando um mundo que poderia ser incrível. Termina indicando uma possível continuação, mas eu acho que dificilmente eles vão dar continuidade a este projeto, se o feedback do público for o mesmo do meu.
Bom, eu não tenho coragem de indicar este filme nem para entretenimento básico, até porque é cansativo e vai te fazer passar muita raiva.
Vingança em Dobro
2.5 5 Assista AgoraDe vez enquando a gente vê umas porcaria para dar uma estudada kkkkkkkk
Judas e o Messias Negro
4.1 517 Assista AgoraMano, filme pesadíssimo. Neste filme você pode notar como existia uma forte maquina do estado que sempre s voltava contra o negro, direta, ou indiretamente. Se corria, o bicho pegava, se ficava o bicho comia.
Palmer
4.1 195Palmer é um filme que conseguiu arrancar algumas lágrimas. Eu chorei de raiva, não pelo filme mas pelo que o filme me fez ver. Se eu chorei, com certeza você também vai chorar assistindo Palmer.
De cara parecia um filme genérico em que um jovem tem que aprender a ser um cara legal com a sua avó do interior. Porém para minha surpresa o filme extrapolou o que seria um filme de sessão da tarde, e transformou em uma história extremamente comovente.
Grande parte do mérito da emoção que este filme nos causa, se deve ao Justin Timberlake. Cantor e ator, Justin impressiona com sua sensibilidade para captar a essência do personagem.
Contracenando com ele temos o ator mirin Ryder Allan, que já se mostra pra mim um prodígio para o cinema. Seu papel é Sam, um garoto que sofre bullyng por gostar de coisas tidas socialmente de meninas. Além disto, a criança tem que lidar com uma mãe viciada e um padrasto que a agride.
Uma das melhores coisas deste filme, é a relação destes dois personagens. Eles parecem muito entrosados na história. Um bom roteiro, uma boa direção, e atores que se dedicam de fato ao seu personagem, podem fazer um filme simples se tornar grande. Isto o que acontece com o filme Palmer.
O filme levanta conflitos que são apenas gerados mas não resolvidos. Aparece um problema que muda completamente o clima do filme, mas no fim não foi um conflito que recebeu uma devida resolução. Estes arcos e conflitos que o filme acaba sobrepondo, é exatamente o que torna o roteiro com alguns buracos e fazem o foco narrativo perder a força.
Eu gostaria de que o filme reconstruísse um pouco mais o passado de Palmer. No fim o que de fato é interessante neste filme e chama a atenção, nem é a história de Palmer, mas a vida de Sam e sua relação com Palmer.
Palmer é um filme muito emocionante. Se você não chorar de tristeza, com certeza vai chorar de raiva, assim como eu.
Ladrões de Bicicleta
4.4 531 Assista AgoraUm filme que consegue falar muito, utilizando de uma premissa tão simples, que deixa o roteiro redondinho.
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraGalera, sinto muito, mas eu gostei bem mais dos filmes de Scorsese sobre mafia do que este clássico. Não estou entrando no mérito de qualidade, mas de gosto mesmo. Não sei se vi errado, pois todo mundo que eu conheço dá nota máxima pra este filme, mas eu não consigo dar mais de 4 estrelas
Os Pequenos Vestígios
3.0 391 Assista AgoraO filme em sua introdução utiliza de um recurso narrativo semelhante ao que se usa em filmes de terror. Mostra uma menina em um ambiente inóspito sendo perseguida por um suposto assassino. É um bom recurso introdutório, mas nem sempre ele é eficiente na trama. No caso do filme em questão é uma cena importante.
O filme segue uma linha do tipo investigativa, somos ignorantes frente aos fatos, e vamos desvendando os mistérios junto com os personagens. Nisto o filme acerta na construção do mistério acerca do assassino. O filme do início ao fim nos dá pistas sobre os casos, que são difíceis de captar, mas depois que você nota certas coisas, ficam mais claras. A riqueza de informações e de detalhes na mise-em-scéne contribui para a nossa melhor percepção sobre os eventos do filme.
Vivendo o policial Joe, Denzel Washington não decepciona em seu papel. Seu personagem é cheio de camadas, obstinado e teimoso, ele carrega consigo uma vontade incomum de capturar o assassino. Jared Leto vivendo na pele de Albert Sparma, que é um dos suspeitos de ser assassino manda muito bem. Sua indicação ao Golden Globe como melhor ator em filme de drama foi justa, pois aqui o ator mesmo não tendo tanto tempo de tela, impressiona pela forma como cria um personagem sádico e debochado.
É um personagem que tiraria qualquer pessoa do sério.
Bom, e como nem tudo é perfeito, tive a infelicidade de ver neste filme Rami Malek, aquele ator que fez o filme do Freddie Mercury e faz a série Mister Robot. Bom, o problema nem é atuação, mas a escolha do ator para o papel. Na minha opinião Rami Malek jamais daria certo com o papel. O personagem que ele faz, o delegado Jim Baxter, é um personagem que exige presença física, brutalidade, e um pouco de ignorância. O ator aqui é totalmente oposto disto. Tinha que ser um ator tipo Russell Crowe ou Viggo Mortensen.
O filme no primeiro ato desenvolve com calma cada personagem. O problema é quando as coisas ficam mais intensas. O roteiro extrapola o bom senso na minha opinião. Os personagens começam a tomar atitudes burras que nenhum profissional investigador faria. A partir daí, a resolução do filme caminha para ser um final fraco. Mas como se trata de um suspense, existem algumas coisas que passam a adotar um sentido, e as coisas ficam mais interessantes. O filme trata de temas mais profundos do que aparente.
Questões como; a culpa por erros cometido, quando seu trabalho se torna pessoal, e sobre como nossas certezas e obstinações podem enganar a razão. The Little Things é um suspense interessante que acerta ao carregar de forma subjetiva questionamentos acerca da culpa.
Mas erra na escolha do elenco e erra ao tentar subestimar a inteligência do público.
Relatos do Mundo
3.5 312 Assista AgoraSob a direção de Paul Greengrass, o filme se trata de um western que possui elementos de aventura, drama e claro uma pitada de ação. Na pele de Capitão Kidd, Tom Hanks parece muito a vontade com seu personagem. Capitão Kidd tem uma função narrativa quase de espectador. Ele aqui se torna um espectador da história, pelo fato de que os valores morais do personagem, são tão próximos dos nossos que não demora para sentirmos empatia por ele.
Mas quem realmente ganha destaque neste filme com uma bela interpretação é a atriz alemã Helena Zengel, que se passa pela Johanna. No filme ela é uma menina órfã que foi criada com os índios americanos. Esta premissa, nos concede momentos muito singelos entre ela e o personagem de Tom Hanks. Na jornada para levar Johanna para seus parentes, ambos desenvolvem uma amizade que aparenta ser muito sincera. O choque da língua e da cultura diferente de cada um, influencia muito a evolução desta relação.
Através dos diálogos, o filme consegue valorizar momentos específicos, ao mesmo tempo destacar a língua indígena.
É legal como o filme valoriza também os espaços abertos com diversos tipos de lentes e enquadramentos. Em alguns momentos se usou efeitos especiais um pouco exagerados para meu gosto, mas de uma forma geral, a aventura proposta aqui passando por vários cenários e cidades nos insere devidamente na atmosfera.
O filme possui um bom andamento, com bastante ação, mesclada com um drama mais visual. As cenas de ação carregam uma tenção muito evidente, justamente porque existe uma preocupação em tornar estas cenas mais verídicas do que seriam em um filme convencional de aventura. Apesar disto, o filme desperdiça tempo na tentativa de reforçar um argumento que já estava claro. Capitão Kidd sabia do horror da guerra, e sabia muito bem que os fantasmas ainda assombravam, ainda existiam pessoas que não saíram da guerra. Percebi uma falta de criatividade do roteiro ao tentar resolver algumas situações. Pra isto o filme usa de diversos escapes baratos para livrar os personagens de algum perigo.
A resolução deste filme é otimista, mas ao mesmo tempo reflexiva. O filme toca no sangrento e obscuro período de massacre indígena na américa. Nisto o filme carrega um tom de luto pela guerra, pelas mortes, você vê isto nos personagens.
News of the World é uma aventura que sob o plano de fundo do pós-guerra, desenvolve a amizade quase que filial de um homem branco e uma criança de alma indígena, que apesar de alguns exageros gráficos e da superestimação de momentos escapistas, me ganhou pela rica e singela estória.
O Tigre Branco
3.8 403 Assista AgoraParasita, versão indiana. É interessante.
O Tigre Branco
3.8 403 Assista AgoraDirigido pelo experiente diretor Ramin Bahrani, que também dirigiu o interessantíssimo “99 Homes” de 2014, também foi o responsável na criação do roteiro deste filme. A história se baseia no livro do escritor Aravind Adiga, e explora de uma forma bem abrangente a cultura indiana, e a relação das classes sociais entre ricos e pobres.
Balram, interpretado pelo carismático Adarsh Gourav, é um personagem muito interessante. Ele passa aqui no filme por diversos embates morais e éticos; conforme ele vai perdendo sua inocência em relação ao mundo e as pessoas, Balram parece ser influenciado pela crueldade do mundo.
A construção deste personagem ressoa sobre o problema da desigualdade entre as classes sociais na Índia. Se trata aqui de um argumento em relação a como as atividades ilícitas, a falta de escolaridade e falta de uma democracia solida, faz com que a pobreza seja perpetuada no país. O personagem tem que lidar com vários tipos de pessoa, desde patrões corruptos que o humilham das piores formas, até com patrões que acabam se tornando amigos.
Narrativamente este filme é um pouco complicado, pois na tentativa de ditar um ritmo mais dinâmico entre as cenas, consegue manter o ritmo mas perde um pouco o tom ao transitar muito no drama e na comédia. Nisto o filme parece limitar o potencial dramático do personagem Balram, porque a gente não percebe nele uma transformação tão clara em relação aos seus sentimentos de ganancia, ódio e descontentamento. Seus sentimentos não parecem casar tão bem com suas atitudes.
Esteticamente gostei bastante do visual do filme, da valorização e do contraste de cores quentes e frias. Os enquadramentos também acompanham bem o fluxo narrativo. E é legal também ver que a produção tem ótimas tomadas mostrando a arquitetura, a vivencia das mais variadas tipos de pessoas na índia. O filme dá quase um 360 em toda a India, de tanta referência cultural que apresenta.
E a grande sacada aqui deste filme é que ele não faz juízo de valor sobre as atitudes dos personagens. Eu creio que parte do argumento, é passar a ideia de que a criminalidade, o roubo, a ganancia é fruto de um ciclo gerado pela desigualdade.
Isto é bem controverso, mas no filme ninguém aqui é inocente, todo mundo quer tirar uma casquinha, todo mundo acaba sendo um potencial corrupto.
The Tiger White é um filme indiano que me surpreendeu pela ousadia de tratar de forma tão cínica, os problemas sociais que a India enfrenta. Erra um pouco no tom, ao tentar conciliar narrativas, gerar conflitos a mais, não definir muito bem a idoneidade de seus personagens, mas é um filme que vale a penas ser visto, pois é divertido e explora uma temática importante.
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraSó pela cena do parto esta atriz Vanessa Kirby já merece uma indicação ao Oscar. Vocês tem noção como deve dar trabalho fazer o papel de uma mulher grávida dando a luz?
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraO filme que é fruto de experiências pessoais da roteirista do longa Kata Weber, acompanha o trauma de uma mãe ao perdeu no parto sua recém nascida. Logo de cara somos introduzidos em uma impressionante tomada de mais de vinte minutos, em que a câmera acompanha todo o trabalho de parto até a morte da criança.
Esta primeira cena do filme é eficiente pelo impacto de dar a certeza ao espectador que a vida daqueles pais a partir dali seria destruída. Assim o filme foca toda sua narrativa entorno do incidente, se dividindo na perda judicial do caso e ao mesmo tempo revelando as consequências da tragédia na vida do casal.
A personagem principal Martha, interpretada pela inglesa Vanessa Kirby, sendo tratada pelo roteiro não apenas como uma mãe que teve uma perda, mas uma mãe que sofreu um choque tão profundo, que a frieza sentimental tomou conta de si. Nisto Vanessa Kirby trabalha com sua personagem muito mais os trejeitos, os olhares de desprezo, os sorrisos de deboche, o franzir que expressa raiva. Como a personagem se torna apática em certo nível, esta não é uma atuação tanto de diálogos mas de expressões faciais e corporais.
Mas não é apenas atriz principal que faz um ótimo trabalho, mas todo o elenco funciona em seus personagens. Shia LaBeoulf recupera sua credibilidade aqui, e prova que é um baita ator. Com este papel ele pode ter uma chance de concorrer como melhor ator coadjuvante neste próximo Oscar, quem sabe. Seu personagem, Sean, o pai da criança, faz o típico homem bruto, machista, que não sabe lidar com seus próprios sentimentos.
A atriz que faz a mãe de Martha, Ellen Burstyn, também prova toda sua grandeza e faz jus aqui a seu nome. A atriz tem um monólogo emocionante em um ponto alto do filme. A sua personagem faz aquela mãe que coloca seus desejos na vida de suas filhas. Enquanto Martha não se ve em condições psicológicas nem a vontade de ficar correndo atrás do caso em que incrimina a parteira, sua mãe então toma esta frente.
As composições das cenas neste filme utilizam de planos bem fechados propositalmente para transmitir aquele sentimento de claustrofobia, aquela sensação de desconforto. Isto se torna totalmente eficiente na cena do parto, já que o diretor dedicou toda produção em efeitos práticos, muitos e muitos ensaios para que a tomada ficasse da forma que queria. Existe também todo um simbolismo com elementos como pontes e macieiras, biscuis. Por exemplo, nas primeiras cenas o filme premedita os acontecimentos ao mostrar um bebe de confeitaria de enfeito no bolo. Na imagem o bebe esta meio que saído de uma placenta.
Falando da narrativa mesmo as mais de duas horas do filme não me cansaram nem um pouco. Acredito que o bom ritmo se da pelo fato de que existe uma expectativa em saber até onde vai todo este luto da família, onde que vai terminar o luto desta mãe. Existe também uma forte apreensão em cada atitude que um personagem toma.
Este filme definitivamente vai com certeza pegar pessoas que passaram por alguma experiência parecida. Isto porque existe um realismo na forma como é passado as emoções, como é desenvolvida as atitude de alguns personagens.
O filme desenvolve este trauma através de pequenos conflitos entre o casal e entre a família que ficam cada vez maiores ao ponto de trazer consequências irreversíveis. E neste contexto o filme cria seu argumento. A ideia do filme além de mostrar o luto de uma mãe, se propõe a resolver a questão, levando a personagem aos poucos recuperar seus sentimentos, e sair deste momento pós traumático. Então podemos dizer que Pieces of a Woman é um filme pesado, realista, mas que ao mesmo tempo apresenta um otimismo em sua resolução.