A um tempo atrás viralizou a ideia de que, no final das contas, o verdadeiro vilão é o namorado da Andy, o que eu não ahco que se sustenta. Primeiro, ele mal aparece no filme, sua particapação se resume a pouquissimas cenas, e que quase n tem impacto no filme; segundo, claramente o vilão é o TRABALHO em si. A Andy é exaustivamente explorada; acumula funções; é humilhada e invalidada; trabalha fora do expediente; não tem tempo para sua vida pessoal e lazer; etc. Sem falar que o filme da entender que os trabalhadores são substituiveis e descartáveis, e que precisam pisar e manipular pra garantir o seu.
Agora, ele é um mal namorado? COM TODA CERTEZA. Além de chato, ele é um péssimo suporte emocional pra protagonista. Ele não é compreensivo, não a escuta. Não dá apoio. Por ex., a Andy chega toda gostosa pra ele e ele fica criticando a roupa e dizendo que prefere como ela era antes? Toma no cu? E o pior, a meu ver, é que, como os amigos e famílias, ele não entende que ela é a VÍTIMA. Ela está em um relacionamento abusivo com o emprego dela. Não é uma situação fácil e mt dificil de sair, ainda mais quando vc precisa pagar o aluguel e sobreviver né???? Vai se demitir do nada???
Enfim, é um bom filme. Geral tá atuando mt mt bem; todos os personagens são carismáticos e interessantes. Elogiar o elenco é chover no molhado a essa altura. Icônico e diveritdo.
Alguns pensamentos: - É mt engraçado ver os amigos e o namorado da Andy falando com espanto que agr ela entende de moda. Tipo, ela trabalha na maior e mais importante revista de moda, seus animais????? - Eu n acho que a Andy mudou tanto assim quanto o filme tenta vender, a meu ver ela tava mt mais uma situação de estresse única e extraordinária do que mudando de fato. Por ex., os amg reclamando que ela chegou atrasada em tal lugar, e que antes ela chegava 5 minutos antes. Nossa, que ABSURDO. Outra pessoa, né. Ou será que é simplesmente a vida acontecendo?
É um BOM filme, mas estruturalmente falhou, não é tão coeso e coerente quanto poderia ser.
Primeiro, a 'desculpa' para a introdução da Riri Williams é muito boa, porque além de fazer sentido narrativamente, retoma a ideia do filme anterior de que Wakanda tem que proteger os pretos que estão para além de seu terrtório, além de investir e dar oportunidade para essas pessoas. Contudo, é estranho como o filme, depois de um dado momento, não faz a MENOR ideia do que fazer com ela; a personagem desaparece da trama e fica só ali esperando que a roteirista lembre que ela existe.
Outra coisa, embora Talokan seja LINDA (isso se vc conseguir vê-la, né), é um lugar com pouquissima textura, sabe? Além do Namor, que é um ótimo personage, quem é Namora? Qual é a motivação do Attuma? (aposto DEZÃO que vc n lembrava o nome dele) Fica difícil ver esse país como uma nação de fato, com cultura, costumes, com um povo com o qual TEMOS que nos importar, por causa do final, quando não tem um personagem além do Namor para nos afeiçoar.
Em seguida, a questão que paira, a Shuri tem ombro pra sustentar o filme? Sim e não. Explico, o arco dela envolvendo esse dilema de tradição vs modernidade, junto com o luto pela morte do irmão é EXCELENTE. Sério, no texto pelo menos, deve ser um dos melhores arcos da Marvel. Mas... sei lá, não acho que a Letitia tem carisma pra levar uma franquia tão importante quanto Pantera Negra, mas ela tentou, de fato dá para ver o esforço.
Por último, o pior erro do filme, na minha visão pelo menos, terem deixado de lado a trama do Ross. Por quê? É justamente essa parte da história que afirma o tema do filme: a branquitude sempre opera a partir do imperalismo, e não pode ver uma nação não-branca crescendo que vai lá e tenta destrui-la, além de incutir o caos em ouroa países pra se aproveitar. Como se não bastasse dar pouco espaço pra essa trama, o filme faz com que toda a questão ideológica seja reduzida a uma questão pessoal e individual entre Namor e Shuri.
Ela não deveria poupar a vida do Namor porque 'ah, ambos protegemos nossos povos', mas sim pq o real inimigo NÃO é o Namor, é o imperalismo
Enfim, a Ramonda tá fantástica no filme, simplesmente genial, o filme melhora 2000% só com a presença dela. O Namor, como o Killmonger, é um antagonista com muitas camadas e alguém com quem nos simpatizamos. E todo o luto envolvendo o Chadwick é mt sensível e singelo.
não creio que a Marvel demorou uns 7 anos, no mínimo, pra entregar ISSO; aquele desserviço com a Nat no Ultimato deixou o gosto mais amargo agora. Dnv, ela é só acessórios pra outras personagens e no PRÓPRIO filme, a Yelena tem um arco mt mais marcado e interessante, por exemplo.
além disso, esse filme parece um checklist gigante de explicaçãozinha: ah, vamos explicar Budapeste; ah, e a questão do general? pouca coisa é narrativa, tudo é informação, coisa pra vc ver e falar: a lá, explicaram aquela coisa x do filme y. e as explicações ainda são superficiais, nada de mt interessante foi falado ou introduzido, a sala vermelha, por exemplo, não dão nome pras viúvas, n desenvolvem, nada.
mas, claro, há pontos positivos, quando o filme para de ser super heroico, ele brilha dms, a interação entre a Yelena e a Nat é ótima, vc sente a química até pq ambas são excelentes atrizes. tbm tem a questão do espaço, há três cenas em casas tradicionais e não acho que seja à toa, o filme quer abordar essa questão de família e do espaço aconchegante da casa, mas... nada mt aprofundado
enfim, decepcionante e triste, talvez fosse menos problemático se esse fosse um terceiro filme, ou um segundo, de uma trilogia e não o primeiro e provavelmente último da Nat. Mas terminando numa nota positiva, a Yelena é boa dms, cacete, que personagem carismática
Eu não esperava uma trama top, mas PUTA MERDA, o filme não me deu NADA em relação à história. É vazia, superficial e pior: sem graça. Como que vc tem um plot de um torneio mortal entre reinos interdimensionais, com um monte de personagem aleatório (no bom sentido) e maluco, e faz a gnt sentir tédio por mais de uma hora??
Começando pelo protagonista. O Cole deve ser um dos piores protagonistas que me lembre. Você não se importa com ele, não entende o que quer e ele mal tem um conflito, sem fala que eu demorei horas pra saber que aquela mina era filha dele. E não é só ele não, hein? 98% do elenco é sem graça, agindo no automático, salve exceções como Joe Taslim (Sub-Zero) e Josh Lawson (o Kano), que nesse caso, era o único que parecia estar se divertindo minimamente.
E a (falta de) trama? Ave maria, vai do nada ao lugar algum, a cena que abre o filme, e por sua vez, é âncora emocional de uns três personagens, não faz sentido. Pq o mano tá matando a família do cara a sangue frio (hehe)? O que ele quer? É vingança? Sub-zero não é mais Bi Han, pq? EU NÃO SEI, uma coisa é você colocar referências e easter eggs pra quem jogou, uma coisa COMPLETAMENTE diferente, é estabelecer conflitos e relações a partir de informações que, oia só, NÃO estão no filme. O que é maluco, pois eles passam um tempo considerável explicando a questão do mortal kombat, porém da forma mais pau mole possível. A Sonya explicando a parte central do lore inteiro num diálogo mequetrefe, sério?
Beleza, tem cenas legais; a do Scorpion vs Sub-zero (as duas) são mt boas, mas olha, se nem a história e muito menos os personagens são legais e/ou interessante, a luta vira só uma coreografia vazia. Veja bem, se eu só quiser só a cena de lutinha, eu vejo o trecho no youtube e não quase duras horas de filme, né
Pq eu escrevi tanto sobre esse filme do qual irei esquecer amanhã? N sei, quarentena. Vcs conseguem conceber que Monster Hunter do Paul W. S. Anderson é mais coeso e menos vazio? É pessoal, é...
infelizmente, acabei sendo engolido pelo monstro do hype
apesar disso, é um filme mt bacana e divertido de se ver, já que tem a porra de um lagarto radioativo lutando contra um macaco com um a porra dum machado, só isso já basta. O cgi tá incrível, e ganha pontos só por dar pra VER o que tá acontecendo, sem falar das batalhas que estão ótimas (tem uma parte que é basicamente só o kong correndo dos raiozinhos do godzilla, e nossa, chatão viu) , sem dúvidas isso numa tela grande e com gnt seria FODA.
Porém, o filme tem umas paradas que me incomodam e eu nem tô falando do famigerado núcleo humano e das inúmeras conveniências narrativas, mas sim do Godzilla ser um coadjuvante de luxo e ter um total de 0 momentos memoráveis. O Kong é o real protagonista do filme, e não dá pra fingir surpresa, os trailers mesmos mostravam isso. Contudo, é triste que a provável última presença do Godzilla no monstroverso tenha sido TÃO sem energia e amena.
Enfim, é um top filme de ação e é isso que entrega,
Se eu pudesse resumir este filme em uma palavra provavelmente seria: desinteressante.
O filme conseguiu pegar todos pontos bons do filme anterior e os (re)desenvolveu da forma mais sem graça possível, de tal forma que até uma ideia que faz sentido narrativamente e tematicamente (a volta do Steve) é extremamente sem energia. Não apenas isso, até a Diana parece minimamente desinteressante; sim, ela, agora, mostra mais fraquezas e vulnerabilidade, contudo, é tudo ligado uma coisa só, ela parece ter regredido ao invés de ser um heroína mais madura, além de perder mt daquele olhar feroz e energético dela.
Não somente parando nos protagonistas, os antagonistas são... decepcionantes. Ambos têm uma questão mt interessante ligado ao fracasso e perda, contudo, na reta final, o filme simplesmente cospe na nossa cara e no próprio arco de desenvolvimento deles. O Max, por exemplo, o filme joga fora tudo no final, além de querer que a gnt goste do filho dele, ah, tenha dó, o pivete mal tem falas... A Bárbara, então? Nossa, o filme literalmente e metaforicamente correu com ela, mal dá pra sentir ela crescendo, quase como se tivessem cortado partes de seu arco.
E o final, ah, o final... Não aprendendo nada com a única parte ruim do filme anterior, a Patty basicamente nos joga um final de redação do fundamental II e quer que achemos interessante. É triste, pois há cenas MUITO bem dirigidas, com uma ótima noção de geografia e timing, sabe? Tem uma cena, um pouco lá pro final, que eu realmente me senti fisgado pela emoção.
Enfim, é um filme chato, sem graça e mt mt cansativo. Faltou mt a energia e a ferocidade do primeiro mulher-maravilha
ps: acho que se tivessem tirado o Steve, e focado SOMENTE na Diana, o MM84 teria melhorado uns 84%
(In)felizmente esse filme é o Nolan em seu estado mais puro. Cenas visualmente instigantes; conceitos inventivos; plot intrigante; um temática que se desenrola narrativamente e visualmente. Contudo, tudo se atropela como um carro invertido no meio de uma explosão temporal bela e vazia (enquanto algum personagem arremessa diálogos expositivos na nossa cara).
De modo sintético, toda minha experiência com filme foi: cacete, mano, que baguio interessante para chato pra caralho hein nolan. Pessoalmente, eu nunca senti mt emoção ao assistir o filme do Nolan, sempre foram mais um espetáculo ou algo para sentir 'intelectualmente' do que EMOÇÕES HUMANAS, mas amg, vou te contar, viu, esse filme é apático pra caramba; ou os personagens são chaaatos ou caricaturas sem carisma. Tipo, adoro o John David Washington, mas fico triste pq esse roteiro num deu NADA pra ele, né? Baita personagem sem sal e não o único. Junto a isso, a história é incrivelmente desinteressante pq parece que o diretor tá obcecado em desnecessariamente complicar TUDO , o que me tirou completamente do filme.
enfim, é um filme que seria proveitoso rever pra pegar detalhes e tal, entender o panorama do que tá havendo, mas haja paciência pra ver isso aí dnv, viu.
Parece um clipe cool gigante e eu gostei disso. É eletrizante, apaixonante, mas ao final, perdido. De começo é um filme que prende atenção, a trilha, as cores, a edição ótima do filme solta aos olhos e conquista qualquer um. É aquele tipo de filme que você olha e pensa: essa porra vai ser meu xodó.
Eletrizante, sabe dar sensação de perigo, tensão e também de suavidade, é definitivamente um filme divertido.
Entretanto ele simplesmente fode a cabeça geral no terceiro ato. Basicamente joga fora todo o desenvolvimento dos personagens, e esquece, para mim, de toda dinâmica da harmonia entre trilha-cena-edição e esquece também da lógica interna dos personagens a fim de fazer umas cenas legais. Afinal, é um filme de cenas legais. Na minha concepção perde-se um pouco no final, perdeu um pouco do meu carinho, mas ainda acho supimpa.
O que deu no roteirista na parte final? Só deus sabe... Primeiro, é um filme absurdamente atmosférico, sempre com tomadas distantes e impessoais, sempre denotando aquela ideia de vigilância, de perseguição, além das diversas tomadas com espaços vazios que causam angústia e estranheza. Rapidamente você já entende a situação e sensação de paranoia e medo que permeia o filme todo, uma incongruência entre paz e um presságio de terror, o que é enfatizado pela trilha. Há um momento em que o diálogo é uma boa notícia, porém a trilha desarmônica denota que não.
Toda a alegoria do Homem Invisível ser reinterpretada e reimaginada pra um relacionamento abusivo, de uma lembrança tanto física quando emocional de um trauma é ótima e pertinente. Quem já passou por isso entende perfeitamente o dano profundo que é. O fato (até dado momento) o Adrian não ter um rosto exposto totalmente representa o quanto essa questão é universal. A Moss está perfeita no papel, não tem nem o que dizer...
Contudo, o filme dá uma enlouquecida BRABA no terceiro ato. Cenas de ações mirabolantes; personagens com super-força; descuidos nada proporcionais do vilão que até agora era minimalista pra porra. E uma questão mais pessoal minha:
ao meu ver a história era mais uma alegoria que qualquer outra coisa. Não era Moss e Adrian, era uma mulher sendo vítima de um homem abusivo, e o fato do rosto do Adrian não se exposto e por toda universalidade contida no arco da Cecília me fazia crer nisso. No entanto, o filme mostra que é a história da Cecília mesmo, o que: pode ser uma incongruência temática, ou: sim, a história é UNIVERSAL, mas PESSOAL, a Cecilia merecia aquela vingança e ter seu algoz exposto e morto devidamente (apesar de eu achar a ideia dele não falar e não ter o rosto exposto mais amedrontadora)
Enfim, baita filme. É intenso. Instigante. Imersivo. E esmagador. Além de esboçar assuntos importantes, com ótimas atuações e momentos interessantes, apesar de achar que a direção é melhor que o roteiro, que dá uma viajada no final.
Um pouco decepcionado de ter visto uma história TÃO interessante e promissora ser desenvolvida de uma forma tão afobada e abrupta. No mínimo, dava pra fazer uma trilogia pra dar mais tempo à história e às situações; por exemplo, Luca escravo por 10 anos que pareceram 10 dias. Além de ter facilitações narrativas que quase ofendem e que acabam criando alguns furos beem fortes, o que é MUITO estranho, já que o filme tem algumas decisões de roteiro bem interessantes, também.
Mas é divertido, tem boas cenas de ações e uma animação linda pra CA-CE-TE, apesar dos personagens serem meio superficiais, são bem carismáticos e é um mundo que fiquei minimamente interessante em conhecer mais. Enfim, se desse mais tempo para respirar, pra desenvolver a história e os personagens seria melhor e sobre o final:
que horroroso, meu deus. Tentaram jogar um final metalinguístico com ZERO construção só fazer uma pequena homenagem; em momento algum foi suscitado essa questão do escapismo da realidade, aí do nada é a msg final???? Sem contar esse vilão vazio que não importa pra história (o vilão final poderia ser o Ladja, que é o porra do causador de TUDO, mas optaram por esse random?). E também: o objetivo dele, do vilão vírus lá, era acordar o Luca porque ''ficção é ruim'', mas ele chega no FINAL, que era o momento em que Luca já ia acordar.......
Não consigo discordar de quem achou esse filme previsível, chato e até pedante, realmente não consigo, porém gostei.
O que mais encanta e impressiona no filme é a forma a qual os temas são abordados. O grupo de amigos não se comunica verdadeiramente em nenhum momento do filme, todas as interações são realizadas da forma menos empática e sincera possível. Sem diálogos, sem sentimentos expressos de forma saudável e aberta, tanto que a personagem principal sente essa carência o tempo inteiro, não se sente acolhida, ouvida e muito menos tendo seus sentimentos válidas tanto que
ela apenas sente isso ao gritar de dor e ter as mulheres do vilarejo se compadecendo e estando na mesma frequência que ela, sem necessariamente entendo-a, mas estando ao seu lado, o que me causou sentimentos conflitantes, já que ela saiu de um relacionamento bosta pra uma seita de assassinos
Além disso, há a temática cultural, o filme gastas looongas horas na construção da dinâmica de grupo, na questão comunitária, em que uma criança é criada por todos, além de especificidades refletidas em dança, alimentação, religião e etc. Os estrangeiros não conseguem se adaptar com facilidade, é um choque muitíssimo grande, e olha que é um grupo composto com, pelo menos, dois antropólogos. Chegando a, sem perceber ou não, destratar símbolos culturais/religiosos importantes e sempre reagindo com desdém para com a cultura do outro.
pontuando coisas como a assimilação cultural da Dani, sentindo-se parte de algo coletivo e não mais individual, além de que todas as mortes tem uma '''''''razão'''''''''' (com centenas de aspas, mijar em árvores que representa algo pra um povo não é legal, mas num precisa matar e depois botar fogo, sabe), normalmente ligadas ao respeito cultural
Por fim, toda a questão de luto e da fragilidade em decorrência de traumas, deixando-nos vulneráveis e abertos para entrar em qualquer coisa que nos dê significado e conforto.
Se me contassem que era um filme resumo de uma série animada muito boa, eu iria acreditar.
O universo é instigante, vasto e toda a direção de arte deixa isso atenuar perfeitamente, é uma deleite fodido ver essa animação e acompanhar, mesmo que brevemente, o nosso protagonista passar por certas ambientações galácticas. Toda a construção da ambientação com uma atmosfera cyberpunk pirata é estonteante, o que só mostra o quão interessante e riquíssimo é esse universo, as infinitas possibilidades que se poderia ter.
No entanto, o roteiro é fraaaaco, tudo soa muito resumido e passado da forma mais planta possível, pouco tempo se dá para desenvolver minimamente qualquer coisa. Personagens tão incríveis e com um enorme potencial são pincelados da forma mais superficial possível, deixando-os caricaturais. O que, é claro, não é um problema per se, é só que, né, há um potencial gigantesco ali. O passado do Jim com seu pai; o passado do John Silver e os sacrifícios pelo seu sonho; a história de Amelia. Tudo deixa aquele gosta ameno e que, caso fosse mostrado, seria uma experiência incrível.
Queria que tivesse tempo para mostrar mais sobre os mundos e a vastidão desse universo, com certeza séria uma série animada incrível.
Acabei de assistir Pantera Negra, e fico absurdamente maravilhado, é lindo, é intrinsecamente africano, negro, cultural.
O filme fez-me sentar e aprender, ver as coisas por ângulos mais complexos e absurdamente densos, primeiramente pela cultura. As vestimentas, as danças, as cerimônias, a religião, TUDO é uma manifestação da identidade de povo, do modo como vivem, de suas vidas. E esse eco está por toda parte no filme, de fundo vemos a variação das roupas dos cenários, numa bela mistura de cinza, preto com cores estonteantes e marcantes, os rituais/cerimônias são carregados de significância, de beleza e de unicidade, é único aquilo, é culturalmente singular. E parte dessa manifestação da diversidade cultura seda pelas tribos, compostas por representações de animais, de cores, de roupas, tatuagens, piercings. Tudo é MUITO significativo e expressivo. tudo é singular da sua maneira, é uma bela exposição da diversidade cultural.
Pantera Nega é um filme sobre um rei, sobre uma nação, sobre governantes e governados. E ele não trata com maniqueísmos e escolhas fáceis, o filme é colocado em escolhas difíceis na trama, de conflitos internos, seja em nível macro ou micro. Personagens de lados diferentes tendo como base a mesma ideologia, personagens de lados iguais tendo divergências sobre seus pensamentos, não há saídas fáceis ou direções fáceis. E isso é representado pelo vilão, o Killmonger personifica a complexidade desse filme, é um personagem que carrega uma motivação com sentido e tem um propósito entendível, mas o leva de uma forma condenável e extremista. Ora simpatizamos com ele e entendemos como se deu sua criação, ora o condenamos, ele transita nessa linha tênue da moralidade (entenda que justificar é diferente de entender). E temos o herói que por mais que esteja do lado do bom, se mantém num lugar nocivo para seu povo. É um bom rei que tem que tomar decisões, e nisso nasce uma bela dicotomia que o filme aborda ao meu ver: o privilégio da escolha. Por mais que T'chala tenha suas responsabilidades, ele tem escolhas, o filme apresenta que é um nível mínimo das escolas que ele fez, e também mostra o fardo que ele não escolheu, e Killmonger mostra um garoto sem escolher, marginalizado e que agora, um ''monstro''.
Governados e governantes; conquistados e conquistadores. O filme pega a premissa da Wakanda ser um país não colonizado como contexto e aborda as relações de governantes, de governos e parece traçar linhas complexas entre estar tão perto do que se odeia, e tornar-se o que se odeia e estar tão distante que simplesmente não age, não interfere e o mundo vai pegando fogo. Deve-se lutar ou se resignar, e há apenas essas duas opções? Se opor ou se isentar? Como essa ideias se correlacionam, qual é acerta? Nada é tão simples.
Enfim, os personagens são absurdamente carismáticos e complexos, todos têm em algum nível correlação com a trama e temática do filme, todos têm conflitos importantes, decisões difíceis. A trama é boa e bem diversa, ora perseguição, ora investigação, ora um Thriller político, ora uma trama intimista sobre um jovem marginalizado, ora uma grama universal sobre a sociedade. O vilão é excelente, facilmente um dos melhores da Marvel (a concorrência é fácil, afinal), houve um momento onde deram um foco nele que eu não esperava, é quase de chorar, é singelo, bonito, significativo. O herói não fica para trás, gostamos dele e há um momento que dói porque nos afeiçoamos a quem ele é, é um personagem complexo com responsabilidades imensas e conflitos; seja lidar com todo um passado, ora lidar com um presente caótico e um futuro incerto. O CGI é quase de ps2, é beeem falso em diversas partes, num há como negar, e é pior num momento bem significativo e que devia ser UAU, mas pelo CGI, a gente sai totalmente da cena. Porém a direção de arte na criação da civilização Wakanda é ótima. Dois pontos que não curti: o Conselho, havia um ar de autoridade, entretanto houveram muitas poucas objeções, simplificaram demais as relações ali, há um momento em específico que o Conselho parece lerigou para atitudes de tal personagem. E a morte de um personagem x, FAZ SENTIDO, tem significância na trama e para os personagens envolvidos, o problema é o personagem em si, o filme me deu muito pouco para eu me afeiçoar a ele, então fiquei simplesmente: foda-se. E acho que faltou uns 5 minutinhos a mais pro personagem do Daniel Kaluuya, porém ainda é bem importante na trama.
É um filme lindo, é significativo, empoderador (muita gente odeia essa palavra e por isso eu vou usar, pau no cu :vvv), sobre identidade cultural e sobre o valor de pertencer à algum lugar, de ter ídolos, de se sentir representando, de ter um PASSADO.
Você fica ludibriado, irritado, disperso e confuso. E entra nessa espiral de desgraçamento de cabeças.
O filme desnuda Mima até o âmago, mostra uma mente débil e fragilizada pela exposição de sua imagem, pelas expectativas impostas à ela e pela sua própria interpretação de si mesma. O filme transita entre o ''real'' e o ''sonho'', misturado-os, porém sempre dando sentido para a mente cansada e desvairada de Mima. Sua mente entra em loop, sua mente vê-se por fora e por dentro, sua mente se perde entre suas ações, suas atuações e suas interpretações. Nada é certo. Tudo é interpretação.
Ao meu ver o loop se passava em cenários diferentes, outra vez no quarto de Mima, outro no Rumi, isso se dá pela configuração diferente do quarto, nos peixes mortos (e ora vivos) e principalmente pelas roupas de Mima, quando é no quarto dela, ela estava vestida normalmente, quando é no da Rumi, ela está sem a parte debaixo da roupa. Ou seja, dá para imaginar que a Rumi estava a drogar Mima e, de certa forma, tentando pega a vida da mesma para ela.
O filme parece ter três camadas, e por via três níveis de quem é Mima. Temos a atriz, numa série violenta que retrata crimes e por essa vez é de uma personagens com múltiplas personalidades, a estrela pop com roupa espalhafatoso, que é incessantemente criada pelas pessoas a volta e a própria Mima, uma mulher que tenta lidar com as expectativas sobre ela e os abusos dos fãs. Todas transita no filme e na própria mente da protagonista, deixando-a eufórica, ansiosa e perdida em sua própria personalidade, passando pro uma espécie de despersonalização, perdendo-se aos poucos sua própria identidade, porque se pensar
temos a Rumi se ''apoderando' da personalidade pop star para si, temos a outra parte sendo atuada e nisso rola confusão de sentidos e acepções.
A desgraça na mente de Mima é colocada sempre em tons de vermelhos em relação ao azul, a chuva e a calmaria. A violência é constante e é sempre mostrada pela transgressão, pela insinuação de abuso. Mima é uma personagem vivendo sempre nessa sensação de invasão, de exposição e abusivo. Sempre sentindo-se nua, exposta aos olhares alheios, às vontades alheias, ela mesma é vista não como uma pessoa, mas sim como algo a ter posse, algo para a satisfação alheia, seja por fãs, sejas por seus agentes.
Ela passa por níveis e níveis de desgaste mental, desde simular um estupro até pensar que assassinou alguém, e podemos ver o sangue, o vermelho macular sua persona e sua mente.
É, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. É instigante, intrigante, denso, imersivo. É diferente do que eu imaginava. Eu esperava uma história sobre a História, por assim dizer, um foco maior no enredo, porém tive uma história sobre pessoas, sobre a complexidade da identidade de um indivíduo, sobre o querer mudar, o vestir-se para ser outro alguém, um filme sobre facetas e personas, sobre imergir na mente de um individuo, sobre autoconhecimento. E muito além desses desdobramentos psicológicos, temos uma mulher independente, que na introdução do filme já parecia estar lutando para alcançar algo, antes mesmo do filme inciar (tal qual Hannibal que já estava preso, antes do filme começar), e sozinha. Uma mulher entre os olhares afiados, inescrupulosos, nojentos de homens e dizeres machistas, com um objetivo certo e claro, um passado triste, uma mente que vai na linha tênue entre o frágil e o duro.
A atuação de Hopkins não é superestimada. É amedrontadora, sedutora, charmosa, minimalista, sutil, opressiva. Não há mais detalhes a se falar, a cada gesto, olhar, respirar percebemos Hopkins dentro da pele de Hannibal.
Uma cena é linda. Hannibal e Clarice conversam, entre dizeres de desabafos, o rosto de Hannibal aparece do lado esquerdo da mente de Clarice, representando que o mesmo já dominou sua mente, e tomou conhecimento de suas fragilidades e segredos. É poético.
Estou absurdamente extasiado depois de ver esse filme, logo dá pra imaginar o quão tendencioso posso estar sendo agora. Mas algo posso afirmar, tal qual o descobrimento e a minucia que Dr. Hannibal fez da mente de Clarice, me vejo assim agora. Completamente despisto e exposto por esse filme.
Tristemente ou não, eu sabia o que era Rosebud antes mesmo de ver o filme, havia todo o hype em cima do ''melhor filme já feito'' e apenas pensava: essa porra de contexto vai foder muito minha visão do filme.
Não fodeu.
O filme é sobre um homem ambicioso, grandioso e quer se espalhar pelo mundo e ser amado por todos. Tem opiniões sobre tudo, compra tudo que há no mundo, consegue manipular opiniões sobre uma cantora fraca, e apensar de tudo isso, restou apenas um nome em sua mente, que afinal, era
um trenó. O símbolo de uma infância perdida que lhe foi arrancada prematuramente, a lembrança de uma época onde não havia opiniões para ter, políticas para se meter, relações complexas para se envolver. Ele era apenas e somente uma criança, sem preocupações, apenas se preocupando com algo singelo e, finalmente, significativo como um trenó. Um garoto, não é um homem imerso em seus paradoxos. Todos sentimos a falta dessa pequena peça.
É um homem era mostrado sempre grudado e aos berros com outras pessoas, sempre envolto de pessoas, porém no final era mostrado distante... Sozinho... Um homem solitário que pela sua grandeza de sempre estar um passo a frente, de querer sempre tudo da sua maneira, afastou cada pessoa em sua vida. Afinal, fora um criança arrancada de seu lar, só queria amor. Só queria atenção. E também um homem que parecia querer ser visto, mas não conhecido; gostado, mas não amado, sempre, de alguma forma, mantendo distância com todos.
O filme mostra a extensão de um homem. Não há como resumir o homem em apenas uma palavra, há várias peças complexas e densas formando o que é um homem é, desde sua vida política achando que liberdade é um presente até objetos sem valor. Em um homem há peças faltando, peças importantes que são a sua base.
E no final, é um belo estude de personagem. Analisa os aspectos de suas amizades, seus amores, suas opiniões políticas, sua vida social, no fim é sobre o Cidadão Kane, o Homem Kane. Não sobre Rosebud.
Eu queria ter visto o filme sem saber que era uma alegoria bíblica, pois queria saber como eu iria reagir ao filme, provavelmente iria boiar e MUITO. É complicado esse filme, mais alguém acha que a significância/entendimento do filme se sustenta muito em ser uma analogia bíblica? E acha que se uma pessoa ver o filme sem saber disso, ela não irá aproveitar 100%?
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Agora, ele é um mal namorado? COM TODA CERTEZA. Além de chato, ele é um péssimo suporte emocional pra protagonista. Ele não é compreensivo, não a escuta. Não dá apoio. Por ex., a Andy chega toda gostosa pra ele e ele fica criticando a roupa e dizendo que prefere como ela era antes? Toma no cu? E o pior, a meu ver, é que, como os amigos e famílias, ele não entende que ela é a VÍTIMA. Ela está em um relacionamento abusivo com o emprego dela. Não é uma situação fácil e mt dificil de sair, ainda mais quando vc precisa pagar o aluguel e sobreviver né???? Vai se demitir do nada???
Enfim, é um bom filme. Geral tá atuando mt mt bem; todos os personagens são carismáticos e interessantes. Elogiar o elenco é chover no molhado a essa altura. Icônico e diveritdo.
Alguns pensamentos:
- É mt engraçado ver os amigos e o namorado da Andy falando com espanto que agr ela entende de moda. Tipo, ela trabalha na maior e mais importante revista de moda, seus animais?????
- Eu n acho que a Andy mudou tanto assim quanto o filme tenta vender, a meu ver ela tava mt mais uma situação de estresse única e extraordinária do que mudando de fato. Por ex., os amg reclamando que ela chegou atrasada em tal lugar, e que antes ela chegava 5 minutos antes. Nossa, que ABSURDO. Outra pessoa, né. Ou será que é simplesmente a vida acontecendo?
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista AgoraÉ um BOM filme, mas estruturalmente falhou, não é tão coeso e coerente quanto poderia ser.
Primeiro, a 'desculpa' para a introdução da Riri Williams é muito boa, porque além de fazer sentido narrativamente, retoma a ideia do filme anterior de que Wakanda tem que proteger os pretos que estão para além de seu terrtório, além de investir e dar oportunidade para essas pessoas. Contudo, é estranho como o filme, depois de um dado momento, não faz a MENOR ideia do que fazer com ela; a personagem desaparece da trama e fica só ali esperando que a roteirista lembre que ela existe.
Outra coisa, embora Talokan seja LINDA (isso se vc conseguir vê-la, né), é um lugar com pouquissima textura, sabe? Além do Namor, que é um ótimo personage, quem é Namora? Qual é a motivação do Attuma? (aposto DEZÃO que vc n lembrava o nome dele) Fica difícil ver esse país como uma nação de fato, com cultura, costumes, com um povo com o qual TEMOS que nos importar, por causa do final, quando não tem um personagem além do Namor para nos afeiçoar.
Em seguida, a questão que paira, a Shuri tem ombro pra sustentar o filme? Sim e não. Explico, o arco dela envolvendo esse dilema de tradição vs modernidade, junto com o luto pela morte do irmão é EXCELENTE. Sério, no texto pelo menos, deve ser um dos melhores arcos da Marvel. Mas... sei lá, não acho que a Letitia tem carisma pra levar uma franquia tão importante quanto Pantera Negra, mas ela tentou, de fato dá para ver o esforço.
Por último, o pior erro do filme, na minha visão pelo menos, terem deixado de lado a trama do Ross. Por quê? É justamente essa parte da história que afirma o tema do filme: a branquitude sempre opera a partir do imperalismo, e não pode ver uma nação não-branca crescendo que vai lá e tenta destrui-la, além de incutir o caos em ouroa países pra se aproveitar. Como se não bastasse dar pouco espaço pra essa trama, o filme faz com que toda a questão ideológica seja reduzida a uma questão pessoal e individual entre Namor e Shuri.
Ela não deveria poupar a vida do Namor porque 'ah, ambos protegemos nossos povos', mas sim pq o real inimigo NÃO é o Namor, é o imperalismo
Enfim, a Ramonda tá fantástica no filme, simplesmente genial, o filme melhora 2000% só com a presença dela. O Namor, como o Killmonger, é um antagonista com muitas camadas e alguém com quem nos simpatizamos. E todo o luto envolvendo o Chadwick é mt sensível e singelo.
No Ritmo do Coração
4.1 752 Assista AgoraÉ um BOM filme da Disney.
Viúva Negra
3.5 1,0K Assista Agoranão creio que a Marvel demorou uns 7 anos, no mínimo, pra entregar ISSO; aquele desserviço com a Nat no Ultimato deixou o gosto mais amargo agora. Dnv, ela é só acessórios pra outras personagens e no PRÓPRIO filme, a Yelena tem um arco mt mais marcado e interessante, por exemplo.
além disso, esse filme parece um checklist gigante de explicaçãozinha: ah, vamos explicar Budapeste; ah, e a questão do general? pouca coisa é narrativa, tudo é informação, coisa pra vc ver e falar: a lá, explicaram aquela coisa x do filme y. e as explicações ainda são superficiais, nada de mt interessante foi falado ou introduzido, a sala vermelha, por exemplo, não dão nome pras viúvas, n desenvolvem, nada.
mas, claro, há pontos positivos, quando o filme para de ser super heroico, ele brilha dms, a interação entre a Yelena e a Nat é ótima, vc sente a química até pq ambas são excelentes atrizes. tbm tem a questão do espaço, há três cenas em casas tradicionais e não acho que seja à toa, o filme quer abordar essa questão de família e do espaço aconchegante da casa, mas... nada mt aprofundado
enfim, decepcionante e triste, talvez fosse menos problemático se esse fosse um terceiro filme, ou um segundo, de uma trilogia e não o primeiro e provavelmente último da Nat. Mas terminando numa nota positiva, a Yelena é boa dms, cacete, que personagem carismática
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraEu não esperava uma trama top, mas PUTA MERDA, o filme não me deu NADA em relação à história. É vazia, superficial e pior: sem graça. Como que vc tem um plot de um torneio mortal entre reinos interdimensionais, com um monte de personagem aleatório (no bom sentido) e maluco, e faz a gnt sentir tédio por mais de uma hora??
Começando pelo protagonista. O Cole deve ser um dos piores protagonistas que me lembre. Você não se importa com ele, não entende o que quer e ele mal tem um conflito, sem fala que eu demorei horas pra saber que aquela mina era filha dele. E não é só ele não, hein? 98% do elenco é sem graça, agindo no automático, salve exceções como Joe Taslim (Sub-Zero) e Josh Lawson (o Kano), que nesse caso, era o único que parecia estar se divertindo minimamente.
E a (falta de) trama? Ave maria, vai do nada ao lugar algum, a cena que abre o filme, e por sua vez, é âncora emocional de uns três personagens, não faz sentido. Pq o mano tá matando a família do cara a sangue frio (hehe)? O que ele quer? É vingança? Sub-zero não é mais Bi Han, pq? EU NÃO SEI, uma coisa é você colocar referências e easter eggs pra quem jogou, uma coisa COMPLETAMENTE diferente, é estabelecer conflitos e relações a partir de informações que, oia só, NÃO estão no filme. O que é maluco, pois eles passam um tempo considerável explicando a questão do mortal kombat, porém da forma mais pau mole possível. A Sonya explicando a parte central do lore inteiro num diálogo mequetrefe, sério?
Beleza, tem cenas legais; a do Scorpion vs Sub-zero (as duas) são mt boas, mas olha, se nem a história e muito menos os personagens são legais e/ou interessante, a luta vira só uma coreografia vazia. Veja bem, se eu só quiser só a cena de lutinha, eu vejo o trecho no youtube e não quase duras horas de filme, né
Pq eu escrevi tanto sobre esse filme do qual irei esquecer amanhã? N sei, quarentena. Vcs conseguem conceber que Monster Hunter do Paul W. S. Anderson é mais coeso e menos vazio? É pessoal, é...
Godzilla vs. Kong
3.1 795 Assista Agorainfelizmente, acabei sendo engolido pelo monstro do hype
apesar disso, é um filme mt bacana e divertido de se ver, já que tem a porra de um lagarto radioativo lutando contra um macaco com um a porra dum machado, só isso já basta. O cgi tá incrível, e ganha pontos só por dar pra VER o que tá acontecendo, sem falar das batalhas que estão ótimas (tem uma parte que é basicamente só o kong correndo dos raiozinhos do godzilla, e nossa, chatão viu) , sem dúvidas isso numa tela grande e com gnt seria FODA.
Porém, o filme tem umas paradas que me incomodam e eu nem tô falando do famigerado núcleo humano e das inúmeras conveniências narrativas, mas sim do Godzilla ser um coadjuvante de luxo e ter um total de 0 momentos memoráveis. O Kong é o real protagonista do filme, e não dá pra fingir surpresa, os trailers mesmos mostravam isso. Contudo, é triste que a provável última presença do Godzilla no monstroverso tenha sido TÃO sem energia e amena.
Enfim, é um top filme de ação e é isso que entrega,
e sobre o vencedor:
quem real achou que o kong tinha chances ou era inocente ou tava mt mal informada
Monster Hunter
2.4 407 Assista Agoraa morena foi longe agora, hein
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraSe eu pudesse resumir este filme em uma palavra provavelmente seria: desinteressante.
O filme conseguiu pegar todos pontos bons do filme anterior e os (re)desenvolveu da forma mais sem graça possível, de tal forma que até uma ideia que faz sentido narrativamente e tematicamente (a volta do Steve) é extremamente sem energia. Não apenas isso, até a Diana parece minimamente desinteressante; sim, ela, agora, mostra mais fraquezas e vulnerabilidade, contudo, é tudo ligado uma coisa só, ela parece ter regredido ao invés de ser um heroína mais madura, além de perder mt daquele olhar feroz e energético dela.
Não somente parando nos protagonistas, os antagonistas são... decepcionantes. Ambos têm uma questão mt interessante ligado ao fracasso e perda, contudo, na reta final, o filme simplesmente cospe na nossa cara e no próprio arco de desenvolvimento deles. O Max, por exemplo, o filme joga fora tudo no final, além de querer que a gnt goste do filho dele, ah, tenha dó, o pivete mal tem falas... A Bárbara, então? Nossa, o filme literalmente e metaforicamente correu com ela, mal dá pra sentir ela crescendo, quase como se tivessem cortado partes de seu arco.
E o final, ah, o final... Não aprendendo nada com a única parte ruim do filme anterior, a Patty basicamente nos joga um final de redação do fundamental II e quer que achemos interessante. É triste, pois há cenas MUITO bem dirigidas, com uma ótima noção de geografia e timing, sabe? Tem uma cena, um pouco lá pro final, que eu realmente me senti fisgado pela emoção.
Enfim, é um filme chato, sem graça e mt mt cansativo. Faltou mt a energia e a ferocidade do primeiro mulher-maravilha
ps: acho que se tivessem tirado o Steve, e focado SOMENTE na Diana, o MM84 teria melhorado uns 84%
Tenet
3.4 1,3K Assista Agora(In)felizmente esse filme é o Nolan em seu estado mais puro. Cenas visualmente instigantes; conceitos inventivos; plot intrigante; um temática que se desenrola narrativamente e visualmente. Contudo, tudo se atropela como um carro invertido no meio de uma explosão temporal bela e vazia (enquanto algum personagem arremessa diálogos expositivos na nossa cara).
De modo sintético, toda minha experiência com filme foi: cacete, mano, que baguio interessante para chato pra caralho hein nolan. Pessoalmente, eu nunca senti mt emoção ao assistir o filme do Nolan, sempre foram mais um espetáculo ou algo para sentir 'intelectualmente' do que EMOÇÕES HUMANAS, mas amg, vou te contar, viu, esse filme é apático pra caramba; ou os personagens são chaaatos ou caricaturas sem carisma. Tipo, adoro o John David Washington, mas fico triste pq esse roteiro num deu NADA pra ele, né? Baita personagem sem sal e não o único. Junto a isso, a história é incrivelmente desinteressante pq parece que o diretor tá obcecado em desnecessariamente complicar TUDO , o que me tirou completamente do filme.
enfim, é um filme que seria proveitoso rever pra pegar detalhes e tal, entender o panorama do que tá havendo, mas haja paciência pra ver isso aí dnv, viu.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraParece um clipe cool gigante e eu gostei disso. É eletrizante, apaixonante, mas ao final, perdido. De começo é um filme que prende atenção, a trilha, as cores, a edição ótima do filme solta aos olhos e conquista qualquer um. É aquele tipo de filme que você olha e pensa: essa porra vai ser meu xodó.
Eletrizante, sabe dar sensação de perigo, tensão e também de suavidade, é definitivamente um filme divertido.
Entretanto ele simplesmente fode a cabeça geral no terceiro ato. Basicamente joga fora todo o desenvolvimento dos personagens, e esquece, para mim, de toda dinâmica da harmonia entre trilha-cena-edição e esquece também da lógica interna dos personagens a fim de fazer umas cenas legais. Afinal, é um filme de cenas legais. Na minha concepção perde-se um pouco no final, perdeu um pouco do meu carinho, mas ainda acho supimpa.
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraO que deu no roteirista na parte final? Só deus sabe... Primeiro, é um filme absurdamente atmosférico, sempre com tomadas distantes e impessoais, sempre denotando aquela ideia de vigilância, de perseguição, além das diversas tomadas com espaços vazios que causam angústia e estranheza. Rapidamente você já entende a situação e sensação de paranoia e medo que permeia o filme todo, uma incongruência entre paz e um presságio de terror, o que é enfatizado pela trilha. Há um momento em que o diálogo é uma boa notícia, porém a trilha desarmônica denota que não.
Toda a alegoria do Homem Invisível ser reinterpretada e reimaginada pra um relacionamento abusivo, de uma lembrança tanto física quando emocional de um trauma é ótima e pertinente. Quem já passou por isso entende perfeitamente o dano profundo que é. O fato (até dado momento) o Adrian não ter um rosto exposto totalmente representa o quanto essa questão é universal. A Moss está perfeita no papel, não tem nem o que dizer...
Contudo, o filme dá uma enlouquecida BRABA no terceiro ato. Cenas de ações mirabolantes; personagens com super-força; descuidos nada proporcionais do vilão que até agora era minimalista pra porra. E uma questão mais pessoal minha:
ao meu ver a história era mais uma alegoria que qualquer outra coisa. Não era Moss e Adrian, era uma mulher sendo vítima de um homem abusivo, e o fato do rosto do Adrian não se exposto e por toda universalidade contida no arco da Cecília me fazia crer nisso. No entanto, o filme mostra que é a história da Cecília mesmo, o que: pode ser uma incongruência temática, ou: sim, a história é UNIVERSAL, mas PESSOAL, a Cecilia merecia aquela vingança e ter seu algoz exposto e morto devidamente (apesar de eu achar a ideia dele não falar e não ter o rosto exposto mais amedrontadora)
Enfim, baita filme. É intenso. Instigante. Imersivo. E esmagador. Além de esboçar assuntos importantes, com ótimas atuações e momentos interessantes, apesar de achar que a direção é melhor que o roteiro, que dá uma viajada no final.
Dragon Quest: Your Story
3.5 51Um pouco decepcionado de ter visto uma história TÃO interessante e promissora ser desenvolvida de uma forma tão afobada e abrupta. No mínimo, dava pra fazer uma trilogia pra dar mais tempo à história e às situações; por exemplo, Luca escravo por 10 anos que pareceram 10 dias. Além de ter facilitações narrativas que quase ofendem e que acabam criando alguns furos beem fortes, o que é MUITO estranho, já que o filme tem algumas decisões de roteiro bem interessantes, também.
Mas é divertido, tem boas cenas de ações e uma animação linda pra CA-CE-TE, apesar dos personagens serem meio superficiais, são bem carismáticos e é um mundo que fiquei minimamente interessante em conhecer mais. Enfim, se desse mais tempo para respirar, pra desenvolver a história e os personagens seria melhor e sobre o final:
que horroroso, meu deus. Tentaram jogar um final metalinguístico com ZERO construção só fazer uma pequena homenagem; em momento algum foi suscitado essa questão do escapismo da realidade, aí do nada é a msg final???? Sem contar esse vilão vazio que não importa pra história (o vilão final poderia ser o Ladja, que é o porra do causador de TUDO, mas optaram por esse random?). E também: o objetivo dele, do vilão vírus lá, era acordar o Luca porque ''ficção é ruim'', mas ele chega no FINAL, que era o momento em que Luca já ia acordar.......
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraNão consigo discordar de quem achou esse filme previsível, chato e até pedante, realmente não consigo, porém gostei.
O que mais encanta e impressiona no filme é a forma a qual os temas são abordados. O grupo de amigos não se comunica verdadeiramente em nenhum momento do filme, todas as interações são realizadas da forma menos empática e sincera possível. Sem diálogos, sem sentimentos expressos de forma saudável e aberta, tanto que a personagem principal sente essa carência o tempo inteiro, não se sente acolhida, ouvida e muito menos tendo seus sentimentos válidas tanto que
ela apenas sente isso ao gritar de dor e ter as mulheres do vilarejo se compadecendo e estando na mesma frequência que ela, sem necessariamente entendo-a, mas estando ao seu lado, o que me causou sentimentos conflitantes, já que ela saiu de um relacionamento bosta pra uma seita de assassinos
Além disso, há a temática cultural, o filme gastas looongas horas na construção da dinâmica de grupo, na questão comunitária, em que uma criança é criada por todos, além de especificidades refletidas em dança, alimentação, religião e etc. Os estrangeiros não conseguem se adaptar com facilidade, é um choque muitíssimo grande, e olha que é um grupo composto com, pelo menos, dois antropólogos. Chegando a, sem perceber ou não, destratar símbolos culturais/religiosos importantes e sempre reagindo com desdém para com a cultura do outro.
pontuando coisas como a assimilação cultural da Dani, sentindo-se parte de algo coletivo e não mais individual, além de que todas as mortes tem uma '''''''razão'''''''''' (com centenas de aspas, mijar em árvores que representa algo pra um povo não é legal, mas num precisa matar e depois botar fogo, sabe), normalmente ligadas ao respeito cultural
Por fim, toda a questão de luto e da fragilidade em decorrência de traumas, deixando-nos vulneráveis e abertos para entrar em qualquer coisa que nos dê significado e conforto.
Planeta do Tesouro
3.7 208 Assista AgoraSe me contassem que era um filme resumo de uma série animada muito boa, eu iria acreditar.
O universo é instigante, vasto e toda a direção de arte deixa isso atenuar perfeitamente, é uma deleite fodido ver essa animação e acompanhar, mesmo que brevemente, o nosso protagonista passar por certas ambientações galácticas. Toda a construção da ambientação com uma atmosfera cyberpunk pirata é estonteante, o que só mostra o quão interessante e riquíssimo é esse universo, as infinitas possibilidades que se poderia ter.
No entanto, o roteiro é fraaaaco, tudo soa muito resumido e passado da forma mais planta possível, pouco tempo se dá para desenvolver minimamente qualquer coisa. Personagens tão incríveis e com um enorme potencial são pincelados da forma mais superficial possível, deixando-os caricaturais. O que, é claro, não é um problema per se, é só que, né, há um potencial gigantesco ali. O passado do Jim com seu pai; o passado do John Silver e os sacrifícios pelo seu sonho; a história de Amelia. Tudo deixa aquele gosta ameno e que, caso fosse mostrado, seria uma experiência incrível.
Queria que tivesse tempo para mostrar mais sobre os mundos e a vastidão desse universo, com certeza séria uma série animada incrível.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraPantera Negra é um filme culturalmente complexo
Acabei de assistir Pantera Negra, e fico absurdamente maravilhado, é lindo, é intrinsecamente africano, negro, cultural.
O filme fez-me sentar e aprender, ver as coisas por ângulos mais complexos e absurdamente densos, primeiramente pela cultura. As vestimentas, as danças, as cerimônias, a religião, TUDO é uma manifestação da identidade de povo, do modo como vivem, de suas vidas. E esse eco está por toda parte no filme, de fundo vemos a variação das roupas dos cenários, numa bela mistura de cinza, preto com cores estonteantes e marcantes, os rituais/cerimônias são carregados de significância, de beleza e de unicidade, é único aquilo, é culturalmente singular. E parte dessa manifestação da diversidade cultura seda pelas tribos, compostas por representações de animais, de cores, de roupas, tatuagens, piercings. Tudo é MUITO significativo e expressivo. tudo é singular da sua maneira, é uma bela exposição da diversidade cultural.
Pantera Nega é um filme sobre um rei, sobre uma nação, sobre governantes e governados. E ele não trata com maniqueísmos e escolhas fáceis, o filme é colocado em escolhas difíceis na trama, de conflitos internos, seja em nível macro ou micro. Personagens de lados diferentes tendo como base a mesma ideologia, personagens de lados iguais tendo divergências sobre seus pensamentos, não há saídas fáceis ou direções fáceis. E isso é representado pelo vilão, o Killmonger personifica a complexidade desse filme, é um personagem que carrega uma motivação com sentido e tem um propósito entendível, mas o leva de uma forma condenável e extremista. Ora simpatizamos com ele e entendemos como se deu sua criação, ora o condenamos, ele transita nessa linha tênue da moralidade (entenda que justificar é diferente de entender). E temos o herói que por mais que esteja do lado do bom, se mantém num lugar nocivo para seu povo. É um bom rei que tem que tomar decisões, e nisso nasce uma bela dicotomia que o filme aborda ao meu ver: o privilégio da escolha. Por mais que T'chala tenha suas responsabilidades, ele tem escolhas, o filme apresenta que é um nível mínimo das escolas que ele fez, e também mostra o fardo que ele não escolheu, e Killmonger mostra um garoto sem escolher, marginalizado e que agora, um ''monstro''.
Governados e governantes; conquistados e conquistadores. O filme pega a premissa da Wakanda ser um país não colonizado como contexto e aborda as relações de governantes, de governos e parece traçar linhas complexas entre estar tão perto do que se odeia, e tornar-se o que se odeia e estar tão distante que simplesmente não age, não interfere e o mundo vai pegando fogo. Deve-se lutar ou se resignar, e há apenas essas duas opções? Se opor ou se isentar? Como essa ideias se correlacionam, qual é acerta? Nada é tão simples.
Enfim, os personagens são absurdamente carismáticos e complexos, todos têm em algum nível correlação com a trama e temática do filme, todos têm conflitos importantes, decisões difíceis. A trama é boa e bem diversa, ora perseguição, ora investigação, ora um Thriller político, ora uma trama intimista sobre um jovem marginalizado, ora uma grama universal sobre a sociedade. O vilão é excelente, facilmente um dos melhores da Marvel (a concorrência é fácil, afinal), houve um momento onde deram um foco nele que eu não esperava, é quase de chorar, é singelo, bonito, significativo. O herói não fica para trás, gostamos dele e há um momento que dói porque nos afeiçoamos a quem ele é, é um personagem complexo com responsabilidades imensas e conflitos; seja lidar com todo um passado, ora lidar com um presente caótico e um futuro incerto. O CGI é quase de ps2, é beeem falso em diversas partes, num há como negar, e é pior num momento bem significativo e que devia ser UAU, mas pelo CGI, a gente sai totalmente da cena. Porém a direção de arte na criação da civilização Wakanda é ótima. Dois pontos que não curti: o Conselho, havia um ar de autoridade, entretanto houveram muitas poucas objeções, simplificaram demais as relações ali, há um momento em específico que o Conselho parece lerigou para atitudes de tal personagem. E a morte de um personagem x, FAZ SENTIDO, tem significância na trama e para os personagens envolvidos, o problema é o personagem em si, o filme me deu muito pouco para eu me afeiçoar a ele, então fiquei simplesmente: foda-se. E acho que faltou uns 5 minutinhos a mais pro personagem do Daniel Kaluuya, porém ainda é bem importante na trama.
É um filme lindo, é significativo, empoderador (muita gente odeia essa palavra e por isso eu vou usar, pau no cu :vvv), sobre identidade cultural e sobre o valor de pertencer à algum lugar, de ter ídolos, de se sentir representando, de ter um PASSADO.
Jumanji: Bem-Vindo à Selva
3.4 1,2K Assista AgoraQuem sou eu pra não gostar de um filme que o The Rock tá? O homem é um touro
Perfect Blue
4.3 815Você fica ludibriado, irritado, disperso e confuso. E entra nessa espiral de desgraçamento de cabeças.
O filme desnuda Mima até o âmago, mostra uma mente débil e fragilizada pela exposição de sua imagem, pelas expectativas impostas à ela e pela sua própria interpretação de si mesma. O filme transita entre o ''real'' e o ''sonho'', misturado-os, porém sempre dando sentido para a mente cansada e desvairada de Mima. Sua mente entra em loop, sua mente vê-se por fora e por dentro, sua mente se perde entre suas ações, suas atuações e suas interpretações. Nada é certo. Tudo é interpretação.
Ao meu ver o loop se passava em cenários diferentes, outra vez no quarto de Mima, outro no Rumi, isso se dá pela configuração diferente do quarto, nos peixes mortos (e ora vivos) e principalmente pelas roupas de Mima, quando é no quarto dela, ela estava vestida normalmente, quando é no da Rumi, ela está sem a parte debaixo da roupa. Ou seja, dá para imaginar que a Rumi estava a drogar Mima e, de certa forma, tentando pega a vida da mesma para ela.
O filme parece ter três camadas, e por via três níveis de quem é Mima. Temos a atriz, numa série violenta que retrata crimes e por essa vez é de uma personagens com múltiplas personalidades, a estrela pop com roupa espalhafatoso, que é incessantemente criada pelas pessoas a volta e a própria Mima, uma mulher que tenta lidar com as expectativas sobre ela e os abusos dos fãs. Todas transita no filme e na própria mente da protagonista, deixando-a eufórica, ansiosa e perdida em sua própria personalidade, passando pro uma espécie de despersonalização, perdendo-se aos poucos sua própria identidade, porque se pensar
temos a Rumi se ''apoderando' da personalidade pop star para si, temos a outra parte sendo atuada e nisso rola confusão de sentidos e acepções.
A desgraça na mente de Mima é colocada sempre em tons de vermelhos em relação ao azul, a chuva e a calmaria. A violência é constante e é sempre mostrada pela transgressão, pela insinuação de abuso. Mima é uma personagem vivendo sempre nessa sensação de invasão, de exposição e abusivo. Sempre sentindo-se nua, exposta aos olhares alheios, às vontades alheias, ela mesma é vista não como uma pessoa, mas sim como algo a ter posse, algo para a satisfação alheia, seja por fãs, sejas por seus agentes.
Ela passa por níveis e níveis de desgaste mental, desde simular um estupro até pensar que assassinou alguém, e podemos ver o sangue, o vermelho macular sua persona e sua mente.
Perfect Blue
4.3 815Desgraçador de mentes esse filme.
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraPUTA MERDA A CENA NA CASA.
É, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. É instigante, intrigante, denso, imersivo. É diferente do que eu imaginava. Eu esperava uma história sobre a História, por assim dizer, um foco maior no enredo, porém tive uma história sobre pessoas, sobre a complexidade da identidade de um indivíduo, sobre o querer mudar, o vestir-se para ser outro alguém, um filme sobre facetas e personas, sobre imergir na mente de um individuo, sobre autoconhecimento. E muito além desses desdobramentos psicológicos, temos uma mulher independente, que na introdução do filme já parecia estar lutando para alcançar algo, antes mesmo do filme inciar (tal qual Hannibal que já estava preso, antes do filme começar), e sozinha. Uma mulher entre os olhares afiados, inescrupulosos, nojentos de homens e dizeres machistas, com um objetivo certo e claro, um passado triste, uma mente que vai na linha tênue entre o frágil e o duro.
A atuação de Hopkins não é superestimada. É amedrontadora, sedutora, charmosa, minimalista, sutil, opressiva. Não há mais detalhes a se falar, a cada gesto, olhar, respirar percebemos Hopkins dentro da pele de Hannibal.
Uma cena é linda. Hannibal e Clarice conversam, entre dizeres de desabafos, o rosto de Hannibal aparece do lado esquerdo da mente de Clarice, representando que o mesmo já dominou sua mente, e tomou conhecimento de suas fragilidades e segredos. É poético.
Estou absurdamente extasiado depois de ver esse filme, logo dá pra imaginar o quão tendencioso posso estar sendo agora. Mas algo posso afirmar, tal qual o descobrimento e a minucia que Dr. Hannibal fez da mente de Clarice, me vejo assim agora. Completamente despisto e exposto por esse filme.
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraTristemente ou não, eu sabia o que era Rosebud antes mesmo de ver o filme, havia todo o hype em cima do ''melhor filme já feito'' e apenas pensava: essa porra de contexto vai foder muito minha visão do filme.
Não fodeu.
O filme é sobre um homem ambicioso, grandioso e quer se espalhar pelo mundo e ser amado por todos. Tem opiniões sobre tudo, compra tudo que há no mundo, consegue manipular opiniões sobre uma cantora fraca, e apensar de tudo isso, restou apenas um nome em sua mente, que afinal, era
um trenó. O símbolo de uma infância perdida que lhe foi arrancada prematuramente, a lembrança de uma época onde não havia opiniões para ter, políticas para se meter, relações complexas para se envolver. Ele era apenas e somente uma criança, sem preocupações, apenas se preocupando com algo singelo e, finalmente, significativo como um trenó. Um garoto, não é um homem imerso em seus paradoxos. Todos sentimos a falta dessa pequena peça.
É um homem era mostrado sempre grudado e aos berros com outras pessoas, sempre envolto de pessoas, porém no final era mostrado distante... Sozinho... Um homem solitário que pela sua grandeza de sempre estar um passo a frente, de querer sempre tudo da sua maneira, afastou cada pessoa em sua vida. Afinal, fora um criança arrancada de seu lar, só queria amor. Só queria atenção. E também um homem que parecia querer ser visto, mas não conhecido; gostado, mas não amado, sempre, de alguma forma, mantendo distância com todos.
O filme mostra a extensão de um homem. Não há como resumir o homem em apenas uma palavra, há várias peças complexas e densas formando o que é um homem é, desde sua vida política achando que liberdade é um presente até objetos sem valor. Em um homem há peças faltando, peças importantes que são a sua base.
E no final, é um belo estude de personagem. Analisa os aspectos de suas amizades, seus amores, suas opiniões políticas, sua vida social, no fim é sobre o Cidadão Kane, o Homem Kane. Não sobre Rosebud.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraEu queria ter visto o filme sem saber que era uma alegoria bíblica, pois queria saber como eu iria reagir ao filme, provavelmente iria boiar e MUITO. É complicado esse filme, mais alguém acha que a significância/entendimento do filme se sustenta muito em ser uma analogia bíblica? E acha que se uma pessoa ver o filme sem saber disso, ela não irá aproveitar 100%?