Gustavo Fabretti

"Lost in translation". O título(original) não poderia ser mais adequado. Embora tenha como ideia principal a dificuldade de comunicação entre pessoas de diferentes idiomas, o filme explicita, também, a limitação de diálogo entre os personagens e seus próprios cônjuges. E ainda que cercados de pessoas, se sentem sós. A solidão mesmo na companhia de outros, talvez a mais amarga.
A possibilidade de fuga da realidade quando Bob e Charlotte estão um na companhia do outro pode ser sentida e desfrutada pelo expectador. Assim como a sensação bucólica que até mesmo os movimentados grandes centros urbanos podem causar-nos.
Ótima direção de Sofia Coppola, e atuações encantadoras de Scarlett Johansson, e Bill Murray.

É incrível como o filme materializou com tanta exatidão o enredo, os personagens, os momentos e sentimentos do livro. Se me perguntarem: Qual é melhor? Livro ou filme?
Sinceramente, esse é um dos poucos exemplos em que a obra original e sua transposição para as telas são igualmente boas. Cada qual com os seus recursos.
E embora pareça ser apenas mais um filme clichê voltado para o público jovem, tal dedução logo é dissolvida no modo simples e singular de abordar temas comuns (e não tão comuns). Ótimas atuações, roteiro coeso, tendo a trilha sonora como a "cereja" no bolo.