2001 foi escrito e produzido conjuntamente por Arthur C. Clarke e Staney Kubrick, inspirado no conto "A Sentinela" do próprio Clarke. E depois de meses, até alguns anos, desejando assistir esse filme, como fosse (e é) obrigação minha como fã de ficção científica, finalmente consegui e até agora estou me perguntando quem fumou mais e que droga foi que esses indivíduos usaram. 2001 é tudo que se espera de uma ficção científica: é grandioso, absurdamente fiel a realidade, que é imbatível para sua época e pouco superada hoje em dia, com uma mixagem de som e trilha sonora esplêndida de fazer chorar(filosoficamente falando, as lagrimas não caíram, mas eu senti meu ego transbordar de emoção), o filme consegue ser monumental e claustrofóbico ao mesmo tempo,como imagino que deva ser mesmo o espaço para nós, que estamos apenas no inicio da caminhada rumo as estrelas. A lentidão das cenas não me incomodou, na verdade eu fiquei curiosíssimo na primeira tentativa de assistir o filme, porque demora mais de 1 minuto para aparecer qualquer coisa na tela e sim, achei genial. Fiquei pensando como as pessoas devem ter se sentido no cinema ao assistir o filme, algumas com certeza surtaram. E não é pra menos, para o que apreciaram o caráter contemplativo do filme e ficaram até o final foram "presenteados" com um clímax ainda mais louco varrido e fumado que toda a filmografia do Kubrick, que, pelo menos para mim, conseguiu ser absolutamente lindo e perturbador ao mesmo tempo. Confesso que no final, fiquei feliz pelo filme ter acabado, fiquei achando que não ia dormir pensando nele e imaginei o quão sem chão devem ter ficado as pessoas que o assistiram na telona, mais de 40 anos atrás. Enfim, seja qual for o resultado, 2001 é uma experiência enriquecedora e desafiadora, é como Kubrick queria: como música, ou como um quadro. Não passará despercebido. Você pode não entendê-lo, mas certamente sentirá algo, mesmo que esse algo seja um profundo tédio.
Perdido em Marte não é um filme pretensioso. Mas é, sem dúvidas, otimista. E um otimismo muito bem construído, numa época onde só vale como ficção científica de qualidade, uma distopia, ou um filme sombrio que discursa sobre a humanidade (cuja maioria falha, inclusive). Daqueles que fazer qualquer pessoa que gosta de ficção científica, astrofísica ou mesmo ciência ficar minimamente feliz ou motiva crianças e jovens a querer se astronauta ou físico. Porque o filme é uma celebração a capacidade humana de se superar com base na ciência. Pra variar, temos um protagonista bem humorado e isso é muito bom. Afinal, o cara está em Marte, porra, ele está presenciando a incrível sensação de ser parte do universo, de estar numa área completamente intocada e inalterada pela humanidade, que permanece do jeito que deve ser, e aprecia isso. E isso é lindo. O filme não cometeu o erro de Interestellar, onde os caras estão passando por Saturno pela primeira vez na vida e não dão a mínima para aquilo. Se tivéssemos duas horas de Matt Damon depressivo (porque todos os personagens em situações extremas reagem da mesma forma, aparentemente), porque deveria pagar meu ingresso quando posso chegar em casa e assistir meu dvd de "O Naufrago"? Pra mim, esse filme foi como imagino ter sido assistir Star Trek pela primeira vez, para as crianças e jovens na década de 60, ou Cosmos, nos anos 80.
E quer saber, morrer em Marte, por mais doloroso ou triste que possa parecer, parece muito melhor do quê morrer em qualquer lugar. Parece um jeito sublime e foda de morrer, em comunhão com o universo e as estrelas. "Chupa essa, Neil Armstrong"!
A primeira estrela é por toda a equipe, desde o diretor aos atores, a segunda estrela é por todo o primeiro e segundo atos do filme, os quais realmente gostei. A terceira estrela é pelo ótimo look e "pegada" de ficção científica hardcore, totalmente diferente dos filmes da Marvel Studios, mais sério e mais dramático e definitivamente mais interessante que os dois primeiros e muitos do Marvel Cinemátic Universe. Mais algumas coisas que eu gostei no filme:
- Tocha humana está incrível, realmente parece uma tocha, quando ele está em chamas, o corpo dele lembra a ponta de palito de fósforo quando está inflamado, parece que ele está sendo queimado e ao mesmo tempo não. O visual do quarteto está realmente ÓTIMO, a forma como o Reed se estica nas primeiras cenas é agoniante, e também no final do filme. Mas algumas outras pareceram meio mal feitas no CGI, mas beeem melhor que o de 2005, que parecia super "cool-olha-que-legal". - A cena em que eles viajam para Zona negativa, a segunda vez, que efetivamente mostra o portal, é pra lá de legal, muito bonita a forma como foi feita. - O visual do Doom pode não ter sido o melhor, mas claramente tem referencias aos quadrinhos, e os poderes dele estão ótimos, adorei a cena quando ele chega destruindo tudo como uma verdadeira entidade do mal.
A quarta estrela é pelo CGI desnecessário e insatisfatório em alguns momentos [spoiler]como no do macaco. Porra, custava usar um macaco de verdade? Sabem quanto custou fazer um macaco igual ao de Planeta dos Macacos: O Confronto ou o Tigre em Aventuras de Pi? Mais de um terço do que deve ter sido gasto nesse filme todo
A quinta estrela é pelo esquizofrênico, estranho e corrido final que destoa completamente do filme que eu estava assistindo na primeira hora de projeção.
Como assim um filme que gastou 15/20(?) minutos só desenvolvendo o Ben e o Reed, mais outros minutos para relação dele com a Sue e tem todo um passo-a-passo que parece fazer bastante sentido, do nada (a partir do momento em que o Reed foge) começa a ir super rápido. De repente capturam ele, de repente o Doom volta e, apesar de uma boa cena mostrando ele usando os poderes, não desenvolvem ele, não dão um tempo maior para a gente se conectar com as motivações do cara (que até fazia sentido) e para que ele representasse um perigo maior. De repente todos os problemas mal resolvidos do filme todo, que não tem um rítmo explosivo, se resolvem em questão de 2/3 minutos, o Doom é derrotado, todo mundo fica feliz. Parece que não tinha tempo, mas o filme durou pouco mais de 90min. PODIA TER TEMPO, porque um filme desses não tem 2h20 de relógio? Porque não foi mostrado o Doom no outro mundo. Uma UNICA cena dele, na zona negativa, apreciando o local e "sentindo" ele mesmo já ajudaria. Porque não deram tempo ao Doom para ele se dilapidar, ficar mais elegante, aquilo claramente era possível. Porque a batalha final parece ter sido colocara ali APENAS para que houvesse uma BATALHA?
Apesar disso não acho, nem remotamente de longe esse filme o pior de super heróis. Aliás, sequer acho tão ruim assim. E apesar de todos os problemas, eu consegui apreciar. Talvez seja porque eu reconheci coisas de Chronicle, do Josh Trank ali. Talvez seja porque eu vi o que esse filme poderia ser e o que não foi. Eu acredito em Josh Trank quando ele diz que tinha uma ótima e diferente versão do filme. Acredito porque houveram muitos rumores que a Fox não estava gostando porque era "Poder Sem Limites" de mais. Uma pena. Porque Poder Sem Limites, sozinho, já bota a Marvel Studios no chinelo. Fui com a cabeça aberta ver esse Quarteto Fantástico, não é fantástico, mas eu veria de novo. É uma verdadeira pena que a crítica especializada esteja destruindo com o filme, mas, dessa vez o Omelete foi certeiro. Teve dois atos ótimos, mas o terceiro, sequer parece que foi dirigido pelo mesmo cara. E mais: respeito o Josh Trank pela coragem de pegar o projeto, por mostrar que sabia do que tava falando e por tentar fazer um filme diferente, com pegada. Quarteto Fantástico, como os filmes dos X-men, tem problemas, mas tem identidade, e identidade vale muito. Eu já estou de saco cheio de assistir Homem de Ferro e os Vingadores. Mesmo roteiro, mesmas piadas, mesmo desenvolvimento, mesma estética e cores. Se a Fox não der uma segunda chance, para ele ou outro diretor com pegada, ficarei triste. Porque o Trank conseguiu dar base para um belo mundo, e eles tem uma bela equipe de atores.
Um trabalho de pesquisa minucioso, um processo pacientemente milimetrado para conseguir todas as entrevistas necessárias, dizer tudo que precisava ser dito com classe e contundência. "Inside Job" faz uma incursão ao Wall Street em busca da explicação para a crise de 2008 que afundou o mundo, aumentou a taxa de desemprego mundial quase que exponencialmente e gerou uma sucessão de "mini-crises" que ainda afligem muitos países. A crise de 2008 mudou a forma como o mundo se relaciona com o dinheiro e com o mercado, e Charles Ferguson esmiuçou e triturou os representantes do 1% mais rico da América do Norte para explicar como eles enriqueceram num complexo e fraudulento esquema de vendas inapropriadas O diretor quer deixar bem claro porque você não deveria gostar do Wall Street, e por isso vai mostrar quando começou, como eles fizeram, por quanto tempo, o quanto enriqueceram, suas motivações, gastos e influência. Bônus: após explicar como a irresponsabilidade e a completa desregulamentação do mercado financeiro afundaram a sociedade americana, Ferguson vai mostrar como fizeram sucumbir até mesmo o congresso americano tornando os políticos quase que reféns de seus interesses e corrompendo, inclusive, as universidades para impedir que avaliações perniciosas ao negócio lucrativo fossem descobertas. Em algum momento será dito que "mesmo se o governo colocasse PhD's em matemática para analisar esses processos, ainda sim seria difícil determinar sua complexidade e extensão". Wall Street é assim, expansiva e sem fronteiras. Wall Street dominou o mundo. E eles ainda dominam.
"Cartas de Iwo Jima" é fantástico, desde a bela fotografia que é notória ao longo do filme, variando entre tons de sépia e cinza, beirando o monocromático em muitos momentos; bem como a direção que não faz estorço para tentar parecer épico ou heroico, enfatizando caráter falho e cruel da guerra. O filme faz um tour pela ilha de Iwo Jima, segundo ponto de vista do lado japonês, enquanto intercala entre acontecimentos da batalha e os dramas pessoais de cada um, bem desenvolvidos, com melancolia e dramaticidade, chegando a ser contemplativos em alguns momentos, além de tratar de varias características culturais do povo japonês e como isso foi incorporado, até deturpado no regime em que eles se encontravam no momento não fazendo juízo de valor. As cenas de guerra conseguem ser ótimas e impactantes mantendo o mesmo tom melancólico, não sendo épicas em nenhum momento, apenas reais. O filme é um retrato honesto da guerra sob o ponto de vista do lado que perdeu a guerra, mas não a batalha, não aquela entre canhões e rifles, mas a de cada um, a que realmente importa, com si mesmo, sua própria honra e por sua vida. Alguma das cenas mais bonitas que eu vi estão aqui. "Cartas de Iwo Jima" já se tornou um dos meus filmes preferidos.
Nunca vi um filme inteiro dessa franquia, e vi este no cinema por convite de um amigo. Mas olha, se eu disse que não me diverti, estaria mentindo. É um filme de ação bem dirigido, as cenas, por mais mentirosas que sejam são divertidas e gostosas de assistir, especialmente as no Oriente Medio. Além disso, é sempre bom ver Jason Startham em ação, o cara é a melhor definição de exercito de homem só, nunca decepciona quando o assunto é porrada.
Primeira coisa a falar sobre Era de Ultron é que este é realmente um filme de equipe e, sendo meio redundante, é realmente um filme do Joss Whedon. Quando assisti ao primeiro filme o que enxerguei era uma desculpa meia boca para juntar os heróis, muita piada fora de hora e erros no roteiro, além de um vilão nada ameaçador. Ultron nos trás ao menos uma sensação de perigo real em vários momentos, não todos. Ultron tem carisma, é uma releitura malvada do pinóquio (e aqui tem um monte de referencias que eu adorei e combinaram totalmente com a atmosfera do filme) com traços da personalidade irônica/sarcástica do Mr. Stark e as vezes soa como uma criança birrenta, mas sem nunca parecer inofensivo, por mais birrento que Ultron pareça, você não gostaria de conversar com ele. A forma como o filme tratou a questão das Inteligencias Artificiais foi tranquila, bem ao modo clássico. Gostei disso. Feiticeira Escarlate é outra personagem que adorei, em tudo, desde a caracterização ao roteiro. Os Vingadores agora lutam como equipe de verdade nesse filme e é lindo de se ver, de uma forma como só o Joss Whedon sabe, onde eles combinam seus poderes milimetricamente e cobrem as fraquezas de cada um durante a batalha, com destaque para uma sequencia maravilhosa dos heróis reunidos contra um exercito de robôs é mais megalomaníaco que qualquer coisa do Michael Bay mas respeitosamente dirigido. Ha bastante desenvolvimento de personagens nesse filme também e eu gostei, mas poderia ser mais, o trailer prometeu mais nesse quesito. Ainda há piadas, mas estão menos incômodas que no filme anterior, no mais, é um bom filme, cumpre o que promete com muito mais qualidade que a maioria dos anteriores. No mais, eu fiquei apaixonado pelos créditos finais do filme onde a câmera vai girando em volta de uma escultura dos Vingadores enfrentando os robôs em algo que parecia uma grande pedra de mármore. Simplesmente os melhores créditos finais que a Marvel já fez.
Quando o Mercúrio morreu, eu senti empatia por ele, achei o personagem dele não muito incrível, mas quando ele morre, você enxergava um jovem que viveu num mundo cruel e estava apenas tentando não olhar tanto para isso, morreu heroicamente, fazendo sua brincadeira usual "isso você não viu chegando". Pouco expressivo, mas morreu com dignidade, Mercúrio tinha carisma afinal.
Puta filme incômodo. Esse filme é um soco nos colhões, no estômago, nos olhos, na nossa hipocrisia de cada dia, nos nossos instintos mais animalescos e desejos egoístas, na ferocidade que travestimos de cordialidade todos os dias e que liberamos ao primeiro sinal de desordem. "Ensaio sobre a Cegueira" é crú e simbólico ao mesmo tempo com toques de humor negro que vão lhe fazer pensar que está literalmente "rindo na miséria", porque até o final de duas duas horas de relógio eu garanto que você vai estar sentindo algo assim, um sentimento de miséria, de inutilidade e quase descrença na humanidade. Eu me senti mal durante mais da metade desse filme, cheguei perto de chorar e precisei do resto do dia para digerir e vir escrever esse comentário. Está na lista dos melhores filmes que eu vi na vida, mas são tão impactantes que não gostaria de repetir a experiência. Mas afinal, os melhores filmes são mesmo assim.
Achei um filme surtado, psicodélico ao extremo, com uma trilha sonora maravilhosa e a segunda parte, principalmente, bastante divertida. Em certo momento achei o desenvolvimento bizarro, os personagens me pareciam meio estúpidos ou era apenas o excesso caricatural do filme? Não sei dizer, mas a cena da entrevista e os minutos finais do filme (e aqui falo as cenas que incluem o personagem de Roberd Downey Jr.) achei os mais genais e divertidos, fizeram toda a projeção valer a pena. É realmente um filme bem tarantinesco, acima da média mas não mais do que isso. Talvez essa minha leitura é se deva ao falto de desconhecer o dedo do Tarantino nisso aí: teria assistido já sabendo que ia encontrar esse tipo de loucura, mas não, estava esperando algo com um tom mais sério, e foi aí que o filme me decepcionou. Ainda sim, valeu a pena ter visto.
Como fã de carteirinha de ficção científica, eu não podia deixar de assistir 12 Macacos. Esse filme do Terry Gillian é, segundo as boas e más línguas, um dos melhores do gênero, dentro da Sci-fi e dentro do nicho que usa viagens no tempo no roteiro. Comecei o filme com expectativas altas, estava esperando um roteiro de dar nó na cabeça, cheio de reviravoltas que ia me faze matutar por horas. Para ser honesto, não achei complexo assim. Pelo contrário, achei simples pra caramba, muito bem escrito mas simples. Pode ser porquê vejo muitos filmes desse gênero e isso treinou minha cabeça, mas eu deduzi praticamente o filme todo nos primeiros 15 minutos. Fiquei um pouco decepcionado no fim ao descobrir que meus palpites estavam certos, eu estava esperando alguma reviravolta que não aconteceu, algo tipo "O Predestinado" ou "Terminator 2". Apesar disso, permanece um perfeito filme sobre paradoxo e isso é um grande feito. Nem por isso posso deixar de notar as varias qualidades desse filme, a trilha sonora meio irônica, a atuação sensacional do Brad Pitt, uma das melhores que eu vi dele, assim como Bruce Willis, com expressões faciais até bastante convincentes o figurino e direção de arte que tem um toque de Steampunk e toda a atmosfera surtada do filme onde, no gênero da ficção científica, Terry Gillian sempre sabe ser interessante. Eu terminei 12 Macacos pensando, assim como quando assisti Psicose, que vê-lo, pela primeira vez, no cinema, quando essa temática era menos recorrente, deve ter sido uma experiencia muito mais rica e impressionante.
Em 2007, Steve Jobs foi convidado a discursar para os formandos da turma de administração e negócios da faculdade de Stanford. Na ocasião, durante o discurso, ele dirá isso: Não se pode conectar os pontos olhando para frente, apenas para o passado, pois você não sabe o que vai acontecer.
Para explicar o ensinamento que procurava passar, ele exemplificou que, aos 19 anos tinha largado a faculdade para estudar o que bem entendesse, frequentar aulas lhe interessassem. Uma delas era caligrafia. Um aprendizado aparentemente inútil. No entanto, 10 anos depois, quando estavam produzindo o primeiro Macintosh com interface gráfica, ele cuidou pessoalmente da tipografia. Queria que as letras digitadas no computador fossem tão perfeitas, enquadradas e belas quanto aquela empregada na caligrafia manual cuja técnica tinha aprendido. A tipografia dos Mac's foi uma das poucas contribuições verdadeiras dele para o computador pessoal, e durante décadas isso vem sendo copiado.
Ele fechou dizendo "se não estudado caligrafia, talvez os computadores não teriam a bela tipografia que tem hoje..." E repetiu "Não se pode conectar os pontos olhando para frente, somente para trás. Então tenha fé, acredite em Deus, deuses, carma, em si mesmo... mas tenha fé em alguma coisa" porque não há como saber as respostas no presente.
Coincidentemente, essa é mais ou menos a mesma "lição de moral" em "Quem quer ser um milionário?". Coincidência não seria se Steve Jobs não tivesse passado pouco mais de um ano vagando pela Índia em busca de um guru e da sabedoria indiana. Para ele, os indianos sabiam ver com o espírito, e entendiam muito mais a essência da humanidade que os ocidentais. A mensagem de Jobs era tipicamente oriental. Assim como aquela que o filme tenta passar. As coincidências na vida de Jamal não são uma fragilidade do roteiro, mas um recurso narrativo.
"Quem Quer ser um milionário?" é perfeitamente definido pelo que Jobs disse em seu discurso. É uma história sobre ligar os pontos, Jamal jamais imaginaria que a vida miserável que tivera algum dia lhe rendesse milhões de rúpias, seu único desejo em participar do show era reencontrar a mulher que amava. Essa era a "fé" dele. Acertar as perguntas foram felizes coincidências. Ninguém jamais imaginaria algo do tipo. Mas coisas inimagináveis podem acontecer e só entenderemos a influência de nossas experiencias passadas nisso quando elas se mostram atuantes. Por isso o filme se passa durante o show de perguntas, é o momento onde ele finalmente liga os pontos, uma grande catarse assim como deve ter sido para Jobs ao concluir o primeiro Mac ou perceber que, se não tivesse sido demitido da própria empresa, não teria se tornado o homem que a transformou na mais valiosa do mundo.
Isso é um tipo de conto essencialmente indiano, baseado em uma obra indiana, por esse motivo há a sensação de "maktub", é proposital. E você não pode contar um conto indiano e deixar isso de fora (assim como as danças que, nessa cultura, pra quem não sabem, são uma forma complexa de comunicação e de contar histórias através do movimento). Tratar esse modo de contar história como "fragilidade de roteiro" é uma atitude típica de quem desconhece a cultura ou só consegue enxergar as coisas do ponto de vista ocidental. Danny Boyle está de parabéns por ter feito um filme tão indiano (com a devida máscara - e dinheiro - de Hollywood).
Não vou falar sobre as características técnicas, todo mundo sabe que é muito bom. Queria fazer essa defesa, pois os comentários que li abaixo são típicos de quem não está acostumado com o modo oriental de contar histórias e sua moral e filosofia.
Quando alguém estiver reclamando de mais que os filmes de heróis e baseados em quadrinhos não são fieis ou não são bons, mande essa pessoa (re)assistir esse filme. Já tinha me esquecido de como era ruim! Perto desse filme Lanterna Ver é uma obra de arte e Homem de Ferro 3 é soberbo.
Chris Kyle matou mais de uma centena de pessoas e no fim foi condecorado herói, chamado de "A Lenda". Mas isso não significa que o filme seja feito somente disso [exaltação ao patriotismo norte-americano e a guerra]. Temos uma mania chata de definir um filme somente por essa característica caso seja evidente, em menor o maior medida.
Pra mim Sniper Americano é um filme bem produzido. É Clint Eastwood aplicando o que melhor sabe fazer, dessa vez numa história real. O filme é impecável na maioria das qualidades técnica, exceto por aquele bebê de brinquedo, e o Bradley Cooper merecia um oscar honorário por manter a pose séria durante essa cena.
As cenas na guerra simplesmente mostraram a guerra pelo ponto de vista de Chris Kyle, o filme é sobre ele, afinal. E é notória a transformação dele ao longo do filme, também é notória a forma como os soldados habituados lidam com essa guerra que eles criaram. "Você matou, fez seu trabalho". Curto e grosso. Você não sente empatia pela maioria dos personagens, exceto a esposa do protagonista e, algumas vezes, ele e o irmão, além de, obviamente, os iraquianos inocentes que são ceifados ao longo do filme.
Apesar disso, acho que nunca um filme de guerra americano foi tão moralmente incômodo. A naturalidade com que os personagens falam, xingam e escarnecem o povo do Oriente Médio, bem como o modus-operandi de suas incursões, deixam muito claro que essas atitudes são indefensáveis ao mesmo tempo que mostra o que o Estado norte-americano, para sustentar a indústria de armas, está fazendo com os próprios cidadãos, destruindo suas noções morais e psicológicas. E provando que, afinal, na guerra, nenhum lado sai vencedor, há somente sobreviventes.
Pra mim, Sniper Americano é um filme honesto: mostra as coisas como foram descritas. Dessa forma, se tornando ótima matéria de estudo. Se você aprender mais sobre o modus-operandi do SEALS e do e o modo como os soldados desse país pensam e atuam, bem como suas controversas concepções de justiça (aliás, eles realmente vestem coletes com o símbolo do "Justiceiro" pintados nas cosas?), essa é uma boa pedida. Mas isso não significa que a história aqui retratada seja moralmente louvável ou defensável. Acho que nem mesmo o próprio filme se vê dessa forma. Caso contrário, não teriam dramatizado tanto as cenas com os civis iraquianos, eles seriam tratados como heróis (como a maioria dos filmes fazem, onde todos estão felizes em vê-los).
Podemos assisti-lo apenas como mais um filme que exalta o patriotismo estadunidense, como, aliás, muitas pessoas fazem, ou podemos abrir a cabeça e esmiuçar o que há além disso. Além disso, a história do atirador da Al-Qaeda daria um filme provavelmente melhor, e exploraria muito mais da brutalidade dessas ações (dos dois lados) e da realidade dos CIVIS iraquianos, que nada tem a ver com isso, que foi amenizado no filme devido ao ponto de vista. Mas duvido que alguém sentiria pena do atirador sírio como não sentimos pena de Chris Kyle e seus demônios.
Acho que o filme que está longe de entrar entre os melhores de 2014/15 mas que não é um filme de todo ruim e sim, tem suas qualidades e pode ser útil para suscitar boas discussões sobre o tema.
Vi o Vol.1 mês passado e pirei, esse daqui não foi diferente. Já tinha assistido Bastardos Inglórios, Django Livre e Pulp Fiction, mas nenhum deles é tão surtado como Kill Bill. Adorei tudo, todas as referencias e como ele dirigiu as cenas e, pelo amor de Odin essas lutas são sensacionais. O Vol.2 até tem menos lutas mas tem bem mais história que o primeiro e eu adorei. E gente: apaixonado pela sequencia de créditos finais com o nome do elenco inteiro sendo respeitado. Palmas, Tocantins, América inteira pro Tarantino por esse filme!
Lou Bloom é foi o personagem mais próximo que já vi da definição que chamam de "campo de distorção da realidade". Ele sabe ser eloquente e entusiasmado enquanto entoa jargões do mundo corporativo, com direito a todos os significados implícitos ou explícitos e consegue rapidamente mudar par um modo de completa violência, que se manifesta apenas pela expressão corporal e pelo tom das palavras. Lou Bloom não precisa bater em ninguém porque todo mundo sabe que ele é capaz apenas ao olhar. Jake Gyllenhaal conseguiu construir um personagem que me parece um sociopata brilhante e desprezivo e, ao mesmo tempo, cativante e hipnotizante. Ele poderia te matar, te surrar, e intimidar, mas, a despeito de toda a morbidez, por algum motivo, iria continuar dando corda à sua eloquência, e ele irá te convencer de um futuro glorioso por algum tempo... até que, como o abrute que é, ele jantaria por cima de seus ossos desfrutando dos créditos pelo seu trabalho.
Efeitos visuais fantásticos, devo comentar. Gareth Edwards, com um bom treinamento, daria um bom diretor de filmes de monstros ou alienígenas. Ele até que soube criar um clima legal em torno dos monstros, assim como fez em seu primeiro filme (que se chama, adivinhem só? "Monstros"). O problema é que os personagens não cativam tanto assim, gosto do Aaron Taylor, mas não criei empatia nenhuma por ele, diferente de "Monstros" onde, apesar de você quase não ver monstros, a história é sustentada nas costas pelos personagens e, mesmo na ficção científica, personagens cativantes superam efeitos especiais.
Os coadjuvantes de luxo, Bryan Cranston e Juliette Binoche, parecem estar lá só pra me fazer chorar a morte deles o resto do filme enquanto me contento personagem mais sem graça que vi do Aaron-Taylor Johnson.
A fotografia e trilha sonora sustentam muito esse filme. Os vislumbres da silhueta dos monstros ficou sensacional e as cenas de batalha são sim muito boas. Não sou especialista em Godzilla, apenas um fã de ficção científica e pelo que sei o componente de alerta ambiental é canônico nos filmes do monstro, influenciados pela bomba de Hiroshima, esse foi um dos componentes que mais gostei. Todo o primeiro ato no Japão me manteve empolgado. Depois o filme foi perdendo força até se tornar um tanto entediante. É um filme de monstros digno, mas o próprio "Monstros", do Gareth, que sofre com problemas parecidos, me pareceu melhor.
Edge of Tomorrow pra mim é a prova de que sim, você pode ter uma birra com um filmem mesmo que ele não seja tão ruim quanto você acha (assim como alguns filmes não são bons como acreditamos na nossa cabeça embora outros realmente o sejam) e também como é bom assistir por si próprio e só depois tirar conclusões. Eu estive ansioso por esse filme e esperei um a premissa super elaborada de viagem no tempo, ou alguma coisa de fantástico que justificasse o "live, repeat, die", que pra mim, desculpa, é um péssimo slogan, embora "Edge of Tomorrow" é um puta título para se colocar num filme. E no fim, comecei a ver o filme porque estava entendiado e com muita má vontade, mesmo assim ele me prendeu até o fim. Literalmente acabei de assistir.
Continuo achando a justificativa para o personagem do Tom Cruise reviver muito fraca para ficção científica e eu nunca gostei muito de filmes onde o protagonista morre e revive todo o tempo, parece flashpoint de video-game. Aliás, a equipe do Omelete o descreveu como "filme de videogame definitivo", se você pensar dessa forma eles estão certos. Assim como alguns jogos de video-game só tem um enredo para dar uma desculpa ao jogador poder fazer as coisas que faz. Também tenho birra com os Aliens por também se parecerem muito com com aliens de games antigos de 6, 8 anos atrás que eu teria jogado.
A despeito da minha birra com o roteiro (que vou continuar achando fraco), Edge Of Tomorrow apresentou um dos melhores designs de ficção científica que eu já vi, era uma tecnologia muito honesta e próxima da realidade, a única piração deles era o "vive/revive". Sim, o filme tem um senso de humor mórbido, brinca toda hora com o fato do protagonista ter que morrer o tempo todo, as sequencias de luta são maçantes no início mas se tornam mais elaboradas a medida que o Tom vai passando pelos Flashpoints.
Achei o final coerente com o que foi estabelecido e até bem previsível. Considerando tantos blockbusters que existem por aí, que tem um roteiro de merda só pela ação e aventura que já vi, esse aqui está muito acima deles. Michael Bay deve estar com inveja de Doug Liman por que este fez bem o que ele tentou durante uma década e não conseguiu. No fim, eu já nem lembrava que achava bestas e fracas as explicações do filme, entrei de vez na suspensão de realidade e curti suas ótimas cenas de ação e seu design e fotografia muito bonitos. Esse não é um filme pra ficar procurando filosofias, roteiros engenhosos ou coisa do tipo, é pra assistir sozinho, ou com seus amigos(as) ou namorados(as), fazer uma bela pipoca e se divertir sem moderação.
Ao terminar, a única coisa que eu constatei desse filme é que Scarlet Johansson foi uma ótima escolha para a adaptação de Ghost in the Shell, ou qualquer outra Sci-fi meio tenóloga ou cyberpunk. Espero que ela possa interpretar uma personagem, nesse mesmo gênero, com mais possibilidades de aprofundamento. Lucy tem uma direção legal (estamos falando de Luc Besson), planos bonitos e algumas cenas de ação bem legais. Mas nada é acima da média, a não ser, o uso dos esfeitos especiais e CGI, que foi bem interessante. Apesar da premissa inverossímil, mesmo do ponto de vista de uma ficção científica e do desenvolvimento problemático é bonito de ver como Luc Besson apresenta uma nova forma de ver o mundo. Como se seria sentir cada milímetro de nosso corpo, enxergar através das paredes, ver as ondas eletromagnéticas entre tantas outras coisas ? Esse mérito Lucy tem, e foi o que me prendeu até o film do filme, que tem algumas cenas muito bonitas, embora. O que pareceu complexo e e bem engenhoso no trailer se mostrou um filme bem simples.
Tempos de Paz é Dan Stulbach e Tony Ramos fazendo transmutando teatro para o ambiente dos filmes. Fascinante, visualmente belo, atuações perfeitas e muito, muito tocante. Merece ser visto, revisto e experienciado.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista Agora2001 foi escrito e produzido conjuntamente por Arthur C. Clarke e Staney Kubrick, inspirado no conto "A Sentinela" do próprio Clarke. E depois de meses, até alguns anos, desejando assistir esse filme, como fosse (e é) obrigação minha como fã de ficção científica, finalmente consegui e até agora estou me perguntando quem fumou mais e que droga foi que esses indivíduos usaram.
2001 é tudo que se espera de uma ficção científica: é grandioso, absurdamente fiel a realidade, que é imbatível para sua época e pouco superada hoje em dia, com uma mixagem de som e trilha sonora esplêndida de fazer chorar(filosoficamente falando, as lagrimas não caíram, mas eu senti meu ego transbordar de emoção), o filme consegue ser monumental e claustrofóbico ao mesmo tempo,como imagino que deva ser mesmo o espaço para nós, que estamos apenas no inicio da caminhada rumo as estrelas. A lentidão das cenas não me incomodou, na verdade eu fiquei curiosíssimo na primeira tentativa de assistir o filme, porque demora mais de 1 minuto para aparecer qualquer coisa na tela e sim, achei genial. Fiquei pensando como as pessoas devem ter se sentido no cinema ao assistir o filme, algumas com certeza surtaram.
E não é pra menos, para o que apreciaram o caráter contemplativo do filme e ficaram até o final foram "presenteados" com um clímax ainda mais louco varrido e fumado que toda a filmografia do Kubrick, que, pelo menos para mim, conseguiu ser absolutamente lindo e perturbador ao mesmo tempo. Confesso que no final, fiquei feliz pelo filme ter acabado, fiquei achando que não ia dormir pensando nele e imaginei o quão sem chão devem ter ficado as pessoas que o assistiram na telona, mais de 40 anos atrás. Enfim, seja qual for o resultado, 2001 é uma experiência enriquecedora e desafiadora, é como Kubrick queria: como música, ou como um quadro. Não passará despercebido. Você pode não entendê-lo, mas certamente sentirá algo, mesmo que esse algo seja um profundo tédio.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraPerdido em Marte não é um filme pretensioso. Mas é, sem dúvidas, otimista. E um otimismo muito bem construído, numa época onde só vale como ficção científica de qualidade, uma distopia, ou um filme sombrio que discursa sobre a humanidade (cuja maioria falha, inclusive). Daqueles que fazer qualquer pessoa que gosta de ficção científica, astrofísica ou mesmo ciência ficar minimamente feliz ou motiva crianças e jovens a querer se astronauta ou físico. Porque o filme é uma celebração a capacidade humana de se superar com base na ciência. Pra variar, temos um protagonista bem humorado e isso é muito bom. Afinal, o cara está em Marte, porra, ele está presenciando a incrível sensação de ser parte do universo, de estar numa área completamente intocada e inalterada pela humanidade, que permanece do jeito que deve ser, e aprecia isso. E isso é lindo. O filme não cometeu o erro de Interestellar, onde os caras estão passando por Saturno pela primeira vez na vida e não dão a mínima para aquilo. Se tivéssemos duas horas de Matt Damon depressivo (porque todos os personagens em situações extremas reagem da mesma forma, aparentemente), porque deveria pagar meu ingresso quando posso chegar em casa e assistir meu dvd de "O Naufrago"? Pra mim, esse filme foi como imagino ter sido assistir Star Trek pela primeira vez, para as crianças e jovens na década de 60, ou Cosmos, nos anos 80.
E quer saber, morrer em Marte, por mais doloroso ou triste que possa parecer, parece muito melhor do quê morrer em qualquer lugar. Parece um jeito sublime e foda de morrer, em comunhão com o universo e as estrelas. "Chupa essa, Neil Armstrong"!
Quarteto Fantástico
2.2 1,7K Assista AgoraA primeira estrela é por toda a equipe, desde o diretor aos atores, a segunda estrela é por todo o primeiro e segundo atos do filme, os quais realmente gostei. A terceira estrela é pelo ótimo look e "pegada" de ficção científica hardcore, totalmente diferente dos filmes da Marvel Studios, mais sério e mais dramático e definitivamente mais interessante que os dois primeiros e muitos do Marvel Cinemátic Universe.
Mais algumas coisas que eu gostei no filme:
- Tocha humana está incrível, realmente parece uma tocha, quando ele está em chamas, o corpo dele lembra a ponta de palito de fósforo quando está inflamado, parece que ele está sendo queimado e ao mesmo tempo não. O visual do quarteto está realmente ÓTIMO, a forma como o Reed se estica nas primeiras cenas é agoniante, e também no final do filme. Mas algumas outras pareceram meio mal feitas no CGI, mas beeem melhor que o de 2005, que parecia super "cool-olha-que-legal".
- A cena em que eles viajam para Zona negativa, a segunda vez, que efetivamente mostra o portal, é pra lá de legal, muito bonita a forma como foi feita.
- O visual do Doom pode não ter sido o melhor, mas claramente tem referencias aos quadrinhos, e os poderes dele estão ótimos, adorei a cena quando ele chega destruindo tudo como uma verdadeira entidade do mal.
A quarta estrela é pelo CGI desnecessário e insatisfatório em alguns momentos [spoiler]como no do macaco. Porra, custava usar um macaco de verdade? Sabem quanto custou fazer um macaco igual ao de Planeta dos Macacos: O Confronto ou o Tigre em Aventuras de Pi? Mais de um terço do que deve ter sido gasto nesse filme todo
A quinta estrela é pelo esquizofrênico, estranho e corrido final que destoa completamente do filme que eu estava assistindo na primeira hora de projeção.
Como assim um filme que gastou 15/20(?) minutos só desenvolvendo o Ben e o Reed, mais outros minutos para relação dele com a Sue e tem todo um passo-a-passo que parece fazer bastante sentido, do nada (a partir do momento em que o Reed foge) começa a ir super rápido. De repente capturam ele, de repente o Doom volta e, apesar de uma boa cena mostrando ele usando os poderes, não desenvolvem ele, não dão um tempo maior para a gente se conectar com as motivações do cara (que até fazia sentido) e para que ele representasse um perigo maior. De repente todos os problemas mal resolvidos do filme todo, que não tem um rítmo explosivo, se resolvem em questão de 2/3 minutos, o Doom é derrotado, todo mundo fica feliz. Parece que não tinha tempo, mas o filme durou pouco mais de 90min. PODIA TER TEMPO, porque um filme desses não tem 2h20 de relógio? Porque não foi mostrado o Doom no outro mundo. Uma UNICA cena dele, na zona negativa, apreciando o local e "sentindo" ele mesmo já ajudaria. Porque não deram tempo ao Doom para ele se dilapidar, ficar mais elegante, aquilo claramente era possível. Porque a batalha final parece ter sido colocara ali APENAS para que houvesse uma BATALHA?
Apesar disso não acho, nem remotamente de longe esse filme o pior de super heróis. Aliás, sequer acho tão ruim assim. E apesar de todos os problemas, eu consegui apreciar. Talvez seja porque eu reconheci coisas de Chronicle, do Josh Trank ali. Talvez seja porque eu vi o que esse filme poderia ser e o que não foi. Eu acredito em Josh Trank quando ele diz que tinha uma ótima e diferente versão do filme. Acredito porque houveram muitos rumores que a Fox não estava gostando porque era "Poder Sem Limites" de mais. Uma pena. Porque Poder Sem Limites, sozinho, já bota a Marvel Studios no chinelo. Fui com a cabeça aberta ver esse Quarteto Fantástico, não é fantástico, mas eu veria de novo. É uma verdadeira pena que a crítica especializada esteja destruindo com o filme, mas, dessa vez o Omelete foi certeiro. Teve dois atos ótimos, mas o terceiro, sequer parece que foi dirigido pelo mesmo cara.
E mais: respeito o Josh Trank pela coragem de pegar o projeto, por mostrar que sabia do que tava falando e por tentar fazer um filme diferente, com pegada. Quarteto Fantástico, como os filmes dos X-men, tem problemas, mas tem identidade, e identidade vale muito. Eu já estou de saco cheio de assistir Homem de Ferro e os Vingadores. Mesmo roteiro, mesmas piadas, mesmo desenvolvimento, mesma estética e cores. Se a Fox não der uma segunda chance, para ele ou outro diretor com pegada, ficarei triste. Porque o Trank conseguiu dar base para um belo mundo, e eles tem uma bela equipe de atores.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraEsse parece ser melhor que Interestelar (que eu gostei) e Gravidade (que eu não gostei).
Trabalho Interno
4.1 205 Assista AgoraUm trabalho de pesquisa minucioso, um processo pacientemente milimetrado para conseguir todas as entrevistas necessárias, dizer tudo que precisava ser dito com classe e contundência. "Inside Job" faz uma incursão ao Wall Street em busca da explicação para a crise de 2008 que afundou o mundo, aumentou a taxa de desemprego mundial quase que exponencialmente e gerou uma sucessão de "mini-crises" que ainda afligem muitos países.
A crise de 2008 mudou a forma como o mundo se relaciona com o dinheiro e com o mercado, e Charles Ferguson esmiuçou e triturou os representantes do 1% mais rico da América do Norte para explicar como eles enriqueceram num complexo e fraudulento esquema de vendas inapropriadas
O diretor quer deixar bem claro porque você não deveria gostar do Wall Street, e por isso vai mostrar quando começou, como eles fizeram, por quanto tempo, o quanto enriqueceram, suas motivações, gastos e influência. Bônus: após explicar como a irresponsabilidade e a completa desregulamentação do mercado financeiro afundaram a sociedade americana, Ferguson vai mostrar como fizeram sucumbir até mesmo o congresso americano tornando os políticos quase que reféns de seus interesses e corrompendo, inclusive, as universidades para impedir que avaliações perniciosas ao negócio lucrativo fossem descobertas.
Em algum momento será dito que "mesmo se o governo colocasse PhD's em matemática para analisar esses processos, ainda sim seria difícil determinar sua complexidade e extensão". Wall Street é assim, expansiva e sem fronteiras. Wall Street dominou o mundo. E eles ainda dominam.
Cartas de Iwo Jima
4.0 300 Assista Agora"Cartas de Iwo Jima" é fantástico, desde a bela fotografia que é notória ao longo do filme, variando entre tons de sépia e cinza, beirando o monocromático em muitos momentos; bem como a direção que não faz estorço para tentar parecer épico ou heroico, enfatizando caráter falho e cruel da guerra.
O filme faz um tour pela ilha de Iwo Jima, segundo ponto de vista do lado japonês, enquanto intercala entre acontecimentos da batalha e os dramas pessoais de cada um, bem desenvolvidos, com melancolia e dramaticidade, chegando a ser contemplativos em alguns momentos, além de tratar de varias características culturais do povo japonês e como isso foi incorporado, até deturpado no regime em que eles se encontravam no momento não fazendo juízo de valor. As cenas de guerra conseguem ser ótimas e impactantes mantendo o mesmo tom melancólico, não sendo épicas em nenhum momento, apenas reais.
O filme é um retrato honesto da guerra sob o ponto de vista do lado que perdeu a guerra, mas não a batalha, não aquela entre canhões e rifles, mas a de cada um, a que realmente importa, com si mesmo, sua própria honra e por sua vida. Alguma das cenas mais bonitas que eu vi estão aqui. "Cartas de Iwo Jima" já se tornou um dos meus filmes preferidos.
O Mar de Árvores
3.3 92 Assista AgoraParece incrível
Castelos de Gelo
3.6 24 Assista AgoraAlguém aí me diz onde posso achar esse filme pra download ou até pra ver online, serve também, legendado, ou sem legenda mesmo, também serve.
Velozes e Furiosos 7
3.8 1,7K Assista AgoraNunca vi um filme inteiro dessa franquia, e vi este no cinema por convite de um amigo. Mas olha, se eu disse que não me diverti, estaria mentindo. É um filme de ação bem dirigido, as cenas, por mais mentirosas que sejam são divertidas e gostosas de assistir, especialmente as no Oriente Medio. Além disso, é sempre bom ver Jason Startham em ação, o cara é a melhor definição de exercito de homem só, nunca decepciona quando o assunto é porrada.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraPrimeira coisa a falar sobre Era de Ultron é que este é realmente um filme de equipe e, sendo meio redundante, é realmente um filme do Joss Whedon. Quando assisti ao primeiro filme o que enxerguei era uma desculpa meia boca para juntar os heróis, muita piada fora de hora e erros no roteiro, além de um vilão nada ameaçador. Ultron nos trás ao menos uma sensação de perigo real em vários momentos, não todos. Ultron tem carisma, é uma releitura malvada do pinóquio (e aqui tem um monte de referencias que eu adorei e combinaram totalmente com a atmosfera do filme) com traços da personalidade irônica/sarcástica do Mr. Stark e as vezes soa como uma criança birrenta, mas sem nunca parecer inofensivo, por mais birrento que Ultron pareça, você não gostaria de conversar com ele. A forma como o filme tratou a questão das Inteligencias Artificiais foi tranquila, bem ao modo clássico. Gostei disso. Feiticeira Escarlate é outra personagem que adorei, em tudo, desde a caracterização ao roteiro.
Os Vingadores agora lutam como equipe de verdade nesse filme e é lindo de se ver, de uma forma como só o Joss Whedon sabe, onde eles combinam seus poderes milimetricamente e cobrem as fraquezas de cada um durante a batalha, com destaque para uma sequencia maravilhosa dos heróis reunidos contra um exercito de robôs é mais megalomaníaco que qualquer coisa do Michael Bay mas respeitosamente dirigido.
Ha bastante desenvolvimento de personagens nesse filme também e eu gostei, mas poderia ser mais, o trailer prometeu mais nesse quesito.
Ainda há piadas, mas estão menos incômodas que no filme anterior, no mais, é um bom filme, cumpre o que promete com muito mais qualidade que a maioria dos anteriores.
No mais, eu fiquei apaixonado pelos créditos finais do filme onde a câmera vai girando em volta de uma escultura dos Vingadores enfrentando os robôs em algo que parecia uma grande pedra de mármore. Simplesmente os melhores créditos finais que a Marvel já fez.
Quando o Mercúrio morreu, eu senti empatia por ele, achei o personagem dele não muito incrível, mas quando ele morre, você enxergava um jovem que viveu num mundo cruel e estava apenas tentando não olhar tanto para isso, morreu heroicamente, fazendo sua brincadeira usual "isso você não viu chegando". Pouco expressivo, mas morreu com dignidade, Mercúrio tinha carisma afinal.
Ensaio Sobre a Cegueira
4.0 2,5KPuta filme incômodo. Esse filme é um soco nos colhões, no estômago, nos olhos, na nossa hipocrisia de cada dia, nos nossos instintos mais animalescos e desejos egoístas, na ferocidade que travestimos de cordialidade todos os dias e que liberamos ao primeiro sinal de desordem. "Ensaio sobre a Cegueira" é crú e simbólico ao mesmo tempo com toques de humor negro que vão lhe fazer pensar que está literalmente "rindo na miséria", porque até o final de duas duas horas de relógio eu garanto que você vai estar sentindo algo assim, um sentimento de miséria, de inutilidade e quase descrença na humanidade. Eu me senti mal durante mais da metade desse filme, cheguei perto de chorar e precisei do resto do dia para digerir e vir escrever esse comentário. Está na lista dos melhores filmes que eu vi na vida, mas são tão impactantes que não gostaria de repetir a experiência. Mas afinal, os melhores filmes são mesmo assim.
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraAchei um filme surtado, psicodélico ao extremo, com uma trilha sonora maravilhosa e a segunda parte, principalmente, bastante divertida. Em certo momento achei o desenvolvimento bizarro, os personagens me pareciam meio estúpidos ou era apenas o excesso caricatural do filme? Não sei dizer, mas a cena da entrevista e os minutos finais do filme (e aqui falo as cenas que incluem o personagem de Roberd Downey Jr.) achei os mais genais e divertidos, fizeram toda a projeção valer a pena. É realmente um filme bem tarantinesco, acima da média mas não mais do que isso.
Talvez essa minha leitura é se deva ao falto de desconhecer o dedo do Tarantino nisso aí: teria assistido já sabendo que ia encontrar esse tipo de loucura, mas não, estava esperando algo com um tom mais sério, e foi aí que o filme me decepcionou. Ainda sim, valeu a pena ter visto.
Os 12 Macacos
3.9 1,1K Assista AgoraComo fã de carteirinha de ficção científica, eu não podia deixar de assistir 12 Macacos. Esse filme do Terry Gillian é, segundo as boas e más línguas, um dos melhores do gênero, dentro da Sci-fi e dentro do nicho que usa viagens no tempo no roteiro. Comecei o filme com expectativas altas, estava esperando um roteiro de dar nó na cabeça, cheio de reviravoltas que ia me faze matutar por horas.
Para ser honesto, não achei complexo assim. Pelo contrário, achei simples pra caramba, muito bem escrito mas simples. Pode ser porquê vejo muitos filmes desse gênero e isso treinou minha cabeça, mas eu deduzi praticamente o filme todo nos primeiros 15 minutos. Fiquei um pouco decepcionado no fim ao descobrir que meus palpites estavam certos, eu estava esperando alguma reviravolta que não aconteceu, algo tipo "O Predestinado" ou "Terminator 2". Apesar disso, permanece um perfeito filme sobre paradoxo e isso é um grande feito.
Nem por isso posso deixar de notar as varias qualidades desse filme, a trilha sonora meio irônica, a atuação sensacional do Brad Pitt, uma das melhores que eu vi dele, assim como Bruce Willis, com expressões faciais até bastante convincentes o figurino e direção de arte que tem um toque de Steampunk e toda a atmosfera surtada do filme onde, no gênero da ficção científica, Terry Gillian sempre sabe ser interessante.
Eu terminei 12 Macacos pensando, assim como quando assisti Psicose, que vê-lo, pela primeira vez, no cinema, quando essa temática era menos recorrente, deve ter sido uma experiencia muito mais rica e impressionante.
Quem Quer Ser um Milionário?
4.0 2,4K Assista AgoraEm 2007, Steve Jobs foi convidado a discursar para os formandos da turma de administração e negócios da faculdade de Stanford. Na ocasião, durante o discurso, ele dirá isso: Não se pode conectar os pontos olhando para frente, apenas para o passado, pois você não sabe o que vai acontecer.
Para explicar o ensinamento que procurava passar, ele exemplificou que, aos 19 anos tinha largado a faculdade para estudar o que bem entendesse, frequentar aulas lhe interessassem. Uma delas era caligrafia. Um aprendizado aparentemente inútil. No entanto, 10 anos depois, quando estavam produzindo o primeiro Macintosh com interface gráfica, ele cuidou pessoalmente da tipografia. Queria que as letras digitadas no computador fossem tão perfeitas, enquadradas e belas quanto aquela empregada na caligrafia manual cuja técnica tinha aprendido. A tipografia dos Mac's foi uma das poucas contribuições verdadeiras dele para o computador pessoal, e durante décadas isso vem sendo copiado.
Ele fechou dizendo "se não estudado caligrafia, talvez os computadores não teriam a bela tipografia que tem hoje..." E repetiu "Não se pode conectar os pontos olhando para frente, somente para trás. Então tenha fé, acredite em Deus, deuses, carma, em si mesmo... mas tenha fé em alguma coisa" porque não há como saber as respostas no presente.
Coincidentemente, essa é mais ou menos a mesma "lição de moral" em "Quem quer ser um milionário?". Coincidência não seria se Steve Jobs não tivesse passado pouco mais de um ano vagando pela Índia em busca de um guru e da sabedoria indiana. Para ele, os indianos sabiam ver com o espírito, e entendiam muito mais a essência da humanidade que os ocidentais. A mensagem de Jobs era tipicamente oriental. Assim como aquela que o filme tenta passar. As coincidências na vida de Jamal não são uma fragilidade do roteiro, mas um recurso narrativo.
"Quem Quer ser um milionário?" é perfeitamente definido pelo que Jobs disse em seu discurso. É uma história sobre ligar os pontos, Jamal jamais imaginaria que a vida miserável que tivera algum dia lhe rendesse milhões de rúpias, seu único desejo em participar do show era reencontrar a mulher que amava. Essa era a "fé" dele. Acertar as perguntas foram felizes coincidências. Ninguém jamais imaginaria algo do tipo. Mas coisas inimagináveis podem acontecer e só entenderemos a influência de nossas experiencias passadas nisso quando elas se mostram atuantes. Por isso o filme se passa durante o show de perguntas, é o momento onde ele finalmente liga os pontos, uma grande catarse assim como deve ter sido para Jobs ao concluir o primeiro Mac ou perceber que, se não tivesse sido demitido da própria empresa, não teria se tornado o homem que a transformou na mais valiosa do mundo.
Isso é um tipo de conto essencialmente indiano, baseado em uma obra indiana, por esse motivo há a sensação de "maktub", é proposital. E você não pode contar um conto indiano e deixar isso de fora (assim como as danças que, nessa cultura, pra quem não sabem, são uma forma complexa de comunicação e de contar histórias através do movimento). Tratar esse modo de contar história como "fragilidade de roteiro" é uma atitude típica de quem desconhece a cultura ou só consegue enxergar as coisas do ponto de vista ocidental. Danny Boyle está de parabéns por ter feito um filme tão indiano (com a devida máscara - e dinheiro - de Hollywood).
Não vou falar sobre as características técnicas, todo mundo sabe que é muito bom. Queria fazer essa defesa, pois os comentários que li abaixo são típicos de quem não está acostumado com o modo oriental de contar histórias e sua moral e filosofia.
Mulher-Gato
2.0 1,1KQuando alguém estiver reclamando de mais que os filmes de heróis e baseados em quadrinhos não são fieis ou não são bons, mande essa pessoa (re)assistir esse filme. Já tinha me esquecido de como era ruim! Perto desse filme Lanterna Ver é uma obra de arte e Homem de Ferro 3 é soberbo.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraChris Kyle matou mais de uma centena de pessoas e no fim foi condecorado herói, chamado de "A Lenda". Mas isso não significa que o filme seja feito somente disso [exaltação ao patriotismo norte-americano e a guerra]. Temos uma mania chata de definir um filme somente por essa característica caso seja evidente, em menor o maior medida.
Pra mim Sniper Americano é um filme bem produzido. É Clint Eastwood aplicando o que melhor sabe fazer, dessa vez numa história real. O filme é impecável na maioria das qualidades técnica, exceto por aquele bebê de brinquedo, e o Bradley Cooper merecia um oscar honorário por manter a pose séria durante essa cena.
As cenas na guerra simplesmente mostraram a guerra pelo ponto de vista de Chris Kyle, o filme é sobre ele, afinal. E é notória a transformação dele ao longo do filme, também é notória a forma como os soldados habituados lidam com essa guerra que eles criaram. "Você matou, fez seu trabalho". Curto e grosso. Você não sente empatia pela maioria dos personagens, exceto a esposa do protagonista e, algumas vezes, ele e o irmão, além de, obviamente, os iraquianos inocentes que são ceifados ao longo do filme.
Apesar disso, acho que nunca um filme de guerra americano foi tão moralmente incômodo. A naturalidade com que os personagens falam, xingam e escarnecem o povo do Oriente Médio, bem como o modus-operandi de suas incursões, deixam muito claro que essas atitudes são indefensáveis ao mesmo tempo que mostra o que o Estado norte-americano, para sustentar a indústria de armas, está fazendo com os próprios cidadãos, destruindo suas noções morais e psicológicas. E provando que, afinal, na guerra, nenhum lado sai vencedor, há somente sobreviventes.
Pra mim, Sniper Americano é um filme honesto: mostra as coisas como foram descritas. Dessa forma, se tornando ótima matéria de estudo. Se você aprender mais sobre o modus-operandi do SEALS e do e o modo como os soldados desse país pensam e atuam, bem como suas controversas concepções de justiça (aliás, eles realmente vestem coletes com o símbolo do "Justiceiro" pintados nas cosas?), essa é uma boa pedida. Mas isso não significa que a história aqui retratada seja moralmente louvável ou defensável. Acho que nem mesmo o próprio filme se vê dessa forma. Caso contrário, não teriam dramatizado tanto as cenas com os civis iraquianos, eles seriam tratados como heróis (como a maioria dos filmes fazem, onde todos estão felizes em vê-los).
Podemos assisti-lo apenas como mais um filme que exalta o patriotismo estadunidense, como, aliás, muitas pessoas fazem, ou podemos abrir a cabeça e esmiuçar o que há além disso. Além disso, a história do atirador da Al-Qaeda daria um filme provavelmente melhor, e exploraria muito mais da brutalidade dessas ações (dos dois lados) e da realidade dos CIVIS iraquianos, que nada tem a ver com isso, que foi amenizado no filme devido ao ponto de vista. Mas duvido que alguém sentiria pena do atirador sírio como não sentimos pena de Chris Kyle e seus demônios.
Acho que o filme que está longe de entrar entre os melhores de 2014/15 mas que não é um filme de todo ruim e sim, tem suas qualidades e pode ser útil para suscitar boas discussões sobre o tema.
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista AgoraVi o Vol.1 mês passado e pirei, esse daqui não foi diferente. Já tinha assistido Bastardos Inglórios, Django Livre e Pulp Fiction, mas nenhum deles é tão surtado como Kill Bill. Adorei tudo, todas as referencias e como ele dirigiu as cenas e, pelo amor de Odin essas lutas são sensacionais. O Vol.2 até tem menos lutas mas tem bem mais história que o primeiro e eu adorei. E gente: apaixonado pela sequencia de créditos finais com o nome do elenco inteiro sendo respeitado. Palmas, Tocantins, América inteira pro Tarantino por esse filme!
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraLou Bloom é foi o personagem mais próximo que já vi da definição que chamam de "campo de distorção da realidade". Ele sabe ser eloquente e entusiasmado enquanto entoa jargões do mundo corporativo, com direito a todos os significados implícitos ou explícitos e consegue rapidamente mudar par um modo de completa violência, que se manifesta apenas pela expressão corporal e pelo tom das palavras. Lou Bloom não precisa bater em ninguém porque todo mundo sabe que ele é capaz apenas ao olhar.
Jake Gyllenhaal conseguiu construir um personagem que me parece um sociopata brilhante e desprezivo e, ao mesmo tempo, cativante e hipnotizante. Ele poderia te matar, te surrar, e intimidar, mas, a despeito de toda a morbidez, por algum motivo, iria continuar dando corda à sua eloquência, e ele irá te convencer de um futuro glorioso por algum tempo... até que, como o abrute que é, ele jantaria por cima de seus ossos desfrutando dos créditos pelo seu trabalho.
Gostei muito desse filme, favoritei com gosto.
Godzilla
3.1 2,1K Assista AgoraEfeitos visuais fantásticos, devo comentar. Gareth Edwards, com um bom treinamento, daria um bom diretor de filmes de monstros ou alienígenas. Ele até que soube criar um clima legal em torno dos monstros, assim como fez em seu primeiro filme (que se chama, adivinhem só? "Monstros"). O problema é que os personagens não cativam tanto assim, gosto do Aaron Taylor, mas não criei empatia nenhuma por ele, diferente de "Monstros" onde, apesar de você quase não ver monstros, a história é sustentada nas costas pelos personagens e, mesmo na ficção científica, personagens cativantes superam efeitos especiais.
Os coadjuvantes de luxo, Bryan Cranston e Juliette Binoche, parecem estar lá só pra me fazer chorar a morte deles o resto do filme enquanto me contento personagem mais sem graça que vi do Aaron-Taylor Johnson.
A fotografia e trilha sonora sustentam muito esse filme. Os vislumbres da silhueta dos monstros ficou sensacional e as cenas de batalha são sim muito boas. Não sou especialista em Godzilla, apenas um fã de ficção científica e pelo que sei o componente de alerta ambiental é canônico nos filmes do monstro, influenciados pela bomba de Hiroshima, esse foi um dos componentes que mais gostei. Todo o primeiro ato no Japão me manteve empolgado. Depois o filme foi perdendo força até se tornar um tanto entediante. É um filme de monstros digno, mas o próprio "Monstros", do Gareth, que sofre com problemas parecidos, me pareceu melhor.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraUm dos melhores filmes de ficção científica que eu já vi.
No Limite do Amanhã
3.8 1,5K Assista AgoraEdge of Tomorrow pra mim é a prova de que sim, você pode ter uma birra com um filmem mesmo que ele não seja tão ruim quanto você acha (assim como alguns filmes não são bons como acreditamos na nossa cabeça embora outros realmente o sejam) e também como é bom assistir por si próprio e só depois tirar conclusões. Eu estive ansioso por esse filme e esperei um a premissa super elaborada de viagem no tempo, ou alguma coisa de fantástico que justificasse o "live, repeat, die", que pra mim, desculpa, é um péssimo slogan, embora "Edge of Tomorrow" é um puta título para se colocar num filme. E no fim, comecei a ver o filme porque estava entendiado e com muita má vontade, mesmo assim ele me prendeu até o fim. Literalmente acabei de assistir.
Continuo achando a justificativa para o personagem do Tom Cruise reviver muito fraca para ficção científica e eu nunca gostei muito de filmes onde o protagonista morre e revive todo o tempo, parece flashpoint de video-game. Aliás, a equipe do Omelete o descreveu como "filme de videogame definitivo", se você pensar dessa forma eles estão certos. Assim como alguns jogos de video-game só tem um enredo para dar uma desculpa ao jogador poder fazer as coisas que faz. Também tenho birra com os Aliens por também se parecerem muito com com aliens de games antigos de 6, 8 anos atrás que eu teria jogado.
A despeito da minha birra com o roteiro (que vou continuar achando fraco), Edge Of Tomorrow apresentou um dos melhores designs de ficção científica que eu já vi, era uma tecnologia muito honesta e próxima da realidade, a única piração deles era o "vive/revive". Sim, o filme tem um senso de humor mórbido, brinca toda hora com o fato do protagonista ter que morrer o tempo todo, as sequencias de luta são maçantes no início mas se tornam mais elaboradas a medida que o Tom vai passando pelos Flashpoints.
Achei o final coerente com o que foi estabelecido e até bem previsível.
Considerando tantos blockbusters que existem por aí, que tem um roteiro de merda só pela ação e aventura que já vi, esse aqui está muito acima deles. Michael Bay deve estar com inveja de Doug Liman por que este fez bem o que ele tentou durante uma década e não conseguiu. No fim, eu já nem lembrava que achava bestas e fracas as explicações do filme, entrei de vez na suspensão de realidade e curti suas ótimas cenas de ação e seu design e fotografia muito bonitos. Esse não é um filme pra ficar procurando filosofias, roteiros engenhosos ou coisa do tipo, é pra assistir sozinho, ou com seus amigos(as) ou namorados(as), fazer uma bela pipoca e se divertir sem moderação.
Após o filme acabar, voltei a ser birrento de novo, mas não significa que o filme, assim como qualquer outro, não mereça ser assistido.
Lucy
3.3 3,3K Assista AgoraAo terminar, a única coisa que eu constatei desse filme é que Scarlet Johansson foi uma ótima escolha para a adaptação de Ghost in the Shell, ou qualquer outra Sci-fi meio tenóloga ou cyberpunk. Espero que ela possa interpretar uma personagem, nesse mesmo gênero, com mais possibilidades de aprofundamento.
Lucy tem uma direção legal (estamos falando de Luc Besson), planos bonitos e algumas cenas de ação bem legais. Mas nada é acima da média, a não ser, o uso dos esfeitos especiais e CGI, que foi bem interessante. Apesar da premissa inverossímil, mesmo do ponto de vista de uma ficção científica e do desenvolvimento problemático é bonito de ver como Luc Besson apresenta uma nova forma de ver o mundo.
Como se seria sentir cada milímetro de nosso corpo, enxergar através das paredes, ver as ondas eletromagnéticas entre tantas outras coisas ? Esse mérito Lucy tem, e foi o que me prendeu até o film do filme, que tem algumas cenas muito bonitas, embora.
O que pareceu complexo e e bem engenhoso no trailer se mostrou um filme bem simples.
Tempos de Paz
3.8 303 Assista AgoraTempos de Paz é Dan Stulbach e Tony Ramos fazendo transmutando teatro para o ambiente dos filmes. Fascinante, visualmente belo, atuações perfeitas e muito, muito tocante. Merece ser visto, revisto e experienciado.
Os Incríveis
3.9 1,1K Assista AgoraAcho um dos melhores filmes da Pixar