Up é mais uma animação fantástica da Pixar. Consistente, intensa e tocante. É impossível não se emocionar em algumas cenas, especialmente no primeiro ato.
A maioria dos personagens geram uma empatia instantânea. Só não leva nota máxima porque algumas figuras ainda me incomodaram um pouco pelo perfil e características, e na meiuca do enredo houve uma ou outra sequência de aventura que não me agradou muito. É claro que isso são avaliações pessoais, e não necessariamente falhas do filme.
Mas no geral, Up é um filme espetacular. Acredito que consiga atingir bem quase todos os tipos de público. É entretenimento e emoção garantida.
Adaptação é daquele tipo de filme que você assiste sem saber exatamente o que está vendo. Não consigo definir até agora se é um filme sobre a indústria do cinema, um drama intimista, uma comédia com tom de humor negro, se é um filme pra ser levado a sério ou não, ou se é uma mistura maluca de tudo isso. Ao mesmo tempo em que investe em um drama consistente, dá umas viajadas legais em alguns momentos e destoa um pouco da linha central.
Ser irmãos Coen ou não ser? Essa parece ser a questão principal do filme. É difícil definir. Não chega a ser uma obra ruim, mas tem um conceito bem esquisito. Vai ver que a proposta era essa mesmo...
Gol é um dos filmes mais marcantes da minha adolescência. Apesar de ter um estilo de drama de superação meio clichê e linguagem de filme mediano, é daquele tipo de obra cinematográfica ruim, mas que acaba te conquistando por alguma razão. No meu caso, foi a paixão pelo futebol.
É o tipo de filme quase que obrigatório pra quem também enxerga o futebol como uma paixão, e não apenas para um cinéfilo.
O Jayme Monjardim é um dos melhores diretores de novelas da Globo na atualidade. Ele tem um cuidado bem especial com a fotografia. Mas dá pra ver que o talento dele pode se limitar só às novelas mesmo, com uma linguagem mais rasa e clichê.
O Vendedor de Sonhos apresenta mensagens interessantes, de reflexão e autoajuda, mas como obra cinematográfica, é muito fraco. O roteiro é extremamente artificial, sem aprofundamento, e situações que chegam a ser risíveis de tão inverossímeis. O primeiro ato do filme é atabalhoado, verborrágico e dá a impressão de ser composto por esquetes que terminam com alguma "moral da história". O filme até conta com um desfecho razoável, mas o grande problema mesmo é o desenvolvimento.
Os pontos positivos são, claro, a fotografia, e a atuação do César Troncoso e do Dan Stulbach (impossível olhar pra ele e não lembrar do Tom Hanks). Mas, infelizmente, esses pontos não compensam o conteúdo fraco do filme.
O Afonso Poyart vai muito bem na direção do seu primeiro filme estrangeiro. Ele consegue imprimir algumas características do seu trabalho vistas em 2 Coelhos e em Aldo: a câmera na mão, slow motion, ritmo mais dinâmico e alguns efeitos especiais, apesar de fazer isso de forma mais contida aqui. A fotografia também merece destaque.
O que me incomodou mesmo foi o roteiro. As premonições do personagem do Anthony Hopkins são retratadas de uma maneira superficial e até absurda.
A partir do final do segundo ato, isso se tornou uma disputa com o personagem do Colin Farrell sobre quem "advinha mais o futuro".
O número exagerado de plot twists também faz a trama perder um pouco a profundidade. Eu diria que a ideia do filme era até boa, mas foi mal executada no roteiro.
O principal ponto positivo do filme é a maneira como as crianças são retratadas. Até pela classificação indicativa, tiveram mais liberdade para dar um pouco mais profundidade à trama, usando uma linguagem, as relações familiares e entre eles, de uma maneira mais realista. Os atores mirins têm muito carisma. O estilo do filme chega a lembrar Conta Comigo.
O problema é em relação ao terror. O filme falha na sua proposta principal, que é assustar. Não consegue gerar medo, seja pela ambientação ou pelos jump scares, em praticamente nenhum momento. O plot do palhaço tem um trabalho superficial e bem genérico. O terror do filme não traz nenhuma novidade. Chega a ser clichê e previsível. Acho até que o filme tem muito mais um estilo de suspense/aventura do que terror propriamente dito.
É um filme pipoca que pode servir melhor para o público menos exigente que quer apenas passar o tempo.
Depois da cena da torta, estava preparado pra descer a madeira no filme. Já pensei logo: "É mais um diretor metido a transgressor, acreditando que está fazendo um filme fantástico simplesmente por afrontar o cinema convencional". Mas no decorrer do enredo, você entende que A Ghost Story é um filme sobre o tempo. Então essas cenas com planos mais longos acabam ganhando uma justificativa mais aceitável.
Pra mim, o ritmo foi um problema. Essa questão entra na justificativa do filme abordar o tempo, mas eu particularmente prefiro algo mais convencional nesse sentido. E acredito que é sim possível realizar um filme profundo e de qualidade com um ritmo que não dê a impressão de que o enredo está quase estagnado.
A principal qualidade do filme é a parte visual. A fotografia é impecável. Os enquadramentos e a sutileza estética são fantásticos. O formato de tela me incomodou um pouco. Ele também entra no conceito de trabalhar sobre o tempo, usando o estilo de polaroides. Mas eu vejo essa questão de reduzir o espaço de tela como um tipo de retrocesso nos tempos atuais.
A Ghost Story é um filme bem sensorial. Original, visualmente incrível, com uma abordagem de tema interessante, mas com um ritmo propositalmente monótono, que pode até não ser um problema para alguns, mas que atrapalhou um pouco a minha experiência e deixou a impressão de ser uma produção enfadonha em determinados momentos.
O filme é carregado de clichês, principamente em muitos elementos da história, apesar do tema político ter sido uma sacada criativa no enredo.
Além da ótima atuação da Leandra Leal e do Rafael Cardoso, que é esforçado, o ponto alto do filme é a fotografia. Os enquadramentos são ousados e criativos, e te faz até esquecer que se trata de um filme nacional.
O diretor consegue criar uma boa atmosfera, mas faltou conteúdo narrativo. O roteiro é fraco, com pouco aprofundamento e situações absurdas, sem falar que os elementos sobrenaturais, que teoricamente seriam o carro-chefe do filme, não funcionam.
O filme é diferenciado em relação à estética da grande maioria dos longas nacionais desse gênero. Mas não vai muito além disso.
Muita gente pode ir assistir esse filme e acabar se decepcionando com o resultado final, por achar que se trata de mais um longa de terror/suspense cheio de ação, jump scares, monstros, trilha sonora convencional e tudo mais. Porém, Ao Cair da Noite é um filme que procura desconstruir esse gênero, apostando na teoria do "menos é mais".
Confesso que tenho algumas restrições ao estilo experimental, mas acho que esse gênero do terror/suspense precisa realmente se renovar, e a melhor maneira de fazer isso é justamente com essa pegada que procura fugir dos clichês e tentar trazer obras mais realistas e sugestivas.
O filme tem uma narrativa lenta, mas o clima muito bem construído te prende do início ao fim. Não espere muitas respostas. Até acredito que algumas realmente nem foram necessárias. Esse diretor está começando agora no cinema e com pouco investimento vem fazendo ótimos filmes. Tem futuro. No caso de Ao Cair da Noite, só duas coisas me incomodaram: o desfecho e a sensação de que faltou algo a mais. De resto, é um bom filme. Pode não ser para todo mundo, mas já valeu pela iniciativa de querer renovar esse gênero.
O diferencial do filme é o roteiro e a direção, não que o trabalho tenha sido um primor ou trazido algo de inovador, mas vale o crédito por ser um filme com muitos detalhes e onde a montagem é quase um quebra cabeça. A atuação do Ashton Kutcher é bem razoável. E ainda não me decidi sobre o final. Ao mesmo tempo que parece absurdo, tem um fundo de sentido em relação à mensagem que o filme transmite.
É o melhor filme religioso que eu já vi até agora. Apesar de ainda não ter alcançado uma profundidade ideal e nem ter conseguido fugir da velha narrativa tendenciosa, o filme consegue apresentar uma abordagem mais "discreta" ao transmitir a sua mensagem cristã em relação à maioria dos longas desse gênero, sem que toda as cenas tenham algum tipo de sermão, algo que incomoda até quem é cristão. O fato de ser um filme de época contribui pra fugir um pouco da monotonia do gênero. A fotografia e a trilha sonora também merecem destaque. O estilo do enredo é mais investigativo do que apelativo ao drama cristão e chega a lembrar a pegada de Spotlight. Foi uma boa evolução em termos cinematográficos pra o mercado de filmes religiosos.
Lembra um pouco o estilo dos filmes de drama lançados direito para DVD, com uma narrativa mal desenvolvida e uma direção bem convencional. O roteiro tem alguns problemas. A narração é óbvia e explicativa demais em alguns momentos. O diferencial é que a trama aqui tem uma profundidade maior. A atuação do monstro Bryan Cranston é fantástica.
No geral, é um bom filme. Não chega a surpreender, talvez por falta de ousadia da direção e de uma sustentação maior do roteiro (chega um ponto em que você permanece assistindo somente por curiosidade de ver o desfecho), mas também não decepciona, principalmente para quem busca um drama com uma pegada mais contemplativa só para passar o tempo.
Pouca coisa se salva. O primeiro ato é interessante, mas se perde no final. O roteiro é muito fraco. É um filme vazio e pretensioso. Muita estética pra pouco conteúdo concreto. Vale só pela fotografia.
Algumas mensagens que o filme transmite gera controvérsias. É o fator principal para não ganhar uma nota ainda maior. As atitudes do protagonista podem soar egoístas, imaturas e inconsequentes, principalmente se você pensar que existem muitas pessoas que sofrem por não ter nada na vida, e você ter tudo ao seu alcance e abrir mão disso. No decorrer do filme, você entende que o personagem passa a ter uma visão diferente em relação a isso. É aquela coisa de não dar valor ao que tem e só passar a valorizar quando perde. De qualquer forma, a maneira que o filme expõe essa mensagem merece cautela, principalmente porque não procura questionar a decisão do personagem, só ressaltá-la.
Apesar disso, o filme como obra cinematográfica é fantástico. A fotografia é deslumbrante, destacando a natureza como ela realmente merece. Apesar de longo, o filme consegue sustentar um bom ritmo, sem prender muito o protagonista aos lugares por onde ele passa e às pessoas com quem ele se relaciona. A narrativa também é inteligente, e o Emile Hirsch realmente se entregou ao personagem.
É um filme visualmente e narrativamente fodástico, que apresenta algumas mensagens polêmicas, que depende de como cada um vai interpretá-las, mas que podem atrapalhar na questão de você criar uma empatia total pelo filme e pelo protagonista, principalmente nos dois primeiros atos.
O Tarantino diz que dos filmes que ele fez, À Prova de Morte é o pior. E eu concordo com ele. Sou fã dos diálogos longos e banais do diretor, mas nesse filme isso aparece um pouco fora do tom, talvez porque o enredo é fraco, o que deixa a impressão de que o filme tem mais diálogos dispensáveis do que história. O longa também é mal equilibrado em relação às duas partes, e alguns personagens são mal desenvolvidos. O Tarantino também faz uma homenagem, quase uma "declaração de amor" a outros gêneros e estilos antigos de cinema, mas isso só funciona para quem é fã desses gêneros. Quem não é, vai ver apenas um filme com uma estética trash e velha, o que particularmente não me agrada. Fiquei esperando por esse desfecho espetacular que tanto se comenta e não vi nada de extraordinário.
Tarantino é um mestre do cinema, mas já esteve muito mais inspirado que isso.
Esse é o famoso "filme que não é pra todo mundo". Achei alguns recursos cinematográficos interessantes diante do orçamento limitado. A direção é competente, sensível, e a atuação da Krisha Fairchild é fantástica. A construção e profundidade da protagonista também são muito boas. O filme é cansativo em alguns pontos. Seria ideal que houvesse um enredo um pouco mais dinâmico e trabalhado para dar agilidade nesses pontos.
Acredito que o longa terminou na nota errada. Talvez uma ou duas cenas extras para o desfecho funcionariam melhor. Mas é um bom drama familiar, um estudo profundo de personagem.
O primeiro ato é o mais sólido do filme. Direto, com bom ritmo e bastante tenso. Faz boa referência ao título. Porém, esse ritmo não se sustenta nos atos finais. Outra coisa que me incomodou foram algumas situações forçadas pra mover o enredo, mas ainda assim consegue fazer um bom retrato da saúde pública do Brasil.
Muita gente falando que o filme é indecifrável, e de primeira eu já consegui criar uma teoria pro enredo praticamente inteiro. O filme é bem dirigido, tem uma atmosfera incrível e uma trilha sonora marcante. Só não leva uma nota maior justamente pelo fato de ser uma obra ambígua, onde a trama pode ter vários significados. Até tenho preferência por filmes complexos, mas aqueles que deixam pistas que te levam à uma ÚNICA DEFINIÇÃO. Onde o autor tem uma mensagem e uma história pra contar e se o público encontrar as pistas certas, vai chegar à essa única conclusão. Mas aí já é questão de gosto. Tem muita gente que adora criar suas próprias teorias. Eu prefiro a definição do autor.
Gostei do filme. Tem um enredo simples, mas um clima de suspense e tensão bem trabalhado. Ao contrário do que muitos comentaram, não achei a trama tão previsível assim. Precisa estar muito ligado a todos os detalhes pra matar a charada inteira logo de cara. Suspense é isso. Você sabe que tem alguma coisa errada desde o início, mas não sabe exatamente o que é.
Não espere grandes cenas de ação, é um filme mais psicológico e com uma narrativa lenta, mas que contribui para a construção do clima. Só me incomodou a monotonia das ações do protagonista. Mas no fim, o saldo é positivo.
O primeiro e o terceiro ato do filme são quase perfeitos. O segundo tem suas irregularidades. É uma produção com uma ótima direção. É sensível, mas com críticas sociais muito fortes. Talvez esse tenha sido o ponto mais negativo. Não pelas críticas em si, mas pelo excesso. Se pudesse ter sido menos planfetário no contexto geral, seria ideal. A mensagem iria ser transmitida da mesma maneira.
Não quero ser insensível, mas me chamou a atenção o fato de como muitas pessoas são suscetíveis ao entretenimento. Menosprezam a realidade na sua cara durante muito tempo, mas depois de ver um filme, prometem mudar seus hábitos alimentares da noite para o dia. Não é uma crítica é só uma constatação dos comentários.
É um filme razoável, que apesar dessa proposta de narrativa "regressiva", não traz grandes novidades. O plot twist no final salvou essa proposta, porque chegaria uma altura do filme em que você já saberia o desfecho e teria um boa noção do início, o que tornaria a história totalmente previsível. Existem maneiras muito mais eficientes de se trabalhar com esse tipo de narrativa não linear. O Tarantino e o Nolan, por exemplo, são mestres nisso. O humor negro do filme também não funciona. Muitas cenas chegam a ser constrangedoras.
O enredo é frágil e a direção segue o padrão atual, sem novidades. É o tipo de filme que você assiste esperando que ele te surpreenda, mas no fim a sensação é de que ficou faltando algo a mais.
O filme é cercado de clichês do suspense/terror, e os jump scares gratuitos chegam a irritar em alguns momentos. Em compensação, o enredo consegue gerar um certo interesse em determinadas partes.
É um filme razoável pra passar o tempo. Se não surpreende, pelo menos não decepciona quem vai assistir sem criar grandes expectativas.
É um dos melhores found footage que eu já vi. Apesar de algumas falhas bobas, o filme consegue criar uma boa atmosfera. O Mark Duplass é um show à parte. A imprevisibilidade e o cinismo do seu personagem consegue gerar uma tensão e um medo quase natural.
Up: Altas Aventuras
4.3 3,8K Assista AgoraUp é mais uma animação fantástica da Pixar. Consistente, intensa e tocante. É impossível não se emocionar em algumas cenas, especialmente no primeiro ato.
A maioria dos personagens geram uma empatia instantânea. Só não leva nota máxima porque algumas figuras ainda me incomodaram um pouco pelo perfil e características, e na meiuca do enredo houve uma ou outra sequência de aventura que não me agradou muito. É claro que isso são avaliações pessoais, e não necessariamente falhas do filme.
Mas no geral, Up é um filme espetacular. Acredito que consiga atingir bem quase todos os tipos de público. É entretenimento e emoção garantida.
Adaptação.
3.9 707 Assista AgoraAdaptação é daquele tipo de filme que você assiste sem saber exatamente o que está vendo. Não consigo definir até agora se é um filme sobre a indústria do cinema, um drama intimista, uma comédia com tom de humor negro, se é um filme pra ser levado a sério ou não, ou se é uma mistura maluca de tudo isso. Ao mesmo tempo em que investe em um drama consistente, dá umas viajadas legais em alguns momentos e destoa um pouco da linha central.
Ser irmãos Coen ou não ser? Essa parece ser a questão principal do filme. É difícil definir. Não chega a ser uma obra ruim, mas tem um conceito bem esquisito. Vai ver que a proposta era essa mesmo...
Sociedade dos Poetas Mortos
4.3 2,3K Assista AgoraPor que não se fazem mais filmes como esse?
Gol! – O Sonho Impossível
3.5 160Gol é um dos filmes mais marcantes da minha adolescência. Apesar de ter um estilo de drama de superação meio clichê e linguagem de filme mediano, é daquele tipo de obra cinematográfica ruim, mas que acaba te conquistando por alguma razão. No meu caso, foi a paixão pelo futebol.
É o tipo de filme quase que obrigatório pra quem também enxerga o futebol como uma paixão, e não apenas para um cinéfilo.
O Vendedor de Sonhos
3.0 242 Assista AgoraO Jayme Monjardim é um dos melhores diretores de novelas da Globo na atualidade. Ele tem um cuidado bem especial com a fotografia. Mas dá pra ver que o talento dele pode se limitar só às novelas mesmo, com uma linguagem mais rasa e clichê.
O Vendedor de Sonhos apresenta mensagens interessantes, de reflexão e autoajuda, mas como obra cinematográfica, é muito fraco. O roteiro é extremamente artificial, sem aprofundamento, e situações que chegam a ser risíveis de tão inverossímeis. O primeiro ato do filme é atabalhoado, verborrágico e dá a impressão de ser composto por esquetes que terminam com alguma "moral da história". O filme até conta com um desfecho razoável, mas o grande problema mesmo é o desenvolvimento.
Os pontos positivos são, claro, a fotografia, e a atuação do César Troncoso e do Dan Stulbach (impossível olhar pra ele e não lembrar do Tom Hanks). Mas, infelizmente, esses pontos não compensam o conteúdo fraco do filme.
Presságios de um Crime
3.4 311 Assista AgoraO Afonso Poyart vai muito bem na direção do seu primeiro filme estrangeiro. Ele consegue imprimir algumas características do seu trabalho vistas em 2 Coelhos e em Aldo: a câmera na mão, slow motion, ritmo mais dinâmico e alguns efeitos especiais, apesar de fazer isso de forma mais contida aqui. A fotografia também merece destaque.
O que me incomodou mesmo foi o roteiro. As premonições do personagem do Anthony Hopkins são retratadas de uma maneira superficial e até absurda.
A partir do final do segundo ato, isso se tornou uma disputa com o personagem do Colin Farrell sobre quem "advinha mais o futuro".
O número exagerado de plot twists também faz a trama perder um pouco a profundidade. Eu diria que a ideia do filme era até boa, mas foi mal executada no roteiro.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraO principal ponto positivo do filme é a maneira como as crianças são retratadas. Até pela classificação indicativa, tiveram mais liberdade para dar um pouco mais profundidade à trama, usando uma linguagem, as relações familiares e entre eles, de uma maneira mais realista. Os atores mirins têm muito carisma. O estilo do filme chega a lembrar Conta Comigo.
O problema é em relação ao terror. O filme falha na sua proposta principal, que é assustar. Não consegue gerar medo, seja pela ambientação ou pelos jump scares, em praticamente nenhum momento. O plot do palhaço tem um trabalho superficial e bem genérico. O terror do filme não traz nenhuma novidade. Chega a ser clichê e previsível. Acho até que o filme tem muito mais um estilo de suspense/aventura do que terror propriamente dito.
É um filme pipoca que pode servir melhor para o público menos exigente que quer apenas passar o tempo.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraDepois da cena da torta, estava preparado pra descer a madeira no filme. Já pensei logo: "É mais um diretor metido a transgressor, acreditando que está fazendo um filme fantástico simplesmente por afrontar o cinema convencional". Mas no decorrer do enredo, você entende que A Ghost Story é um filme sobre o tempo. Então essas cenas com planos mais longos acabam ganhando uma justificativa mais aceitável.
Pra mim, o ritmo foi um problema. Essa questão entra na justificativa do filme abordar o tempo, mas eu particularmente prefiro algo mais convencional nesse sentido. E acredito que é sim possível realizar um filme profundo e de qualidade com um ritmo que não dê a impressão de que o enredo está quase estagnado.
A principal qualidade do filme é a parte visual. A fotografia é impecável. Os enquadramentos e a sutileza estética são fantásticos. O formato de tela me incomodou um pouco. Ele também entra no conceito de trabalhar sobre o tempo, usando o estilo de polaroides. Mas eu vejo essa questão de reduzir o espaço de tela como um tipo de retrocesso nos tempos atuais.
A Ghost Story é um filme bem sensorial. Original, visualmente incrível, com uma abordagem de tema interessante, mas com um ritmo propositalmente monótono, que pode até não ser um problema para alguns, mas que atrapalhou um pouco a minha experiência e deixou a impressão de ser uma produção enfadonha em determinados momentos.
O Rastro
2.7 214O filme é carregado de clichês, principamente em muitos elementos da história, apesar do tema político ter sido uma sacada criativa no enredo.
Além da ótima atuação da Leandra Leal e do Rafael Cardoso, que é esforçado, o ponto alto do filme é a fotografia. Os enquadramentos são ousados e criativos, e te faz até esquecer que se trata de um filme nacional.
O diretor consegue criar uma boa atmosfera, mas faltou conteúdo narrativo. O roteiro é fraco, com pouco aprofundamento e situações absurdas, sem falar que os elementos sobrenaturais, que teoricamente seriam o carro-chefe do filme, não funcionam.
O filme é diferenciado em relação à estética da grande maioria dos longas nacionais desse gênero. Mas não vai muito além disso.
Ao Cair da Noite
3.1 977 Assista AgoraMuita gente pode ir assistir esse filme e acabar se decepcionando com o resultado final, por achar que se trata de mais um longa de terror/suspense cheio de ação, jump scares, monstros, trilha sonora convencional e tudo mais. Porém, Ao Cair da Noite é um filme que procura desconstruir esse gênero, apostando na teoria do "menos é mais".
Confesso que tenho algumas restrições ao estilo experimental, mas acho que esse gênero do terror/suspense precisa realmente se renovar, e a melhor maneira de fazer isso é justamente com essa pegada que procura fugir dos clichês e tentar trazer obras mais realistas e sugestivas.
O filme tem uma narrativa lenta, mas o clima muito bem construído te prende do início ao fim. Não espere muitas respostas. Até acredito que algumas realmente nem foram necessárias. Esse diretor está começando agora no cinema e com pouco investimento vem fazendo ótimos filmes. Tem futuro. No caso de Ao Cair da Noite, só duas coisas me incomodaram: o desfecho e a sensação de que faltou algo a mais. De resto, é um bom filme. Pode não ser para todo mundo, mas já valeu pela iniciativa de querer renovar esse gênero.
Efeito Borboleta
4.0 2,9K Assista AgoraO diferencial do filme é o roteiro e a direção, não que o trabalho tenha sido um primor ou trazido algo de inovador, mas vale o crédito por ser um filme com muitos detalhes e onde a montagem é quase um quebra cabeça. A atuação do Ashton Kutcher é bem razoável. E ainda não me decidi sobre o final. Ao mesmo tempo que parece absurdo, tem um fundo de sentido em relação à mensagem que o filme transmite.
Em Defesa de Cristo
3.6 64 Assista AgoraÉ o melhor filme religioso que eu já vi até agora. Apesar de ainda não ter alcançado uma profundidade ideal e nem ter conseguido fugir da velha narrativa tendenciosa, o filme consegue apresentar uma abordagem mais "discreta" ao transmitir a sua mensagem cristã em relação à maioria dos longas desse gênero, sem que toda as cenas tenham algum tipo de sermão, algo que incomoda até quem é cristão. O fato de ser um filme de época contribui pra fugir um pouco da monotonia do gênero. A fotografia e a trilha sonora também merecem destaque. O estilo do enredo é mais investigativo do que apelativo ao drama cristão e chega a lembrar a pegada de Spotlight. Foi uma boa evolução em termos cinematográficos pra o mercado de filmes religiosos.
A Vida Em Espera
3.3 77 Assista AgoraLembra um pouco o estilo dos filmes de drama lançados direito para DVD, com uma narrativa mal desenvolvida e uma direção bem convencional. O roteiro tem alguns problemas. A narração é óbvia e explicativa demais em alguns momentos. O diferencial é que a trama aqui tem uma profundidade maior. A atuação do monstro Bryan Cranston é fantástica.
No geral, é um bom filme. Não chega a surpreender, talvez por falta de ousadia da direção e de uma sustentação maior do roteiro (chega um ponto em que você permanece assistindo somente por curiosidade de ver o desfecho), mas também não decepciona, principalmente para quem busca um drama com uma pegada mais contemplativa só para passar o tempo.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraPouca coisa se salva. O primeiro ato é interessante, mas se perde no final. O roteiro é muito fraco. É um filme vazio e pretensioso. Muita estética pra pouco conteúdo concreto. Vale só pela fotografia.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraAlgumas mensagens que o filme transmite gera controvérsias. É o fator principal para não ganhar uma nota ainda maior. As atitudes do protagonista podem soar egoístas, imaturas e inconsequentes, principalmente se você pensar que existem muitas pessoas que sofrem por não ter nada na vida, e você ter tudo ao seu alcance e abrir mão disso. No decorrer do filme, você entende que o personagem passa a ter uma visão diferente em relação a isso. É aquela coisa de não dar valor ao que tem e só passar a valorizar quando perde. De qualquer forma, a maneira que o filme expõe essa mensagem merece cautela, principalmente porque não procura questionar a decisão do personagem, só ressaltá-la.
Apesar disso, o filme como obra cinematográfica é fantástico. A fotografia é deslumbrante, destacando a natureza como ela realmente merece. Apesar de longo, o filme consegue sustentar um bom ritmo, sem prender muito o protagonista aos lugares por onde ele passa e às pessoas com quem ele se relaciona. A narrativa também é inteligente, e o Emile Hirsch realmente se entregou ao personagem.
É um filme visualmente e narrativamente fodástico, que apresenta algumas mensagens polêmicas, que depende de como cada um vai interpretá-las, mas que podem atrapalhar na questão de você criar uma empatia total pelo filme e pelo protagonista, principalmente nos dois primeiros atos.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraO Tarantino diz que dos filmes que ele fez, À Prova de Morte é o pior. E eu concordo com ele. Sou fã dos diálogos longos e banais do diretor, mas nesse filme isso aparece um pouco fora do tom, talvez porque o enredo é fraco, o que deixa a impressão de que o filme tem mais diálogos dispensáveis do que história. O longa também é mal equilibrado em relação às duas partes, e alguns personagens são mal desenvolvidos. O Tarantino também faz uma homenagem, quase uma "declaração de amor" a outros gêneros e estilos antigos de cinema, mas isso só funciona para quem é fã desses gêneros. Quem não é, vai ver apenas um filme com uma estética trash e velha, o que particularmente não me agrada. Fiquei esperando por esse desfecho espetacular que tanto se comenta e não vi nada de extraordinário.
Tarantino é um mestre do cinema, mas já esteve muito mais inspirado que isso.
Krisha
3.7 83Esse é o famoso "filme que não é pra todo mundo". Achei alguns recursos cinematográficos interessantes diante do orçamento limitado. A direção é competente, sensível, e a atuação da Krisha Fairchild é fantástica. A construção e profundidade da protagonista também são muito boas. O filme é cansativo em alguns pontos. Seria ideal que houvesse um enredo um pouco mais dinâmico e trabalhado para dar agilidade nesses pontos.
Acredito que o longa terminou na nota errada. Talvez uma ou duas cenas extras para o desfecho funcionariam melhor. Mas é um bom drama familiar, um estudo profundo de personagem.
Sob Pressão
3.8 93 Assista AgoraO primeiro ato é o mais sólido do filme. Direto, com bom ritmo e bastante tenso. Faz boa referência ao título. Porém, esse ritmo não se sustenta nos atos finais. Outra coisa que me incomodou foram algumas situações forçadas pra mover o enredo, mas ainda assim consegue fazer um bom retrato da saúde pública do Brasil.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraMuita gente falando que o filme é indecifrável, e de primeira eu já consegui criar uma teoria pro enredo praticamente inteiro. O filme é bem dirigido, tem uma atmosfera incrível e uma trilha sonora marcante. Só não leva uma nota maior justamente pelo fato de ser uma obra ambígua, onde a trama pode ter vários significados. Até tenho preferência por filmes complexos, mas aqueles que deixam pistas que te levam à uma ÚNICA DEFINIÇÃO. Onde o autor tem uma mensagem e uma história pra contar e se o público encontrar as pistas certas, vai chegar à essa única conclusão. Mas aí já é questão de gosto. Tem muita gente que adora criar suas próprias teorias. Eu prefiro a definição do autor.
O Convite
3.3 1,1KGostei do filme. Tem um enredo simples, mas um clima de suspense e tensão bem trabalhado. Ao contrário do que muitos comentaram, não achei a trama tão previsível assim. Precisa estar muito ligado a todos os detalhes pra matar a charada inteira logo de cara. Suspense é isso. Você sabe que tem alguma coisa errada desde o início, mas não sabe exatamente o que é.
Não espere grandes cenas de ação, é um filme mais psicológico e com uma narrativa lenta, mas que contribui para a construção do clima. Só me incomodou a monotonia das ações do protagonista. Mas no fim, o saldo é positivo.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraO primeiro e o terceiro ato do filme são quase perfeitos. O segundo tem suas irregularidades. É uma produção com uma ótima direção. É sensível, mas com críticas sociais muito fortes. Talvez esse tenha sido o ponto mais negativo. Não pelas críticas em si, mas pelo excesso. Se pudesse ter sido menos planfetário no contexto geral, seria ideal. A mensagem iria ser transmitida da mesma maneira.
Não quero ser insensível, mas me chamou a atenção o fato de como muitas pessoas são suscetíveis ao entretenimento. Menosprezam a realidade na sua cara durante muito tempo, mas depois de ver um filme, prometem mudar seus hábitos alimentares da noite para o dia. Não é uma crítica é só uma constatação dos comentários.
Shimmer Lake
3.1 108 Assista AgoraÉ um filme razoável, que apesar dessa proposta de narrativa "regressiva", não traz grandes novidades. O plot twist no final salvou essa proposta, porque chegaria uma altura do filme em que você já saberia o desfecho e teria um boa noção do início, o que tornaria a história totalmente previsível. Existem maneiras muito mais eficientes de se trabalhar com esse tipo de narrativa não linear. O Tarantino e o Nolan, por exemplo, são mestres nisso. O humor negro do filme também não funciona. Muitas cenas chegam a ser constrangedoras.
O enredo é frágil e a direção segue o padrão atual, sem novidades. É o tipo de filme que você assiste esperando que ele te surpreenda, mas no fim a sensação é de que ficou faltando algo a mais.
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraO filme é cercado de clichês do suspense/terror, e os jump scares gratuitos chegam a irritar em alguns momentos. Em compensação, o enredo consegue gerar um certo interesse em determinadas partes.
É um filme razoável pra passar o tempo. Se não surpreende, pelo menos não decepciona quem vai assistir sem criar grandes expectativas.
Creep
3.1 507 Assista AgoraÉ um dos melhores found footage que eu já vi. Apesar de algumas falhas bobas, o filme consegue criar uma boa atmosfera. O Mark Duplass é um show à parte. A imprevisibilidade e o cinismo do seu personagem consegue gerar uma tensão e um medo quase natural.