a cena deles no quarto ao som de DEATH é a coisa mais linda do mundo. o take casou direitinho com a atmosfera do filme e principalmente com a proposta.
de todos os filmes que eu já vi, posso garantir que esse reúne ***de longe** as duas maiores atuações, sem contar que tem um roteiro absurdo de tão visceral. liv e ingrid além de estarem particularmente perfeitas, também formaram uma dupla impecável, a melhor, eu diria. sem palavras pra descrever, ainda estou em choque com as performances que eu vi, não só as performances mas tudo que foi visto.
estamos unificando os idiomas pro inglês, mas parece que estamos cada vez mais perdendo a linguagem. a linguagem da natureza, a linguagem política, cultural, filosófica, interpessoal, antropológica, a essência da linguagem. adieu au langage
como disseram abaixo, o filme é exatamente sobre isso, avanço e recuo, e não é só o roteiro que diz isso, são os detalhes técnicos também.
****godard é um mito vivo, e quando morrer continuará sendo um mito vivo.**
o filme começa muito bem, delbonnel encanta com sua fotografia maravilhosa, waltz surpreendendo e amy adams trucidando na atuação, mas no último terço do filme, o roteiro falha bastante e tudo desanda, talvez seja parte da proposta, mas no final amy adams acabou por ser o ponto alto do filme nos entregando uma das atuações do ano ***mais uma vez***
chastain nos entrega uma das melhores performances femininas em um papel coadjuvante do ano, um ótimo suporte pra isaac, que entregou também uma das melhores performances masculinas em um papel principal. feliz por algumas premiações terem se lembrado deles.
julianne moore restaura o hábito de emocionar em um filme, na maior atuação da década, capaz de iluminar a nossa mente, capaz de fundí-la e a transformar em lagrimas.
moore atende à toda sensibilidade exigida no roteiro. a direção capita momentos que nós mesmos somos capazes de esquecer enquanto assistimos ao filme. kristen stewart, sempre muito criticada, em um papel que não há o que reclamar. essa menina mostra cada vez mais que tem talento.
o amor que a família tem por alice, um amor compreensível, é lindo de ser visto. talvez seja por isso que parta tanto o coração no momento em que o marido a abandona, logo quem se mostrou sempre tão compreensível teve de abandoná-la e entregá-la nas mãos daquela que demonstrava ser tão fria, tão seca e impaciente com a mãe. ao mesmo que dá um nó na garganta observar o amor de alice pela família demonstrado no início do filme, o medo que ela tem de decepcionar os filhos e o marido, a culpa que ela sentiu por deixar a doença de herança para a sua filha, a vergonha que ela sentia quando sentia que não era mais um exemplo pra eles. tudo isso vai muito além dela deixar de ser quem era, mas deixar de a amarem por ela não ser mais a alice.
a lembrança final, um momento em que a direção deixa claro junto ao roteiro que era a memória mais importante dela, aquele momento tão especial que ela guardava se apagou, embranqueceu, mas ela ainda era a alice.
e sobre o que o filme é? amor. é, amor. é sobre o amor.
DEUX JOURS, UNE NUIT nos faz pensar muito sobre o que é democracia. marion cotillard em uma das maiores atuações do ano, na pele de uma mulher vazia, incompleta, engolida pelo sistema e que conforme o filme se desenrola, se preenche de emoções, se completa aos poucos ao encontrar significados de um mundo o qual ela parecia desconhecer. o mais genial é que marion consegue nos passar essa transformação apenas com o seu olhar, que refletia todo o seu interior e em alguns momentos refletia até a alma benevolente de sandra. o tipo de filme que não nos deixa nada a perder, só a somar.
no final, o que pôde ser visto foi uma vítima do sistema democrático aplicado em um mundo onde muitas pessoas só visam o interesse próprio, nos mostrando que o primeiro passo para uma democracia funcionar é respeitarmos a democracia e não pensar somente no nosso interesse, mas no interesse do próximo. por isso sandra esteve tão feliz naquele momento, pois ela cumpriu com esse dever e conheceu pessoas que assim como ela também estavam dispostas a cumprir, ao meu ver.
o mundo subversivo que cronenberg nos apresenta dita a nova moda, como uma nova religião dentro do cinema. todos os recursos dos blockbusters estadunidenses atuais, como a comédia, a fotografia e a vida de celebridades em hollywood são abordadas aqui da forma mais suja e absurda possível. destaque para um grande nome como o de julianne moore se superando na entrega, proporcionando momentos constrangedores, sujos, obscenos e engraçados também, coisa que estamos acostumados a ver atrizes brasileiras fazerem, como a fernanda torres, mas que é raro em uma atriz americana, ainda mais com um grande nome a zelar como a julianne moore. uma entrega que apenas somou à carreira dela e por isso lhe rendeu prêmio em cannes, um prêmio mais do que merecido pois a proposta da personagem, ainda que absurda, foi cumprida.
no início do filme, podemos ver jon (diante do angulo de telespectador) na posição que ele sempre quis estar, no centro, ele era o nosso protagonista e esse foi o lugar que ele ficou até frank aparecer. é o momento em que o nosso protagonista, jon, assim como na história, se encontra ofuscado por aquelas pessoas singulares. a função dele, tanto no filme quanto na história da banda é a mesma, ele é a figura principal, a figura que está montando e divulgando a história deles, a pessoa que está dando vida à todos aqueles personagens que a principio eram tão escuros e não colocavam seus sentimentos em seus projetos, formando então algo incompreensível.
ainda que tenha a função de mover a história, jon se encontra ofuscado por frank, que era quem tinha a originalidade, mas se entregava à vontade dos seus melhores amigos e não seguia sua própria vontade por ausência de incentivo. jon se vê não só obcecado por frank, mas se encontra o admirando acima de qualquer outra pessoa que ele tenha conhecido. se sentindo em terceiro plano, ele usa de todos os métodos pra fazer da banda um sucesso para que todas aquelas pessoas que ele aprendeu a amar pudessem o agradecer por ter feito algo por eles, uma vez que ele se sentia deslocado na banda.
no final, jon assiste todas aquelas pessoas, feridas pelos sentimentos cantando da forma que ele sugeria durante todo o filme. acha então que nem pra isso a banda precisou dele, é o momento em que ele desiste e dá as costas, sem perceber que aquela sua atitude simples, foi uma atitude de papel cumprido e que ele foi sim necessário pra tornar a banda um grande sucesso o entregando sentimentos à todos eles com a sua a sua ambição. estava ali formada uma banda alternativa e criativa (assim como no início do filme), mas movendo sua música pelos sentimentos, a essência pra qualquer banda. e a cena final, conseguir deixar aberto ambas as hipóteses, a de desistência e a de papel cumprido, nos fazendo escolher entre uma e outra sem perceber que a proposta era usar ambas.
a história ainda nos mostra como muitas bandas alternativas simplesmente mudam o seu estilo no decorrer dos álbuns, o que os críticos algumas vezes chamam de amadurecimento musical, é o amadurecimento dos sentimentos. o sentimento leva a música, assim como o mesmo sentimento ligou todos aqueles personagens atípicos dando para eles a música pela qual eles estavam durante meses tentando criar, naquele momento eles haviam criado algo em comum acordo, algo palatável. isso fica nítido quando a nossa querida clara encarna a cantora "indie-dope" estilo lana del rey, cantando músicas tristes, coisa a qual antes dos sentimentos a atingirem, ela abominava.
o filme narrou basicamente o mesmo processo criativo que a banda "wild beasts" passou em seu primeiro álbum e a transformação artística que continuam passando. além de que, nos presenteou com personagens estranhos e complexos, mas que nos conquista facilmente com o jeitinho único.
afinal, se tem uma pessoa que poderia interpretar deus no cinema (ou uma personificação metafórica dele), essa pessoa seria a scarlett johansson, uma deusa em vida.
a forma mais óbvia, porém sincera de descrever BOYHOOD é frisando o fato dele ser uma das ideias mais inovadoras e arriscadas dos últimos tempos. atores presos durante 12 anos em um papel, diretor preso durante 12 anos em um filme tendo que contar com imprevistos como possível morte e baixa de elenco, o roteiro sendo re-escrito e remodelado conforme o passar dos anos, conforme as inovações. o resultado não podia ser diferente, o filme foi abraçado pela crítica, pelos festivais, pelas premiações e pelo público. é cativante a forma a qual a história é narrada, nos encontramos a fundo da história de vida de um garotinho até ele se formar adulto e mais do que isso, nos lembramos das épocas ali vividas, como se nós mesmos estivéssemos ali, ainda mais se tivermos a mesma faixa etária do rapaz. até agora foram citados 3 fatores, a originalidade, a ousadia e a identificação, somando todos eles chegamos à conclusão de que para um ator permanecer durante 12 anos em um personagem, permanecendo sem fugas ao estilo, aos costumes, permanecendo firme ao personagem, nos passando identificação, ousando na originalidade de um projeto único, ele precisa ser ótimo, ele precisa se destacar e é o que acontece com todos os atores, principalmente com patricia arquette (a nossa atriz mais cotada a vencer o oscar de melhor atriz coadjuvante), com um jeito meigo do inicio ao fim, logo temos mais um fator a aplaudir, a solidificação de um bom ator diante do seu personagem. e por fim, algo que me chamou muita atenção foi a fotografia permanecer intacta e bem moderna desde quando mason tinha 5 anos, até ele completar 18, durante todos esses anos, vemos os personagens mudarem, o ambiente mudar, o cenário musical mudar, tudo muda, exceto a imagem, pois detalhes técnicos do filme ao meu ver chegaram próximo à perfeição. 5 motivos, 5 estrelas e eu acho pouco para um filme que caprichou tanto, que só teve qualidades, que caso tenha tido algum defeito, o mesmo foi completamente neutralizado em meio a tantas qualidades.
um musical que transmite naturalidade no enredo, com composições que esbanjam originalidade e um roteiro repleto de diálogos reflexivos. não nos questionamos apenas a respeito do rumo que a música pop levou, nos lembramos das coisas que a música está resgatando nos últimos tempos, assim como nos questionamos a respeito de uma vida jovial, sem rumo, que uma hora implora por um destino, por algo fixo. o tipo de filme independente que realmente surpreende pois aparenta ser uma história rasa, quando na verdade é apenas um projeto minimalista que nos passa emoção através das músicas, dos diálogos e através da história. roteiro completo, fotografia caprichada, direção extremamente competente, atores "inexperientes" mostrando que podem sim se superar, músicas alternativas (o ponto alto) dançantes quando precisam ser, emocionantes quando devem emocionar. muito mais que o exigido de um filme independente, talvez por isso tenha surpreendido os críticos e arrancado aplausos dos festivais. no mais, apenas dando ênfase no que você deve ter escutado por aí antes de assistir ao filme: hannah murray, além de linda e fofa, ainda sabe cantar. / emily browning finalmente deixando de ser pé frio. / god help the girl she needs all the help she can get.
o filme indie é sobre vampiros, mas narra a história e foca na essência da humanidade. tilda está maravilhosa e sem sombra de dúvidas é um dos melhores filmes de vampiros que já vi, pois não é fácil criar vampiros "humanizados", mas diante do contexto, era necessário ver vampiros adaptados ao mundo moderno "dos humanos", logo, isso fez todo o sentido. um filme de ficção, mas que nos deixa muito a pensar sobre a realidade atual a qual vivemos.
provavelmente é tudo o que woody allen um dia sonhou fazer, a tragicomédia simples e sem grande evolução dramática somada à uma fotografia super colorida -ainda que em p&b, são aspectos que nos lembram bem woody, principalmente em sua aclamada "manhattan". em alguns momentos, me lembrou a estética new wave independente de godard, mas não foi somente isso o que me chamou atenção e sim a forma de como revemos nossos conceitos sobre amizade, amor, profissão e outros aspectos importantes da vida, após assistí-lo.
um romance que usa de várias metáforas para nos dar praticamente uma aula de antropologia, bastante sensível e reflexivo. de fato, o melhor roteiro original do ano passado (dentre os que eu vi). amei a estética, amei a atuação do joaquin, a direção está BASTANTE caprichada e johanson nos dando arrepios apenas com a voz (sem sombra de dúvida, a premiação deveria a homenagear de alguma forma, já que não pôde com a indicação). entrou fácil pra lista dos meus favoritos. 5 estrelas dadas sem nenhum peso na consciência e apenas uma palavra: lindo.
de fato, essa película tem detalhes técnicos impecáveis, mas talvez seja muito mais que "um filme com uma direção linda". sandra bullock além de nos deixar sem fôlego a película inteira, foi responsável por transmitir uma emoção (simples) que há muito tempo não era vista, e pra mim, a emoção que ela passou foi o ponto alto do filme, sem ela ele não me chamaria muita atenção. o roteiro, apesar de muitas pessoas definirem como "raso", é repleto de metáforas a respeito da origem da vida e de mensagens feministas, que pra muitos passaram despercebidas (até a sandra negar que seja "uma película feminista") como eu havia dito, de fato é um belíssimo filme, com uma fotografia linda, direção cuidadosa, mas ele vai muito além, é completo e por isso merece o reconhecimento que está tendo, e espero que a partir dele, a ficção cientifica seja levada mais a sério, tanto em premiações, quanto pelo público e principalmente produtores.
ps I: a minha surpresa do ano, pois eu não dava nada por ele. ps II: apesar da cate blanchett estar maravilhosa em blue jasmine, ainda gostaria que sandra levasse o prêmio, pois sem qualquer resquício de dúvida, esse foi o melhor papel dela.
um dos filmes mais geniais do tarantino, o cinismo empregado nele, os diálogos inteligentes e críticos, as surpresas nele contidas, as atrizes selecionadas. sempre suspeitei que tarantino se inspirava no russ meyer, mas jamais imaginei que a "homenagem" dele à "faster, pussycat! kill! kill!" sairia tão genial. entrou fácil pra lista dos meus favoritos...
e a propósito, vi algumas pessoas citarem "duas", ou "tres" cenas boas e não encontrei a cena da pam e nem a cena da kim dando uns tapas na bunda stuntman
queiram ou não, esse filme é maravilhoso. uma pena que atores e atrizes tão bons tenham todos fracassado depois dele. gostei tanto do que vi, que penso em ver mais uma vez. dançarinas gogo, decote, mulheres nuas, tapas na cara, puxões de cabelo, pescoços quebrados, corrida de carro, sequestro, vítimas usando um biquini e uma camisa masculina que se abre no decorrer do filme e termina aos ventos junto com seus cabelos enquanto ela corre... tudo nesse filme é bom, tudo nesse filme deu certo.
eu demorei um pouco pra comentar sobre esse filme porque quando terminei de ver, o achei tão genial que acabei dando 5 estrelas (o que é raro acontecer) e então me deparei com a média dele e vi que poderia ter me equivocado.. esperei alguns dias pra ver se a euforia ia embora e eu visse os defeitos do filme para que pudesse abaixar a nota, mas simplesmente não encontrei. eu poderia usar a "pedofilia" como uma desculpa pra diminuir, como creio que tenha sido o motivo de muitas pessoas que deram uma nota ruim à esse filme.. pra mim, apesar de ficar chocado com algumas cenas, acho que cada uma delas foram necessárias pra história do filme, história essa que em momento algum pode se considerar "rasa" e sim "simples".. a própria sinopse revela spoilers praticamente do filme inteiro em apenas 3 linhas, mas a questão não está na profundidade da história e justamente em sua simplicidade.. como algo tão simples pode ser tão bem trabalhado, tão polemico e tão inteligente? após clicar no link que postaram num dos comentários abaixo, eu pude ver imagens reais do fotógrafo bellocq e simplesmente me arrepiei ao ver as fotos que estavam estilhaçadas, ou raspadas.. enfim, um filme com um roteiro simples, uma direção cuidadosa, atuações radicais e fotografia impecável.. simplesmente maravilhoso e menos de 5 estrelas pra mim é injusto. o esforço e a exposição da brooke shields definitivamente valeram a pena.
ps: o vi há duas semanas e ele ainda não saiu da minha cabeça.
Garota Sombria Caminha Pela Noite
3.7 343 Assista Agorafilme do ano até então. jim jarmusch deve no minimo reverencia-lo.
a cena deles no quarto ao som de DEATH é a coisa mais linda do mundo. o take casou direitinho com a atmosfera do filme e principalmente com a proposta.
Sonata de Outono
4.5 491de todos os filmes que eu já vi, posso garantir que esse reúne ***de longe** as duas maiores atuações, sem contar que tem um roteiro absurdo de tão visceral. liv e ingrid além de estarem particularmente perfeitas, também formaram uma dupla impecável, a melhor, eu diria. sem palavras pra descrever, ainda estou em choque com as performances que eu vi, não só as performances mas tudo que foi visto.
Ninotchka
4.1 113 Assista Agorafilme americano feito por um alemão, se passa na frança, a protagonista é russa e é interpretada por uma sueca.
Adeus à Linguagem
3.5 118 Assista Agoraestamos unificando os idiomas pro inglês, mas parece que estamos cada vez mais perdendo a linguagem. a linguagem da natureza, a linguagem política, cultural, filosófica, interpessoal, antropológica, a essência da linguagem. adieu au langage
como disseram abaixo, o filme é exatamente sobre isso, avanço e recuo, e não é só o roteiro que diz isso, são os detalhes técnicos também.
****godard é um mito vivo, e quando morrer continuará sendo um mito vivo.**
Grandes Olhos
3.8 1,1K Assista grátiso filme começa muito bem, delbonnel encanta com sua fotografia maravilhosa, waltz surpreendendo e amy adams trucidando na atuação, mas no último terço do filme, o roteiro falha bastante e tudo desanda, talvez seja parte da proposta, mas no final amy adams acabou por ser o ponto alto do filme nos entregando uma das atuações do ano ***mais uma vez***
O Ano Mais Violento
3.5 285chastain nos entrega uma das melhores performances femininas em um papel coadjuvante do ano, um ótimo suporte pra isaac, que entregou também uma das melhores performances masculinas em um papel principal. feliz por algumas premiações terem se lembrado deles.
Timbuktu
3.8 134 Assista Agora"um grito do coração"
"um filme extremamente urgente"
não tem muito o que dizer, minha torcida pro oscar de melhor filme em lingua estrangeira é pra ele.
O Babadook
3.5 2,0Kme pergunto quantos filmes de terror valem a pena assistir pela atuação da atriz principal. essie davis está dando um show, performance monstruosa!
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista Agorajulianne moore restaura o hábito de emocionar em um filme, na maior atuação da década, capaz de iluminar a nossa mente, capaz de fundí-la e a transformar em lagrimas.
moore atende à toda sensibilidade exigida no roteiro. a direção capita momentos que nós mesmos somos capazes de esquecer enquanto assistimos ao filme. kristen stewart, sempre muito criticada, em um papel que não há o que reclamar. essa menina mostra cada vez mais que tem talento.
o amor que a família tem por alice, um amor compreensível, é lindo de ser visto. talvez seja por isso que parta tanto o coração no momento em que o marido a abandona, logo quem se mostrou sempre tão compreensível teve de abandoná-la e entregá-la nas mãos daquela que demonstrava ser tão fria, tão seca e impaciente com a mãe. ao mesmo que dá um nó na garganta observar o amor de alice pela família demonstrado no início do filme, o medo que ela tem de decepcionar os filhos e o marido, a culpa que ela sentiu por deixar a doença de herança para a sua filha, a vergonha que ela sentia quando sentia que não era mais um exemplo pra eles. tudo isso vai muito além dela deixar de ser quem era, mas deixar de a amarem por ela não ser mais a alice.
a lembrança final, um momento em que a direção deixa claro junto ao roteiro que era a memória mais importante dela, aquele momento tão especial que ela guardava se apagou, embranqueceu, mas ela ainda era a alice.
e sobre o que o filme é? amor. é, amor. é sobre o amor.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542DEUX JOURS, UNE NUIT nos faz pensar muito sobre o que é democracia. marion cotillard em uma das maiores atuações do ano, na pele de uma mulher vazia, incompleta, engolida pelo sistema e que conforme o filme se desenrola, se preenche de emoções, se completa aos poucos ao encontrar significados de um mundo o qual ela parecia desconhecer. o mais genial é que marion consegue nos passar essa transformação apenas com o seu olhar, que refletia todo o seu interior e em alguns momentos refletia até a alma benevolente de sandra. o tipo de filme que não nos deixa nada a perder, só a somar.
no final, o que pôde ser visto foi uma vítima do sistema democrático aplicado em um mundo onde muitas pessoas só visam o interesse próprio, nos mostrando que o primeiro passo para uma democracia funcionar é respeitarmos a democracia e não pensar somente no nosso interesse, mas no interesse do próximo. por isso sandra esteve tão feliz naquele momento, pois ela cumpriu com esse dever e conheceu pessoas que assim como ela também estavam dispostas a cumprir, ao meu ver.
Mapas para as Estrelas
3.3 478 Assista Agorao mundo subversivo que cronenberg nos apresenta dita a nova moda, como uma nova religião dentro do cinema. todos os recursos dos blockbusters estadunidenses atuais, como a comédia, a fotografia e a vida de celebridades em hollywood são abordadas aqui da forma mais suja e absurda possível. destaque para um grande nome como o de julianne moore se superando na entrega, proporcionando momentos constrangedores, sujos, obscenos e engraçados também, coisa que estamos acostumados a ver atrizes brasileiras fazerem, como a fernanda torres, mas que é raro em uma atriz americana, ainda mais com um grande nome a zelar como a julianne moore. uma entrega que apenas somou à carreira dela e por isso lhe rendeu prêmio em cannes, um prêmio mais do que merecido pois a proposta da personagem, ainda que absurda, foi cumprida.
Frank
3.7 596 Assista AgoraFRANK narra o cenário da música alternativa como jamais algum outro filme o fez, em minha visão.
no início do filme, podemos ver jon (diante do angulo de telespectador) na posição que ele sempre quis estar, no centro, ele era o nosso protagonista e esse foi o lugar que ele ficou até frank aparecer. é o momento em que o nosso protagonista, jon, assim como na história, se encontra ofuscado por aquelas pessoas singulares. a função dele, tanto no filme quanto na história da banda é a mesma, ele é a figura principal, a figura que está montando e divulgando a história deles, a pessoa que está dando vida à todos aqueles personagens que a principio eram tão escuros e não colocavam seus sentimentos em seus projetos, formando então algo incompreensível.
ainda que tenha a função de mover a história, jon se encontra ofuscado por frank, que era quem tinha a originalidade, mas se entregava à vontade dos seus melhores amigos e não seguia sua própria vontade por ausência de incentivo. jon se vê não só obcecado por frank, mas se encontra o admirando acima de qualquer outra pessoa que ele tenha conhecido. se sentindo em terceiro plano, ele usa de todos os métodos pra fazer da banda um sucesso para que todas aquelas pessoas que ele aprendeu a amar pudessem o agradecer por ter feito algo por eles, uma vez que ele se sentia deslocado na banda.
no final, jon assiste todas aquelas pessoas, feridas pelos sentimentos cantando da forma que ele sugeria durante todo o filme. acha então que nem pra isso a banda precisou dele, é o momento em que ele desiste e dá as costas, sem perceber que aquela sua atitude simples, foi uma atitude de papel cumprido e que ele foi sim necessário pra tornar a banda um grande sucesso o entregando sentimentos à todos eles com a sua a sua ambição. estava ali formada uma banda alternativa e criativa (assim como no início do filme), mas movendo sua música pelos sentimentos, a essência pra qualquer banda. e a cena final, conseguir deixar aberto ambas as hipóteses, a de desistência e a de papel cumprido, nos fazendo escolher entre uma e outra sem perceber que a proposta era usar ambas.
a história ainda nos mostra como muitas bandas alternativas simplesmente mudam o seu estilo no decorrer dos álbuns, o que os críticos algumas vezes chamam de amadurecimento musical, é o amadurecimento dos sentimentos. o sentimento leva a música, assim como o mesmo sentimento ligou todos aqueles personagens atípicos dando para eles a música pela qual eles estavam durante meses tentando criar, naquele momento eles haviam criado algo em comum acordo, algo palatável. isso fica nítido quando a nossa querida clara encarna a cantora "indie-dope" estilo lana del rey, cantando músicas tristes, coisa a qual antes dos sentimentos a atingirem, ela abominava.
o filme narrou basicamente o mesmo processo criativo que a banda "wild beasts" passou em seu primeiro álbum e a transformação artística que continuam passando. além de que, nos presenteou com personagens estranhos e complexos, mas que nos conquista facilmente com o jeitinho único.
filme sensacional.
Lucy
3.3 3,3K Assista AgoraAMEI!
afinal, se tem uma pessoa que poderia interpretar deus no cinema (ou uma personificação metafórica dele), essa pessoa seria a scarlett johansson, uma deusa em vida.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista Agoraa forma mais óbvia, porém sincera de descrever BOYHOOD é frisando o fato dele ser uma das ideias mais inovadoras e arriscadas dos últimos tempos. atores presos durante 12 anos em um papel, diretor preso durante 12 anos em um filme tendo que contar com imprevistos como possível morte e baixa de elenco, o roteiro sendo re-escrito e remodelado conforme o passar dos anos, conforme as inovações. o resultado não podia ser diferente, o filme foi abraçado pela crítica, pelos festivais, pelas premiações e pelo público. é cativante a forma a qual a história é narrada, nos encontramos a fundo da história de vida de um garotinho até ele se formar adulto e mais do que isso, nos lembramos das épocas ali vividas, como se nós mesmos estivéssemos ali, ainda mais se tivermos a mesma faixa etária do rapaz. até agora foram citados 3 fatores, a originalidade, a ousadia e a identificação, somando todos eles chegamos à conclusão de que para um ator permanecer durante 12 anos em um personagem, permanecendo sem fugas ao estilo, aos costumes, permanecendo firme ao personagem, nos passando identificação, ousando na originalidade de um projeto único, ele precisa ser ótimo, ele precisa se destacar e é o que acontece com todos os atores, principalmente com patricia arquette (a nossa atriz mais cotada a vencer o oscar de melhor atriz coadjuvante), com um jeito meigo do inicio ao fim, logo temos mais um fator a aplaudir, a solidificação de um bom ator diante do seu personagem. e por fim, algo que me chamou muita atenção foi a fotografia permanecer intacta e bem moderna desde quando mason tinha 5 anos, até ele completar 18, durante todos esses anos, vemos os personagens mudarem, o ambiente mudar, o cenário musical mudar, tudo muda, exceto a imagem, pois detalhes técnicos do filme ao meu ver chegaram próximo à perfeição. 5 motivos, 5 estrelas e eu acho pouco para um filme que caprichou tanto, que só teve qualidades, que caso tenha tido algum defeito, o mesmo foi completamente neutralizado em meio a tantas qualidades.
God Help The Girl
3.6 238um musical que transmite naturalidade no enredo, com composições que esbanjam originalidade e um roteiro repleto de diálogos reflexivos. não nos questionamos apenas a respeito do rumo que a música pop levou, nos lembramos das coisas que a música está resgatando nos últimos tempos, assim como nos questionamos a respeito de uma vida jovial, sem rumo, que uma hora implora por um destino, por algo fixo. o tipo de filme independente que realmente surpreende pois aparenta ser uma história rasa, quando na verdade é apenas um projeto minimalista que nos passa emoção através das músicas, dos diálogos e através da história. roteiro completo, fotografia caprichada, direção extremamente competente, atores "inexperientes" mostrando que podem sim se superar, músicas alternativas (o ponto alto) dançantes quando precisam ser, emocionantes quando devem emocionar. muito mais que o exigido de um filme independente, talvez por isso tenha surpreendido os críticos e arrancado aplausos dos festivais. no mais, apenas dando ênfase no que você deve ter escutado por aí antes de assistir ao filme: hannah murray, além de linda e fofa, ainda sabe cantar. / emily browning finalmente deixando de ser pé frio. / god help the girl she needs all the help she can get.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista Agoraem "her" a scarlett nos impressionou apenas com sua voz, nesse filme ela faz o oposto, ela em poucas palavras nos causa arrepios.
Amantes Eternos
3.8 783 Assista Agorao filme indie é sobre vampiros, mas narra a história e foca na essência da humanidade. tilda está maravilhosa e sem sombra de dúvidas é um dos melhores filmes de vampiros que já vi, pois não é fácil criar vampiros "humanizados", mas diante do contexto, era necessário ver vampiros adaptados ao mundo moderno "dos humanos", logo, isso fez todo o sentido. um filme de ficção, mas que nos deixa muito a pensar sobre a realidade atual a qual vivemos.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista Agoraprovavelmente é tudo o que woody allen um dia sonhou fazer, a tragicomédia simples e sem grande evolução dramática somada à uma fotografia super colorida -ainda que em p&b, são aspectos que nos lembram bem woody, principalmente em sua aclamada "manhattan". em alguns momentos, me lembrou a estética new wave independente de godard, mas não foi somente isso o que me chamou atenção e sim a forma de como revemos nossos conceitos sobre amizade, amor, profissão e outros aspectos importantes da vida, após assistí-lo.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista Agoraa estatueta do jared vai ser, de fato, uma das mais justas da noite, se não a mais justa.
Ela
4.2 5,8K Assista Agoraum romance que usa de várias metáforas para nos dar praticamente uma aula de antropologia, bastante sensível e reflexivo. de fato, o melhor roteiro original do ano passado (dentre os que eu vi). amei a estética, amei a atuação do joaquin, a direção está BASTANTE caprichada e johanson nos dando arrepios apenas com a voz (sem sombra de dúvida, a premiação deveria a homenagear de alguma forma, já que não pôde com a indicação). entrou fácil pra lista dos meus favoritos. 5 estrelas dadas sem nenhum peso na consciência e apenas uma palavra: lindo.
Gravidade
3.9 5,1K Assista Agorade fato, essa película tem detalhes técnicos impecáveis, mas talvez seja muito mais que "um filme com uma direção linda". sandra bullock além de nos deixar sem fôlego a película inteira, foi responsável por transmitir uma emoção (simples) que há muito tempo não era vista, e pra mim, a emoção que ela passou foi o ponto alto do filme, sem ela ele não me chamaria muita atenção. o roteiro, apesar de muitas pessoas definirem como "raso", é repleto de metáforas a respeito da origem da vida e de mensagens feministas, que pra muitos passaram despercebidas (até a sandra negar que seja "uma película feminista") como eu havia dito, de fato é um belíssimo filme, com uma fotografia linda, direção cuidadosa, mas ele vai muito além, é completo e por isso merece o reconhecimento que está tendo, e espero que a partir dele, a ficção cientifica seja levada mais a sério, tanto em premiações, quanto pelo público e principalmente produtores.
ps I: a minha surpresa do ano, pois eu não dava nada por ele.
ps II: apesar da cate blanchett estar maravilhosa em blue jasmine, ainda gostaria que sandra levasse o prêmio, pois sem qualquer resquício de dúvida, esse foi o melhor papel dela.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista Agoraum dos filmes mais geniais do tarantino, o cinismo empregado nele, os diálogos inteligentes e críticos, as surpresas nele contidas, as atrizes selecionadas. sempre suspeitei que tarantino se inspirava no russ meyer, mas jamais imaginei que a "homenagem" dele à "faster, pussycat! kill! kill!" sairia tão genial. entrou fácil pra lista dos meus favoritos...
e a propósito, vi algumas pessoas citarem "duas", ou "tres" cenas boas e não encontrei a cena da pam e nem a cena da kim dando uns tapas na bunda stuntman
Faster, Pussycat! Kill! Kill!
3.8 244queiram ou não, esse filme é maravilhoso. uma pena que atores e atrizes tão bons tenham todos fracassado depois dele. gostei tanto do que vi, que penso em ver mais uma vez. dançarinas gogo, decote, mulheres nuas, tapas na cara, puxões de cabelo, pescoços quebrados, corrida de carro, sequestro, vítimas usando um biquini e uma camisa masculina que se abre no decorrer do filme e termina aos ventos junto com seus cabelos enquanto ela corre... tudo nesse filme é bom, tudo nesse filme deu certo.
Pretty Baby: Menina Bonita
3.5 138eu demorei um pouco pra comentar sobre esse filme porque quando terminei de ver, o achei tão genial que acabei dando 5 estrelas (o que é raro acontecer) e então me deparei com a média dele e vi que poderia ter me equivocado.. esperei alguns dias pra ver se a euforia ia embora e eu visse os defeitos do filme para que pudesse abaixar a nota, mas simplesmente não encontrei. eu poderia usar a "pedofilia" como uma desculpa pra diminuir, como creio que tenha sido o motivo de muitas pessoas que deram uma nota ruim à esse filme.. pra mim, apesar de ficar chocado com algumas cenas, acho que cada uma delas foram necessárias pra história do filme, história essa que em momento algum pode se considerar "rasa" e sim "simples".. a própria sinopse revela spoilers praticamente do filme inteiro em apenas 3 linhas, mas a questão não está na profundidade da história e justamente em sua simplicidade.. como algo tão simples pode ser tão bem trabalhado, tão polemico e tão inteligente? após clicar no link que postaram num dos comentários abaixo, eu pude ver imagens reais do fotógrafo bellocq e simplesmente me arrepiei ao ver as fotos que estavam estilhaçadas, ou raspadas.. enfim, um filme com um roteiro simples, uma direção cuidadosa, atuações radicais e fotografia impecável.. simplesmente maravilhoso e menos de 5 estrelas pra mim é injusto. o esforço e a exposição da brooke shields definitivamente valeram a pena.
ps: o vi há duas semanas e ele ainda não saiu da minha cabeça.