Esse filme é uma sátira de si mesmo. A construção é básica, quase cansativa. Chega até ser prepotente, e ninguém gosta de gente prepotente, não é mesmo?
Como eu gostei da estranheza desse filme, personagens incomuns, claramente transgressores e extremamente simpáticos. Tem uma cara de nouvelle vague, mas com um peculiar e irônico tom que é do feitio do Jim Jarmusch. É estranhamente comum quando a gente conhece lugares novos e eles fazem você se sentir o mesmo. O problema é claro.
Tem uma premissa muito interessante, porém a execução não é tão boa. Um tema tão pesado que poderia ser tratado de uma forma tão mais crua como a situação pede, pois está longe de ser bonita, e não mostra-se tão profundo. Usa de poucos artifícios, os diálogos são curtos e simples, e a trilha é extremamente melodramática. Um filme de uma ideia.
É uma história extremamente simples e até sem profundidade. Não traz nada novo e por vezes reforça alguns preconceitos que existem dentro da comunidade gay. Quer algo para passar o tempo e que não vai trazer nenhuma sensação diferente? Esse é o filme.
Fazia tempo que não via um filme tão mal construído. Por mais que o plot twist seja interessante, o filme não funciona. Não há uma história. Há apenas uma reviravolta falha e que tenta pelo absurdo. A relação soa falsa, o crescimento do protagonista, mais ainda. Não é denso como tenta acreditar, uma confusão de ideias sem nexo que mais parecem poema de bar. Passageiro, incômodo e esquecível como a ressaca de uma bebida fraca.
Metalinguagem de uma mente perturbada. O filme pergunta diretamente ao espectador, o diretor seu guia, se atitude de um homem revela os caminhos que a vida pode tomar. A protoganista não muda, o resto do elenco fica a seu critério. Duas vezes o verá. O desfecho iminente é claro. Passivo, fique em silêncio, admire o fim.
O diálogo entre o Patrick e o Kevin me quebrou em pedaços. Entre erros e acertos, medo e expectativas, vamos tentando. Nunca haverá um que estará acima disso.
Eu gosto de diálogos longos, intensos, bem escritos, mas o silêncio também mexe comigo. Esse filme tem palavras nas entrelinhas, diálogos que deixam uma carga subjetiva forte, coisas ditas só pelas expressões, gritos pelos olhares. Todd Haynes fez um filme tão bonito, tão delicado.
“Mistress America” é um dos roteiros mais engenhosos do Noah. É um conto em forma de imagens. Parte da apresentação dos personagens, da excitação inicial pela distinta figura até a descrição quase visceral de seus pontos falhos. Ele tem uma construção com clímax teatral: intensos e precisos diálogos colocados em um ambiente favorável pela esperada decaída da anti-heroína. Não espere personagens trivialmente boazinhas com histórias emocionalmente inalcançáveis, a vida exige mais do que isso, somos aspirações em pele e osso que lutam contra um tempo que insiste em correr. Encontrar-se e traçar um caminho é sempre difícil.
Ao fim, eu fiquei assustado. Me calei por uns minutos, olhei estarrecido para a tela do cinema. Vazio de uma convivência, sentimentos dissimulados. A dor de Kate ao confrontar a sua realidade fere como a rotina de uma existência inútil machucaria.
Poucas vezes eu me senti tão sozinho após ver um filme. A realidade te faz sozinho. A luta para poder viver o que se é, para sentir o que tem desejo de sentir, para tentar seguir, mesmo que perdido, é brusca, extrema. Ao final do dia, você só terá a si mesmo. Tangerine corre como uma ópera. Uma ópera da tragicomédia. Retrato de um dia, texto preciso, trilha que acrescenta, personagens vívidos. Tangerine funciona como arte do grotesco, e o que poderia ser mais grotesco do que a realidade sem molduras?
O ser humano no estado mais bruto, animalesco; câmera personagem, o espectador é uma entidade que caminha com o protagonista; crença e angustia. Ao fim, só restaram arrepios enquanto ouvia um respirar destruído.
Uma obra de arte! Uma narrativa tão precisa e delicada, colocando pontos, abrindo as arestas do tempo, torneando as personagens com o vento. Envelheci, fui à loucura, senti cada desejo. Aconteceu como se eu estivesse lendo em palavras, era lírico, era belo.
O que acho ser a parte difícil de fazer cinebiografias ou histórias baseadas em fatos reais é a aproximação ao espectador, fazer com que ele sinta a história, se relacione e não funcione apenas como simples andarilho em imagens que lhe são jogadas.
Spotlight é um filme absurdamente bem montado, corre em trilhos, mas não deixa de colocar o dedo em questões mais amplas como religião e poder. Retratos de realidade, aula de cinema.
O mundo do Oscar tem infinitos problemas, mas, às vezes sempre, apresenta algo bem interessante.
Greg está tão perdido quanto Antoine. E, na verdade, quem não está, não é? A direção é inteligente, o roteiro, direto. Ele não tenta emoções românticas ou excessivamente dramáticas, sabe que o tema é batido, mas trata como uma experiência, situações embaraçosas, estranhamente cômicas, incomodas. Sim, acontecem, Rachel tem câncer. Me pareceu sincero. Eu gosto quando as pessoas são sinceras, pois, independente de tudo, isto faz com que eu me importe. Bom filme.
Retratos e retratos: o ser humano em estado de limite. Poderia ser eu, poderia ser você. Na cadência dos planos, no olhar indiferente dos funcionários, no rosto traumatizado dos pacientes, uma história de impacto.
Se houve algo que mexeu comigo nos últimos tempos, foi esse filme. Val me lembrou a minha mãe, a minha vó. Apesar das pancadas da vida, da dor que carrega no sotaque forte nordestino, ela é só amor. O tempo foi duro, a vida não foi das mais fáceis, mas num silencioso abraço, o abrigo e as palavras que não puderam ser ditas com o tempo.
Esse filme vai muito além, é um retrato da sociedade brasileira, conflitante em suas desigualdades. Não precisa de gritos, a tensão está na ação e em simples e fortes palavras.
Quem puder, assista a esse filme. Só não chorei, porque sempre na cena seguinte Val me fazia sorrir um daqueles sorrisos bestas. Eu senti que era próximo, eu queria te dar um abraço, Val.
Entretém. Não acho que há uma história forte para servir como continuação, mas isto não torna o filme enfadonho. Tem um humor negro e às vezes circunstancial que é difícil de ver em filmes do tipo, isso ficou até um pouco confuso. No mais, Hailee é uma graça, extremamente cativante.
Hurricane Bianca
2.9 206Por mais que eu ame a Bianca, esse filme não dá. É um atentado ao bom gosto e à inteligência que, estranhamente, são características tão fortes dela.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraEsse filme é uma sátira de si mesmo. A construção é básica, quase cansativa. Chega até ser prepotente, e ninguém gosta de gente prepotente, não é mesmo?
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
4.0 263Absurdo de tão bem trabalhado. Cada enquadramento, cada sequência, cada frase. O olhar no final te olha na alma.
Estranhos no Paraíso
3.9 114 Assista AgoraComo eu gostei da estranheza desse filme, personagens incomuns, claramente transgressores e extremamente simpáticos. Tem uma cara de nouvelle vague, mas com um peculiar e irônico tom que é do feitio do Jim Jarmusch. É estranhamente comum quando a gente conhece lugares novos e eles fazem você se sentir o mesmo. O problema é claro.
Anjos do Sol
4.0 409Tem uma premissa muito interessante, porém a execução não é tão boa. Um tema tão pesado que poderia ser tratado de uma forma tão mais crua como a situação pede, pois está longe de ser bonita, e não mostra-se tão profundo. Usa de poucos artifícios, os diálogos são curtos e simples, e a trilha é extremamente melodramática. Um filme de uma ideia.
Fourth Man Out
3.3 227É uma história extremamente simples e até sem profundidade. Não traz nada novo e por vezes reforça alguns preconceitos que existem dentro da comunidade gay. Quer algo para passar o tempo e que não vai trazer nenhuma sensação diferente? Esse é o filme.
Teus Olhos Meus
4.0 577Fazia tempo que não via um filme tão mal construído. Por mais que o plot twist seja interessante, o filme não funciona. Não há uma história. Há apenas uma reviravolta falha e que tenta pelo absurdo. A relação soa falsa, o crescimento do protagonista, mais ainda. Não é denso como tenta acreditar, uma confusão de ideias sem nexo que mais parecem poema de bar. Passageiro, incômodo e esquecível como a ressaca de uma bebida fraca.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraMetalinguagem de uma mente perturbada. O filme pergunta diretamente ao espectador, o diretor seu guia, se atitude de um homem revela os caminhos que a vida pode tomar. A protoganista não muda, o resto do elenco fica a seu critério. Duas vezes o verá. O desfecho iminente é claro. Passivo, fique em silêncio, admire o fim.
Looking: O Filme
4.0 250 Assista AgoraO diálogo entre o Patrick e o Kevin me quebrou em pedaços. Entre erros e acertos, medo e expectativas, vamos tentando. Nunca haverá um que estará acima disso.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraE se a tua essência fosse tão solitária quanto este filme esmurra no teu rosto? É irônico, metafórico e ao mesmo tempo tão cru.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraEu gosto de diálogos longos, intensos, bem escritos, mas o silêncio também mexe comigo. Esse filme tem palavras nas entrelinhas, diálogos que deixam uma carga subjetiva forte, coisas ditas só pelas expressões, gritos pelos olhares. Todd Haynes fez um filme tão bonito, tão delicado.
Mistress America
3.5 210“Mistress America” é um dos roteiros mais engenhosos do Noah. É um conto em forma de imagens. Parte da apresentação dos personagens, da excitação inicial pela distinta figura até a descrição quase visceral de seus pontos falhos. Ele tem uma construção com clímax teatral: intensos e precisos diálogos colocados em um ambiente favorável pela esperada decaída da anti-heroína. Não espere personagens trivialmente boazinhas com histórias emocionalmente inalcançáveis, a vida exige mais do que isso, somos aspirações em pele e osso que lutam contra um tempo que insiste em correr. Encontrar-se e traçar um caminho é sempre difícil.
45 Anos
3.7 254 Assista AgoraAo fim, eu fiquei assustado. Me calei por uns minutos, olhei estarrecido para a tela do cinema. Vazio de uma convivência, sentimentos dissimulados. A dor de Kate ao confrontar a sua realidade fere como a rotina de uma existência inútil machucaria.
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraPoucas vezes eu me senti tão sozinho após ver um filme. A realidade te faz sozinho. A luta para poder viver o que se é, para sentir o que tem desejo de sentir, para tentar seguir, mesmo que perdido, é brusca, extrema. Ao final do dia, você só terá a si mesmo. Tangerine corre como uma ópera. Uma ópera da tragicomédia. Retrato de um dia, texto preciso, trilha que acrescenta, personagens vívidos. Tangerine funciona como arte do grotesco, e o que poderia ser mais grotesco do que a realidade sem molduras?
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraO ser humano no estado mais bruto, animalesco; câmera personagem, o espectador é uma entidade que caminha com o protagonista; crença e angustia. Ao fim, só restaram arrepios enquanto ouvia um respirar destruído.
O Último Jantar
3.7 98 Assista AgoraUm enrendo com um potencial imenso e que poderia render discussões interessantes, mas caminhou para o lado caricato da coisa.
O Criado
4.1 55Chega a ser escroto, sujo e perturbador. Meu tipo de filme!
Little England
3.8 22Uma obra de arte! Uma narrativa tão precisa e delicada, colocando pontos, abrindo as arestas do tempo, torneando as personagens com o vento. Envelheci, fui à loucura, senti cada desejo. Aconteceu como se eu estivesse lendo em palavras, era lírico, era belo.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraO que acho ser a parte difícil de fazer cinebiografias ou histórias baseadas em fatos reais é a aproximação ao espectador, fazer com que ele sinta a história, se relacione e não funcione apenas como simples andarilho em imagens que lhe são jogadas.
Spotlight é um filme absurdamente bem montado, corre em trilhos, mas não deixa de colocar o dedo em questões mais amplas como religião e poder. Retratos de realidade, aula de cinema.
O mundo do Oscar tem infinitos problemas, mas, às vezes sempre, apresenta algo bem interessante.
Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer
4.0 888 Assista AgoraGreg está tão perdido quanto Antoine. E, na verdade, quem não está, não é? A direção é inteligente, o roteiro, direto. Ele não tenta emoções românticas ou excessivamente dramáticas, sabe que o tema é batido, mas trata como uma experiência, situações embaraçosas, estranhamente cômicas, incomodas. Sim, acontecem, Rachel tem câncer. Me pareceu sincero. Eu gosto quando as pessoas são sinceras, pois, independente de tudo, isto faz com que eu me importe. Bom filme.
Acorda, Nicole
3.2 13Personagens bem construídos, retratos de rotina, desejos e frustrações. Somos a geração do sono, o futuro é logo ali.
Titicut Follies
4.1 19Retratos e retratos: o ser humano em estado de limite. Poderia ser eu, poderia ser você. Na cadência dos planos, no olhar indiferente dos funcionários, no rosto traumatizado dos pacientes, uma história de impacto.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraSe houve algo que mexeu comigo nos últimos tempos, foi esse filme. Val me lembrou a minha mãe, a minha vó. Apesar das pancadas da vida, da dor que carrega no sotaque forte nordestino, ela é só amor. O tempo foi duro, a vida não foi das mais fáceis, mas num silencioso abraço, o abrigo e as palavras que não puderam ser ditas com o tempo.
Esse filme vai muito além, é um retrato da sociedade brasileira, conflitante em suas desigualdades. Não precisa de gritos, a tensão está na ação e em simples e fortes palavras.
Quem puder, assista a esse filme. Só não chorei, porque sempre na cena seguinte Val me fazia sorrir um daqueles sorrisos bestas. Eu senti que era próximo, eu queria te dar um abraço, Val.
A Escolha Perfeita 2
3.4 799 Assista AgoraEntretém. Não acho que há uma história forte para servir como continuação, mas isto não torna o filme enfadonho. Tem um humor negro e às vezes circunstancial que é difícil de ver em filmes do tipo, isso ficou até um pouco confuso. No mais, Hailee é uma graça, extremamente cativante.