O hate no filme se baseia em expectativas, porque a galera queria escolher de fato o rumo da história, mas faz muito mais sentido eles subverterem a ideia de controle da narrativa do que entregar uma história totalmente linear
O roteiro é mal executado. Discussões começam, pausam e terminam abruptamente. Os personagens são mal conduzidos. Quem deveria se defender não se defende, alguns se calam quando confrontados simplesmente porque sim. Fica difícil entregar uma boa atuação quando a fonte não ajuda, e mesmo quando há alguma coisa a ser feita, não há atuação correspondente. Enfim, são inúmeros problemas, mas o que vale aqui é a experiência social, você quer saber o que eles vão fazer, o porquê vão fazer, como vão fazer. O filme vale exclusivamente pela experiência. Com uma boa equipe, seria um sci-fi espetacular.
A despeito de Misery ser um livro um tanto complicado para se adaptar, já que a maior parte dele se passa na mente de Paul, o filme é bom. Claro, para quem leu o livro não há nada que surpreenda, mas ainda sim vale a pena. As atuações estão boas, embora o James Caan não tenha feito um Paul tão interessante quanto poderia, ficou apagado. O destaque é óbvio que vai para Kathy Bates, que encarnou uma Annie tão boa quanto a do livro, principalmente nos tiques e falas mais marcantes.
Enquanto lia o livro, imaginava se eles adaptariam algumas cenas mais pesadas, como a do rato, mas principalmente as mutilações. É óbvio que a chance de não adaptarem era grande, mas o que me perguntava era se a tortura física seria amenizada ou até mesmo excluída do filme, o que destoaria da própria natureza da personagem de Kathy Bates. Felizmente, a solução encontrada foi muito interessante, ao invés de um machado, uma marreta. Tão dolorosa quanto, embora menos "efetiva" a longo prazo aos propósitos da vilã. Pena que determinada faca não apareceu.
Não gostei muito da continuidade/montagem, ficou aquela coisa esfria, esquenta, esfria, esquenta... O ritmo não se manteve, o que prejudicou o final, que é um tanto corridinho, mas nada que comprometa o excelente confronto final, fiel ao que lemos.
Esse é um daqueles casos em que é mais proveitoso ver o filme antes de ler o livro, fica a dica. Aliás, ele foi relançado pela Suma de Letras recentemente (e ao contrário da exploração (roubo) que é o preço dos outros livros do Stephen King, esse tá com um preço bem legal).
O que dizer? Não sei. Gostei, não gostei, achei pedante, achei visionário, simples, complexo... Buguei.
Lucy começa um filme e termina sendo outro completamente diferente. Se a princípio o que temos (ou o que imaginamos ter) é um filme de ação pura, terminamos com uma ficção científica mindfuck. Boa parte disso é graças a narrativa, que vai avançando cada vez mais rápido, sem se preocupar se você está ou não acompanhando. Na verdade, o roteiro pouco se importa com isso. Falando em roteiro, uma das coisas que qualquer pessoa que produz histórias deve tomar cuidado é não deixar que elas se tornem mais inteligentes do que quem as escreve. É o que talvez tenha acontecido com Lucy.
Por exemplo, para Lucy, faz sentido atirar em pessoas inocentes (como o taxista ou o paciente), mas parece não passar pela cabeça da mesma matar ou imobilizar de forma mais efetiva os capangas na cena do corredor. O que isso mudaria na história? Nada. Mas é esse o ponto. O confronto final entre polícia e bandidos não tem nenhum peso para a narrativa e, naquele ponto, ninguém se importa com cenas de ação, toda a atenção está voltada para Lucy. Se é assim, por que fazer a personagem ter uma atitude tão fora do que a "inteligência" dela já tinha demonstrado? O fato dela ter deixado eles livres não teve nenhuma importância, a não ser trazer uma incoerência, mesmo que sem maiores consequências.
As cenas finais de Lucy são fantásticas. As cores vibrantes, tudo acontecendo cada vez mais rápido, a trilha sonora acompanhando o ritmo, o suspense... Tudo! Até que você percebe que tá vendo uma viagem muito além do que estava preparado, nesse momento o filme ultrapassa limites, a pouca verossimilhança deixa de existir e chegamos a conclusão de que aquilo está fora do nosso alcance. A verdade é que achei tudo muito pedante. O roteiro só se preocupa em trazer algo mais filosófico, existencial nos minutos finais e quando o faz, faz pelas coxas, de forma preguiçosa, com diálogos rápidos e sem profundidade. As referências finais, principalmente à Michelangelo só transparecem ainda mais a tentativa de fazer da narrativa algo que ela não é. Tudo isso faz de Lucy um filme "quase". Ele quase chega lá, ele quase mostra tudo que poderia, quase foi o que seus idealizadores provavelmente planejaram... Quase foi tudo isso, mas perdeu-se em sua própria grandiosidade.
Antes de falar sobre o filme em si, atuação, direção e etc, quero ressaltar a primeira coisa que chamou minha atenção, logo na primeira cena: a trilha sonora. É envolvente, daquele tipo que te transporta e te embala pela cena. São músicas delicadas, sutis, bem trabalhadas. Relutei um pouco para ver Gone Girl, por motivos de preguiça mesmo, confesso, até pensei que o filme não conseguiria me prender durante suas duas horas e meia, mas não poderia estar mais enganado. O primeiro plot twist, ainda na metade do filme, te faz esquecer a principal dúvida que o filme deixava até o momento, o que, de certa forma, é até surpreendente, já que o roteiro preguiçoso é uma constante em Hollywood. No entanto, a prova de que esse não é o caso de Gone Girl é que a partir de certo momento o roteiro se transforma, o caso policial deixa de ser o foco e passamos a assistir a um outro filme, uma segunda parte mais ágil e forte, que termina em uma sequência de cenas, no mínimo, intrigantes. Uma das principais indicadas ao Oscar, Rosamund Pike nos entrega uma Amy complexa, misteriosa e muito sexy. Os olhares, os gestos, a voz, tudo te envolve e, assim como Nick, nos apaixonamos por ela.
Se ao fim do filme ainda sentimos a mesma coisa, bem, aí é outra questão.
Se há um grande motivo para alguém ver Garota Exemplar, esse motivo, com toda certeza, é Rosamund. Agora, vendo o filme de um ponto mais sociológico, podemos perceber a crítica aos meios de comunicação e a forma como os mesmos manipulam as massas com informações às vezes sem nenhuma verossimilhança e como essa massa julga e ataca pessoas que nem ao menos possuem chance de defesa. O mais legal nisso é que é muito palpável para nós brasileiros, já que exemplos disso na nossa mídia é algo mais do que recorrente. Sobre o final: defino como justo, nem feliz, nem triste, na medida certa. Um fim feliz, como muitos queriam, iria contra tudo que vimos antes, mas um fim triste seria realmente frustrante, e é justamente no meio termo que o roteiro termina bem. Por fim, como não reparar que o filme foi simplesmente ignorado pelo Oscar? A única indicação foi a de melhor atriz (até porque seria um tanto ridículo não haver indicação nessa categoria). Uma nomeação em Melhor Trilha Sonora não faria mal.
É um filme interessante, como qualquer um da Marvel. É divertido, como qualquer um da Marvel. Possui piadas em momentos péssimos, como qualquer um da Marvel. Perde vários momentos em que poderia ser menos raso, como qualquer um da Marvel... A história em si é fraca, não existe muita motivação para os personagens fazerem o que fazem, algumas histórias pessoais são piores ainda, na verdade, o filme todo é embalado por inúmeros clichês. Clichês que simplesmente não empolgam. E só dois personagens "se salvam" da obviedade. Rocket e Groot são o destaque do filme, parte do porquê continuei assistindo se deve a dupla. Embora eu tenha dito que eles "fogem" do clichê, isso vai até a página dois, já que os arquétipos dos personagens são bem simples e difundidos, nada de novo, embora trabalhados de uma forma interessante. Rocket, por sinal, tem a história pré-filme mais interessante, que poderia ter sido melhor aproveitada, embora pudesse ficar alheia ao resto do filme. Talvez nas sequências da franquia /sonha Do quinteto principal, Gamora é que possui a história menos envolvente, menos justificada, desenvolvida pela metade, preguiçosa. Aliás, só não tão preguiçosa que a de Drax, que é simplesmente tediosa. O protagonista é legal, divertido, só. Não há muito pra se falar desses três, na verdade. Groot não deixa de ser uma fórmula repetida, mas repetida de forma bem feita. O que eu fiquei pensando é que o personagem até rendeu algumas cenas "poéticas" (?), mas que foram rapidamente estragadas por piadas fora de hora (talvez o maior defeito do roteiro). Por último, os efeitos. São bons, seguem o padrão de todos os filmes da Marvel, mas comparando com os outros indicados ao Oscar, não acho que mereça. A mensagem que Guardiões da Galáxia passa é a seguinte: Marvel, melhore. Seus filmes são bons blockbusters, mas não há necessidade de piadas a cada dez minutos. Obg.
PS: Bebê Groot é ou não uma fofura? vomitandoarcoiris.gif
X-Men sempre foi a minha franquia preferida da Marvel, mas o trabalho de adaptação da Fox para os cinemas é muito falho. Vamos começar com o fato desse filme pegar uma das histórias mais interessantes dos quadrinhos e transformar em uma desculpa para não rebootarem a série, afinal de contas, é basicamente pra isso que a produção serve, arrumar os erros de uma história mal contada, não existe um avanço na história, tanto que a cena final é um completo "retrocesso". E veja, não quero comparar o quadrinho com o filme, são coisas diferentes e a adaptação deve ser avaliada separadamente, mas fico me perguntando o motivo de algumas mudanças, como, por exemplo, o Wolverine voltar ao passado e não a Kitty, como é originalmente, quero dizer, por que alterar um negócio que é bom, que deu certo, e insistir em enfiar o Logan goela abaixo por mais um filme? Só consigo imaginar o machismo como explicação nesse caso. Machismo porque os grandes estúdios tem medo de colocar uma mulher como protagonista em um filme de super herói, o que é extremamente contraditório por parte da Fox porque Jennifer Lawrence está no elenco, justamente a Jennifer Lawrence que é protagonista da maior adaptação atual no cinema, Jogos Vorazes. Ainda falando em roteiro, que coisa preguiçosa! Esse é o quinto filme dos X-Men e ainda estamos batendo na mesmo tecla, os mutantes sendo minoria, o preconceito e etc. Na verdade, esse não é o grande problema, já que poderia render roteiros ótimos, o problema é que isso é mal aproveitado, tanto que só passa a ser o foco nos minutos finais, embalado com uma trilha emotiva (obviamente). Além disso, insistiram em um triângulo amoroso, herdado do filme anterior, que não se sustenta. A impressão que passa é que de os personagens não possuem verossimilhança, eles mudam de opinião rapidamente, tomam atitudes radicais rapidamente, é como se o personagem obedecesse o roteirista e não tivesse vida própria. O que disfarça o roteiro preguiçoso são as atuações, todas bem feitas e em sincronia, particularmente Michael Fassbender e James McAvoy. Como nem tudo são flores, o roteiro apresenta personagens que não tem função narrativa e alguns que sequer possuem falas durante o filme, o que desperdiça talentos como o de Halle Berry e Ellen Page, por exemplo (ou Anna Paquin, que ganhou seu cartaz de divulgação, mas que aparece por dez segundos no filme). Um dos grandes acertos no filme são os efeitos especiais, merecidamente indicados ao Oscar. São bonitos e realistas. O mesmo não pode ser dito sobre a maquiagem de Jennifer Lawrence, muito inferior a vista em X-Men 3, lá em 2006. Pode ser que a atriz não tenha tido a coragem que Rebecca Romijn teve na época para ficar seis horas sendo maquiada. Claro, Rebecca não possuía um Oscar, não podia fazer muitas exigências... É inegável que X-Men: Dias de um Futuro Esquecido ajudou a terminar de reviver a franquia, evitou um reboot e abriu as portas para sequências mais limpas e organizadas, mas, ao contrário do que dizem, não acho esse o melhor da franquia. Infelizmente, ficou na sombra do anterior.
PS: Li aqui que alguns acharam o roteiro inteligente, mas não vejo como achar inteligente depois de tudo que falei e menos ainda quando vemos que ele simplesmente ignora as perguntas que realmente importam, como, por exemplo, o professor estar vivo depois de ter sido desintegrado no terceiro filme da franquia ou como o Magneto tem seus poderes de volta.
Decidi ver Star Wars por causa dos novos episódios recentemente confirmados e, claro, por ser um dos grandes clássicos do cinema. Gostei do primeiro, achei divertido, um bom filme pra se passar o tempo, mas não vi nada grandioso em termos de história. Claro que a produção em si é muito boa, tão boa que não pareceu ser um filme da década de 70, mas sim mais recente, o problema é que achei as motivações dos personagens um tanto rasas e os acontecimentos em si um tanto acelerados, principalmente mais próximo do final. Decidi continuar com a saga e no segundo filme voltei a reparar em uma coisa que já tinha observado no primeiro: as sequências desnecessárias. Todo o começo desse segundo filme não tem nenhuma utilidade, são minutos que não acrescentam. Claro, como todo o filme é, essas cenas são divertidas (mas inúteis).
Me refiro ao acidente do Luke, ao "sequestro" do mesmo e ao resgate por parte do Solo que devem dar em torno de 20 minutos ou mais e que não servem pra absolutamente nada, quero dizer, se houvesse um estreitamento na relação dos personagens ainda seria proveitoso, mas nem isso, não há uma aproximação entre Solo e Luke.
Outra coisa que voltou a me "incomodar" foi a história rasa. Basicamente, o filme foi uma fuga dos protagonistas com o vilão atrás, mas até agora não sabemos do que se trata a rebelião, o que a causou, quem são os líderes, quais são as raças envolvidas, os reflexos dela no universo, como o Imperador chegou ao poder, quais foram as atitudes que ele tomou que levaram a uma rebelião, os aspectos políticos dessa guerra, entre inúmeras outras coisas que sim, possuem uma importância crucial, afinal, são coisas que causaram os acontecimentos dos filmes. Fora essas coisas, existem outras que também possuem importância, mas que obviamente (ou não) serão esclarecidas no próximo filme, como a relação Darth Vader-Luke, por exemplo. No mais, Star Wars se mostrou divertido, gostoso de se acompanhar e um ótimo passatempo, mas carece de maior profundidade na história, nem falo de algo dramático, mas "profundidade prática", o que tá acontecendo na galáxia, os porquês, afinal, colocar um letreiro no começo de cada filme dizendo que "a galáxia corre perigo" e que os protagonistas precisam "devolver a paz para a galáxia" é fácil.
PS: Fiquei surpreso quando vi que a grande revelação da série acontece no segundo filme, sempre imaginei que fosse o "momento bang" do terceiro;
PSS: Impossível não reparar na falta de sangue quando o Luke perde a mão kkk aliás, sdds sangue na saga. Nesse quesito, parece um Power Rangers intergalático.
Roteiro simples, mas com mensagens um tanto complexas para uma animação. Estamos acostumados a ver animações com o mesmo desenvolvimento, as mesmas mensagens, repetitivas... Os Croods não deixa de ser mais ou menos isso, mas possui algo a mais. Os personagens, com destaque para Eep (dublada pela linda Emma Stone <3) e Grug, e situações ao longo do filme são bem envolventes. Só que o que me fez querer comentar de verdade foi a qualidade da animação. Apenas uma das melhores que já vi. É tudo muito bem feito, muito lindo, até mesmo muito "real". Dreamworks está de parabéns.
O filme, como um todo, é bom. O destaque é, obviamente, a atuação de Julia Roberts, que, por sinal, teve sua performance indicada na categoria errada nas premiações. Barbara não é a coadjuvante da história, ela é o motor dela. É graças a Barbara que as coisas acontecem, os acontecimentos chave da trama se dão por causa dela. E, na minha opinião, sua performance foi no mesmo nível que a da favorita à estatueta de Melhor Atriz, Cate Blanchett (por Blue Jasmine). Posso dizer que o meu desempenho preferido até o momento é o de Julia Roberts (isso entre os principais nomes desse ano no Oscar). Meryl é um caso um tanto polêmico. Suas inúmeras indicações a prêmios passam a impressão de que tudo que ela fizer será muito acima da média. Não quero dizer que a performance dela no filme foi fraca, mas eu realmente não achei nada de tão bom como podem pintar. Uma boa atuação, apenas. Boa atuação é o que não temos de Juliette Lewis. Kate é uma personagem fraca por si só, e juntando isso ao fato da atriz não estar bem em cena, temos a personagem mais descartável do filme. Atuações que não escondem as falhas do roteiro. Alguns personagens são meramente figurativos, outros trazem um grande acontecimento para a trama, mas simplesmente somem logo depois, fora que muitas coisas são pouquíssimo exploradas (uma grande revelação é feita praticamente no final do filme). É importante dizer, no entanto, que o filme retrata apenas um pedaço da história desses personagens. Não é compromisso do roteiro mostrar o que acontece depois. Os destaques positivos finais vão para a trilha sonora, que é belíssima, e para a mais que excelente cena do almoço, de longe, a melhor do filme. É válido citar as duas cenas finais. Belíssimas.
Mattie Fae: "Deve ser difícil acreditar, olhando para mim, me conhecendo por todos esses anos. Sei para, para você, sou a gorda da tia Mattie Fae. Sou mais que isso, querida. Eu tenho mais que isso.";
Fraco, repetitivo e desnecessário como um todo. Alguns podem achar a atuação da Emma forçada ou caricata demais, mas acreditem, a diferença entre Nicki (personagem de Emma) e Alexis Neiers (membro da quadrilha real que inspirou a personagem) é pequena, pelo que vemos das aparições públicas de Alexis, pelo menos. Emma trouxe para o filme detalhes de Alexis, como o tom de voz, o sotaque e os movimentos, porém, fez isso de forma exagerada, o que para muitos pode dar a impressão de uma atuação caricata. Taissa Farmiga e Claire Julien simplesmente irrisórias durante o filme. Israel Broussard e Katie Chang são as surpresas, com atuações no ponto certo. Essa história, embora "interessante", não é material suficiente para um filme. Quero dizer, não existe emoção, os roubos são sem graça e não há nenhum tipo de sonoplastia que faça com que quem assiste fique de olhos colados no que está acontecendo. Por fim, só um comentário: Quem vê o material de divulgação do filme imagina que a personagem de Emma Watson seja a protagonista, ou que seja a principal membro da gangue, mas, na verdade, Marc e Rebecca são os protagonistas de Bling Ring, eles são os motores da história. É bem fato que se aproveitaram da visibilidade de Emma.
A sensibilidade de Her é marcante. Sensibilidade que surge em grande parte por causa do roteiro muito bem trabalhado por Spike Jonze, nós realmente chegamos a acreditar que Theodore está apaixonado por Samantha. Paixão essa que no filme é tida como "normal", mas que é completamente fora da nossa realidade. E esse convencimento não seria possível se não fosse a ótima atuação de Joaquin Phoenix, e aqui é válido dizer que Theodore é um papel difícil, afinal, Samantha é um sistema operacional, logo, Phoenix atua praticamente sozinho, sem um parceiro de cena, o que dificulta muito. Falando em Samantha, é preciso dizer que o papel de Scarlett Johansson também é tão difícil quanto. Não é uma simples dublagem, afinal, quando se dubla uma animação, por exemplo, existe o desenho de base. No caso do SO não existe nada, a emoção precisou ser transmitida unicamente pela voz. E sim, Scarlett conseguiu isso. Destaque também para Amy Adams, em mais uma boa atuação, e para a trilha sonora, que acompanha a sensibilidade e sutileza do filme.
Sobre o fim, achei coerente, diferente e interessante, porém, o fato dos SOs "irem para um lugar complicado de se explicar" ficou um tanto estranho. É como se Spike não tivesse encontrado outra solução para a necessidade da personagem (Samantha) sair da história. Pode ser apenas uma impressão, mas é o que fica diante da falta de qualquer explicação. Ainda sim, isso não altera o resultado final de forma significativa.
PS: Spike Jonze é roteirista e diretor do também belíssimo e sensível Onde Vivem os Monstros. Além de Adaptação e Quero Ser John Malkovich. Uma excelente carreira.
Basicamente, Blue Jasmine possui a atuação de Cate Blanchett como diferencial. Sem desmerecer o restante do elenco, princialmente Sally Hawkins, mas o trabalho da protagonista foi acima da média. Blanchett construiu uma personagem com trejeitos próprios. Os olhos, os gestos, a feições, tudo faz de Jasmine uma personagem fechada, tanto rica, quanto falida. No mais, embora bem feito, o filme é bem comum. Penso que, se não tivesse o nome de Woody Allen, não seria tão aclamado como é.
Não há uma busca por grandes atuações, fuga de clichês ou por um roteiro inovador, há apenas a vontade de se contar uma história de forma leve e divertida. Aqueles que já amaram, ou amam, à distância irão se identificar. Todos os sentimentos estão ali.
Filme legal, embora eu ache que seus mais de 100 minutos tenham sido mal distribuídos. A primeira parte do filme, o estupro, ficou bem contada, mas a segunda, a vingança, me pareceu um tanto rápida demais. A atuação da Sarah foi boa, mas não consegui me comover muito com a cena na casa, por exemplo, só depois, com o acontecido fora dela, que fiquei mais próximo disso. Ou seja, nada merecedor de Oscar -qqqqq como disseram por aí.
Acompanhar o primeiro fim de semana de Aubrey e Dave foi realmente bom. O filme é divertido, fofo, honesto, possui uma trilha sonora incrível (temos até The Naked and Famous!) e mostra, de uma forma leve e verdadeira, sentimentos típicos de quando conhecemos e nos interessamos por alguém. A química entre os protagonistas é ótima, deixou a história ainda mais gostosa de ser acompanhar. Aubrey e Dave são apaixonantes.
Ah, sdds acontecer essas coisas na vida real, sdds.
É um filme que possui personalidade, a impressão que fica é que tudo ali é Grande Gatsby. Vou me explicar melhor: os cenários, os movimentos de câmera, a fotografia, a direção de arte, os figurinos, os detalhes nas atuações (como a movimentação dos personagens em cena e, até mesmo, o teor das vozes), a trilha sonora, enfim, tudo me pareceu ser Grande Gatsby, as coisas se juntaram e formaram um todo coerente e deslumbrante. Por falar em trilha sonora, posso dizer sem medo que é uma das melhores que já ouvi. Destaque para o fato de que, assim como o filme, as músicas, embora diferentes, quando juntas formam um todo muito bem amarrado. A trilha é Grande Gatsby.
Sobre o final, achei muito coerente, tinha que ser daquela forma. Para mim, o melhor foi a esperança de Gatsby de que era Daisy ao telefone, mesmo não sendo. Jay morreu feliz de certa forma, na esperança de que tudo a partir dali seria melhor (e de que ele teria Daisy como companheira). Destaque muito grande para a maravilhosa Into the Past, do Nero, no momento da morte de Gatsby. Música e cena se completaram.
O Grande Gatsby é um bom filme, um dos melhores do ano. Seus 142 minutos valem a pena.
Isso vai além de um filme. Trata-se de sentimentos, aprendizagem, fala sobre a liberdade, sobre a vida... Vai muito além dos 148 minutos, é algo que teima em sair da mente. Simplesmente fantástico.
Sex and the City: O Filme
3.4 680 Assista AgoraEsse filme não merece ser visto só pela piada poughkeepsiana com o México. Podre.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KO hate no filme se baseia em expectativas, porque a galera queria escolher de fato o rumo da história, mas faz muito mais sentido eles subverterem a ideia de controle da narrativa do que entregar uma história totalmente linear
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista AgoraO plano do Thanos e as atitudes de muitos personagens desafiam a lógica mais básica.
Circle
3.0 681 Assista AgoraO roteiro é mal executado. Discussões começam, pausam e terminam abruptamente. Os personagens são mal conduzidos. Quem deveria se defender não se defende, alguns se calam quando confrontados simplesmente porque sim. Fica difícil entregar uma boa atuação quando a fonte não ajuda, e mesmo quando há alguma coisa a ser feita, não há atuação correspondente. Enfim, são inúmeros problemas, mas o que vale aqui é a experiência social, você quer saber o que eles vão fazer, o porquê vão fazer, como vão fazer. O filme vale exclusivamente pela experiência. Com uma boa equipe, seria um sci-fi espetacular.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraAquela sensação de "não acaba, não, pelo amor de Deus, nunca te pedi nada".
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KAnos que vi esse filme e até hoje não sei se ele é extramente foda ou se é uma das maiores porcarias que vi.
Louca Obsessão
4.1 1,3K Assista AgoraA despeito de Misery ser um livro um tanto complicado para se adaptar, já que a maior parte dele se passa na mente de Paul, o filme é bom. Claro, para quem leu o livro não há nada que surpreenda, mas ainda sim vale a pena.
As atuações estão boas, embora o James Caan não tenha feito um Paul tão interessante quanto poderia, ficou apagado. O destaque é óbvio que vai para Kathy Bates, que encarnou uma Annie tão boa quanto a do livro, principalmente nos tiques e falas mais marcantes.
"Ohhh, Paul"
Enquanto lia o livro, imaginava se eles adaptariam algumas cenas mais pesadas, como a do rato, mas principalmente as mutilações. É óbvio que a chance de não adaptarem era grande, mas o que me perguntava era se a tortura física seria amenizada ou até mesmo excluída do filme, o que destoaria da própria natureza da personagem de Kathy Bates. Felizmente, a solução encontrada foi muito interessante, ao invés de um machado, uma marreta. Tão dolorosa quanto, embora menos "efetiva" a longo prazo aos propósitos da vilã. Pena que determinada faca não apareceu.
Não gostei muito da continuidade/montagem, ficou aquela coisa esfria, esquenta, esfria, esquenta... O ritmo não se manteve, o que prejudicou o final, que é um tanto corridinho, mas nada que comprometa o excelente confronto final, fiel ao que lemos.
Esse é um daqueles casos em que é mais proveitoso ver o filme antes de ler o livro, fica a dica. Aliás, ele foi relançado pela Suma de Letras recentemente (e ao contrário da exploração (roubo) que é o preço dos outros livros do Stephen King, esse tá com um preço bem legal).
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraO que dizer? Não sei. Gostei, não gostei, achei pedante, achei visionário, simples, complexo... Buguei.
Lucy começa um filme e termina sendo outro completamente diferente. Se a princípio o que temos (ou o que imaginamos ter) é um filme de ação pura, terminamos com uma ficção científica mindfuck. Boa parte disso é graças a narrativa, que vai avançando cada vez mais rápido, sem se preocupar se você está ou não acompanhando. Na verdade, o roteiro pouco se importa com isso.
Falando em roteiro, uma das coisas que qualquer pessoa que produz histórias deve tomar cuidado é não deixar que elas se tornem mais inteligentes do que quem as escreve. É o que talvez tenha acontecido com Lucy.
Por exemplo, para Lucy, faz sentido atirar em pessoas inocentes (como o taxista ou o paciente), mas parece não passar pela cabeça da mesma matar ou imobilizar de forma mais efetiva os capangas na cena do corredor. O que isso mudaria na história? Nada. Mas é esse o ponto. O confronto final entre polícia e bandidos não tem nenhum peso para a narrativa e, naquele ponto, ninguém se importa com cenas de ação, toda a atenção está voltada para Lucy. Se é assim, por que fazer a personagem ter uma atitude tão fora do que a "inteligência" dela já tinha demonstrado? O fato dela ter deixado eles livres não teve nenhuma importância, a não ser trazer uma incoerência, mesmo que sem maiores consequências.
As cenas finais de Lucy são fantásticas. As cores vibrantes, tudo acontecendo cada vez mais rápido, a trilha sonora acompanhando o ritmo, o suspense... Tudo! Até que você percebe que tá vendo uma viagem muito além do que estava preparado, nesse momento o filme ultrapassa limites, a pouca verossimilhança deixa de existir e chegamos a conclusão de que aquilo está fora do nosso alcance. A verdade é que achei tudo muito pedante. O roteiro só se preocupa em trazer algo mais filosófico, existencial nos minutos finais e quando o faz, faz pelas coxas, de forma preguiçosa, com diálogos rápidos e sem profundidade. As referências finais, principalmente à Michelangelo só transparecem ainda mais a tentativa de fazer da narrativa algo que ela não é.
Tudo isso faz de Lucy um filme "quase". Ele quase chega lá, ele quase mostra tudo que poderia, quase foi o que seus idealizadores provavelmente planejaram... Quase foi tudo isso, mas perdeu-se em sua própria grandiosidade.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraAntes de falar sobre o filme em si, atuação, direção e etc, quero ressaltar a primeira coisa que chamou minha atenção, logo na primeira cena: a trilha sonora. É envolvente, daquele tipo que te transporta e te embala pela cena. São músicas delicadas, sutis, bem trabalhadas.
Relutei um pouco para ver Gone Girl, por motivos de preguiça mesmo, confesso, até pensei que o filme não conseguiria me prender durante suas duas horas e meia, mas não poderia estar mais enganado. O primeiro plot twist, ainda na metade do filme, te faz esquecer a principal dúvida que o filme deixava até o momento, o que, de certa forma, é até surpreendente, já que o roteiro preguiçoso é uma constante em Hollywood. No entanto, a prova de que esse não é o caso de Gone Girl é que a partir de certo momento o roteiro se transforma, o caso policial deixa de ser o foco e passamos a assistir a um outro filme, uma segunda parte mais ágil e forte, que termina em uma sequência de cenas, no mínimo, intrigantes.
Uma das principais indicadas ao Oscar, Rosamund Pike nos entrega uma Amy complexa, misteriosa e muito sexy. Os olhares, os gestos, a voz, tudo te envolve e, assim como Nick, nos apaixonamos por ela.
Se ao fim do filme ainda sentimos a mesma coisa, bem, aí é outra questão.
Agora, vendo o filme de um ponto mais sociológico, podemos perceber a crítica aos meios de comunicação e a forma como os mesmos manipulam as massas com informações às vezes sem nenhuma verossimilhança e como essa massa julga e ataca pessoas que nem ao menos possuem chance de defesa. O mais legal nisso é que é muito palpável para nós brasileiros, já que exemplos disso na nossa mídia é algo mais do que recorrente.
Sobre o final: defino como justo, nem feliz, nem triste, na medida certa. Um fim feliz, como muitos queriam, iria contra tudo que vimos antes, mas um fim triste seria realmente frustrante, e é justamente no meio termo que o roteiro termina bem.
Por fim, como não reparar que o filme foi simplesmente ignorado pelo Oscar? A única indicação foi a de melhor atriz (até porque seria um tanto ridículo não haver indicação nessa categoria). Uma nomeação em Melhor Trilha Sonora não faria mal.
Shakespeare Apaixonado
3.5 650 Assista AgoraMesmo que juntem a África inteira, não teremos mais zebras que esse filme no Oscar de 1999.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraÉ um filme interessante, como qualquer um da Marvel. É divertido, como qualquer um da Marvel. Possui piadas em momentos péssimos, como qualquer um da Marvel. Perde vários momentos em que poderia ser menos raso, como qualquer um da Marvel...
A história em si é fraca, não existe muita motivação para os personagens fazerem o que fazem, algumas histórias pessoais são piores ainda, na verdade, o filme todo é embalado por inúmeros clichês. Clichês que simplesmente não empolgam. E só dois personagens "se salvam" da obviedade.
Rocket e Groot são o destaque do filme, parte do porquê continuei assistindo se deve a dupla. Embora eu tenha dito que eles "fogem" do clichê, isso vai até a página dois, já que os arquétipos dos personagens são bem simples e difundidos, nada de novo, embora trabalhados de uma forma interessante. Rocket, por sinal, tem a história pré-filme mais interessante, que poderia ter sido melhor aproveitada, embora pudesse ficar alheia ao resto do filme. Talvez nas sequências da franquia /sonha
Do quinteto principal, Gamora é que possui a história menos envolvente, menos justificada, desenvolvida pela metade, preguiçosa. Aliás, só não tão preguiçosa que a de Drax, que é simplesmente tediosa. O protagonista é legal, divertido, só. Não há muito pra se falar desses três, na verdade.
Groot não deixa de ser uma fórmula repetida, mas repetida de forma bem feita. O que eu fiquei pensando é que o personagem até rendeu algumas cenas "poéticas" (?), mas que foram rapidamente estragadas por piadas fora de hora (talvez o maior defeito do roteiro).
Por último, os efeitos. São bons, seguem o padrão de todos os filmes da Marvel, mas comparando com os outros indicados ao Oscar, não acho que mereça.
A mensagem que Guardiões da Galáxia passa é a seguinte: Marvel, melhore. Seus filmes são bons blockbusters, mas não há necessidade de piadas a cada dez minutos. Obg.
PS: Bebê Groot é ou não uma fofura? vomitandoarcoiris.gif
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraX-Men sempre foi a minha franquia preferida da Marvel, mas o trabalho de adaptação da Fox para os cinemas é muito falho. Vamos começar com o fato desse filme pegar uma das histórias mais interessantes dos quadrinhos e transformar em uma desculpa para não rebootarem a série, afinal de contas, é basicamente pra isso que a produção serve, arrumar os erros de uma história mal contada, não existe um avanço na história, tanto que a cena final é um completo "retrocesso". E veja, não quero comparar o quadrinho com o filme, são coisas diferentes e a adaptação deve ser avaliada separadamente, mas fico me perguntando o motivo de algumas mudanças, como, por exemplo, o Wolverine voltar ao passado e não a Kitty, como é originalmente, quero dizer, por que alterar um negócio que é bom, que deu certo, e insistir em enfiar o Logan goela abaixo por mais um filme? Só consigo imaginar o machismo como explicação nesse caso. Machismo porque os grandes estúdios tem medo de colocar uma mulher como protagonista em um filme de super herói, o que é extremamente contraditório por parte da Fox porque Jennifer Lawrence está no elenco, justamente a Jennifer Lawrence que é protagonista da maior adaptação atual no cinema, Jogos Vorazes.
Ainda falando em roteiro, que coisa preguiçosa! Esse é o quinto filme dos X-Men e ainda estamos batendo na mesmo tecla, os mutantes sendo minoria, o preconceito e etc. Na verdade, esse não é o grande problema, já que poderia render roteiros ótimos, o problema é que isso é mal aproveitado, tanto que só passa a ser o foco nos minutos finais, embalado com uma trilha emotiva (obviamente). Além disso, insistiram em um triângulo amoroso, herdado do filme anterior, que não se sustenta. A impressão que passa é que de os personagens não possuem verossimilhança, eles mudam de opinião rapidamente, tomam atitudes radicais rapidamente, é como se o personagem obedecesse o roteirista e não tivesse vida própria.
O que disfarça o roteiro preguiçoso são as atuações, todas bem feitas e em sincronia, particularmente Michael Fassbender e James McAvoy. Como nem tudo são flores, o roteiro apresenta personagens que não tem função narrativa e alguns que sequer possuem falas durante o filme, o que desperdiça talentos como o de Halle Berry e Ellen Page, por exemplo (ou Anna Paquin, que ganhou seu cartaz de divulgação, mas que aparece por dez segundos no filme).
Um dos grandes acertos no filme são os efeitos especiais, merecidamente indicados ao Oscar. São bonitos e realistas. O mesmo não pode ser dito sobre a maquiagem de Jennifer Lawrence, muito inferior a vista em X-Men 3, lá em 2006. Pode ser que a atriz não tenha tido a coragem que Rebecca Romijn teve na época para ficar seis horas sendo maquiada. Claro, Rebecca não possuía um Oscar, não podia fazer muitas exigências...
É inegável que X-Men: Dias de um Futuro Esquecido ajudou a terminar de reviver a franquia, evitou um reboot e abriu as portas para sequências mais limpas e organizadas, mas, ao contrário do que dizem, não acho esse o melhor da franquia. Infelizmente, ficou na sombra do anterior.
PS: Li aqui que alguns acharam o roteiro inteligente, mas não vejo como achar inteligente depois de tudo que falei e menos ainda quando vemos que ele simplesmente ignora as perguntas que realmente importam, como, por exemplo, o professor estar vivo depois de ter sido desintegrado no terceiro filme da franquia ou como o Magneto tem seus poderes de volta.
Star Wars, Episódio V: O Império Contra-Ataca
4.4 1,0K Assista AgoraDecidi ver Star Wars por causa dos novos episódios recentemente confirmados e, claro, por ser um dos grandes clássicos do cinema. Gostei do primeiro, achei divertido, um bom filme pra se passar o tempo, mas não vi nada grandioso em termos de história. Claro que a produção em si é muito boa, tão boa que não pareceu ser um filme da década de 70, mas sim mais recente, o problema é que achei as motivações dos personagens um tanto rasas e os acontecimentos em si um tanto acelerados, principalmente mais próximo do final. Decidi continuar com a saga e no segundo filme voltei a reparar em uma coisa que já tinha observado no primeiro: as sequências desnecessárias. Todo o começo desse segundo filme não tem nenhuma utilidade, são minutos que não acrescentam. Claro, como todo o filme é, essas cenas são divertidas (mas inúteis).
Me refiro ao acidente do Luke, ao "sequestro" do mesmo e ao resgate por parte do Solo que devem dar em torno de 20 minutos ou mais e que não servem pra absolutamente nada, quero dizer, se houvesse um estreitamento na relação dos personagens ainda seria proveitoso, mas nem isso, não há uma aproximação entre Solo e Luke.
Outra coisa que voltou a me "incomodar" foi a história rasa. Basicamente, o filme foi uma fuga dos protagonistas com o vilão atrás, mas até agora não sabemos do que se trata a rebelião, o que a causou, quem são os líderes, quais são as raças envolvidas, os reflexos dela no universo, como o Imperador chegou ao poder, quais foram as atitudes que ele tomou que levaram a uma rebelião, os aspectos políticos dessa guerra, entre inúmeras outras coisas que sim, possuem uma importância crucial, afinal, são coisas que causaram os acontecimentos dos filmes. Fora essas coisas, existem outras que também possuem importância, mas que obviamente (ou não) serão esclarecidas no próximo filme, como a relação Darth Vader-Luke, por exemplo.
No mais, Star Wars se mostrou divertido, gostoso de se acompanhar e um ótimo passatempo, mas carece de maior profundidade na história, nem falo de algo dramático, mas "profundidade prática", o que tá acontecendo na galáxia, os porquês, afinal, colocar um letreiro no começo de cada filme dizendo que "a galáxia corre perigo" e que os protagonistas precisam "devolver a paz para a galáxia" é fácil.
PS: Fiquei surpreso quando vi que a grande revelação da série acontece no segundo filme, sempre imaginei que fosse o "momento bang" do terceiro;
PSS: Impossível não reparar na falta de sangue quando o Luke perde a mão kkk aliás, sdds sangue na saga. Nesse quesito, parece um Power Rangers intergalático.
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraA sequência final ao som de Brazil, do Deadmau5, é perfeita.
Os Croods
3.7 1,1K Assista AgoraRoteiro simples, mas com mensagens um tanto complexas para uma animação. Estamos acostumados a ver animações com o mesmo desenvolvimento, as mesmas mensagens, repetitivas... Os Croods não deixa de ser mais ou menos isso, mas possui algo a mais. Os personagens, com destaque para Eep (dublada pela linda Emma Stone <3) e Grug, e situações ao longo do filme são bem envolventes. Só que o que me fez querer comentar de verdade foi a qualidade da animação. Apenas uma das melhores que já vi. É tudo muito bem feito, muito lindo, até mesmo muito "real". Dreamworks está de parabéns.
PS: Como não amar o macaquinho?
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraO filme, como um todo, é bom. O destaque é, obviamente, a atuação de Julia Roberts, que, por sinal, teve sua performance indicada na categoria errada nas premiações. Barbara não é a coadjuvante da história, ela é o motor dela. É graças a Barbara que as coisas acontecem, os acontecimentos chave da trama se dão por causa dela. E, na minha opinião, sua performance foi no mesmo nível que a da favorita à estatueta de Melhor Atriz, Cate Blanchett (por Blue Jasmine). Posso dizer que o meu desempenho preferido até o momento é o de Julia Roberts (isso entre os principais nomes desse ano no Oscar).
Meryl é um caso um tanto polêmico. Suas inúmeras indicações a prêmios passam a impressão de que tudo que ela fizer será muito acima da média. Não quero dizer que a performance dela no filme foi fraca, mas eu realmente não achei nada de tão bom como podem pintar. Uma boa atuação, apenas.
Boa atuação é o que não temos de Juliette Lewis. Kate é uma personagem fraca por si só, e juntando isso ao fato da atriz não estar bem em cena, temos a personagem mais descartável do filme.
Atuações que não escondem as falhas do roteiro. Alguns personagens são meramente figurativos, outros trazem um grande acontecimento para a trama, mas simplesmente somem logo depois, fora que muitas coisas são pouquíssimo exploradas (uma grande revelação é feita praticamente no final do filme). É importante dizer, no entanto, que o filme retrata apenas um pedaço da história desses personagens. Não é compromisso do roteiro mostrar o que acontece depois.
Os destaques positivos finais vão para a trilha sonora, que é belíssima, e para a mais que excelente cena do almoço, de longe, a melhor do filme. É válido citar as duas cenas finais. Belíssimas.
Duas falas me chamaram atenção:
Mattie Fae: "Deve ser difícil acreditar, olhando para mim, me conhecendo por todos esses anos. Sei para, para você, sou a gorda da tia Mattie Fae. Sou mais que isso, querida. Eu tenho mais que isso.";
E por fim, Barbara: "EAT THE FISH, BITCH!"
Bling Ring - A Gangue de Hollywood
3.0 1,7K Assista AgoraFraco, repetitivo e desnecessário como um todo.
Alguns podem achar a atuação da Emma forçada ou caricata demais, mas acreditem, a diferença entre Nicki (personagem de Emma) e Alexis Neiers (membro da quadrilha real que inspirou a personagem) é pequena, pelo que vemos das aparições públicas de Alexis, pelo menos. Emma trouxe para o filme detalhes de Alexis, como o tom de voz, o sotaque e os movimentos, porém, fez isso de forma exagerada, o que para muitos pode dar a impressão de uma atuação caricata. Taissa Farmiga e Claire Julien simplesmente irrisórias durante o filme. Israel Broussard e Katie Chang são as surpresas, com atuações no ponto certo.
Essa história, embora "interessante", não é material suficiente para um filme. Quero dizer, não existe emoção, os roubos são sem graça e não há nenhum tipo de sonoplastia que faça com que quem assiste fique de olhos colados no que está acontecendo.
Por fim, só um comentário: Quem vê o material de divulgação do filme imagina que a personagem de Emma Watson seja a protagonista, ou que seja a principal membro da gangue, mas, na verdade, Marc e Rebecca são os protagonistas de Bling Ring, eles são os motores da história. É bem fato que se aproveitaram da visibilidade de Emma.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraA sensibilidade de Her é marcante. Sensibilidade que surge em grande parte por causa do roteiro muito bem trabalhado por Spike Jonze, nós realmente chegamos a acreditar que Theodore está apaixonado por Samantha. Paixão essa que no filme é tida como "normal", mas que é completamente fora da nossa realidade. E esse convencimento não seria possível se não fosse a ótima atuação de Joaquin Phoenix, e aqui é válido dizer que Theodore é um papel difícil, afinal, Samantha é um sistema operacional, logo, Phoenix atua praticamente sozinho, sem um parceiro de cena, o que dificulta muito. Falando em Samantha, é preciso dizer que o papel de Scarlett Johansson também é tão difícil quanto. Não é uma simples dublagem, afinal, quando se dubla uma animação, por exemplo, existe o desenho de base. No caso do SO não existe nada, a emoção precisou ser transmitida unicamente pela voz. E sim, Scarlett conseguiu isso.
Destaque também para Amy Adams, em mais uma boa atuação, e para a trilha sonora, que acompanha a sensibilidade e sutileza do filme.
Sobre o fim, achei coerente, diferente e interessante, porém, o fato dos SOs "irem para um lugar complicado de se explicar" ficou um tanto estranho. É como se Spike não tivesse encontrado outra solução para a necessidade da personagem (Samantha) sair da história. Pode ser apenas uma impressão, mas é o que fica diante da falta de qualquer explicação. Ainda sim, isso não altera o resultado final de forma significativa.
PS: Spike Jonze é roteirista e diretor do também belíssimo e sensível Onde Vivem os Monstros. Além de Adaptação e Quero Ser John Malkovich. Uma excelente carreira.
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraBasicamente, Blue Jasmine possui a atuação de Cate Blanchett como diferencial. Sem desmerecer o restante do elenco, princialmente Sally Hawkins, mas o trabalho da protagonista foi acima da média. Blanchett construiu uma personagem com trejeitos próprios. Os olhos, os gestos, a feições, tudo faz de Jasmine uma personagem fechada, tanto rica, quanto falida.
No mais, embora bem feito, o filme é bem comum. Penso que, se não tivesse o nome de Woody Allen, não seria tão aclamado como é.
Amor à Distância
3.4 1,1K Assista AgoraNão há uma busca por grandes atuações, fuga de clichês ou por um roteiro inovador, há apenas a vontade de se contar uma história de forma leve e divertida.
Aqueles que já amaram, ou amam, à distância irão se identificar. Todos os sentimentos estão ali.
"Só nos vemos a cada três meses. Isso não é um relacionamento."
"Mas eu te amo."
Melhor diálogo do filme.
PS: The Boxer Rebellion não é uma banda fictícia. Ainda bem.
Doce Vingança
3.4 2,4K Assista AgoraFilme legal, embora eu ache que seus mais de 100 minutos tenham sido mal distribuídos. A primeira parte do filme, o estupro, ficou bem contada, mas a segunda, a vingança, me pareceu um tanto rápida demais. A atuação da Sarah foi boa, mas não consegui me comover muito com a cena na casa, por exemplo, só depois, com o acontecido fora dela, que fiquei mais próximo disso. Ou seja, nada merecedor de Oscar -qqqqq como disseram por aí.
PS: eu gostaria muito de saber o que aconteceu depois da vingança, como ela lidou com tudo, como levou a vida, as consequências de tudo aquilo.
A Primeira Vez
3.4 591Acompanhar o primeiro fim de semana de Aubrey e Dave foi realmente bom. O filme é divertido, fofo, honesto, possui uma trilha sonora incrível (temos até The Naked and Famous!) e mostra, de uma forma leve e verdadeira, sentimentos típicos de quando conhecemos e nos interessamos por alguém. A química entre os protagonistas é ótima, deixou a história ainda mais gostosa de ser acompanhar. Aubrey e Dave são apaixonantes.
Ah, sdds acontecer essas coisas na vida real, sdds.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista AgoraÉ um filme que possui personalidade, a impressão que fica é que tudo ali é Grande Gatsby. Vou me explicar melhor: os cenários, os movimentos de câmera, a fotografia, a direção de arte, os figurinos, os detalhes nas atuações (como a movimentação dos personagens em cena e, até mesmo, o teor das vozes), a trilha sonora, enfim, tudo me pareceu ser Grande Gatsby, as coisas se juntaram e formaram um todo coerente e deslumbrante. Por falar em trilha sonora, posso dizer sem medo que é uma das melhores que já ouvi. Destaque para o fato de que, assim como o filme, as músicas, embora diferentes, quando juntas formam um todo muito bem amarrado. A trilha é Grande Gatsby.
Sobre o final, achei muito coerente, tinha que ser daquela forma. Para mim, o melhor foi a esperança de Gatsby de que era Daisy ao telefone, mesmo não sendo. Jay morreu feliz de certa forma, na esperança de que tudo a partir dali seria melhor (e de que ele teria Daisy como companheira). Destaque muito grande para a maravilhosa Into the Past, do Nero, no momento da morte de Gatsby. Música e cena se completaram.
O Grande Gatsby é um bom filme, um dos melhores do ano. Seus 142 minutos valem a pena.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraIsso vai além de um filme. Trata-se de sentimentos, aprendizagem, fala sobre a liberdade, sobre a vida... Vai muito além dos 148 minutos, é algo que teima em sair da mente. Simplesmente fantástico.