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Estudante de cinema e audiovisual. Buscando sempre conhecer mais sobre o cinema dentro dos aspectos tanto de arte quanto de entretenimento.

Últimas opiniões enviadas

  • Igor

    Coutinho foi um cineasta impessoal - e isso é ótimo.

    Existe dentro da arte uma espécie de fetichismo do auto-retrato: a clássica reclamação de que "todos os protagonistas da literatura nacional contemporânea são escritores homens brancos de classe média-alta angustiados com a vida" é um icônico exemplo. E isso não é de hoje. Autores como Hemingway e Kerouac escreveram sobre si mesmos até se estafarem, e mesmo no cinema temos Fellini e Truffaut com seus filmes autobiográficos. Nichando mais um pouco, na esfera dos documentários nacionais temos projetos como o intimista "Elena" de Petra Costa. E nada disso é necessariamente ruim. Se citei todos esses artistas por nome, é porque tenho muito carinho por eles e admiro suas respectivas obras. Contudo, é possível notar certas similaridades temáticas, e as vezes isso acaba sendo inevitável.
    Coutinho, seguindo a contramão do hábito do artista de olhar para dentro de si, olhava para fora. A história de Eduardo Coutinho não interessava para Eduardo Coutinho. O que Coutinho queria, durante toda sua vida de repórter-transformado-em-cineasta, era ouvir a história dos outros. Seja a história de Elizabeth Teixeira - personagem central e cíclica na filmografia do cineasta - e dos trabalhadores rurais de uma cidade do interior, seja a história de diversas mulheres reunidas no teatro Glauce Rocha, seja a história trágica dos habitantes de Ouricuri perecendo diante da seca ou seja a história do colosso Edifício Master de Copacabana.
    Mesmo mostrando-se mais ativo e instigante em filmes como "Últimas Conversas" e "O Fim e o Princípio", uma característica perene na obra do documentarista foi sempre a de tentar manter-se neutro e objetivo. Coutinho sabia que todos os seus entrevistados tinham uma história para contar, e portanto os deixava falar. Algo que parece simples e obrigação básica de um entrevistador, porém mesmo assim costuma ser a falha primordial de muitos entrevistadores. Coutinho, não. Ele falava com todos de igual para igual. Seja uma dona de casa de meia idade, um homem analfabeto, uma criança, uma jovem universitária - todos para ele eram um. Não existia pedantismo e segregação no cinema de Eduardo Coutinho, para ele, todos possuíam a mesma voz.
    É por isso que ele foi um cineasta impessoal. Coutinho jamais pretendeu ser um "documentarista-celebridade" como Michael Moore, tanto que o filme onde mais aparece fisicamente é o "Últimas Conversas", do qual não foi responsável pela montagem. E esse cinema impessoal é maravilhoso, pois não é impessoal de um jeito frio e distante, mas de um jeito abrangente e polifônico.
    "Edifício Master" segue o mesmo formato de muitos documentários de Coutinho, com diversas pessoas que compartilham um mesmo ambiente sendo entrevistadas, porém com cada uma tendo um relato diferente, uma experiência de vida diferente; alguns relatos parecendo tão extraordinários que parecem oriundos da ficção. E para quem mora no Rio de Janeiro e possui uma vivência com a realidade local, chega a ser uma desconstrução, uma antítese da expectativa que se tem sobre o bairro de Copacabana, o que é sintetizado no relato de um dos moradores do Edifício Master que alega ser originário da Zona Norte da cidade e sofrer certo "preconceito" por parentes que acham que ele agora é rico e esnobe por estar morando na Zona Sul.
    Há quem diga que o projeto cinemanovista falhou, e que os integrantes desse movimento nada mais eram do que rapazes de classe média, intelectuais de esquerda, querendo expressar alguma consciência social, mas falhando em tentar emular a voz do pobre em um cinema que não apelava ao pobre da época. Talvez Eduardo Coutinho seja, objetivamente falando, o mais bem-sucedido subproduto do Cinema Novo brasileiro. Por mais que seu cinema não seja exatamente popular e nunca tenha tido a força de bilheteria, por exemplo, de uma comédia GloboFilmes, é impossível não se emocionar com os relatos contidos em filmes como Edifício Master, independente de raça, credo, sexualidade ou classe social. Eduardo Coutinho entendia o brasileiro como ninguém. Por mais cineastas como ele.

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  • Igor

    "It's too bad she won't live! But then again, who does?"
    (Re)assistido na versão "The Final Cut".

    35 anos depois de seu lançamento original (e após uma série de mudanças feitas ao longo dos anos em um esforço de superar mutilações do estúdio), a obra prima de Ridley Scott permanece sendo um dos melhores filmes que eu já assisti. Dos visuais feitos com um orçamento escaço - Blade Runner é considerado a última produção de ficção científica feita de modo "totalmente analógico", sem efeitos digitais - à trilha sonora onírica, todos os elementos utilizados para a construção da atmosfera fazem o espectador embarcar sem questionamentos no mundo distópico da Los Angeles de 2019 - mesmo tal espectador estando em 2017.
    Há quem diga que Blade Runner é um filme lento, que seu ritmo se arrasta de modo proposital, e que isso é parte da atmosfera reflexiva de film noir que a produção almeja recriar. Disso, eu discordo. Em minha opinião, Blade Runner flui muito bem, fazendo com que as 2 horas de projeção da versão Final Cut passem mais rápido do que muitos filmes de 1hr40 que são lançados hoje em dia.
    O melhor filme de Harrison Ford - mesmo Star Wars tendo um lugar especial em meu coração infantil.
    Edward James Olmos também esculacha. Seu personagem provavelmente é o meu favorito do filme.
    Tudo é arquitetado de forma tão magistral que uma continuação definitivamente não era necessária (apesar de "Blade Runner 2049", no fim das contas, ter me agradado). Eis aqui um filme para se rever de tempos em tempos, e ser redescoberto e apreciado em cada assistida.

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  • Funestte∕⎠
    Funestte∕⎠

    São Paulo - Symphonia da Metropole já estava cadastrado, mas com 'Sinfonia' no título. Adicionei o aka.

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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