Achei o filme muito bom, pois nos oferece várias reflexões e um novo olhar sobre essa condição. Amei as analogias bíblicas feitas e a capacidade de Joe de usar elementos presentes no próprio quarto de Saligman, ou em suas falas sobre temas tão variados, para falar de suas aventuras sexuais, o que apenas revela a extensão da sua mania. Gostei bastante do discurso da Joe no encontro das ninfomaníacas, mas discordo de algumas coisas. Ela usa o discurso sobre machismo e com isso tenta mitigar a gravidade de algumas de suas ações, misturando-as com outras não censuráveis. Apesar de receber um julgamento moral diferente (que foi o que ela criticou) do que um homem receberia, ela é totalmente livre para ficar com quem quiser no trem, e é uma pena que algumas pessoas não enxerguem isso. Contudo, abandonar o filho em casa sozinho para fazer sexo na rua seria uma atitude reprovável tanto para um homem quanto para uma mulher, e por sorte a criança não morreu (tinha certeza de que a cena de "Anticristo" se repetiria, mas felizmente não aconteceu). O marido dela também foi culpado, na medida em que ao sair de casa também acabou abandonando o filho mesmo sabendo da condição da Joe. Além disso, ele depois coloca o filho para adoção. Em suma, ele também não tinha moral alguma para falar dela. Esse discurso do machismo que Joe fez é interessante para chamar a atenção sobre como as más ações do marido podem ter passado despercebidas por alguns na história, e para mostrar que seu comportamento não seria reprovado da mesma forma (ou em qualquer sentido), se fosse um homem. Porém, isso não altera o fato de que ela fez coisas reprováveis sim, sob uma perspectiva moral. Acho que seria mais honesto se ela olhasse isso de frente, eu sinceramente prefiro que ela olhe de frente e continue afirmando seu ser do que fazer um discurso frouxo como aquele que acaba obscurecendo pontos críticos na história. Ela usou um preconceito social (ou o machismo, como queira) como arma para se defender! Nesse sentido, se beneficiou dele, precisou dele, ao mesmo tempo em que paradoxalmente o condena. Lars von Trier colocou em cena dois extremo opostos: um cara assexual e uma ninfomaníaca. O interessante é que no final nem o assexual conseguiu ficar imune ao discurso de Joe, e de amigo quis passar para amante, justamente quando Joe havia decidido renunciar ao sexo com todas as suas forças, e confirmando uma visão pessimista que Joe tem sobre os seres humanos. Talvez ele tenha ficado interessado justamente quando ela decidiu pelo caminho ascético. Aliás, essa decisão dela dá uma virada na história, pois no encontro das ninfomaníacas parecia que ela continuaria o caminho como pária. E, na verdade, continuou! Pois ao renunciar ao sexo ela abriu seu caminho como assassina. No entanto, mostrou que ela não consegue deixar de se avaliar moralmente. Ela se condena. Ela sente culpa. Talvez por isso a mudança tão drástica entre as atrizes. A atriz da juventude é a Igreja Oriental: ela vive na felicidade e no prazer. Agora, Charlotte Gainsbourg tem esse ar de pessoa miserável, dilacerada. A mudança entre as atrizes foi brusca e injustificável pela perspectiva temporal, só posso entender dessa forma. Mas Trier também tentou fazer isso com o marido? Por quê? Teve um propósito maior ou apenas foi um descuido muito mal feito da parte dele (não vamos esquecer da Joe criança, que não tem NADA A VER com as mulheres que aparecem depois - ela tem olhos azuis, cacete!)? Enfim, gostaria de achar que teve um propósito, mas mas acho que a mudança só seria realmente justificável com a Joe, não com ele.
Muito cansativo. Muitas cenas de Madeleine, ora, andando, ora na igreja, ora caindo... ok, já entendemos a informação, poderiam ter encurtado isso. Aí, depois, com a cópia, mostra ela indo ao cabeleireiro, comprando roupa, indo jantar......... Ai, cara... Meu corpo caiu sim, de sono! Brincadeira, dormi não. Mas, po...
Em primeiro lugar: filmaço. Não acontecem muitas coisas no filmes (em termos de ação), mas ele é completamente envolvente, e aborda de forma diferente a temática tão recorrente da "invasão alienígena". Uma coisa que costuma me incomodar em filmes do gênero é como coisas completamente incríveis e inacreditáveis acontecem, distante do que qualquer um de nós poderia esperar experimentar, e os atores estão reagindo de forma bastante pobre, ora no estereótipo "ô, tô com medo pra caralho" ou simplesmente esbugalhando os olhos como se estivessem vendo o eclipse lunar. Esqueça tudo isso em "A chegada". A pegada é coisa de outro mundo: o modo como a equipe toca na nave (?), toda a emoção de Amy Adams ao adentrar um ambiente totalmente novo e desconhecido, tudo isso te envolve e fascina de imediato. Você se envolve junto com eles, e realmente acredita que eles estão diante de algo que não é nada familiar, algo que nunca julgaram imaginável. A comunicação é um ponto central do filme, também nunca abordado dessa maneira anteriormente: todas as sutilezas da linguagem, coisas que julgamos naturais e simples ao entrar em contato com o outro se desnaturalizam, e vemos como em tudo subjaz uma estrutura complexa e difícil, e como aprender uma língua diferente é entrar em contato com uma outra forma de ver o mundo. Aqui tocamos num tema essencial para a compreensão do filme: uma língua nos abre para uma determinada experiência com o mundo e nos convida a ter uma outra visão de mundo sobre as coisas. No entanto, poderíamos questionar o encaminhamento do filme, pois podemos aprender novas formas de nos relacionarmos com o tempo, mas é difícil engolir que ao aprendermos um idioma poderíamos passar a PERCEBER o tempo de forma totalmente diferente. Afinal, em que se sustenta a diferença de percepção dos heptapods com relação aos humanos? A MINHA resposta seria: a base deve ser biológica. Outros seres (de constituição diferente da nossa) podem ter outras formas de experimentar o tempo. Podemos ENTENDER que a percepção temporal deles é outra, mas daí dizer que passaremos a ter a mesma experiência deles? Contudo, de qualquer maneira, a ideia por si só, tal como apresentada no filme, é inegavelmente fascinante, e não usaria isso para diminuir minha apreciação do filme simplesmente porque julgo impossível ou incompreensível. Na realidade, isso aumenta minha apreciação do mesmo. :) E com relação à questão de mudar o futuro, não acho que o filme apresenta a ideia de "predestinação": entendi como um "se as coisas andarem nesse rumo, X vai acontecer", e não como um "X vai acontecer de qualquer forma". Tanto é que Amy Adams poderia NÃO ter ligado para o presidente, e curiosamente, ela só o faz porque tem a visão do futuro. Ela decide ter a filha e se casar mesmo sabendo tudo o que ocorreria. Mas NÃO está claro que ela fará tudo igual. Em um momento ela diz: "descobri porque meu marido se separou de mim". Isso é muito interessante, pois ela ainda não tem o marido, e quando ela fala no passado "descobri porque ele se separou de mim" ela fala como se já estivesse separada e entendendo porque ele decidiu se afastar. Ora, o eu do PASSADO deu uma nova informação ao eu do FUTURO, e ela terá a possibilidade de não fazer aquilo que acarretou a separação. E o que acarretou a separação? O filme não deixa claro, mas, na MINHA opinião, ele se separa pois ela lhe diz que já sabia tudo o que aconteceria com a filha, e ele não consegue entender porque mesmo assim ela decide não mudar o futuro, mesmo ele trazendo dor. Mas acredito que Amy, com as lembranças FUTURAS da filha, tenha percebido que ao lado da dor havia alegrias, o prazer de ter visto aquela menina vir ao mundo, e que seria muito injusto lhe negar isso, apesar do final doloroso.
Já tinha assistido a um filme mais antigo baseado nesse caso. Não terminei de assistir a esse. São os filmes mais pesados que já vi, que geram uma revolta incalculável dentro do gente.
Gente, esse filme... eu adoro a história, os personagens e o modo como eles vão se envolvendo. Sempre há uma distância entre eles, uma resistência aos sentimentos, bem diferente de como os relacionamentos acontecem ou são retratados hoje em dia, em que rapidamente vemos cenas de intimidade entre casais românticos, mas são cenas vazias. Neste filme, cada olhar, cada gesto possui um significado profundo. É um filme que nem todo mundo vai conseguir apreciar, pois o desenvolvimento é lento, mas é justamente isso que eu gosto nele: acho que o amor tem um tempo adequado para surgir e se maturar, e há que respeitar esse tempo. É por isso que essa é a única história de amor em filme que eu acho verdadeiramente encantadora.
Muito ruim! Fiquei com tanta raiva que não terminei de assistir. Odeio filmes em que os personagens começam a fazer coisas BURRAS e totalmente idiotas só para a história continuar se enrolando. Não sei como essa porcaria de filme ficou com essa nota (3.5) aqui.
Eu comecei a ficar com raiva mesmo quando a garota consegue pegar a arma do assassino. Ela estava no telhado, com a arma e visivelmente estava em vantagem. Ele (também fazendo algo estúpido) começa a subir para alcançar o telhado. Ela podia muito bem ter atirado nele com a arma (um arco e flecha) ou, se não soubesse/não conseguisse usá-la naquele momento, enfiado a lança nele. Mas não, ela corre para dentro da casa e fecha a janela. Ok, como se não fosse o suficiente ele fica ali parado olhando para ela pela janela, ela fica com o arco e flecha carregado e apontando para ele, MAS NÃO FAZ NADA.
Caralho: o cara matou a sua amiga a sangue-frio, deixou todas as evidências possíveis de que VAI TE MATAR, ele faz tortura psicológica com você e NÃO TEM NINGUÉM POR PERTO PARA TE AJUDAR. E você realmente NÃO VAI MATAR O CARA? Sefudê.
Depois aparece o marido da amiga morta. A cena foi tão ridícula, e me irritou tanto, que realmente naquele ponto decidi que já tinha visto o suficiente.
Não entendi a nota. O filme é MUITO bom mesmo! Comecei a assistir só para passar o tempo e me surpreendi totalmente! Um filme inteligente e com ótimos momentos de terror.
Uau. A sinopse não te preparará para esse filme. Não senti o tempo passar. Impossível não se identificar, envolver e cativar com os personagens. Nunca vou deixar de me impressionar com a capacidade que os japoneses têm de tornar belo algo extremamente simples, inicialmente parece até uma ideia meio boba - uma mulher que se apaixona por um lobisomem. Fiquei um pouco triste com algumas coisas...
... sei que cada um teria que seguir seu rumo, mas a sensação que tive foi que eles nunca mais se reencontrariam. Achei que eles podiam ter mostrado que, mesmo cada um seguindo seu caminho, eles ainda eram uma família, podiam se ver ainda. Deu uma sensação de solidão no fim, que contrastou um pouco com as belas cenas daquela família feliz que vimos no desenvolvimento da história.
A cena que mais me emocionou foi quando eles perceberam que a neve cobria tudo e saíram correndo pela floresta, os três começaram a descer uma encosta e se jogaram no chão rindo. Que cena linda!
A Yuki quando criança era simplesmente contagiante, fiquei um pouco triste também de perceber o quanto ela mudou e se afastou disso para se adequar ao mundo humano.
Cada um tomou um rumo bem diferente: parece que Ame não pretende voltar ao mundo humano e parece que Yuki não pretende voltar a ser loba de novo. E isso (também) foi triste, eles têm uma natureza dupla, são humanos e lobos ao mesmo tempo, achei que de alguma maneira eles entenderiam que poderiam conviver e lidar com essa dupla natureza, ainda que Ame decidisse viver predominantemente como lobo e Yuki como humana.
Hahaha, que desenho maneiro! Muito bom! No início estava achando chato. Mas o desenvolvimento foi totalmente surpreendente, foi muito contagiante ver a união de todos e Kenji mostrando ser um cara e tanto! E aquela avó!
Contudo, achei estranho SÓ eles terem realmente se mobilizado para acabar com o invasor (cadê todos os governos do mundo nessa história?), dada a proporção da coisa, pensei que veria mais mobilização internacional nesse sentido... o mundo em jogo e apenas a família Shinohara para salvar geral? Tudo bem que foi o Wabisuke responsável e ele estava ali no meio, mas mesmo assim achei que foi um ponto falho na história.
"Nós não podemos lutar só porque parece que vamos vencer, e correr apenas porque parece que vamos perder."
A diferença entre o talento e a disciplina, entre a espontaneidade e a educação, entre a genialidade e o esforço. Dois garotos com disposições de espírito inteiramente diversas e de condições sociais tão díspares percorrendo seus caminhos no mundo da música. O filme mostrou a força da amizade inabalável deles, e como ambos, apesar de excelentes, experimentam de maneira diferente a música. Kai vê a música como paixão e diversão; para Shuuhei, ela é seu destino e seu ofício. Kai tem que aprender que é necessário disciplina, estudo e esforço para se tornar um músico e Shuuhei tem que aprender a se entregar e a se apaixonar pela música, para poder oferecer ao mundo algo novo, que só ele pode conceder. Isso se aplica a cada um de nós: não basta talento sem dedicação, como também não basta o estudo e a aplicação sem real paixão, ambos se completam. Gostei muito quando o filme se encaminhava para o final, e Shuuhei também ensina algo valioso a Kai: você não merece participar de uma competição se não está disposto a dar tudo de si, a oferecer o seu máximo, e é a partir do desafio real que se instaura que cada um deles pôde ir além, transcender, ao seu próprio modo.
Adorei a aparição dos "fantasmas" sensacional, tiveram uma sacada ótima. Achei a entrada da Takako no final muito boa, ela nos deu momentos engraçados e mostrou a importância de confiar em si mesmo, de encontrar seu ponto de equilíbrio e não desistir de lutar.
A história me prendeu bastante, na hora da competição eu fiquei super nervosa, parecia que estava acompanhando uma competição real, ao vivo!!!
Achei o final perfeito: Kai é espírito livre, é um gênio, ele não precisa seguir Mozart, ele era muito maior do que a competição - e não pôde ser avaliado por meio dela, pois não há parâmetros prévios para medi-lo; ele é quem instaura parâmetros novos. Shuuhei foi excelente, tocou Mozart com primor e mereceu sua posição. Kai não passou na competição mas vai ganhar o mundo; Shuuhei passou, certamente será um músico excelente, mas não será nunca um Kai (e nem deveria ser seu objetivo se tornar um, mas deve ser, sim, encontrar uma ligação própria com a música sem precisar se comparar a ninguém).
Eu fiquei até o final da história morrendo de medo que acontecesse algo de ruim com o Kai, nossa...
Enfim, um filme muito bom, trazendo na simplicidade da sua história belos ensinamentos e valores.
O filme não me cativou. Eu achei o início promissor, mas pensei que seria uma história mais simples e mágica, que me lembraria uma lenda japonesa antiga... mas ela foi até bem moderna e complexa, envolvendo o Império e o interesse "expansionista" de uma vila liderada por uma mulher ambiciosa que, sem embargo, destruía aos poucos a floresta; ao mesmo tempo, tentaram conciliar isso com os espíritos da floresta, deuses, animais e maldições. Acho que a história acabou ficando fraca e confusa, e eu digo o porquê:
Achei Ashitaka fraco, um cara que não soube se posicionar bem diante de um conflito iminente, ajudando a manter uma dicotomia tola entre mundo humano x mundo natural, que persistiu até a conclusão da trama (afinal, ele, como "humano", decidiu ficar na tribo apesar de tudo que fizeram, e Mononoke, a que "odeia os humanos", ficou na floresta com os animais). Ele ficou sem dizer a que veio do início ao fim. Mononoke é uma personagem mais forte, mas achei ela bem planificada, ela não se desenvolve nem muda a história inteira (assim como Ashitaka, na realidade).
A própria forma pela qual o conflito se desenrolou entre os animais da floresta e a vila foi ridícula. Na verdade, foi a revolta dos javalis, na qual alguns lobos só entraram por causa da Mononoke, que decidiu ajudá-los (ou seja, ela não está liderando nada, como a sinopse dá a entender). Inclusive, até os javalis sabiam que uma armadilha estava sendo tramada para eles, mas mesmo assim decidiram atacar naquele momento sem nenhuma razão plausível. E na floresta só tinham javalis, macacos e lobos? E os macacos, para onde foram no meio da luta, eles que estavam doidos para ir atrás dos humanos? Não houve unificação alguma entre os animais, o conflito se desdobrou se maneira muito pobre para as proporções que a história queria dar. E o que aconteceu com o Shishi-gami? Ficou bem confuso. Ele perdeu a cabeça (literalmente), seu corpo começou a destruir a floresta atrás da cabeça, recuperou a cabeça, "morreu" (?), e a floresta voltou a ser o que era (?), mas na verdade ele não morreu, pois como Ashitaka disse, ele não poderia morrer sendo um deus. Peraí, mas se ele é o deus da floresta e pode revitalizá-la sempre, então qual foi o sentido de todo o terrível conflito desde o início? E ele precisava daquela droga de cabeça para quê? Para não morrer? Então por que ele tombou no final? Afinal, ele morreu ou não? CARALHO, é tão confuso que minha cabeça está em curto-circuito.
Eboshi, do nada, só por ter sido salva pelos lobos, se tornou a boa moça que não queria mais explorar a floresta (?). E os interesses do Imperador? Ele iria mesmo desistir da floresta? Óbvio que não. A floresta está fadada à destruição, o filme só acabou antes que isso acontecesse. Pois se trata do caminho inescapável da miséria a que chamamos de "civilização". O final do filme é ingênuo como um conto infantil, apesar da história se distanciar bastante disso. Terminou como se todos os conflitos tivessem sido resolvidos, sendo que absolutamente nada foi resolvido.
Além disso, os personagens não eram envolventes, não consegui gostar muito de nenhum deles (tá, no iniciozinho eu estava gostando do Ashitaka, mas só ali). Ficaria feliz, sinceramente, se alguém aqui pudesse responder as questões que coloquei, porque fico com essa sensação de decepção e fico me perguntando se só eu não entendi alguma coisa.
Que surpresa incrível. O poster e a sinopse não fazem jus à história. Ela fala, fundamentalmente, sobre seguir os seus sonhos e descobrir o seu verdadeiro caminho, e como é preciso coragem para segui-lo, aceitando os riscos que ele traz. E mostra como os encontros são importantes para isso: encontros ocasionais e fortuitos (o gato, a loja, um livro esquecido) que nos levam a direções diferentes do esperado, e como coisas mágicas podem se desdobrar a partir das coisas mais simples. A delicadeza da história é fascinante: os nomes nos livros da biblioteca, a estátua de um gato, um relógio que fala de um amor impossível. Esses pequenos detalhes acabam envolvendo a história com uma aura fantástica. Ela fala também de como precisamos nos esforçar para lapidar e polir a joia, a pedra bruta que trazemos dentro de nós, e que é necessário envolver seu tempo e seu coração nisso. E, finalmente, fala como um garoto foi importante para uma garota para que tudo isso acontecesse.
Kougami, você tem que deixar a Akane te pegar da próxima vez. <3 Cara, tem que ter uma terceira temporada e os dois TÊM que se envolver! Senti falta das reflexões filosóficas que permearam a primeira temporada. A segunda temporada também foi, nesse ponto, similar ao filme, ao se centrar mais na ação. Makishima, te amo para sempre, gostaria de ter visto mais dele na primeira temporada.
Que filme fraco! Esperava bem mais, saí decepcionada. Pelo material que eles tinham (personagens, o conceito do Esquadrão Suicida, trilha sonora) dava pra fazer um puta filme. Uma coisa que me incomodou muito foi o quão rapidamente eles viraram uma "família", "super amigos que vão morrer pelo outro". Para que esse tipo de sentimento surgisse, seria necessário muito mais tempo de convivência entre os personagens, outras missões... acho que eu esperava isso: várias missões em que eles agissem e fossem se conhecendo até que enfrentassem um inimigo maior no final. Mas não, foi tudo muito rápido. Além disso, logo vemos que de vilões mesmo eles tem bem pouco. Pegue qualquer um deles, que ao fim e ao cabo você encontrará apenas alguém que foi rejeitado pela sociedade, mas está cheio de sentimentos nobres. O grupo dos vilões mais temidos se revelam, na realidade, um bando de corações moles... obviamente, não estou dizendo que vilões não podem ter sentimentos, mas acho que isso tinha que ser trabalhado de maneira mais sutil e bem desenvolvida, que tornasse verossímeis as ações deles, tínhamos que ir descobrindo que eles não são "monstros" aos poucos... o filme tem momentos divertidos, mas sério cara, eles conseguiram destruir uma puta ideia, que tinha tudo para dar certo.
Muito bom, muito bonito! É impressionante como os filmes do Shinkai respiram um mesmo ar, evidentemente há em todos eles a recorrência de certos temas. Porém, não julgo que a essência temática da obra dele resida no "amor impossível/ difícil de ser realizado"; isso está sim presente, mas o que subjaz a este tema, e o percorre de forma visceral nas profundezas, é a ideia da solidão humana, de que estamos sozinhos, de que o passado é o espaço no qual se estabeleceu alguma conexão emocional profunda e genuína, mas ela foi perdida por algum motivo e agora nos encontramos perdidos no que restou do mundo, esvaziados por dentro e buscando desesperadamente fugir do deserto da existência. Os monólogos dos personagens nos fazem sentir a solidão deles como a nossa, e acaba acontecendo essa comunhão na solidão, por mais paradoxal que aparente ser...
Acho que o fato de terem revelado desde o início que os dois morreram diminuiu um pouco da carga emocional do filme pra mim. Nem conto isso como spoiler porque realmente é uma informação revelada logo no começo. Acho que pular os primeiros minutos me proporcionaria uma experiência muito mais intensa. Mas, sim, é um filme belo e triste.
nada se compara a ir ao Mundo Digital. Estar na cidade não tem a mesma graça, nem de longe. Sei que no final temos que nos acostumar com o fato de que não dá para repetir o que foi o primeiro Digimon... De qualquer maneira, acho que eles podiam ter bolado algo que envolvesse os Digiescolhidos voltando ao Mundo Digital.
É muito pouco episódio para a dimensão de Digimon, foram necessários 7 só para que eles se unissem... e agora restam apenas 4. Senti falta de ação, de perigos reais, enfim. Está sendo muito legal ver a série, dá uma nostalgia muito grande, mas penso que eles poderiam ter se esforçado para fazer algo melhor.
Um elogio às forças da natureza, cuja expressão máxima é a figura do Totoro. A chuva, o vento, o pôr-do-sol, o crescer de uma árvore, as doenças do corpo, a cura pelos alimentos, tudo isso tem sua poesia própria. É impressionante como o filme nos mostra com delicadeza certas miudezas: Satsuki se apoia nos joelhos para descansar, vê seus pés sujos, os sapatos incomodando e os tira; Mei no quintal catando sementes; a graça da relação do pai com as filhas, que em momento algum pôs em dúvida a existência de Totoro, e com sabedoria explica que nem sempre poderão vê-lo; Mei levando o milho à sua mãe, na certeza de que isso ajudaria na sua recuperação; Totoro, que até o final usou o guarda-chuva que Satsuki ofereceu; a alegria das meninas com as sementes de Totoro, o desespero delas com o estado da mãe... e, no fundo, a ideia de que todos fazemos parte da natureza, que ela nos envolve e nos perpassa, para quem estiver pronto para ver... E tudo isso é mostrado de forma tão graciosa, que terminamos de assistir desejando viver naquele lugar, perto dos espíritos da floresta e na casa muito bem assombrada!
Quando terminamos de assistir ao filme, parece que fica a questão: "Mas o que diabos faltava no Tom para que Summer não tivesse visto nele o 'cara certo'?". Enfim, o que deu errado? A questão, num primeiro momento, parece sombria. Mas acho que está claro, e a chave está no final do filme, que nos ajuda a compreender o todo:
Summer estava sentada lendo um livro ("O retrato de Dorian Gray") e um cara simplesmente chega e pergunta o que ela estava lendo. E daí ela soube que “era ele” (de um modo um tanto louco para nós). Ora, pensemos agora em todo o filme: Summer começa a falar com Tom perguntando o que ele estava ouvindo, se era The Smiths. Depois, no caminho para o casamento, ele está lendo um livro, e ela pergunta qual. Summer queria conhecer o Tom. Mas o Tom nunca conheceu a Summer. Ela era apenas a garota perfeita que compartilhava todos os gostos DELE. No final, era sempre ele que estava em jogo na relação. Ele nunca perguntou o que ela escutava, o que gostava de ler... Afinal, por que Summer trabalhava como assistente numa empresa de cartões? Quais eram suas verdadeiras aspirações? É surpreendente o fato de sabermos muito pouco sobre Summer, apesar dos 500 dias com ela! Ela mantém sempre uma aura misteriosa e distante. Outro ponto interessante é o fato dela estar lendo "O retrato de Dorian Gray" no final. Como sabemos, o livro de Oscar Wilde mostra um cara sempre belo e jovem, mas cuja alma estava destruída, mostrando a distância entre a aparência e a realidade. Summer encontrou o cara certo quando encontrou alguém que verdadeiramente queria enxergá-la, ver o que ela era, com suas qualidades e defeitos, e não do modo idealizado com que Tom a retratava. Lembremos também que, no início, Tom não estava nem aí pra ela. Ele só prestou atenção em Summer porque ela era também fã de The Smiths. Quando Tom conhece Autumn, ela menciona que já o tinha visto num certo local (que ambos adoravam, coincidentemente, ir), mas Tom nunca tinha prestado atenção nela antes. O amor romântico e idealizado de Tom era apenas uma máscara colocada em cada garota que ele encontrava, onde a perfeita tinha que refletir ele mesmo.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraAchei o filme muito bom, pois nos oferece várias reflexões e um novo olhar sobre essa condição. Amei as analogias bíblicas feitas e a capacidade de Joe de usar elementos presentes no próprio quarto de Saligman, ou em suas falas sobre temas tão variados, para falar de suas aventuras sexuais, o que apenas revela a extensão da sua mania.
Gostei bastante do discurso da Joe no encontro das ninfomaníacas, mas discordo de algumas coisas. Ela usa o discurso sobre machismo e com isso tenta mitigar a gravidade de algumas de suas ações, misturando-as com outras não censuráveis. Apesar de receber um julgamento moral diferente (que foi o que ela criticou) do que um homem receberia, ela é totalmente livre para ficar com quem quiser no trem, e é uma pena que algumas pessoas não enxerguem isso. Contudo, abandonar o filho em casa sozinho para fazer sexo na rua seria uma atitude reprovável tanto para um homem quanto para uma mulher, e por sorte a criança não morreu (tinha certeza de que a cena de "Anticristo" se repetiria, mas felizmente não aconteceu). O marido dela também foi culpado, na medida em que ao sair de casa também acabou abandonando o filho mesmo sabendo da condição da Joe. Além disso, ele depois coloca o filho para adoção. Em suma, ele também não tinha moral alguma para falar dela. Esse discurso do machismo que Joe fez é interessante para chamar a atenção sobre como as más ações do marido podem ter passado despercebidas por alguns na história, e para mostrar que seu comportamento não seria reprovado da mesma forma (ou em qualquer sentido), se fosse um homem. Porém, isso não altera o fato de que ela fez coisas reprováveis sim, sob uma perspectiva moral. Acho que seria mais honesto se ela olhasse isso de frente, eu sinceramente prefiro que ela olhe de frente e continue afirmando seu ser do que fazer um discurso frouxo como aquele que acaba obscurecendo pontos críticos na história. Ela usou um preconceito social (ou o machismo, como queira) como arma para se defender! Nesse sentido, se beneficiou dele, precisou dele, ao mesmo tempo em que paradoxalmente o condena.
Lars von Trier colocou em cena dois extremo opostos: um cara assexual e uma ninfomaníaca. O interessante é que no final nem o assexual conseguiu ficar imune ao discurso de Joe, e de amigo quis passar para amante, justamente quando Joe havia decidido renunciar ao sexo com todas as suas forças, e confirmando uma visão pessimista que Joe tem sobre os seres humanos. Talvez ele tenha ficado interessado justamente quando ela decidiu pelo caminho ascético. Aliás, essa decisão dela dá uma virada na história, pois no encontro das ninfomaníacas parecia que ela continuaria o caminho como pária. E, na verdade, continuou! Pois ao renunciar ao sexo ela abriu seu caminho como assassina. No entanto, mostrou que ela não consegue deixar de se avaliar moralmente. Ela se condena. Ela sente culpa. Talvez por isso a mudança tão drástica entre as atrizes. A atriz da juventude é a Igreja Oriental: ela vive na felicidade e no prazer. Agora, Charlotte Gainsbourg tem esse ar de pessoa miserável, dilacerada. A mudança entre as atrizes foi brusca e injustificável pela perspectiva temporal, só posso entender dessa forma. Mas Trier também tentou fazer isso com o marido? Por quê? Teve um propósito maior ou apenas foi um descuido muito mal feito da parte dele (não vamos esquecer da Joe criança, que não tem NADA A VER com as mulheres que aparecem depois - ela tem olhos azuis, cacete!)? Enfim, gostaria de achar que teve um propósito, mas mas acho que a mudança só seria realmente justificável com a Joe, não com ele.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraMuito cansativo. Muitas cenas de Madeleine, ora, andando, ora na igreja, ora caindo... ok, já entendemos a informação, poderiam ter encurtado isso. Aí, depois, com a cópia, mostra ela indo ao cabeleireiro, comprando roupa, indo jantar.........
Ai, cara...
Meu corpo caiu sim, de sono!
Brincadeira, dormi não. Mas, po...
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraEm primeiro lugar: filmaço.
Não acontecem muitas coisas no filmes (em termos de ação), mas ele é completamente envolvente, e aborda de forma diferente a temática tão recorrente da "invasão alienígena". Uma coisa que costuma me incomodar em filmes do gênero é como coisas completamente incríveis e inacreditáveis acontecem, distante do que qualquer um de nós poderia esperar experimentar, e os atores estão reagindo de forma bastante pobre, ora no estereótipo "ô, tô com medo pra caralho" ou simplesmente esbugalhando os olhos como se estivessem vendo o eclipse lunar.
Esqueça tudo isso em "A chegada". A pegada é coisa de outro mundo: o modo como a equipe toca na nave (?), toda a emoção de Amy Adams ao adentrar um ambiente totalmente novo e desconhecido, tudo isso te envolve e fascina de imediato. Você se envolve junto com eles, e realmente acredita que eles estão diante de algo que não é nada familiar, algo que nunca julgaram imaginável.
A comunicação é um ponto central do filme, também nunca abordado dessa maneira anteriormente: todas as sutilezas da linguagem, coisas que julgamos naturais e simples ao entrar em contato com o outro se desnaturalizam, e vemos como em tudo subjaz uma estrutura complexa e difícil, e como aprender uma língua diferente é entrar em contato com uma outra forma de ver o mundo. Aqui tocamos num tema essencial para a compreensão do filme: uma língua nos abre para uma determinada experiência com o mundo e nos convida a ter uma outra visão de mundo sobre as coisas.
No entanto, poderíamos questionar o encaminhamento do filme, pois podemos aprender novas formas de nos relacionarmos com o tempo, mas é difícil engolir que ao aprendermos um idioma poderíamos passar a PERCEBER o tempo de forma totalmente diferente. Afinal, em que se sustenta a diferença de percepção dos heptapods com relação aos humanos? A MINHA resposta seria: a base deve ser biológica. Outros seres (de constituição diferente da nossa) podem ter outras formas de experimentar o tempo. Podemos ENTENDER que a percepção temporal deles é outra, mas daí dizer que passaremos a ter a mesma experiência deles? Contudo, de qualquer maneira, a ideia por si só, tal como apresentada no filme, é inegavelmente fascinante, e não usaria isso para diminuir minha apreciação do filme simplesmente porque julgo impossível ou incompreensível. Na realidade, isso aumenta minha apreciação do mesmo. :)
E com relação à questão de mudar o futuro, não acho que o filme apresenta a ideia de "predestinação": entendi como um "se as coisas andarem nesse rumo, X vai acontecer", e não como um "X vai acontecer de qualquer forma". Tanto é que Amy Adams poderia NÃO ter ligado para o presidente, e curiosamente, ela só o faz porque tem a visão do futuro. Ela decide ter a filha e se casar mesmo sabendo tudo o que ocorreria. Mas NÃO está claro que ela fará tudo igual. Em um momento ela diz: "descobri porque meu marido se separou de mim". Isso é muito interessante, pois ela ainda não tem o marido, e quando ela fala no passado "descobri porque ele se separou de mim" ela fala como se já estivesse separada e entendendo porque ele decidiu se afastar. Ora, o eu do PASSADO deu uma nova informação ao eu do FUTURO, e ela terá a possibilidade de não fazer aquilo que acarretou a separação. E o que acarretou a separação? O filme não deixa claro, mas, na MINHA opinião, ele se separa pois ela lhe diz que já sabia tudo o que aconteceria com a filha, e ele não consegue entender porque mesmo assim ela decide não mudar o futuro, mesmo ele trazendo dor. Mas acredito que Amy, com as lembranças FUTURAS da filha, tenha percebido que ao lado da dor havia alegrias, o prazer de ter visto aquela menina vir ao mundo, e que seria muito injusto lhe negar isso, apesar do final doloroso.
Cara, esse filme é sensacional.
Um Crime Americano
4.0 989 Assista AgoraJá tinha assistido a um filme mais antigo baseado nesse caso. Não terminei de assistir a esse. São os filmes mais pesados que já vi, que geram uma revolta incalculável dentro do gente.
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraGente, esse filme... eu adoro a história, os personagens e o modo como eles vão se envolvendo. Sempre há uma distância entre eles, uma resistência aos sentimentos, bem diferente de como os relacionamentos acontecem ou são retratados hoje em dia, em que rapidamente vemos cenas de intimidade entre casais românticos, mas são cenas vazias. Neste filme, cada olhar, cada gesto possui um significado profundo. É um filme que nem todo mundo vai conseguir apreciar, pois o desenvolvimento é lento, mas é justamente isso que eu gosto nele: acho que o amor tem um tempo adequado para surgir e se maturar, e há que respeitar esse tempo. É por isso que essa é a única história de amor em filme que eu acho verdadeiramente encantadora.
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KMuito ruim! Fiquei com tanta raiva que não terminei de assistir. Odeio filmes em que os personagens começam a fazer coisas BURRAS e totalmente idiotas só para a história continuar se enrolando. Não sei como essa porcaria de filme ficou com essa nota (3.5) aqui.
Eu comecei a ficar com raiva mesmo quando a garota consegue pegar a arma do assassino. Ela estava no telhado, com a arma e visivelmente estava em vantagem. Ele (também fazendo algo estúpido) começa a subir para alcançar o telhado. Ela podia muito bem ter atirado nele com a arma (um arco e flecha) ou, se não soubesse/não conseguisse usá-la naquele momento, enfiado a lança nele. Mas não, ela corre para dentro da casa e fecha a janela. Ok, como se não fosse o suficiente ele fica ali parado olhando para ela pela janela, ela fica com o arco e flecha carregado e apontando para ele, MAS NÃO FAZ NADA.
Caralho: o cara matou a sua amiga a sangue-frio, deixou todas as evidências possíveis de que VAI TE MATAR, ele faz tortura psicológica com você e NÃO TEM NINGUÉM POR PERTO PARA TE AJUDAR. E você realmente NÃO VAI MATAR O CARA? Sefudê.
Depois aparece o marido da amiga morta. A cena foi tão ridícula, e me irritou tanto, que realmente naquele ponto decidi que já tinha visto o suficiente.
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraNão entendi a nota. O filme é MUITO bom mesmo! Comecei a assistir só para passar o tempo e me surpreendi totalmente! Um filme inteligente e com ótimos momentos de terror.
Crianças Lobo
4.4 339Uau. A sinopse não te preparará para esse filme. Não senti o tempo passar. Impossível não se identificar, envolver e cativar com os personagens. Nunca vou deixar de me impressionar com a capacidade que os japoneses têm de tornar belo algo extremamente simples, inicialmente parece até uma ideia meio boba - uma mulher que se apaixona por um lobisomem. Fiquei um pouco triste com algumas coisas...
... sei que cada um teria que seguir seu rumo, mas a sensação que tive foi que eles nunca mais se reencontrariam. Achei que eles podiam ter mostrado que, mesmo cada um seguindo seu caminho, eles ainda eram uma família, podiam se ver ainda. Deu uma sensação de solidão no fim, que contrastou um pouco com as belas cenas daquela família feliz que vimos no desenvolvimento da história.
A cena que mais me emocionou foi quando eles perceberam que a neve cobria tudo e saíram correndo pela floresta, os três começaram a descer uma encosta e se jogaram no chão rindo. Que cena linda!
A Yuki quando criança era simplesmente contagiante, fiquei um pouco triste também de perceber o quanto ela mudou e se afastou disso para se adequar ao mundo humano.
Cada um tomou um rumo bem diferente: parece que Ame não pretende voltar ao mundo humano e parece que Yuki não pretende voltar a ser loba de novo. E isso (também) foi triste, eles têm uma natureza dupla, são humanos e lobos ao mesmo tempo, achei que de alguma maneira eles entenderiam que poderiam conviver e lidar com essa dupla natureza, ainda que Ame decidisse viver predominantemente como lobo e Yuki como humana.
Mas, mesmo assim, é lindo.
Guerras de Verão
4.0 104 Assista AgoraHahaha, que desenho maneiro! Muito bom! No início estava achando chato. Mas o desenvolvimento foi totalmente surpreendente, foi muito contagiante ver a união de todos e Kenji mostrando ser um cara e tanto! E aquela avó!
Contudo, achei estranho SÓ eles terem realmente se mobilizado para acabar com o invasor (cadê todos os governos do mundo nessa história?), dada a proporção da coisa, pensei que veria mais mobilização internacional nesse sentido... o mundo em jogo e apenas a família Shinohara para salvar geral? Tudo bem que foi o Wabisuke responsável e ele estava ali no meio, mas mesmo assim achei que foi um ponto falho na história.
"Nós não podemos lutar só porque parece que vamos vencer, e correr apenas porque parece que vamos perder."
Piano no Mori
4.2 23A diferença entre o talento e a disciplina, entre a espontaneidade e a educação, entre a genialidade e o esforço. Dois garotos com disposições de espírito inteiramente diversas e de condições sociais tão díspares percorrendo seus caminhos no mundo da música. O filme mostrou a força da amizade inabalável deles, e como ambos, apesar de excelentes, experimentam de maneira diferente a música. Kai vê a música como paixão e diversão; para Shuuhei, ela é seu destino e seu ofício. Kai tem que aprender que é necessário disciplina, estudo e esforço para se tornar um músico e Shuuhei tem que aprender a se entregar e a se apaixonar pela música, para poder oferecer ao mundo algo novo, que só ele pode conceder. Isso se aplica a cada um de nós: não basta talento sem dedicação, como também não basta o estudo e a aplicação sem real paixão, ambos se completam. Gostei muito quando o filme se encaminhava para o final, e Shuuhei também ensina algo valioso a Kai: você não merece participar de uma competição se não está disposto a dar tudo de si, a oferecer o seu máximo, e é a partir do desafio real que se instaura que cada um deles pôde ir além, transcender, ao seu próprio modo.
Adorei a aparição dos "fantasmas" sensacional, tiveram uma sacada ótima. Achei a entrada da Takako no final muito boa, ela nos deu momentos engraçados e mostrou a importância de confiar em si mesmo, de encontrar seu ponto de equilíbrio e não desistir de lutar.
A história me prendeu bastante, na hora da competição eu fiquei super nervosa, parecia que estava acompanhando uma competição real, ao vivo!!!
Achei o final perfeito: Kai é espírito livre, é um gênio, ele não precisa seguir Mozart, ele era muito maior do que a competição - e não pôde ser avaliado por meio dela, pois não há parâmetros prévios para medi-lo; ele é quem instaura parâmetros novos. Shuuhei foi excelente, tocou Mozart com primor e mereceu sua posição. Kai não passou na competição mas vai ganhar o mundo; Shuuhei passou, certamente será um músico excelente, mas não será nunca um Kai (e nem deveria ser seu objetivo se tornar um, mas deve ser, sim, encontrar uma ligação própria com a música sem precisar se comparar a ninguém).
Eu fiquei até o final da história morrendo de medo que acontecesse algo de ruim com o Kai, nossa...
Enfim, um filme muito bom, trazendo na simplicidade da sua história belos ensinamentos e valores.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraO filme não me cativou. Eu achei o início promissor, mas pensei que seria uma história mais simples e mágica, que me lembraria uma lenda japonesa antiga... mas ela foi até bem moderna e complexa, envolvendo o Império e o interesse "expansionista" de uma vila liderada por uma mulher ambiciosa que, sem embargo, destruía aos poucos a floresta; ao mesmo tempo, tentaram conciliar isso com os espíritos da floresta, deuses, animais e maldições. Acho que a história acabou ficando fraca e confusa, e eu digo o porquê:
Achei Ashitaka fraco, um cara que não soube se posicionar bem diante de um conflito iminente, ajudando a manter uma dicotomia tola entre mundo humano x mundo natural, que persistiu até a conclusão da trama (afinal, ele, como "humano", decidiu ficar na tribo apesar de tudo que fizeram, e Mononoke, a que "odeia os humanos", ficou na floresta com os animais). Ele ficou sem dizer a que veio do início ao fim. Mononoke é uma personagem mais forte, mas achei ela bem planificada, ela não se desenvolve nem muda a história inteira (assim como Ashitaka, na realidade).
A própria forma pela qual o conflito se desenrolou entre os animais da floresta e a vila foi ridícula. Na verdade, foi a revolta dos javalis, na qual alguns lobos só entraram por causa da Mononoke, que decidiu ajudá-los (ou seja, ela não está liderando nada, como a sinopse dá a entender). Inclusive, até os javalis sabiam que uma armadilha estava sendo tramada para eles, mas mesmo assim decidiram atacar naquele momento sem nenhuma razão plausível. E na floresta só tinham javalis, macacos e lobos? E os macacos, para onde foram no meio da luta, eles que estavam doidos para ir atrás dos humanos? Não houve unificação alguma entre os animais, o conflito se desdobrou se maneira muito pobre para as proporções que a história queria dar. E o que aconteceu com o Shishi-gami? Ficou bem confuso. Ele perdeu a cabeça (literalmente), seu corpo começou a destruir a floresta atrás da cabeça, recuperou a cabeça, "morreu" (?), e a floresta voltou a ser o que era (?), mas na verdade ele não morreu, pois como Ashitaka disse, ele não poderia morrer sendo um deus. Peraí, mas se ele é o deus da floresta e pode revitalizá-la sempre, então qual foi o sentido de todo o terrível conflito desde o início? E ele precisava daquela droga de cabeça para quê? Para não morrer? Então por que ele tombou no final? Afinal, ele morreu ou não? CARALHO, é tão confuso que minha cabeça está em curto-circuito.
Eboshi, do nada, só por ter sido salva pelos lobos, se tornou a boa moça que não queria mais explorar a floresta (?). E os interesses do Imperador? Ele iria mesmo desistir da floresta? Óbvio que não. A floresta está fadada à destruição, o filme só acabou antes que isso acontecesse. Pois se trata do caminho inescapável da miséria a que chamamos de "civilização". O final do filme é ingênuo como um conto infantil, apesar da história se distanciar bastante disso. Terminou como se todos os conflitos tivessem sido resolvidos, sendo que absolutamente nada foi resolvido.
Além disso, os personagens não eram envolventes, não consegui gostar muito de nenhum deles (tá, no iniciozinho eu estava gostando do Ashitaka, mas só ali). Ficaria feliz, sinceramente, se alguém aqui pudesse responder as questões que coloquei, porque fico com essa sensação de decepção e fico me perguntando se só eu não entendi alguma coisa.
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraQue surpresa incrível. O poster e a sinopse não fazem jus à história. Ela fala, fundamentalmente, sobre seguir os seus sonhos e descobrir o seu verdadeiro caminho, e como é preciso coragem para segui-lo, aceitando os riscos que ele traz. E mostra como os encontros são importantes para isso: encontros ocasionais e fortuitos (o gato, a loja, um livro esquecido) que nos levam a direções diferentes do esperado, e como coisas mágicas podem se desdobrar a partir das coisas mais simples. A delicadeza da história é fascinante: os nomes nos livros da biblioteca, a estátua de um gato, um relógio que fala de um amor impossível. Esses pequenos detalhes acabam envolvendo a história com uma aura fantástica. Ela fala também de como precisamos nos esforçar para lapidar e polir a joia, a pedra bruta que trazemos dentro de nós, e que é necessário envolver seu tempo e seu coração nisso. E, finalmente, fala como um garoto foi importante para uma garota para que tudo isso acontecesse.
Senhores do Crime
3.9 446 Assista AgoraMas que música, hein?
https://www.youtube.com/watch?v=aSEE3xCOuys
Psycho-Pass Movie
3.6 15Kougami, você tem que deixar a Akane te pegar da próxima vez. <3 Cara, tem que ter uma terceira temporada e os dois TÊM que se envolver!
Senti falta das reflexões filosóficas que permearam a primeira temporada. A segunda temporada também foi, nesse ponto, similar ao filme, ao se centrar mais na ação.
Makishima, te amo para sempre, gostaria de ter visto mais dele na primeira temporada.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraSAI DAÍ BEN AFFLECK!
Produção, chama o Christian Bale, pelamor!
O Ben Affleck fica com cara de ursinho mesmo vestido como herói.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraQue filme fraco! Esperava bem mais, saí decepcionada. Pelo material que eles tinham (personagens, o conceito do Esquadrão Suicida, trilha sonora) dava pra fazer um puta filme. Uma coisa que me incomodou muito foi o quão rapidamente eles viraram uma "família", "super amigos que vão morrer pelo outro". Para que esse tipo de sentimento surgisse, seria necessário muito mais tempo de convivência entre os personagens, outras missões... acho que eu esperava isso: várias missões em que eles agissem e fossem se conhecendo até que enfrentassem um inimigo maior no final. Mas não, foi tudo muito rápido. Além disso, logo vemos que de vilões mesmo eles tem bem pouco. Pegue qualquer um deles, que ao fim e ao cabo você encontrará apenas alguém que foi rejeitado pela sociedade, mas está cheio de sentimentos nobres. O grupo dos vilões mais temidos se revelam, na realidade, um bando de corações moles... obviamente, não estou dizendo que vilões não podem ter sentimentos, mas acho que isso tinha que ser trabalhado de maneira mais sutil e bem desenvolvida, que tornasse verossímeis as ações deles, tínhamos que ir descobrindo que eles não são "monstros" aos poucos... o filme tem momentos divertidos, mas sério cara, eles conseguiram destruir uma puta ideia, que tinha tudo para dar certo.
O Lugar Prometido em Nossa Juventude
3.5 46Muito bom, muito bonito! É impressionante como os filmes do Shinkai respiram um mesmo ar, evidentemente há em todos eles a recorrência de certos temas. Porém, não julgo que a essência temática da obra dele resida no "amor impossível/ difícil de ser realizado"; isso está sim presente, mas o que subjaz a este tema, e o percorre de forma visceral nas profundezas, é a ideia da solidão humana, de que estamos sozinhos, de que o passado é o espaço no qual se estabeleceu alguma conexão emocional profunda e genuína, mas ela foi perdida por algum motivo e agora nos encontramos perdidos no que restou do mundo, esvaziados por dentro e buscando desesperadamente fugir do deserto da existência. Os monólogos dos personagens nos fazem sentir a solidão deles como a nossa, e acaba acontecendo essa comunhão na solidão, por mais paradoxal que aparente ser...
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KAcho que o fato de terem revelado desde o início que os dois morreram diminuiu um pouco da carga emocional do filme pra mim. Nem conto isso como spoiler porque realmente é uma informação revelada logo no começo. Acho que pular os primeiros minutos me proporcionaria uma experiência muito mais intensa. Mas, sim, é um filme belo e triste.
A Lenda de Tarzan
3.1 793 Assista AgoraAlexander Skarsgård... Alexander Skarsgård... Alexander Skarsgård...
Digimon Adventure tri. - Parte 2: Determinação
4.1 27O último episódio foi muito bom, acho que a Parte III promete... agora,
nada se compara a ir ao Mundo Digital. Estar na cidade não tem a mesma graça, nem de longe. Sei que no final temos que nos acostumar com o fato de que não dá para repetir o que foi o primeiro Digimon... De qualquer maneira, acho que eles podiam ter bolado algo que envolvesse os Digiescolhidos voltando ao Mundo Digital.
É muito pouco episódio para a dimensão de Digimon, foram necessários 7 só para que eles se unissem... e agora restam apenas 4. Senti falta de ação, de perigos reais, enfim. Está sendo muito legal ver a série, dá uma nostalgia muito grande, mas penso que eles poderiam ter se esforçado para fazer algo melhor.
Caça-Fantasmas
3.2 1,3K Assista AgoraMuito, muito fraco. Não foi divertido nem foi envolvente, mas adorei ver o Chris Hemsworth. ;)
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraCom sua simplicidade, o filme possui uma beleza ímpar:
Um elogio às forças da natureza, cuja expressão máxima é a figura do Totoro. A chuva, o vento, o pôr-do-sol, o crescer de uma árvore, as doenças do corpo, a cura pelos alimentos, tudo isso tem sua poesia própria. É impressionante como o filme nos mostra com delicadeza certas miudezas: Satsuki se apoia nos joelhos para descansar, vê seus pés sujos, os sapatos incomodando e os tira; Mei no quintal catando sementes; a graça da relação do pai com as filhas, que em momento algum pôs em dúvida a existência de Totoro, e com sabedoria explica que nem sempre poderão vê-lo; Mei levando o milho à sua mãe, na certeza de que isso ajudaria na sua recuperação; Totoro, que até o final usou o guarda-chuva que Satsuki ofereceu; a alegria das meninas com as sementes de Totoro, o desespero delas com o estado da mãe... e, no fundo, a ideia de que todos fazemos parte da natureza, que ela nos envolve e nos perpassa, para quem estiver pronto para ver... E tudo isso é mostrado de forma tão graciosa, que terminamos de assistir desejando viver naquele lugar, perto dos espíritos da floresta e na casa muito bem assombrada!
Muito belo!
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraQuando terminamos de assistir ao filme, parece que fica a questão: "Mas o que diabos faltava no Tom para que Summer não tivesse visto nele o 'cara certo'?". Enfim, o que deu errado? A questão, num primeiro momento, parece sombria. Mas acho que está claro, e a chave está no final do filme, que nos ajuda a compreender o todo:
Summer estava sentada lendo um livro ("O retrato de Dorian Gray") e um cara simplesmente chega e pergunta o que ela estava lendo. E daí ela soube que “era ele” (de um modo um tanto louco para nós). Ora, pensemos agora em todo o filme: Summer começa a falar com Tom perguntando o que ele estava ouvindo, se era The Smiths. Depois, no caminho para o casamento, ele está lendo um livro, e ela pergunta qual. Summer queria conhecer o Tom. Mas o Tom nunca conheceu a Summer. Ela era apenas a garota perfeita que compartilhava todos os gostos DELE. No final, era sempre ele que estava em jogo na relação. Ele nunca perguntou o que ela escutava, o que gostava de ler... Afinal, por que Summer trabalhava como assistente numa empresa de cartões? Quais eram suas verdadeiras aspirações? É surpreendente o fato de sabermos muito pouco sobre Summer, apesar dos 500 dias com ela! Ela mantém sempre uma aura misteriosa e distante. Outro ponto interessante é o fato dela estar lendo "O retrato de Dorian Gray" no final. Como sabemos, o livro de Oscar Wilde mostra um cara sempre belo e jovem, mas cuja alma estava destruída, mostrando a distância entre a aparência e a realidade. Summer encontrou o cara certo quando encontrou alguém que verdadeiramente queria enxergá-la, ver o que ela era, com suas qualidades e defeitos, e não do modo idealizado com que Tom a retratava. Lembremos também que, no início, Tom não estava nem aí pra ela. Ele só prestou atenção em Summer porque ela era também fã de The Smiths. Quando Tom conhece Autumn, ela menciona que já o tinha visto num certo local (que ambos adoravam, coincidentemente, ir), mas Tom nunca tinha prestado atenção nela antes. O amor romântico e idealizado de Tom era apenas uma máscara colocada em cada garota que ele encontrava, onde a perfeita tinha que refletir ele mesmo.