Sobre o tão criticado final: Uma sacada muito boa! É pura ironia. Uma critica social com relação a toda hipocrisia que há nos casamentos, onde as pessoas traem-se e humilham-se, mas continuam juntas por conta de idealismos, mantendo as aparências.
Resumindo este filme em uma única frase: O tempo não cura tudo.
Primoroso casamento entre cinema e psicanálise! É doloroso constatar o quanto os fatos inconscientes influenciam na direção do nosso comportamento e na orientação de nossas ações, como a auto destruição do Neil e a reclusão do Brian. A memória é falha e o que tomamos por real corresponde a uma interpretação dentre várias possíveis. Ainda mais dolorosa é sensação de que, em alguns aspectos, estamos desarmados frente a nossa própria vida. Como superar acontecimentos do passado que condicionaram a construção do nosso Eu? A angústia provocada por essa indagação é expressa com maestria no monólogo da sequencia final:
"Gostaria que houvesse uma maneira de voltarmos ao passado para mudá-lo, mas não havia, e não havia nada que pudéssemos fazer a esse respeito... Por isso, fiquei calado e tentei dizer-lhe telepaticamente o quanto eu estava arrependido com tudo que tinha acontecido. Quando eu penso em toda a dor, tristeza e sofrimento que existe no mundo, me dá vontade de fugir. Gostaria com toda sinceridade que pudéssemos deixar esse mundo para trás, nos levantássemos como dois anjos no meio da noite e como num passe de mágica desaparecêssemos. "
Ps: Estou aos prantos. É a primeira vez que assisto e tenho plena consciência de que preciso revê-lo.
Nesta obra prima do Jonas Mekas a impressão que se tem é de que cada diálogo foi pensado meticulosamente para impactar o espectador, ecoar no âmago. É de fato um poema fílmico como já é preanunciado no início. Ainda que se passe no contexto de guerra e cinco décadas atrás, a negatividade acerca de questões da existência são atemporais e imutáveis. Numa sociedade contemporânea bombardeada pela indústria do lazer e aversão à tristeza, joga-nos contra nós mesmos: Porque uma pessoa se suicidaria nos dias de hoje?
− A vida em si é beleza e verdade, Frances. − A vida é só uma agitação diária, a agitação de um dia. É só um monte de trivialidades. O que você aprende com isso? − Mas você deveria aprender. As pessoas pequenas não aprendem com a agitação diária, com o trabalho inútil e assim por diante, mas pessoas como você e eu deveriam aprender com tudo que acontece. − Por que eu deveria aprender a viver sofrendo? − Você sofre o tempo todo? Por que você sempre pensa em sofrimento, Frances? Você nunca fica feliz? Responda. Você nunca, nunca fica feliz ao menos uma vez a cada três meses? Um dia a cada três meses, é para isso que vivemos. Simplesmente viva, esqueça o resto. Viva, relaxe, como se diz. Não se preocupe, querida, apenas viva...
− Eu já te disse que o lugar é limpo, é bom. O que é que tu quer de melhor? − É bom? Esse lugar limpo? Escroto ai! Pra caralho! Eu não vou descer dessa porra não! − Tu não quer te virar? Tu não é malandra? Desse de uma vez, mulher! Desce, vamo! − Tá bom, porra! Soca esse carro no cú!
Além do caráter cômico capaz de fazer todos gargalharem, esse diálogo alfineta o estereótipo do típico malandro brasileiro, que em meio a tantos percalços vai tentando se dar bem... A escolha de um elenco que em sua maioria é constituído por "não atores", bem como alguns momentos de rompimento na diegese fílmica ao se olhar para a câmera, foram puramente intencionais, uma vez que reforçam o ter documental, característica de maior importância neste filme.
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 264 Assista Agora— Distinto, aquele cigarrinho?!
— Folgado, han?!
— Que falta de socialismo! Por isso que esse Brasil não vai pra frente!
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraSobre o tão criticado final: Uma sacada muito boa! É pura ironia. Uma critica social com relação a toda hipocrisia que há nos casamentos, onde as pessoas traem-se e humilham-se, mas continuam juntas por conta de idealismos, mantendo as aparências.
Mistérios da Carne
4.1 975Resumindo este filme em uma única frase: O tempo não cura tudo.
Primoroso casamento entre cinema e psicanálise! É doloroso constatar o quanto os fatos inconscientes influenciam na direção do nosso comportamento e na orientação de nossas ações, como a auto destruição do Neil e a reclusão do Brian. A memória é falha e o que tomamos por real corresponde a uma interpretação dentre várias possíveis. Ainda mais dolorosa é sensação de que, em alguns aspectos, estamos desarmados frente a nossa própria vida. Como superar acontecimentos do passado que condicionaram a construção do nosso Eu? A angústia provocada por essa indagação é expressa com maestria no monólogo da sequencia final:
"Gostaria que houvesse uma maneira de voltarmos ao passado para mudá-lo, mas não havia, e não havia nada que pudéssemos fazer a esse respeito... Por isso, fiquei calado e tentei dizer-lhe telepaticamente o quanto eu estava arrependido com tudo que tinha acontecido. Quando eu penso em toda a dor, tristeza e sofrimento que existe no mundo, me dá vontade de fugir. Gostaria com toda sinceridade que pudéssemos deixar esse mundo para trás, nos levantássemos como dois anjos no meio da noite e como num passe de mágica desaparecêssemos. "
Ps: Estou aos prantos. É a primeira vez que assisto e tenho plena consciência de que preciso revê-lo.
Maria Candelaria
3.3 5Y a mucha honra, PAM-PAM-PAM, María la del barrio soy
As Armas das Árvores
4.2 17Nesta obra prima do Jonas Mekas a impressão que se tem é de que cada diálogo foi pensado meticulosamente para impactar o espectador, ecoar no âmago. É de fato um poema fílmico como já é preanunciado no início. Ainda que se passe no contexto de guerra e cinco décadas atrás, a negatividade acerca de questões da existência são atemporais e imutáveis. Numa sociedade contemporânea bombardeada pela indústria do lazer e aversão à tristeza, joga-nos contra nós mesmos: Porque uma pessoa se suicidaria nos dias de hoje?
− A vida em si é beleza e verdade, Frances.
− A vida é só uma agitação diária, a agitação de um dia. É só um monte de trivialidades. O que você aprende com isso?
− Mas você deveria aprender. As pessoas pequenas não aprendem com a agitação diária, com o trabalho inútil e assim por diante, mas pessoas como você e eu deveriam aprender com tudo que acontece.
− Por que eu deveria aprender a viver sofrendo?
− Você sofre o tempo todo? Por que você sempre pensa em sofrimento, Frances? Você nunca fica feliz? Responda. Você nunca, nunca fica feliz ao menos uma vez a cada três meses? Um dia a cada três meses, é para isso que vivemos. Simplesmente viva, esqueça o resto. Viva, relaxe, como se diz. Não se preocupe, querida, apenas viva...
A Gangue
3.8 134Um filme que de tão cru e brutal fez todos saírem mudos da sessão.
Iracema - Uma Transa Amazônica
3.9 73− Eu já te disse que o lugar é limpo, é bom. O que é que tu quer de melhor?
− É bom? Esse lugar limpo? Escroto ai! Pra caralho! Eu não vou descer dessa porra não!
− Tu não quer te virar? Tu não é malandra? Desse de uma vez, mulher! Desce, vamo!
− Tá bom, porra! Soca esse carro no cú!
Além do caráter cômico capaz de fazer todos gargalharem, esse diálogo alfineta o estereótipo do típico malandro brasileiro, que em meio a tantos percalços vai tentando se dar bem... A escolha de um elenco que em sua maioria é constituído por "não atores", bem como alguns momentos de rompimento na diegese fílmica ao se olhar para a câmera, foram puramente intencionais, uma vez que reforçam o ter documental, característica de maior importância neste filme.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista Agora"As ruas estão cheias de drogas para infelizes ou doentes"
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2.9 3,0K Assista AgoraBruna Surfistinha > Jovem e bela