Thriller emocionante, Forbrydelsen começa tranquilo, sobe uma nota de tensão e não para mais de subir. É uma das poucas séries que me deixam literalmente no limite da tensão, contorcendo os dedos e com dor de barriga. A trama é muito ágil, construida de forma inteligente e intrincada, você não pode perder nenhuma fala, nenhum gesto. Eu tenho medo até de piscar. Todo o clima dinamarquês adere um charme a mais e isso não pode ser citado como qualidade, já que tal poder só funciona pros estrangeiros. Ainda assim eu cito, já que pode ser um incentivo pra quem quer começar a assistir. A atuação de Sofie Gråbøl continua intensa, os novos personagens são carismáticos e interessantes, destaque pro Ministro da Justiça interpretado por Nicolas Bro. O final é excitante e você fica satisfeito em todos os sentidos quando a trama se conclui. Sensação boa que só dá quando você termina de presenciar uma obra desse calibre.
Sou fã de Russel T. Davies por causa de Doctor Who e assistir seus trabalhos prévios é obrigação. Queer as Folk causou polêmica, marcou por diversos motivos e deu fama a seu criador. E tudo isso é merecido. Eu sempre olhei a versão americana, obviamente mais conhecida por aqui, por seu ar exagerado, gays estereotipados e um universo não condizente com a realidade. Um universo em que todo mundo é gay. A versão britânica não está preocupada em retratar o mundo gay, como se fosse um documentário. Russel T. Davies quer contar uma história humana, quer contar um pedaço da vida daquelas pessoas, desenvolver suas interações. E calha que eles gays. Acho que mais e mais precisamos seguir esse exemplo na mídia, não retratar a homossexualidade como se ela fosse a principal razão de ser de uma pessoa. A trama de um gay na mídia sempre é o fato de que ele é gay. Queer as Folk retrata a vida agitada, as boates e outros elementos comuns ao cenário gay, mas o foco principal é o amor não correspondido. Stuart poderia muito bem ser o tipo mulherengo hétero e passar a mesma idéia vazia e desesperada do personagem, mas escolheram inseri-lo no mundo gay e isso dá um valor interessante pra essa produção. A trama é sexy, impactante, desafiadora, não tem medo de falar ou mostrar praticamente nada. Aidan Gillen foi uma surpresa pra mim, o conheço apenas de Game of Thrones e vê-lo nesse personagem foi muito interessante. Seu Stuart é intenso, passa verdade em cada gesto, em cada olhar. Muito expressivo, ele consegue mostrar a intenção falsa do personagem em seus maneirismos, enquanto denuncia as verdadeiras motivações de sua alma. Nathan aqui tem só 15 anos e o ator parece mesmo bem novo, o que causa polêmica, você jamais veria isso na versão americana (em que o carinha é mais velho) e por isso mesmo passa uma verdade muito maior. Esse tipo de coisa acontece e o personagem é feito de forma corajosa. A única coisa ruim é que durou pouco. O final é abstrato demais pra uma série dramática pé-no-chão, além de ser corrido. Eu queria ter visto pelo menos uma segunda temporada maior que construísse melhor uma despedida apropriada. Mas não tira o brilho da série como um todo.
Tem como dar 1000 estrelas não? Surpresa da temporada, essa série chegou de mansinho e se mostrou a melhor estréia do ano, e com certeza manterá esse título quando 2014 chegar. Thriller emocionante, com toques de sci-fi, comentário social e personagens envolventes, encabeçados pelo talento absurdo e insano de Tatiana Maslany. Ela consegue criar tipos que são totalmente diferentes entre si, ainda que suas características sejam sutis. Não se trata da velha rotina da irmã boa e irmã má. Aqui temos diversos seres humanos tridimensionais e o trabalho composto pela atriz é exemplar. Ela muda maneirismos, ela muda sotaque, consegue cativar só por esse detalhe. A trama nem precisaria ser tão inteligente e sofisticada assim, mas os roteiristas não dormem no ponto. A trama escala de forma sólida e excitante, dez episódios que satisfazem todos os seus sentidos. Ansioso pelo próximo ano, espero que mantenham a qualidade, já que é uma trama bem fechada e que depende muito do elemento surpresa. Agora que já sabemos tanto a respeito das conspirações, os criadores terão uma puta tarefa na hora de fazer algo ainda melhor.
Síndrome de Estocolmo. É o que uso pra classificar meus sentimentos para com essa série. Não há outra explicação para uma série tão idiota me agradar tanto. Semana após semana eu acompanhei essa saga, mesmo que seja cada vez mais difícil defendê-la, com seu plot cheio de furos e sua trama principal questionável. No começo eu estava curioso. É criada por Eric Kripke, criador e showrunner de Supernatural, durante a fase que mais me agradou, as cinco primeiras temporadas. Tem JJ Abrams na produção, ainda que isso não signifique absolutamente nada, já que o cara hoje em dia não fornece mais input criativo pras séries que produz. E o piloto foi dirigido por Jon Favreau. Um time de pesos pesados, por trás de uma superprodução pós-apocaliptica. O que poderia dar errado? Bem, pra começar, o climão Jogos Vorazes no início da série. Jovens lindos, uma menina de arco e flecha num mundo hostil. Eu chamo ela de Katniss até hoje. Só uma impressão de começo, por si só não atrapalharia muito, mas a trama é muito inconsistente. Pq o mundo acabou tanto assim, só pq ficamos 15 anos sem energia? Acho que todo o caos foi meio desnecessário e exagerado. O mundo acaba ficando mais retrógrado do que era quando não existia eletricidade. Temos então a coisa toda dos pingentes que produzem energia. Ou então anulam o que está bloqueando a energia. E coisas voltam a funcionar do nada, como se não estivessem paradas há 15 anos. Conceito meio infantil, que não sobrevive nem a uma análise superficial. No final por exemplo, quando a energia volta, todas as luzes se acendem. Mas espera: quem envia a luz pras casas? São companhias elétricas. Mas ninguém trabalha nelas e elas n funcionam ha 15 anos! Então como diabos assim que os nano-robôs são desativados, as lâmpadas se acendem? De onde vêm aquela luz? Sem contar que, se era tão fácil assim pra eles atravessar pra outro estado, pq tanta gente sofre na mão do Monroe? Só pula a cerca. Eles tem navios ali do lado, sendo que uma personagem já tinha morrido, infeliz, por não poder ir pra Inglaterra, justamente por causa da falta de navios. Enfim, são 20 e poucos episódios e são muitos buracos, esses foram só alguns que consigo lembrar. Mas ainda assim eu fiquei vendo até o final e é pq a série não é muito boa em arrumar motivos, mas ela é muito boa na execução do que acontece no presente. A fotografia é linda e vibrante, os cenários são sofisticados, as paisagens de tirar o fôlego. As cenas de ação são emocionantes, muito bem realizadas, uma aula de como fazer isso bem. Alguns personagens são interessantes, gosto do Monroe, do bromance dele com o Miles, acho uma interação inusitada e intrigante. Gosto da Katniss tb, ela é bonita e intensa. Achei que a série cansou um pouco na reta final, mas ainda assim verei a segunda temporada.
Depois daquele finale épico da sexta temporada, é claro que o único caminho pra série seria dar uns passos pra trás, estacionar um pouco e focar em outras coisas. A memória emocional do público é muito curta, então embora antes daquele episódio nada tenha sido tão grandioso assim, à partir dali, tudo seria considerado pálido em comparação. A série então teria que se tornar cada vez menos Grey's e cada vez mais 24 Horas. Não é essa a proposta e na hora de analisar essa sétima temporada você precisa lembrar que aquele finale foi um momento necessário na história daqueles personagens, mas jamais foi planejado pra se tornar um elemento constante. Como nada que fizessem de grandioso superaria aquela trama, eles resolveram fazer algo oposto, mais tranquilo e até mais maduro. Eu gostei da estratégia. A série não ficou morna nessa sétima temporada, ela apenas deu tempo pra respirar, foi necessário e o resultado é longe de ser ruim. Meredith Grey é uma personagem subestimada, algumas vezes. O elenco cresceu, temos nossos favoritos, Cristina Yang sempre brilha e Mer às vezes fica apenas com o papel de narradora. Mas essa personagem é ainda uma das mais complexas. Tudo o que ela viveu e a forma com que lida no dia-a-dia com os desafios, esses elementos a fazem surpreendente. Como se pode constatar no final, a coisa toda do trial e a sua polêmica decisão. Ela é um ser quebrado emocionalmente e você nunca sabe como ela vai reagir a diferentes situações. Mer é um personagem com muita profundidade e essa temporada nos lembrou desse detalhe. Algumas tramas não funcionaram muito bem, Avery até agora não disse a que veio. É um personagem que me incomoda, pois o acho muito fake e desconectado com a história. Ele parece um guest star, embora seja elenco fixo. Tomara que nas temporadas seguintes eles consigam humanizá-lo um pouco mais. O episódio musical é todo um caso à parte pra mim. Foi comentando sobre esse episódio que um amigo meu me convenceu, meses atrás, a ver Grey's. Achei tão louca e fascinante a idéia, (ok, já realizada por outras séries, mas ainda assim) que tomei coragem pra ver essa série que já tinha quase dez anos nas costas e que me inspirava muita preguiça. Melhor decisão que já tomei, pude chorar horrores junto com a Callie. A atriz canta muito, o episódio foi intenso e eu adorei. Quase chegando na temporada atual, não dá pra parar mais.
Achei que as mudanças no elenco deixariam a série meio sem propósito central, mas eles foram espertos, expandindo as tramas do resto do elenco, ao invés de trazer personagens novos que substituíssem diretamente a função dos que saíram. Achei uma boa estratégia e imagino que a série continue fazendo isso, introduzindo novas caras coadjuvantes que eventualmente tomem o lugar de outros personagens centrais, de forma mais orgânica. Sei que muita gente ainda sai durante os próximos anos e estou satisfeito com o método. Incrível como os mais novos cresceram, agora Liam até fala. Debby teve um desenvolvimento interessante, embora eu sinta falta de sua personalidade mais sombria e imprevisível. Tivemos relances disso em certos episódios e eu vibrava muito quando acontecia. Frank continua dando o tom e o episódio em que ele fica sóbrio é delicioso, adiciona uma boa nova camada pro personagem e ainda mostra o quão bom ator David Threlfall é. No mais, a série continua tão crua e chocante como sempre, nos ganhando com sua honestidade extrema na hora de retratar esses humanos, atores quase sempre em posições vulneráveis, fazendo seu trabalho ainda mais admirável. Devorando as próximas temporadas.
Arrow demorou um pouco pra achar sua voz. No começo eu tava comparando muito com Smallville, acho que era inevitável. Aos poucos você entende que essa série tem outra proposta e vai reconhecendo seus méritos. Depois de uma primeira parte irregular, a série engatou de vez e trouxe uma segunda metade muito emocionante, coroando com um dos melhores finales que eu já vi. Algumas críticas gerais, coisas pequenas que podem ser ajustadas e tomara que sejam: chamem o cara de "arqueiro verde" em algum momento, ok? Tudo bem, é uma trama de início, eles sabem que podem durar dez anos se a CW assim determinar e querem ter certeza de que haverá história suficiente, para que tudo não vire um samba do super-herói doido, que nem Smallville, mas ainda assim tenho medo. Vai que eles só não usam o nome pq acham que isso vá tirar o tom "realista" e "sombrio" que eles pretendem dar? Uso "realista" entre grossas aspas, já que a série funciona com lógica de quadrinhos e não deveria ficar segurando tanto o fator "cool" em nome de uma regra não dita que ninguém se importa de verdade. Nolan fez isso com Batman e por mais que a trilogia tenha sido ótima, poderia ter sido melhor se não fosse presa com essas correntes de pseudo-realismo idiota. Então façam o cara usar máscara (aquela maquiagem nos olhos é irritante), façam sua roupa aos poucos ficar mais super-heróica, deixem o verde mais evidente e simplesmente não tenham medo de ser o que todos nós queremos que seja: Uma série de Super-Herói. Desde que a parte humana da trama permaneça intacta, desde que o drama seja real e que sentimentos humanos estejam envolvidos, qualquer absurdo se encaixa bem e fica crível. Um cara atacando com flechas homens armados com metralhadoras já é fictício o bastante. Não ignorem as origens. Queria que as lutas fossem melhores também. Por uma parte da série. achei as cenas de ação muito repetitivas. Não foi antes do final que vimos lutas diferentes e bem coreografadas, e cenários mais variados, situações mais diversas, fugindo do padrão "Arrow chega numa tubulação obscura, dá três flechadas e sai correndo". Antes tarde do que nunca, a série entregou isso muito bem em seu último arco e espero que o trend se mantenha. No mais, o protagonista é ótimo, consegue passar de forma convincente tanto o lado playboy como o lado denso do personagem, ainda assim soando diferente de outros personagens iguais, como Batman por exemplo. John Barrowman simplesmente arrasou como o vilão, teve um grande texto por trás e só precisou de seu intenso carisma pra abrilhantar o material. Destaque pra participação da Alex Kingston, fazendo de Arrow uma inadvertida reunião de Doctor Who. Espero seu retorno também. Tirando alguns vilões subaproveitados, a série entregou boas performances de todos. Muito empolgado pelo que pode estar por vir.
Troféu surpresa da temporada. Eu não sabia o que encontrar quando comecei a ver Bates Motel. Claro que Carlton Cuse na produção, o tema em questão e o Freddie Highmore no elenco me animavam, mas ainda assim eu estava pagando pra ver. No começo estranhei a série se passar nos dias atuais (até o momento do close em Norman usando fones de ouvido eu realmente achava que estávamos nos anos 50. Essa deve ter sido a intenção da série) e achei que fosse um prequel dependente demais do conhecimento prévio que temos dos filmes clássicos. Uma prequel nunca é realmente honesta, pois sempre depende demais desses conhecimentos, só que essa preocupação logo se dissipou. Sim, ainda precisamos saber que Norman se tornará um psicopata, mas a série tem autonomia o bastante para envolver pelo que é. Suas tramas originais são boas e todos os atores dão show. Vera Farmiga é incrível, Freddie é muito intenso e ecoa demais o Norman do filme, tanto nos trejeitos como na aparência física também. Gostei muito dos episódios, me emocionei e pulei da cadeira e o finale ligeiramente abaixo das expectativas não estraga o que foi feito antes. Curioso pra saber como isso vai continuar daqui pra frente.
A série começou boa mas estranha. Não sei explicar o que era. Parecia que enrolavam um pouco a história da vingança em favor de alguns elementos novos que tentavam inserir na história, mas de alguma forma a mistura não estava dando liga. Ainda assim a produção e os atores são tão bons que eu não conseguia deixar de gostar. Sem dúvidas a temporada voltou a entrar no tranco lá pelo meio e não parou mais. Boas tramas, reviravoltas, um finale de tirar o fôlego, mil vezes melhor do que o do ano passado e isso é um grande feito. Adorei o personagem do Aiden, e gostei do novo Takeda, ainda que não tenha tido muito tempo de tela. Sinto que teremos mais de seu passado e verdadeiras intenções durante a terceira temporada. Infelizmente Revenge é uma série com trama limitada. Não serve pra durar pra sempre, não sem que seus motivos iniciais sejam deturpados e a narrativa se perca. Justamente por isso, eles deveriam ter uma duração menos, 13 episódios por temporada, no máximo. Me parece que essa foi a principal briga entre o criador da série e o estúdio, o que resultou na demissão do cara. Resta saber se com mudança de Showrunner a série manterá a qualidade. Por um lado eu quero que Revenge dure muitos anos ainda, mas por outro eu reconheço que é uma história que precisa durar pouco para amarrar tudo com qualidade. As formas arrumadas pela produção para esticar a trama, pra mim, foram muito boas. Revenge é uma série sobre vingança e não necessariamente precisa estar presa apenas em Emily Thorne. A trama do Jack e os irmãos Ryan por exemplo, era de vingança, assim como Nolan e aquele carinha que foi seu empregado e amante. Sem contar que todas essas histórias se juntaram numa só ao final, o que as torna importantes. Não entendo o motivo de tanta gente descartar tais histórias como fillers sem graça, já que não é o caso. Único ponto mais negativo, por falar em Nolan, foi a hipocrisia do seu relacionamento com Padma. Claro que ele pode ser bissexual, mas nós sabemos o real motivo de Padma ser mulher. Nolan precisava viver uma trágica história de amor e os produtores talvez pensaram que se fosse um homem os telespectadores não se relacionassem tão fortemente com a história. Puro medo de retratar uma história de amor gay que não seja inteiramente promíscua ou superficial. Uma pena, teria sido um avanço memorável para a tv. Outro ponto também é tudo envolvendo o hacker Falcon. Meio corrido e meio bobo, como se os roteiristas não tivessem a menor idéia de como esse mundo digital realmente funciona. Tais defeitos não servem pra apagar os méritos da série, que continua entretendo muito bem.
Essa temporada de SNL teve episódios muito bons e certas sketches memoráveis, daquelas que virariam mania no Youtube se a porcaria da emissora permitisse. Infelizmente a maior parte dos episódios foi bem fraca, cheia de quadros cansativos que não acertaram o tom. Ainda assim terminou em grande estilo, com a triste despedida de Bill Hader e Fred Armisen. O final de Stefon foi épico. Ainda é uma fonte boa de humor semanal e estou ansioso pelos novos integrantes. Uma nova fase pro SNL está prestes a começar.
Essa temporada me preocupou quando foi anunciada como uma reunião de vários episódios auto-contidos, pequenos blockbusters semanais. Eu curti muito as temporadas anteriores do Moffat e a forma como ele criou grandes tramas recorrentes, que atiçam sua curiosidade e te dão aquele gostinho bom na hora de nerdar durante a semana, enquanto o episódio seguinte não vem. Conspirações, teorias, muito wibbly wobbly, tudo que eu sempre quis ver na série. Por outro lado, DW é mudança, é experimentação, e um terceiro ano seguido com o mesmo estilo poderia não ser tão interessante. Sem falar que a grande coisa de DW é a diferença entre seus episódios, a tonalidade de cada um. A sexta temporada fora ótima, mas a tonalidade dos capítulos estava muito próxima, a trama recorrente muito presente. Foi bom enquanto durou, mas uma mudança de ares seria bem-vinda. E foi isso que aconteceu. Primeiro você tem um arco de despedida para os Ponds. Nunca companions evoluiram tanto assim nessa série, enquanto personagens. Amy e Rory começam de um jeito, lá na quinta temporada, e vemos enquanto se tornam cada vez mais adultos, um casal sólido e responsável. O longo tempo de série que tiveram possibilitou essa evolução tão interessante. Os episódios dessa primeira fase mergulharam a fundo na psiquê do Doutor, o que eu sempre curto e deram um adeus digno a tão poderosos personagens. O especial de natal veio pra explodir todo mundo, instigar nossa curiosidade com a presença de Clara e a segunda parte acaba sendo muito boa e completamente diferente da primeira. O episódio final foi um dos mais sólidos que eu já vi. Divertido, criativo, rápido, linear sem ser emburrecido, complexo na medida certa, com resoluções satisfatórias tanto lógica quanto emocionalmente. A cena final, então, deixa você arrepiado e excitado pra saber logo o futuro. Tantas teorias diferentes que você não sabe nem por onde começar. Matt Smith é o melhor doutor pra mim, até agora. As camadas do personagem são muitas. Ele pode ser bobo e inocente numa cena, pra logo em seguida denunciar o peso dos anos vividos através de um simples olhar. Ele se torna sinistro e inalcançável, característica principal do personagem, para logo em seguida ser o herói que amamos. Eu fico fascinado com a habilidade desse ator em transmitir tão complexos sentimentos em pouco tempo, com tanta eficiência. O onze é definitivamente meu favorito. Quando você analisa de cima, vê que essa é uma das melhores temporadas, já que nos entregou episódios completamente diferentes entre si, muitos sabores,mundos, heróis e vilões, sem deixar de lado as tramas recorrentes que ainda são tão interessantes quanto antes. Foi uma temporada competente em mesclar tantos detalhes diferentes e eu estou mais animado do que nunca pra novembro. Nunca foi tão bom ser um whovian.
Shameless é uma série corajosa, real, crua e absurda. A linha é mantida e ampliada em seu segundo ano, sacudindo o status quo, se livrando de personagens importantes, sem medo de mudar tudo para o bem da trama. Claro que não estou muito certo quanto aos motivos que levaram à saída desses atores, se foi mesmo necessidades dramáticas ou vontade dos mesmos. Apenas digo que a série se adapta bem, evolui e nunca cai no lugar comum. Ela te faz rir e te constrange ao mesmo tempo, te faz pensar e te faz questionar as suas próprias hipocrisias. Acima de tudo, mostra pessoas que se amam e fazem tudo pelos seus, o que é o importante para que a série ganhe nosso investimento emocional.
Jeff Probst divulgou essa temporada como uma das melhores, e melhor até do que a anterior, muito aclamada por público e crítica. A julgar pelos episódios pre-merge, você fica na dúvida. Por um lado temos grandes personalidades, figuras polarizantes que certamente proporcionam (a mim, pelo menos) grande espetáculo televisivo. Tivemos o insano Phillip, Brandon Hantz e sua patética existência, além do bebezão slowpoke do Shamar Thomas. Infelizmente não tivemos quase nenhuma estratégia sendo discutida nessa fase e isso é uma grande parte do programa, a parte mais importante até. Então a promessa de Probst ainda não havia se cumprido. Os episódios pós-merge, no entanto, compensaram e muito. Foram carregados de grandes jogadas, feitas por grandes jogadores. Vimos momentos tão tensos que eu dava pausa no episódio, literalmente sem coragem de ver o que aconteceria em seguida. Como espectador, você quer ver grandes jogadas e pessoas sendo traídas em grande estilo, mas por outro lado não quer que seu favorito saia do jogo. É uma montanha-russa emocional que somente Survivor em sua melhor forma pode proporcionar. Apesar desse ritmo irregular de episódios, uma coisa se manteve no topo: os desafios. Foram emocionantes, intrigante e imprevisíveis. Bom trabalho, nota dez do começo ao fim. Adorei o ganhador, achei que fez sentido emocionalmente e foi merecido. Estratégia foi boa, e até desafios foram ganhos. Coroou a temporada como uma das melhores desses últimos tempos. A única coisa que não gostei foi do Reunion Show. Estranho, desperdiçaram vários dos participantes, não perguntaram o que precisava ser perguntado e não permitiram que os eliminados pré-júri subissem ao palco. Escolha estranha e ofensiva. Espero que consertem isso na próxima temporada. E por falar em próxima temporada? O nome me deixou muito curioso, mal posso esperar.
Ultimo ano bem melhor que o anterior. Sabor de despedida a cada episódio. É legal como The Office consegue fazer humor num nível nonsense e ainda falar tão profundamente como nosso emocional. Às vezes esquecemos que estamos vendo uma comédia e simplesmente choramos junto com eles. Todas as grandes produções sabem transcender seu próprio gênero, já que no fim das contas o que vale é contar a trajetória dos personagens. O que for preciso acontecer, acontecerá. E você aceita e compra aquela história. Fiquei triste com a participação bem menor de Catherine Tate. Nellie deu show na temporada anterior e eu queria que esse elemento lunático de sua personagem fosse mantido. Não aconteceu, e tivemos que nos contentar com suas certeiras e ocasionais aparições. Andy continua insuportável, e pelo menos some em vários capítulos, nos poupando de sua presença irritante. Até que seus episódios finais foram legais, aquela coisa toda de American Idol e tal. Interessante e ao mesmo tempo perturbador, o documentário finalmente sendo revelado. Tão estranho, depois de tantos anos, eles tentando fazer com que aquela equipe de filmagem onipresente fizesse sentido. Pois não faz sentido, isso nunca aconteceria na vida real e eu sinto que seria melhor deixar sem tantas explicações. Algumas, por certo, mas em certos instantes eu senti que eles estavam forçando a barra para entregar justificativas não solicitadas por ninguém. Todos os atores foram muito sólidos durante a temporada, as tramas foram fortes e o final foi muito emocionante. Fiquei muito deprimido depois, parecia que tinha bebido. É assim quando termina bem uma série que você gosta muito e acompanha tantos anos.
Community é uma das séries mais geniais que a tv americana já produziu. Não digo que Dan Harmon, seu criador e showrunner pelas primeiras 3 temporadas seja algum tipo de gênio infalível, mas no que diz respeito a essa criação, ele acertou em cheio. Foi então com muito pesar que ouvi a notícia de sua demissão da série. A quarta temporada seria então assumida por outros caras e ainda que pudessem ser bons, eu sabia que nunca mais teríamos o mesmo padrão de qualidade. A série era autoral demais e tinha uma audiência limitada. Eu sabia que o texto tentaria ficar mais simples e acessível ao grande público, seja por exigência da emissora, ou simplesmente pelo estilo dos novos showrunners. E foi isso mesmo que aconteceu. Tivemos episódios bons, no nível de alguns mais fracos das temporadas anteriores, cercados de alguns episódios medianos e alguns simplesmente terríveis. Entre os piores eu cito o finale, que foi bobo, sem imaginação, com uma falsa profundidade besta e nem um pouco grandioso, tendo em vista que poderia ser o final da série como um todo. Se fosse qualquer outra comédia, eu talvez estivesse suficientemente satisfeito. Mas Community me acostumou mal e eles não poderiam ter emburrecido tanto assim os roteiros. Muita raiva da emissora e do que quer que tenha acontecido para resultar na mudança de equipe criativa. Feliz pela renovação, gosto dos atores e dos personagens, mas meu sonho é que Community seja transferida para alguma emissora de tv a cabo, ou para o Netflix (seria ideal) e que Dan Harmon seja recontratado.
New Girl finalmente achou sua voz. Eu realmente gostei da primeira temporada e ainda sinto falta de um tom mais quirky envolvendo a Jess. Isso foi bastante diminuído em favor da comédia de relacionamentos mais convencional. Eu gosto de comédias assim também, desde que sejam bem escritas e contenham bons personagens, que sejam fáceis de investir emocionalmente. Isso acontece aqui, então você perdoa os novos rumos do seriado, embora torça pra que um dia eles consigam equilibrar um pouco mais as duas tonalidades. No começo eu não queria Jess com nenhum dos caras, mas tive que dar o braço a torcer. Jess e Nick possuem uma química absurda e só mesmo dois ótimos personagens, interpretados por ótimos atores para que a velha trama da tensão sexual eterna entre dois amigos não soe requentada e entediante. Você realmente torce e vibra pelos dois e isso é graças ao talento da equipe de criação. Schmidt e Cece também divertiram muito, enquanto Winston ainda parece estar vivendo em alguma outra série. Adorei o par romântico novo dele e queria muito que suas tramas fossem mais centrais daqui pra frente. Terminou em alta, e ver Zooey toda semana é um prazer. Que venha a terceira temporada.
Uma das estréias de comédia mais legais do ano retrasado, essa série continuou tão forte quanto em sua segunda temporada. As meninas são extremamente carismáticas, a química entre as duas é ótima, o texto é básico mas não ofende a inteligência de ninguém, arranca risadas e te coloca num estado de espírito muito bom. Acompanhamos esse ano grandes avanços na vida profissional de ambas, dando ainda mais vontade de continuar acompanhando essa jornada e ver se um dia a Max's Homemade Cupcakes vai mesmo decolar. Todos ali se divertem muito em seus papéis e isso traduz muito bem na tela. Kat Dennings me encanta cada vez mais e Beth Behrs continua surpreendendo. O segredo de uma boa comédia está no elenco e nos personagens, os de 2 Broke Girls são ótimos.
Essa temporada começou muito bem, um arco de episódios muito emocionante que durou enquanto Snow e Emma estavam pra voltar da Enchanted Forest. Tinha também o elemento surpresa, a curiosidade que tínhamos de ver o que aconteceria com a cidade agora que a maldição havia sido quebrada. Eu achei que tudo se resolveu rápido demais, poderiam ter enrolado um pouco, mas no novo cenário televisivo, as emissoras têm medo de plots que levam tempo pra responder certas perguntas. Esse desespero faz com que boas tramas tenham que ser resolvidas cedo demais e a consequência disso é que nem sempre temos outros objetivos tão grandiosos quanto para alcançar. O grande problema dessa temporada foi a falta de objetivo claro, a falta de uma trama unificada como havia sido a primeira. Temos esse arco inicial e depois vários episódios muito bons intercalados com episódios muito ruins. Foi bem "8 ou 80" e sem esse objetivo central, muitas tramas soaram como fillers desnecessários. Outra crítica que faço é com relação a introdução de novos personagens. Sempre achei Ouat uma série interessante por seu universo tão amplo. Apesar disso, os produtores insistem em focar apenas em alguns personagens. Todos os novos personagens introduzidos dessa vez foram desperdiçados, não tiveram grande importância ou relevância, agindo somente como breves coadjuvantes dos mesmos personagens antigos de sempre. Eu não entendi muito bem qual é a dessa tática, e espero que um dia eles retornem aos tais personagens e lhes deem um background apropriado e boas histórias que expandam o universo, arejando-o um pouco mais. O final foi interessante e traz muito potencial. Espero que a terceira temporada ajuste um pouco esse desequilíbrio entre personagens, traga uma trama mais unificada e não tenha medo de arriscar um pouco, mudando o formato, acabando com storybrooke se for necessário, que nos surpreenda um pouco mais.
A primeira temporada de Hart of Dixie trazia certos arcos recorrentes que duraram a série toda. Você tinha o compromisso da Zoe em se estabelecer como médica naquela cidade, e seu propósito original de voltar a Nova Iorque assim que terminasse aquele ano. Você tinha a trama paralela da Lemon com o Lavon e George. Era episódico mas possuia essas metas de longo prazo. Quando uma série estabelece tal estrutura, tende a abandoná-la assim que os arcos de fecham, optando por um formato mais aberto. Os dois formatos são bons, mas preferia que novas metas fossem estabelecidas. A segunda temporada foi ótima e teve vários desenvolvimentos interessantes para os personagens, porém faltou essa linha de chegada. Tivemos arcos dramáticos mais curtos e tudo girou em torno da vida amorosa de Zoe. Muito bem escrita por sinal, junto com as tentativas de Lemon para se tornar uma mulher independente. Gostaria apenas de uma trama central mais presente. Tirando esse mimimi do caminho, a série foi divertida, emocionante, vários episódios memoráveis e personagens muito carismáticos. Ansioso pela terceira temporada.
Muito interessante, se nada mais, por sua originalidade. Precisamos dar luz a novos e excitantes reality shows, já que os melhores no ar atualmente ainda são os mesmos de uma década atrás. Cadê a nova geração? Está aqui, em projetos como esse. A idéia é boa, a execução nem tanto. Não acho que a brutalidade dos robôs seja bem traduzida em tela, eles acabam passando uma fragilidade muito grande em seus movimentos, o que a edição tenta compensar com cortes rápidos, além da empolgação dos locutores das faíscas e jatos de líquido hidráulico que inundam a arena. Tudo muito dramático mas nem sempre tão eficaz. Tudo isso perde a importância, pq os competidores são muito carismáticos, você escolhe fácil seus favoritos e a torcida é emocionante. O design dos robôs é muito interessante e eu queria figures de alguns deles. Valeu pela idéia e tomara que tenhamos mais temporadas.
Ricky Gervais é ótimo em suas criações, figuras autodepreciativas que visam zombar com inteligência das muitas e inúteis convenções sociais que nos rodeiam. The Office analisa isso de perto, com suas figuras entediadas ou iludidas com poder inexistente, seres tristes presos na burocracia de suas vidas. É uma comédia que faz você rir por vergonha alheia, fazer careta e esconder o rosto em certos momentos. Mete o dedo na ferida e resgata até mesmo depressões pessoais do telespectador. É lento, tranquilo e mordaz.
Grande surpresa, essa minissérie. Claro que já pelo trailer você esperava algo mais existencialista e introspectivo mas não achei que o texto seria tão poderoso, que emocionaria tanto. Atuações intensas, fotografia dessaturada e agoniante e uma grande metáfora pra muitas questões atuais. Você pode tirar o tema de zumbis e a história funciona do mesmo jeito. Claro que usar esse ícone pop tão na moda foi uma tacada de gênio e confere essa singularidade pra produção. Atual e ressonante, ainda que não seja renovada, seus 3 episódios iniciais já são must see pra qualquer um.
Essa série já intrigava desde seu primeiro trailer. Assisti e foi amor a primeira vista. A melhor estréia de comédia da temporada, sem dúvidas e uma das melhores no ar atualmente. Texto ágil, inteligente, criativo. Atores carismáticos e situações imprevisíveis. Cada episódio foi consumido por mim com avidez. Eu esperava o momento em que eles deixariam a bola cair mas isso não aconteceu. Me impressionou muito. Destaque pro Dick Buktus: aquele menino é WEIRD. E muito engraçado. Destaque também pra linda Clara Mamet que mesmo sendo uma escolha estranha pro papel (ela é claramente uma garota alternativa, num papel de patricinha) fez um excelente trabalho. Parabéns e por favor, ganhem uma segunda temporada.
Grande temporada, todos os personagens já estão mais que estabelecidos em nossos corações e isso torna o trabalho dos roteiristas até mais fácil. Qualquer perrengue que eles sofram já é sofrimento imediato para nós. Por isso aquele season finale é tão intenso. Claro que ele não deve tirar o brilho dos demais episódios. O arco que mais gostei foi esse inusitado triângulo envolvendo Owen, Cristina e Teddy. Yang ainda é a personagem mais complexa e pede storylines não convencionais. Os roteiristas conseguiram esse feito. Callie e Arizona roubam a cena toda a vez que aparecem, vale notar. O final foi impressionante, como disse, uma das melhores produções de suspense que já vi na TV. Num filme de suspense ou de terror, algumas coisas te impressionam mas no geral você sabe que pessoas morrerão. O que deixa esse finale tão marcante é a sua imprevisibilidade. Você não espera algo assim acontecendo em Seattle Grace. Não com essas pessoas que você tanto ama. É de tirar o fôlego.
Forbrydelsen (2ª Temporada)
4.4 11Thriller emocionante, Forbrydelsen começa tranquilo, sobe uma nota de tensão e não para mais de subir. É uma das poucas séries que me deixam literalmente no limite da tensão, contorcendo os dedos e com dor de barriga. A trama é muito ágil, construida de forma inteligente e intrincada, você não pode perder nenhuma fala, nenhum gesto. Eu tenho medo até de piscar. Todo o clima dinamarquês adere um charme a mais e isso não pode ser citado como qualidade, já que tal poder só funciona pros estrangeiros. Ainda assim eu cito, já que pode ser um incentivo pra quem quer começar a assistir. A atuação de Sofie Gråbøl continua intensa, os novos personagens são carismáticos e interessantes, destaque pro Ministro da Justiça interpretado por Nicolas Bro.
O final é excitante e você fica satisfeito em todos os sentidos quando a trama se conclui. Sensação boa que só dá quando você termina de presenciar uma obra desse calibre.
Queer as Folk - Os Assumidos
3.9 28 Assista AgoraSou fã de Russel T. Davies por causa de Doctor Who e assistir seus trabalhos prévios é obrigação. Queer as Folk causou polêmica, marcou por diversos motivos e deu fama a seu criador. E tudo isso é merecido. Eu sempre olhei a versão americana, obviamente mais conhecida por aqui, por seu ar exagerado, gays estereotipados e um universo não condizente com a realidade. Um universo em que todo mundo é gay. A versão britânica não está preocupada em retratar o mundo gay, como se fosse um documentário. Russel T. Davies quer contar uma história humana, quer contar um pedaço da vida daquelas pessoas, desenvolver suas interações. E calha que eles gays. Acho que mais e mais precisamos seguir esse exemplo na mídia, não retratar a homossexualidade como se ela fosse a principal razão de ser de uma pessoa. A trama de um gay na mídia sempre é o fato de que ele é gay. Queer as Folk retrata a vida agitada, as boates e outros elementos comuns ao cenário gay, mas o foco principal é o amor não correspondido. Stuart poderia muito bem ser o tipo mulherengo hétero e passar a mesma idéia vazia e desesperada do personagem, mas escolheram inseri-lo no mundo gay e isso dá um valor interessante pra essa produção.
A trama é sexy, impactante, desafiadora, não tem medo de falar ou mostrar praticamente nada. Aidan Gillen foi uma surpresa pra mim, o conheço apenas de Game of Thrones e vê-lo nesse personagem foi muito interessante. Seu Stuart é intenso, passa verdade em cada gesto, em cada olhar. Muito expressivo, ele consegue mostrar a intenção falsa do personagem em seus maneirismos, enquanto denuncia as verdadeiras motivações de sua alma. Nathan aqui tem só 15 anos e o ator parece mesmo bem novo, o que causa polêmica, você jamais veria isso na versão americana (em que o carinha é mais velho) e por isso mesmo passa uma verdade muito maior. Esse tipo de coisa acontece e o personagem é feito de forma corajosa.
A única coisa ruim é que durou pouco. O final é abstrato demais pra uma série dramática pé-no-chão, além de ser corrido. Eu queria ter visto pelo menos uma segunda temporada maior que construísse melhor uma despedida apropriada. Mas não tira o brilho da série como um todo.
Orphan Black (1ª Temporada)
4.5 923 Assista AgoraTem como dar 1000 estrelas não?
Surpresa da temporada, essa série chegou de mansinho e se mostrou a melhor estréia do ano, e com certeza manterá esse título quando 2014 chegar.
Thriller emocionante, com toques de sci-fi, comentário social e personagens envolventes, encabeçados pelo talento absurdo e insano de Tatiana Maslany. Ela consegue criar tipos que são totalmente diferentes entre si, ainda que suas características sejam sutis. Não se trata da velha rotina da irmã boa e irmã má. Aqui temos diversos seres humanos tridimensionais e o trabalho composto pela atriz é exemplar. Ela muda maneirismos, ela muda sotaque, consegue cativar só por esse detalhe. A trama nem precisaria ser tão inteligente e sofisticada assim, mas os roteiristas não dormem no ponto. A trama escala de forma sólida e excitante, dez episódios que satisfazem todos os seus sentidos.
Ansioso pelo próximo ano, espero que mantenham a qualidade, já que é uma trama bem fechada e que depende muito do elemento surpresa. Agora que já sabemos tanto a respeito das conspirações, os criadores terão uma puta tarefa na hora de fazer algo ainda melhor.
Revolução (1ª Temporada)
3.6 305Síndrome de Estocolmo. É o que uso pra classificar meus sentimentos para com essa série. Não há outra explicação para uma série tão idiota me agradar tanto. Semana após semana eu acompanhei essa saga, mesmo que seja cada vez mais difícil defendê-la, com seu plot cheio de furos e sua trama principal questionável.
No começo eu estava curioso. É criada por Eric Kripke, criador e showrunner de Supernatural, durante a fase que mais me agradou, as cinco primeiras temporadas. Tem JJ Abrams na produção, ainda que isso não signifique absolutamente nada, já que o cara hoje em dia não fornece mais input criativo pras séries que produz. E o piloto foi dirigido por Jon Favreau. Um time de pesos pesados, por trás de uma superprodução pós-apocaliptica. O que poderia dar errado?
Bem, pra começar, o climão Jogos Vorazes no início da série. Jovens lindos, uma menina de arco e flecha num mundo hostil. Eu chamo ela de Katniss até hoje. Só uma impressão de começo, por si só não atrapalharia muito, mas a trama é muito inconsistente. Pq o mundo acabou tanto assim, só pq ficamos 15 anos sem energia? Acho que todo o caos foi meio desnecessário e exagerado. O mundo acaba ficando mais retrógrado do que era quando não existia eletricidade. Temos então a coisa toda dos pingentes que produzem energia. Ou então anulam o que está bloqueando a energia. E coisas voltam a funcionar do nada, como se não estivessem paradas há 15 anos. Conceito meio infantil, que não sobrevive nem a uma análise superficial. No final por exemplo, quando a energia volta, todas as luzes se acendem. Mas espera: quem envia a luz pras casas? São companhias elétricas. Mas ninguém trabalha nelas e elas n funcionam ha 15 anos! Então como diabos assim que os nano-robôs são desativados, as lâmpadas se acendem? De onde vêm aquela luz? Sem contar que, se era tão fácil assim pra eles atravessar pra outro estado, pq tanta gente sofre na mão do Monroe? Só pula a cerca. Eles tem navios ali do lado, sendo que uma personagem já tinha morrido, infeliz, por não poder ir pra Inglaterra, justamente por causa da falta de navios.
Enfim, são 20 e poucos episódios e são muitos buracos, esses foram só alguns que consigo lembrar. Mas ainda assim eu fiquei vendo até o final e é pq a série não é muito boa em arrumar motivos, mas ela é muito boa na execução do que acontece no presente. A fotografia é linda e vibrante, os cenários são sofisticados, as paisagens de tirar o fôlego. As cenas de ação são emocionantes, muito bem realizadas, uma aula de como fazer isso bem. Alguns personagens são interessantes, gosto do Monroe, do bromance dele com o Miles, acho uma interação inusitada e intrigante. Gosto da Katniss tb, ela é bonita e intensa. Achei que a série cansou um pouco na reta final, mas ainda assim verei a segunda temporada.
A Anatomia de Grey (7ª Temporada)
4.4 449 Assista AgoraDepois daquele finale épico da sexta temporada, é claro que o único caminho pra série seria dar uns passos pra trás, estacionar um pouco e focar em outras coisas. A memória emocional do público é muito curta, então embora antes daquele episódio nada tenha sido tão grandioso assim, à partir dali, tudo seria considerado pálido em comparação. A série então teria que se tornar cada vez menos Grey's e cada vez mais 24 Horas. Não é essa a proposta e na hora de analisar essa sétima temporada você precisa lembrar que aquele finale foi um momento necessário na história daqueles personagens, mas jamais foi planejado pra se tornar um elemento constante. Como nada que fizessem de grandioso superaria aquela trama, eles resolveram fazer algo oposto, mais tranquilo e até mais maduro. Eu gostei da estratégia. A série não ficou morna nessa sétima temporada, ela apenas deu tempo pra respirar, foi necessário e o resultado é longe de ser ruim.
Meredith Grey é uma personagem subestimada, algumas vezes. O elenco cresceu, temos nossos favoritos, Cristina Yang sempre brilha e Mer às vezes fica apenas com o papel de narradora. Mas essa personagem é ainda uma das mais complexas. Tudo o que ela viveu e a forma com que lida no dia-a-dia com os desafios, esses elementos a fazem surpreendente. Como se pode constatar no final, a coisa toda do trial e a sua polêmica decisão. Ela é um ser quebrado emocionalmente e você nunca sabe como ela vai reagir a diferentes situações. Mer é um personagem com muita profundidade e essa temporada nos lembrou desse detalhe.
Algumas tramas não funcionaram muito bem, Avery até agora não disse a que veio. É um personagem que me incomoda, pois o acho muito fake e desconectado com a história. Ele parece um guest star, embora seja elenco fixo. Tomara que nas temporadas seguintes eles consigam humanizá-lo um pouco mais.
O episódio musical é todo um caso à parte pra mim. Foi comentando sobre esse episódio que um amigo meu me convenceu, meses atrás, a ver Grey's. Achei tão louca e fascinante a idéia, (ok, já realizada por outras séries, mas ainda assim) que tomei coragem pra ver essa série que já tinha quase dez anos nas costas e que me inspirava muita preguiça. Melhor decisão que já tomei, pude chorar horrores junto com a Callie. A atriz canta muito, o episódio foi intenso e eu adorei.
Quase chegando na temporada atual, não dá pra parar mais.
Shameless UK (3ª Temporada)
4.2 9 Assista AgoraAchei que as mudanças no elenco deixariam a série meio sem propósito central, mas eles foram espertos, expandindo as tramas do resto do elenco, ao invés de trazer personagens novos que substituíssem diretamente a função dos que saíram. Achei uma boa estratégia e imagino que a série continue fazendo isso, introduzindo novas caras coadjuvantes que eventualmente tomem o lugar de outros personagens centrais, de forma mais orgânica. Sei que muita gente ainda sai durante os próximos anos e estou satisfeito com o método.
Incrível como os mais novos cresceram, agora Liam até fala. Debby teve um desenvolvimento interessante, embora eu sinta falta de sua personalidade mais sombria e imprevisível. Tivemos relances disso em certos episódios e eu vibrava muito quando acontecia. Frank continua dando o tom e o episódio em que ele fica sóbrio é delicioso, adiciona uma boa nova camada pro personagem e ainda mostra o quão bom ator David Threlfall é.
No mais, a série continua tão crua e chocante como sempre, nos ganhando com sua honestidade extrema na hora de retratar esses humanos, atores quase sempre em posições vulneráveis, fazendo seu trabalho ainda mais admirável. Devorando as próximas temporadas.
Arqueiro (1ª Temporada)
4.1 897 Assista AgoraArrow demorou um pouco pra achar sua voz. No começo eu tava comparando muito com Smallville, acho que era inevitável. Aos poucos você entende que essa série tem outra proposta e vai reconhecendo seus méritos. Depois de uma primeira parte irregular, a série engatou de vez e trouxe uma segunda metade muito emocionante, coroando com um dos melhores finales que eu já vi.
Algumas críticas gerais, coisas pequenas que podem ser ajustadas e tomara que sejam: chamem o cara de "arqueiro verde" em algum momento, ok? Tudo bem, é uma trama de início, eles sabem que podem durar dez anos se a CW assim determinar e querem ter certeza de que haverá história suficiente, para que tudo não vire um samba do super-herói doido, que nem Smallville, mas ainda assim tenho medo. Vai que eles só não usam o nome pq acham que isso vá tirar o tom "realista" e "sombrio" que eles pretendem dar? Uso "realista" entre grossas aspas, já que a série funciona com lógica de quadrinhos e não deveria ficar segurando tanto o fator "cool" em nome de uma regra não dita que ninguém se importa de verdade. Nolan fez isso com Batman e por mais que a trilogia tenha sido ótima, poderia ter sido melhor se não fosse presa com essas correntes de pseudo-realismo idiota. Então façam o cara usar máscara (aquela maquiagem nos olhos é irritante), façam sua roupa aos poucos ficar mais super-heróica, deixem o verde mais evidente e simplesmente não tenham medo de ser o que todos nós queremos que seja: Uma série de Super-Herói. Desde que a parte humana da trama permaneça intacta, desde que o drama seja real e que sentimentos humanos estejam envolvidos, qualquer absurdo se encaixa bem e fica crível. Um cara atacando com flechas homens armados com metralhadoras já é fictício o bastante. Não ignorem as origens.
Queria que as lutas fossem melhores também. Por uma parte da série. achei as cenas de ação muito repetitivas. Não foi antes do final que vimos lutas diferentes e bem coreografadas, e cenários mais variados, situações mais diversas, fugindo do padrão "Arrow chega numa tubulação obscura, dá três flechadas e sai correndo". Antes tarde do que nunca, a série entregou isso muito bem em seu último arco e espero que o trend se mantenha.
No mais, o protagonista é ótimo, consegue passar de forma convincente tanto o lado playboy como o lado denso do personagem, ainda assim soando diferente de outros personagens iguais, como Batman por exemplo. John Barrowman simplesmente arrasou como o vilão, teve um grande texto por trás e só precisou de seu intenso carisma pra abrilhantar o material. Destaque pra participação da Alex Kingston, fazendo de Arrow uma inadvertida reunião de Doctor Who. Espero seu retorno também. Tirando alguns vilões subaproveitados, a série entregou boas performances de todos.
Muito empolgado pelo que pode estar por vir.
Bates Motel (1ª Temporada)
4.3 1,4KTroféu surpresa da temporada. Eu não sabia o que encontrar quando comecei a ver Bates Motel. Claro que Carlton Cuse na produção, o tema em questão e o Freddie Highmore no elenco me animavam, mas ainda assim eu estava pagando pra ver. No começo estranhei a série se passar nos dias atuais (até o momento do close em Norman usando fones de ouvido eu realmente achava que estávamos nos anos 50. Essa deve ter sido a intenção da série) e achei que fosse um prequel dependente demais do conhecimento prévio que temos dos filmes clássicos. Uma prequel nunca é realmente honesta, pois sempre depende demais desses conhecimentos, só que essa preocupação logo se dissipou. Sim, ainda precisamos saber que Norman se tornará um psicopata, mas a série tem autonomia o bastante para envolver pelo que é. Suas tramas originais são boas e todos os atores dão show. Vera Farmiga é incrível, Freddie é muito intenso e ecoa demais o Norman do filme, tanto nos trejeitos como na aparência física também.
Gostei muito dos episódios, me emocionei e pulei da cadeira e o finale ligeiramente abaixo das expectativas não estraga o que foi feito antes. Curioso pra saber como isso vai continuar daqui pra frente.
Revenge (2ª Temporada)
4.2 649A série começou boa mas estranha. Não sei explicar o que era. Parecia que enrolavam um pouco a história da vingança em favor de alguns elementos novos que tentavam inserir na história, mas de alguma forma a mistura não estava dando liga. Ainda assim a produção e os atores são tão bons que eu não conseguia deixar de gostar.
Sem dúvidas a temporada voltou a entrar no tranco lá pelo meio e não parou mais. Boas tramas, reviravoltas, um finale de tirar o fôlego, mil vezes melhor do que o do ano passado e isso é um grande feito.
Adorei o personagem do Aiden, e gostei do novo Takeda, ainda que não tenha tido muito tempo de tela. Sinto que teremos mais de seu passado e verdadeiras intenções durante a terceira temporada.
Infelizmente Revenge é uma série com trama limitada. Não serve pra durar pra sempre, não sem que seus motivos iniciais sejam deturpados e a narrativa se perca. Justamente por isso, eles deveriam ter uma duração menos, 13 episódios por temporada, no máximo. Me parece que essa foi a principal briga entre o criador da série e o estúdio, o que resultou na demissão do cara. Resta saber se com mudança de Showrunner a série manterá a qualidade. Por um lado eu quero que Revenge dure muitos anos ainda, mas por outro eu reconheço que é uma história que precisa durar pouco para amarrar tudo com qualidade.
As formas arrumadas pela produção para esticar a trama, pra mim, foram muito boas. Revenge é uma série sobre vingança e não necessariamente precisa estar presa apenas em Emily Thorne. A trama do Jack e os irmãos Ryan por exemplo, era de vingança, assim como Nolan e aquele carinha que foi seu empregado e amante. Sem contar que todas essas histórias se juntaram numa só ao final, o que as torna importantes. Não entendo o motivo de tanta gente descartar tais histórias como fillers sem graça, já que não é o caso.
Único ponto mais negativo, por falar em Nolan, foi a hipocrisia do seu relacionamento com Padma. Claro que ele pode ser bissexual, mas nós sabemos o real motivo de Padma ser mulher. Nolan precisava viver uma trágica história de amor e os produtores talvez pensaram que se fosse um homem os telespectadores não se relacionassem tão fortemente com a história. Puro medo de retratar uma história de amor gay que não seja inteiramente promíscua ou superficial. Uma pena, teria sido um avanço memorável para a tv. Outro ponto também é tudo envolvendo o hacker Falcon. Meio corrido e meio bobo, como se os roteiristas não tivessem a menor idéia de como esse mundo digital realmente funciona.
Tais defeitos não servem pra apagar os méritos da série, que continua entretendo muito bem.
Saturday Night Live (38ª Temporada)
3.8 4Essa temporada de SNL teve episódios muito bons e certas sketches memoráveis, daquelas que virariam mania no Youtube se a porcaria da emissora permitisse. Infelizmente a maior parte dos episódios foi bem fraca, cheia de quadros cansativos que não acertaram o tom. Ainda assim terminou em grande estilo, com a triste despedida de Bill Hader e Fred Armisen. O final de Stefon foi épico. Ainda é uma fonte boa de humor semanal e estou ansioso pelos novos integrantes. Uma nova fase pro SNL está prestes a começar.
Doctor Who (7ª Temporada)
4.5 307Essa temporada me preocupou quando foi anunciada como uma reunião de vários episódios auto-contidos, pequenos blockbusters semanais. Eu curti muito as temporadas anteriores do Moffat e a forma como ele criou grandes tramas recorrentes, que atiçam sua curiosidade e te dão aquele gostinho bom na hora de nerdar durante a semana, enquanto o episódio seguinte não vem. Conspirações, teorias, muito wibbly wobbly, tudo que eu sempre quis ver na série. Por outro lado, DW é mudança, é experimentação, e um terceiro ano seguido com o mesmo estilo poderia não ser tão interessante. Sem falar que a grande coisa de DW é a diferença entre seus episódios, a tonalidade de cada um. A sexta temporada fora ótima, mas a tonalidade dos capítulos estava muito próxima, a trama recorrente muito presente. Foi bom enquanto durou, mas uma mudança de ares seria bem-vinda. E foi isso que aconteceu.
Primeiro você tem um arco de despedida para os Ponds. Nunca companions evoluiram tanto assim nessa série, enquanto personagens. Amy e Rory começam de um jeito, lá na quinta temporada, e vemos enquanto se tornam cada vez mais adultos, um casal sólido e responsável. O longo tempo de série que tiveram possibilitou essa evolução tão interessante. Os episódios dessa primeira fase mergulharam a fundo na psiquê do Doutor, o que eu sempre curto e deram um adeus digno a tão poderosos personagens.
O especial de natal veio pra explodir todo mundo, instigar nossa curiosidade com a presença de Clara e a segunda parte acaba sendo muito boa e completamente diferente da primeira.
O episódio final foi um dos mais sólidos que eu já vi. Divertido, criativo, rápido, linear sem ser emburrecido, complexo na medida certa, com resoluções satisfatórias tanto lógica quanto emocionalmente. A cena final, então, deixa você arrepiado e excitado pra saber logo o futuro. Tantas teorias diferentes que você não sabe nem por onde começar.
Matt Smith é o melhor doutor pra mim, até agora. As camadas do personagem são muitas. Ele pode ser bobo e inocente numa cena, pra logo em seguida denunciar o peso dos anos vividos através de um simples olhar. Ele se torna sinistro e inalcançável, característica principal do personagem, para logo em seguida ser o herói que amamos. Eu fico fascinado com a habilidade desse ator em transmitir tão complexos sentimentos em pouco tempo, com tanta eficiência. O onze é definitivamente meu favorito.
Quando você analisa de cima, vê que essa é uma das melhores temporadas, já que nos entregou episódios completamente diferentes entre si, muitos sabores,mundos, heróis e vilões, sem deixar de lado as tramas recorrentes que ainda são tão interessantes quanto antes. Foi uma temporada competente em mesclar tantos detalhes diferentes e eu estou mais animado do que nunca pra novembro. Nunca foi tão bom ser um whovian.
Shameless UK (2ª Temporada)
4.2 6 Assista AgoraShameless é uma série corajosa, real, crua e absurda. A linha é mantida e ampliada em seu segundo ano, sacudindo o status quo, se livrando de personagens importantes, sem medo de mudar tudo para o bem da trama. Claro que não estou muito certo quanto aos motivos que levaram à saída desses atores, se foi mesmo necessidades dramáticas ou vontade dos mesmos. Apenas digo que a série se adapta bem, evolui e nunca cai no lugar comum. Ela te faz rir e te constrange ao mesmo tempo, te faz pensar e te faz questionar as suas próprias hipocrisias. Acima de tudo, mostra pessoas que se amam e fazem tudo pelos seus, o que é o importante para que a série ganhe nosso investimento emocional.
Survivor Caramoan: Fãs vs Favoritos (26ª Temporada)
3.7 20Jeff Probst divulgou essa temporada como uma das melhores, e melhor até do que a anterior, muito aclamada por público e crítica. A julgar pelos episódios pre-merge, você fica na dúvida. Por um lado temos grandes personalidades, figuras polarizantes que certamente proporcionam (a mim, pelo menos) grande espetáculo televisivo. Tivemos o insano Phillip, Brandon Hantz e sua patética existência, além do bebezão slowpoke do Shamar Thomas. Infelizmente não tivemos quase nenhuma estratégia sendo discutida nessa fase e isso é uma grande parte do programa, a parte mais importante até. Então a promessa de Probst ainda não havia se cumprido.
Os episódios pós-merge, no entanto, compensaram e muito. Foram carregados de grandes jogadas, feitas por grandes jogadores. Vimos momentos tão tensos que eu dava pausa no episódio, literalmente sem coragem de ver o que aconteceria em seguida. Como espectador, você quer ver grandes jogadas e pessoas sendo traídas em grande estilo, mas por outro lado não quer que seu favorito saia do jogo. É uma montanha-russa emocional que somente Survivor em sua melhor forma pode proporcionar.
Apesar desse ritmo irregular de episódios, uma coisa se manteve no topo: os desafios. Foram emocionantes, intrigante e imprevisíveis. Bom trabalho, nota dez do começo ao fim.
Adorei o ganhador, achei que fez sentido emocionalmente e foi merecido. Estratégia foi boa, e até desafios foram ganhos. Coroou a temporada como uma das melhores desses últimos tempos.
A única coisa que não gostei foi do Reunion Show. Estranho, desperdiçaram vários dos participantes, não perguntaram o que precisava ser perguntado e não permitiram que os eliminados pré-júri subissem ao palco. Escolha estranha e ofensiva. Espero que consertem isso na próxima temporada.
E por falar em próxima temporada? O nome me deixou muito curioso, mal posso esperar.
The Office (9ª Temporada)
4.3 653Ultimo ano bem melhor que o anterior. Sabor de despedida a cada episódio. É legal como The Office consegue fazer humor num nível nonsense e ainda falar tão profundamente como nosso emocional. Às vezes esquecemos que estamos vendo uma comédia e simplesmente choramos junto com eles. Todas as grandes produções sabem transcender seu próprio gênero, já que no fim das contas o que vale é contar a trajetória dos personagens. O que for preciso acontecer, acontecerá. E você aceita e compra aquela história.
Fiquei triste com a participação bem menor de Catherine Tate. Nellie deu show na temporada anterior e eu queria que esse elemento lunático de sua personagem fosse mantido. Não aconteceu, e tivemos que nos contentar com suas certeiras e ocasionais aparições.
Andy continua insuportável, e pelo menos some em vários capítulos, nos poupando de sua presença irritante. Até que seus episódios finais foram legais, aquela coisa toda de American Idol e tal.
Interessante e ao mesmo tempo perturbador, o documentário finalmente sendo revelado. Tão estranho, depois de tantos anos, eles tentando fazer com que aquela equipe de filmagem onipresente fizesse sentido. Pois não faz sentido, isso nunca aconteceria na vida real e eu sinto que seria melhor deixar sem tantas explicações. Algumas, por certo, mas em certos instantes eu senti que eles estavam forçando a barra para entregar justificativas não solicitadas por ninguém.
Todos os atores foram muito sólidos durante a temporada, as tramas foram fortes e o final foi muito emocionante. Fiquei muito deprimido depois, parecia que tinha bebido. É assim quando termina bem uma série que você gosta muito e acompanha tantos anos.
Community (4ª Temporada)
3.7 161 Assista AgoraCommunity é uma das séries mais geniais que a tv americana já produziu. Não digo que Dan Harmon, seu criador e showrunner pelas primeiras 3 temporadas seja algum tipo de gênio infalível, mas no que diz respeito a essa criação, ele acertou em cheio. Foi então com muito pesar que ouvi a notícia de sua demissão da série. A quarta temporada seria então assumida por outros caras e ainda que pudessem ser bons, eu sabia que nunca mais teríamos o mesmo padrão de qualidade. A série era autoral demais e tinha uma audiência limitada. Eu sabia que o texto tentaria ficar mais simples e acessível ao grande público, seja por exigência da emissora, ou simplesmente pelo estilo dos novos showrunners. E foi isso mesmo que aconteceu.
Tivemos episódios bons, no nível de alguns mais fracos das temporadas anteriores, cercados de alguns episódios medianos e alguns simplesmente terríveis. Entre os piores eu cito o finale, que foi bobo, sem imaginação, com uma falsa profundidade besta e nem um pouco grandioso, tendo em vista que poderia ser o final da série como um todo.
Se fosse qualquer outra comédia, eu talvez estivesse suficientemente satisfeito. Mas Community me acostumou mal e eles não poderiam ter emburrecido tanto assim os roteiros. Muita raiva da emissora e do que quer que tenha acontecido para resultar na mudança de equipe criativa. Feliz pela renovação, gosto dos atores e dos personagens, mas meu sonho é que Community seja transferida para alguma emissora de tv a cabo, ou para o Netflix (seria ideal) e que Dan Harmon seja recontratado.
New Girl (2ª Temporada)
4.3 420New Girl finalmente achou sua voz. Eu realmente gostei da primeira temporada e ainda sinto falta de um tom mais quirky envolvendo a Jess. Isso foi bastante diminuído em favor da comédia de relacionamentos mais convencional. Eu gosto de comédias assim também, desde que sejam bem escritas e contenham bons personagens, que sejam fáceis de investir emocionalmente. Isso acontece aqui, então você perdoa os novos rumos do seriado, embora torça pra que um dia eles consigam equilibrar um pouco mais as duas tonalidades.
No começo eu não queria Jess com nenhum dos caras, mas tive que dar o braço a torcer. Jess e Nick possuem uma química absurda e só mesmo dois ótimos personagens, interpretados por ótimos atores para que a velha trama da tensão sexual eterna entre dois amigos não soe requentada e entediante. Você realmente torce e vibra pelos dois e isso é graças ao talento da equipe de criação.
Schmidt e Cece também divertiram muito, enquanto Winston ainda parece estar vivendo em alguma outra série. Adorei o par romântico novo dele e queria muito que suas tramas fossem mais centrais daqui pra frente.
Terminou em alta, e ver Zooey toda semana é um prazer. Que venha a terceira temporada.
Duas Garotas em Apuros (2ª Temporada)
4.2 212 Assista AgoraUma das estréias de comédia mais legais do ano retrasado, essa série continuou tão forte quanto em sua segunda temporada. As meninas são extremamente carismáticas, a química entre as duas é ótima, o texto é básico mas não ofende a inteligência de ninguém, arranca risadas e te coloca num estado de espírito muito bom.
Acompanhamos esse ano grandes avanços na vida profissional de ambas, dando ainda mais vontade de continuar acompanhando essa jornada e ver se um dia a Max's Homemade Cupcakes vai mesmo decolar. Todos ali se divertem muito em seus papéis e isso traduz muito bem na tela. Kat Dennings me encanta cada vez mais e Beth Behrs continua surpreendendo. O segredo de uma boa comédia está no elenco e nos personagens, os de 2 Broke Girls são ótimos.
Era Uma Vez (2ª Temporada)
4.1 639Essa temporada começou muito bem, um arco de episódios muito emocionante que durou enquanto Snow e Emma estavam pra voltar da Enchanted Forest. Tinha também o elemento surpresa, a curiosidade que tínhamos de ver o que aconteceria com a cidade agora que a maldição havia sido quebrada. Eu achei que tudo se resolveu rápido demais, poderiam ter enrolado um pouco, mas no novo cenário televisivo, as emissoras têm medo de plots que levam tempo pra responder certas perguntas. Esse desespero faz com que boas tramas tenham que ser resolvidas cedo demais e a consequência disso é que nem sempre temos outros objetivos tão grandiosos quanto para alcançar. O grande problema dessa temporada foi a falta de objetivo claro, a falta de uma trama unificada como havia sido a primeira. Temos esse arco inicial e depois vários episódios muito bons intercalados com episódios muito ruins. Foi bem "8 ou 80" e sem esse objetivo central, muitas tramas soaram como fillers desnecessários.
Outra crítica que faço é com relação a introdução de novos personagens. Sempre achei Ouat uma série interessante por seu universo tão amplo. Apesar disso, os produtores insistem em focar apenas em alguns personagens. Todos os novos personagens introduzidos dessa vez foram desperdiçados, não tiveram grande importância ou relevância, agindo somente como breves coadjuvantes dos mesmos personagens antigos de sempre. Eu não entendi muito bem qual é a dessa tática, e espero que um dia eles retornem aos tais personagens e lhes deem um background apropriado e boas histórias que expandam o universo, arejando-o um pouco mais.
O final foi interessante e traz muito potencial. Espero que a terceira temporada ajuste um pouco esse desequilíbrio entre personagens, traga uma trama mais unificada e não tenha medo de arriscar um pouco, mudando o formato, acabando com storybrooke se for necessário, que nos surpreenda um pouco mais.
Hart of Dixie (2ª Temporada)
4.3 182A primeira temporada de Hart of Dixie trazia certos arcos recorrentes que duraram a série toda. Você tinha o compromisso da Zoe em se estabelecer como médica naquela cidade, e seu propósito original de voltar a Nova Iorque assim que terminasse aquele ano. Você tinha a trama paralela da Lemon com o Lavon e George. Era episódico mas possuia essas metas de longo prazo. Quando uma série estabelece tal estrutura, tende a abandoná-la assim que os arcos de fecham, optando por um formato mais aberto. Os dois formatos são bons, mas preferia que novas metas fossem estabelecidas. A segunda temporada foi ótima e teve vários desenvolvimentos interessantes para os personagens, porém faltou essa linha de chegada. Tivemos arcos dramáticos mais curtos e tudo girou em torno da vida amorosa de Zoe. Muito bem escrita por sinal, junto com as tentativas de Lemon para se tornar uma mulher independente. Gostaria apenas de uma trama central mais presente.
Tirando esse mimimi do caminho, a série foi divertida, emocionante, vários episódios memoráveis e personagens muito carismáticos. Ansioso pela terceira temporada.
Robot Combat League
4.2 1Muito interessante, se nada mais, por sua originalidade. Precisamos dar luz a novos e excitantes reality shows, já que os melhores no ar atualmente ainda são os mesmos de uma década atrás. Cadê a nova geração? Está aqui, em projetos como esse.
A idéia é boa, a execução nem tanto. Não acho que a brutalidade dos robôs seja bem traduzida em tela, eles acabam passando uma fragilidade muito grande em seus movimentos, o que a edição tenta compensar com cortes rápidos, além da empolgação dos locutores das faíscas e jatos de líquido hidráulico que inundam a arena. Tudo muito dramático mas nem sempre tão eficaz.
Tudo isso perde a importância, pq os competidores são muito carismáticos, você escolhe fácil seus favoritos e a torcida é emocionante. O design dos robôs é muito interessante e eu queria figures de alguns deles. Valeu pela idéia e tomara que tenhamos mais temporadas.
The Office UK (1ª Temporada)
4.0 86Ricky Gervais é ótimo em suas criações, figuras autodepreciativas que visam zombar com inteligência das muitas e inúteis convenções sociais que nos rodeiam. The Office analisa isso de perto, com suas figuras entediadas ou iludidas com poder inexistente, seres tristes presos na burocracia de suas vidas. É uma comédia que faz você rir por vergonha alheia, fazer careta e esconder o rosto em certos momentos. Mete o dedo na ferida e resgata até mesmo depressões pessoais do telespectador. É lento, tranquilo e mordaz.
In the Flesh (1ª Temporada)
4.2 237Grande surpresa, essa minissérie. Claro que já pelo trailer você esperava algo mais existencialista e introspectivo mas não achei que o texto seria tão poderoso, que emocionaria tanto. Atuações intensas, fotografia dessaturada e agoniante e uma grande metáfora pra muitas questões atuais. Você pode tirar o tema de zumbis e a história funciona do mesmo jeito. Claro que usar esse ícone pop tão na moda foi uma tacada de gênio e confere essa singularidade pra produção.
Atual e ressonante, ainda que não seja renovada, seus 3 episódios iniciais já são must see pra qualquer um.
The Neighbors (1ª Temporada)
3.7 30Essa série já intrigava desde seu primeiro trailer. Assisti e foi amor a primeira vista. A melhor estréia de comédia da temporada, sem dúvidas e uma das melhores no ar atualmente. Texto ágil, inteligente, criativo. Atores carismáticos e situações imprevisíveis. Cada episódio foi consumido por mim com avidez. Eu esperava o momento em que eles deixariam a bola cair mas isso não aconteceu. Me impressionou muito.
Destaque pro Dick Buktus: aquele menino é WEIRD. E muito engraçado. Destaque também pra linda Clara Mamet que mesmo sendo uma escolha estranha pro papel (ela é claramente uma garota alternativa, num papel de patricinha) fez um excelente trabalho. Parabéns e por favor, ganhem uma segunda temporada.
A Anatomia de Grey (6ª Temporada)
4.5 463 Assista AgoraGrande temporada, todos os personagens já estão mais que estabelecidos em nossos corações e isso torna o trabalho dos roteiristas até mais fácil. Qualquer perrengue que eles sofram já é sofrimento imediato para nós. Por isso aquele season finale é tão intenso.
Claro que ele não deve tirar o brilho dos demais episódios. O arco que mais gostei foi esse inusitado triângulo envolvendo Owen, Cristina e Teddy. Yang ainda é a personagem mais complexa e pede storylines não convencionais. Os roteiristas conseguiram esse feito. Callie e Arizona roubam a cena toda a vez que aparecem, vale notar.
O final foi impressionante, como disse, uma das melhores produções de suspense que já vi na TV. Num filme de suspense ou de terror, algumas coisas te impressionam mas no geral você sabe que pessoas morrerão. O que deixa esse finale tão marcante é a sua imprevisibilidade. Você não espera algo assim acontecendo em Seattle Grace. Não com essas pessoas que você tanto ama. É de tirar o fôlego.