Meu Deus que BOMBA! Me pegou de surpresa, eu realmente não esperava que fosse conseguir ser tão ruim. Esse filme nunca se compromete inteiramente com seu lado galhofa, que seria o correto a se fazer, e acha que precisa perder tempo precioso estabelecendo situações dramáticas desinteressantes e arrastadas, que ficam adiando as lutas que no final das contas nem são tão boas assim pra fazer valer a espera. Boa parte da coreografia é lenta e deliberada demais, como se fosse um ensaio, além claro da pouca quantidade de confrontos; o filme acaba de repente e deixa a impressão de estar incompleto, como se fosse o primeiro episódio de uma série. Tá tudo bem estabelecer ganchos pra uma continuação, mas o filme presente precisa ser emocionalmente satisfatório. Muito pouco memorável e entediante, o filme tem momentos legais aqui e ali e no geral tem um visual maneiro, mas foi muito aquém do esperado em todos os sentidos. Já vi coisa bem melhor em tudo oq esse filme se propôs a fazer.
No fim as mortes não tem impacto nenhum, já que fica implícita a ressurreição de todos os derrotados, um tipo de reset que obviamente existe nos games mas que não funciona numa narrativa audiovisual. Você precisa que a história ande, que os acontecimentos sirvam a algum propósito, senão é só um videoclipe. E ta tudo bem, eu gosto de videoclipes, mas pelo menos impressiona visualmente e nem isso o filme faz. A luta final é maneira, mas é a única e é a última. As demais tem partes empolgantes mas como falei são irregulares demais.
WW84 não é o filme que a gente esperava mas isso não o torna necessariamente ruim. Tenho visto muita empolgação na hora de falar mal do filme, e se no início as críticas negativas faziam sentido e eram bem balanceadas com as positivas, agora quanto mais se fala mal, mais se fala mal, como se fosse por diversão mesmo. Vejo esse fenômeno acontecendo com muitas produções de tv e cinema com grande apelo popular: o amor e o ódio a obra são sempre absolutos e quase ninguém escolhe uma abordagem mais ponderada (algumas dessas produções são tão mal faladas que dão a volta e de repente passam a ser aclamadas de novo, num bizarro revisionismo emocional, tais como as prequels de Star Wars, ou o final de Lost).
WW84 opera numa lógica inocente e fantasiosa, bem diferente do tom cínico e mais pseudo-realista dos filmes de herói atualmente. O filme tenta replicar o tom de filmes de ação e fantasia da época em que se passa, os anos 80, e resolve contar uma história mais íntima e humana, com uma resolução conciliadora e inspiradora ao invés de bélica e punitivista. Eu acho que o filme merece aplausos pela ousadia de tomar esse caminho tão inesperado e ir com ele até o fim, sem medo de cair de cara na breguice, pro bem e pro mal. WW84 se parece com um episódio de Doctor Who com uma pitadinha de Steven Universe e 200K a mais no orçamento; quem curte essas séries talvez consiga engolir melhor a frustração de não termos a Diana sentando porrada em algum vilão megapoderoso numa estrutura de ação mais contemporânea e tradicional.
Infelizmente, no entanto, mesmo compreendendo e aceitando as logicas internas do filme, nos vemos obrigados a perdoar muitos erros e conveniências, desenvolvimentos estranhos de personagens, um ritmo irregular e uma trama por vezes incoerente que deixa muitas perguntas no ar e exige um nível de abstração demasiado grande ao espectador para poder ser realmente apreciada. O climax é duplamente frustrante: num primeiro momento por ser bobinho e antiquado demais ao invés de algum grande desafio físico e intelectual pra protagonista, e logo depois por não ser tão convincente ou emocionante assim nem mesmo dentro do tom que escolheu seguir. Temos poucas cenas de ação e um romance central falho, feito apenas para reciclar a química entre Gal Gadot e Chris Pyne, um dos pontos altos do primeiro filme; eu até curti a participação dele nessa segunda parte, porém acredito que ele não seja um desenvolvimento justo pra Mulher Maravilha. Não entendo o motivo de transformar a personagem numa viúva eterna desse cara que ela conheceu durante uma semana 70 anos antes. Eles poderiam ter usado o romance na narrativa sem precisar transformar a MM numa freira infeliz solitária. Esse é só um exemplo das muitas decisões esquisitas e preguiçosas que o filme faz, todos pontos que poderiam ser facilmente resolvidos com algumas revisões a mais no roteiro, o que me leva a crer que eles resolveram filmar o primeiro rascunho só de sacanagem.
Eu amo as cenas de ação do filme, ainda que sejam poucas, adoro os vilões, seu conceito e representação, ainda que nenhum deles apresente um desafio grande o bastante pra Diana. Creio que poderiam manter um deles e dar a outra vaga pra alguém mais poderoso e grandioso. Eu amo ambos os atores, mas acho que ficaria só com a Cheetah e exploraria melhor o relacionamento das duas e a sua queda pro lado sombrio da força. Adoro a fotografia do filme, a edição e montagem que são tão evocativas de filmes de ação dos anos 80, deixando evidente o quão talentosa Patty Jenkins é como cineasta e acho que a Gal melhorou muito sua performance. Esse filme é autoral e tem coração, a despeito de suas falhas narrativas e questões problemáticas.
Não entendi nada outra produção sobre esse tema, esperava algo mais criativo e temos séries recentes que tratam do assunto de forma mais interessante. As atrizes são boas mas bidimensionais e o filme não inova em nada dentro dos clichês que se propõe a usar. Faltou inovação, é como se eu tivesse vendo uma versão piorada de algo que já vi várias vezes.
Como comédia esse filme não é tão engraçado, como paródia não aproveita tão bem assim suas inspirações originais e principalmente como slasher ele é uma decepção, pois o número de mortes é baixíssimo e só morrem personagens previsíveis. A única cena legal é a sequência de abertura, a partir daí é só ladeira abaixo.
Dessa vez Nolan esqueceu de embrulhar suas ideias ambiciosas numa embalagem mais acessível racional e emocionalmente. Geralmente Nolan consegue balancear melhor seu amplo escopo visual, suas ideias mirabolantes e as reflexões que propõe com o aspecto humano da história. Tenet é visualmente incrível, num nível que poucos blockbusters tem se aventurado, só consigo pensar em 007 e Missão Impossível como outros filmes de ação tão ambiciosos quanto, e Tenet ganha pontos extras por ser uma ideia original do cineasta, não é adaptação ou reboot de nada. Infelizmente Tenet é complicado demais, não consegue explicar o conceito de inversão temporal nem a mecânica dos eventos no filme de forma simples, requer um extremo esforço mental e fica parecendo aquele exercício de física que você até acha interessante mas que é muito chato de aprender pra fazer prova depois. Pra piorar seus personagens são propositalmente superficiais, uma ideia que Nolan deve ter achado genial, então só me resta presumir que o resultado final não tenha sido o que ele esperava, já que me custa acreditar que um cineasta de seu talento tenha realmente achado uma boa ideia NÃO criar arcos emocionais interessantes e personagens carismáticos. Tenet tem boas ideias mas seu roteiro precisava da opinião de mais algumas pessoas para que o conceito fosse melhor aproveitado enquanto entretenimento. Esse filme é oq acontece quando um cineasta muito pretensioso é deixado solto com toda a liberdade criativa e todo o dinheiro que precisa.
O primeiro Ip Man foi o que melhor equilibrou história e ação: eu assisti ansioso pelas lutas e estava impaciente durante as cenas envolvendo draminhas de personagens secundários, mas todas elas são essenciais para gerar o impacto necessário na gente e no protagonista, motivando ele a partir pra porrada. É a classica história do guerreiro hesitante, que prefere a paz, mas é forçado pelas circunstâncias a fazer alguma coisa, mas é feito de forma sincera e povoado de bons personagens. O segundo é incrível na ação mas o mais fraco em trama. São só várias desculpas para a ação acontecer e não tem muito mais além disso. Eu não reclamo, as lutas são o que eu realmente quero ver e quanto a isso o filme chega a ser mais legal que o 1 em vários momentos. Essma e 3 tenta recuperar um pouco da ´profundidade dramatica do 1, mantendo o nível de ação, e seria uma boa ideia se tivesse dado certo. Achei as tramas desconexas, episódicas, o filme se divide entre dois "vilões" e acaba não dando tempo pra desenvolver direito nenhum deles. Myke Tyson tá canastríssimo, e eu abandonaria aquele plot pra focar apenas no Jin Zhang, esse sim um personagem interessante. Parece que já sabiam que fariam um spin-off dele e colocaram ali só pra isso. Ficou bem jogado. As lutas são muito legais mas poderiam ter sido maiores em quantidade, já que a história nem é tão boa. O drama com a esposa seria mais legal se mostrassem do ponto de vista dela. Ela passa todos os filmes calada, no canto, sendo a esposa resignada, e até em sua maior tragédia pessoal ela continua preferindo ser altruista e colocando os desejos de seu marido em primeiro lugar. Seria mais interessante se os roteiristas tivessem aproveitado a oportunidade para explorar mais facetas desse personagem, que sempre foi um detalhe na vida do protagonista.
O filme é uma merda, mas os efeitos são bons sim. É bizarro ver gatos com cara de gente nesse contexto, mas os mesmos personagens com itos mesmos efeitos funcionariam muito bem se fossem criaturas num sci fi, por exemplo. Acho que o filme é muito chato pq não tem história, não tem músicas legais além de Memory, e nenhuma coreografia é tão legal assim. Mas o CGI em si e o visual dos gatos é maneiro.
Fiquei muito p da vida pq estava sedento por um slasher e oq eu vi n foi nada do tipo. Nenhuma morte e mostrada, a câmera corta toda vez que algo vai acontecer e os corpos são revelados depois do assassinato. Uma pena, pq tem personagens interessantes e distintos, embora eu toda hora confundisse as garotas, que são quase todas loiras.
Ok, as mortes não aparecem justamente pq elas são fake, mas por mais que esse twist seja engraçadinho, não tira o fato de que ele existe em detrimento das sequencias de assassinato maneiras que ele poderia ter. Por mais interessante que seja, não compensa a chatice do resto do filme.
Mano que bomba! A ação é espetacular, e eu gosto da direção de videoclipe do Bay, mas sem um bom roteiro por trás é foda. Sem contar que eles matam MUITA gente inocente durante o filme. No ato final eles passam por cima de vários barracos numa favela, e o Will Smith gritando "UHUUUUULL" como se fosse muito legal. A cena é linda, mas quando você pensa nas mulheres e crianças que tavam de boa em casa enquanto eles passam por cima delas, a coisa muda um pouco de figura. Os protagonistas são carismáticos, mas no primeiro eles pareciam pessoas reais, dois amigos de verdade. Nesse outro eles são caricaturas do que eram antes, o Marcus virou um idiota completo e o bate-volta entre eles não é inteligente nem realista, é só uma coleção de frases de efeito. Muito estilo, nenhuma substância e um humor cringe e algumas vezes ofensivo.
Revi esse filme ontem, pois pretendo rever TROS e só tinha TLJ umas duas ou três vezes no cinema na época e nunca mais. E segue sendo meu favorito dessa trilogia e um dos melhores da série toda. Rian Johnson é um excelente roteirista. Ele consegue dar um arco dramático completo e coerente para todos os protagonistas, e ainda arrumar tempo para desenvolver personagens secundários memoráveis, ainda que tenham poucos minutos de tela. Toda a sequência de abertura é excitante e bem coreografada, mas se torna mais emocionante instantaneamente só por mostrar o sacrifício de uma pessoa que a gente nem conhece. Todas as cenas de ação desse filme são bem coreografadas e distintas visualmente, as batalhas espaciais são ótimas e os mundos criados são deslumbrantes. Eu gosto até mesmo da infame visita ao cassino, pois nos proporciona uma visita a um lado inexplorado da galáxia em guerra, além dos soldados rebeldes e "imperiais". Adoro a quebra de expectativas, pq te deixa se questionando a todo tempo qual vai ser o rumo da história, e é isso que você quer ao ver um filme, ser surpreendido. E toda decisão tomada aqui é pro benefício da trama, pra empurrar os conceitos pra frente e trazer novos desenvolvimentos interessantes para os personagens. Até hoje não vi nenhuma crítica negativa que faça algum sentido, apenas pessoas chorando pq queriam que o Snoke fosse mais importante, sendo que esse detalhe não faz a menor diferença. A história pode ser boa ou não, independente de quem o Snoke seja, ou se o Luke tivesse continuado um idealista bidimensional. Foram decisões criativas que criaram uma história maneira de assistir, e é isso que importa. Snoke serviu para elevar o personagem do Kylo Ren, o verdadeiro vilão da história, e um Luke desiludido e cansado é uma faceta nova do personagem, muito mais interessante do que o seu lado já conhecido por nós. É um filme profundo que equilibra ação com desenvolvimento inteligente de personagens, uma bela continuação do filme anterior que serviu pra colocar as peças no tabuleiro, e é uma pena que sua sequência tenha sido tão superficial e repetitiva.
Não sou fã de corridas na vida real, mas amo uma corrida bem filmada na ficção. Esse filme tem umas sequências muito emocionantes e e gostaria que tivesse muito mais. A química entre os protagonistas é muito boa e Christian Bale é o coração do filme. Não fosse por sua história e seu jeito doce e doidão, talvez o resto do filme não fosse tão interessante. A história da briga entre corporações não é suficiente pra segurar um filme, afinal quem quer escolher uma torcida entre dois empresários ricos? O filme é esperto em concentrar seu foco na trajetória pessoal dos protagonistas, que estão ali por algo "Maior" do que simplesmente domínio corporativo. É um filme "de menino", bem hétero, então achei que não fosse gostar muito, mas achei bem divertido.
Divertido, mas ele virar um pombo é um detalhe bem aleatório. Ele poderia ser qualquer animal que a trama não mudaria. Pensei que fossem aproveitar alguma característica dos pombos que acabasse sendo útil a espionagem, mas se ele fosse um cachorro não faria a menor diferença. Mas ok, o filme é legalzinho o bastante pra entreter, e até que tem algumas sequências de ação bem legais.
As personagens são ótimas, bem como a interação entre elas. As cenas de ação são incríveis, bem no nível de John Wick, graças ao trabalho da mesma equipe. Eu queria que esses caras fossem contratados para coreografar todos os filmes de super herói, pq eu amo lutas bem feitas. Não é confuso, cheio de edição epiléptica, que você precisa forçar pra entender o que está acontecendo: a câmera passeia pela cena com tranquilidade e a porrada é brutal, distinta pra cada personagem e muito criativa. A trama é simples, mas não mais do que a maioria dos filmes que focam mais em combate corpo a corpo. Tudo o que você precisa é uma desculpa para que os personagens se encontrem, interajam e metam a porrada uns nos outros. Eu queria que a Canário usasse bem mais seus poderes e acho que a Caçadora ficou subdesenvolvida, e não entendi pq reduziram a Cassandra Cain a uma criança (ok, a garota é divertida, mas se ela fosse mais velha e badass seria mais uma guerreira maneira pra gente curtir). Também acho que a narrativa fora de ordem quebra o ritmo do filme em momentos cruciais só pra explicar coisas que não precisavam ser explicadas, ou que poderiam ser esclarecidas em diálogos rápidos. Também queria mais cenas de ação. Infelizmente quando as Aves finalmente se juntam já estamos no clímax. Não curto quando a melhor cena de ação de um filme já é sua última. Acho que esse filme foi super necessário por ter introduzido vários elementos novos ao gênero de "super heróis" e espero que a Warner saiba que tem um filme de qualidade nas mãos, apesar do desempenho abaixo do esperado. Digo isso pq queria que as partes boas desse filme se repetissem em filmes futuros, então espero que o estúdio saiba que baixa bilheteria não tem a ver com a qualidade do filme.
Nossa, muito bobo. As crianças vão gostar, mas eu costumo dizer que um filme infantil realmente sofisticado agrada igualmente crianças e adultos, vide a maioria dos filmes da Pixar, por exemplo, que conseguem ser divertidos e engraçados, mas também profundos e complexos. Sofisticação não destrói a diversão, apenas a aumenta. Nenhuma piada nesse filme funciona muito bem, e infelizmente tive que ver a versão dublada, que destrói completamente o pouco de graça que deve ter; estava curioso pela performance do Jim Carrey, mas é impossível julgar a interpretação dele com aquele dublador e aquele texto esquisito. O CG é muito abaixo dos padrões de Hollywood, parece algo feito pra TV. Eu não achei chato nem insuportável, é um filme tranquilo de assistir, mas é totalmente burocrático e feito por comitê. Não tem nada de novo, é uma colagem de vários elementos que já foram feitos várias vezes diferentes de forma melhor em outros filmes.
A força do filme está nas atuações, na dinâmica charmosa e carismática entre os personagens. Tem sequências divertidas e momentos emocionantes, porém é tudo muito básico e pouco imaginativo. O filme não é tão imersivo como poderia ser, com exteriores genéricos que parecem artes conceituais reaproveitadas de outros projetos, os interiores das naves são galpões grandes, sem detalhe e mal iluminados; o filme todo é mal iluminado, aliás, o que o posiciona pra mim um pouquinho abaixo da média Marvel, que já costuma usar uma colorização sem contraste e sem graça em seus filmes. O CGI é terrível, e as cenas de ação são básicas e derivativas. Parece que o filme todo foi dirigido pela equipe de segunda unidade, tão sem personalidade ele é. Parece um episódio mais rico de Agents of SHIELD, e por mais que fique feliz com seu sucesso, fico triste em pensar que Hollywood vai aprender as lições erradas e passar a investir cada vez menos em produções visualmente sofisticadas. Marvel precisa parar de bater recordes fazendo o mínimo esforço possível. O ponto mais positivo é saber que meninas agora tem mais um filme de ação para lhes inspirar e mais uma personagem incrivel para curtir; o filme tem lições valiosas e eu gosto de como subverte as expectativas em relação aos Kree. O trabalho feito com Samuel L Jackson está incrível (o dinheiro foi todo nisso) e como eu disse, seu relacionamento com a Carol é divertido, ainda que nem todas as piadas funcionem. O filme não é ambicioso mas também não ofende, mas eu gostaria muito que a Marvel Studios voltasse a me supreender.
Achei bobo e cheio de conveniências. Acho que tanto Corpo Fechado como Fragmentado são filmes de tramas simples come mensagens diretas e distintas. Essa terceira parte ao invés de servir como progressão natural de ambas as histórias, acaba se tornando um trabalho de colagens de melhores momentos daqueles personagens. O filme parece se achar mais complexo do que realmente é, e parece achar que os filmes que o precedem são melhores do que realmente são. As situações são repetitivas, a coleção de personalidades do Kevin vem e vai freneticamente e quase sempre sem a menor necessidade (aquela hora o enfermeiro fica piscando a luz por gostar de abusar dos pacientes? Isso deveria ficar mais claro). O filme tem sim bons momentos e eu gosto da forma com que os personagens se unem, mas pra tudo acontecer é necessário que aquele hospital, que abriga um genocida, um serial killer canibal de multiplas personalidades e um vigilante que só pode ser detido com água, estejam completamente sozinhos, sem guarda nenhum pra impedir que os personagens tomem o controle do lugar. Isso é tudo muito forçado. Acho que a premissa do filme é boa, porém ele precisava de algumas revisões a mais no roteiro para garantir que esses furos e coincidências não se acumulassem, distraindo o espectador e arruinando a experiência de imersão.
Mary Poppins retorna com muito charme, atuações impecáveis e um visual atemporal que injeta novas tecnologias nas sequências mágicas sem tirar o ar vintage que faz o filme remeter ao original. Retorna com momentos emocionantes, divertidos e nostálgicos, e essa nostalgia é o que mais atrapalha na hora de entregar uma trama mais coesa. O conceito de Mary Poppins retornando aos Banks agora já adultos com seus próprios filhos é interessante, porém o filme não se contenta com apenas essa ligação e se esforça pra realizar diversas sequências que referenciam o original, muitas vezes em detrimento da história, que não pode se desenvolver livre dessas obrigações. Isso não chega a estragar o filme, mas faz com que momentos mais divertidos se revesem com muita frequencia com alguns parados e chatos. A resolução do drama da família é mostrada ao espectador logo no começo, tirando assim a possibilidade de conflito realmente poderoso, já que durante todo o drama já sabemos como será resolvido. (Algumas pessoas não percebem essa resolução e assim sendo o suspense funciona melhor pra elas) Não darei spoiler do final, mas preciso comentar em linhas gerais que não considero a participação da Mary Poppins vital para a solução do problema. Não existe uma grande lição a ser aprendida e algumas delas são simples demais. O final feliz não vem necessariamente de mudanças emocionais trazidas pela protagonista. Essas são paralelas a resolução. O primeiro filme seguia uma logica de conto de fadas mas o problema era sério, a solução difícil e no centro de tudo havia uma mudança no coração do Sr Banks, provocada pela influencia da MP nas crianças. Eles tentam seguir a mesma rota na continuação mas não com a mesma profundidade. As músicas são boas mas nenhuma tão memorável como as originais e a versão legendada me deixou confuso. Eles puseram na legenda uma versão da musica ao invés de sua tradução literal, e algumas dessas versões não eram muito boas. Entender partes da canção em inglês e tentar fazer sentido com a letra me distraiu muito algumas vezes. Ah, e a expressão corporal das crianças quando estão admirando algo mágico é teatral e exagerada demais, dando um clima meio sitio do pica-pau amarelo a algumas dessas cenas. Realismo não é a meta, mas mesmo assim vê-los nadando quando estão claramente presos por cabos na cintura me deixou meio desconcertado. Negativos de lado, vale a pena assistir pelo visual espetacular, a atuação da Emily Blunt que é perfeita, pra ver novamente animação tradicional (ou pelo menos que parece muito com isso) de volta a um blockbuster. Amei a decisão de manter os personagens assim ao invés de fazer em CG. Amei a sequência dos acendedores de lampião, embora seja uma dessas cenas que só existe pra ser referência. Ben Wishaw tá incrível, intenso em todas as fases do personagem. Algumas das sequências são espetaculares e apesar de ter me decepcionado um pouco por não ter alcançado todo seu potencial, achei uma experiência válida e divertida.
O que falava sobre mudança emocional não ser a resolução: O protagonista tá deprimido por perder a casa. Existem ações do banco. Ele consegue levar as ações e quita a dívida. Por isso ele tá feliz, não por mudança de ponto de vista. Além de tudo fica rico por causa de um investimento. Capitalismo salva o dia, não a Mary Poppins. Eu acho que ele deveria ter perdido a casa e a lição ser mais sobre se reerguer do que ficar convenientemente cheio de grana.
O final é tão rápido né? Primeiro que todo o drama foi estragado pra mim no momento em que o filme revela que a declaração tá no bolso da criança. Daí depois tem aquela sequencia linda deles escalando o Big Ben, que também não serve pra nada, pois a MP só voa até lá como poderia ter feito desde o começo. Por isso que digo: esse filme é lindo mas não se preocupou muito com o roteiro.
Eu me surpreendi com o tanto de drama adolescente oitentista que esse filme tem. Esperava que um filme focado no relacionamento da protagonista com seu "pet" Bumblebee seguisse mais o clima do primeiro Transformers, com a amizade de anime shonen envolvendo o Shia Lebeouf e o Bumblebee. Isso não é ruim, mas nem sempre eles trabalham bem com o gênero que tentam homenagear, gerando uma narrativa irregular e meio chata ou repetitiva em alguns momentos. Existem muitas incoerências no roteiro e atalhos de escrita um pouco pobres, como na cena em que a protagonista reage a uma situação de forma imbecil só pra que a historia possa chegar a uma necessária briga. O roteiro é em partes bobo demais, alguns dos vilões são genéricos e os mais interessantes duram pouco. A dupla de triple changers, que se tornam veiculos terrestres e aereos, não usa essa função para nada necessário a narrativa, pelo contrário, ficam mudando de forma várias vezes sem motivo só pra mostrar que podem fazer isso e fazer a gente comprar brinquedo. Eu acharia aceitabilissimo desde que a transformação fosse real e desse pra ser mapeada. Sempre odiei em todos os transformers a forma sem sentido com a qual eles mudam de forma. Apesar disso tudo, esse é o melhor da série, o relacionamento dos protagonistas é muito fofo, tem momentos singelos que me emocionaram diversas vezes e as cenas de ação são ótimas, menos confusas e ajudadas pelo design clean e magnifico dos personagens. Alguns detalhes da história me incomodaram ou me deixaram confuso, mas o carisma dos personagens e o nivel de algumas das cenas de ação seguram o filme.
Agora algumas questões que me lembro: Pq eles são carros terrestres em Cybertron? É só pra poder ficar mostrando o visual né, pq eles viram carros terrestres quando chegam na terra, não?
Esse filme reboota a franquia? Todos os transformers chegando nos anos 80, o Bumblebee virando um camaro... não bate com a cronologia anterior
Vocês perceberam como o Bumblebee quando fala parece ser mais maduro do que quando perde a voz? Ele vira uma criança!
Esse filme veio ensinar uma muito necessária lição a filmes de ação modernos: nos deem sequencias bem coreografadas, que te deixam sem saber como foram feitas, imersivas, emocionantes, sem aqueles cortes epilepticos que não te deixam entender oq tá rolando. Ah, e tudo durante o dia, nada de noite na chuva. As criaturas, o Reino, as armaduras, tudo incrível e sem medo de ser brega. Nada de uniformes práticos ou desculpas pseudo cientificas pra tudo; eles abraçam a fantasia totalmente. A parte mais negativa está apenas no roteiro que é muito raso, o humor que muitas vezes é forçado e não funciona, e o romance entre ele e a Mera não é tão interessante, embora ambos dividam uma cena incrivel envolvendo esse romance, e a Mera em si seja a rainha desse filme. O vilão é generico mas o ator é tão bom que ele funciona. James Wan é um otimo cineasta de ação mas precisa de melhores roteiristas trabalhando pra ele. Aquaman é bobo mas não ofende, pelo contrário, é divertido pra caralho. Comparando Aquaman com Pantera Negra, acho o segundo muito superior no roteiro, mas achei o primeiro mais interessante visualmente.
Fiquei meio decepcionado. O primeiro filme é muito divertido e sabe equilibrar bem o humor com drama, se apoiando na interação de seus carismáticos protagonistas pra entregar uma aventura espacial como há muito tempo não se via no cinema. O vilão é desperdiçado e esquecível, uma pena pq eu amo o Lee Pace, mas qual filme da Marvel tem um vilão bom, além do Loki? Nenhum, e isso infelizmente é proposital. Kevin Feige, o showrunner desse "seriado" que é o MCU, já declarou que o foco são os heróis e que os vilões estão ali apenas pra serem a pedra no sapato, a força motriz para o desenvolvimento dos heróis. Eu acho esse conceito equivocado, mas tá tudo bem. Guardiões 2 faz o que muitas sequências em Hollywood fazer: aumentam o volume ao máximo, duplicando tudo o que deu certo no primeiro. O problema disso é que muita coisa acaba passando do ponto e ficando exagerada ou forçada. O humor nesse filme é extremamente idiota: as piadas são nível "turma do fundão" na quinta série (o Drax literalmente dá risada apontando o dedo pro StarLord) e elas vêm em muitos momentos em que o drama puro se faria necessário. James Gunn sente a necessidade de cortar qualquer tensão dramática com uma fala engraçadinha, e as vezes corta um clima que pede pra ser mais denso. Quando ele permite que o drama finalmente aconteça, ele acaba sendo piegas.
A morte do Yondu por exemplo, toma vários minutos de chororô estilo novelão mexicano, sendo que a gente nem conhece o personagem tanto assim. Não existe ainda o investimento emocional necessário para que haja a tristeza pretendida.
Muitas piadas funcionam e eu dei risadas, mas no geral todos os personagens foram transformados em versões infantilizadas de si mesmos, que é um trend que a Marvel parece estar utilizando em Thor Ragnarok também, o que me deixa preocupado. Drax por exemplo, era pra ser apenas um cara de uma raça que não entende metáforas, então o humor advindo do personagem surgia organicamente no primeiro filme, fruto de mal entendidos. Aqui ele vira uma criança chata e barulhenta. A música, que tanto distinguiu o volume 1 de todos os demais filmes do estilo aqui soa quase como que uma obrigação, uma reafirmação da "marca". Ela aparece nas horas erradas e chega a atrapalhar o clima de algumas cenas. O filme não é um desastre, claro: os atores são ótimos, eu gosto muito do desenvolvimento dado a Gamora e seu relacionamento com Nebula (sou fã da Karen Gillan e fiquei muito feliz em vê-la ganhar mais espaço). Eu achei muito ousada a decisão de não dividir o filme em três atos certinhos. Por um bom espaço de tempo você não consegue nem dizer qual é a história do filme: a equipe está divida pelo espaço, cada núcleo cuidando de uma parte diferente e não existe nem um grande vilão, ou uma grande missão que dê algum direcionamento. Isso torna a narrativa imprevisível e intrigante. As cenas de ação são boas, ainda que venham em menor quantidade dessa vez e eu gosto do momento Dragon Ball Z no final. Inferior ao primeiro, já que James Gunn se empolgou com a própria popularidade e esqueceu de editar suas ideias, Guardiões 2 ainda assim é um divertido espetáculo visual e eu estou curioso pra ver o que mais esse universo tem a mostrar.
Todo mundo na internet brasileira tá amando esse filme e eu to me sentindo aquele maluco que se pergunta se a loucura é dele ou de todo o resto hahahaha Sério, as definições de decepção foram atualizadas. Eu sou um fã de Super Sentai desde criança, desde Changeman, Flashman e Maskman na manchete, depois virei fã de Mighty Morphin (mais pq não tinha jeito na época de acompanhar Sentai, então a gente fica com o remake mesmo) e até hoje acompanho ambas as franquias. Eu estava MUITO hypado pra esse filme e fiquei muito triste com algumas das escolhas que eles fizeram. Antes, um pouco de contexto: eles não tinham tanto dinheiro assim pra realizar esse filme e ao mesmo tempo estão entrando numa arena junto com competidores de peso, e precisam estar no mesmo nível. O estúdio quer uma nova franquia bilionária que possa competir com a Disney, que nesse momento reina absoluta com a Marvel Studios e a LucasFilm. Tem a Warner também, com Harry Potter e os filmes da DC. O ano tá estufado de blockbusters milionários. Sabe Transformers? Pois é. Então, fazer um filme mais focado no drama e guardar o dinheirinho pra investir em efeitos mais ambiciosos no final é algo sábio a se fazer. Além da economia óbvia, você ainda pode aproveitar que já tá ali e explorar os personagens de uma forma mais sóbria, mais profunda e nunca feita antes no seriado, que é mais elétrico e superficial. Eu não sou contra isso. O problema é que resolveram focar nisso demais, em detrimento do resto. E o drama nem é assim tão envolvente. O que eu gosto em sentai é que, mesmo com pouco orçamento, temos sequências espetaculares de luta. Hoje temos visto seriados de tv com porradaria da melhor qualidade. Alguém então me explica pq diabos só temos nesse filme UMA cena de luta corpo-a-corpo, que dura menos de um minuto e que já havia aparecido na integra em todos os trailers? Vc tem dois terços do filme dedicados a uma construção lenta, arrastada e nem um pouco vibrante dos protagonistas, algumas sequências de treinamento bobas e salpicadas, (que também já haviam aparecido integralmente nos trailers), uma unica cena de transformação sem a invocação dos dinossauros, oq achei uma oportunidade perdida, parte pro confronto com os bonecos de massa, que é rapido e com coreografia pouco inspirada, e pula pros Zords. Os efeitos nessa parte não são 100% mas seriam bons o bastante se pelo menos a coreografia fosse boa. Mas é bem pouco inspirado. Nós não vemos o Megazord sendo montado, o que é muito idiota, já que seria visualmente impactante e diferente do que estamos acostumados a ver no cinema. A resolução do confronto é fácil demais e pufff acabou o filme. Com os uniformes eu vivi uma relação de amor e ódio durante todos esses meses, aprendi por fim a gostar muito, e tinha esperança de que funcionassem no filme. Mas infelizmente eles são poluídos demais e não parecem ágeis... os atores tem seus movimentos limitados e você não vê artes marciais sendo mostradas em toda sua glória, como é de se esperar em um filme assim. Voltando um pouco e falando dos dramas: alguns deles são legais, tirando Jason e Kim, que são só aborrecentes mesmo; achei só que poderiam ter vendido isso com mais energia, com menos sofreguidão. É fácil fazer um filme de herois coloridos pilotando dinossauros e ter drama de qualidade ao mesmo tempo? Não é, nem um pouco. Mas quem disse que cinema é uma arte fácil? Não é impossível, e o filme seria muito melhor se equilibrasse mais seus diferentes elementos. Antes de falar das partes positivas, uma ultima parte negativa: a homossexualidade da Trini, que é tristemente pouco explorada. Como homem gay, eu me entristeço muito por nunca ter um personagem que verdadeiramente me represente nos grandes blockbusters. Partes boas: Rita Repulsa. Todas as aparições dela tão no trailer, mas pelo menos ela traz pro filme todo o senso de supresa e absurdo que ele deveria ter desde sempre. Gostei do elenco, da quimica entre eles, das novas personalidades dos atores, da mitologia apresentada por trás do Zordon e da Rita, e gostei de varias partes isoladas da pouca ação apresentada. Só espero que não flope, para que possamos ter uma sequência maior e melhor.
Esse filme é meio guilty pleasure né? O Paulo Gustavo faz rir justamente por conseguir canalizar arquétipos populares brasileiros muito conhecidos por todos nós. Nós rimos da Hermínia pq todos já conhecemos uma dessas de verdade. Ao mesmo tempo, ele se apoia apenas na sua atuação e esquece de escrever um filme que se pareça com um filme de fato. MMEUP2 (adoro essas siglas de series/filmes que substituem seus gigantescos nomes, tá na hora de algum produto nacional copiar o trend) é uma coleção de gags que começam e de repente terminam. Podia ter um escopo muito maior, mas parece um resumão de uma série de tv. Algumas piadas são problemáticas, gordofóbicas e bifóbicas e não adianta dizer que é a realidade sendo retratada, pq ali tais piadas não são apresentadas com reprovação, mas são celebradas. Quando a Herminia chama a filha de baleia, a gente ri disso, a gente não ri pq isso é errado. Pode-se fazer piada com tudo, mas é preciso saber escrever muito bem. Detalhe também pra hipocrisia: jamais vemos o filho dela pegando homem, mas, quando ele se descobre bissexual e resolve pegar uma mulher, isso é retratado graficamente; também jamais veremos Dona Herminia ficar com homem nenhum, já que o filme não quer "chocar" o espectador médio. É muito chato ter que toda hora colocar de lado esses problemas pra poder curtir um filme. Não seria mais fácil que os filmes simplesmente parassem de fazer isso? MMEUP2 é divertidinho mas poderia ser muuuuuito melhor.
Fiquei muito surpreso com esse filme, mesmo pq o lançamento anterior desse estúdio, Pets, foi muito fraquinho e clichê. Alie ao fato de que Zootopia existe pra comparação e você tem uma missão hercúlea nas mãos. Fiquei, no entanto, extremamente surpreso: a animação em si não é nada de mais, mas os personagens são muito carismáticos e seus dramas pessoais são diferentes daqueles que geralmente são abordados em desenhos assim. A gente tem personagem lidando com ansiedade e com relacionamentos abusivos e mesmo os dramas mais comuns, como sonhos que você volta a perseguir quando pensava ser tarde demais, são apresentados sob uma ótica diferente. O filme então se torna imprevisível, além de muito engraçado e emocionante. Me diverti horrores.
Esse filme trabalha com elementos que estão muito em alta hoje em dia (que sempre estiveram, mas hoje em dia especialmente) mas com um nível único de sutileza. É tudo simples e linear, como se fosse um episódio de alguma série antológica de bizarrice, tipo uma Twilight Zone da vida, ou até um Black Mirror. Nós temos a velha trama do robô que se torna consciente, mas essa transição é feita sem floreios, filosofia exacerbada ou poesia: fica tudo pra imaginação do espectador, e ainda que a série atual da HBO seja genial, confesso que senti falta da forma inovadora com que o filme lida com essas questões. Quem leu Jurassic Park vai perceber que o clima é o mesmo. Michael Crichton emprega várias tropes que usou naquele livro, já que no fim das contas ambas as tramas giram em torno de ambiciosos parques que não deram certo e de grandes companhias que são punidas por ousarem brincar de Deus. Temos aquele foco especial nos nos aspectos tecnológicos do parque, seus programadores e problemas nos bastidores que são apresentados de forma realista e sem glamour. É um filme estranho que poderia ter sido melhor com um pouco mais de dinheiro, mas é uma preciosidade do passado que merece ser assistida.
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraMeu Deus que BOMBA! Me pegou de surpresa, eu realmente não esperava que fosse conseguir ser tão ruim. Esse filme nunca se compromete inteiramente com seu lado galhofa, que seria o correto a se fazer, e acha que precisa perder tempo precioso estabelecendo situações dramáticas desinteressantes e arrastadas, que ficam adiando as lutas que no final das contas nem são tão boas assim pra fazer valer a espera. Boa parte da coreografia é lenta e deliberada demais, como se fosse um ensaio, além claro da pouca quantidade de confrontos; o filme acaba de repente e deixa a impressão de estar incompleto, como se fosse o primeiro episódio de uma série. Tá tudo bem estabelecer ganchos pra uma continuação, mas o filme presente precisa ser emocionalmente satisfatório. Muito pouco memorável e entediante, o filme tem momentos legais aqui e ali e no geral tem um visual maneiro, mas foi muito aquém do esperado em todos os sentidos. Já vi coisa bem melhor em tudo oq esse filme se propôs a fazer.
No fim as mortes não tem impacto nenhum, já que fica implícita a ressurreição de todos os derrotados, um tipo de reset que obviamente existe nos games mas que não funciona numa narrativa audiovisual. Você precisa que a história ande, que os acontecimentos sirvam a algum propósito, senão é só um videoclipe. E ta tudo bem, eu gosto de videoclipes, mas pelo menos impressiona visualmente e nem isso o filme faz. A luta final é maneira, mas é a única e é a última. As demais tem partes empolgantes mas como falei são irregulares demais.
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraWW84 não é o filme que a gente esperava mas isso não o torna necessariamente ruim. Tenho visto muita empolgação na hora de falar mal do filme, e se no início as críticas negativas faziam sentido e eram bem balanceadas com as positivas, agora quanto mais se fala mal, mais se fala mal, como se fosse por diversão mesmo. Vejo esse fenômeno acontecendo com muitas produções de tv e cinema com grande apelo popular: o amor e o ódio a obra são sempre absolutos e quase ninguém escolhe uma abordagem mais ponderada (algumas dessas produções são tão mal faladas que dão a volta e de repente passam a ser aclamadas de novo, num bizarro revisionismo emocional, tais como as prequels de Star Wars, ou o final de Lost).
WW84 opera numa lógica inocente e fantasiosa, bem diferente do tom cínico e mais pseudo-realista dos filmes de herói atualmente. O filme tenta replicar o tom de filmes de ação e fantasia da época em que se passa, os anos 80, e resolve contar uma história mais íntima e humana, com uma resolução conciliadora e inspiradora ao invés de bélica e punitivista. Eu acho que o filme merece aplausos pela ousadia de tomar esse caminho tão inesperado e ir com ele até o fim, sem medo de cair de cara na breguice, pro bem e pro mal. WW84 se parece com um episódio de Doctor Who com uma pitadinha de Steven Universe e 200K a mais no orçamento; quem curte essas séries talvez consiga engolir melhor a frustração de não termos a Diana sentando porrada em algum vilão megapoderoso numa estrutura de ação mais contemporânea e tradicional.
Infelizmente, no entanto, mesmo compreendendo e aceitando as logicas internas do filme, nos vemos obrigados a perdoar muitos erros e conveniências, desenvolvimentos estranhos de personagens, um ritmo irregular e uma trama por vezes incoerente que deixa muitas perguntas no ar e exige um nível de abstração demasiado grande ao espectador para poder ser realmente apreciada. O climax é duplamente frustrante: num primeiro momento por ser bobinho e antiquado demais ao invés de algum grande desafio físico e intelectual pra protagonista, e logo depois por não ser tão convincente ou emocionante assim nem mesmo dentro do tom que escolheu seguir. Temos poucas cenas de ação e um romance central falho, feito apenas para reciclar a química entre Gal Gadot e Chris Pyne, um dos pontos altos do primeiro filme; eu até curti a participação dele nessa segunda parte, porém acredito que ele não seja um desenvolvimento justo pra Mulher Maravilha. Não entendo o motivo de transformar a personagem numa viúva eterna desse cara que ela conheceu durante uma semana 70 anos antes. Eles poderiam ter usado o romance na narrativa sem precisar transformar a MM numa freira infeliz solitária. Esse é só um exemplo das muitas decisões esquisitas e preguiçosas que o filme faz, todos pontos que poderiam ser facilmente resolvidos com algumas revisões a mais no roteiro, o que me leva a crer que eles resolveram filmar o primeiro rascunho só de sacanagem.
Eu amo as cenas de ação do filme, ainda que sejam poucas, adoro os vilões, seu conceito e representação, ainda que nenhum deles apresente um desafio grande o bastante pra Diana. Creio que poderiam manter um deles e dar a outra vaga pra alguém mais poderoso e grandioso. Eu amo ambos os atores, mas acho que ficaria só com a Cheetah e exploraria melhor o relacionamento das duas e a sua queda pro lado sombrio da força. Adoro a fotografia do filme, a edição e montagem que são tão evocativas de filmes de ação dos anos 80, deixando evidente o quão talentosa Patty Jenkins é como cineasta e acho que a Gal melhorou muito sua performance. Esse filme é autoral e tem coração, a despeito de suas falhas narrativas e questões problemáticas.
Fuja
3.4 1,1K Assista AgoraNão entendi nada outra produção sobre esse tema, esperava algo mais criativo e temos séries recentes que tratam do assunto de forma mais interessante. As atrizes são boas mas bidimensionais e o filme não inova em nada dentro dos clichês que se propõe a usar. Faltou inovação, é como se eu tivesse vendo uma versão piorada de algo que já vi várias vezes.
Freaky: No Corpo de um Assassino
3.2 464Como comédia esse filme não é tão engraçado, como paródia não aproveita tão bem assim suas inspirações originais e principalmente como slasher ele é uma decepção, pois o número de mortes é baixíssimo e só morrem personagens previsíveis. A única cena legal é a sequência de abertura, a partir daí é só ladeira abaixo.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraDessa vez Nolan esqueceu de embrulhar suas ideias ambiciosas numa embalagem mais acessível racional e emocionalmente. Geralmente Nolan consegue balancear melhor seu amplo escopo visual, suas ideias mirabolantes e as reflexões que propõe com o aspecto humano da história. Tenet é visualmente incrível, num nível que poucos blockbusters tem se aventurado, só consigo pensar em 007 e Missão Impossível como outros filmes de ação tão ambiciosos quanto, e Tenet ganha pontos extras por ser uma ideia original do cineasta, não é adaptação ou reboot de nada. Infelizmente Tenet é complicado demais, não consegue explicar o conceito de inversão temporal nem a mecânica dos eventos no filme de forma simples, requer um extremo esforço mental e fica parecendo aquele exercício de física que você até acha interessante mas que é muito chato de aprender pra fazer prova depois. Pra piorar seus personagens são propositalmente superficiais, uma ideia que Nolan deve ter achado genial, então só me resta presumir que o resultado final não tenha sido o que ele esperava, já que me custa acreditar que um cineasta de seu talento tenha realmente achado uma boa ideia NÃO criar arcos emocionais interessantes e personagens carismáticos. Tenet tem boas ideias mas seu roteiro precisava da opinião de mais algumas pessoas para que o conceito fosse melhor aproveitado enquanto entretenimento. Esse filme é oq acontece quando um cineasta muito pretensioso é deixado solto com toda a liberdade criativa e todo o dinheiro que precisa.
O Grande Mestre 3
3.7 155 Assista AgoraO primeiro Ip Man foi o que melhor equilibrou história e ação: eu assisti ansioso pelas lutas e estava impaciente durante as cenas envolvendo draminhas de personagens secundários, mas todas elas são essenciais para gerar o impacto necessário na gente e no protagonista, motivando ele a partir pra porrada. É a classica história do guerreiro hesitante, que prefere a paz, mas é forçado pelas circunstâncias a fazer alguma coisa, mas é feito de forma sincera e povoado de bons personagens. O segundo é incrível na ação mas o mais fraco em trama. São só várias desculpas para a ação acontecer e não tem muito mais além disso. Eu não reclamo, as lutas são o que eu realmente quero ver e quanto a isso o filme chega a ser mais legal que o 1 em vários momentos. Essma e 3 tenta recuperar um pouco da ´profundidade dramatica do 1, mantendo o nível de ação, e seria uma boa ideia se tivesse dado certo. Achei as tramas desconexas, episódicas, o filme se divide entre dois "vilões" e acaba não dando tempo pra desenvolver direito nenhum deles. Myke Tyson tá canastríssimo, e eu abandonaria aquele plot pra focar apenas no Jin Zhang, esse sim um personagem interessante. Parece que já sabiam que fariam um spin-off dele e colocaram ali só pra isso. Ficou bem jogado. As lutas são muito legais mas poderiam ter sido maiores em quantidade, já que a história nem é tão boa. O drama com a esposa seria mais legal se mostrassem do ponto de vista dela. Ela passa todos os filmes calada, no canto, sendo a esposa resignada, e até em sua maior tragédia pessoal ela continua preferindo ser altruista e colocando os desejos de seu marido em primeiro lugar. Seria mais interessante se os roteiristas tivessem aproveitado a oportunidade para explorar mais facetas desse personagem, que sempre foi um detalhe na vida do protagonista.
Cats
1.7 375 Assista AgoraO filme é uma merda, mas os efeitos são bons sim. É bizarro ver gatos com cara de gente nesse contexto, mas os mesmos personagens com itos mesmos efeitos funcionariam muito bem se fossem criaturas num sci fi, por exemplo. Acho que o filme é muito chato pq não tem história, não tem músicas legais além de Memory, e nenhuma coreografia é tão legal assim. Mas o CGI em si e o visual dos gatos é maneiro.
A Noite das Brincadeiras Mortais
3.2 183Fiquei muito p da vida pq estava sedento por um slasher e oq eu vi n foi nada do tipo. Nenhuma morte e mostrada, a câmera corta toda vez que algo vai acontecer e os corpos são revelados depois do assassinato. Uma pena, pq tem personagens interessantes e distintos, embora eu toda hora confundisse as garotas, que são quase todas loiras.
Ok, as mortes não aparecem justamente pq elas são fake, mas por mais que esse twist seja engraçadinho, não tira o fato de que ele existe em detrimento das sequencias de assassinato maneiras que ele poderia ter. Por mais interessante que seja, não compensa a chatice do resto do filme.
Bad Boys II
3.3 301 Assista AgoraMano que bomba! A ação é espetacular, e eu gosto da direção de videoclipe do Bay, mas sem um bom roteiro por trás é foda. Sem contar que eles matam MUITA gente inocente durante o filme. No ato final eles passam por cima de vários barracos numa favela, e o Will Smith gritando "UHUUUUULL" como se fosse muito legal. A cena é linda, mas quando você pensa nas mulheres e crianças que tavam de boa em casa enquanto eles passam por cima delas, a coisa muda um pouco de figura. Os protagonistas são carismáticos, mas no primeiro eles pareciam pessoas reais, dois amigos de verdade. Nesse outro eles são caricaturas do que eram antes, o Marcus virou um idiota completo e o bate-volta entre eles não é inteligente nem realista, é só uma coleção de frases de efeito. Muito estilo, nenhuma substância e um humor cringe e algumas vezes ofensivo.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraRevi esse filme ontem, pois pretendo rever TROS e só tinha TLJ umas duas ou três vezes no cinema na época e nunca mais. E segue sendo meu favorito dessa trilogia e um dos melhores da série toda.
Rian Johnson é um excelente roteirista. Ele consegue dar um arco dramático completo e coerente para todos os protagonistas, e ainda arrumar tempo para desenvolver personagens secundários memoráveis, ainda que tenham poucos minutos de tela. Toda a sequência de abertura é excitante e bem coreografada, mas se torna mais emocionante instantaneamente só por mostrar o sacrifício de uma pessoa que a gente nem conhece. Todas as cenas de ação desse filme são bem coreografadas e distintas visualmente, as batalhas espaciais são ótimas e os mundos criados são deslumbrantes. Eu gosto até mesmo da infame visita ao cassino, pois nos proporciona uma visita a um lado inexplorado da galáxia em guerra, além dos soldados rebeldes e "imperiais".
Adoro a quebra de expectativas, pq te deixa se questionando a todo tempo qual vai ser o rumo da história, e é isso que você quer ao ver um filme, ser surpreendido. E toda decisão tomada aqui é pro benefício da trama, pra empurrar os conceitos pra frente e trazer novos desenvolvimentos interessantes para os personagens. Até hoje não vi nenhuma crítica negativa que faça algum sentido, apenas pessoas chorando pq queriam que o Snoke fosse mais importante, sendo que esse detalhe não faz a menor diferença. A história pode ser boa ou não, independente de quem o Snoke seja, ou se o Luke tivesse continuado um idealista bidimensional. Foram decisões criativas que criaram uma história maneira de assistir, e é isso que importa. Snoke serviu para elevar o personagem do Kylo Ren, o verdadeiro vilão da história, e um Luke desiludido e cansado é uma faceta nova do personagem, muito mais interessante do que o seu lado já conhecido por nós. É um filme profundo que equilibra ação com desenvolvimento inteligente de personagens, uma bela continuação do filme anterior que serviu pra colocar as peças no tabuleiro, e é uma pena que sua sequência tenha sido tão superficial e repetitiva.
Ford vs Ferrari
3.9 712 Assista AgoraNão sou fã de corridas na vida real, mas amo uma corrida bem filmada na ficção. Esse filme tem umas sequências muito emocionantes e e gostaria que tivesse muito mais. A química entre os protagonistas é muito boa e Christian Bale é o coração do filme. Não fosse por sua história e seu jeito doce e doidão, talvez o resto do filme não fosse tão interessante. A história da briga entre corporações não é suficiente pra segurar um filme, afinal quem quer escolher uma torcida entre dois empresários ricos? O filme é esperto em concentrar seu foco na trajetória pessoal dos protagonistas, que estão ali por algo "Maior" do que simplesmente domínio corporativo. É um filme "de menino", bem hétero, então achei que não fosse gostar muito, mas achei bem divertido.
Um Espião Animal
3.5 116 Assista AgoraDivertido, mas ele virar um pombo é um detalhe bem aleatório. Ele poderia ser qualquer animal que a trama não mudaria. Pensei que fossem aproveitar alguma característica dos pombos que acabasse sendo útil a espionagem, mas se ele fosse um cachorro não faria a menor diferença. Mas ok, o filme é legalzinho o bastante pra entreter, e até que tem algumas sequências de ação bem legais.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KAs personagens são ótimas, bem como a interação entre elas. As cenas de ação são incríveis, bem no nível de John Wick, graças ao trabalho da mesma equipe. Eu queria que esses caras fossem contratados para coreografar todos os filmes de super herói, pq eu amo lutas bem feitas. Não é confuso, cheio de edição epiléptica, que você precisa forçar pra entender o que está acontecendo: a câmera passeia pela cena com tranquilidade e a porrada é brutal, distinta pra cada personagem e muito criativa. A trama é simples, mas não mais do que a maioria dos filmes que focam mais em combate corpo a corpo. Tudo o que você precisa é uma desculpa para que os personagens se encontrem, interajam e metam a porrada uns nos outros.
Eu queria que a Canário usasse bem mais seus poderes e acho que a Caçadora ficou subdesenvolvida, e não entendi pq reduziram a Cassandra Cain a uma criança (ok, a garota é divertida, mas se ela fosse mais velha e badass seria mais uma guerreira maneira pra gente curtir). Também acho que a narrativa fora de ordem quebra o ritmo do filme em momentos cruciais só pra explicar coisas que não precisavam ser explicadas, ou que poderiam ser esclarecidas em diálogos rápidos. Também queria mais cenas de ação. Infelizmente quando as Aves finalmente se juntam já estamos no clímax. Não curto quando a melhor cena de ação de um filme já é sua última.
Acho que esse filme foi super necessário por ter introduzido vários elementos novos ao gênero de "super heróis" e espero que a Warner saiba que tem um filme de qualidade nas mãos, apesar do desempenho abaixo do esperado. Digo isso pq queria que as partes boas desse filme se repetissem em filmes futuros, então espero que o estúdio saiba que baixa bilheteria não tem a ver com a qualidade do filme.
Sonic: O Filme
3.4 711 Assista AgoraNossa, muito bobo. As crianças vão gostar, mas eu costumo dizer que um filme infantil realmente sofisticado agrada igualmente crianças e adultos, vide a maioria dos filmes da Pixar, por exemplo, que conseguem ser divertidos e engraçados, mas também profundos e complexos. Sofisticação não destrói a diversão, apenas a aumenta. Nenhuma piada nesse filme funciona muito bem, e infelizmente tive que ver a versão dublada, que destrói completamente o pouco de graça que deve ter; estava curioso pela performance do Jim Carrey, mas é impossível julgar a interpretação dele com aquele dublador e aquele texto esquisito. O CG é muito abaixo dos padrões de Hollywood, parece algo feito pra TV. Eu não achei chato nem insuportável, é um filme tranquilo de assistir, mas é totalmente burocrático e feito por comitê. Não tem nada de novo, é uma colagem de vários elementos que já foram feitos várias vezes diferentes de forma melhor em outros filmes.
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraA força do filme está nas atuações, na dinâmica charmosa e carismática entre os personagens. Tem sequências divertidas e momentos emocionantes, porém é tudo muito básico e pouco imaginativo. O filme não é tão imersivo como poderia ser, com exteriores genéricos que parecem artes conceituais reaproveitadas de outros projetos, os interiores das naves são galpões grandes, sem detalhe e mal iluminados; o filme todo é mal iluminado, aliás, o que o posiciona pra mim um pouquinho abaixo da média Marvel, que já costuma usar uma colorização sem contraste e sem graça em seus filmes. O CGI é terrível, e as cenas de ação são básicas e derivativas. Parece que o filme todo foi dirigido pela equipe de segunda unidade, tão sem personalidade ele é. Parece um episódio mais rico de Agents of SHIELD, e por mais que fique feliz com seu sucesso, fico triste em pensar que Hollywood vai aprender as lições erradas e passar a investir cada vez menos em produções visualmente sofisticadas. Marvel precisa parar de bater recordes fazendo o mínimo esforço possível.
O ponto mais positivo é saber que meninas agora tem mais um filme de ação para lhes inspirar e mais uma personagem incrivel para curtir; o filme tem lições valiosas e eu gosto de como subverte as expectativas em relação aos Kree. O trabalho feito com Samuel L Jackson está incrível (o dinheiro foi todo nisso) e como eu disse, seu relacionamento com a Carol é divertido, ainda que nem todas as piadas funcionem. O filme não é ambicioso mas também não ofende, mas eu gostaria muito que a Marvel Studios voltasse a me supreender.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraAchei bobo e cheio de conveniências. Acho que tanto Corpo Fechado como Fragmentado são filmes de tramas simples come mensagens diretas e distintas. Essa terceira parte ao invés de servir como progressão natural de ambas as histórias, acaba se tornando um trabalho de colagens de melhores momentos daqueles personagens. O filme parece se achar mais complexo do que realmente é, e parece achar que os filmes que o precedem são melhores do que realmente são. As situações são repetitivas, a coleção de personalidades do Kevin vem e vai freneticamente e quase sempre sem a menor necessidade (aquela hora o enfermeiro fica piscando a luz por gostar de abusar dos pacientes? Isso deveria ficar mais claro). O filme tem sim bons momentos e eu gosto da forma com que os personagens se unem, mas pra tudo acontecer é necessário que aquele hospital, que abriga um genocida, um serial killer canibal de multiplas personalidades e um vigilante que só pode ser detido com água, estejam completamente sozinhos, sem guarda nenhum pra impedir que os personagens tomem o controle do lugar. Isso é tudo muito forçado. Acho que a premissa do filme é boa, porém ele precisava de algumas revisões a mais no roteiro para garantir que esses furos e coincidências não se acumulassem, distraindo o espectador e arruinando a experiência de imersão.
O Retorno de Mary Poppins
3.5 343 Assista AgoraMary Poppins retorna com muito charme, atuações impecáveis e um visual atemporal que injeta novas tecnologias nas sequências mágicas sem tirar o ar vintage que faz o filme remeter ao original. Retorna com momentos emocionantes, divertidos e nostálgicos, e essa nostalgia é o que mais atrapalha na hora de entregar uma trama mais coesa. O conceito de Mary Poppins retornando aos Banks agora já adultos com seus próprios filhos é interessante, porém o filme não se contenta com apenas essa ligação e se esforça pra realizar diversas sequências que referenciam o original, muitas vezes em detrimento da história, que não pode se desenvolver livre dessas obrigações. Isso não chega a estragar o filme, mas faz com que momentos mais divertidos se revesem com muita frequencia com alguns parados e chatos. A resolução do drama da família é mostrada ao espectador logo no começo, tirando assim a possibilidade de conflito realmente poderoso, já que durante todo o drama já sabemos como será resolvido. (Algumas pessoas não percebem essa resolução e assim sendo o suspense funciona melhor pra elas)
Não darei spoiler do final, mas preciso comentar em linhas gerais que não considero a participação da Mary Poppins vital para a solução do problema. Não existe uma grande lição a ser aprendida e algumas delas são simples demais. O final feliz não vem necessariamente de mudanças emocionais trazidas pela protagonista. Essas são paralelas a resolução. O primeiro filme seguia uma logica de conto de fadas mas o problema era sério, a solução difícil e no centro de tudo havia uma mudança no coração do Sr Banks, provocada pela influencia da MP nas crianças. Eles tentam seguir a mesma rota na continuação mas não com a mesma profundidade. As músicas são boas mas nenhuma tão memorável como as originais e a versão legendada me deixou confuso. Eles puseram na legenda uma versão da musica ao invés de sua tradução literal, e algumas dessas versões não eram muito boas. Entender partes da canção em inglês e tentar fazer sentido com a letra me distraiu muito algumas vezes. Ah, e a expressão corporal das crianças quando estão admirando algo mágico é teatral e exagerada demais, dando um clima meio sitio do pica-pau amarelo a algumas dessas cenas. Realismo não é a meta, mas mesmo assim vê-los nadando quando estão claramente presos por cabos na cintura me deixou meio desconcertado.
Negativos de lado, vale a pena assistir pelo visual espetacular, a atuação da Emily Blunt que é perfeita, pra ver novamente animação tradicional (ou pelo menos que parece muito com isso) de volta a um blockbuster. Amei a decisão de manter os personagens assim ao invés de fazer em CG. Amei a sequência dos acendedores de lampião, embora seja uma dessas cenas que só existe pra ser referência. Ben Wishaw tá incrível, intenso em todas as fases do personagem. Algumas das sequências são espetaculares e apesar de ter me decepcionado um pouco por não ter alcançado todo seu potencial, achei uma experiência válida e divertida.
O que falava sobre mudança emocional não ser a resolução: O protagonista tá deprimido por perder a casa. Existem ações do banco. Ele consegue levar as ações e quita a dívida. Por isso ele tá feliz, não por mudança de ponto de vista. Além de tudo fica rico por causa de um investimento. Capitalismo salva o dia, não a Mary Poppins. Eu acho que ele deveria ter perdido a casa e a lição ser mais sobre se reerguer do que ficar convenientemente cheio de grana.
O final é tão rápido né? Primeiro que todo o drama foi estragado pra mim no momento em que o filme revela que a declaração tá no bolso da criança. Daí depois tem aquela sequencia linda deles escalando o Big Ben, que também não serve pra nada, pois a MP só voa até lá como poderia ter feito desde o começo. Por isso que digo: esse filme é lindo mas não se preocupou muito com o roteiro.
A Merryl Streep não teve a menor graça.
Bumblebee
3.5 537Eu me surpreendi com o tanto de drama adolescente oitentista que esse filme tem. Esperava que um filme focado no relacionamento da protagonista com seu "pet" Bumblebee seguisse mais o clima do primeiro Transformers, com a amizade de anime shonen envolvendo o Shia Lebeouf e o Bumblebee. Isso não é ruim, mas nem sempre eles trabalham bem com o gênero que tentam homenagear, gerando uma narrativa irregular e meio chata ou repetitiva em alguns momentos. Existem muitas incoerências no roteiro e atalhos de escrita um pouco pobres, como na cena em que a protagonista reage a uma situação de forma imbecil só pra que a historia possa chegar a uma necessária briga. O roteiro é em partes bobo demais, alguns dos vilões são genéricos e os mais interessantes duram pouco. A dupla de triple changers, que se tornam veiculos terrestres e aereos, não usa essa função para nada necessário a narrativa, pelo contrário, ficam mudando de forma várias vezes sem motivo só pra mostrar que podem fazer isso e fazer a gente comprar brinquedo. Eu acharia aceitabilissimo desde que a transformação fosse real e desse pra ser mapeada. Sempre odiei em todos os transformers a forma sem sentido com a qual eles mudam de forma. Apesar disso tudo, esse é o melhor da série, o relacionamento dos protagonistas é muito fofo, tem momentos singelos que me emocionaram diversas vezes e as cenas de ação são ótimas, menos confusas e ajudadas pelo design clean e magnifico dos personagens. Alguns detalhes da história me incomodaram ou me deixaram confuso, mas o carisma dos personagens e o nivel de algumas das cenas de ação seguram o filme.
Agora algumas questões que me lembro:
Pq eles são carros terrestres em Cybertron? É só pra poder ficar mostrando o visual né, pq eles viram carros terrestres quando chegam na terra, não?
Esse filme reboota a franquia? Todos os transformers chegando nos anos 80, o Bumblebee virando um camaro... não bate com a cronologia anterior
Vocês perceberam como o Bumblebee quando fala parece ser mais maduro do que quando perde a voz? Ele vira uma criança!
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraEsse filme veio ensinar uma muito necessária lição a filmes de ação modernos: nos deem sequencias bem coreografadas, que te deixam sem saber como foram feitas, imersivas, emocionantes, sem aqueles cortes epilepticos que não te deixam entender oq tá rolando. Ah, e tudo durante o dia, nada de noite na chuva. As criaturas, o Reino, as armaduras, tudo incrível e sem medo de ser brega. Nada de uniformes práticos ou desculpas pseudo cientificas pra tudo; eles abraçam a fantasia totalmente. A parte mais negativa está apenas no roteiro que é muito raso, o humor que muitas vezes é forçado e não funciona, e o romance entre ele e a Mera não é tão interessante, embora ambos dividam uma cena incrivel envolvendo esse romance, e a Mera em si seja a rainha desse filme. O vilão é generico mas o ator é tão bom que ele funciona. James Wan é um otimo cineasta de ação mas precisa de melhores roteiristas trabalhando pra ele. Aquaman é bobo mas não ofende, pelo contrário, é divertido pra caralho. Comparando Aquaman com Pantera Negra, acho o segundo muito superior no roteiro, mas achei o primeiro mais interessante visualmente.
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraFiquei meio decepcionado. O primeiro filme é muito divertido e sabe equilibrar bem o humor com drama, se apoiando na interação de seus carismáticos protagonistas pra entregar uma aventura espacial como há muito tempo não se via no cinema. O vilão é desperdiçado e esquecível, uma pena pq eu amo o Lee Pace, mas qual filme da Marvel tem um vilão bom, além do Loki? Nenhum, e isso infelizmente é proposital. Kevin Feige, o showrunner desse "seriado" que é o MCU, já declarou que o foco são os heróis e que os vilões estão ali apenas pra serem a pedra no sapato, a força motriz para o desenvolvimento dos heróis. Eu acho esse conceito equivocado, mas tá tudo bem.
Guardiões 2 faz o que muitas sequências em Hollywood fazer: aumentam o volume ao máximo, duplicando tudo o que deu certo no primeiro. O problema disso é que muita coisa acaba passando do ponto e ficando exagerada ou forçada. O humor nesse filme é extremamente idiota: as piadas são nível "turma do fundão" na quinta série (o Drax literalmente dá risada apontando o dedo pro StarLord) e elas vêm em muitos momentos em que o drama puro se faria necessário. James Gunn sente a necessidade de cortar qualquer tensão dramática com uma fala engraçadinha, e as vezes corta um clima que pede pra ser mais denso. Quando ele permite que o drama finalmente aconteça, ele acaba sendo piegas.
A morte do Yondu por exemplo, toma vários minutos de chororô estilo novelão mexicano, sendo que a gente nem conhece o personagem tanto assim. Não existe ainda o investimento emocional necessário para que haja a tristeza pretendida.
Muitas piadas funcionam e eu dei risadas, mas no geral todos os personagens foram transformados em versões infantilizadas de si mesmos, que é um trend que a Marvel parece estar utilizando em Thor Ragnarok também, o que me deixa preocupado. Drax por exemplo, era pra ser apenas um cara de uma raça que não entende metáforas, então o humor advindo do personagem surgia organicamente no primeiro filme, fruto de mal entendidos. Aqui ele vira uma criança chata e barulhenta. A música, que tanto distinguiu o volume 1 de todos os demais filmes do estilo aqui soa quase como que uma obrigação, uma reafirmação da "marca". Ela aparece nas horas erradas e chega a atrapalhar o clima de algumas cenas.
O filme não é um desastre, claro: os atores são ótimos, eu gosto muito do desenvolvimento dado a Gamora e seu relacionamento com Nebula (sou fã da Karen Gillan e fiquei muito feliz em vê-la ganhar mais espaço). Eu achei muito ousada a decisão de não dividir o filme em três atos certinhos. Por um bom espaço de tempo você não consegue nem dizer qual é a história do filme: a equipe está divida pelo espaço, cada núcleo cuidando de uma parte diferente e não existe nem um grande vilão, ou uma grande missão que dê algum direcionamento. Isso torna a narrativa imprevisível e intrigante. As cenas de ação são boas, ainda que venham em menor quantidade dessa vez e eu gosto do momento Dragon Ball Z no final.
Inferior ao primeiro, já que James Gunn se empolgou com a própria popularidade e esqueceu de editar suas ideias, Guardiões 2 ainda assim é um divertido espetáculo visual e eu estou curioso pra ver o que mais esse universo tem a mostrar.
Power Rangers
3.2 1,1K Assista AgoraTodo mundo na internet brasileira tá amando esse filme e eu to me sentindo aquele maluco que se pergunta se a loucura é dele ou de todo o resto hahahaha
Sério, as definições de decepção foram atualizadas. Eu sou um fã de Super Sentai desde criança, desde Changeman, Flashman e Maskman na manchete, depois virei fã de Mighty Morphin (mais pq não tinha jeito na época de acompanhar Sentai, então a gente fica com o remake mesmo) e até hoje acompanho ambas as franquias. Eu estava MUITO hypado pra esse filme e fiquei muito triste com algumas das escolhas que eles fizeram.
Antes, um pouco de contexto: eles não tinham tanto dinheiro assim pra realizar esse filme e ao mesmo tempo estão entrando numa arena junto com competidores de peso, e precisam estar no mesmo nível. O estúdio quer uma nova franquia bilionária que possa competir com a Disney, que nesse momento reina absoluta com a Marvel Studios e a LucasFilm. Tem a Warner também, com Harry Potter e os filmes da DC. O ano tá estufado de blockbusters milionários. Sabe Transformers? Pois é. Então, fazer um filme mais focado no drama e guardar o dinheirinho pra investir em efeitos mais ambiciosos no final é algo sábio a se fazer. Além da economia óbvia, você ainda pode aproveitar que já tá ali e explorar os personagens de uma forma mais sóbria, mais profunda e nunca feita antes no seriado, que é mais elétrico e superficial. Eu não sou contra isso. O problema é que resolveram focar nisso demais, em detrimento do resto. E o drama nem é assim tão envolvente.
O que eu gosto em sentai é que, mesmo com pouco orçamento, temos sequências espetaculares de luta. Hoje temos visto seriados de tv com porradaria da melhor qualidade. Alguém então me explica pq diabos só temos nesse filme UMA cena de luta corpo-a-corpo, que dura menos de um minuto e que já havia aparecido na integra em todos os trailers? Vc tem dois terços do filme dedicados a uma construção lenta, arrastada e nem um pouco vibrante dos protagonistas, algumas sequências de treinamento bobas e salpicadas, (que também já haviam aparecido integralmente nos trailers), uma unica cena de transformação sem a invocação dos dinossauros, oq achei uma oportunidade perdida, parte pro confronto com os bonecos de massa, que é rapido e com coreografia pouco inspirada, e pula pros Zords.
Os efeitos nessa parte não são 100% mas seriam bons o bastante se pelo menos a coreografia fosse boa. Mas é bem pouco inspirado. Nós não vemos o Megazord sendo montado, o que é muito idiota, já que seria visualmente impactante e diferente do que estamos acostumados a ver no cinema. A resolução do confronto é fácil demais e pufff acabou o filme.
Com os uniformes eu vivi uma relação de amor e ódio durante todos esses meses, aprendi por fim a gostar muito, e tinha esperança de que funcionassem no filme. Mas infelizmente eles são poluídos demais e não parecem ágeis... os atores tem seus movimentos limitados e você não vê artes marciais sendo mostradas em toda sua glória, como é de se esperar em um filme assim.
Voltando um pouco e falando dos dramas: alguns deles são legais, tirando Jason e Kim, que são só aborrecentes mesmo; achei só que poderiam ter vendido isso com mais energia, com menos sofreguidão. É fácil fazer um filme de herois coloridos pilotando dinossauros e ter drama de qualidade ao mesmo tempo? Não é, nem um pouco. Mas quem disse que cinema é uma arte fácil? Não é impossível, e o filme seria muito melhor se equilibrasse mais seus diferentes elementos.
Antes de falar das partes positivas, uma ultima parte negativa: a homossexualidade da Trini, que é tristemente pouco explorada. Como homem gay, eu me entristeço muito por nunca ter um personagem que verdadeiramente me represente nos grandes blockbusters.
Partes boas: Rita Repulsa. Todas as aparições dela tão no trailer, mas pelo menos ela traz pro filme todo o senso de supresa e absurdo que ele deveria ter desde sempre. Gostei do elenco, da quimica entre eles, das novas personalidades dos atores, da mitologia apresentada por trás do Zordon e da Rita, e gostei de varias partes isoladas da pouca ação apresentada.
Só espero que não flope, para que possamos ter uma sequência maior e melhor.
Minha Mãe é Uma Peça 2
3.5 807Esse filme é meio guilty pleasure né? O Paulo Gustavo faz rir justamente por conseguir canalizar arquétipos populares brasileiros muito conhecidos por todos nós. Nós rimos da Hermínia pq todos já conhecemos uma dessas de verdade. Ao mesmo tempo, ele se apoia apenas na sua atuação e esquece de escrever um filme que se pareça com um filme de fato. MMEUP2 (adoro essas siglas de series/filmes que substituem seus gigantescos nomes, tá na hora de algum produto nacional copiar o trend) é uma coleção de gags que começam e de repente terminam. Podia ter um escopo muito maior, mas parece um resumão de uma série de tv. Algumas piadas são problemáticas, gordofóbicas e bifóbicas e não adianta dizer que é a realidade sendo retratada, pq ali tais piadas não são apresentadas com reprovação, mas são celebradas. Quando a Herminia chama a filha de baleia, a gente ri disso, a gente não ri pq isso é errado. Pode-se fazer piada com tudo, mas é preciso saber escrever muito bem. Detalhe também pra hipocrisia: jamais vemos o filho dela pegando homem, mas, quando ele se descobre bissexual e resolve pegar uma mulher, isso é retratado graficamente; também jamais veremos Dona Herminia ficar com homem nenhum, já que o filme não quer "chocar" o espectador médio. É muito chato ter que toda hora colocar de lado esses problemas pra poder curtir um filme. Não seria mais fácil que os filmes simplesmente parassem de fazer isso?
MMEUP2 é divertidinho mas poderia ser muuuuuito melhor.
Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
3.8 569Fiquei muito surpreso com esse filme, mesmo pq o lançamento anterior desse estúdio, Pets, foi muito fraquinho e clichê. Alie ao fato de que Zootopia existe pra comparação e você tem uma missão hercúlea nas mãos. Fiquei, no entanto, extremamente surpreso: a animação em si não é nada de mais, mas os personagens são muito carismáticos e seus dramas pessoais são diferentes daqueles que geralmente são abordados em desenhos assim. A gente tem personagem lidando com ansiedade e com relacionamentos abusivos e mesmo os dramas mais comuns, como sonhos que você volta a perseguir quando pensava ser tarde demais, são apresentados sob uma ótica diferente. O filme então se torna imprevisível, além de muito engraçado e emocionante. Me diverti horrores.
Westworld - Onde Ninguém Tem Alma
3.3 196Esse filme trabalha com elementos que estão muito em alta hoje em dia (que sempre estiveram, mas hoje em dia especialmente) mas com um nível único de sutileza. É tudo simples e linear, como se fosse um episódio de alguma série antológica de bizarrice, tipo uma Twilight Zone da vida, ou até um Black Mirror. Nós temos a velha trama do robô que se torna consciente, mas essa transição é feita sem floreios, filosofia exacerbada ou poesia: fica tudo pra imaginação do espectador, e ainda que a série atual da HBO seja genial, confesso que senti falta da forma inovadora com que o filme lida com essas questões. Quem leu Jurassic Park vai perceber que o clima é o mesmo. Michael Crichton emprega várias tropes que usou naquele livro, já que no fim das contas ambas as tramas giram em torno de ambiciosos parques que não deram certo e de grandes companhias que são punidas por ousarem brincar de Deus. Temos aquele foco especial nos nos aspectos tecnológicos do parque, seus programadores e problemas nos bastidores que são apresentados de forma realista e sem glamour. É um filme estranho que poderia ter sido melhor com um pouco mais de dinheiro, mas é uma preciosidade do passado que merece ser assistida.