O problema de Divergente, assim como Jogos Vorazes (comparo os dois pq né... Young Adult novels, protagonistas chatinhas, futuro pós-apocaliptico, etc etc... Divergente é Jogos Vorazes com Chapéu Seletor) é que o mundo que rodeia os personagens é mais interessante do que eles. O conceito das facções é intrigante, mas infelizmente o filme não explora muito a sociedade como um todo. Insiste em focar apenas na Tris e na sua turminha composta por colegas unidimensionais, que só servem pra reagir às falas da menina, sem nenhum traço marcante de personalidade. Gostaria de saber mais daquele mundo, da vida nas demais facções, como aquele sistema funciona de fato, etc etc. A boa premissa é sacrificada pra agradar ao público alvo adolescente que quer mais é ver o romance obrigatório. As características básicas de cada facção são bobas, o filme não as exibe com sutileza. Audácia, por exemplo, é uma balada eterna, seus membros andam correndo e zoando pelas ruas e fazem rapel sem motivo algum pela cidade. Ah, eles entram em trens em movimento também. Erudição é um bando de gente chatinha, engomada, sentada em mesas, lendo o dia todo. O conceito da "divergente" não funciona at all. A tensão pela caça aos divergentes nunca soa crível, já que a caracteristica não parece ser tão ruim assim. Cada vez que um personagem demonstra preocupação, nós não conseguimos entender o motivo. Ser divergente é só ser humano... na verdade todo mundo ali era pra ser divergente, já que as facções não drogam seus membros, nem fazem nenhum tipo de lavagem cerebral. Resumindo: ser Divergente é algo grave e te torna muito especial, mas o espectador sai do cinema sem entender o motivo dessa porra toda. Considero então Divergente pior que Jogos Vorazes, pois pelo menos seu concorrente tem mais carisma e menos furos fundamentais em sua estrutura narrativa.
Esse filme, também conhecido no ocidente como "Time Traveller: The Girl Who Leapt Through Time", é mais uma versão dessa novel que não cansa de ser adaptada para as mais diversas mídias. O legal é que esse live action, assim como o longa animado de 2006, dirigido pelo Hosoda, funciona como um tipo de continuação da trama original, ao invés de ser uma adaptação direta da mesma trama. Inclusive seria legal se ambas as produções fizessem parte da mesma cronologia, mas acho que não funcionaria muito bem. No anime de 2006 a protagonista do original é a tia da nova protagonista e não tem filhos, enquanto que essa versão de 2010 traz a filha dela como estrela principal. Wibbly Wobbly, quem sabe? O mais engraçado é que eu vejo essas "sequencias" sem ter lido a obra original ou visto o famoso filme de 1983. Certamente essas serão boas missões pra minha lista de tarefas esse ano. De todo modo, essa versão de 2010 traz a protagonista mais fofa do mundo, (ela dublou o anime de 2006) destilando moe pra todos os lados. O filme tem atuações exageradas aqui e ali, conveniências de roteiro muito tensas e parece querer forçar lágrimas em você mais pro final. E ele consegue, um pouco. Apesar das obviedades, ele consegue construir personagens relacionáveis e contar uma história de amor muito sutil e muito bonita. O elemento sci fi da coisa toda é bem dosado e a reconstrução de época é ótima... pelo menos eu acho, não é como se eu fosse um especialista em Japão nos anos 70. A sequência da viagem no é bem boba e destoa por completo de todo o resto, mas o filme funciona muito bem.
Apesar de alguns momentos bem intensos e assustadores, em parte graças aos efeitos limitados e ao PB, essa pérola deve ter sido considerada trash até mesmo em seu ano de lançamento. A premissa até que é interessante e todo o sexismo involuntário é engraçadinho. A cena da batalha final entre o protagonista e o cérebro alien pendurado por um super visível fio de nylon é icônica e pode ser vista por toda a internet. Falas desse filme já foram sampleadas em várias músicas e coisas assim. Fenômeno que não pode ser ignorado. Achei genuinamente divertido.
O famoso conto de HP Lovecraft ganha a versão live action ideal. Como reproduzir no cinema a sensação de incômodo, de sutil terror que às vezes um conto de horror pode provocar? Simples, você cria um filme mudo. A fotografia P/B envelhecida, a trilha sonora dramática e as atuações expressivas deixam o filme obscuro o bastante para se tornar realmente assustador. A história do filme nos mostra um arqueólogo investigando o mistério de Cthulhu, juntando pedaços desconexos de informação, analisando arquivos antigos e esquecidos. Sentimos a mesma sensação do protagonista, já que também estamos "redescobrindo" esse "antigo" e bizarro filme. Dá para apreciar pelo ponto de vista técnico, afinal se trata da reprodução fiel de um filme mudo dos anos 20, os efeitos especiais práticos muito bem realizados, os cenários grandiosos da ilha de Cthulhu e o design de produção em geral. Dá pra curtir também pela história, um clássico indiscutível. Entretenimento com várias camadas de interesse, assim que é bom.
Já vou começar dizendo que o idioma catalão é bizarro pacas. É como se você ouvisse espanhol misturado com algo muito estranho que não faz sentido. Acho que é o primeiro filme que vejo nesse idioma e achei toda uma experiência à parte. Quanto ao filme em si, apesar de emocionante, deixa uma certa sensação de been there done that. Impossível não comparar com Stand by Me, e dezenas de outros filmes sobre "turminhas" e adultos tentando se reconectar com as lembranças do passado, aquela época em que a vida era mais simples. Filmes assim se inspiram descaradamente uns nos outros, porém o tema é tão ressonante que você não se importa e se entrega. Achei equivocada a trama paralela envolvendo dois daqueles amigos, que agora já crescidos, são unidos pelo destino numa jornada inesperada, enquanto relembram o passado. O filme quer dizer que o cara se tornou um adulto frio, calculista, apenas preocupado com seu emprego e que perdeu toda a espontaneidade e inocência. Para passar essa idéia, sua personalidade é contrastada com a da garota que, apesar de adulta, reteve seu jeito vibrante e inconsequente. O problema é que não dá pra comprar a tal idéia. O cara, a caminho de uma importante reunião, tem suas roupas destruídas por crianças babacas e a sua companheira de viagem se revela uma pedante criminosa que o coloca em uma série de eventos que o transformam num ladrão e resultam na destruição de seu carro. Difícil ficar do lado da garota, desculpa aí filme. Fora esse "pequeno" deslize (pequeno nada, isso é metade do filme) a produção possui momentos emocionais impactantes e me fez chorar no final. A trilha sonora não é nem um pouco sutil, mas o filme se passa nos anos 80 e nada nessa década possuía tal qualidade.
Ainda que um filme seja muito bom, ele só é colocado por mim em um patamar superior se me provocar inveja. Adoro quando algum filme me deixa com aquela sensação de "eu queria ter feito isso". Anni Felici é mais um filme de lembranças (março tá sendo nostálgico) e não consigo pensar em nenhum outro clichê óbvio para encaixá-lo. É uma análise de época, de costumes, de personagens; por alguma razão a trama básica parece inovadora ainda que não o seja. O filme consegue ter uma identidade própria a despeito de focar em temas já muito explorados por todas as mídias. Adoro a sutileza da história, a forma calma e ao mesmo tempo apaixonada em que o arco dramático dos protagonistas se desenvolve, a fotografia vibrante e todos os sentimentos que proporciona.
Esse filme se divide em duas fases bem distintas, como se você pudesse cortá-lo exatamente ao meio, cada metade com uma hora de duração. A primeira hora é interessante em sua melancolia e algum humor negro. Filmes que refletem sobre a idade tendem a ter protagonistas masculinos, senhores mal humorados e desiludidos. O legal aqui é ver Catherine Deneuve fazendo esse tipo, enchendo a cara, fumando, agindo irresponsavelmente e buscando sua identidade enquanto viaja sem rumo e dá de cara com vários tipos e situações diferentes. Quando você pensa que esse é apenas um road movie focado na jornada de autodescoberta dessa senhora, eis que chega a segunda parte, que introduz um neto capeta e momentos mais emocionantes. Nessa metade temos mais esperança, mais drama, a história se amarra melhor. Todas as atuações são ótimas, mas a cantora folk Camille, que interpreta a filha de Deneuve, deveria aprender a chorar. Sua performance sem sal prejudica um pouco a personagem, que já não tem suas motivações tão bem esclarecidas assim no roteiro, e precisaria de uma boa intérprete para vendê-la. O filme tem muitas camadas, lida com muitas emoções e traz reflexões válidas.
Lasse Nielsen tem uma visão única, uma temática específica que ele curte explorar e faz isso muito bem. Poucos conseguem capturar o coming of age e seus diferentes aspectos como esse cara e seus filmes obscuros dos anos 70. Aqui nós acompanhamos a descoberta da vida pelos olhos de Kim, que passa por situações implausíveis mas divertidas. O filme tem momentos vibrantes, outros melancólicos, alguns sutis e outros bem selvagens e gráficos. Provoca vários sentimentos, assim como a adolescência.
É tão raro hoje em dia ver um filme em que Johnny Depp interprete um cara comum... eu sou fã de todos os seus personagens malucos, de verdade, mas vamos combinar que aos poucos ele tá se tornando meio one trick pony. Muita sobremesa enjoa e por mais que a gente ame os Sparrows e chapeleiros da vida, é bom revisitar o antigo Johnny, de cara lavada, alguns anos mais jovem, interpretando galã. Nessa horas você que ele de fato é um ótimo ator. Não só ele está bem nesse filme, como também Leonardo DiCaprio (com pinta de 12 anos mas na verdade ele já tinha uns 20) que inclusive ganhou prêmios ou pelo menos nomeações por esse papel. Ele dá um show: incrível como esse cara é talentoso, desde sempre, e não tenha UM filme ruim no currículo. Esse é um drama de personagens, repousa totalmente nas costas de seus atores e por isso falar desse filme é comentar as atuações. Todas elas são pontuais e o resultado final é honesto e vibrante.
Fábula engenhosa, apesar de meio incômoda na parte do CG. Animação computadorizada não envelhece tão bem quanto a tradicional e nesse caso as sequências já não são tão boas mesmo pra época. Gosto dos designs, no entanto, e as cenas de ação são ótimas. Toda a parte em live action é muito fofa. Parte negativa mesmo é o vilão, derivativo demais, clone do Voldemort com o Smeagol. No geral é muito divertido e te deixa na pilha pra ver os seguintes.
Misture Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, joga uma pitada de jovem George Clooney arriscando em papéis fora do comum e terá uma experiência muito diferente, ainda que irregular. A primeira parte desse filme é repleta de bons momentos, atuações interessantes, diálogos inspirados e boas tramas em potencial. Daí entram os vampiros e tudo vira exploitation. Eu adoro um exploitation, mas o que vinha antes tava bem mais maneiro. Anyway, o filme merece seu status cult.
Quem ganha a briga, Antz ou A Bug's Life? Filmes totalmente diferentes e olha que eu geralmente puxo o saco da Pixar. Antz com certeza tem mais "edge", é praticamente um filme do Woody Allen só que com formigas. Rever depois de tantos anos, com cabeça adulta e ouvindo o som original transforma a experiência completamente. A formiga Z não só é dublada por Woody como tem todas as neuras básicas de seus personagens. O filme possui ainda comentário social e político, falas bem ousadas para uma produção teoricamente infantil e ação de primeira. A animação está beeeem datada, mas é como eu disse ali em cima, CG não segura tão bem o passar do tempo. Ainda assim o filme continua sendo muito bom.
Maneiro pros nerds que como eu adoram debater Star Wars e os vícios e virtudes de seu criador, George Lucas. Muitas entrevistas, informações e uma conclusão bem positiva. Achei que o filme seria tendencioso mas até que consegue ser imparcial.
Comédia muito bizarra que, apesar do selo Nickelodeon, não é tão bobinha e inocente assim. Traz momentos nonsense muito interessantes, uma atuação perturbadora do Kel Mitchell, uma seleção de personagens bizarros e até algum humor de manicômio. Parece um daqueles desenhos animados dos anos 50 que passavam nos cinemas ou algo assim. Humor negro do bom.
Filme de terror com duas premissas paralelas que se cruzam e entrelaçam mas nunca se harmonizam totalmente. Eu gostei da mãe paranóica e superprotetora e de sua luta para manter a guarda do filho, enquanto nós espectadores nos perguntamos se ela é mesmo capaz ou não de cuidar da criança. Ótimos momentos de insegurança, paranóia, surpresa e choque. Um perfeito thriller. A trama "paralela" envolvendo fantasmas já soa meio intrusiva, como se fosse um filler inventado depois só pra encher linguiça ou tentar tornar a trama mais "complexa". Em última análise, para mim, não só esse elemento nunca se mistura de forma orgânica ao resto da narrativa, como parece existir apenas como forma de criar um twist dispensável no final, que pode ser legal nos 5 segundos da descoberta, mas não sobrevive a um escrutínio lógico posterior. Noomi Rapace é linda e perfeita.
Antes de comandar um dos mais impactantes filmes de ação que eu já vi - The Raid Redemption - o diretor Gareth Evans produziu Merantau, que claramente serve de teste para tudo aquilo que ele aperfeiçoou depois. Apesar de não ser perfeito e ter alguns problemas (principalmente os atores ocidentais, que são meio canastrões) Merantau é forte, possui sequências de ação brutais e uma trama central que consegue emocionar ainda que seja muito simples e linear. O protagonista apresenta ao mundo uma arte marcial ainda pouco popular nos cinemas e te deixa na vontade de ver mais. Ainda bem que The Raid 2 está por vir.
Quem curte criança diabólica e psicótica levanta a mão. Através de visuais grandiosos e evocativos, música clássica de Prokofief e atuações supreendentes, acompanhamos esse conto de crueldade e inocência. Á bondade de uma criança pode ser pura, mas sua maldade também, é o que sempre digo. Os garotos do filme são bem jovens e é por isso que a atuação de Régis Arpin (o pequeno fdp) me espantou tanto. Rosto de anjo e com um olhar maléfico, um sorriso irônico, além de seus anos. Esse menino me deu muito medo. A premissa do filme lembra um pouco The Good Son, mas a mensagem geral é outra. O ato final se distancia emocionalmente, é um pouco nebuloso; certos personagens tomam decisões meio estranhas que geram consequências ainda mais estranhas. O final é brutal e inesperado.
Naoki Urasawa não só é o meu mangaka favorito, como é um dos meus escritores favoritos. Seu estilo de contar histórias é um dos que mais me inspiram. Tudo o que esse cara faz é bom, é instigante, interessante, curioso, fodástico. 20th Century Boys é um dos meus mangás favoritos, obviamente. Antes de falar sobre o filme, devo dizer que tenho um pequeno problema: eu consumo ficção demais. Assisto e leio muita coisa. É por isso que, infelizmente, depois que termino uma obra dessas e alguns anos se passam, eu não consigo mais lembrar de todos os detalhes. Eu sei que é foda e eu consigo te dizer o motivo disso. Posso te recomendar e te falar das qualidades e defeitos da obra. Apenas não consigo mais lembrar de todos os mínimos detalhes. Isso não é necessariamente ruim, devo dizer. Posso consumir novamente essa obra e saborea-la como se fosse a primeira vez. E posso me distanciar o suficiente do material original a ponto de julgar melhor se alguma obra derivada aparecer. É isso que aconteceu com o filme de 20th Century Boys, que mora no meu HD há anos e que só agora eu resolvo assistir. Eu pude julgar o filme por seus próprios méritos e não fiquei comparando com cada página do mangá. Eles fizeram um bom trabalho traduzindo pra tela o mesmo tom nostálgico dos flashbacks e o conspiratório do "presente". A história ainda funciona melhor no mangá, alguns twists são abandonados no cinema, tornando a trama mais "simplificada". A trama é ligeiramente mais linear e eu ainda recomendaria ler o mangá primeiro. O filme é muito grande e tenta enfiar toda a primeira fase do mangá em suas duas horas, ficando com certos problemas de ritmo, principalmente no final. O clímax em si ficou muito bem feito e emociona de verdade. É o primeiro de uma trilogia e quero ver os outros em breve.
Filme meio pointless, mas divertido se você gosta de assistir crianças fazendo muita merda sem nenhuma censura. Eles fumam, eles xingam, eles roubam armas de fogo. Eles praticam intenso bullying uns com os outros e no final não tem a menor lição de moral. Toda a merda é quase que recompensada. Você meio que perdoa por se tratar de jovens imaturos. Eles não fazem por mal. Ao mesmo tempo, pode-se dizer que não há muito motivo pra ver esse filme. Eu curti, mas não necessariamente recomendo. Talvez seja wish fulfillment de minha parte, queria ter sido um garoto vidaloka. Aliás, sugestão para título nacional : GAROTOS VIDALOKA. Hue Hue br br br
O quão real é essa história? Espero que bastante, já que se basearam em gravações da época e coisas assim. Interessante a forma com que costuraram a trama com flashbacks pontuais que aos poucos revelam a verdadeira face da mulher por trás de Mary Poppins. Às vezes o filme fica óbvio demais e meio piegas, querendo forçar o choro, mas é um filme da Disney e a gente perdoa. Muito divertido e nostálgico.
Outro daqueles filmes cuja mensagem é interessante, mas a execução é cheia de coisinhas irritantes. Ok, eu gosto de toda a coisa do artista que só consegue funcionar através de sua arte, o cara que é uma falha na vida e por isso ele se refugia em sua escrita. O problema é que nesse caso, o "não funcionar" significa o Woody Allen se rodeando de várias ex-esposas lindíssimas e chifrando-as compulsivamente, com outras mulheres também lindas. OHHHH, QUANTO PROBLEMA, Mr. Allen. O cara escreve e dirige o filme e se coloca no papel do protagonista. Ele se critica bastante, mas ele não está fazendo isso de verdade. É tudo autoindulgente e hipócrita. O personagem não tem boas qualidades, é totalmente inverossímil e simplesmente não entrega uma jornada interessante de se acompanhar. É legal ver os diferentes curtas que surgem ao longo da narrativa, são historinhas legais cheias de participações especiais inesperadas. A melhor dessas participações e a de Jennifer Garner, que surge por MEIO SEGUNDO e mesmo assim mal aparece de frente. O que a gente tem que fazer quando está começando, não é mesmo? Enfim, esse filme é totalmente superestimado, assim como seu criador.
Nonsense, estranho, bizarro, uma viagem de ácido (uso a expressão de forma leviana, já que nunca usei semelhante droga) e de forma geral o tipo da comédia que eu curto. Simplesmente te deixa curioso a cada cena, tentando antecipar o que vem em seguida. Tudo pode acontecer e nada melhor do que ver um filme e ser surpreendido, certo? É meio o que todo filme deveria fazer. Adoro os atores envolvidos e certamente merece o status cult que possui.
Filmaço que jamais teve uma chance justa pra lutar. As pessoas estavam preparadas pra não gostar desse filme e nem as críticas positivas conseguiram fazer dele o sucesso que merecia. Não se trata de ser melhor ou pior que o de 1987: ele é apenas diferente. Lida com os mesmos temas, faz críticas sociais pertinentes a nossa época, e deixa de lado um pouco do humor nonsense, fazendo um filme de ação mais rígido. Não sei se a bilheteria final será boa ou não, mas com certeza ele já não é o que o estúdio esperava. Eu torcia muito, não só pelo Padilha, como pelo Joel Kinnaman e pelo filme em si, que estava sendo tão julgado antes de poder ser apreciado. A ação é ótima, as diferentes armaduras do protagonista funcionam muito bem. Certas decisões, como o Murphy ter consciência de quem é desde o começo, eu achei estranhas mas logo vi que foram para o melhor. Michael Keaton faz o típico vilão do cinema moderno: não mais temos executivos engravatados, agora as grandes corporações são comandadas por entrepreneurs vestindo roupas esportivas e com jeitinho petulante. Aposto que o novo Lex Luthor será assim também. Gary Oldman estava foda, nem precisa dizer. As críticas que o filme faz são certeiras. Um filme de ação acima da média, pra um público idiota que não merece.
Boa e velha sátira política e social que todos conhecemos, deu origem a uma franquia interminável e aparentemente muito lucrativa. O mesmo corporativismo sedento por lucros que o filme critica é o que se alimenta dele até hoje. Não tô nem aí, quero mais é ver bons filmes e podem fazer Robocop pra sempre. A premissa é muito boa, o gore e o climão anos 80 dão aquele temperinho especial. Há muito tempo não revia Robocop e agora a parte ruim é poder enxergar com outros olhos certos detalhes muito datados da produção. A própria armadura dele não funciona tão bem assim. Em vários momentos você vê certos detalhes que não deveriam aparecer e coisas assim. Tudo deixa a parada mais visceral e interessante, acaba sendo positivo. E a Lewis é a coisa mais linda. A única coisa que realmente não funciona mais é o robô maior, junto com todos os efeitos de Stop Motion em filmes live action que eram feitos até o começo dos anos 90. All hail CGI.
Divergente
3.5 2,1K Assista AgoraO problema de Divergente, assim como Jogos Vorazes (comparo os dois pq né... Young Adult novels, protagonistas chatinhas, futuro pós-apocaliptico, etc etc... Divergente é Jogos Vorazes com Chapéu Seletor) é que o mundo que rodeia os personagens é mais interessante do que eles. O conceito das facções é intrigante, mas infelizmente o filme não explora muito a sociedade como um todo. Insiste em focar apenas na Tris e na sua turminha composta por colegas unidimensionais, que só servem pra reagir às falas da menina, sem nenhum traço marcante de personalidade. Gostaria de saber mais daquele mundo, da vida nas demais facções, como aquele sistema funciona de fato, etc etc. A boa premissa é sacrificada pra agradar ao público alvo adolescente que quer mais é ver o romance obrigatório. As características básicas de cada facção são bobas, o filme não as exibe com sutileza. Audácia, por exemplo, é uma balada eterna, seus membros andam correndo e zoando pelas ruas e fazem rapel sem motivo algum pela cidade. Ah, eles entram em trens em movimento também. Erudição é um bando de gente chatinha, engomada, sentada em mesas, lendo o dia todo. O conceito da "divergente" não funciona at all. A tensão pela caça aos divergentes nunca soa crível, já que a caracteristica não parece ser tão ruim assim. Cada vez que um personagem demonstra preocupação, nós não conseguimos entender o motivo. Ser divergente é só ser humano... na verdade todo mundo ali era pra ser divergente, já que as facções não drogam seus membros, nem fazem nenhum tipo de lavagem cerebral. Resumindo: ser Divergente é algo grave e te torna muito especial, mas o espectador sai do cinema sem entender o motivo dessa porra toda.
Considero então Divergente pior que Jogos Vorazes, pois pelo menos seu concorrente tem mais carisma e menos furos fundamentais em sua estrutura narrativa.
Time Traveller
3.7 11Esse filme, também conhecido no ocidente como "Time Traveller: The Girl Who Leapt Through Time", é mais uma versão dessa novel que não cansa de ser adaptada para as mais diversas mídias. O legal é que esse live action, assim como o longa animado de 2006, dirigido pelo Hosoda, funciona como um tipo de continuação da trama original, ao invés de ser uma adaptação direta da mesma trama. Inclusive seria legal se ambas as produções fizessem parte da mesma cronologia, mas acho que não funcionaria muito bem. No anime de 2006 a protagonista do original é a tia da nova protagonista e não tem filhos, enquanto que essa versão de 2010 traz a filha dela como estrela principal. Wibbly Wobbly, quem sabe? O mais engraçado é que eu vejo essas "sequencias" sem ter lido a obra original ou visto o famoso filme de 1983. Certamente essas serão boas missões pra minha lista de tarefas esse ano. De todo modo, essa versão de 2010 traz a protagonista mais fofa do mundo, (ela dublou o anime de 2006) destilando moe pra todos os lados. O filme tem atuações exageradas aqui e ali, conveniências de roteiro muito tensas e parece querer forçar lágrimas em você mais pro final. E ele consegue, um pouco. Apesar das obviedades, ele consegue construir personagens relacionáveis e contar uma história de amor muito sutil e muito bonita. O elemento sci fi da coisa toda é bem dosado e a reconstrução de época é ótima... pelo menos eu acho, não é como se eu fosse um especialista em Japão nos anos 70. A sequência da viagem no é bem boba e destoa por completo de todo o resto, mas o filme funciona muito bem.
O Cérebro do Planeta Arous
3.0 9 Assista AgoraApesar de alguns momentos bem intensos e assustadores, em parte graças aos efeitos limitados e ao PB, essa pérola deve ter sido considerada trash até mesmo em seu ano de lançamento. A premissa até que é interessante e todo o sexismo involuntário é engraçadinho. A cena da batalha final entre o protagonista e o cérebro alien pendurado por um super visível fio de nylon é icônica e pode ser vista por toda a internet. Falas desse filme já foram sampleadas em várias músicas e coisas assim. Fenômeno que não pode ser ignorado. Achei genuinamente divertido.
O Chamado de Cthulhu
3.9 71O famoso conto de HP Lovecraft ganha a versão live action ideal. Como reproduzir no cinema a sensação de incômodo, de sutil terror que às vezes um conto de horror pode provocar? Simples, você cria um filme mudo. A fotografia P/B envelhecida, a trilha sonora dramática e as atuações expressivas deixam o filme obscuro o bastante para se tornar realmente assustador. A história do filme nos mostra um arqueólogo investigando o mistério de Cthulhu, juntando pedaços desconexos de informação, analisando arquivos antigos e esquecidos. Sentimos a mesma sensação do protagonista, já que também estamos "redescobrindo" esse "antigo" e bizarro filme. Dá para apreciar pelo ponto de vista técnico, afinal se trata da reprodução fiel de um filme mudo dos anos 20, os efeitos especiais práticos muito bem realizados, os cenários grandiosos da ilha de Cthulhu e o design de produção em geral. Dá pra curtir também pela história, um clássico indiscutível. Entretenimento com várias camadas de interesse, assim que é bom.
Héroes
3.5 1Já vou começar dizendo que o idioma catalão é bizarro pacas. É como se você ouvisse espanhol misturado com algo muito estranho que não faz sentido. Acho que é o primeiro filme que vejo nesse idioma e achei toda uma experiência à parte. Quanto ao filme em si, apesar de emocionante, deixa uma certa sensação de been there done that. Impossível não comparar com Stand by Me, e dezenas de outros filmes sobre "turminhas" e adultos tentando se reconectar com as lembranças do passado, aquela época em que a vida era mais simples. Filmes assim se inspiram descaradamente uns nos outros, porém o tema é tão ressonante que você não se importa e se entrega. Achei equivocada a trama paralela envolvendo dois daqueles amigos, que agora já crescidos, são unidos pelo destino numa jornada inesperada, enquanto relembram o passado. O filme quer dizer que o cara se tornou um adulto frio, calculista, apenas preocupado com seu emprego e que perdeu toda a espontaneidade e inocência. Para passar essa idéia, sua personalidade é contrastada com a da garota que, apesar de adulta, reteve seu jeito vibrante e inconsequente. O problema é que não dá pra comprar a tal idéia. O cara, a caminho de uma importante reunião, tem suas roupas destruídas por crianças babacas e a sua companheira de viagem se revela uma pedante criminosa que o coloca em uma série de eventos que o transformam num ladrão e resultam na destruição de seu carro. Difícil ficar do lado da garota, desculpa aí filme. Fora esse "pequeno" deslize (pequeno nada, isso é metade do filme) a produção possui momentos emocionais impactantes e me fez chorar no final. A trilha sonora não é nem um pouco sutil, mas o filme se passa nos anos 80 e nada nessa década possuía tal qualidade.
Anos felizes
3.5 9Ainda que um filme seja muito bom, ele só é colocado por mim em um patamar superior se me provocar inveja. Adoro quando algum filme me deixa com aquela sensação de "eu queria ter feito isso". Anni Felici é mais um filme de lembranças (março tá sendo nostálgico) e não consigo pensar em nenhum outro clichê óbvio para encaixá-lo. É uma análise de época, de costumes, de personagens; por alguma razão a trama básica parece inovadora ainda que não o seja. O filme consegue ter uma identidade própria a despeito de focar em temas já muito explorados por todas as mídias. Adoro a sutileza da história, a forma calma e ao mesmo tempo apaixonada em que o arco dramático dos protagonistas se desenvolve, a fotografia vibrante e todos os sentimentos que proporciona.
Ela Vai
3.6 48 Assista AgoraEsse filme se divide em duas fases bem distintas, como se você pudesse cortá-lo exatamente ao meio, cada metade com uma hora de duração. A primeira hora é interessante em sua melancolia e algum humor negro. Filmes que refletem sobre a idade tendem a ter protagonistas masculinos, senhores mal humorados e desiludidos. O legal aqui é ver Catherine Deneuve fazendo esse tipo, enchendo a cara, fumando, agindo irresponsavelmente e buscando sua identidade enquanto viaja sem rumo e dá de cara com vários tipos e situações diferentes. Quando você pensa que esse é apenas um road movie focado na jornada de autodescoberta dessa senhora, eis que chega a segunda parte, que introduz um neto capeta e momentos mais emocionantes. Nessa metade temos mais esperança, mais drama, a história se amarra melhor. Todas as atuações são ótimas, mas a cantora folk Camille, que interpreta a filha de Deneuve, deveria aprender a chorar. Sua performance sem sal prejudica um pouco a personagem, que já não tem suas motivações tão bem esclarecidas assim no roteiro, e precisaria de uma boa intérprete para vendê-la. O filme tem muitas camadas, lida com muitas emoções e traz reflexões válidas.
Could We Maybe
4.1 2Lasse Nielsen tem uma visão única, uma temática específica que ele curte explorar e faz isso muito bem. Poucos conseguem capturar o coming of age e seus diferentes aspectos como esse cara e seus filmes obscuros dos anos 70. Aqui nós acompanhamos a descoberta da vida pelos olhos de Kim, que passa por situações implausíveis mas divertidas. O filme tem momentos vibrantes, outros melancólicos, alguns sutis e outros bem selvagens e gráficos. Provoca vários sentimentos, assim como a adolescência.
Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador
4.1 1,1K Assista AgoraÉ tão raro hoje em dia ver um filme em que Johnny Depp interprete um cara comum... eu sou fã de todos os seus personagens malucos, de verdade, mas vamos combinar que aos poucos ele tá se tornando meio one trick pony. Muita sobremesa enjoa e por mais que a gente ame os Sparrows e chapeleiros da vida, é bom revisitar o antigo Johnny, de cara lavada, alguns anos mais jovem, interpretando galã. Nessa horas você que ele de fato é um ótimo ator. Não só ele está bem nesse filme, como também Leonardo DiCaprio (com pinta de 12 anos mas na verdade ele já tinha uns 20) que inclusive ganhou prêmios ou pelo menos nomeações por esse papel. Ele dá um show: incrível como esse cara é talentoso, desde sempre, e não tenha UM filme ruim no currículo. Esse é um drama de personagens, repousa totalmente nas costas de seus atores e por isso falar desse filme é comentar as atuações. Todas elas são pontuais e o resultado final é honesto e vibrante.
Arthur e os Minimoys
3.2 121 Assista AgoraFábula engenhosa, apesar de meio incômoda na parte do CG. Animação computadorizada não envelhece tão bem quanto a tradicional e nesse caso as sequências já não são tão boas mesmo pra época. Gosto dos designs, no entanto, e as cenas de ação são ótimas. Toda a parte em live action é muito fofa. Parte negativa mesmo é o vilão, derivativo demais, clone do Voldemort com o Smeagol. No geral é muito divertido e te deixa na pilha pra ver os seguintes.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraMisture Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, joga uma pitada de jovem George Clooney arriscando em papéis fora do comum e terá uma experiência muito diferente, ainda que irregular. A primeira parte desse filme é repleta de bons momentos, atuações interessantes, diálogos inspirados e boas tramas em potencial. Daí entram os vampiros e tudo vira exploitation. Eu adoro um exploitation, mas o que vinha antes tava bem mais maneiro. Anyway, o filme merece seu status cult.
Formiguinhaz
3.2 331 Assista AgoraQuem ganha a briga, Antz ou A Bug's Life? Filmes totalmente diferentes e olha que eu geralmente puxo o saco da Pixar. Antz com certeza tem mais "edge", é praticamente um filme do Woody Allen só que com formigas. Rever depois de tantos anos, com cabeça adulta e ouvindo o som original transforma a experiência completamente. A formiga Z não só é dublada por Woody como tem todas as neuras básicas de seus personagens. O filme possui ainda comentário social e político, falas bem ousadas para uma produção teoricamente infantil e ação de primeira. A animação está beeeem datada, mas é como eu disse ali em cima, CG não segura tão bem o passar do tempo. Ainda assim o filme continua sendo muito bom.
O Povo Contra George Lucas
3.6 15Maneiro pros nerds que como eu adoram debater Star Wars e os vícios e virtudes de seu criador, George Lucas. Muitas entrevistas, informações e uma conclusão bem positiva. Achei que o filme seria tendencioso mas até que consegue ser imparcial.
A Guerra do Hambúrguer
2.8 292 Assista AgoraComédia muito bizarra que, apesar do selo Nickelodeon, não é tão bobinha e inocente assim. Traz momentos nonsense muito interessantes, uma atuação perturbadora do Kel Mitchell, uma seleção de personagens bizarros e até algum humor de manicômio. Parece um daqueles desenhos animados dos anos 50 que passavam nos cinemas ou algo assim. Humor negro do bom.
Babycall
3.0 57Filme de terror com duas premissas paralelas que se cruzam e entrelaçam mas nunca se harmonizam totalmente. Eu gostei da mãe paranóica e superprotetora e de sua luta para manter a guarda do filho, enquanto nós espectadores nos perguntamos se ela é mesmo capaz ou não de cuidar da criança. Ótimos momentos de insegurança, paranóia, surpresa e choque. Um perfeito thriller. A trama "paralela" envolvendo fantasmas já soa meio intrusiva, como se fosse um filler inventado depois só pra encher linguiça ou tentar tornar a trama mais "complexa". Em última análise, para mim, não só esse elemento nunca se mistura de forma orgânica ao resto da narrativa, como parece existir apenas como forma de criar um twist dispensável no final, que pode ser legal nos 5 segundos da descoberta, mas não sobrevive a um escrutínio lógico posterior. Noomi Rapace é linda e perfeita.
Merantau Warrior
3.4 36Antes de comandar um dos mais impactantes filmes de ação que eu já vi - The Raid Redemption - o diretor Gareth Evans produziu Merantau, que claramente serve de teste para tudo aquilo que ele aperfeiçoou depois. Apesar de não ser perfeito e ter alguns problemas (principalmente os atores ocidentais, que são meio canastrões) Merantau é forte, possui sequências de ação brutais e uma trama central que consegue emocionar ainda que seja muito simples e linear. O protagonista apresenta ao mundo uma arte marcial ainda pouco popular nos cinemas e te deixa na vontade de ver mais. Ainda bem que The Raid 2 está por vir.
Eu Sou o Senhor do Castelo
3.9 16Quem curte criança diabólica e psicótica levanta a mão. Através de visuais grandiosos e evocativos, música clássica de Prokofief e atuações supreendentes, acompanhamos esse conto de crueldade e inocência. Á bondade de uma criança pode ser pura, mas sua maldade também, é o que sempre digo. Os garotos do filme são bem jovens e é por isso que a atuação de Régis Arpin (o pequeno fdp) me espantou tanto. Rosto de anjo e com um olhar maléfico, um sorriso irônico, além de seus anos. Esse menino me deu muito medo. A premissa do filme lembra um pouco The Good Son, mas a mensagem geral é outra. O ato final se distancia emocionalmente, é um pouco nebuloso; certos personagens tomam decisões meio estranhas que geram consequências ainda mais estranhas. O final é brutal e inesperado.
20th Century Boys 1: Beginning of the End
3.8 21Naoki Urasawa não só é o meu mangaka favorito, como é um dos meus escritores favoritos. Seu estilo de contar histórias é um dos que mais me inspiram. Tudo o que esse cara faz é bom, é instigante, interessante, curioso, fodástico. 20th Century Boys é um dos meus mangás favoritos, obviamente. Antes de falar sobre o filme, devo dizer que tenho um pequeno problema: eu consumo ficção demais. Assisto e leio muita coisa. É por isso que, infelizmente, depois que termino uma obra dessas e alguns anos se passam, eu não consigo mais lembrar de todos os detalhes. Eu sei que é foda e eu consigo te dizer o motivo disso. Posso te recomendar e te falar das qualidades e defeitos da obra. Apenas não consigo mais lembrar de todos os mínimos detalhes. Isso não é necessariamente ruim, devo dizer. Posso consumir novamente essa obra e saborea-la como se fosse a primeira vez. E posso me distanciar o suficiente do material original a ponto de julgar melhor se alguma obra derivada aparecer. É isso que aconteceu com o filme de 20th Century Boys, que mora no meu HD há anos e que só agora eu resolvo assistir. Eu pude julgar o filme por seus próprios méritos e não fiquei comparando com cada página do mangá. Eles fizeram um bom trabalho traduzindo pra tela o mesmo tom nostálgico dos flashbacks e o conspiratório do "presente". A história ainda funciona melhor no mangá, alguns twists são abandonados no cinema, tornando a trama mais "simplificada". A trama é ligeiramente mais linear e eu ainda recomendaria ler o mangá primeiro. O filme é muito grande e tenta enfiar toda a primeira fase do mangá em suas duas horas, ficando com certos problemas de ritmo, principalmente no final. O clímax em si ficou muito bem feito e emociona de verdade. É o primeiro de uma trilogia e quero ver os outros em breve.
Funeral Kings
3.4 38Filme meio pointless, mas divertido se você gosta de assistir crianças fazendo muita merda sem nenhuma censura. Eles fumam, eles xingam, eles roubam armas de fogo. Eles praticam intenso bullying uns com os outros e no final não tem a menor lição de moral. Toda a merda é quase que recompensada. Você meio que perdoa por se tratar de jovens imaturos. Eles não fazem por mal. Ao mesmo tempo, pode-se dizer que não há muito motivo pra ver esse filme. Eu curti, mas não necessariamente recomendo. Talvez seja wish fulfillment de minha parte, queria ter sido um garoto vidaloka. Aliás, sugestão para título nacional : GAROTOS VIDALOKA. Hue Hue br br br
Walt nos Bastidores de Mary Poppins
3.8 580 Assista AgoraO quão real é essa história? Espero que bastante, já que se basearam em gravações da época e coisas assim. Interessante a forma com que costuraram a trama com flashbacks pontuais que aos poucos revelam a verdadeira face da mulher por trás de Mary Poppins. Às vezes o filme fica óbvio demais e meio piegas, querendo forçar o choro, mas é um filme da Disney e a gente perdoa. Muito divertido e nostálgico.
Desconstruindo Harry
4.0 334 Assista AgoraOutro daqueles filmes cuja mensagem é interessante, mas a execução é cheia de coisinhas irritantes. Ok, eu gosto de toda a coisa do artista que só consegue funcionar através de sua arte, o cara que é uma falha na vida e por isso ele se refugia em sua escrita. O problema é que nesse caso, o "não funcionar" significa o Woody Allen se rodeando de várias ex-esposas lindíssimas e chifrando-as compulsivamente, com outras mulheres também lindas. OHHHH, QUANTO PROBLEMA, Mr. Allen. O cara escreve e dirige o filme e se coloca no papel do protagonista. Ele se critica bastante, mas ele não está fazendo isso de verdade. É tudo autoindulgente e hipócrita. O personagem não tem boas qualidades, é totalmente inverossímil e simplesmente não entrega uma jornada interessante de se acompanhar. É legal ver os diferentes curtas que surgem ao longo da narrativa, são historinhas legais cheias de participações especiais inesperadas. A melhor dessas participações e a de Jennifer Garner, que surge por MEIO SEGUNDO e mesmo assim mal aparece de frente. O que a gente tem que fazer quando está começando, não é mesmo? Enfim, esse filme é totalmente superestimado, assim como seu criador.
O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy
3.3 356 Assista AgoraNonsense, estranho, bizarro, uma viagem de ácido (uso a expressão de forma leviana, já que nunca usei semelhante droga) e de forma geral o tipo da comédia que eu curto. Simplesmente te deixa curioso a cada cena, tentando antecipar o que vem em seguida. Tudo pode acontecer e nada melhor do que ver um filme e ser surpreendido, certo? É meio o que todo filme deveria fazer. Adoro os atores envolvidos e certamente merece o status cult que possui.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraFilmaço que jamais teve uma chance justa pra lutar. As pessoas estavam preparadas pra não gostar desse filme e nem as críticas positivas conseguiram fazer dele o sucesso que merecia. Não se trata de ser melhor ou pior que o de 1987: ele é apenas diferente. Lida com os mesmos temas, faz críticas sociais pertinentes a nossa época, e deixa de lado um pouco do humor nonsense, fazendo um filme de ação mais rígido. Não sei se a bilheteria final será boa ou não, mas com certeza ele já não é o que o estúdio esperava. Eu torcia muito, não só pelo Padilha, como pelo Joel Kinnaman e pelo filme em si, que estava sendo tão julgado antes de poder ser apreciado. A ação é ótima, as diferentes armaduras do protagonista funcionam muito bem. Certas decisões, como o Murphy ter consciência de quem é desde o começo, eu achei estranhas mas logo vi que foram para o melhor. Michael Keaton faz o típico vilão do cinema moderno: não mais temos executivos engravatados, agora as grandes corporações são comandadas por entrepreneurs vestindo roupas esportivas e com jeitinho petulante. Aposto que o novo Lex Luthor será assim também. Gary Oldman estava foda, nem precisa dizer. As críticas que o filme faz são certeiras. Um filme de ação acima da média, pra um público idiota que não merece.
RoboCop: O Policial do Futuro
3.6 681 Assista AgoraBoa e velha sátira política e social que todos conhecemos, deu origem a uma franquia interminável e aparentemente muito lucrativa. O mesmo corporativismo sedento por lucros que o filme critica é o que se alimenta dele até hoje. Não tô nem aí, quero mais é ver bons filmes e podem fazer Robocop pra sempre. A premissa é muito boa, o gore e o climão anos 80 dão aquele temperinho especial. Há muito tempo não revia Robocop e agora a parte ruim é poder enxergar com outros olhos certos detalhes muito datados da produção. A própria armadura dele não funciona tão bem assim. Em vários momentos você vê certos detalhes que não deveriam aparecer e coisas assim. Tudo deixa a parada mais visceral e interessante, acaba sendo positivo. E a Lewis é a coisa mais linda. A única coisa que realmente não funciona mais é o robô maior, junto com todos os efeitos de Stop Motion em filmes live action que eram feitos até o começo dos anos 90. All hail CGI.