Se o objetivo do filme era ser engraçado pra um adolescente de 15 anos, acertou em cheio. Pro resto do mundo com um pouco mais de maturidade, têm-se uma animação cheia de estereótipos étnicos (sério mesmo? A comida árabe sonhar que quando morrer terá a cia de várias latas de azeite virgem?), com piadas predominantemente sobre fazer sexo (é como se o filme tivesse sido escrito pelos adolescentes de "American Pie" ou "Porkys"). Diferentemente de outros filmes roteirizados por Seth Rogen, "Festa da Salsicha" nunca percebe o seu papel de ridículo. O que sobra, é a vergonha alheia para o espectador que pagou 18 reais para assistir ao filme no cinema.
O crítico que assiste a "31" tem a mesma reação que uma mãe que vê a bagunça dos filhos: por onde começar? Não só o músico exibe os mesmos problemas de sempre no roteiro (além da misoginia usual, uma falta de coerência absurda), ainda por cima apresenta uma direção sofrível. Repare por exemplo na cena do sequestro: graças ao tremor da câmera e da montagem bipolar, é impossível constatar quem foi morto e quem foi levado para o jogo. Além de tudo, ver mais um filme de caipiras assassinos já cansou. O que traz a grande verdade: como diretor, Rob Zombie é um grande músico (e na modesta opinião deste que vos fala, como músico ele é um grande diretor).
Muitos apontaram "Free State of Jones" como mais um filme "white savior". O que poucos se deram conta, é que mesmo Newton Knight (Matthew McConaughey) tendo lutado pelos direitos dos negros numa parte de sua vida, sua luta abarcava muito mais. Lutar por todos aqueles que não eram livres: os que eram extorquidos, os que não queriam servir na guerra e eram obrigados a faze-lo, os negros, as mulheres dos mortos na guerra. Até mesmo seu cargo nos combates da Guerra Civil Americana refletia isso: um enfermeiro (utilizando todas as suas forças para fazer com que a pessoa fosse liberta da escravidão da dor). Nisso reside a beleza da história real de Newton Knight: não se sentir livre enquanto outros também não fossem.
Um filme que não é pra ser levado a sério, assumidamente um produto para vender mais livros. Apesar disso, é eficaz na sua trama bobinha. Por vezes, parece uma mescla de "Monster Squad" com "Jumanji". Pelos trailers, achei que não ia gostar das criaturas. Mas na verdade, apesar da grande maioria ser feita de computação gráfica esta não incomoda. É bem feita, e tem personalidade (adquirindo um traço cartunesco, que lembra o das capas dos livros). Pros fãs da série de livros, acredito que faltou de fato um leve elemento de terror. Mas mesmo assim, "Goosebumps" tem o mérito de trazer os livros para o conhecimento das crianças e por proporcionar uma trama divertida envolvendo criaturas clássicas do horror da cultura pop.
Fato: não tinha como ser como a primeira temporada. Se esta era um thriller policial envolvendo misticismo e crença, a segunda temporada é um neo noir. Apesar de abraçar estilos diferentes do gênero policial, ambas compartilham de pontos muito específicos. Protagonistas quebrados (nenhum deles é isento de pecado, ou honrado), uma visão pessimista do mundo (que se tornou o lema nesta temporada, "Temos o mundo que merecemos"), e a constatação de que o homem é o pior dos animais. Assim sendo, aqui a história conta as trajetórias de: um gangster (Vince Vaughn) que quer tornar seus negócios lícitos, uma policial (Rachel McAdams) que reprime qualquer contato afetuoso por saber que vive num mundo de homens, um agente rodoviário/ex soldado (Taylor Kitsch) que reprime seus instintos no intuito de "fazer o certo", e um investigador (Colin Farrell) que teve sua vida desmoronada após sua ex-esposa ser violentada. Cada um deles vivendo em remorso, por saber que só se encontram na situação atual por escolha deles próprios. Todos contemplando o abismo, e sabendo que este olha de volta.
Com direção e efeitos visuais impecáveis, "Warcraft" é um filme feito para os fãs. Sem explicar ou adicionar camadas aos seus personagens (com exceção de Durotan), e muito menos introduzindo aquele universo rico ao espectador. Outro sério problema é a atuação de Travis Fimmel, que nunca consegue mudar sua expressão de "estou confuso". Mas no geral, o elenco é extremamente competente. A impressão que têm-se ao final do longa, é de que os realizadores tentaram introduzir um épico de fantasia aos moldes de "O Senhor dos Anéis". Porém, optaram por começar a trilogia pelo 3o filme. Ou então, a melhor analogia possível: é como se alguém te botasse pra jogar um game, sem explicar a história, contexto, personagens (ou comandos). É belo, e até divertido por vezes. Mas é inegável, que havia maneira melhor de introduzir o universo Warcraft ao cinema.
Um filme que começa muito bem, apostando numa faceta mais desonrada e suja da Segunda Guerra pouco vista. Mas que de nada adianta, quando no seu terço final o filme abraça TODOS os clichês do gênero.
Por si só, o filme é extremamente competente. A direção de Bryan Singer é excepcional, as cenas de ação são muito interessantes (graças ao uso dos poderes de Blink), o elenco nunca esteve melhor (reunindo ambas as gerações de X-Men). O problema real do encontra-se quando o analisamos com o resto dos filmes. Certas coisas são esquecidas, e outras jamais explicadas. Como é o caso da morte de Xavier, e sua ressurreição (o espectador jamais recebe uma explicação a isso). Ou então as garras de adamantiun de Wolverine voltarem. Apesar desses problemas de cronologia bagunçada, "Dias de um Futuro Esquecido" é um longa de quadrinhos acima da média.
Pra quem se destina "Capitu"? Pros apaixonados por arte, pros que enxergam na vida um espetáculo capaz de alternar do mais belo romance até a mais triste tragédia, pra aqueles que buscam a beleza nos versos de um poema. Cheio de graça e prosa, com uma produção capaz de deixar embasbacado o mais experiente espectador de séries, "Capitu" é encantadora. A cereja do bolo deste encanto: perceber que tamanha maravilha, é uma produção brasileira.
Apesar de ser um filme que se assume como produto multimilionário, tenha cenas que se analisadas com mais atenção revelam-se estúpidas (alguém correr de salto alto por uma floresta, alguém cair no rio e logo depois acender uma tocha com os "fósforos escondidos no bolso"), Jurassic World é inegavelmente divertido e bem produzido. Além de ter sequências verdadeiramente bem dirigidas (o ataque dos pterodáctilos).
Tendo como inspiração o cinema de John Carpenter, "It Follows" é um sopro de originalidade em um gênero que infelizmente, se desgasta cada vez mais com sequências e remakes. O diretor David Robert Mitchell não apenas faz um filme impecável, mas ainda consegue provocar arrepios na espinha do espectador. Sem apelar pros jump scares, ou outros meios desonestos. Analisando-se a fundo, talvez o maior mérito do filme seja de sim, mostrar a criatura agindo (e cometendo atos inomináveis), mas de jamais explica-la (origem, sua forma original, fraquezas, etc). Um elemento presente em obras-primas do terror como "O Enigma de Outro Mundo", e "It" (o livro, não a adaptação cinematográfica). E seguindo de maneira exemplar, a fala do grande mestre do horror, H.P. Lovecraft: "o mais antigo e mais forte de todos os medos, é o medo do desconhecido".
Muitos pensam que o problema de "Superman III" é seu estilo mais leve, mas a verdade é que até a metade da projeção, o longa funciona muito bem. A sequência "comédia de erros" que abre o filme, é divertidíssima (além de mostrar quão necessário é o Superman). Porém, quando vemos os vilões do filme, é impossível não se decepcionar. Bobos, ridículos e sem sentido (desafio qualquer um a explicar qual é o plano). Uma pena, visto que analisando-se os poucos méritos do filme, existia boa intenção por trás. Mas, de boas intenções o inferno está cheio.
Não creio que seja justificável criticar "Pan" por conta de seu tom leve, se analisarmos o conteúdo presente na obra de J.M Barrie veremos que os realizadores foram bastante coerentes na adaptação. O problema real do filme, se encontra nos seus excessos visuais. Sim, Joe Wright faz mais um filme visualmente deslumbrante. Porém, é visível que em certos momentos a produção se entusiasmou demais com seu material (que convenhamos, é extremamente imaginativo), e criou certos aspectos que em tela não funcionam bem. Como por exemplo, todos os momentos que os pássaros esqueletos (uma boa ideia, prejudicada por um cgi artificial) surgem em tela. Outro problema do filme, encontra-se nas quebras de ritmo (o encontro com as sereias é injustificável narrativamente, apenas para inserir mais elementos do livro) e em certas redundâncias do roteiro (o diálogo sobre a chave da porta das fadas, o próprio filme parece perceber a tolice por trás). Ainda assim, o filme está longe de ser a bomba que os críticos diziam. Criatividade e imaginação brotam em cada frame, e os atores são extremamente competentes (destaques para Hugh Jackman e Garret Hedlund, o 1o se divertindo horrores no papel de um pirata/astro do rock e o 2o esculpindo a personalidade do Capitão Gancho). Uma pena que pelos resultados de bilheteria, jamais veremos o desenvolvimento do confronto entre Peter e Hook.
Tendo como tema principal, a natureza dos homens, No Coração do Mar é um filme que não esconde seus questionamentos. Percebam como o narrador afirma no início do filme "Ansiávamos por sermos chamados de homens". E a grande verdade, é que não é só este personagem que tenta se provar como homem ao longo do filme. Os personagens de Chris Hemmsworth e Benjamin Walker passam grande parte da narrativa, numa batalha de egos característica de crianças. E essa batalha, num contexto de um navio baleeiro em 1820, poderia ser (e foi) fatal para a tripulação. Tendo como representação perfeita disto a baleia branca.
Como homenagem aos clássicos do terror, não tem o que reclamar da estréia de Eli Roth no cinema. Referências brotam a cada segundo (O Iluminado, Evil Dead, O Despertar dos Mortos, Sexta-Feira 13, The Thing), fazendo com que o fã de horror abra um sorriso durante boa parte do filme. Contudo, é necessário afirmar que o longa é extremamente amador. Os efeitos especiais são tosquíssimos, os atores fazem o que podem pra dar alguma emoção a personagens unidimensionais, vários elementos do roteiro não adicionam nada à trama (o que dizer do policial que mais parece ter saído de Twin Peaks?). A grande verdade é que Cabana do Inferno é uma amalgama de todos os filmes de terror que Eli Roth assistiu na juventude: dos bons aos ruins. Vale a pena também notar a sutileza com a qual o diretor ressalta a estupidez e o preconceito dos norte-americanos, chegando ao ponto de inserir uma cena na qual o grupo de jovens (brancos, saudáveis e bonitos) abandonam um dos seus porque este "está infectado". Interessante e divertido, mas se você busca uma sátira melhor bem feita assista O Segredo da Cabana e seja feliz.
o filme fala sobre uma família má. Eles se odeiam, não possuem moral alguma, não tem qualquer intenção de mudar. Só querem ganhar dinheiro. Assim, como o personagem Fausto, vendem sua alma (simbolizada aqui pela irmã caçula, o único resquício de bondade presente na família) para o diabo (Joe). Percebam como que ao final do filme, além de terem percebido ter sido um mal negócio (não conseguiram o dinheiro) eles ainda tentam em vão recuperar a caçula (buscar um último resquício de esperança na família). Que já se corrompeu há muito tempo, já que a jovem Dottie é agora alguém tão dissimulado quanto eles e Joe.
Esse é o verdadeiro tema do filme: o surgimento do mal.
O filme acerta quando investe no humor e na despretensão, porém quando tenta inserir algum drama (os flashbacks de origem, a descoberta do câncer) falha. Até mesmo, no antagonista escolhido. Um personagem sem personalidade que é apenas "malvado". O carisma do protagonista título e as brincadeiras metalinguísticas garantem a sessão.
Sem entrar em questão política nenhuma (afinal, estamos analisando um filme), é necessário dizer que é um filme extremamente preguiçoso em vários aspectos. Da direção de Lula Carvalho, até o enfoque em certos personagens (que não poderiam ser propriamente chamados como tal, e sim como alcunhas). Isso não significa que o filme não traga ao menos um ponto positivo, a atuação de Rui Ricardo como o personagem título impressiona. Porém, é um detalhe em meio a um longa problemático (que ainda foi lançado em momento errado, soando quase como propaganda partidária).
É fato que há uma boa dose de pretensão quando Inarrítu afirma que seu novo filme "deve ser visto num templo". Porém, é inegável o talento do diretor mexicano. Que só se ressalta em "O Regresso". Filme que pode até não ser a experiência sensorial ambicionada, mas que impressiona pelo resultado. Espere uma direção competente e atuações inspiradas (Di Caprio e Tom Hardy interpretando diferentes lados de psicose pós traumática). Mas a verdadeira protagonista do filme, é a fotografia de Lubezki. Que consegue tirar o fôlego do menos impressionável dos espectadores. Assista numa tela grande, valerá a pena.
Brian De Palma faz mais um filme que combina técnica de direção impecável, com um roteiro mórbido e intrigante. O resultado é mais uma obra-prima do diretor, que mais uma vez paga tributo a Alfred Hitchcock. Assim, referências a Psicose (o personagem que a platéia julga ser o protagonista mas que não é bem por aí), Festim Diabólico (um corpo escondido em um lugar ordinário), Janela Indiscreta (o apartamento vizinho é um lugar maravilhoso para se espiar) surgem a todo tempo em tela. Isso não significa que "Irmãs Diabólicas" seja um filme sem vida própria. Pelo contrário: este é um dos mais magníficos trabalhos de De Palma. Que no início de carreira já demonstrava todo seu talento (e obsessões) como autor. Como seu mestre, Hitchcock.
O novo filme de Quentin Tarantino confirma seu talento como diretor e roteirista, porém demonstra ser o trabalho mais imperfeito do texano. Isso se deve por conta de certas inserções que mostram-se desnecessárias. O maior exemplo que posso dar é a narração (que surge quando é conveniente), que surge numa das cenas de maior impacto do longa. E que infelizmente soa gratuita e desnecessária (pensem bem como o impacto seria maior, se a narração não tivesse falado o que aconteceu. O suspense e o choque seriam mais genuínos). Ou então o próprio flashback, que apenas confirma tudo que o espectador já havia elaborado em sua cabeça. Não estou dizendo que "Os Oito Odiados" seja um filme ruim, mas pra quem se acostumou com a excelência de um autor que dirigiu obras-primas como "Pulp Fiction", "Bastardos Inglórios", "Jackie Brown" e "Django Livre", o filme soa levemente decepcionante.
Festa da Salsicha
2.9 817 Assista AgoraSe o objetivo do filme era ser engraçado pra um adolescente de 15 anos, acertou em cheio. Pro resto do mundo com um pouco mais de maturidade, têm-se uma animação cheia de estereótipos étnicos (sério mesmo? A comida árabe sonhar que quando morrer terá a cia de várias latas de azeite virgem?), com piadas predominantemente sobre fazer sexo (é como se o filme tivesse sido escrito pelos adolescentes de "American Pie" ou "Porkys"). Diferentemente de outros filmes roteirizados por Seth Rogen, "Festa da Salsicha" nunca percebe o seu papel de ridículo. O que sobra, é a vergonha alheia para o espectador que pagou 18 reais para assistir ao filme no cinema.
31: A Morte É A Única Saída
2.6 229 Assista AgoraO crítico que assiste a "31" tem a mesma reação que uma mãe que vê a bagunça dos filhos: por onde começar? Não só o músico exibe os mesmos problemas de sempre no roteiro (além da misoginia usual, uma falta de coerência absurda), ainda por cima apresenta uma direção sofrível. Repare por exemplo na cena do sequestro: graças ao tremor da câmera e da montagem bipolar, é impossível constatar quem foi morto e quem foi levado para o jogo. Além de tudo, ver mais um filme de caipiras assassinos já cansou. O que traz a grande verdade: como diretor, Rob Zombie é um grande músico (e na modesta opinião deste que vos fala, como músico ele é um grande diretor).
Um Estado de Liberdade
3.7 215 Assista AgoraMuitos apontaram "Free State of Jones" como mais um filme "white savior". O que poucos se deram conta, é que mesmo Newton Knight (Matthew McConaughey) tendo lutado pelos direitos dos negros numa parte de sua vida, sua luta abarcava muito mais. Lutar por todos aqueles que não eram livres: os que eram extorquidos, os que não queriam servir na guerra e eram obrigados a faze-lo, os negros, as mulheres dos mortos na guerra. Até mesmo seu cargo nos combates da Guerra Civil Americana refletia isso: um enfermeiro (utilizando todas as suas forças para fazer com que a pessoa fosse liberta da escravidão da dor). Nisso reside a beleza da história real de Newton Knight: não se sentir livre enquanto outros também não fossem.
Batman: Ataque ao Arkham
4.0 240 Assista AgoraTudo o que Esquadrão Suicida poderia ter sido, e não foi.
Goosebumps: Monstros e Arrepios
3.1 433 Assista AgoraUm filme que não é pra ser levado a sério, assumidamente um produto para vender mais livros. Apesar disso, é eficaz na sua trama bobinha. Por vezes, parece uma mescla de "Monster Squad" com "Jumanji". Pelos trailers, achei que não ia gostar das criaturas. Mas na verdade, apesar da grande maioria ser feita de computação gráfica esta não incomoda. É bem feita, e tem personalidade (adquirindo um traço cartunesco, que lembra o das capas dos livros). Pros fãs da série de livros, acredito que faltou de fato um leve elemento de terror. Mas mesmo assim, "Goosebumps" tem o mérito de trazer os livros para o conhecimento das crianças e por proporcionar uma trama divertida envolvendo criaturas clássicas do horror da cultura pop.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 774Fato: não tinha como ser como a primeira temporada. Se esta era um thriller policial envolvendo misticismo e crença, a segunda temporada é um neo noir. Apesar de abraçar estilos diferentes do gênero policial, ambas compartilham de pontos muito específicos. Protagonistas quebrados (nenhum deles é isento de pecado, ou honrado), uma visão pessimista do mundo (que se tornou o lema nesta temporada, "Temos o mundo que merecemos"), e a constatação de que o homem é o pior dos animais.
Assim sendo, aqui a história conta as trajetórias de: um gangster (Vince Vaughn) que quer tornar seus negócios lícitos, uma policial (Rachel McAdams) que reprime qualquer contato afetuoso por saber que vive num mundo de homens, um agente rodoviário/ex soldado (Taylor Kitsch) que reprime seus instintos no intuito de "fazer o certo", e um investigador (Colin Farrell) que teve sua vida desmoronada após sua ex-esposa ser violentada. Cada um deles vivendo em remorso, por saber que só se encontram na situação atual por escolha deles próprios. Todos contemplando o abismo, e sabendo que este olha de volta.
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
3.4 940 Assista AgoraCom direção e efeitos visuais impecáveis, "Warcraft" é um filme feito para os fãs. Sem explicar ou adicionar camadas aos seus personagens (com exceção de Durotan), e muito menos introduzindo aquele universo rico ao espectador. Outro sério problema é a atuação de Travis Fimmel, que nunca consegue mudar sua expressão de "estou confuso". Mas no geral, o elenco é extremamente competente. A impressão que têm-se ao final do longa, é de que os realizadores tentaram introduzir um épico de fantasia aos moldes de "O Senhor dos Anéis". Porém, optaram por começar a trilogia pelo 3o filme. Ou então, a melhor analogia possível: é como se alguém te botasse pra jogar um game, sem explicar a história, contexto, personagens (ou comandos). É belo, e até divertido por vezes. Mas é inegável, que havia maneira melhor de introduzir o universo Warcraft ao cinema.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraUm filme que começa muito bem, apostando numa faceta mais desonrada e suja da Segunda Guerra pouco vista. Mas que de nada adianta, quando no seu terço final o filme abraça TODOS os clichês do gênero.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraPor si só, o filme é extremamente competente. A direção de Bryan Singer é excepcional, as cenas de ação são muito interessantes (graças ao uso dos poderes de Blink), o elenco nunca esteve melhor (reunindo ambas as gerações de X-Men). O problema real do encontra-se quando o analisamos com o resto dos filmes. Certas coisas são esquecidas, e outras jamais explicadas. Como é o caso da morte de Xavier, e sua ressurreição (o espectador jamais recebe uma explicação a isso). Ou então as garras de adamantiun de Wolverine voltarem. Apesar desses problemas de cronologia bagunçada, "Dias de um Futuro Esquecido" é um longa de quadrinhos acima da média.
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista Agora"Will all Neptune's ocean wash this blood from my hands? No, instead my hands will stain the seas scarlet, turning the green waters red."
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraCom exceção do péssimo vilão (que tem um plano tão ruim quanto o de Lex Luthor em "Batman vs Superman"), "Guerra Civil" é ótimo entretenimento.
Capitu
4.5 629Pra quem se destina "Capitu"? Pros apaixonados por arte, pros que enxergam na vida um espetáculo capaz de alternar do mais belo romance até a mais triste tragédia, pra aqueles que buscam a beleza nos versos de um poema. Cheio de graça e prosa, com uma produção capaz de deixar embasbacado o mais experiente espectador de séries, "Capitu" é encantadora. A cereja do bolo deste encanto: perceber que tamanha maravilha, é uma produção brasileira.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraApesar de ser um filme que se assume como produto multimilionário, tenha cenas que se analisadas com mais atenção revelam-se estúpidas (alguém correr de salto alto por uma floresta, alguém cair no rio e logo depois acender uma tocha com os "fósforos escondidos no bolso"), Jurassic World é inegavelmente divertido e bem produzido. Além de ter sequências verdadeiramente bem dirigidas (o ataque dos pterodáctilos).
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraTendo como inspiração o cinema de John Carpenter, "It Follows" é um sopro de originalidade em um gênero que infelizmente, se desgasta cada vez mais com sequências e remakes. O diretor David Robert Mitchell não apenas faz um filme impecável, mas ainda consegue provocar arrepios na espinha do espectador. Sem apelar pros jump scares, ou outros meios desonestos. Analisando-se a fundo, talvez o maior mérito do filme seja de sim, mostrar a criatura agindo (e cometendo atos inomináveis), mas de jamais explica-la (origem, sua forma original, fraquezas, etc). Um elemento presente em obras-primas do terror como "O Enigma de Outro Mundo", e "It" (o livro, não a adaptação cinematográfica). E seguindo de maneira exemplar, a fala do grande mestre do horror, H.P. Lovecraft: "o mais antigo e mais forte de todos os medos, é o medo do desconhecido".
Superman III
2.7 231 Assista AgoraMuitos pensam que o problema de "Superman III" é seu estilo mais leve, mas a verdade é que até a metade da projeção, o longa funciona muito bem. A sequência "comédia de erros" que abre o filme, é divertidíssima (além de mostrar quão necessário é o Superman). Porém, quando vemos os vilões do filme, é impossível não se decepcionar. Bobos, ridículos e sem sentido (desafio qualquer um a explicar qual é o plano). Uma pena, visto que analisando-se os poucos méritos do filme, existia boa intenção por trás. Mas, de boas intenções o inferno está cheio.
Peter Pan
3.2 559 Assista AgoraNão creio que seja justificável criticar "Pan" por conta de seu tom leve, se analisarmos o conteúdo presente na obra de J.M Barrie veremos que os realizadores foram bastante coerentes na adaptação. O problema real do filme, se encontra nos seus excessos visuais. Sim, Joe Wright faz mais um filme visualmente deslumbrante. Porém, é visível que em certos momentos a produção se entusiasmou demais com seu material (que convenhamos, é extremamente imaginativo), e criou certos aspectos que em tela não funcionam bem. Como por exemplo, todos os momentos que os pássaros esqueletos (uma boa ideia, prejudicada por um cgi artificial) surgem em tela. Outro problema do filme, encontra-se nas quebras de ritmo (o encontro com as sereias é injustificável narrativamente, apenas para inserir mais elementos do livro) e em certas redundâncias do roteiro (o diálogo sobre a chave da porta das fadas, o próprio filme parece perceber a tolice por trás). Ainda assim, o filme está longe de ser a bomba que os críticos diziam. Criatividade e imaginação brotam em cada frame, e os atores são extremamente competentes (destaques para Hugh Jackman e Garret Hedlund, o 1o se divertindo horrores no papel de um pirata/astro do rock e o 2o esculpindo a personalidade do Capitão Gancho). Uma pena que pelos resultados de bilheteria, jamais veremos o desenvolvimento do confronto entre Peter e Hook.
No Coração do Mar
3.6 776 Assista AgoraTendo como tema principal, a natureza dos homens, No Coração do Mar é um filme que não esconde seus questionamentos. Percebam como o narrador afirma no início do filme "Ansiávamos por sermos chamados de homens". E a grande verdade, é que não é só este personagem que tenta se provar como homem ao longo do filme. Os personagens de Chris Hemmsworth e Benjamin Walker passam grande parte da narrativa, numa batalha de egos característica de crianças. E essa batalha, num contexto de um navio baleeiro em 1820, poderia ser (e foi) fatal para a tripulação. Tendo como representação perfeita disto a baleia branca.
Cabana do Inferno
2.7 344 Assista AgoraComo homenagem aos clássicos do terror, não tem o que reclamar da estréia de Eli Roth no cinema. Referências brotam a cada segundo (O Iluminado, Evil Dead, O Despertar dos Mortos, Sexta-Feira 13, The Thing), fazendo com que o fã de horror abra um sorriso durante boa parte do filme. Contudo, é necessário afirmar que o longa é extremamente amador. Os efeitos especiais são tosquíssimos, os atores fazem o que podem pra dar alguma emoção a personagens unidimensionais, vários elementos do roteiro não adicionam nada à trama (o que dizer do policial que mais parece ter saído de Twin Peaks?). A grande verdade é que Cabana do Inferno é uma amalgama de todos os filmes de terror que Eli Roth assistiu na juventude: dos bons aos ruins.
Vale a pena também notar a sutileza com a qual o diretor ressalta a estupidez e o preconceito dos norte-americanos, chegando ao ponto de inserir uma cena na qual o grupo de jovens (brancos, saudáveis e bonitos) abandonam um dos seus porque este "está infectado". Interessante e divertido, mas se você busca uma sátira melhor bem feita assista O Segredo da Cabana e seja feliz.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 881 Assista AgoraPros que ficaram insatisfeitos com o súbito final do filme, tentem observar os aspectos Faustianos de "Killer Joe":
o filme fala sobre uma família má. Eles se odeiam, não possuem moral alguma, não tem qualquer intenção de mudar. Só querem ganhar dinheiro. Assim, como o personagem Fausto, vendem sua alma (simbolizada aqui pela irmã caçula, o único resquício de bondade presente na família) para o diabo (Joe). Percebam como que ao final do filme, além de terem percebido ter sido um mal negócio (não conseguiram o dinheiro) eles ainda tentam em vão recuperar a caçula (buscar um último resquício de esperança na família). Que já se corrompeu há muito tempo, já que a jovem Dottie é agora alguém tão dissimulado quanto eles e Joe.
Esse é o verdadeiro tema do filme: o surgimento do mal.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraO filme acerta quando investe no humor e na despretensão, porém quando tenta inserir algum drama (os flashbacks de origem, a descoberta do câncer) falha. Até mesmo, no antagonista escolhido. Um personagem sem personalidade que é apenas "malvado". O carisma do protagonista título e as brincadeiras metalinguísticas garantem a sessão.
Lula, o Filho do Brasil
2.7 1,1K Assista AgoraSem entrar em questão política nenhuma (afinal, estamos analisando um filme), é necessário dizer que é um filme extremamente preguiçoso em vários aspectos. Da direção de Lula Carvalho, até o enfoque em certos personagens (que não poderiam ser propriamente chamados como tal, e sim como alcunhas). Isso não significa que o filme não traga ao menos um ponto positivo, a atuação de Rui Ricardo como o personagem título impressiona. Porém, é um detalhe em meio a um longa problemático (que ainda foi lançado em momento errado, soando quase como propaganda partidária).
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraÉ fato que há uma boa dose de pretensão quando Inarrítu afirma que seu novo filme "deve ser visto num templo". Porém, é inegável o talento do diretor mexicano. Que só se ressalta em "O Regresso". Filme que pode até não ser a experiência sensorial ambicionada, mas que impressiona pelo resultado. Espere uma direção competente e atuações inspiradas (Di Caprio e Tom Hardy interpretando diferentes lados de psicose pós traumática). Mas a verdadeira protagonista do filme, é a fotografia de Lubezki. Que consegue tirar o fôlego do menos impressionável dos espectadores. Assista numa tela grande, valerá a pena.
Irmãs Diabólicas
3.5 111Brian De Palma faz mais um filme que combina técnica de direção impecável, com um roteiro mórbido e intrigante. O resultado é mais uma obra-prima do diretor, que mais uma vez paga tributo a Alfred Hitchcock. Assim, referências a Psicose (o personagem que a platéia julga ser o protagonista mas que não é bem por aí), Festim Diabólico (um corpo escondido em um lugar ordinário), Janela Indiscreta (o apartamento vizinho é um lugar maravilhoso para se espiar) surgem a todo tempo em tela. Isso não significa que "Irmãs Diabólicas" seja um filme sem vida própria. Pelo contrário: este é um dos mais magníficos trabalhos de De Palma. Que no início de carreira já demonstrava todo seu talento (e obsessões) como autor. Como seu mestre, Hitchcock.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraO novo filme de Quentin Tarantino confirma seu talento como diretor e roteirista, porém demonstra ser o trabalho mais imperfeito do texano. Isso se deve por conta de certas inserções que mostram-se desnecessárias. O maior exemplo que posso dar é a narração (que surge quando é conveniente), que surge numa das cenas de maior impacto do longa. E que infelizmente soa gratuita e desnecessária (pensem bem como o impacto seria maior, se a narração não tivesse falado o que aconteceu. O suspense e o choque seriam mais genuínos). Ou então o próprio flashback, que apenas confirma tudo que o espectador já havia elaborado em sua cabeça.
Não estou dizendo que "Os Oito Odiados" seja um filme ruim, mas pra quem se acostumou com a excelência de um autor que dirigiu obras-primas como "Pulp Fiction", "Bastardos Inglórios", "Jackie Brown" e "Django Livre", o filme soa levemente decepcionante.