A história em si poderia render um filme de primeira, mas o resultado desse aqui é maçante. Guy Ritchie larga mão de tentar entregar um filme de ação histórico para fazer um genérico com brucutus intocáveis que não têm dificuldade nenhuma para realizar seus planos. Se torna só mais um filme de criminosos, no qual a Segunda Guerra parece ser só um detalhe quase que esquecido pela trama. A trilha também pouco encaixa. Filme sem alma.
Um espetáculo em todos os sentidos. Tudo é megalomaníaco, exagerado e além da realidade, e na verdade é isso que deixa tudo melhor. Heróis indianos lutando contra a dominação britânica é um verdadeiro deleite. O drama acerta, as danças são maravilhosas, as músicas são ótimas, a fotografia e a direção de arte são deslumbrantes, as cenas de luta são incríveis e os atores encarnam com exatidão seus personagens. 3 horas que passam voando e uma versão da história da Índia que resgata o espírito de resistência e expurga o cruel passado colonial.
Vendo uma segunda vez, fica curiosamente melhor. Talvez a ideia do filme fique mais clara, pois se da primeira vez esperava algo mais na linha do que foi visto em A Babá, nesse é uma outra pegada, bem mais infantil e até bobo. Essa sequência de bobagens e o carisma.a dos atores mirins diverte muito, no fim das contas. Bom para passar uma tarde vendo algo que não precise pensar muito.
É um filme forte e direto na crítica que quer fazer aos caminhos da polarização política e aos riscos e excessos quase obsessivos do trabalho jornalístico. Alguns pontos incomodam um pouco, como a aparição de alguns personagens que só atendem a objetivos bem específicos no momento necessário, a quase unidimensionalidade dos personagens principais, que são poucos aprofundados, e algumas atitudes dos personagens que não se encaixam muito bem na construção da trama, mas tem momentos memoráveis, principalmente na cena com Jesse Plemons, na cena do campo de golfe e na potente cena final. Kirsten Dunst e Wagner Moura estão atuando pra caralho e o trabalho de som do filme é soberbo. As cenas de ação que Garland entrega também são incríveis, especialmente o confronto no terceiro ato em Washington.
Depois de anos decidi rever pensando que ia gostar menos, mas o efeito foi contrário. Impressionante ele conseguir refazer os moldes do que apresentou em Borat aqui e quase ninguém notar que era ele por causa de uma peruca. As cenas da atuação em Medium, do terno de velcro, da apresentação do piloto ao público-teste, do programa de TV sobre ser pai solo e da luta no final ficam ainda melhores quando se sabe o contexto por trás, em que quase todos os presentes não fazem ideia do verdadeiro objetivo. Sacha Baron Cohen desafiou a morte em vários momentos aqui, e essa ousadia é o tipo de respiro do humor que faz falta, ao mesmo tempo em que usa dos estereótipos mais exagerados para esfregar na cara dos preconceituosos o que eles mais odeiam. Muito engraçado.
Tem oscilações de ritmo, demora um pouco pra explicar suas razões, mas é um filme lindo esteticamente, com uma fotografia e uma direção ótimas (as cenas dos rituais são um show à parte) e uma caracterização estupenda daquele ser lá que quem assistiu sabe. A força maior do filme, além da fidelidade em representar os rituais e a cultura espiritual coreana, é o pano de fundo político, sobre os traumas nacionais da dominação da Coreia pelo Japão, e um belo recado final: mesmo que tentem destrui-los, eles permanecerão ali e vivendo. Não é sobre enterrar o passado, mas exumá-lo.
Cinema de gênio. Haneke sabe como atingir o objetivo enveredando por um gênero sem cair nas convenções dele. Constrói um dos filmes mais pesados de home invasion sem apelar ao torture porn e sabe como deixar a tensão à flor da pele ao não dar qualquer motivação aos seus assassinos, que são tão conscientes do que fazem que tornam o espectador um cúmplice (as quebras de quarta parede são geniais). O elenco está perfeito e a forma como tudo é revoltante e sem saída deixa ainda mais sufocante toda a situação. A apatia do pai, a confusão do filho, a resistência da mãe e o sadismo dos psicopatas são tão bem representados que se tornam uma referência para filmes que viriam depois, e no fim é menos sobre a experiência da violência do que sobre fazer nos confrontar com a nossa necessidade de consumir violência, como se a ficção e a realidade fossem coisas totalmente distintas. Incrível.
Demorou um pouco para engatar na primeira metade, mas melhora na segunda parte, principalmente a partir do oitavo episódio. Continua divertida, mas essa temporada ficou um pouco abaixo da segunda.
O melhor filme da equipe. Fassbender domina fácil aqui. A cena de Mercúrio, os confrontos contra os sentinelas no futuro e Magneto levando o estádio até a Casa Branca estão facilmente entre os melhores momentos de toda a franquia.
São literalmente os quadrinhos saltando à tela. Não tem o que criticar, tudo está perfeito. Os episódios 5 e 10 são obras-primas e os ganchos pra segunda temporada são pra enlouquecer qualquer um. Melhor produção audiovisual da história da Marvel com muita folga.
Ver depois da adolescência com um parâmetro melhor de continuidade deixa claro o quanto esse filme é uma grande bagunça. Deixando de lado qualquer diferença (que são inúmeras) entre filme e quadrinhos, já que são duas linguagens diferentes, o que mais incomoda é a forma como coisas estabelecidas pela saga são deixadas de lado ou modificadas ao bel-prazer do roteiro. Brett Ratner na direção é medíocre, não dá pra perdoar o estrago que Bryan Singer fez saindo e levando todo mundo junto, até o Marsden (o que justifica lacunas gigantes na trama). Realmente só Magneto se salva e com ressalvas, porque Ian McKellen faz milagre com as porcarias que tem em mãos e ainda é responsável pela única cena realmente boa do filme, que é a da ponte. Pra onde foram os 210 milhões de dólares que esse filme custou? A inutilidade de personagens como Anjo e dois vilões que sequer lembro os nomes (a camaleoa e o dos espinhos) é de doer, e a mudança de personalidade do Xavier, do Magneto, do Wolverine e da Tempestade a todo momento - ou no filme todo - são desrespeitosas com os fãs. Mas talvez a pior coisa seja mesmo como a Jean Grey é jogada no bolo e usada nos momentos em que não tem nada pra acontecer. Ah, e o Juggernaut também é ridículo. Vale para ver umas cenas de ação divertidinhas, ver o Ian McKellen mostrando que é dono do Magneto mesmo e alguns raros bons momentos, porque o saldo final é desastroso, ainda mais levando em conta ser a conclusão de uma trilogia.
No início, tem algo de promissor, intrigante, misterioso, que te faz querer saber aonde tudo aquilo vai levar, mas é desenvolvido de forma tão clichê, cheio de furos e com umas decisões narrativas idiotas que a experiência só vai piorando à medida que o tempo passa, e o final é simplesmente a cereja do bolo de desgraças, uma invencionice que faz tudo aquilo visto nos 80 minutos anteriores não ter o mínimo sentido de ter ocorrido. Mesmo sem esperar nada, conseguiu ser decepcionante.
Um filme que se tornou clássico no Brasil e que retrata a juventude perdida da década de 70 na Alemanha Ocidental. Natja estreia no cinema fazendo uma atuação marcante e poderosa. A trilha sonora e a participação de David Bowie tornam o filme ainda melhor. Difícil não ficar impressionado com as cenas do casal tentando se livrar das drogas e do início da prostituição de Christiane. Uma obra que alerta aos riscos não só das drogas, mas da negligência parental.
Um filme divertido e honesto sobre o que se passa com uma mulher que sofre de uma gravidez indesejada, sem meias palavras. O recurso das animações surgindo no mundo real colaboram muito com a narrativa e a dinâmica do filme, e o final é inesperadamente coerente, trazendo uma veia dramática poderosa. Boa surpresa.
Decidi rever depois de 7 anos para ver se minha opinião sobre a série não era muito apaixonada, mas só constatei o quanto eu me apaixonei por ela com todos os motivos. É a melhor série de todos os tempos com muita folga, sem mais. Ver novamente e um pouco mais velho só me fez perceber a genialidade de certas abordagens e temas debatidos na série, que sabe passar por uma gama vasta de assuntos sem ser superficial ou caricato. O retrato de mafiosos de baixo escalão, dos quais muitos reproduzem os estereótipos dos filmes de máfia, deixa tudo não só realista, mas extremamente divertido, sendo uma série não só dramática e tensa, mas muito engraçada. Todos os atores são impressionantes, mas James Gandolfini e Nancy Marchand são, respectivamente, o protagonista e a vilã definitivas das produções televisivas, ninguém é capaz de superar o que eles fazem aqui. Uma personagem que cresce muito na revisão é Carmela, que presença forte. Ressalto os episódios The Sopranos, que é uma aula de piloto, College, que é somente o episódio mais importante da história da TV e o responsável por mudar de uma vez por todas tudo que aconteceria depois nas séries, Isabella, que é uma das maiores aulas de roteiro que já vi, e I Dream of Jeannie Cusamano, uma verdadeira masterclass de season finale. As referências a Scorsese, Coppola e Lynch deixam tudo ainda mais especial. David Chase é com certeza o maior gênio da história da TV por ter criado uma série tão grandiosa.
Um filme belíssimo, com grande elenco e grandes potenciais temáticos, como o envelhecimento, a inescapabilidade da memória e do passado, o peso e o status da arte, a marca das relações familiares, entre outras coisas, mas tudo fica no raso para que o curta seja somente um desfile de moda não convencional da Valentino. Soa no fim como um desperdício do elenco e do Sakamoto na trilha sonora.
Já tem características do cinema que Sofia mostraria nos anos seguintes, assim como alguns vícios. Um que ela manteve foi o das elipses narrativas, que deixam buracos na história, fazendo com que o espectador não consiga se conectar plenamente com o que está sendo contado. Outro vício, que depois seria melhorado, foi o do uso de trilha sonora, pois mesmo bem selecionada, aqui há o pecado do excesso, parecendo mais um ininterrupto clipe musical que um curta cinematográfico. O mais destacável é a direção, que já mostra criatividade e qualidade, mas o elenco adolescente é extremamente fraco até para o nível de um simples curta, o que deixa tudo muito amador e ressalta os outros problemas.
Uma bela miscelânea de imagens, com um uso de fotografia de época que dá um charme e uma fotografia que ressalta as cores reais com uma vivacidade bucólica quase poética, mas parece ficar somente nisso. Falta substância, falta algo a que se apegar para dar um sentido maior à sequência de imagens. É somente contemplação, aparentemente por contemplação, o que não é um erro em si, mas faz com que a experiência seja vaga.
Rever depois de anos, e de ter visto muitas vezes na infância e adolescência, é constatar que realmente esse é com folga o melhor filme da trilogia original e um dos melhores dos mutantes nos cinemas (top 3 ou 4). A cena de abertura com Noturno é ainda a melhor da saga, e temos muitos momentos marcantes, como a invasão da Mansão X, o embate entre Wolverine e Lady Letal, Pyro contra os policiais e a imbatível fuga de Magneto da prisão de plástico. A história é bem construída, mesmo com algumas besteirinhas, mas ela se constrói de forma coerente e tem uma conclusão impactante. Uma pena que no filme seguinte muito do que foi inserido aqui tenha sido descartado ou mal desenvolvido. É digno de nota ressaltar o quanto Halle Berry e Famke Janssen estavam maravilhosas.
O mérito é ser superior ao primeiro, o que na verdade não é mérito algum. Consegue ser o segundo pior filme de Zack Snyder só porque o primeiro fica no topo. Mantém os mesmos problemas do primeiro filme, que já listei em comentário no outro filme, mas se "salva" por ter menos tempo pra falação e mais pra ação, o que faz ser menos necessário ouvir os diálogos sofríveis. Não dá pra acreditar que isso teve três roteiristas e ainda vai virar franquia.
Um retrato da verdadeira alma americana. Se a convivência em sociedade é cada dia mais complicada, empatia e gentileza são elementos escassos e a alienação cultural atingiu níveis degradantes, por outro o senso de superioridade dos "fora da curva" pode descambar para outro extremo, como foi com Frank e Roxy. No fim de tudo, entre a banalização da violência no discurso, no entretenimento e no cotidiano, isso pode chegar a se tornar a principal ferramenta de expressão daqueles que estão extremamente frustrados. Apesar de algumas falhas na forma como se constrói e de se tornar um exemplo do que tenta criticar, God Bless America atrai e diverte com seus exageros, sua realidade paralela em que uma série de assassinatos amadores não chama atenção das autoridades e com sua amoralidade, em que não há certo e errado e nos faz nos confrontar com uma série de atitudes que desejamos ter. Um roadie movie à base de muitos tiros que tem sua maior força em seus dois protagonistas.
The Ministry of Ungentlemanly Warfare
3.1 29A história em si poderia render um filme de primeira, mas o resultado desse aqui é maçante. Guy Ritchie larga mão de tentar entregar um filme de ação histórico para fazer um genérico com brucutus intocáveis que não têm dificuldade nenhuma para realizar seus planos. Se torna só mais um filme de criminosos, no qual a Segunda Guerra parece ser só um detalhe quase que esquecido pela trama. A trilha também pouco encaixa. Filme sem alma.
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
4.1 325 Assista AgoraUm espetáculo em todos os sentidos. Tudo é megalomaníaco, exagerado e além da realidade, e na verdade é isso que deixa tudo melhor. Heróis indianos lutando contra a dominação britânica é um verdadeiro deleite. O drama acerta, as danças são maravilhosas, as músicas são ótimas, a fotografia e a direção de arte são deslumbrantes, as cenas de luta são incríveis e os atores encarnam com exatidão seus personagens. 3 horas que passam voando e uma versão da história da Índia que resgata o espírito de resistência e expurga o cruel passado colonial.
Fim do Mundo
2.5 204Vendo uma segunda vez, fica curiosamente melhor. Talvez a ideia do filme fique mais clara, pois se da primeira vez esperava algo mais na linha do que foi visto em A Babá, nesse é uma outra pegada, bem mais infantil e até bobo. Essa sequência de bobagens e o carisma.a dos atores mirins diverte muito, no fim das contas. Bom para passar uma tarde vendo algo que não precise pensar muito.
Guerra Civil
3.6 401 Assista AgoraÉ um filme forte e direto na crítica que quer fazer aos caminhos da polarização política e aos riscos e excessos quase obsessivos do trabalho jornalístico. Alguns pontos incomodam um pouco, como a aparição de alguns personagens que só atendem a objetivos bem específicos no momento necessário, a quase unidimensionalidade dos personagens principais, que são poucos aprofundados, e algumas atitudes dos personagens que não se encaixam muito bem na construção da trama, mas tem momentos memoráveis, principalmente na cena com Jesse Plemons, na cena do campo de golfe e na potente cena final. Kirsten Dunst e Wagner Moura estão atuando pra caralho e o trabalho de som do filme é soberbo. As cenas de ação que Garland entrega também são incríveis, especialmente o confronto no terceiro ato em Washington.
Brüno
2.6 1,2K Assista AgoraDepois de anos decidi rever pensando que ia gostar menos, mas o efeito foi contrário. Impressionante ele conseguir refazer os moldes do que apresentou em Borat aqui e quase ninguém notar que era ele por causa de uma peruca. As cenas da atuação em Medium, do terno de velcro, da apresentação do piloto ao público-teste, do programa de TV sobre ser pai solo e da luta no final ficam ainda melhores quando se sabe o contexto por trás, em que quase todos os presentes não fazem ideia do verdadeiro objetivo. Sacha Baron Cohen desafiou a morte em vários momentos aqui, e essa ousadia é o tipo de respiro do humor que faz falta, ao mesmo tempo em que usa dos estereótipos mais exagerados para esfregar na cara dos preconceituosos o que eles mais odeiam. Muito engraçado.
Exhuma
3.5 56Tem oscilações de ritmo, demora um pouco pra explicar suas razões, mas é um filme lindo esteticamente, com uma fotografia e uma direção ótimas (as cenas dos rituais são um show à parte) e uma caracterização estupenda daquele ser lá que quem assistiu sabe. A força maior do filme, além da fidelidade em representar os rituais e a cultura espiritual coreana, é o pano de fundo político, sobre os traumas nacionais da dominação da Coreia pelo Japão, e um belo recado final: mesmo que tentem destrui-los, eles permanecerão ali e vivendo. Não é sobre enterrar o passado, mas exumá-lo.
Violência Gratuita
3.8 740 Assista AgoraCinema de gênio. Haneke sabe como atingir o objetivo enveredando por um gênero sem cair nas convenções dele. Constrói um dos filmes mais pesados de home invasion sem apelar ao torture porn e sabe como deixar a tensão à flor da pele ao não dar qualquer motivação aos seus assassinos, que são tão conscientes do que fazem que tornam o espectador um cúmplice (as quebras de quarta parede são geniais). O elenco está perfeito e a forma como tudo é revoltante e sem saída deixa ainda mais sufocante toda a situação. A apatia do pai, a confusão do filho, a resistência da mãe e o sadismo dos psicopatas são tão bem representados que se tornam uma referência para filmes que viriam depois, e no fim é menos sobre a experiência da violência do que sobre fazer nos confrontar com a nossa necessidade de consumir violência, como se a ficção e a realidade fossem coisas totalmente distintas. Incrível.
O Que Fazemos nas Sombras (3ª Temporada)
4.3 36Demorou um pouco para engatar na primeira metade, mas melhora na segunda parte, principalmente a partir do oitavo episódio. Continua divertida, mas essa temporada ficou um pouco abaixo da segunda.
Godzilla e Kong: O Novo Império
3.1 214 Assista AgoraEntretenimento puro e simples, CGI no talo, pancadaria de monstro solta e só. Não queria mais que isso.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraO melhor filme da equipe. Fassbender domina fácil aqui. A cena de Mercúrio, os confrontos contra os sentinelas no futuro e Magneto levando o estádio até a Casa Branca estão facilmente entre os melhores momentos de toda a franquia.
X-Men '97 (1ª Temporada)
4.5 231 Assista AgoraSão literalmente os quadrinhos saltando à tela. Não tem o que criticar, tudo está perfeito. Os episódios 5 e 10 são obras-primas e os ganchos pra segunda temporada são pra enlouquecer qualquer um. Melhor produção audiovisual da história da Marvel com muita folga.
X-Men: O Confronto Final
3.3 1,0K Assista AgoraVer depois da adolescência com um parâmetro melhor de continuidade deixa claro o quanto esse filme é uma grande bagunça. Deixando de lado qualquer diferença (que são inúmeras) entre filme e quadrinhos, já que são duas linguagens diferentes, o que mais incomoda é a forma como coisas estabelecidas pela saga são deixadas de lado ou modificadas ao bel-prazer do roteiro. Brett Ratner na direção é medíocre, não dá pra perdoar o estrago que Bryan Singer fez saindo e levando todo mundo junto, até o Marsden (o que justifica lacunas gigantes na trama). Realmente só Magneto se salva e com ressalvas, porque Ian McKellen faz milagre com as porcarias que tem em mãos e ainda é responsável pela única cena realmente boa do filme, que é a da ponte. Pra onde foram os 210 milhões de dólares que esse filme custou? A inutilidade de personagens como Anjo e dois vilões que sequer lembro os nomes (a camaleoa e o dos espinhos) é de doer, e a mudança de personalidade do Xavier, do Magneto, do Wolverine e da Tempestade a todo momento - ou no filme todo - são desrespeitosas com os fãs. Mas talvez a pior coisa seja mesmo como a Jean Grey é jogada no bolo e usada nos momentos em que não tem nada pra acontecer. Ah, e o Juggernaut também é ridículo. Vale para ver umas cenas de ação divertidinhas, ver o Ian McKellen mostrando que é dono do Magneto mesmo e alguns raros bons momentos, porque o saldo final é desastroso, ainda mais levando em conta ser a conclusão de uma trilogia.
Exame
3.2 247No início, tem algo de promissor, intrigante, misterioso, que te faz querer saber aonde tudo aquilo vai levar, mas é desenvolvido de forma tão clichê, cheio de furos e com umas decisões narrativas idiotas que a experiência só vai piorando à medida que o tempo passa, e o final é simplesmente a cereja do bolo de desgraças, uma invencionice que faz tudo aquilo visto nos 80 minutos anteriores não ter o mínimo sentido de ter ocorrido. Mesmo sem esperar nada, conseguiu ser decepcionante.
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraUm filme que se tornou clássico no Brasil e que retrata a juventude perdida da década de 70 na Alemanha Ocidental. Natja estreia no cinema fazendo uma atuação marcante e poderosa. A trilha sonora e a participação de David Bowie tornam o filme ainda melhor. Difícil não ficar impressionado com as cenas do casal tentando se livrar das drogas e do início da prostituição de Christiane. Uma obra que alerta aos riscos não só das drogas, mas da negligência parental.
A Fábrica
4.1 64 Assista AgoraBoa construção, boa ambientação, uma tensão constante e um final de entristecer. Curta especial de Aly Muritiba.
Ninjababy
3.9 13Um filme divertido e honesto sobre o que se passa com uma mulher que sofre de uma gravidez indesejada, sem meias palavras. O recurso das animações surgindo no mundo real colaboram muito com a narrativa e a dinâmica do filme, e o final é inesperadamente coerente, trazendo uma veia dramática poderosa. Boa surpresa.
Família Soprano (1ª Temporada)
4.5 260 Assista AgoraDecidi rever depois de 7 anos para ver se minha opinião sobre a série não era muito apaixonada, mas só constatei o quanto eu me apaixonei por ela com todos os motivos. É a melhor série de todos os tempos com muita folga, sem mais. Ver novamente e um pouco mais velho só me fez perceber a genialidade de certas abordagens e temas debatidos na série, que sabe passar por uma gama vasta de assuntos sem ser superficial ou caricato. O retrato de mafiosos de baixo escalão, dos quais muitos reproduzem os estereótipos dos filmes de máfia, deixa tudo não só realista, mas extremamente divertido, sendo uma série não só dramática e tensa, mas muito engraçada. Todos os atores são impressionantes, mas James Gandolfini e Nancy Marchand são, respectivamente, o protagonista e a vilã definitivas das produções televisivas, ninguém é capaz de superar o que eles fazem aqui. Uma personagem que cresce muito na revisão é Carmela, que presença forte. Ressalto os episódios The Sopranos, que é uma aula de piloto, College, que é somente o episódio mais importante da história da TV e o responsável por mudar de uma vez por todas tudo que aconteceria depois nas séries, Isabella, que é uma das maiores aulas de roteiro que já vi, e I Dream of Jeannie Cusamano, uma verdadeira masterclass de season finale. As referências a Scorsese, Coppola e Lynch deixam tudo ainda mais especial. David Chase é com certeza o maior gênio da história da TV por ter criado uma série tão grandiosa.
The Staggering Girl
2.9 22 Assista AgoraUm filme belíssimo, com grande elenco e grandes potenciais temáticos, como o envelhecimento, a inescapabilidade da memória e do passado, o peso e o status da arte, a marca das relações familiares, entre outras coisas, mas tudo fica no raso para que o curta seja somente um desfile de moda não convencional da Valentino. Soa no fim como um desperdício do elenco e do Sakamoto na trilha sonora.
Lick The Star
3.2 42 Assista AgoraJá tem características do cinema que Sofia mostraria nos anos seguintes, assim como alguns vícios. Um que ela manteve foi o das elipses narrativas, que deixam buracos na história, fazendo com que o espectador não consiga se conectar plenamente com o que está sendo contado. Outro vício, que depois seria melhorado, foi o do uso de trilha sonora, pois mesmo bem selecionada, aqui há o pecado do excesso, parecendo mais um ininterrupto clipe musical que um curta cinematográfico. O mais destacável é a direção, que já mostra criatividade e qualidade, mas o elenco adolescente é extremamente fraco até para o nível de um simples curta, o que deixa tudo muito amador e ressalta os outros problemas.
A Idade da Pedra
3.0 4Uma bela miscelânea de imagens, com um uso de fotografia de época que dá um charme e uma fotografia que ressalta as cores reais com uma vivacidade bucólica quase poética, mas parece ficar somente nisso. Falta substância, falta algo a que se apegar para dar um sentido maior à sequência de imagens. É somente contemplação, aparentemente por contemplação, o que não é um erro em si, mas faz com que a experiência seja vaga.
Autobiographical Scene Number 6882
2.5 4 Assista AgoraTem potencial, tem tensão, tem conflito, mas não parece chegar onde poderia. A cena final do personagem caindo é bem desnecessária.
X-Men 2
3.5 784 Assista AgoraRever depois de anos, e de ter visto muitas vezes na infância e adolescência, é constatar que realmente esse é com folga o melhor filme da trilogia original e um dos melhores dos mutantes nos cinemas (top 3 ou 4). A cena de abertura com Noturno é ainda a melhor da saga, e temos muitos momentos marcantes, como a invasão da Mansão X, o embate entre Wolverine e Lady Letal, Pyro contra os policiais e a imbatível fuga de Magneto da prisão de plástico. A história é bem construída, mesmo com algumas besteirinhas, mas ela se constrói de forma coerente e tem uma conclusão impactante. Uma pena que no filme seguinte muito do que foi inserido aqui tenha sido descartado ou mal desenvolvido. É digno de nota ressaltar o quanto Halle Berry e Famke Janssen estavam maravilhosas.
Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
2.6 121 Assista AgoraO mérito é ser superior ao primeiro, o que na verdade não é mérito algum. Consegue ser o segundo pior filme de Zack Snyder só porque o primeiro fica no topo. Mantém os mesmos problemas do primeiro filme, que já listei em comentário no outro filme, mas se "salva" por ter menos tempo pra falação e mais pra ação, o que faz ser menos necessário ouvir os diálogos sofríveis. Não dá pra acreditar que isso teve três roteiristas e ainda vai virar franquia.
Deus Abençoe a América
4.0 798Um retrato da verdadeira alma americana. Se a convivência em sociedade é cada dia mais complicada, empatia e gentileza são elementos escassos e a alienação cultural atingiu níveis degradantes, por outro o senso de superioridade dos "fora da curva" pode descambar para outro extremo, como foi com Frank e Roxy. No fim de tudo, entre a banalização da violência no discurso, no entretenimento e no cotidiano, isso pode chegar a se tornar a principal ferramenta de expressão daqueles que estão extremamente frustrados. Apesar de algumas falhas na forma como se constrói e de se tornar um exemplo do que tenta criticar, God Bless America atrai e diverte com seus exageros, sua realidade paralela em que uma série de assassinatos amadores não chama atenção das autoridades e com sua amoralidade, em que não há certo e errado e nos faz nos confrontar com uma série de atitudes que desejamos ter. Um roadie movie à base de muitos tiros que tem sua maior força em seus dois protagonistas.