Um drama psicológico que aborda perda, resiliência e restruturação familiar que gira em torno da luta de Eunice Paiva em busca de seu marido desaparecido na ditadura.
Logo após o incidente incidente e ao nos integrarmos à família, Walter Salles a todo momento cria uma atmosfera tensa de horror e opressão que te fisga e gruda na trama, quase como um filme de terror. Uma sacada genial de direção e roteiro.
Eunice é protagonizada por Fernanda Torres, que toma uma atuação brilhantemente tocante, mas contida, que emociona sem ser exorbitante, como pede sua personagem. Uma das minhas atuações favoritas do ano, sem dúvidas.
Apesar de Torres se destacar, todo elenco juvenil tem boas atuações, principalmente da Valentina Herszage como Vera, Luiza Kosovski como Eliana e Bárbara Luz como Nalu. Mas o que pega mesmo é o breve momento que sua mãe Fernanda Montenegro aparece no final do filme interpretando-a nos últimos momentos de vida, é simplesmente dilacerante.
Com certeza, é um marco para o cinema nacional, de uma história de peso e reparação histórica para famílias assoladas pela ditadura, mantendo viva sua memória para não deixar que histórias assim se repitam.
O segundo roteiro da Marielle Heller tinha uma premissa criativa na qual usa a selvageria para refletir sobre o tema maternal, mas não soube que caminho tomar. O desenvolvimento é muito insuficiente.
Neste longa, a Heller é melhor dirigindo que roteirizando, na direção consegue fazer com que suas cenas sejam sempre interessantes, seja nos planos usados ou no mise en scène. Além que, o design de produção, fotografia, maquiagem, figurino e direção de elenco são bem competentes. Mas o grande destaque aqui é a entrega de Amy Adams que encarna de corpo e rabo o papel.
O que com certeza arruinou o filme foi (diga-se péssima) a montagem de Anne McCabe, que não conseguiu captar a complexidade da história que a diretora e roteirista quis contar e simplesmente deixou-se desleixar totalmente o que poderia ter sido um bom filme.
Um filme ousado e um tanto arriscado, que funcionou como um grande musical. O roteiro é bem envolvente, sempre procurando palavras e termos fáceis de entender, o que deixa a trama mais dinâmica, mas achei que com isso faltou mais profundidade na ambientação e personagens, o que torna a experiência um pouco rasa.
Pelo tom, propositalmente, fictício e muitas das vezes soando hipérbole, visto à procura do impacto e sensações usando a criatividade ao invés de uma realidade absoluta - o que é compreensível por ser um musical, com músicas que também enfatizam isso, consegue manter a proposta sem passar do ponto.
Como também, a centralidade do arco do narcotraficante, é eficaz; coreografias e trilha sonora bem efetuadas, o desenvolvimento de uma trama bem bolada e uma montagem e som que são à parte, um espetáculo, torna a experiência singular. O tom caricato não foi essencialmente um grande problema, porque a própria direção e história pediu algo mais ilusório, menos literal e se faz inofensivo, dentro do que é proposto.
Os aspectos e a retratação psicológica e dramática da Emília Pérez cativa, talvez seja o maior ponto positivo, dentro do limite de uma história de narcotráfico. Karla Sofía Gascón entrega uma performance majestosa e corajosa, a interpretar dois - ou o mesmo papel.
O destaque, no entanto, está na atuação de Zoë Saldaña, que desempenha um papel quase de protagonista, onde as decisões giram em torno dela e que atua como um apoio dessa figura emblemática que é Emilia Pérez, mas é com as coreografias que ela realmente brilha e triunfa. Uma das melhores performances do ano!
A maior produção do Guadagnino até hoje, com uma estética, direção, trilha e construção sonora impecáveis.
A montagem tem seus deslizes, como o uso abusivo do slow motion, algumas vezes parecendo deslocado ou demorado demais, porém funciona incrivelmente bem quando bem utilizada, entregando muita emoção e calor humano para as cenas.
Zendaya é a atuação destaque de ‘Rivais’, enquanto Josh O’Connor e Mike Faist arrasam em seus papeis coadjuvantes, competindo um com outro para quem dá a melhor atuação.
A trama você fica tenso a todo momento, esperando pelo desfecho do relacionamento dos três. No entanto, há vários furos de roteiro, com uma forçação bissexual pouco relevante para a história contada – que não agrega como representatividade, e a não linearidade não é muito eficiente, atrapalhando no entendimento. No mais, a sequência final é PURO CINEMA e um dos melhores encerramentos do ano!
O filme é visualmente incrível, te transportando para um outro mundo, com uma história instigante e bem divertida. A parte técnica é toda primorosa: efeitos visuais, trilha sonora, som e design de produção, principalmente.
A trama é mais lenta no primeiro para o segundo ato e mais recheada de reviravoltas no segundo para o terceiro, nos fazendo ficar grudado na tela. O último ato, particularmente, achei bem envolvente.
O desenvolvimento, por um momento, parece não abrir mão dos clichês do gênero, mas o roteirista não toma decisões sem estruturar núcleos. Ele utiliza muito dos aspectos psicológicos para isso. Tem uma característica emocional e da própria configuração sintética que dá estas nuances, diferentemente de ‘A Morte do Demônio: A Ascensão’ do Lee Cronin, por exemplo, que pouco estrutura e acaba não funcionando como deveria. Essa sensação também poderia vim com a trama se tornando surrealista demais… mas estamos falando de uma ficção científica.
Algo que realmente me dividiu foi a escolha e direção de elenco, ficou muito a desejar. Um tanto insosso e sem carisma. Mas adorei o papel de Daniel Betts como um dos sintéticos, incluindo o trabalho vocal e facial. E também o do David Jonsson, que inclusive, tem bastante nuances, interpretando diferentes papeis de um sintético em diferentes programações… muito provavelmente isso o torna o melhor coadjuvante.
Sensual, delirante, sentimentalmente profundo e vazio ao mesmo tempo, fala da procura pela conexão e do medo de morrer só, que muitos - senão todos - homossexuais passam.
Eu particularmente amei a trama, é bem maluca mas também envolvente. A direção aesthetic do Guadagnino nos anos 50 é lindamente filmada, as atuações são excelentes, principalmente do Daniel Craig, Drew Starkey (um arraso!) e Jason Schwartzman. São papeis com bastante camadas, o que torna ainda mais apreciável.
A trilha sonora é talvez, o maior destaque do filme! É bem agradável e imersiva, se não fosse por esse detalhe o roteiro poderia ter sido mais arrastado. A ambientação também é impressionante, a cidade toda planejada, nos levando ao México daquela época.
No entanto, em sua maioria e, que pode passar despercebido, é que vemos os habitantes falando somente em inglês - até quando é atendido pelo médico, mas como é uma ficção relevamos. E posso dizer que do segundo para o terceiro ato é praticamente um desvio de narrativa. Se tivesse centralizado no relacionamento deles no México e não na busca da planta da telepatia pela América do Sul preveniriam esses problemas de roteiro.
Agora o final me pegou! O sentimento de medo que se concretiza, de nunca ter se conectado verdadeiramente com alguém e parecer que a vida foi um eterno vazio… é realmente muito triste e desesperador. É um assunto que precisava ser falado e explorado, e nisso Guadagnino acertou em cheio!
Há o dom e a paixão pela arqueologia mas não tem artefato mais precioso que o amor pela sua amada.
Uma história singela e com um ritmo um quanto melancólico como o som do oceano que fala sobre os verdadeiros valores e do poder que o amor alcança.
Josh O’Connor desafia bravamente o italiano como um jovem vazio mas esperançoso em encontrar seu bem mais precioso, sua amada desaparecida, com uma atuação destaque e um desfecho de impacto, suficiente para torná-lo memorável. Mas não passa disso. Todo o desenvolvimento e à procura por esses artefatos funerários, na maioria das vezes, são entediantes e arrastados e você só quer saber aonde eles te levarão.
Uma história verídica sobre a mega conspiração liderada por supremacistas brancos para disseminar e difundir a raça branca, nomeada de “A Ordem”.
No suspense, o protagonista é o Jude Law, um agente do FBI que investiga essas ações criminosas. Mas quem rouba cena mesmo é o Nicholas Hoult, um dos integrantes dessa conspiração, que tem uma entrega ao papel com um desempenho “arrebatador”.
Outro ponto positivo foi a condução da trilha sonora, que instiga e cria emoção em alguns momentos, principalmente nas cenas de ação. Embora seja baseado numa história verídica e importante, faltou mais tempero e perspectiva mais sólida para essa obra. O roteiro e a direção são muito aquém ao elenco e as atuações. Não é um filme ruim, mas poderia ser melhor aproveitado como um todo.
Uma aventura sobre relações, religiões e mudanças tão linda e necessária. Me tocou por sua escrita e direção franca, singela, numa simplicidade doce e encantadora.
Abby Ryder faz uma das melhores atuações mirins do ano, enquanto Rachel McAdams é tão calorosa como a mãe cuidadora e Kathy Bates muito divertida como a avó carente e impulsiva. Os papeis caíram como uma luva. Todo elenco é fofo.
Tem uma história que te fisga aos poucos, cada motivação tem sua importância na narrativa e todas são resolvidas ao decorrer do filme. Tanto o humor e o drama funcionam bastante. São feitos importantes do roteiro. Recomendo essa dramédia para toda a família, que vai aquecer seu coração e que tem muito a dizer!
E quando o medo é o opressor? Em um dos seus melhores papeis, Nicolas Cage vive um pai de família em busca de seus sonhos, mas acaba aparecendo nos sonhos das pessoas.
Premissa criativa e interessante trata-se da cultura do cancelamento e suas consequências, com uma direção eficaz no terror, mas não muito eficaz quando entra no drama e comédia. Mesmo assim, faz pensar sobre as atitudes precipitadas que podemos ter e quão prejudicial elas são, ainda mais diante do coletivismo.
O monólogo e a entrega do Cage já valeu todo filme.
ter tentado usar o elevador e não esperado até o final, a menininha fingindo demência em abrir a porta para a mãe entrar, mesmo ela ter tentado matar a família toda…
Esse foi o auge. Não digeri.
Por outro lado, os personagens são carismáticos, a ambientação foge do comum e o elenco composto é muito bem conduzido, especialmente, a Alyssa Sutherland que está incrível no papel da mãe demoníaca e a Lily Sullivan, fazendo a protetora Tia Beth.
Adorei o Mise en scene e simplesmente genial a fotografia, sendo o grande destaque do filme, uma das melhores do ano passado! O design de Produção e VFX também é bem efetivo, construindo perfeitamente toda a atmosfera. A maquiagem sanguinária, o som e a trilha sonora completam primorosamente a experiência.
É um bom passatempo. Parte técnica de Som, Design de Produção, VFX e fotografia são primorosos. Digno de um grande filme! Matthew Lillard mesmo aparecendo pouco quando aparece se destaca, principalmente no final. Mas quem carrega mesmo é o Josh Hurcherson, num papel decadente, protetor e adorável. Ao todo é razoável; vejo potencial nos personagens e ambientação para sequência; os robôs animatronics são bastante interessantes e carismáticos. O ponto negativo foi o roteiro, bastante incompetente. Repleto de incoerências. Só falta uma boa escrita e uma direção mais comprometida para deixar isso bom.
Que direção excelente! Tem vários artifícios de decupagem. Só peca um pouquinho no roteiro.
A escrita não abre mão dos clichês do gênero… a burrice sem fim da protagonista ao longo de todo filme dá muita raiva! O roteirista também é indeciso se quer uma história demoníaca ou de espírito.
Particularmente a trama não me cativou tanto como gostaria, mas ainda sim é boa de se acompanhar. E cumpre, porque dá muito medo.
A fotografia, o som e a montagem elevam a produção. As atuações no geral são muito boas, principalmente do coadjuvante Otis Dhanji, que me chamou atenção pela entrega em
E se Pânico encontrasse De Volta para o Futuro? Comédia de terror deliciosamente despretensiosa, com um elenco divertido e roteiro relativamente bem elaborado que te faz se importar com os personagens e se interessar em solucionar e descobrir o assassino em série. Uma grata surpresa!
Atuação de Kaitlyn Dever e construção sonora certamente uma das melhores do ano passado! Efeitos visuais, design de produção, montagem e fotografia completam o destaque. Roteiro quis fazer algo estilo ‘Um Lugar Silencioso’, mas peca, porque tem situações que ela poderia muito bem falar e acontece um escape desproporcional para que o roteiro se mantenha mudo. Fora que a narrativa só avança quando ignora a existência de celulares, e isso a gente tá falando de aprox. 2019. Tem uns furos grotescos assim, mas a premissa e a execução é interessante.
Filme bem bobinho. A premissa é até interessante, mas a escrita é mísera e incompetente. O filme é mais sustentado pela atuação da Jenna Davis como M3GAN e pelos efeitos visuais que se sobressaem. Bom somente em entreter.
Bastante intrigante, tem uma edição, fotografia, direção, som e atuações que criam uma tensão e gruda o espectador na tela Embora a trama seja bem envolvente, ela deixa várias brechas se realmente os homossexuais são os causadores de toda a desgraça do mundo, como um Sodoma e Gomorra, na qual ele acaba dando a entender De certa forma, os conspiradores não são colocados explicitamente como homofóbicos, mas não esclarece totalmente alguns personagens
- um rapaz homofóbico que bateu e agrediu um dos pais antes dos acontecimentos também está envolvido nas conspirações, e as situações levam a este viés
Quem suspeita a todo o momento é o Andrew, vivido por Ben Aldridge, uma atuação brilhante e carregada, que espera acreditar que tudo aquilo é somente uma alucinação da cabeça deles O desfecho é decepcionante, já que ele é escrito
para subverter e transformar as vítimas nas ameaças, enquanto os “enviados” por Deus, até então conspiradores, os salvadores
Porém, apesar de sua abordagem problemática e um roteiro vago que não aprofunda as intenções dos personagens e utiliza de uma única narrativa o filme inteiro, no geral , eu gostei. É um filme a cima da média... O melhor das últimas filmografias do Shyamalan.
É uma história que tinha bastante potencial, com uma premissa interessante e ousada, mas que talvez tenha faltado sutileza no desenvolvimento das relações, tendo passado um pouco do ponto do que se pede, ao mesmo tempo que faltou mais foco na obsessão do protagonista, talvez pela tomada de decisão de tornar o plot twist mais chocked que diria que não funcionou muito bem aqui. Achei que o desfecho destoou bastante da intimidade criada entre os personagens. Isso é mais evidente na direção do que no roteiro. A forma como foi dirigido não soube transparecer bem o que queria. No mais, a fotografia e design de produção estão belíssimas.
Sem Saída funciona bastante como suspense. O maior responsável por isso é a condução do som, da fotografia e do elenco, que criam juntos toda uma atmosfera propícia que instiga até o fim. Inclusive, foi uma das melhores direções de som que eu "ouvi" de filmes do ano passado. No entanto, o roteiro não é muito competente, principalmente quando foge de seu objetivo principal. Ele também não abre mão dos velhos clichês e da burrice dos personagens. O desenvolvimento da história já vale o filme todo, é nela onde o roteiro consegue se sair melhor.
Apesar de seus defeitos, é sim um filme que vale a pena ser assistido, pelo entretenimento bem envolvente que é oferecido.
Um filme que não é preguiçoso, muito pelo ao contrário, a narrativa é tão imprevisível que é sustentada, ou pelo menos tenta, por situações que não são nada convincentes. O ritmo é todo atropelado mas, a parte técnica e elenco são excelentes, provando que, mesmo com um roteiro ruim pode se fazer um filme se manter nos trilhos.
No mais, é um filme bem meia-boca que foi gourmetizado na tentativa de deixá-lo atraente.
Aqui Noah Baumbach erra justamente na adaptação para o universo cinematográfico, porque tem como pré-requisito ler o livro. Só que estamos falando de produtos totalmente diferentes e que um filme tem que funcionar independente do que foi adaptado. A trama tem como premissa uma história de ficção científica que acaba não engrenando e sendo direcionado a um outro tema que é tão mal contado e sem sentido que no final você fica sem entender o que djabos aconteceu aqui. É sem sentido particularmente para essa adaptação aqui. Acho que mesmo tendo sentido lendo o livro, a obra cinematográfica sozinha é tão confusa que parece que o roteirista recortou acontecimentos que ele acha interessante e fez essa "gororoba" aqui. Todavia, a direção de arte está beirando o perfeito e foi algo que me agradou bastante, como também o figurino, cabelo e a fotografia.
Primeiramente, começou mostrando o Corey como babá matando acidentalmente o menino que cai lá de cima de forma bastante forçada, incovenientemente bem na hora que seus pais chegam o vendo morto no chão e o Corey com uma faca na mão. Depois de criar essa situação, a cidade toda está contra ele, mesmo sendo comprovado a inocência. O roteirista utilizou esse furo para dar andamento a história. E o pior, mesmo ele sendo um colocado como um psicopata, ninguém fica com medo de chegar ao desprezá-lo. Ninguém também questiona o crime. O argumento colocado é que a cidade sentiu de alguma forma falta das histórias que a Laurie trazia em seus livros. Na nossa realidade, acontecem tragédias, homicídios e acidentes, por que ele seria logo julgado radicalmente se ele foi inocentado? Ou será que pelo Michael Myers existir, sendo o centro das atenções acabou os outros acidentes e é tudo psicopatia? Mesmo assim, Laurie ao conhecê-lo o trás amigavelmente sem nenhum repúdio como os outros fazem para a sua casa quando ele sofre bullying na rua e sua filha Alysson acaba se apaixonando sem nem pensar e ocasionam em vários encontros. Enquanto isso, vemos Michael Myers dentro de um canal de esgoto, vivendo lá, sobrevivendo de quê? Enfraquecido, provavelmente depois da cidade toda esfaquear, atirar e estraçalharem ele no filme anterior, ele retorna com energia e a mesma brutalidade para o embate final com a Laurie. Ao meu ver, Myers morreu neste por cortarem o pulso dele, mas no segundo ele já tinha levado tiro e sido esfaqueado no coração, mas o pulso é mais importante? Ficamos na dúvida, será que ele é mortal ou imortal? Pois o roteiro nos causa uma confusão, ora é julgado como mortal, ora como imortal. O roteirista não sabe o que quer. Após cortarem o pulso e ele "morrendo" teoricamente, eles o colocam dentro de uma caminhonete e o jogam em um triturador, acabando a saga Michael Myers, acabando de vez com a paranoia doentia da cidade. Na minha convicção, ninguém "vira" um psicopata, e sim é. Pelo que foi argumentado, o Corey foi virando um psicopata porque ele foi acreditando na verdade posta pela sociedade, mas quem não consegue matar, simplesmente não faz. A forma como é apresentada, ele não tendo nenhuma empatia, achei que fugiu um pouco do contexto. O propósito do garoto ir tomando o lugar de Michael deu abertura para ele posteriormente ser o sucessor, porque pelo que foi afirmado e dado a entender no desfecho, é que Corey tinha sido "possuído pelo mal", o que isso significa? Já podemos imaginar.
Ainda Estou Aqui
4.5 1,4K Assista AgoraUm drama psicológico que aborda perda, resiliência e restruturação familiar que gira em torno da luta de Eunice Paiva em busca de seu marido desaparecido na ditadura.
Logo após o incidente incidente e ao nos integrarmos à família, Walter Salles a todo momento cria uma atmosfera tensa de horror e opressão que te fisga e gruda na trama, quase como um filme de terror. Uma sacada genial de direção e roteiro.
Eunice é protagonizada por Fernanda Torres, que toma uma atuação brilhantemente tocante, mas contida, que emociona sem ser exorbitante, como pede sua personagem. Uma das minhas atuações favoritas do ano, sem dúvidas.
Apesar de Torres se destacar, todo elenco juvenil tem boas atuações, principalmente da Valentina Herszage como Vera, Luiza Kosovski como Eliana e Bárbara Luz como Nalu. Mas o que pega mesmo é o breve momento que sua mãe Fernanda Montenegro aparece no final do filme interpretando-a nos últimos momentos de vida, é simplesmente dilacerante.
Com certeza, é um marco para o cinema nacional, de uma história de peso e reparação histórica para famílias assoladas pela ditadura, mantendo viva sua memória para não deixar que histórias assim se repitam.
Canina
3.0 150 Assista AgoraO segundo roteiro da Marielle Heller tinha uma premissa criativa na qual usa a selvageria para refletir sobre o tema maternal, mas não soube que caminho tomar. O desenvolvimento é muito insuficiente.
Neste longa, a Heller é melhor dirigindo que roteirizando, na direção consegue fazer com que suas cenas sejam sempre interessantes, seja nos planos usados ou no mise en scène. Além que, o design de produção, fotografia, maquiagem, figurino e direção de elenco são bem competentes. Mas o grande destaque aqui é a entrega de Amy Adams que encarna de corpo e rabo o papel.
O que com certeza arruinou o filme foi (diga-se péssima) a montagem de Anne McCabe, que não conseguiu captar a complexidade da história que a diretora e roteirista quis contar e simplesmente deixou-se desleixar totalmente o que poderia ter sido um bom filme.
Emilia Pérez
2.4 461 Assista AgoraUm filme ousado e um tanto arriscado, que funcionou como um grande musical. O roteiro é bem envolvente, sempre procurando palavras e termos fáceis de entender, o que deixa a trama mais dinâmica, mas achei que com isso faltou mais profundidade na ambientação e personagens, o que torna a experiência um pouco rasa.
Pelo tom, propositalmente, fictício e muitas das vezes soando hipérbole, visto à procura do impacto e sensações usando a criatividade ao invés de uma realidade absoluta - o que é compreensível por ser um musical, com músicas que também enfatizam isso, consegue manter a proposta sem passar do ponto.
Como também, a centralidade do arco do narcotraficante, é eficaz; coreografias e trilha sonora bem efetuadas, o desenvolvimento de uma trama bem bolada e uma montagem e som que são à parte, um espetáculo, torna a experiência singular. O tom caricato não foi essencialmente um grande problema, porque a própria direção e história pediu algo mais ilusório, menos literal e se faz inofensivo, dentro do que é proposto.
Os aspectos e a retratação psicológica e dramática da Emília Pérez cativa, talvez seja o maior ponto positivo, dentro do limite de uma história de narcotráfico. Karla Sofía Gascón entrega uma performance majestosa e corajosa, a interpretar dois - ou o mesmo papel.
O destaque, no entanto, está na atuação de Zoë Saldaña, que desempenha um papel quase de protagonista, onde as decisões giram em torno dela e que atua como um apoio dessa figura emblemática que é Emilia Pérez, mas é com as coreografias que ela realmente brilha e triunfa. Uma das melhores performances do ano!
Rivais
3.6 559 Assista AgoraA maior produção do Guadagnino até hoje, com uma estética, direção, trilha e construção sonora impecáveis.
A montagem tem seus deslizes, como o uso abusivo do slow motion, algumas vezes parecendo deslocado ou demorado demais, porém funciona incrivelmente bem quando bem utilizada, entregando muita emoção e calor humano para as cenas.
Zendaya é a atuação destaque de ‘Rivais’, enquanto Josh O’Connor e Mike Faist arrasam em seus papeis coadjuvantes, competindo um com outro para quem dá a melhor atuação.
A trama você fica tenso a todo momento, esperando pelo desfecho do relacionamento dos três. No entanto, há vários furos de roteiro, com uma forçação bissexual pouco relevante para a história contada – que não agrega como representatividade, e a não linearidade não é muito eficiente, atrapalhando no entendimento. No mais, a sequência final é PURO CINEMA e um dos melhores encerramentos do ano!
Alien: Romulus
3.7 698 Assista AgoraO filme é visualmente incrível, te transportando para um outro mundo, com uma história instigante e bem divertida. A parte técnica é toda primorosa: efeitos visuais, trilha sonora, som e design de produção, principalmente.
A trama é mais lenta no primeiro para o segundo ato e mais recheada de reviravoltas no segundo para o terceiro, nos fazendo ficar grudado na tela. O último ato, particularmente, achei bem envolvente.
O desenvolvimento, por um momento, parece não abrir mão dos clichês do gênero, mas o roteirista não toma decisões sem estruturar núcleos. Ele utiliza muito dos aspectos psicológicos para isso. Tem uma característica emocional e da própria configuração sintética que dá estas nuances, diferentemente de ‘A Morte do Demônio: A Ascensão’ do Lee Cronin, por exemplo, que pouco estrutura e acaba não funcionando como deveria. Essa sensação também poderia vim com a trama se tornando surrealista demais… mas estamos falando de uma ficção científica.
Algo que realmente me dividiu foi a escolha e direção de elenco, ficou muito a desejar. Um tanto insosso e sem carisma. Mas adorei o papel de Daniel Betts como um dos sintéticos, incluindo o trabalho vocal e facial. E também o do David Jonsson, que inclusive, tem bastante nuances, interpretando diferentes papeis de um sintético em diferentes programações… muito provavelmente isso o torna o melhor coadjuvante.
Queer
3.1 162 Assista AgoraSensual, delirante, sentimentalmente profundo e vazio ao mesmo tempo, fala da procura pela conexão e do medo de morrer só, que muitos - senão todos - homossexuais passam.
Eu particularmente amei a trama, é bem maluca mas também envolvente. A direção aesthetic do Guadagnino nos anos 50 é lindamente filmada, as atuações são excelentes, principalmente do Daniel Craig, Drew Starkey (um arraso!) e Jason Schwartzman. São papeis com bastante camadas, o que torna ainda mais apreciável.
A trilha sonora é talvez, o maior destaque do filme! É bem agradável e imersiva, se não fosse por esse detalhe o roteiro poderia ter sido mais arrastado. A ambientação também é impressionante, a cidade toda planejada, nos levando ao México daquela época.
No entanto, em sua maioria e, que pode passar despercebido, é que vemos os habitantes falando somente em inglês - até quando é atendido pelo médico, mas como é uma ficção relevamos. E posso dizer que do segundo para o terceiro ato é praticamente um desvio de narrativa. Se tivesse centralizado no relacionamento deles no México e não na busca da planta da telepatia pela América do Sul preveniriam esses problemas de roteiro.
Agora o final me pegou! O sentimento de medo que se concretiza, de nunca ter se conectado verdadeiramente com alguém e parecer que a vida foi um eterno vazio… é realmente muito triste e desesperador. É um assunto que precisava ser falado e explorado, e nisso Guadagnino acertou em cheio!
La Chimera
3.8 35 Assista AgoraHá o dom e a paixão pela arqueologia mas não tem artefato mais precioso que o amor pela sua amada.
Uma história singela e com um ritmo um quanto melancólico como o som do oceano que fala sobre os verdadeiros valores e do poder que o amor alcança.
Josh O’Connor desafia bravamente o italiano como um jovem vazio mas esperançoso em encontrar seu bem mais precioso, sua amada desaparecida, com uma atuação destaque e um desfecho de impacto, suficiente para torná-lo memorável. Mas não passa disso. Todo o desenvolvimento e à procura por esses artefatos funerários, na maioria das vezes, são entediantes e arrastados e você só quer saber aonde eles te levarão.
A Ordem
3.4 66Uma história verídica sobre a mega conspiração liderada por supremacistas brancos para disseminar e difundir a raça branca, nomeada de “A Ordem”.
No suspense, o protagonista é o Jude Law, um agente do FBI que investiga essas ações criminosas. Mas quem rouba cena mesmo é o Nicholas Hoult, um dos integrantes dessa conspiração, que tem uma entrega ao papel com um desempenho “arrebatador”.
Outro ponto positivo foi a condução da trilha sonora, que instiga e cria emoção em alguns momentos, principalmente nas cenas de ação. Embora seja baseado numa história verídica e importante, faltou mais tempero e perspectiva mais sólida para essa obra. O roteiro e a direção são muito aquém ao elenco e as atuações. Não é um filme ruim, mas poderia ser melhor aproveitado como um todo.
Crescendo Juntas
3.8 110Uma aventura sobre relações, religiões e mudanças tão linda e necessária. Me tocou por sua escrita e direção franca, singela, numa simplicidade doce e encantadora.
Abby Ryder faz uma das melhores atuações mirins do ano, enquanto Rachel McAdams é tão calorosa como a mãe cuidadora e Kathy Bates muito divertida como a avó carente e impulsiva. Os papeis caíram como uma luva. Todo elenco é fofo.
Tem uma história que te fisga aos poucos, cada motivação tem sua importância na narrativa e todas são resolvidas ao decorrer do filme. Tanto o humor e o drama funcionam bastante. São feitos importantes do roteiro. Recomendo essa dramédia para toda a família, que vai aquecer seu coração e que tem muito a dizer!
O Homem dos Sonhos
3.4 191E quando o medo é o opressor? Em um dos seus melhores papeis, Nicolas Cage vive um pai de família em busca de seus sonhos, mas acaba aparecendo nos sonhos das pessoas.
Premissa criativa e interessante trata-se da cultura do cancelamento e suas consequências, com uma direção eficaz no terror, mas não muito eficaz quando entra no drama e comédia. Mesmo assim, faz pensar sobre as atitudes precipitadas que podemos ter e quão prejudicial elas são, ainda mais diante do coletivismo.
O monólogo e a entrega do Cage já valeu todo filme.
A Morte do Demônio: A Ascensão
3.3 854 Assista AgoraRoteiro preguiçoso, já começa atropelando um evento importante que poderia ter sido melhor desenvolvido:
como o livro foi parar de baixo do edifício onde a família mora. Até então só o acompanhamos na cabana da floresta.
A criação de ambientação é tão fantasiosa que fica difícil ter medo:
A cratera se abrindo na garagem do edf. e nenhum outro morador de outro andar saindo de seus apts., a escada sendo destruída mas depois reaparecendo.
ter tentado usar o elevador e não esperado até o final, a menininha fingindo demência em abrir a porta para a mãe entrar, mesmo ela ter tentado matar a família toda…
Por outro lado, os personagens são carismáticos, a ambientação foge do comum e o elenco composto é muito bem conduzido, especialmente, a Alyssa Sutherland que está incrível no papel da mãe demoníaca e a Lily Sullivan, fazendo a protetora Tia Beth.
Adorei o Mise en scene e simplesmente genial a fotografia, sendo o grande destaque do filme, uma das melhores do ano passado! O design de Produção e VFX também é bem efetivo, construindo perfeitamente toda a atmosfera. A maquiagem sanguinária, o som e a trilha sonora completam primorosamente a experiência.
Five Nights At Freddy's: O Pesadelo Sem Fim
2.5 340 Assista AgoraÉ um bom passatempo. Parte técnica de Som, Design de Produção, VFX e fotografia são primorosos. Digno de um grande filme! Matthew Lillard mesmo aparecendo pouco quando aparece se destaca, principalmente no final. Mas quem carrega mesmo é o Josh Hurcherson, num papel decadente, protetor e adorável. Ao todo é razoável; vejo potencial nos personagens e ambientação para sequência; os robôs animatronics são bastante interessantes e carismáticos. O ponto negativo foi o roteiro, bastante incompetente. Repleto de incoerências. Só falta uma boa escrita e uma direção mais comprometida para deixar isso bom.
Fale Comigo
3.6 1,0K Assista AgoraQue direção excelente! Tem vários artifícios de decupagem. Só peca um pouquinho no roteiro.
A escrita não abre mão dos clichês do gênero… a burrice sem fim da protagonista ao longo de todo filme dá muita raiva! O roteirista também é indeciso se quer uma história demoníaca ou de espírito.
Particularmente a trama não me cativou tanto como gostaria, mas ainda sim é boa de se acompanhar. E cumpre, porque dá muito medo.
A fotografia, o som e a montagem elevam a produção. As atuações no geral são muito boas, principalmente do coadjuvante Otis Dhanji, que me chamou atenção pela entrega em
receber o espírito e atuar lambendo o cachorro na boca, além que é o único personagem que se questiona sobre eles, porque sei não viu.
O papel coadjuvante de Joe Bird também tem seus bons momentos, principalmente quando
também recebe o espírito, e onde eleva a carga dramática de seu personagem.
fica figurante da trama, servindo somente de apoio para os demais personagens.
Dezesseis Facadas
3.2 439E se Pânico encontrasse De Volta para o Futuro? Comédia de terror deliciosamente despretensiosa, com um elenco divertido e roteiro relativamente bem elaborado que te faz se importar com os personagens e se interessar em solucionar e descobrir o assassino em série. Uma grata surpresa!
Ninguém Vai Te Salvar
3.2 596 Assista AgoraAtuação de Kaitlyn Dever e construção sonora certamente uma das melhores do ano passado! Efeitos visuais, design de produção, montagem e fotografia completam o destaque. Roteiro quis fazer algo estilo ‘Um Lugar Silencioso’, mas peca, porque tem situações que ela poderia muito bem falar e acontece um escape desproporcional para que o roteiro se mantenha mudo. Fora que a narrativa só avança quando ignora a existência de celulares, e isso a gente tá falando de aprox. 2019. Tem uns furos grotescos assim, mas a premissa e a execução é interessante.
M3gan
3.0 842 Assista AgoraFilme bem bobinho. A premissa é até interessante, mas a escrita é mísera e incompetente. O filme é mais sustentado pela atuação da Jenna Davis como M3GAN e pelos efeitos visuais que se sobressaem. Bom somente em entreter.
Batem à Porta
3.1 628 Assista AgoraBastante intrigante, tem uma edição, fotografia, direção, som e atuações que criam uma tensão e gruda o espectador na tela
Embora a trama seja bem envolvente, ela deixa várias brechas se realmente os homossexuais são os causadores de toda a desgraça do mundo, como um Sodoma e Gomorra, na qual ele acaba dando a entender
De certa forma, os conspiradores não são colocados explicitamente como homofóbicos, mas não esclarece totalmente alguns personagens
- um rapaz homofóbico que bateu e agrediu um dos pais antes dos acontecimentos também está envolvido nas conspirações, e as situações levam a este viés
Quem suspeita a todo o momento é o Andrew, vivido por Ben Aldridge, uma atuação brilhante e carregada, que espera acreditar que tudo aquilo é somente uma alucinação da cabeça deles
O desfecho é decepcionante, já que ele é escrito
para subverter e transformar as vítimas nas ameaças, enquanto os “enviados” por Deus, até então conspiradores, os salvadores
Porém, apesar de sua abordagem problemática e um roteiro vago que não aprofunda as intenções dos personagens e utiliza de uma única narrativa o filme inteiro, no geral , eu gostei. É um filme a cima da média... O melhor das últimas filmografias do Shyamalan.
Saltburn
3.5 907É uma história que tinha bastante potencial, com uma premissa interessante e ousada, mas que talvez tenha faltado sutileza no desenvolvimento das relações, tendo passado um pouco do ponto do que se pede, ao mesmo tempo que faltou mais foco na obsessão do protagonista, talvez pela tomada de decisão de tornar o plot twist mais chocked que diria que não funcionou muito bem aqui. Achei que o desfecho destoou bastante da intimidade criada entre os personagens. Isso é mais evidente na direção do que no roteiro. A forma como foi dirigido não soube transparecer bem o que queria. No mais, a fotografia e design de produção estão belíssimas.
Sem Saída
3.2 245 Assista AgoraSem Saída funciona bastante como suspense. O maior responsável por isso é a condução do som, da fotografia e do elenco, que criam juntos toda uma atmosfera propícia que instiga até o fim. Inclusive, foi uma das melhores direções de som que eu "ouvi" de filmes do ano passado. No entanto, o roteiro não é muito competente, principalmente quando foge de seu objetivo principal. Ele também não abre mão dos velhos clichês e da burrice dos personagens. O desenvolvimento da história já vale o filme todo, é nela onde o roteiro consegue se sair melhor.
Apesar de seus defeitos, é sim um filme que vale a pena ser assistido, pelo entretenimento bem envolvente que é oferecido.
Trem-Bala
3.6 611 Assista AgoraUm filme que não é preguiçoso, muito pelo ao contrário, a narrativa é tão imprevisível que é sustentada, ou pelo menos tenta, por situações que não são nada convincentes. O ritmo é todo atropelado mas, a parte técnica e elenco são excelentes, provando que, mesmo com um roteiro ruim pode se fazer um filme se manter nos trilhos.
No mais, é um filme bem meia-boca que foi gourmetizado na tentativa de deixá-lo atraente.
Desencantada
2.8 177 Assista AgoraDesencantei, infelizmente.
Mais Que Amigos
3.3 170 Assista Agora"Ter confiança é saber que você é a única pessoa com quem pode contar e só"
Ruído Branco
2.7 209Aqui Noah Baumbach erra justamente na adaptação para o universo cinematográfico, porque tem como pré-requisito ler o livro. Só que estamos falando de produtos totalmente diferentes e que um filme tem que funcionar independente do que foi adaptado. A trama tem como premissa uma história de ficção científica que acaba não engrenando e sendo direcionado a um outro tema que é tão mal contado e sem sentido que no final você fica sem entender o que djabos aconteceu aqui. É sem sentido particularmente para essa adaptação aqui. Acho que mesmo tendo sentido lendo o livro, a obra cinematográfica sozinha é tão confusa que parece que o roteirista recortou acontecimentos que ele acha interessante e fez essa "gororoba" aqui. Todavia, a direção de arte está beirando o perfeito e foi algo que me agradou bastante, como também o figurino, cabelo e a fotografia.
Halloween Ends
2.4 554 Assista AgoraPontos positivos: Fotografia, som, montagem e direção de arte.
Pontos negativos: Roteiro, sem pé nem cabeça.
Primeiramente, começou mostrando o Corey como babá matando acidentalmente o menino que cai lá de cima de forma bastante forçada, incovenientemente bem na hora que seus pais chegam o vendo morto no chão e o Corey com uma faca na mão. Depois de criar essa situação, a cidade toda está contra ele, mesmo sendo comprovado a inocência. O roteirista utilizou esse furo para dar andamento a história. E o pior, mesmo ele sendo um colocado como um psicopata, ninguém fica com medo de chegar ao desprezá-lo. Ninguém também questiona o crime. O argumento colocado é que a cidade sentiu de alguma forma falta das histórias que a Laurie trazia em seus livros. Na nossa realidade, acontecem tragédias, homicídios e acidentes, por que ele seria logo julgado radicalmente se ele foi inocentado? Ou será que pelo Michael Myers existir, sendo o centro das atenções acabou os outros acidentes e é tudo psicopatia? Mesmo assim, Laurie ao conhecê-lo o trás amigavelmente sem nenhum repúdio como os outros fazem para a sua casa quando ele sofre bullying na rua e sua filha Alysson acaba se apaixonando sem nem pensar e ocasionam em vários encontros. Enquanto isso, vemos Michael Myers dentro de um canal de esgoto, vivendo lá, sobrevivendo de quê? Enfraquecido, provavelmente depois da cidade toda esfaquear, atirar e estraçalharem ele no filme anterior, ele retorna com energia e a mesma brutalidade para o embate final com a Laurie. Ao meu ver, Myers morreu neste por cortarem o pulso dele, mas no segundo ele já tinha levado tiro e sido esfaqueado no coração, mas o pulso é mais importante? Ficamos na dúvida, será que ele é mortal ou imortal? Pois o roteiro nos causa uma confusão, ora é julgado como mortal, ora como imortal. O roteirista não sabe o que quer. Após cortarem o pulso e ele "morrendo" teoricamente, eles o colocam dentro de uma caminhonete e o jogam em um triturador, acabando a saga Michael Myers, acabando de vez com a paranoia doentia da cidade. Na minha convicção, ninguém "vira" um psicopata, e sim é. Pelo que foi argumentado, o Corey foi virando um psicopata porque ele foi acreditando na verdade posta pela sociedade, mas quem não consegue matar, simplesmente não faz. A forma como é apresentada, ele não tendo nenhuma empatia, achei que fugiu um pouco do contexto. O propósito do garoto ir tomando o lugar de Michael deu abertura para ele posteriormente ser o sucessor, porque pelo que foi afirmado e dado a entender no desfecho, é que Corey tinha sido "possuído pelo mal", o que isso significa? Já podemos imaginar.